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Escravidão_ conceito, história e como se deu no mundo e no Brasil - Toda Matéria

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Escravidão
Juliana Bezerra
Professora de História
O que é escravidão?
É considerado escravidão o regime de trabalho no qual homens e mulheres são
forçados a executar tarefas sem receber qualquer tipo de remuneração.
Além disso, as pessoas escravizadas têm suas liberdades tolhidas, pois são
consideradas propriedades de seus senhores, podendo ser vendidas ou trocadas
como mercadorias.
Esse tipo de mão de obra foi muito empregada no Brasil, mas também em diversas
partes do mundo durante períodos distintos.
Atualmente, o regime escravista é ilegal, entretanto, ainda existem muitos
trabalhadores e trabalhadoras que vivem em condições semelhantes à escravidão.
Origem do sistema escravista no mundo
O trabalho escravo é uma prática que permeia a história mundial. Sua origem está
relacionada às guerras e conquistas de territórios, onde os povos vencidos eram
submetidos ao trabalho forçado pelos conquistadores.
Pelo que se sabe, os primórdios da escravidão vêm do Oriente Médio (Antigo
Oriente), mas povos nas Américas como os maias também se serviram de cativos.
Tal atividade fez parte de todas as civilizações da antiguidade como os assírios,
hebreus, babilônios, egípcios, gregos e romanos, variando as suas características
dependendo do contexto de cada lugar.
O último local a abolir a escravidão o�cialmente no mundo foi a Mauritânia,
tornando a prática ilegal apenas em 1981.
Como era a escravidão na antiguidade?
https://www.todamateria.com.br/
As civilizações grega e romana são consideradas pilares fundantes das sociedades
ocidentais contemporâneas. Assim, para entender como a escravidão se deu na
antiguidade e no mundo, é necessário analisar como esse regime ocorria naqueles
locais.
A Grécia surgiu em torno de 2 mil anos a.C. e foi constituída por povos nômades.
Lá, por volta de 500 a 700 anos a.C., são formadas as chamadas cidades-estado
(ou polis). Atenas e Esparta foram as mais signi�cativas polis gregas, onde a
escravidão era uma realidade.
A escravidão em Atenas
Em Atenas, o sistema que imperava permitia que o poder de tomadas de decisões
�casse apenas nas mãos dos homens livres e proprietários, ou seja, de uma
pequena parcela da população.
Os trabalhadores daquela sociedade eram prisioneiros de guerras que foram
transformados em escravos. Também poderiam ser escravos aqueles que
desejavam saldar dívidas. Ficava estabelecido que durante um período estipulado o
indivíduo prestaria serviços sem remuneração para sanar seu débito.
Nas cidades, realizavam diversos tipos de trabalho, desde serviços domésticos até
pro�ssões quali�cadas e no campo, exerciam tarefas agrícolas e mineração.
No caso dos trabalhadores da mineração e da terra, suas vidas eram consumidas
em extenuantes cargas de serviço braçal e a suas condições de vida eram as piores
possíveis.
Os escravos domésticos, porém, viviam em circunstâncias um pouco melhores e
podiam comprar sua liberdade, se conseguissem.
De qualquer forma, escravos, estrangeiros e mulheres não eram considerados
cidadãos.
A escravidão em Esparta
Esparta foi uma cidade constituída por um regime militarista, onde os cidadãos
espartanos, tanto homens como mulheres, recebiam uma formação voltada para a
guerra.
Nessa cidade a escravidão era uma prática estatal, o que signi�ca que os
escravizados não tinham um dono especí�co. Essas pessoas eram chamadas de
hilotas e foram subjugadas desde que os espartanos conquistaram o local e
passaram a dominar a população.
Os hilotas realizavam todo tipo de tarefas, desde as agrícolas até as domésticas, e
eram adquiridos também através de guerras ou do comércio.
A escravidão na Roma Antiga
Roma era uma potência na antiguidade, e por volta do século I a.C., já havia
conquistado diversos territórios.
A sociedade romana estava dividida entre patrícios, plebeus e escravos. Os
patrícios eram os detentores de poder e propriedades. Os plebeus eram os
trabalhadores da terra, pequenos comerciantes e artesãos.
Já os escravos eram pessoas adquiridas através de conquistas ou mesmo do
comércio humano.
Suas funções estavam relacionadas ao trabalho agrário, mas havia também
escravos treinados como gladiadores, músicos, malabaristas, escribas.
Os gladiadores eram obrigados a lutar entre si até a morte ou enfrentar animais
ferozes. A vida desses homens não tinha valor para a sociedade, pois sua função
era garantir o entretenimento à população romana.
Um desses lutadores foi Espártaco, homem que se rebelou com a situação a que os
escravos eram submetidos e conseguiu reunir um grande número de pessoas para
a formação de um exército para lutar pelo �m da escravidão. Após dois anos, a
legião de escravos foi contida pelos soldados romanos e massacrada.
Escravidão nas Américas e no Brasil
O sistema escravista estendeu-se para além da antiguidade e se desenvolveu em
diversas regiões.
A escravidão moderna se inicia com a descoberta das Américas e colonização
deste continente por portugueses, espanhóis, ingleses, franceses, ingleses,
holandeses e suecos. Foi a primeira vez na história em que a justi�cativa para a
dominação de pessoas foi a motivação racial.
Assim, nos territórios colonizados do continente americano, a escravidão foi uma
realidade independente do país europeu que o ocupou. Inicialmente com a
escravização dos povos originários e, posteriormente, com a vinda de milhares de
africanos, que foram arrancados à força de seus locais de origem.
Ilustração de Johann Moritz Rugendas representando africanos de diversas etnias que foram
trazidos para serem escravizados nas Américas
A mão de obra africana também foi utilizada nos EUA, na América do Norte,
sobretudo nas plantações de algodão, nos séculos XVIII e XIX, sendo abolida em
1863.
Escravidão indígena em território brasileiro
No Brasil, quando os portugueses desembarcaram, em 1500, iniciou-se um
movimento de aproximação e dominação dos povos indígenas que aqui viviam.
Dessa forma, principalmente entre 1540 até por volta de 1570, a população
indígena foi subjugada e escravizada, sendo utilizada na extração do pau-brasil, no
trabalho agrícola e em demais tarefas.
Entretanto, diversos fatores contribuíram para que essa força de trabalho fosse
substituída. Dentre eles a intensa mortalidade em decorrência de epidemias
adquiridas dos brancos e o fato dessas populações serem difíceis de dominar por
conhecerem o território e as �orestas.
Escravidão africana no Brasil Colônia
A escravidão da população africana foi uma maneira lucrativa que Portugal
encontrou de suprir a mão de obra no Brasil.
Desse modo, indivíduos de diversas etnias foram trazidos ao Brasil através do
trá�co negreiro, em navios abarrotados de pessoas em condições desumanas.
Chegando aqui, essas pessoas eram vendidas com o objetivo de trabalharem nas
mais variadas funções.
Eles trabalhavam tanto nas lavouras de cana-de-açúcar e café, quanto na
mineração, construções, serviços domésticos e urbanos.
As condições a que esses indivíduos foram submetidos eram tão precárias que,
dependendo do tipo de serviço realizado, a vida média de uma escravizado era em
torno de 10 anos. Além disso, os castigos eram frequentes e faziam parte da
estrutura de dominação.
Para saber mais sobre o assunto, leia: Escravidão no Brasil
Os movimentos rebeldes e o �m da escravidão no Brasil
Houve resistência da população escravizada no Brasil. Os negros e negras que
conseguiam fugir do cativeiro organizavam-se em quilombos.
Os quilombos eram comunidades constituídas de africanos fugitivos, além de
outras pessoas marginalizadas. Lá era possível que eles exercessem suas crenças
e viverem em harmonia. Organizações semelhantes também ocorreram em regiões
da América Espanhola.
No Brasil, o agrupamento mais conhecido foi o Quilombo dos Palmares, que tinha
na liderança Zumbi dos Palmares.
Depois de bene�ciar-se em demasia da força de trabalho negra, o governo
português foi pressionado pela Inglaterra para abolir a escravidão de suas colônias.
Uma vez proclamada a independência, os ingleses seguem insistindo na
necessidadede se abolir o trabalho escravo. Internamente surgem movimentos
rebeldes e abolicionistas, algumas leis são criadas com o intuito de extinguir a
escravidão. Até que em 1888 é assinada a Lei Áurea, que proíbe a prática que
perdurou por cerca de 4 séculos.
De qualquer forma, mesmo libertos, os trabalhadores negros permaneceram em
condições precárias e sem oportunidades de emprego, pois foram substituídos
pela mão de obra imigrante.
Você também pode se interessar: Quilombos
Escravidão contemporânea: os trabalhos análogos à escravidão
https://www.todamateria.com.br/escravidao-no-brasil/
https://www.todamateria.com.br/quilombo-dos-palmares/
https://www.todamateria.com.br/quilombos/
Mesmo sendo uma atividade ilegal, atualmente ainda persistem modelos de
trabalho semelhantes à escravidão em muitas partes do mundo. Ela ocorre quando
os trabalhadores são colocados em situações onde têm sua liberdade retirada, seja
por coerção, violência ou supostas dívidas.
Podemos citar Índia, China, Paquistão, Bangladesh e Uzbequistão como países que
têm grande contingente de pessoas nessa situação. O trabalho nas indústrias
têxteis é um exemplo de onde a escravidão é empregada nesses locais.
Entretanto, essa realidade está presente no mundo todo, inclusive em países
europeus, com a exploração sexual, por exemplo.
No Brasil, o trabalho análogo à escravidão concentra-se em áreas rurais, mas
também na construção civil. A maioria dos afetados são homens entre 15 e 40
anos, analfabetos ou semi-analfabetos.
O triste legado da escravidão no Brasil
Hoje em dia, o Brasil colhe os frutos da escravidão, a principal delas é a
desigualdade.
Infelizmente, há ainda um comportamento opressor contra os negros,
consequência do racismo estrutural. Além disso, é possível constatar que é negra a
maior parte das pessoas que integram as classes menos favorecidas.
O racismo é evidente em muitas situações, são os jovens negros as maiores
vítimas de assassinatos, por exemplo.
A população carcerária é também em sua maioria negra, assim como o contingente
de pessoas desempregadas ou em sub-empregos no país.
São as mulheres negras as que mais morrem vítimas de abortos mal sucedidos ou
são encarceradas devido a criminalização da prática. São elas também as que mais
sofrem a violência obstétrica, aquela cometida durante o parto.
Portanto, é dever da sociedade brasileira observar e compreender seu passado a
�m de organizar-se em busca de uma convivência e coletividade harmônica, onde
todas as pessoas tenham iguais oportunidades.
O Estado também tem um importante papel, devendo criar políticas públicas que
possam favorecer o �m da desigualdade e sanar essa dívida histórica com o povo
negro.
Você também pode se interessar por: Racismo
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo
Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.
https://www.todamateria.com.br/racismo/
https://www.todamateria.com.br/autor/juliana-bezerra/

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