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Fibromialgia, Síndrome da dor complexa regional (DCR), Síndrome da dor miofascial (SDM)

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Fibromialgia 
 
Conceito e epidemiologia 
Fibromialgia é uma ​síndrome dolorosa crônica de etiopatogenia multifatorial complexa​, não totalmente conhecida, 
que acomete preferencialmente mulheres, sendo caracterizada por ​dores musculoesqueléticas espalhadas e sítios 
dolorosos específicos à palpação ​– t​ender points​, ​associados frequentemente a distúrbios do sono, fadiga, 
sintomas somáticos e cognitivos e distúrbios psíquicos. 
A proporção de pacientes com fibromialgia na clínica reumatológica está entre 10 e 20% do total, estando entre as 4 
desordens reumatológicas mais comuns na população mundial. 
No Brasil, é a 2ª mais relatada depois da artrite reumatoide e da osteoartrose. 
 
Resumindo​: 
É uma doença que se caracteriza por muita dor muscular. Então, sempre que o indivíduo apresenta muita dor muscular, 
é importante pensar na fibromialgia. 
Apresenta prevalência em 2 a 3% da população. Mais comum em mulheres (9:1) e com prevalência maior em mulheres 
jovens de 35 a 55 anos de idade. Pode acometer adultos e crianças. 
Então o perfil clássico do paciente com fibromialgia, considerando as exceções, é uma mulher jovem com dores 
musculares. 
 
Fisiopatologia 
Sugere-se como fatores desencadeantes da fibromialgia: 
➔ Fatores genéticos; 
➔ Processamento sensorial, especialmente da dor; 
➔ Gerenciamento do estresse. 
A suscetibilidade para fibromialgia é determinada pela ​combinação de fatores genéticos e ambientais​, que podem ser 
predisponentes e desencadeantes dessa síndrome. 
Pode-se dizer que há gatilhos que desencadeiam o aparecimento dos primeiros sintomas ou do agravamento de 
sintomas - Entre os agentes que aumentam a incidência de fibromialgia estão: 
● Traumas (como lesão em “chicote”); 
● Infecções (como hepatite B e C, HIV); 
● Estresse físico e emocional; 
● Eventos catastróficos (guerra, morte); 
● Cirurgias; 
● Doenças autoimune; 
● Outras patologias (como artrite reumatoide, lúpus, eritematoso sistêmico, outras síndromes); 
● Outros agravantes são excesso de atividade, frio, umidade e ansiedade. 
 
As condições de dor crônica têm ​componentes de alteração do processamento da dor tanto pelo SNC como SNP. 
➔ O ​componente do SNC ​está relacionado com uma ​transmissão exacerbada da dor, que pode ter sido 
desencadeada inicialmente por um fator periférico (uma lesão ou um processo inflamatório regional ou 
generalizado, como na osteoartrite e artrite reumatoide). 
A fibromialgia possui um envolvimento principalmente do componente do SNC. 
Sugere-se um distúrbio no processamento dos estímulos sensoriais pelo sistema nervoso, ocasionando 
hipersensibilidade especialmente dolorosa​, mas também auditiva, olfativa etc. 
➔ Há também uma referência aos ​neurotransmissores relacionados à dor, tanto inibitórios como 
excitatórios. 
** As aminas biogênicas, serotonina e norepinefrina, inibidoras da dor, estão reduzidas em pacientes com fibromialgia. 
** Enquanto a substância P, que é neurotransmissor excitatório à dor, parece estar em maior concentração no fluido 
cerebrospinal. 
Essas alterações poderiam justificar também outros sintomas da síndrome, como os distúrbios do sono e de humor. 
➔ Outra alteração sugestiva da fibromialgia é a do ​sistema nervoso autônomo e do eixo 
hipotálamo-hipófise-adrenal, evidenciada por níveis basais elevados de hormônio adrenocorticotrófico e 
folículo-estimulante, associada à diminuição de fator de crescimento insulínico (IGF-1), de hormônio de 
crescimento (GH), estrogênio e cortisol urinário, entre outros. 
Esses achados justificam a associação entre fibromialgia e sintomas de estresse crônico, além de interferir na qualidade 
de ​sono e ansiedade. 
** O componente afetivo ou emocional da dor é mais evidente que o sensorial nos pacientes com fibromialgia. 
 
Em ​2010, o Colégio Americano de Reumatologia propôs uma mudança da definição da fibromialgia, ​incluindo os 
chamados sintomas somáticos, isto é, alguns sintomas, sem uma base fisiopatológica do órgão acometido, fazem 
parte da representação das​ emoções no corpo. 
Pacientes com fibromialgia apresentam maior aumento da atividade muscular em situações de estresse mental. 
Esse aumento significante da atividade muscular leva a uma ​resposta de ativação de mecanismos paralelos de 
indução da dor. 
Ou seja, algumas pessoas podem refletir as emoções em seus corpos. Quando há dificuldade no gerenciamento do 
estresse, a pessoa se contrai, se compacta, se adensa, se encolhe e se segura. 
Ainda é comum na dor crônica a presença de crenças disfuncionais e pensamentos negativos. 
Uma construção emocional e cognitiva chamada de ​catastrofização da dor é definida como “uma crença negativa 
exagerada das experiências de dor atuais ou anteriores” e tem sido observada nas experiências de dor crônica na 
fibromialgia. 
Ela está relacionada com a severidade da dor, maior número de tender points, angústia emocional, incapacidade 
funcional e desfechos pequenos ou ineficazes de tratamento, que podem ser considerados fatores estressores. 
A catastrofização da dor frequentemente leva ao desenvolvimento de comportamentos de fuga de alguns movimentos 
por receio de sentir dor, predispondo a mudanças físicas do paciente com fibromialgia, o que enfatiza a importância da 
fisioterapia no tratamento deste paciente. 
 
Resumindo 
Atualmente, evidências a partir de imagens cerebrais indicam que há uma ​sensibilização central​, com resposta 
exagerada ao estímulo experimental de dor e alteração estrutural e na função neurotransmissora​. Essa teoria é 
reforçada pela presença de alterações de sono, humor e distúrbios cognitivos, bem como fatores relacionados ao 
estresse envolvendo o sistema nervoso autônomo, que contribuem para a ​hiperirritabilidade do sistema nervoso 
central. ​Além disso, fatores genéticos e ambientais provavelmente interagem para promover um estado de 
hiperirritabilidade crônica do sistema nervoso central e periférico. 
● Etiologia e patogênese são desconhecidas; 
● Parece ser multifatorial. 
Algumas teorias tentam explicar a fisiopatologia da fibromialgia: 
❖ Biópsias musculares mostram alterações que poderiam justificar os sintomas – alterações encontradas em 
sedentários e assintomáticos. 
❖ As alterações do sono poderiam comprometer a saúde muscular (estudos – sintomas parecidos com os da 
fibromialgia). 
❖ Estudos neurofuncionais mostram hipofluxo sanguíneo no tálamo e em outras estruturas envolvidas na 
regulação da dor. 
❖ Baixos níveis de cortisol urinário, assim como baixa resposta ao teste com ACTH sugere comprometimento do 
eixo hipotálamo-hipofisário. 
❖ Alterações de neurotransmissores – Redução dos níveis de serotonina e aumento da substância P 
(neurotransmissor importante para a regulação da dor). 
 
Fatores envolvidos na dor e nos sintomas da fibromialgia 
 
 
 
 
Diagnóstico 
Exame físico​ – Importante no diagnóstico, pois a partir do exame pode-se excluir outras causas que poderiam gerar os 
sintomas. Por exemplo, através do exame físico pode-se encontrar achados de lúpus, artrite reumatoide... 
O exame físico tem o objetivo de avaliar a presença de outras doenças reumáticas e a presença de tender points. 
Tender points – São pontos muito sensíveis à digitopressão. Pontos musculares hipersensíveis à palpação. 
18 tender points 
Como há comprometimento bilateral (direito e esquerdo) então são 18 pontos. 
1. Suboccipital 
2. Cervical lateral 
3. Borda superior do trapézio 
4. Supraescapular 
5. Costocondral da 2ª costela 
6. Epicôndilolateral (braço, região do cotovelo) 
7. Glúteo laterosuperior 
8. Trocanter maior 
9. Medial acima do joelho. 
 
 
Os círculos indicam as várias localizações dos pontos sensíveis. 
A palpação desses pontos deve ser feita com a ponta do polegar. 
Pessoas com fibromialgia reagem com dor intensa, quando se pressiona muitos destes locais, por isso é muito 
importante investigar esses pontos. 
 
No exame físico, podemos ainda encontrar: 
Nódulos musculares​ – São pontos de consistência aumentada nos músculos. 
Geralmente se localiza no mesmo local dos tender points. Pode ocorrer hipersensibilidade cutânea. 
 
Diagnóstico diferencial 
A complexidade da fibromialgia reforça a necessidade do diálogo com o paciente, a importância de um bom exame físico 
e a solicitação de exames subsidiários criteriosos para complementar o diagnóstico, e não para substituir a avaliação 
criteriosa do infeccionado. É interessante notar que, em tempos de alta tecnologia, tudo o que se necessita para o 
diagnóstico da fibromialgia é dispender-se tempo adequado e suficiente com o paciente. 
Nenhum exame confirma o diagnóstico – Não há exames laboratoriais ou radiológicos que confirmem ou excluam o 
diagnóstico, pois os pacientes não apresentam alterações evidentes de órgãos ou sistemas, embora refiram elevados 
níveis de dor, fadiga e outros sintomas associados semelhantes aos de pacientes com outras patologias cuja 
fisiopatologia é evidente, por exemplo, a artrite reumatoide. 
Exames complementares (laboratoriais, de imagem) devem ser solicitados para afastar outras doenças – LES, AR, 
hipotiroidismo. 
 
**Em 1990, o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) estabeleceu que a fibromialgia seria classificada pela presença 
de dor espalhada (hemicorpo direito e esquerdo, acima e abaixo da cintura e no esqueleto axial) e crônica (há mais de 3 
meses), associada à sensibilidade dolorosa aumentada à palpação digital (pressão ~ 4 kg) em pelo menos 11 dos 18 
tender points. 
No entanto, na prática clínica muitos reumatologistas familiarizados com a fibromialgia relatavam considerar o conjunto 
total dos sintomas para o diagnóstico e que a classificação do ACR não era suficiente para captar a sua essência. 
Além disso, a necessidade de experiência e familiaridade no exame dos tender points confundiam médicos e pacientes 
nos casos em que, por vezes, a melhora não preenchia mais os critérios de classificação. 
Assim, em 2010, novos critérios diagnósticos para a fibromialgia considera a combinação de dor espalhada e uma 
escala de severidade dos sintomas. 
Para satisfazer o atual critério diagnóstico, deve haver uma combinação entre índice de dor e sintomas. 
Presença dos 3 critérios: 
1. (Índice de dor generalizada ³ 7 e escala de severidade dos sintomas ³ 5) ou (Índice de dor generalizada entre 3 e 
6, e escala de severidade dos sintomas ³ 9). 
2. Presença dos sintomas há pelo menos 3 meses. 
3. Ausência de outra doença que explique os sinais e sintomas. 
 
Índice de do generalizada ou espalhada (WP) 
Somatório do número de regiões que apresentaram dor ao longo da última semana. 
Se resume de 0 a 19 pontos, de acordo com os números de locais dolorosos; 
Escala de severidade de sintomas (SS) 
Somatório da gravidade dos 3 sintomas principais + gravidade dos sintomas somáticos gerais. 
3 sintomas principais – Fadiga, sono não reparador e alterações cognitivas. 
Com pontuação final entre 0 e 12. 
 
Resumindo 
Antigamente, os tender points entravam nos critérios de diagnóstico da fibromialgia, atualmente com os critérios mais 
novos, não é obrigatório a digitopressão dos tender points para fechar o diagnóstico de fibromialgia. 
Porém, no exame físico é interessante, pois a dor intensa durante a palpação sugere a fibromialgia. 
Antigamente, a presença de 11 pontos positivos confirmava fibromialgia, hoje já não entra nos critérios de diagnóstico. 
Atualmente, é comum usar os 2 critérios, de 1990 e 2010, de maneira simultânea, em paralelo ou individualmente. 
Nos critérios diagnósticos atuais, não há necessidade de pesquisa dos tender points, pela dificuldade dos médicos em 
geral, para avaliar esses pontos e a sensibilidade à dor. 
 
 
 
Manifestações clínicas 
Classicamente, segundo o ​Colégio Americano de Reumatologia (ACR)​, a síndrome é ​caracterizada pela presença de 
DOR musculoesquelética difusa (espalhada), crônica e simétrica por mais de 3 meses (bastante frequente nas 
regiões cervical e ombros, parede torácica e membros), e comumente se associa a alterações 
neuropsicológicas​, como: 
● Fadiga; 
● Distúrbio do sono – Insônia e/ou má qualidade do sono (dorme, mas não descansa, acorda cansada). 
● Cefaleia crônica – Pode ter características de enxaqueca, tensional ou mista. 
● Síndrome do intestino irritável – Dor abdominal e alterações do ritmo intestinal. 
● Sensação de parestesias – Nas extremidades. 
● Rigidez matinal e sensação de edema. 
Então é muito comum pacientes que têm fibromialgia apresentarem esses sintomas neuropsicossomáticos ou 
neuropsiquiátricos. 
Sendo a rigidez matinal, os distúrbios do sono e a fadiga presentes em mais de 75% dos pacientes. 
Além da dor, qualidade do sono e fadiga, os pacientes relataram como fontes de incapacidades e sofrimentos o 
comprometimento cognitivo (dificuldade de memória e raciocínio), o impacto emocional (especialmente ansiedade e 
depressão), o comprometimento físico e a qualidade de vida. 
Dados importantes: 
➔ Depressão – Ocorre em 25 a 60% dos casos; 
➔ Síndrome do intestino irritável – Ocorre em 50 a 80% dos casos. 
➔ Enxaqueca – Ocorre em 50% dos pacientes. 
Esses sintomas podem modificar-se em intensidade de acordo com algumas condições moduladoras – alterações 
climáticas, estresse emocional, grau de atividade física – piorando com exercícios vigorosos e cessação repentina da 
atividade física –, mudança no padrão do sono ou coexistência com outras patologias. 
Fazem parte dos sintomas dolorosos a alodínia (dor resultante de estímulo que não seria doloroso) e disestesias 
(sensação desagradável sentida nas extremidades que varia desde amortecimento até agulhadas). 
Outros sintomas frequentes na fibromialgia são – Adormecimentos, pontadas, cãibras, palpitação, tontura, zumbido, 
dispneia, epigastralgia, enjoo, dificuldade de digestão, fenômeno de Raynauld, dismenorreia e irritabilidade, sendo suas 
ocorrências variadas. 
Os sintomas da fibromialgia costumam causar um grande impacto na vida dos doentes. Com o tempo restringem o 
contato social e interferem continuamente na rotina deles, causando conflitos de papéis, perda de futuras oportunidades 
e baixa autoestima. 
 
Tratamento 
O tratamento interdisciplinar é fundamental. Afinal, são vários aspectos da vida do paciente que ficam prejudicados pela 
síndrome. 
A participação de profissionais de diferentes áreas permite abranger tais aspectos e promover a reintegração 
biopsicossocial da pessoa. 
O médico de dor e os outros membros da equipe sempre têm como objetivo terapêutico melhorar a qualidade de vida e 
funcionalidade do paciente. Para tanto, precisam controlar a dor e fadiga e buscar meios de melhorar a qualidade do 
sono e estabilizar o humor do paciente. 
O tratamento é baseado em 3 pilares, utilizando estratégias farmacológicas e não farmacológicas: 
1. Ajuste medicamentoso; 
2. Atividade física; 
3. Acompanhamento psicológico. 
Farmacológicas​ – Antidepressivos, analgésicos, relaxantes musculares, ansiolíticos, sedativos (calmantes) e opióides. 
Alguns medicamentos– Amitriptilina, ciclobenzaprina, duloxetina, gabapentina, pregabalina. 
Os antidepressivos tricíclicos são úteis no manejo das alterações do sono do paciente. 
Não farmacológicas​: 
Físicos ​– Acupuntura, fisioterapia e infiltrações nos pontos dolorosos; 
Psicológica​s – Psicoterapia ajuda o paciente a promover mudanças importantes que possam levar a uma melhor 
qualidade de vida e resgatar o funcionamento da pessoa. A abordagem psicológica mais efetiva é a 
cognitivo-comportamental em combinação com técnicas de relaxamento, ou exercícios aeróbicos e alongamentos. 
A Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), validando diretrizes do Colégio 
Americano de Reumatologia, consideram a educação ao paciente um tratamento não farmacológico no controle da 
síndrome. 
Justificam isso pelo fato de a enfermidade ser de longa duração e com queixas persistentes, o que acaba afetando a 
família de uma maneira ou outra. Por isso, quanto mais informações a família e os cuidadores tiverem, melhor será a 
atitude do paciente com relação à sua dor. E, quanto mais suporte tiver das pessoas do seu convívio, maiores condições 
terá para lidar com sua dor. 
Os exercícios físicos são recomendados, pois melhoram o condicionamento do corpo. Qualquer exercício aeróbico de 
baixo impacto proporciona os benefícios do relaxamento e do fortalecimento muscular, que contribuem para a redução 
da dor e, em menor grau, a melhora da qualidade do sono. 
A atividade física estimula a liberação de endorfinas que possui efeito analgésico, funciona como antidepressivo, e 
proporciona uma sensação geral de bem-estar e de maior controle sobre a própria dor. 
 
 
 
 
Síndrome da dor regional complexa (SDRC)​ ​“Síndrome de dor pós traumática” 
 
Conceito 
É uma doença que não é muito comum, mas que causa muito sofrimento ao paciente. 
É uma doença que cursa com dor desproporcional ao trauma. Por exemplo, o paciente sofreu uma torção no pé ou uma 
fratura ou fez uma cirurgia e evolui com um quadro de dor muito superior ao esperado para aquela condição. 
Descrita pela 1ª vez por um médico ​Silas Weir Mitchel ​durante a guerra de secessão nos EUA, observando os pacientes 
descreveu: 
● Dor em queimação de localização variada; 
● Nunca afetava o tronco; 
● Raramente compromete coxa e braços; 
● Não raro acomete antebraços e pernas; 
● Localização preferida são mãos e pés, ou seja, acomete principalmente as extremidades do corpo; 
● Uma sensação de queimação intensa, mas que torna estranhamente hiperalgésica; 
● A exposição ao ar é evitada pelo paciente de uma forma absurda; 
● O simples toque na pele causa extrema dor; 
● A feição transparece ansiedade e sofrimento; 
● O sono não é restaurador; 
● Por último, o paciente torna-se histérico. 
 
Resumindo 
A Síndrome Dolorosa Complexa Regional é um distúrbio que ocorre após fraturas, cirurgias, traumas ou 
espontaneamente e caracteriza-se principalmente por um quadro doloroso desproporcional ao evento causador. Afeta 
principalmente os membros superiores e inferiores. 
 
Etiologia 
A síndrome dolorosa regional complexa (SDRC) é um termo genérico para uma variedade de apresentações clínicas 
caracterizadas por​ ​dor crônica​ ​e alterações vasomotoras e tróficas, que persiste com intensidade e duração 
desproporcionais à lesão do tecido original. 
A nomenclatura “Síndrome Dolorosa Regional Complexa” (SDRC) é a mais atual e recomendada pela International 
Association for Study of Pain (IASP). A SDRC é uma dor neuropática crônica classificada em 2 tipos: 
1. SDRC Tipo I (Clássica): 
Sem lesão nervosa periférica associada; 
Anteriormente conhecida como distrofia simpático-reflexa; 
Lesão de tecido mole ou ósseo; 
A SDRC tipo I costuma ocorrer após trauma, edema persistente, imobilização compressiva. Por exemplo, uma lesão ou 
amputação (habitualmente na mão ou no pé), fratura de punho, de dedos, de rádio distal etc. 
Pode ocorrer após infarto agudo do miocárdio, AVE ou câncer (no pulmão, na mama, no ovário, no SNC). 
 
2. SDRC Tipo II: 
Com lesão nervosa periférica associada; 
Anteriormente conhecida como causalgia; 
A SDRC tipo II é similar à do tipo I, mas envolve lesões evidentes em um nervo periférico; 
Ocorre geralmente após imobilização do membro para tratar a lesão inicial. 
Exemplo: Lesão de membro mediano ou ulnar. 
 
Epidemiologia 
➔ Ambos os tipos ocorrem com mais frequência em adultos jovens e são 2 ou 3 vezes mais comuns em mulheres. 
➔ A incidência varia entre 5,5 e 26,2 casos por 100.000 pessoas por ano no mundo; 
➔ Mulheres com idade entre 50 e 70 anos são mais afetadas; 
➔ 65% relacionados a traumas, contusões, normalmente por fratura ou dor intensa após o trauma; 
➔ Muito comum após fraturas de rádio no punho; 
➔ 19% no pós operatório; 
➔ 2% após processos inflamatórios; 
➔ Em crianças, os principais fatores desencadeantes são os traumas de estresse. 
➔ É mais comum em meninas entre 9 e 15 anos. Os membros inferiores são os mais afetados. 
 
https://pebmed.com.br/como-manejar-a-dor-cronica-em-idosos/
 
Fatores de risco 
Relativamente estabelecidos: 
➔ Altos níveis de dor (antes ou pós cirurgia); 
➔ Sexo feminino/ principalmente na menopausa; 
➔ Disfunção simpática; 
➔ Imobilização prolongada. 
Controversos 
➔ Estresse/ ansiedade (pré ou pós procedimento). 
 
Há uma ​sensibilização central​, por exemplo um paciente que tem mais dor antes da cirurgia, tem maior chance de 
apresentar SDCR. 
 
Eventos estressores 
Estudo – 79,2% apresentaram SDRC após passar por um momento de estresse importante há pelo menos 3 meses 
antes do quadro, como por exemplo uma perda conjugal, perda do emprego, perda de um ente querido... 
Escala de catastrofização 
Estudo – Paciente apresenta maiores níveis de substâncias inflamatórias no corpo, como IL-6, além de apresentarem 
menos sucesso no tratamento da SDRC. Então, ​de fato, as questões psicológicas têm muita relação com a SDCR. 
 
Fisiopatologia 
É causada por um processo multifatorial que envolve mecanismos periféricos e centrais. Esses fatores contribuem de 
maneiras diferentes em cada paciente, gerando diversidade nas apresentações clínicas. 
A fisiopatologia ainda é incerta e pouco progresso tem sido observado no entendimento dos processos que ocorrem na 
doença. 
Há autores que postulam que o fenômeno inicia seja o processo inflamatório desproporcional desencadeado após a 
lesão tecidual. 
Os componentes da resposta inflamatória como o edema, calor, rubor, eritema e a perda da função se fazem presentes 
em seguida à lesão, resultantes da liberação de mediadores químicos no local. 
A sensibilização dos nociceptores no local da lesão se estabelece por causa de mediadores inflamatórios liberados como 
bradicinina, leucotrienos, serotonina, histamina e prostaglandinas. 
Há evidências, também, de que radicais livres de oxigênio podem estar envolvidos com a patogênese da SDCR. 
Como a resposta inflamatória é local, a propagação dos sinais e sintomas para áreas distantes da lesão sugere o 
envolvimento do sistema nervoso central e periférico. 
A sensibilização central e nociceptiva periférica devido a liberação de neuropeptídeos (substância P, peptídeo 
relacionado com o gene da calcitonina) ajudam a manter a dor e a inflamação. 
Aceita-se que mudanças adaptativas ocorram no sistema nervoso central após a lesão, sejam elas agudas ou crônicas. 
Desta forma, a lesão periférica de um nervo ou outro tecido, causa alterações neuroplásticas no cérebro, podendo 
ocorrer fenômeno semelhante na medula espinhal. 
A atividade simpática central está aumentada e os nociceptores periféricos estão sensibilizados para noradrenalina (um 
neurotransmissorsimpático), essas alterações podem causar sudorese anormal e fluxo sanguíneo deficiente decorrente 
de vasoconstrição. 
Apesar de tudo, apenas alguns pacientes respondem à manipulação simpática (bloqueio simpático central ou periférico). 
 
Fatores relacionados à lesão inicial: 
➔ Aumento de citocinas inflamatórias, como interleucina 1β, substância P, osteoprotogerina, gerando 
alodínea, hiperalgesia, edema e alteração vasomotora. 
➔ Sensibilização nociceptiva central e periférica: 
No sistema nervoso central, há aumento da excitabilidade neuronal. 
No sistema nervoso periférico, ocorrem alterações nas fibras aferentes que aumentam o disparo nociceptivo para 
estímulos não dolorosos como mecânico e térmico. Isso explica dor espontânea, hiperalgesia e alodínia. 
➔ Função alterada do sistema nervoso simpático e acoplamento simpático-aferente​: 
Ocorre expressão de receptores de catecolaminas nas fibras nociceptivas, ou seja, as catecolaminas liberadas em 
resposta a dor ou estresse podem desencadear diretamente o disparo dos nociceptores, gerando dor (fenômeno 
chamado de acoplamento simpático-aferente). 
➔ Fatores inflamatórios e imunológicos: 
Estudos têm sido feitos na tentativa de associar citocinas inflamatórias, imunoglobulina G e autoanticorpos na gênese da 
patologia. 
A suposição é que a SDRC seja uma expressão da autoimunidade. 
➔ Alterações cerebrais: 
Os estudos de imagem cerebral sugerem alterações nas vias de dor e no sistema somatossensorial. 
➔ Fatores genéticos: 
Ainda são pouco conhecidos. Estão em pesquisa genes que codificam adrenoceptores e sistema HLA (antígenos 
leucocitários humanos). 
➔ Fatores psicológicos: 
Os fatores psicológicos isoladamente não geram SDRC, contudo, devido a dor e incapacidades gerados pela doença, 
cerca de 25-49% dos pacientes podem desenvolver algum transtorno de humor. 
 
Sinais e sintomas 
Os sintomas da SDRC variam muito e não seguem nenhum padrão, englobam alterações sensoriais, autonômicas focais 
(vasomotoras ou sudomotoras) e motoras. 
A dor em queimação ou contínua é o principal sintoma. Pode ser também dor em pontada, picada ou latejante. E não 
segue a distribuição de um único nervo periférico, é regional. 
Pode se agravar com alterações no meio ambiente ou estresse emocional. 
Podem ocorrer aldoínia e hiperalgesia – O membro afetado fica extremamente sensível ao toque. Mesmo o peso da 
roupa pode desencadear dor grave. A dor geralmente limita o uso de um membro pelo paciente. 
Alterações vasomotoras cutâneas na área afetada podem se apresentar, como: 
● Alterações vasomotoras cutâneas na área afetada podem se apresentar, como: 
● Coloração avermelhada, pintada/marmorizada, azulada ou pálida; 
● Temperatura aumentada ou diminuída; 
● Região dolorosa normalmente edemaciada (o que pode levar a rigidez). O edema pode ser considerável e 
localmente confinado. 
● Anormalidades sudomotoras – Pele seca ou hiperidrótica (Aumento ou diminuição do suor no membro afetado); 
Outros sintomas incluem anormalidades tróficas: 
● Pele brilhante e atrófica; 
● Unhas com rachaduras ou com excesso de crescimento; 
● Atrofia cutânea ou óssea; 
● Queda de cabelos. 
As anormalidades motoras incluem – Fraqueza, tremores, espasmo, distonia com dedos fletidos ou posição equinovara 
do pé. 
Após um tempo, os músculos do membro afetado podem enfraquecer. O controle dos movimentos pode ficar 
comprometido. 
A amplitude de movimento é geralmente limitada, causando às vezes contraturas articulares. 
Essas alterações podem variar bastante, inclusive durante um mesmo dia. 
Muitos dizem que o membro “está estranho”, ou parece maior ou menor que o membro do outro lado. 
Pessoas com SDCR podem apresentar distúrbios psicológicos (depressão, ansiedade, raiva) que são favorecidos pela 
causa pouco compreendida, ausência de terapia eficaz e evolução prolongada. Semelhante ao que ocorre em pacientes 
com dor crônica. Outros têm sentimentos negativos com relação ao membro. 
Os pacientes que sofrem da SDRC têm diminuição substancial na capacidade laboral, atividades básicas e instrumentais 
de vida diária e qualidade de vida. 
Os sintomas podem interferir na adaptação de próteses em membros amputados. 
 
 
Estágios clínicos (Categorização didática) 
Estágio 1​ – Inflamatório (2 a 6 meses) 
● Do em queimação 
● Dor difusa 
● Edema localizado 
● Hiperalgesia/ Alodinia 
● Espasmo muscular 
● Aumento de temperatura 
● Hiperemia local 
 
Estágio 2​ – Distrófico (3 a 6 meses) 
● Dor 
● Progressão do edema 
● Atrofia muscular 
● Espessamento da pele 
● Espessamento articular 
 
Estágio 3 ​– Atrófico 
● Dor 
● Limitação do movimento 
● “Ombro congelado” 
● Contratura dos dedos 
● Pele em “cera” 
● Unhas quebradiças 
 
 
 
Resumindo 
Dor​ – Incapacitante, severa, com sensação de esmagamento, queimação, martelada; 
- Alodínia e hiperalgesia (dor exacerbada) frequentes; 
- Intensifica a noite. 
Alteração trófica – Rigidez, edema, osteopenia 
- Alteração pilomotora, sudomotora; 
- Alteração da textura e coloração da pele; 
- Atrofia e crescimento anormal das unhas; 
- Desaparecimento das pregas. 
Disfunção autonômica 
- Alteração da temperatura, coloração, textura da pele; 
- Vasoconstrição ou vasodilatação; 
- Anidrose (ausência de suor) ou excesso de transpiração. 
Déficit funcional; 
Intolerância ao frio. 
 
Diagnóstico 
Não há um teste específico que confirme o diagnóstico. 
O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado nos sintomas referidos pelo paciente e no exame físico, embora alguns 
exames possam ser pedidos para excluir outros diagnósticos (exames laboratoriais e de imagem). 
Infiltrações também podem ser usadas para confirmar o diagnóstico, mas depende das suspeitas médicas no momento 
da consulta. 
O prognóstico é imprevisível e varia bastante. Pode haver remissão da SDRC, ou esta pode permanecer estável durante 
anos, em alguns pacientes, progride e dissemina-se para outras áreas do corpo. 
Porém, caso a dor seja no corpo todo, e não em um membro ou área específica, é possível que seja outra doença, como 
a ​fibromialgia​. 
 
Diagnóstico diferencial 
Devem ser excluídas as doenças reumáticas, artropatias infecciosas, celulites, lesões neurovasculares e síndromes 
compartimentais. 
O diagnóstico é clínico e deve seguir o critério estabelecido. 
https://www.reumatocare.com.br/fibromialgia.html
 
O diagnóstico é baseado nos critérios clínicos – ​Critérios diagnósticos da IASP (Critérios de Budapeste) 
➔ Diagnostica-se a CRPS quando os pacientes têm dor contínua (ou hiperestesia, alodínia) desproporcional a 
qualquer lesão tecidual original (evento causador) e quando a dor corresponde a certos critérios clínicos. 
Esses critérios incluem a existência de 1 sintoma em 3 das 4 categorias (os sinais e sintomas se sobrepõem): 
1. Sensorial ​– Relato de hiperalgesia (como sinal, ao estímulo de picada) e/ou alodinia (como sinal, em testes 
sensoriais); 
2. Vasomotor ​– Relato de assimetria de temperatura (> 1 °C como sinal) ou alterações assimétricas na coloração 
da pele; 
3. Sudomotor ou edema – Relato de alterações na transpiração, sudorese assimétrica ou edema; 
4. Motora ou trófica ​– Relato de alterações tróficas na pele, cabelo ou unhas, diminuição da amplitude de 
movimento ou disfunção motora (fraqueza, tremor e/ou distonia). 
Após o paciente relatar os sinais e sintomas, o médico deve documentar essas alterações pelo exame físico (com agulha 
para avaliar a sensibilidade, medição de temperatura e observação de edema, sudorese, vermelhidão... 
Além disso, ​não deve haver nenhuma evidência de outro distúrbio ou diagnóstico que possa justificaros 
sintomas. 
Por exemplo – Fraturas instáveis, compressão de nervos, neuropatias, vasculites. 
➔ Se outro distúrbio estiver presente, a SDRC deve ser considerada possível ou provável. 
 
Exames complementares​ servem apenas para descartar outras condições e devem ser solicitados sob suspeita. 
Dentre eles, destacam-se termografia, cintilografia óssea trifásica, bloqueio do gânglio simpático, teste do axônio 
Sudomotor, eletroneuromiografia, ressonância nuclear magnética, ultrassom doppler vascular. 
 
Alterações ósseas ​(desmineralização observada por radiografia ou absorção aumentada verificada por cintilografia 
óssea de fase tripla) podem ser detectadas e, em geral, são avaliadas apenas se o diagnóstico for duvidoso. 
Entretanto, os exames de imagem não são específicos porque também podem conter alterações após trauma em 
pacientes sem SDRC, tornando os achados inespecíficos. 
Bloqueio simpático e nervoso 
● Infusão de anestésico local próximo do gânglio estrelado. 
● Infusão de anestésico no plexo braquial 
Em um ​teste do comprometimento simpático​, um paciente recebe infusão intravenosa de soro fisiológico (placebo) ou 
fentolamina 1 mg/kg durante 10 minutos enquanto a classificação da dor é registrada, a diminuição da dor após a 
administração da fentolamina, mas não do placebo, indica dor de origem simpática. 
O ​bloqueio simpático (gânglio estrelado ou lombar)​ tem sido usado para o diagnóstico (e o tratamento). 
No entanto, resultados falso-positivos e falso-negativos são comuns, pois nem toda dor de SDRC é de manutenção 
simpática e o bloqueio nervoso também pode afetar fibras não simpáticas. 
 
Lembrando que, se o paciente tem dor neuropática, aldoínia ou hiperalgesia, e desregulação autonômica focal quando 
nenhuma outra causa é identificada, é importante pensar em SDRC. 
 
 
 
Tratamento 
É fundamental que o tratamento seja multidisciplinar, que envolva a combinação de reabilitação (fisioterapia, terapia 
ocupacional) e tratamento adequado da dor. Além disso, acompanhamento psicológico normalmente traz vários 
benefícios. 
Não há um tratamento único para todos os pacientes, mas a mobilização precoce é imprescindível. 
O principal objetivo de qualquer tratamento da SDRC é aumentar a mobilidade do membro comprometido. 
O tratamento da SDRC é complexo e geralmente insatisfatório, particularmente, se tardio. 
 
As terapias de reabilitação são muito importantes, e são mais efetivas quanto mais cedo forem iniciadas. 
O principal objetivo é o ganho de movimento e melhora da qualidade de vida. 
Nem sempre elas resolverão a dor, mas são capazes de impedir a perda de força dos músculos. 
A ​fisioterapia é essencial e inclui mobilização, fortalecimento, aumento da amplitude de movimento e reabilitação 
profissional. 
Existe uma técnica de reabilitação chamada terapia com espelhos que pode ajudar bastante na recuperação. 
Foi relatado que a ​terapia de espelho ​beneficia pacientes com SDRC tipo 1 devido à dor do membro fantasma ou AVE. 
❖ Os pacientes posicionam um grande espelho entre as pernas. 
❖ O espelho reflete a imagem do membro afetado e oculta o membro afetado (doloroso ou ausente), dando aos 
pacientes a impressão de que eles têm 2 membros normais. 
❖ Os pacientes são instruídos a mover ambos os membros enquanto observam a imagem refletida do membro 
normal se movendo. Esse exercício faz o cérebro pensar que 2 membros normais estão se movendo sem dor. 
❖ A maioria dos pacientes que fazem esse exercício por 30 min/dia durante 4 semanas relata uma redução 
substancial da dor. 
❖ O objetivo é fornecer feedback visual para o paciente de que ele não sente dor com a movimentação do 
membro. 
❖ Em resumo, a técnica busca enganar o cérebro para formar novas conexões neurais e eliminar a dor. 
 
Nenhum medicamento é específico para o tratamento da síndrome da dor complexa regional. 
Existem vários tratamentos para controle da dor, com particularidades para cada tipo de paciente. 
Os medicamentos são usados para reduzir a dor a um nível que permita a reabilitação. 
Muitos ​fármacos usados para a dor neuropática​, como antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), anticonvulsivantes 
(gabapentina e pregabalina) e corticoides, podem ser tentados, nenhum é notoriamente melhor. 
O tratamento a longo prazo com ​analgésicos opióides​ pode ser útil para determinados pacientes. 
Adesivos de lidocaína podem ser usados e bloqueios anestésicos parecem ter bons resultados. 
​Em alguns pacientes com dor de manutenção simpática, o bloqueio simpático regional alivia a dor, de forma que a 
fisioterapia se torna possível. Analgésicos orais (AINEs, opióides e vários analgésicos adjuvantes) também podem aliviar 
o suficiente a dor, de modo a permitir a reabilitação. 
Para neuromodulação, estão sendo cada vez mais usados estimuladores implantados na medula espinal. 
Estimulação do gânglio da raiz dorsal pode ter como alvo os sintomas localizados. 
Outros métodos de neuromodulação são a rápida fricção da parte afetada (estimulação contrairritante) e acupuntura. 
Sabe-se que nenhuma forma de neuromodulação é mais eficaz que outra e uma resposta insuficiente a uma forma não 
significa resposta insuficiente à outra. 
A infusão neuroaxial com opióides, anestésicos e clonidina pode ajudar e o baclofeno intratecal reduziu a distonia em 
alguns pacientes. 
A dessensibilização do membro com alodÍnia também é essencial. Esse procedimento é feito inicialmente pela aplicação 
de estímulos relativamente não irritantes (seda) e então, com o passar do tempo, aumentando para estímulos mais 
irritantes (brim). 
A dessensibilização também pode ser feita por meio de banhos de contraste térmico, nos quais o membro comprometido 
é colocado na água fria e a seguir na água morna. 
 
Resumindo 
Em suma, os 3 pilares de tratamento são: 
Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
➔ Terapia de espelho – Reorganização somatotópica; 
➔ Banho de contraste; 
➔ Técnicas de dessensibilização; 
➔ Controle de edema; 
➔ Alongamento; 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/t%C3%B3picos-especiais/reabilita%C3%A7%C3%A3o/fisioterapia-ft
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dor/tratamento-da-dor#v1033484_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dor/tratamento-da-dor#v1032990_pt
➔ Exercícios isométricos; 
➔ Condicionamento aeróbico. 
Psicoterapia 
➔ Educação sobre a doença; 
➔ Terapia cognitiva comportamental. 
➔ Técnica de relaxamento com biofeedback: 
➔ Diminuição dos impulsos emocionais → diminuição das descargas simpáticas → Controle da dor. 
➔ Terapia cognitivo comportamental 
➔ Técnicas de enfrentamento, atenção e vigília, catastrofização, atitude e controle. 
 
Manejo da dor 
➔ Corticoides orais (fase aguda); 
➔ Gabapentinóides ou antidepressivos tricíclicos e anticonvulsivantes; 
➔ Medicações em pesquisa (bifosdonados, imunossupressores, etc.); 
➔ Tratamento da dor miofascial secundária; 
➔ Técnicas intervencionistas em dor (bloqueio simpático). 
 
As estratégias terapêuticas devem ser feitas em conjunto com a equipe interdisciplinar, evoluindo o grau de intervenção 
de acordo com a necessidade. 
De acordo com a literatura, a taxa de resolução completa ou parcial chega a 70%, ocorrendo de forma lenta e gradual ao 
longo dos meses. 
  
Síndrome da dor Miofascial 
 
Conceito 
A dor miofascial, também chamada de síndrome miofascial, ​é um uma dor muscular que se manifesta quando um 
ponto específico do corpo é pressionado, sendo esse ponto conhecido como ponto de gatilho, que corresponde 
a um pequeno nódulo nos músculos que, quando palpadopode-se sentir um ressalto e resulta na dor local que 
irradia para outras partes do corpo. 
 
O termo dor miofascial é utilizado para descrever uma condição clínica específica de dor muscular regional, 
muito frequentemente associada à presença de um ou mais pontos dolorosos - pontos-gatilho​. 
A dor é profunda e mal localizada ​e podem vir associados fenômenos motores, sensoriais e autonômicos, 
justificando-se, desta maneira, a designação de síndrome miofascial. 
 
Etiologia 
É a causa mais freqüente de dor musculoesquelética, devendo sempre ser pesquisada a sua presença na avaliação das 
dores regionais orofaciais (cefaléias tensionais, dor temporomandibular), cervicais, dorsais e lombares, incluindo as 
d​ores pélvicas de origem desconhecida. 
É mais comum em indivíduos do sexo feminino, de meia-idade e com hábitos sedentários. 
Pode, no entanto, ocorrer em qualquer idade, apresentando uma maior prevalência do sexo masculino quando presente 
em idade mais avançada. 
 
Fisiopatologia 
São vários os fatores que podem levar à formação dos pontos de gatilho, podendo ser tanto devido a fatores 
psicológicos quanto a alterações do organismo ou como consequência de pancadas, além de também estarem 
fortemente relacionados com situações voltadas à atividade profissional realizada. 
Por isso, estresse, cansaço excessivo, alterações do sono e tensão, bem como postura e movimentos repetitivos podem 
levar à formação dos pontos de gatilho. Além disso, esses pontos podem ser formados devido às alterações hormonais, 
deficiências nutricionais, problemas musculares ou após realização de cirurgia, por exemplo. 
Esse tipo de dor é mais comum nas costas, ombros e pescoço. 
As causas da dor miofascial permanecem desconhecidas, tendo sido aventadas as hipóteses de uma disfunção 
muscular devido a alterações estruturais adquiridas, bem como a hipótese integrada que alia as desordens 
micro-estruturais a um fenômeno de ​sensibilização central como um ​mecanismo amplificador da dor ​(como o que 
ocorre na fibromialgia). 
A sensibilização central pode ser definida como uma ​disfunção na percepção da dor​, na qual ​o sistema nervoso 
central passa a interpretar vários estímulos, inclusive os não dolorosos, como dor – ​daí o termo amplificação. 
Dentre os fatores que modulam ou perpetuam a dor miofascial, destacam-se os mecânicos, como o ​estresse físico 
(bruxismo e má postura), e os não-mecânicos, como os ​estresses imunológico, hormonal, infeccioso e/ou 
psicológico. 
 
Sinais e sintomas 
Além da dor muscular e dos pontos-gatilho, podem estar presentes: 
➔ Diminuição da mobilidade local e fraqueza muscular (fenômenos motores); 
➔ Dormências e formigamento (fenômenos sensoriais); 
➔ Vertigens; 
➔ Urgência urinária e/ou desconforto ao urinar (fenômenos autonômicos, presentes na dor miofascial orofacial e 
pélvica, respectivamente). 
➔ São frequentes as queixas de ​alterações do sono e do humor​. 
A fibromialgia deve ser sempre lembrada no diagnóstico diferencial, não sendo incomum a coexistência de ambas as 
patologias num mesmo indivíduo. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico precoce, seguido de tratamento especializado e multidisciplinar da síndrome miofascial são os grandes 
diferenciais para se evitar a cronicidade e o consequente pior prognóstico dessa dor. 
Uma vez que são elementos centrais para o diagnóstico, ​os pontos-gatilho devem ser bem caracterizados pelas 
mãos treinadas de um especialista. 
São definidos pela ​presença de um ponto doloroso à palpação manual ​sobre uma área de músculo tenso, que 
também ​provoca uma dor percebida à distância (dor referida). 
É comum a percepção de uma contração muscular à palpação local, bem como uma reação involuntária de salto em 
retirada à dor provocada. 
Os sintomas de dor miofascial tendem a piorar com o movimento ou exercício físico, no entanto quando a lesão 
permanece por mais de 12 semanas pode surgir dor e desconforto mesmo quando a pessoa está em repouso. 
Outros sinais e sintomas de dor miofascial são: 
● Aumento da tensão no músculo dolorido (rigidez muscular); 
● Diminuição da amplitude de movimento; 
● Dor ao pressionar o ponto dolorido; 
● Pontos duros nos músculos que podem ser sentidos através de um ressalto ao pressionar toda a banda 
muscular (pontos gatilho); 
● Contração do músculo ao inserir a agulha ou realizar a palpação transversa; 
● Alívio da dor ao realizar o alongamento do músculo. 
 
 
Tratamento 
O tratamento para a dor miofascial deve possuir como objetivo o alívio da dor e do desconforto. 
O tratamento inclui estratégias de ordem multidisciplinar, dada a natureza complexa da dor. Pode ser tratada por meio 
da realização de alongamentos, fisioterapia e mudança de hábitos. 
A identificação de fatores mecânicos no ambiente de trabalho (ergonomia) é útil para a correção ou prevenção de 
elementos perpetuadores da dor. 
O bruxismo deve ser detectado e abordado por meio de exercícios para a musculatura mastigatória e pelo uso de placa 
dentária, quando esta se fizer necessária. Técnicas de terapia física, como o emprego de aerossóis, massagem e 
aplicação de calor superficial e profundo podem ser utilizadas, muito embora para estas não exista uma eficácia 
comprovada. 
O ​agulhamento dos pontos-gatilho (introdução de uma agulha num ponto doloroso identificado no músculo), a seco ou 
com injeção de substâncias anestésicas, é amplamente descrito na literatura, devendo ser sempre realizado por um 
especialista. 
A injeção de toxina botulínica merece comprovação de sua eficácia, e o uso de corticóides locais deve ser evitado por 
efeitos adversos potenciais, além de qualquer vantagem adicional demonstrável. 
A ​acupuntura​, por sua vez, apresenta​ resultados positivos. 
O tratamento medicamentoso inclui o uso de analgésicos, antiinflamatórios não-hormonais, miorrelaxantes e 
antidepressivos. A identificação de distúrbios psicológicos, tanto quanto suporte para estes, é de incontestável 
importância.

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