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24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fub… 1/27 Introdução Nesta unidade estudaremos dentro da macroeconomia: a política econômica no modelo da oferta e demanda agregada; o efeito da política �scal e monetária; os ciclos econômicos com os novos clássicos; novos keynesianos; ciclo real de negócios; rigidez de preços; poupança e consumo. O crescimento de uma economia passa pelo aumento das matérias primas ou insumos, pela mão de obra ou força de trabalho e também pelos bens de capital que são máquinas e novas tecnologias para se obter melhor qualidade e velocidade na produção. Macroeconomia II Unidade 2 - Política econômica no modelo OA-DA Autor: Daniel Morelli Revisor: Taíse Fátima Mattei Iniciar 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fub… 2/27 Os investimentos provêm do acúmulo do capital e reservas em poupança que permitem aplicar em novos meios para produção de bens e serviços. Nas políticas econômicas, os governos precisam suavizar os efeitos provocados por sua intervenção e estimular a poupança em nível nacional para obter recursos e �nanciar a produção. Com isso, torna-se fundamental promover a concorrência, fornecer bons serviços e estruturas públicas e formação pro�ssional. Vale destacar que na política econômica do Banco Central, alteram-se as taxas de juros em resposta aos desvios do produto e da in�ação com relação aos níveis desejados para atender o mercado consumidor. Neste contexto, as políticas públicas precisam considerar a oferta e demanda agregada para se estabelecer parâmetros e incentivar a expansão da economia. 1. Efeito de política fiscal e monetária Os governos utilizam a política monetária ou a �scal para regular a economia no curto e longo prazo. No curto prazo, essa regulação é efetuada por meio da política monetária. Essas são as duas principais ferramentas de política macroeconômica que o governo recorre para tentar manter a economia em crescimento com uma taxa estável e 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fub… 3/27 in�ação em baixa. Também são utilizadas como ferramentas de política para que os governos busquem encurtar as recessões, como exemplo as que ocorreram entre 2007 a 2009, e evitar a falta de controle. O impacto inicial da política �scal ocorre no mercado de bens, e o da política monetária, nos mercados de ativos. Todavia, como esses mercados são interligados, essas políticas produzem efeitos sobre o nível de produtos e as taxas de juros. No Brasil, o BACEN (Banco Central) faz a estabilização da economia com as alterações de taxas de juros, compulsório bancário e outras ações de acordo com as oscilações de um determinado período. Ao �xar as taxas de juros, o BACEN tem como base a situação econômica atual, mas utiliza uma regra pré-estabelecida de política monetária. Taylor com sua regra geral traz o formato para a política monetária, a saber: it=2+πt+0,5(πt-π*)+0,5(100xYt-Yt*)/Yt* Sendo que π* é a meta da taxa de in�ação do BACEN e a constante “2”aproxima a taxa de juros real média de longo prazo. πt é a taxa anual de in�ação esperada, Yt é o PIB e Yt* o PIB potencial. Como exemplo, tem-se que para atingir a meta de in�ação de 2%, a pleno emprego, o BACEN poderia �xar a taxa de juros nominal em 4%. No mesmo sentido, caso a in�ação esteja em torno de 5%, com uma meta de 2%, enquanto o PIB está de�nido em 1% acima do potencial, a regra de Taylor orientaria o BACEN à �xar a taxa de juros nominal em 9% ou seja: (2 + 5 + 0,5 [5 – 2] + 0,5 × 1) = 9 Essa regra traz a informação de que se a in�ação subir 1 ponto percentual acima da meta, o BACEN deveria contrapor-se a esse aumento por meio da elevação das taxas de juros em 1,5 ponto. Como exemplo tem-se, (2 + 6 + 0,5 [6 - 2 ] + 0,5 x 1) = 10,5 No caso do hiato do PIB aumentar 1%, as taxas de juros se elevam em 0,5%. Como exemplo tem-se, (2 + 6 + 0,5 [6 – 2] + 0,5 × 2) = 11 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fub… 4/27 Taylor argumentou que essa regra é uma regra de bolso muito boa e próxima do que o BACEN efetuou. Dentro deste contexto, na realimentação positiva, a taxa de juros nominal, i, é a mesma que a taxa de juros real somada à in�ação. Aumentando os juros nominais acima da in�ação, a regra de Taylor eleva as taxas de juros reais e desaquece a economia após o aumento da in�ação. Os bancos centrais precisam tomar decisões e a regra que é utilizada na sua política monetária auxilia para obter melhor assertividade. As taxas de juros são �xadas para direcionar a economia mas, é preciso que seja tomada a decisão dentro de um formato para regra de política monetária conforme Dornbusch, 2018, p. 181): it= r*+πt+α(πt–π*)+β(100xYt–Yt*) / Yt* Uma alteração em α , re�ete que o BACEN compreende que o objetivo adequado para o longo prazo deveria ser o controle da in�ação. Essa regra concentra esforços na escolha da meta de in�ação atual e futura e as tendências como são observadas nas divulgações do BACEN e β sendo igual a 0, é considerado meta de in�ação pura. A taxa de juros real natural é r* e corresponde à taxa de juros real caso a economia estivesse em equilíbrio com taxa natural de desemprego ou o PIB potencial, Yt*. O BACEN tem como meta para in�ação o π* e se α e β forem grandes, então, a regra de política monetária direcionaria ações para combater o excesso de in�ação e a expansão econômica. Caso α seja maior em relação a β , a autoridade monetária terá uma resposta mais contundente para in�ação em relação ao nível da atividade econômica. Na situação em que β=0 , é apresentada a meta de in�ação pura, ou seja, o índice pelo qual espera-se que a in�ação feche em determinado período, por exemplo, de um ano. Perceba que a medida da atividade econômica é o hiato do produto. O BACEN manipula essa regra por meio das taxas de juros com a �nalidade de estabilizar o produto em torno do seu potencial. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fub… 5/27 As taxas de juros menores possibilitam um investimento e gasto maiores em alguns tipos de consumo e consequentemente aumentam a demanda agregada. Neste sentido, a política monetária ao operar no mercado, faz deslocar a demanda agregada com pouca ou nenhuma in�uência sobre a oferta agregada. No geral, o BACEN de�ne a política de curto prazo com dois objetivos que são manter a atividade econômica alta e segurar a in�ação em baixa. Existe um con�ito entre esses objetivos na medida em que um aumento da demanda agregada faz a atividade econômica crescer e, ao mesmo tempo, a in�ação �ca mais alta. Neste contexto, há um con�ito entre as preferências do banco central e do público, bem como suas capacidades. Em casos excepcionais com taxas de in�ação muito altas, a expansão da atividade econômica aumenta o bem-estar sem preocupar-se com o controle da in�ação. Com isso, há uma tendência de se enfatizar a expansão da atividade econômica em detrimento do controle da in�ação. Em outro sentido, no longo prazo, o BACEN poderá segurar a in�ação de forma muito efetiva, mas o PIB terá um aumento relativamente pequeno. O que motiva isso é que a curva de oferta agregada de longo prazo é vertical e as políticas do banco central deslocam a curva de demanda agregada para cima ou para baixo ao longo da curva de oferta agregada, modi�cando os preços, mas não o produto. A curva de oferta agregada no curto prazo é horizontal mostrando que o banco central poderá dar estímulos à atividade econômica temporariamente comcerteza de que haverá o aparecimento de preços mais altos num futuro. Para aliviar as tensões no mercado, bem como suavizar os objetivos das políticas econômicas, os bancos centrais têm alterado seus objetivos de política econômica de duas formas, a saber: Concentrar-se na estabilização da atividade econômica com um objetivo sustentável, em substituição de uma atividade econômica crescente. A �nalidade do produto é manter-se próximo do PIB potencial ou da taxa natural de desemprego. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fub… 6/27 Concentrar-se nas metas de in�ação, e, dessa forma todo o trabalho é direcionado para atingir a meta de in�ação baixa e consistente com pouco enfoque no produto. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (COPOM) se reúne oito vezes ao ano e a cada 45 dias, tendo os encontros duração de dois dias, visando a de�nição da taxa de juros do mercado. O BACEN busca não surpreender os mercados, de modo que envia antecipadamente sinais da trajetória futura e provável das taxas de juros. Nas reuniões são enfatizadas a necessidade de se aumentar a transparência para o mercado e investidores visando a maior estabilidade da economia. O BACEN �xa a taxa de juros ao oferecer e comprar letras ou títulos do tesouro para controlar a taxa de juros. Para se efetivar essa operação, o BACEN emite moeda "eletrônica" e, como consequência, uma redução das taxas de juros re�ete num aumento de moeda. Pelo viés econômico, a maior oferta de moeda conduz a preços mais altos e desloca a curva LM para direita. Figura 1 - Ilustração da taxa de juros em queda. Fonte: Istock Photo, 2020. #PraCegoVer : imagem demonstrando como conforme aumenta-se a taxa de juros menor é o valor de uma moeda. Por outro lado, as taxas de juros mais altas elevam o custo de oportunidade para comprar bens duráveis para investimento ou consumo e com isso, reduzem a demanda agregada. Com isso, caso o BACEN aumente as taxas de juros por meio de 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fub… 7/27 uma política monetária mais restritiva, a curva DA se deslocará para a esquerda. Como é percebido, as taxas de juros mais altas diminuem os preços e reduzem a atividade econômica. Em sentido contrário, as taxas de juros mais baixas estimulam a atividade econômica e conduzem a preços elevados. Para estimular a economia, o Banco Central do país diminui as taxas de juros por meio de uma oferta de moeda maior. No caso da política �scal, seu efeito é reduzido por meio do efeito do deslocamento com os gastos governamentais elevados aumentando as taxas de juros, reduzindo os investimentos e fazendo a compensação parcial da expansão da demanda agregada. Comparando-se, no caso de uma armadilha de liquidez, a curva LM é horizontal, a política �scal tem força máxima e a monetária se torna ine�caz. Para o caso clássico, a curva LM é vertical, a política �scal não faz efeito e a monetária possui força máxima. Figura 2 - ilustração da curva IS/LM. Fonte: Google, 2020. #PraCegoVer : grá�co (i;Y) que ilustra a reta LM, formada pelos pontos a partir dos valores (i1;Y1) e (i2;Y2) no grá�co. Transversal à LM e tendo como ponto os valores informados, cruza-se as retas IS1 e IS2. Uma política �scal expansionista deslocará a curva IS para a direita, fazendo com que a renda e as taxas de juros aumentem. Em se tratando de uma política �scal contracionista, a curva IS se deslocará à esquerda, reduzindo a renda e as taxas de juros. Caso ocorram variações nos gastos do governo e os impostos afetem o nível de renda, a política �scal poderá ser utilizada para estabilizar a economia. Mas, se a economia está em recessão ou com crescimento lento, sugere-se que se efetue uma redução nos impostos ou aumento dos gastos para elevar o produto. Contudo, quando há crescimento da economia, há possibilidade de se aumentar os impostos ou redução do gasto público para conduzir ao pleno emprego. A política �scal é utilizada constantemente para estabilizar as economias dos países como no caso de crises que ocorreram nos anos de 2009. Supondo que o governo 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fub… 8/27 faça um estímulo ao gasto interno via aumento das compras governamentais ou redução de impostos, esse tipo de política expansionista aumenta o gasto planejado e desloca a curva IS para direita. Essa situação trará um resultado que será a valorização da taxa de câmbio para um mesmo nível de renda. A curva LM tradicional representada pela equação M/P=L(r, Y), e junto com uma linha horizontal que representa a taxa de juros internacional r, tem uma interseção destas curvas que de�nem o nível de renda sem depender da taxa de câmbio. No grá�co (b), a curva LM é vertical (MANKIW, 2018, p. 256). Figura 3 - Condição de equilíbrio do mercado monetário. Fonte: Mankiw, 2018, p. 256. #PraCegoVer : grá�co r (taxa de juros); Y (renda, produção), LM é uma reta crescente. Grá�co e (taxa de câmbio); Y (renda, produção), LM determina o nível de renda e está em 90º. O modelo Mundell-Fleming representa o mercado monetário por meio de uma equação a partir do modelo IS-LM: M/P = L(r, Y). Nessa equação, enuncia-se que a oferta de encaixes monetários reais, M/P , é igual à demanda, L(r, Y) . A demanda por encaixes reais depende negativamente da taxa de juros e positivamente da renda, Y . A oferta monetária, M , é uma variável exógena controlada pelo banco central, e quando modelo Mundell-Fleming é projetado, tem como objetivo analisar as oscilações de curto prazo e pressupõe-se que o nível de preços, P, é determinado de maneira exógena. Veri�ca-se que a interseção entre essas curvas mostra o nível de renda e a taxa de câmbio que satisfazem a condição de equilíbrio no mercado de bens e monetário. No modelo Mundell-Fleming é demonstrado gra�camente a condição de equilíbrio para o mercado de bens IS e o equilíbrio para o mercado monetário LM conforme a �gura 4. Figura 4 – Equilíbrio mercado mobiliário. Fonte: Mankiw, 2018, p. 257. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fub… 9/27 2. Ciclos econômicos, novos clássicos e ciclo real de negócios Os ciclos econômicos são vistos como um fenômeno que ocorre de tempos em tempos, sendo extremamente importante para as economias dos países. As �utuações econômicas apresentam-se com recorrência e se tornaram um problema para economistas e quem formula as políticas econômicas. Por exemplo, se o PIB real de um país cresce à taxa média de 4% ao ano, essa situação no longo prazo poderá ocultar o crescimento de forma uniforme em uma economia. #PraCegoVer : retas LM x IS no grá�co e (taxa de câmbio); Y (renda, produção). A curva IS vai de uma taxa de câmbio maior a uma menor aumentando a renda ou produção. LM está em 90º. A política �scal exerce efeitos diferentes em uma economia aberta de pequeno porte quando comparada com uma economia fechada. Para o modelo IS-LM em economias fechadas, se houver uma expansão �scal, haverá crescimento da renda. Em uma economia aberta com pequeno porte e uma taxa de câmbio �utuante, a expansão �scal deixará a renda no mesmo nível. A diferença, é que a curva LM∗ é vertical, enquanto a curva LM utilizada no estudo da economia fechada, apresenta inclinação ascendente. Nas economias fechadas e abertas, a quantidade monetária real ofertada, M/P, é estabelecida pelo banco central que determinará M por meio de preços rígidos que �xará P. A quantidade demandada que é determinada por r e Y, precisa ser igual a essa oferta �xada e esses dois efeitos em conjunto mantêm o equilíbrio do mercado monetário.24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 10/27 Via de regra, ocorrem crescimentos mais altos em alguns anos se comparados aos outros, Em algumas situações, as economias podem perder seu equilíbrio, e o crescimento acabar por apresentar resultados negativos. As �utuações do produto total são associadas às �utuações no nível de emprego. Quando alguma economia tem um período em que a produção decresce e o desemprego cresce, diz-se que está em recessão. A recessão pela qual nosso país passou recentemente iniciou-se nos anos de 2007. Como exemplo, tem-se o período do terceiro trimestre de 2007 até o terceiro trimestre de 2008, os quais a produção de bens e serviços �cou �xa em desacordo com seu crescimento normal. A partir do quarto trimestre de 2008, e no primeiro trimestre de 2009, o PIB real apresentou queda forte. A taxa de desemprego da época saltou de 4,7% em novembro de 2007 para 10,1% em outubro de 2009. O período de recessão se �nalizou em junho de 2009, a partir dos dados apresentados indicando crescimento positivo com recuperação fraca mantendo a taxa de desemprego alta (MANKIW, 2018, p. 195). A essas situações vivenciadas pelos países com as �utuações de curto prazo na produção e emprego denomina-se de ciclos econômicos com �utuações econômicas sem previsibilidade. As recessões vivenciadas são irregulares e habituais. Dependendo das condições econômicas, podem ocorrer com maior proximidade umas das outras. Em outras situações, ocorrem com maior distanciamento das outras. Os eventos dos ciclos econômicos despertaram vários questionamentos sobre o que causa as �utuações no curto prazo e qual modelo explicaria isso. Os formuladores de políticas econômicas poderiam evitar as recessões se atuassem com antecipação de cenários para debater as possibilidades e ações necessárias. As análises dos ciclos econômicos têm como base o PIB que mede o total dos gastos e é o validador com maior abrangência numa economia. A �gura 5, ilustra a variação do PIB nos EUA, a partir dos anos de 1970 até 2010 conforme Mankiw, (2018, p. 195). 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 11/27 Figura 5 - PIB dos EUA. Fonte: Fonte: Mankiw, 2018, p. 195. #PraCegoVer : grá�co (ano; variação percentual a partir de 4 trimestres anteriores) demonstra as �utuações da taxa de crescimento médio e a do PIB real, mostrando que sempre oscilam. Na linha horizontal é possível veri�car a taxa média de crescimento correspondente a 3% ao ano neste período. Nota-se que o crescimento econômico não é uniforme e que em alguns anos é negativo. As áreas com sombreamento indicam os períodos de recessão. Por exemplo, nos Estados Unidos, quem determina o início e �m das recessões é o National Bureau of Economic Research (NBER). No caso do Cycle Dating Committee do NBER, a data de início das recessões é de�nida e denominada de pico do ciclo econômico, e a data do seu término, o ponto mais profundo de um ciclo econômico. Em algumas situações o declínio na atividade econômica não é tratado como uma recessão devido a recuperação ocorrer no curto prazo. A recessão é caracterizada por um período de dois trimestres com o PIB real decrescendo. Contudo, é possível em um ano a ocorrência de se ter dois trimestres de PIB negativo alternadamente o que não con�gura uma recessão. Durante uma recessão, os investimentos são mais voláteis, ou seja, alteram-se constantemente em relação ao ciclo econômico. Numa recessão, o consumo das famílias diminui e o das empresas, setores como a construção civil e gastos em estoques �cam menores. No mercado de trabalho, o ciclo econômico quando está em recessão tem uma diminuição com o fechamento de vagas e dispensa de colaboradores. Neste momento, é mais difícil encontrar emprego. A lei de Okun apresenta a relação negativa entre desemprego e PIB, a qual descreve que trabalhadores empregados contribuem para produção de bens e serviços enquanto os desempregados não, e que deveriam ser associados a decréscimos no PIB real. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 12/27 O cálculo para isso seria a partir do exemplo em que, se a taxa de desemprego se manter inalterada, com aumento de 3% do PIB real, e crescimento da produção de bens e serviços, acumulação do capital e novas tecnologias, para cada ponto percentual de aumento da taxa de desemprego, o crescimento do PIB real teria uma queda de 2%. Com isso, a taxa de desemprego aumentaria de 5 para 7% e o crescimento do PIB real seria: Variação Percentual no PIB Real = 3% − 2 × (7% − 5%) = − 1%. A leitura que se tem por meio da lei de Okun é que a economia está em recessão de 1%. Para se prever e efetuar as análises , os economistas utilizam indicadores que oscilam mas que são necessários para monitorar a economia, são estes: Média de horas trabalhadas por semana no setor de manufatura; Média das solicitações de seguro desemprego; Pedidos de bens e materiais de consumo; Pedidos de bens de capital que não sejam material bélico; Índice de entregas de fornecedores; Emissão de novos alvarás para construção de imóveis; Índice de preços de ações em baixa; Oferta monetária com maior quantidade de moeda; Taxa de juros diferente para títulos do tesouro no curto e longo prazos; Índice de expectativas dos consumidores; Esses índices contribuem para as previsões, mas não são precisos para o futuro, devido às �utuações econômicas de curto prazo que são imprevisíveis. A teoria do ciclo real de negócios, descreve que as oscilações econômicas podem ser explicadas por meio das mudanças reais na economia como novas tecnologias sem qualquer participação de variáveis nominais como da oferta monetária. É constituída de modelos macroeconômicos com �utuações no ciclo dos negócios atribuídos a choques reais. Desenvolveu-se a partir da teoria novo-clássica que evoluiu da economia clássica. Considera recessões e períodos de crescimento na economia como resposta para as mudanças na economia real. Neste contexto, os ciclos de 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 13/27 negócios são reais e não apresentam as falhas nos mercados como recessões que ocorrem. Robert Solow teve como objetivo auxiliar e lançar forças para determinar o progresso tecnológico e o crescimento econômico a longo prazo criando um resíduo para isso. Contudo, Edward Prescott visualizou o resíduo como um indicador para mudanças tecnológicas em períodos curtos. Neste sentido, relatou que as oscilações na tecnologia são uma das principais fontes de mudanças no curto prazo para a atividade econômica. A �gura 6 mostra o resíduo de Solow e o crescimento da produção nos Estados Unidos durante os anos de 1960 a 2010. Figura 6 - Crescimento da produção nos Estados Unidos durante os anos de 1960 a 2010. Fonte: Mankiw, (2018, p. 191). #PraCegoVer : grá�co (percentual por ano; ano) com uma onda cheia de oscilações. As cristas representam aumentos na produção, enquanto as decrescentes o chamado “resíduo de Solow”. Pode-se veri�car que, com essas �utuações no curto prazo, a tecnologia nos anos de 1982 piorou e teve sua melhora nos anos de 1984. Dentro deste contexto, nos anos em que o nível de produção tem queda, a tecnologia sofre retrocesso. Isso seria impulsionado por choques na tecnologia. Tendo como hipótese que os choques de tecnologia são a força propulsora para as �utuações no curto prazo, e que as políticas monetárias não explicam essas �utuações, isso permite ter uma base para constituir um alicerce na abordagem conhecida como ciclo real de negócios. Todavia, a explicaçãopadronizada para o ciclo do resíduo de Solow é que o resultado traz dois problemas, a saber: Durante as recessões, as empresas continuam a empregar trabalhadores que necessitam para quando houver retomada na economia e conhecido como reserva de mão de obra; Com a demanda baixa, as empresas podem produzir bens que não são facilmente mensurados e os colaboradores limpam fábricas, organizam 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 14/27 estoques, recebem treinamentos dentre outras tarefas, subestimando a produção nesses períodos de recessão. Veri�cou-se que há divergência de visões entre economistas chamados de novos clássicos em relação a outras escolas de pensamento, mas a �nalidade foi contribuir para desenvolver modelos que auxiliem no entendimento dos ciclos econômicos. 3. Novos Keynesianos e rigidez de preços Os ajustes nos mercados ocorrem por meio do equilíbrio das quantidades ofertadas e das quantidades demandadas. Os mercados, via de regra, estão em equilíbrio devido ao preço de um bem ou serviço ser posicionado no ponto em que as curvas de oferta e demanda se encontrem. Há vários mercados em que isso ocorre e que visualizamos diariamente tais como automóveis, eletroeletrônicos dentre outros. Contudo, para que se tenha os ajustes contínuos nos mercados, é necessário que os preços estejam alinhados às alterações que ocorrem na oferta e demanda de acordo com os ajustes de salários. Para que se possa suavizar os impactos das alterações, torna-se necessário que se estabeleça os valores dos preços e salários por períodos de dois anos ou maiores, o que possibilita a manutenção de preços. Entretanto, na realidade, embora se tenha o pressuposto de que os salários e os preços sejam �exíveis, em alguns setores da economia eles são rígidos. Isso não signi�ca que qualquer modelo de ajustes adotado será invalidado. Os custos de produção se alteram, o que faz com que re�itam na composição do valor �nal de um bem. Neste sentido, os macroeconomistas estão certos de que a �exibilidade dos preços é uma premissa para analisar o longo prazo e veri�car o crescimento do PIB real. No curto prazo, é utilizada com menor frequência o que conduz a utilização de premissas em que a rigidez de preços no curto prazo é mais e�ciente para se estudar o comportamento da economia. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 15/27 O modelo de preços rígidos é de�nido como a curva da oferta agregada de curto prazo e com sua inclinação sendo ascendente. Enfatiza que não há ajustes imediatos de preços pelas empresas diante de um aumento ou variações na demanda. Há casos em que as empresas optam por manter seus preços constantes evitando criar um desconforto em seus clientes e na expectativa de que a demanda diminua e não seja necessário implementar aumentos constantes. Em longo prazo, quando há contratos estipulados, os preços têm correção considerada normal e que não afetam o relacionamento com seus clientes. Dependendo de como os mercados forem estruturados, há preços que se mantêm rígidos como no caso de produtos vendidos via catálogos. Atualmente, as empresas efetuam essas correções com maior frequência porque os catálogos são eletrônicos. Todavia, nos casos em que os salários sejam rígidos, os preços serão rígidos devido a ter como base para formação dos preços, os custos de produção e situações jurídicas que demandam tempo. Para se explicar a curva de oferta agregada e sua inclinação ascendente é preciso desenvolver e estipular uma forma para comunicar os preços como rígidos. No caso de empresas individuais, na determinação de preços é preciso descartar momentaneamente o pressuposto da concorrência perfeita na economia. Neste caso, as empresas são seguidoras de preços mas não estipulam os níveis de preços a serem praticados. Pode-se considerar que as empresas possuam controles em forma de monopólios para de�nir os preços que são cobrados diferentemente de uma empresa comum que tem outro tipo de decisão sobre a determinação dos preços que serão cobrados. As variáveis macroeconômicas para um preço, p, desejado de uma empresa dependerá conforme Mankiw (2018, p. 283): Nível geral de preços, sendo que um nível geral mais elevado traz a informação de que os custos são mais altos e consequentemente cobrará preços mais altos 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 16/27 por seu produto. Nível de renda agregada Y, que se for mais alto, aumenta a demanda por um produto e seu custo marginal aumenta em níveis mais altos de produção, ou seja, quanto maior a demanda, maior o preço que a empresa deseja por seus produtos. O preço desejado pela empresa é descrito da seguinte forma: p = P + a(Y –ȳ) Nessa equação é a�rmado que o preço desejado, p, dependerá do nível geral, P, e do produto agregado em relação ao nível natural, Y – ȳ. O parâmetro α (> zero), mede o montante no qual o preço desejado reage ao nível de produto agregado. Supondo que existam dois tipos diferentes de empresas e algumas possuem preços �exíveis, elas utilizam essa equação para de�nir os preços. Em outros casos em que se têm preços rígidos, estes são anunciados de forma antecipada e alinhada às condições econômicas que são esperadas em determinado mercado. Os preços estabelecidos por empresas que utilizam o conceito de preços rígidos, estão de acordo com: p = EP + a(EY – Eȳ) Aqui E , representa o valor esperado para uma determinada variável, ou seja, a produção em nível natural de forma que o último termo, α(EY–Eȳ) , será igual a zero. Com isso, é estabelecido o preço da seguinte forma: p = EP Para melhor compreensão, as empresas que atuam com preços rígidos, de�nem os preços com base no que outras empresas do mesmo ramo ou segmento irão cobrar, ou seja, com base em seus concorrentes. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 17/27 Como forma de encontrar o nível geral de preços em uma economia, pode-se utilizar as regras para se de�nir os preços em dois grupos de empresas, derivando a equação da oferta agregada o que será a média ponderada do que foi estabelecido por esses grupos. Sendo s, a fração de empresas que se utilizam de preços rígidos, e 1–s, a fração com os preços sendo �exíveis, o nível geral será: P = sEP + (1 – s)[ P+ a(Y–ȳ)]. Esse termo utilizado como primeiro corresponde ao preço das empresas com preços rígidos e que são ponderados com base nas frações na economia. O segundo termo, corresponde ao preço das empresas que se utilizam dos preços �exíveis ponderados e com base em suas respectivas frações. Na sequência, subtraia (1–s)P nos dois lados da equação e se obtém: sP = sEP + (1 –s)[a(Y – Y–)] Agora, divida os dois lados por s, para obter a fórmula do nível geral de preços, a saber: P = EP + [(1–s) a/s](Y–ȳ) Explicam-se os dois termos contidos nesta equação, a saber: Na expectativa de níveis de preços altos, os custos são altos e as empresas �xam seus preços com certa antecedência e com patamares mais elevados, conduzindo outras empresas a estabelecerem preços mais altos e o nível de preços esperado, EP, acarretando alto nível de preços reais, P, independente do número de empresas que tenham preços �xos. Ao se ter um nível de produção alto, a demanda por bens será alta, e as empresas com preços �exíveis de�nirão os preços em patamares altos resultando em preços altos. Os preços rígidos dependerão da proporção de empresas e seu nível de produção. Se o número de empresas com preços 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu…18/27 rígidos for grande, menor será o nível de preços que responderá ao nível da atividade econômica. Com isso, tem-se que o nível geral dos preços dependerá do nível de preços que se espera obter e do nível de produção. De forma simples, é possível conhecer a equação para se de�nir os preços agregados, a saber: Y = ȳ + α(P–EP) Nesta fórmula, tem-se que α = s/[(1 – s) a] e o modelo de preços rígidos mostra o desvio que há no nível de produção com relação ao nível natural e certo de que está associado ao desvio do nível de preços em relação ao nível de preços que se espera em um determinado mercado. Os novos Keynesianos como N. Gregory Mankiw e Paul Krugman são uma resposta à nova Economia Clássica e fazem críticas às políticas utilizadas pelos Keynesianos que defendiam o dé�cit orçamentário e taxas de juros relativamente baixas, sem importar-se com problemas estruturais. Por meio da utilização da lei da oferta e procura, os novos Keynesianos a�rmam que não acreditam que haverá equilíbrio nos mercados. A�rmam que no curto prazo, a política �scal e monetária resolve os problemas no mercado, e a utilização da rigidez nos preços e salários. Neste sentido, dizem haver imperfeições no mercado de crédito devido às atitudes dos bancos em exigir altas taxas de juros ou di�cultar o acesso aos empréstimos exigindo muitas garantias aos tomadores de recursos. Teste seus conhecimentos ( Atividade não pontuada ) No longo prazo, o BACEN poderá segurar a in�ação de forma muito efetiva mas, o PIB terá um aumento relativamente pequeno sendo motivado pela curva de oferta agregada de longo prazo que é vertical e também das políticas que 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 19/27 deslocam a curva de demanda agregada para cima e para baixo ao longo da curva de oferta agregada e modi�cando os preços, mas não o produto. A curva de oferta agregada no curto prazo é horizontal mostrando que o banco central poderá dar estímulos à atividade econômica temporariamente com certeza de que haverá o aparecimento de preços mais altos num futuro. Para aliviar as tensões bem como suavizar os objetivos das políticas econômicas, os bancos centrais têm alterado seus objetivos de política econômica de duas formas, a saber: i. ( ) Concentrar-se na estabilização da atividade econômica com objetivo sustentável, em substituição a uma atividade econômica crescente; ii. ( ) A �nalidade do produto é manter-se próximo do PIB potencial ou da taxa natural de desemprego; iii. ( ) Alteraram para metas de in�ação, e dessa forma todo o trabalho é direcionado para atingir a meta baixa e consistente; iv. ( ) Concentram-se em estabilizar a atividade econômica mas, sem de�nir o modelo para que seja sustentável e crescente; v. ( ) O trabalho é direcionado para atingir a meta de in�ação independente de sua consistência ou sustentabilidade. Agora assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a. V,V,V,F,F b. F,V,F,V,V c. V,F,V,F,V d. F,F,F,V,V e. V,V,F,V,V Resposta 4. Macroeconomia intertemporal, consumo e 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 20/27 poupança A teoria econômica denominada intertemporal, ou do consumo, busca explicar as preferências dos indivíduos com relação à consumir ou guardar recursos ao longo da vida. Sugerem que o consumo tem como base uma renda que seria vitalícia em substituição a outro tipo de renda. Com isso, ao aposentar-se, as pessoas viveriam do que economizaram evitando consumir produtos e bens desnecessários, ou seja, proporcional ao que dispõe para gastar. É importante destacar que durante os períodos em que a renda está mais alta, as pessoas tendem a gastar ou consumir excessivamente o que poderá re�etir em sérias consequências no �nal de suas vidas. Ao comprar bens e serviços, consome-se algo que foi produzido e disponibilizado para ser adquirido como roupas, alimentos ou ir a um cinema, o que signi�ca uma parcela do total da economia. O conjunto das formas de consumo somam aproximadamente dois terços do PIB em um país. Os estudiosos da macroeconomia estudam e acompanham as decisões de consumo das famílias para apurar seus hábitos. As pessoas recebem recursos provenientes do seu trabalho e em alguns casos do resultado do seu capital investido, desconta os impostos a pagar, e decidem onde e quanto consumir, bem como se pouparão ou não a renda que sobra em um período de tempo. A renda que as famílias recebem é igual ao produto da economia denominado como Y. Com isso, o governo efetua a tributação em um montante T. De�ni-se como renda disponível a sobra, após o pagamento de todos os impostos, Y – T. A partir deste contexto, as famílias decidem como dividir sua renda entre o que pretendem consumir e o que pretendem poupar. Diante do exposto, o nível de consumo dependerá diretamente do nível de renda que se tem disponível para gastar com bens e serviços. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 21/27 Com isso, tem-se a seguinte equação, a saber: C = c(Y – T) Nessa equação, o consumo é uma função da renda disponível e essa relação entre consumo e renda disponível é denominada de função consumo conforme Mankiw, 2018. Existe a propensão marginal a consumir (PMgC), que é o montante no qual o consumo tem modi�cações caso a renda disponível aumente na moeda vigente. A relação de uma unidade adicional de moeda faz aumentar o consumo de acordo com a PMgC que �ca entre zero e 1. Caso as famílias obtenham um adicional de moeda sendo como renda, poupam para imprevistos futuros. Acaso a PMgC fosse igual a 0,7, as famílias gastariam na aquisição de bens e serviços um total de 70 centavos de unidade adicional que tenham de moeda e pouparam 30 centavos. A �gura 7 ilustra a função consumo com sua inclinação e que traz o aumento da renda disponível por meio do consumo em unidades monetárias representado pela PMgC. Figura 7 - Função consumo. Fonte: Mankiw, (2018, p. 46). #PraCegoVer : grá�co C (consumo); Y-T (Renda Disponível). A curva é reta e crescente, tratando-se da função consumo. Se forma-se um triângulo em que a curva é a hipotenusa, teremos sua base de valor 1 e o lado lateral é PMgC As famílias e as empresas adquirem bens que são uma forma de investimentos com a �nalidade de aumentar suas reservas de recursos ou mesmo substituir algum recurso que julguem não ser vantajoso por outro com melhor resultado. A taxa de juros e sua atratividade são o que de�nem e mensuram o custo dos recursos utilizados para �nanciar seus investimentos. Para se ter um bom resultado, é preciso que o custo precise ser superado em relação a receita que se receberia de uma produção maior dos bens e serviços. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 22/27 O consumo origina a demanda pelo que é produzido em uma economia somados aos investimentos e compras do governo. Isso dependerá do nível de renda que está disponível, da taxa de juros real e impostos cobrados. Para melhor análise, veri�ca-se que os fatores de produção e a função produção de�nem a quantidade do que será ofertado na economia conforme a seguinte fórmula, a saber: Efetuando-se a combinação dessas equações que descrevem a oferta e demanda da produção em uma economia, com a substituição da função consumo e de investimentos tem-se: Y = C(Y – T) + I(r) + G As variáveis G e T estão de�nidas por meio de uma política do governo e o nível de produção, Y, por fatores de produção, então temos que: Nessa equação apresenta-se que a oferta de produção de uma economia é idêntica à demanda correspondendoà soma do consumo, investimento e as compras efetuadas por um governo. A taxa de juros, r, é a variável que não está de�nida na equação apresentada devido a ter um papel essencial de ajustar e garantir que a demanda por bens e serviços seja igual ao que é ofertado. O investimento depende da taxa de juros e quanto mais alta for a taxa, mais baixo será o nível esperado para se investir, o que traz menor demanda por bens e serviços, ou seja, C + I + G. Em caso da taxa de juros ser muito alta, o investimento será muito baixo, conduzindo a demanda por determinado produto manter-se aquém da oferta. Em sentido contrário, caso a taxa de juros seja muito baixa, o investimento será elevado e a demanda excederá a oferta. Com a taxa de juros em equilíbrio, a demanda por bens e serviços será igual à oferta. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 23/27 Considerando que a taxa de juros é o custo para se emprestar e o que se espera em termos de retorno por conceder os empréstimos, pode-se raciocinar em termos de mercado �nanceiro. Para fazer esta analogia torna-se necessário escrever a identidade das contas nacionais da seguinte forma: Y – C – G = I O termo Y – C – G é resultado do produto que permanece após as demandas de consumidores e do governo serem atendidas e é chamada de poupança nacional ou poupança representada por (S). Dessa forma, a identidade das contas nacionais mostra que a poupança é idêntica ao investimento, mas precisa ser dividida em partes para sua melhor compreensão. Com isso, tem-se quefazer a divisão da poupança nacional em duas partes com uma apresentando a privada e a outra o governo e utilizando-se a seguinte fórmula a seguir: S = (Y – T – C) + (T – G) = I Neste caso, o termo (Y – T – C) corresponde à renda que está disponível deduzindo- se o consumo que é a poupança privada. O termo (T – G) corresponde à receita que o governo obtém deduzindo-se sua despesa e é de�nida como poupança pública. Nos casos em que os gastos que o governo efetua supere sua receita, tem-se um dé�cit no orçamento e a poupança pública será negativa. Destaca-se que a poupança nacional provém da soma da poupança privada e pública. Inserindo a função consumo e do investimento na identidade das contas nacionais, tem-se a condução dos mercados por meio da taxa de juros ao equilíbrio com o uso da seguinte fórmula: Y – C (Y – T )– G = I ( r ) 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 24/27 Observe que G e T são de�nidos com base na política econômica, e Y com base nos fatores de produção e função de produção, a saber: No lado esquerdo, a equação mostra que a poupança nacional depende da renda, Y, e de variáveis da política �scal G e T. Caso se tenham valores �xos para Y, G e T, a poupança nacional, S, será �xa. No lado direito dessa equação, está demonstrado que o investimento dependerá da taxa de juros. A �gura 8 apresenta gra�camente a poupança e investimentos como funções da taxa de juros. A Figura 8 apresenta gra�camente a poupança e investimentos comofunções da taxa de juros. Figura 8 - Poupança e investimento. Fonte: Mankiw, (2018, p. 50). #PraCegoVer : grá�co r (taxa de juros real) por I,S (Investimento, Poupança). A reta Poupança corta I,S no ponto S. Forma-se, com S, um ponto na linha que vai da maior taxa de juros real ao maior I,S. Este ponto seria a taxa de juros de equilíbrio. Neste grá�co, a função da poupança está descrita por uma linha vertical devido a neste modelo a poupança não depender da taxa de juros. O investimento por meio da sua função, apresenta inclinação descendente, ou seja, quanto menor a taxa de juros, maior a quantidade de projetos de investimento lucrativos. Neste caso, o investimento é a demanda por fundos de empréstimos, no qual os investidores emprestam diretamente do público, vendendo títulos, ou se for indiretamente, buscando empréstimos nos bancos. As taxas de juros se ajustam para que o montante que as empresas desejam investir seja equivalente ao que as famílias pretendem poupar, encontrando essa taxa de equilíbrio no ponto em que as curvas se interceptam no grá�co e permitem visualizar as oscilações nas taxas de juros real, em equilíbrio e o investimento em poupança. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 25/27 Teste seus conhecimentos ( Atividade não pontuada ) Considera-se que as empresas tenham controles em forma de monopólios para de�nir os preços que são cobrados diferentemente à uma empresa comum. As variáveis macroeconômicas para um preço, p, desejado de uma empresa dependerá de da seguinte combinação: i. ( ) Nível geral de preços, sendo que um nível mais elevado traz a informação de que os custos são mais altos e consequentemente cobrará preços mais altos; ii. ( ) Nível de renda agregada Y, que se for mais alto, aumenta a demanda por um produto e seu custo marginal aumenta em níveis mais altos de produção; iii. ( ) Quanto menor a demanda, maior o preço que a empresa deseja por seus produtos para comercializá-los; iv. ( ) Nível agregado de renda que se for menor, aumenta a demanda por produtos e tem custo marginal menor; v. ( ) Nível de preços com custos mais altos o que permitirá cobrar preços normais para um determinado produto e um mercado em que se atua. Agora assinale a alternativa que apresenta a sequência correta: a. V,V,F,F,F b. F,V,F,V,V c. V,F,V,F,V d. F,F,F,V,V e. V,V,F,V,V Resposta 1 Síntese 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 26/27 Nestes tópicos estudados, os efeitos das políticas �scal e monetária no modelo de oferta e demanda agregada trazem e modi�cam o cenário de um país com resultados favoráveis ou não de acordo com o que os governos estipulam para determinados períodos em que se tem in�ação, de�ação ou mesmo recessão. Os ciclos econômicos ocorrem de tempos em tempos de acordo com o que se realizou em termos de políticas econômicas e �scais para se alavancar a economia gerando renda, emprego e mantendo superávit nas contas do governo. Os clássicos e Keynesianos embora divirjam em suas opiniões e formas de atuação, convergem para um único �m que é manter a economia dentro de parâmetros nos quais um país tenha condições de crescer e minimizar os efeitos da pobreza oriundos da baixa renda. A rigidez nos preços bem como a poupança do governo e o consumo das famílias dependem das situações em que se encontram momentaneamente a economia dos países. Ocorrem alterações para minimizar e maximizar os resultados esperados em termos de capital investido, preços em estabilidade e recursos mantidos na poupança para oportunidades de investimentos e travessia de períodos conturbados no cenário econômico mundial. Download do PDF da unidade Bibliografia CRUZ, M. R.; CONTADOR, C. R. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda . São Paulo: Atlas, 1982. 24/09/2022 22:53 NEG_MACECO_21_E2 https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=kINlZHmtVBTaVzfxXXEwMQ%3d%3d&l=ID6deK6W8Gzc7Nu5nh1ccA%3d%3d&cd=e%2fu… 27/27 BLANCHARD, O. Macroeconomia . Rio de Janeiro: Campus, 2011. LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. S. Manual de macroeconomia - básico e intermediário . 3 ed. São Paulo: Atlas, 2011. OREIRO, J. L. C. Macroeconomia do desenvolvimento: uma perspectiva keynesiana . Rio de Janeiro: LTC, 2016. (e-book disponível na biblioteca virtual). DORNBUSCH, R.; FISCHER, S; STARTZ, R. Macroeconomia . São Paulo: McGraw-Hill, 2009. (e-book disponível na biblioteca virtual) KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda . São Paulo: Atlas, 1982. LOPREATO, F.L. C. Política �scal: mudanças e perspectiva . Política econômica em Foco, n.7. 2006. MANKIW, N. G. Princípios de macroeconomia . São Paulo: Cengage Learning, 2013. (e-book disponível na biblioteca virtual) MANKIW, N. G. Macroeconomia . 8 ed. Reimpr. Rio de Janeiro: LTC, 2018. ROSSI, P. Política Cambial no Brasil: um esquema analítico . Revista de Economia Política, vol. 35, n.4, pp. 708-727. 2015.
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