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ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I MARC 5 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Eficácia Eficácia de um método contraceptivo é a sua capacidade de proteger contra a gravidez não desejada e não programada, expressa pela sua taxa de falhas própria em determinado período (geralmente 1 ano). O índice mais utilizado para esse fim é o índice de Pearl. → Critérios de elegibilidade para o uso de contraceptivos da organização mundial da saúde Definidos pelo conjunto de características apresentadas pelo(a) candidato(a) ao uso de determinado método, indicando se a pessoa pode ou não utilizá-lo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) montou um grupo de trabalho que classificou essas condições em quatro categorias:10 Categoria 1: o método pode ser utilizado sem qualquer restrição Categoria 2: o uso pode apresentar algum risco, habitualmente menor do que os benefícios dele decorrentes. Categoria 3: o uso do método pode estar associado a risco, habitualmente considerado superior aos benefícios dele decorrentes. O método não é o mais apropriado para o indivíduo em questão. Categoria 4: o uso do método em apreço determina risco inaceitável à saúde, estando o método contraindicado. Compreende todas as situações clínicas antes chamadas contraindicações absolutas ou formais. O médico deve privilegiar o método anticoncepcional escolhido pela paciente, mas isso nem sempre é possível. É primordial que o médico desenvolva semiótica apropriada para avaliar se existem aspectos clínicos que contraindiquem o método escolhido e, se houver, cabe a ele informar à paciente os demais métodos possíveis, explicando as características, o uso, os riscos, benefícios e a eficácia de cada um. Contracepção hormonal Trata-se da administração de progestógenos isolados ou associados aos estrogênios, com o objetivo de impedir a gravidez. A anticoncepção hormonal pode ser desenvolvida de diversas maneiras: •Contraceptivos orais combinados (COCs) •Contraceptivos orais apenas com progestógenos •Injetável – mensal/trimestral •Implantes •Anel vaginal •Dispositivo intrauterino (DIU) com progestógeno •Adesivo cutâneo (patch). Todos os contraceptivos hormonais apresentam quatro mecanismos de ação para bloquear a ovulação: Inibição do pico das gonadotrofinas do meio do ciclo, impedindo a ovulação ao interferir na liberação do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH); Espessamento do muco cervical, tornando-o hostil à espermomigração; Decidualização do endométrio, reduzindo a sua receptividade à implantação do blastocisto; e, diminuição da motilidade das tubas uterinas, causando distúrbios no transporte dos espermatozoides. →Contraceptivos orais combinados A pílula contém um estrogênio e um progestógeno em diferentes doses e esquemas posológicos, podendo ser classificada em: •Monofásica: 21, 24 ou 28 comprimidos com a mesma composição (etinilestradiol e um progestógeno), nas mesmas doses •Bifásica: pílulas com a mesma composição hormonal, cujos componentes se apresentam em dois blocos, com doses diferentes ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I •Trifásica: as pílulas, apesar de terem os mesmos constituintes, dividem-se em três blocos, cada um com doses diferenciadas dos hormônios. Sua eficácia é dada pelo índice de Pearl, que corresponde ao número de gestações ao ano, a cada 100 mulheres em uso de anticoncepcional. O índice de Pearl dos anticoncepcionais orais combinados varia entre 0,2/100 mulheres/ano, no uso perfeito, e 9/100 mulheres/ano, no uso típico, demonstrando claramente que a eficácia do método é individual e associada ao estilo de vida, ao status socioeconômico e à idade da usuária. As associações hormonais empregadas em contracepção exercem variável efeito metabólico, em particular sobre as proteínas hepáticas, os fatores de coagulação, lipídios e carboidratos. O EE é responsável pelo aumento das proteínas hepáticas (p. ex., albumina e globulina ligadora de hormônio sexual [SHBG]), que não se traduz em efeitos clínicos significativos, mas aumentam o substrato de renina, desencadeando síntese de angiotensina e estimulando a produção de aldosterona pelo córtex suprarrenal, causando vasoconstrição e retenção de sódio e água.30 O impacto hepático dos estrogênios é dose-dependente, sendo infrequente a hipertensão ocasionada pelo uso do contraceptivo. No entanto, o efeito deve ser considerado em hipertensas. O componente estrogênico é ainda responsável pelo aumento de fatores de coagulação (fatoresVII e XII). Observa-se redução da antitrombina III e aumento do inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1), traduzido em perfil pró- trombótico, também sendo considerados dose-dependentes. Em relação ao perfil dos carboidratos, o EE reduz o colesterol total e a lipoproteína de baixa densidade (LDL), aumentando a lipoproteína de alta densidade (HDL), e age discretamente, causando impacto clinicamente insignificante. Quanto ao metabolismo dos carboidratos, todos os progestógenos aumentam a resistência insulínica e reduzem a tolerância à glicose. Trata-se de fenômeno bioquímico, nem sempre encontrando efeito clínico. Dependendo da dose e da natureza do progestógeno, pode haver maior ou menor influência sobre esse parâmetro metabólico. No entanto, deve-se considerar que, clinicamente, esse efeito é desprezível, só sendo considerado na escolha do contraceptivo diante de circunstâncias especiais (p. ex., pacientes diabéticas). Pode-se usar a pílula das seguintes maneiras: •Cartela contendo 21 comprimidos: iniciar a tomada da pílula entre o primeiro e o quinto dia do ciclo, tomar por 21 dias e fazer um intervalo de 7 dias •Cartela contendo 24 comprimidos: iniciar a tomada da pílula entre o primeiro e o quinto dia do ciclo, tomar por 24 dias e fazer um intervalo de 4 dias. Atualmente, tem-se questionado os benefícios da pausa contraceptiva mensal, uma vez que, do ponto de vista biológico, o sangramento artificial decorrente da privação dos hormônios não parece necessário, podendo se associar a sintomas ligados à menstruação. Para algumas mulheres, o sangramento mensal é indesejável, não só pelos sintomas apresentados nesse período, mas também por questões pessoais, como conveniência e praticidade. Nesse sentido, tem-se recorrido a regimes alternativos de uso das pílulas, como a contracepção contínua, ou regimes com extensão do uso de pílulas ativas, visando contornar eventuais problemas relacionados à pausa. Os regimes estendidos em contracepção oral se referem ao uso por mais de 28 dias de comprimidos ativos, sem pausa, incluindo a contracepção de uso contínuo ou variações, como pílulas com intervalos trimestrais. Os principais benefícios não contraceptivos dos COCs dizem respeito aos sintomas relacionados ao ciclo menstrual: regularidade e diminuição do volume e do fluxo; alívio da dismenorreia e da tensão pré-menstrual etc. Também melhoram a seborreia associada à acne e ao hirsutismo. Em longo prazo, seu uso está relacionado à redução significativa dos cânceres de ovário, endométrio e, provavelmente, colorretal. As principais complicações relacionadas à sua utilização incluem acidente vascular encefálico (AVE), infarto do miocárdio e trombose venosa. Todas essas complicações tromboembólicas (sejam arteriais ou venosas) dependem da suscetibilidade da usuária, da dose de estrógeno, do tipo e da dose do progestógeno e da via de administração. →Contraceptivos orais apenas com progestógeno Preparados contendo apenas progestógeno, administrados de modo contínuo VO. Nesse grupo estão os compostos denominados no passado como “minipílulas”, que continham noretisterona, linestrenol e LG (não mais disponível no Brasil), além do desogestrel isolado. As “minipílulas” têm como principal mecanismo de ação a alteração do muco cervical e, secundariamente,atividade ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I endometrial hostil à implantação. Por outro lado, o desogestrel isolado tem com principal mecanismo de ação o bloqueio gonadotrófico, que confere maior eficácia contraceptiva em mulheres fora do período de amamentação. Assim, embora as “pílulas de progestógeno” representem os diferentes progestógenos isolados usados VO, mostram-se distintos os mecanismos de ação que em última análise revelam a principal característica de um anticoncepcional: a eficácia. As principais indicações para o uso desses produtos são todas as condições em que se deve evitar o uso de estrógeno (p. ex., puerpério de mãe que amamenta; hipertensão arterial sistêmica; tromboembolismo; doenças cardíacas valvulares complicadas; lúpus eritematoso sistêmico etc. O uso desses contraceptivos difere um pouco do dos combinados. A usuária deve tomar um comprimido diária e ininterruptamente, mesmo se estiver menstruada. O início do uso pode ser em qualquer momento, em qualquer dia do ciclo ou do puerpério, evitando-se apenas os primeiros 30 dias de puerpério, porque não há risco de gravidez nesse período, podendo provocar aumento do sangramento próprio dessa fase (loquiação). Seu efeito colateral mais comum é a alteração do ciclo menstrual, podendo causar desde irregularidade a amenorreia. →Contraceptivos hormonais injetáveis Não têm primeira passagem pelo fígado e apresentam duas formulações básicas: injetáveis combinados (mensais) e injetáveis só de progestógeno (trimestrais). Injetáveis combinados mensais Existem três formulações disponíveis no Brasil: •Acetato de medroxiprogesterona (MPA) 25 mg + cipionato de estradiol (CIP) 5 mg •Enantato de noretisterona (NET) 50 mg + valerato de estradiol (VAL) 5 mg •Acetofenido de di-hidroxiprogesterona 150 mg + enantato de estradiol 10 mg. Apresentam o mesmo mecanismo de ação contraceptiva que os demais contraceptivos hormonais, com formulação semelhante à encontrada na pílula anticoncepcional oral combinada, contendo estrogênio associado ao progestógeno. Aqui, porém, o estrogênio usado não é sintético (EE), mas natural, sendo a formulação injetável mais fisiológica do que as pílulas anticoncepcionais combinadas. O tipo e a intensidade dos efeitos colaterais também podem ser diferentes. Estudos têm demonstrado menor efeito sobre pressão arterial, hemostasia e coagulação, metabolismo lipídico e função hepática, em comparação com a contracepção oral combinada. Assim como os demais contraceptivos hormonais, o injetável mensal não protege contra DSTs/HIV. O retorno da fertilidade leva em média 1 mês a mais do que na maioria dos outros métodos hormonais mensais. Mais de 50% das usuárias engravidaram nos 6 primeiros meses após a interrupção do uso. Os injetáveis mensais têm alta eficácia, com índice de Pearl. A proteção anticoncepcional inicia-se no primeiro ciclo de uso, podendo ser usado da adolescência até a menopausa, não necessitando de período de pausa para “descanso”. O início ideal do uso de anticoncepcionais injetáveis varia conforme a situação da usuária: •Ciclos menstruais normais ou após método não hormonal: ■Iniciar imediatamente, caso esteja começando até 7 dias após o início da menstruação; não há necessidade de método de apoio (preservativo) ■Com 7 dias ou mais desde o início da menstruação, pode iniciar imediatamente, se houver certeza razoável de não estar grávida – usar método de apoio nos primeiros 7 dias após a injeção ■Se estiver mudando de DIU, poderá começar imediatamente. •Após método hormonal: ■Iniciar imediatamente, se estiver usando o método corretamente ou caso haja certeza razoável de não estar grávida. Não há necessidade de aguardar a próxima menstruação nem de método de apoio ■Se estiver mudando após método injetável, poderá iniciar na data em que a injeção de repetição seria aplicada. Não há necessidade de método de apoio. •Com amamentação exclusiva ou quase: ■Menos de 6 meses após o parto –Adiar a primeira injeção até 6 meses após o parto ou quando o leite não for mais o alimento principal (o que acontecer primeiro) ■Mais de 6 meses após o parto –Se a menstruação não tiver retornado, pode iniciar a qualquer momento, desde que tenha certeza de não estar grávida. Usar método de apoio nos primeiros 7 dias após a injeção ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I –Se já tiver menstruado, poderá iniciar o injetável tal como aconselhado para mulheres com ciclos menstruais. •Pós-parto, não amamentando: ■Menos de 4 semanas após o parto –Iniciar a injeção entre o 21o e o 28o dia após o parto. Não há necessidade de método de apoio ■Mais de 4 semanas após o parto –Se a menstruação não tiver retornado, pode iniciar a qualquer momento, desde que haja certeza de não estar grávida. Usar método de apoio nos primeiros 7 dias após a injeção –Se já tiver menstruado, poderá iniciar o injetável tal como aconselhado para mulheres com ciclos menstruais. •Ausência de menstruação não relacionada ao parto ou à amamentação: ■Poderá iniciar os injetáveis a qualquer momento, se houver certeza razoável de que não está grávida. Usar método de apoio nos primeiros 7 dias após a injeção. •Após aborto espontâneo ou induzido: ■Imediatamente, se estiver começando até 7 dias depois de um abortamento. Não há necessidade de método de apoio ■Após 7 dias do abortamento, poderá começar a tomar as injeções a qualquer momento, se tiver certeza razoável de que não está grávida. Usar método de apoio nos primeiros 7 dias após a injeção. •Após tomar a pílula anticoncepcional de emergência: ■Poderá iniciar as injeções no mesmo dia em que tomar as pílulas anticoncepcionais de emergência. Não há necessidade de aguardar a próxima menstruação. Usar método de apoio nos primeiros 7 dias após a injeção. São possíveis efeitos colaterais: •Ganho de peso •Cefaleia •Vertigem •Sensibilidade mamária. Injetável trimestral No Brasil, a única formulação existente desse contraceptivo é o acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMPD), substância de depósito porque o hormônio se encontra na forma de microcristais em suspensão, ficando depositado no músculo quando injetado, sendo absorvido lentamente. A dose contraceptiva é de 150 mg, por via intramuscular (IM) profunda, de 3 em 3 meses, com tolerância de mais ou menos 15 dias. Age bloqueando significativamente a ovulação, por meio do grande efeito antigonadotrófico criado por esse regime de uso, atrofiando significativamente o endométrio, o que pode causar amenorreia e outros efeitos colaterais: sangramentos, irregularidades (spottings ou sangramentos abundantes) e todas as manifestações que podem estar associadas aos progestógenos. O AMPD, derivado da 17α- hidroxiprogesterona, tem significativo efeito glicocorticoide, podendo impactar o perfil lipídico e dos carboidratos da usuária. Em grande parte das condições clínicas em que há contraindicações formais ao uso de estrogênios, o uso do progestógeno isolado é geralmente cogitado, mas nem todos eles podem ser utilizados, devendo prevalecer o juízo clínico, com base nos fatores de risco individuais diante da escolha do método. Mulheres com múltiplos fatores de risco para doenças cardiovasculares podem utilizar progestógenos isolados, com ressalva para a medroxiprogesterona injetável (categoria 3 da OMS), podendo ocorrer piora do quadro subjacente. Os efeitos do AMPD desaparecem 6 a 8 meses após a última injeção, e a depuração é mais lenta em mulheres com sobrepeso. Aproximadamente metade das mulheres que descontinuam o uso do AMPD apresentam retorno dos ciclos menstruais normais 6 meses após a última injeção, mas até 25% delas podem demorar até 1 ano para o restabelecimento do padrão normal, o que deve ser considerado e discutido com a paciente no momento daescolha do método. O efeito antiestrogênico do regime é significativo, podendo haver redução da densidade mineral óssea com a medroxiprogesterona de depósito, efeito reversível após a suspensão do uso. O AMPD age sobre o sistema nervoso central (SNC), fazendo com que pacientes epilépticas tenham muito menos crises convulsivas. Esse efeito anticonvulsivante, porém, não tem seu mecanismo totalmente esclarecido. →Anel vaginal Método contraceptivo hormonal combinado aprovado em 2002 pela FDA, consiste em anel flexível transparente, feito de evatane (copolímero de acetato de vinil etileno), contendo 2,7 mg de EE e 11,7 mg de etonogestrel distribuídos uniformemente. Tradicionalmente, tem a praticidade de ser ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I colocado pela própria paciente entre o primeiro e o quinto dia do ciclo menstrual, tomando-se o cuidado de associar método de barreira nos primeiros 7 dias de uso. Deve ser usado por um ciclo (21 dias) e apresenta liberação diária de 120 µg de etonogestrel e 15 µg de EE, durante 3 semanas. Após 7 dias de pausa, novo anel deverá ser colocado no mesmo horário em que foi utilizado o anterior. Como os demais métodos contraceptivos hormonais, tem como principal mecanismo de ação a inibição da ovulação; também altera o muco cervical, tornando-o mais espesso e desfavorável à penetração dos espermatozoides, e diminui a espessura endometrial. A combinação de EE e etonogestrel por via vaginal é altamente eficaz no bloqueio da ovulação, semelhantemente ao anticoncepcional hormonal combinado oral. O anel libera controlada e gradualmente os hormônios, evitando grandes flutuações diárias nos seus níveis. Vários estudos têm mostrado baixa incidência de sangramento irregular/spotting na vigência da sua utilização, e estudos comparativos com o anticoncepcional hormonal oral (30 µg de EE/LG) mostram melhor controle de sangramento entre as usuárias do anel. Regulariza o ciclo menstrual, diminuindo o fluxo, sua duração e, consequentemente, a incidência de anemia; melhora a dismenorreia e a sintomatologia perimenstrual. Até o momento, poucos eventos adversos foram relatados. Os hormônios absorvidos pela vagina não têm a primeira passagem pelo fígado, indo direto à circulação sistêmica, provocando menor impacto metabólico. As usuárias podem apresentar fenômenos tromboembólicos, mas devem ser lembradas de que a incidência dessa complicação é baixa (menor do que na gravidez). As usuárias podem se queixar de cefaleia (8%), vulvovaginite (5,6%) e aumento de secreção (4,8%); náuseas, mastalgia, alterações de humor, dismenorreia, acne, diminuição de libido e dor abdominal são menos referidas. O anel pode ser utilizado por toda mulher que deseje contraceptivos reversíveis, práticos e de alta eficácia, e não apresente contraindicações para o seu uso, e pode ser oferecido como opção para pacientes que não querem métodos de uso diário. Não deve ser indicado em algumas situações específicas: estenose vaginal; atrofia grave de vagina; prolapso uterino; cistocele ou retocele significativas; situações em que os hormônios contraceptivos combinados estão contraindicados. →Adesivos transdérmicos Os adesivos transdérmicos (patch) são também considerados método contraceptivo hormonal combinado – 750 μg de EE + 6 mg de norelgestromina (NGMN). Ocorre liberação diária de 20 μg de EE e 150 μg de NGMN (convertida em LG através do metabolismo hepático). Apresentam mecanismo de ação igual ao de todos os anticoncepcionais hormonais combinados: inibição das gonadotrofinas e, consequentemente, da ovulação. Devido à ação progestogênica, o endométrio se torna atrófico, não receptivo à nidação; o muco cervical, espesso e hostil à ascensão dos espermatozoides, e o transporte tubário do óvulo são prejudicados. Todas essas ações aumentam a eficácia contraceptiva. Têm eficácia (índice de Pearl 0,7), contraindicações e perfil de efeitos adversos iguais aos dos anticoncepcionais orais combinados, mas apresentam potenciais vantagens em relação à via oral, entre as quais a ausência do metabolismo de primeira passagem hepática, níveis plasmáticos mais estáveis (sem picos e quedas) e facilidade de uso para pacientes com dificuldades de deglutição. Usuárias desse método podem apresentar efeitos adversos: sintomas mamários (22%); cefaleia (21%); reações no local da aplicação (17%); náuseas (17%); infecção do trato respiratório superior (10%); dismenorreia (10%). O padrão de sangramento intermitente (requer o uso de mais de um absorvente ou tampão por dia) e de escape (spotting) com o uso de transdérmicos é similar ao encontrado nos trials de anticoncepcionais orais. Por volta do sexto mês, a frequência desses sangramentos diminui consideravelmente. Em relação ao peso corporal, parece não haver diferenças após 9 meses de uso do adesivo. Existem três alternativas para início de uso, descritas pelo fabricante e comuns a todos os contraceptivos hormonais: •Início no primeiro dia do ciclo menstrual – dia do primeiro adesivo •Início no primeiro domingo após a menstruação (Sunday start) – nesse caso, é necessária contracepção adicional nos primeiros 7 dias de uso •Início no dia da prescrição (quick start), desde que a possibilidade de gestação possa ser razoavelmente descartada. Deve ser aplicado sobre pele limpa e seca, no primeiro dia do ciclo, no primeiro domingo (Sunday start) ou após a prescrição (quick start). Usar um adesivo a cada 7 dias, com rodízio semanal dos locais de aplicação (abdome inferior, parte externa do braço, ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I parte superior das nádegas, dorso superior). Usar durante 3 semanas consecutivas, retirando o terceiro adesivo ao final dos 21 dias, e aguardar o sangramento de privação. O uso contínuo, sem pausa, também pode ser empregado. Atraso na troca inferior a 2 dias não determina perda de eficácia. Atraso na colocação do adesivo na primeira semana ou por mais de 48 h na segunda ou terceira semana necessita de uso de preservativos (por segurança) por 7 dias. O risco de descolamento (total ou parcial) do adesivo é de 5%, com a maioria dos descolamentos ocorrendo nos primeiros meses de uso. Se ocorrer por menos de 24 h, recolocar o mesmo adesivo (se permanecer bem aderido) ou colar um novo, pois não há perda da eficácia. Se o descolamento ocorrer por mais de 24 h, colar um novo adesivo, iniciar novo ciclo (com novo dia de troca) e usar preservativos por 7 dias. Métodos comportamentais →Abstenção periódica As relações sexuais são evitadas na época do período fértil da mulher. O reconhecimento do período fértil deu origem a alguns métodos: método de Ogino-Knaus (“método da tabelinha”); método do muco cervical ou de Billings; método da curva térmica; método sintotérmico; coito interrompido. Métodos de barreira Consistem no uso de dispositivos que funcionam como obstáculos mecânicos, impedindo a ascensão do espermatozoide no sistema genital feminino. Preservativo masculino, preservativo feminino, espermicidas, diafragma. Contraceptivos reversíveis de longa ação Os LARCs são métodos contraceptivos em que o intervalo de administração é igual ou superior a 3 anos. Com uma efetividade maior que 99%, os LARCs são considerados os contraceptivos reversíveis mais efetivos, com alta taxa de continuidade.6 São representados pelos dispositivos intrauterinos e pelos implantes. No Brasil, os LARCs disponíveis são o implante liberador de etonogestrel (ENG), o dispositivo intrauterino de cobre e o DIU liberador de levonorgestrel. Os contraceptivos intrauterinos (DIU-Cu e DIU-LNG), conhecidos como dispositivos intrauterinos (DIUs), são, com a laqueadura tubária, um dos métodos mais utilizados no mundo inteiro. Os DIUs modernos são pequenos dispositivos em forma de T e feitos de plástico, liberando cobre ou progestógenopara garantir a ação contraceptiva. O DIU-Cu é um dispositivo com fios de cobre envolvendo a área plástica. O disponível no sistema público do Brasil é o T380A com 380 mm2 de cobre e efeito contraceptivo em bula por 10 anos, mas existem estudos mostrando até 12 anos de proteção contra gestação. O DIU-LNG contém um reservatório de silicone que armazena 52 mg de um progestógeno chamado levonorgestrel (LNG). Tal reservatório possibilita uma liberação de 20 μg de LNG/dia. Este DIU tem ação contraceptiva por 5 anos pela bula, com estudos demonstrando proteção contra gestação por até 7 anos de uso. O DIU-LNG não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS); apenas no mercado privado ou em universidades como doações. Em nosso país, temos também disponível o implante liberador de ENG, um contraceptivo com apenas progestógeno. O implante consiste em uma haste única de 40 mm por 2 mm, feita de plástico, que libera o progestógeno etonogestrel, o metabólito ativo do desogestrel (presente em pílulas contendo apenas progestógeno). Ele costuma ser inserido no braço não dominante em região subdérmica, em face interna, em cima do tríceps. Inicialmente, o implante libera 60 a 70 μg de ENG/dia, diminuindo para 35 a 45 μg de ENG/dia no fim do primeiro ano, chegando a 25 a 30 μg de ENG/dia ao final do terceiro ano. Tal método tem duração contraceptiva de, pelo menos, 3 anos (de acordo com a bula), porém há estudos mostrando eficácia em 5 anos de uso. No Brasil, ele não é distribuído gratuitamente pelo SUS. Os LARCs são considerados os contraceptivos reversíveis mais efetivos que existem, muitas vezes apresentando taxas de falha iguais ou inferiores às da laqueadura tubária. O DIU-LNG é mais eficaz em comparação com o DIU-Cu. Quanto ao implante de ENG, este é o método contraceptivo de maior eficácia disponível atualmente. As baixas taxas de falha dos LARCs ocorrem, principalmente, pelo fato de o método não depender da usuária para manter sua eficácia. Assim, a taxa de falha desses contraceptivos em uso típico (ou seja, aquele do uso da vida real), em geral, é igual à do seu uso perfeito (o recomendado pelo fabricante do método). O progestógeno presente no DIU-LNG (levonorgestrel) e no implante de ENG (etonogestrel) causa alterações no muco cervical (modificando sua quantidade e sua viscosidade) e na tuba uterina, o que dificulta a migração espermática e inibe a fertilização. Os progestógenos também inibem a ovulação, conforme a dose. No caso do implante ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I liberador de ENG, o principal mecanismo contraceptivo é a inibição da ovulação em quase todos os ciclos menstruais. Essa ação contraceptiva, local e sistêmica, mantém a eficácia do implante, mesmo que a ovulação não seja consistentemente inibida, como ao final dos 3 anos de uso. Quanto ao levonorgestrel presente no DIU-LNG, devido à pequena quantidade liberada diariamente, a maioria das mulheres mantém sua ovulação mesmo estando com amenorreia. O cobre presente no DIU-Cu é tóxico para o espermatozoide, alterando sua motilidade no muco cervical e sua capacidade de penetrar no óvulo. Tal fato impede a fecundação. Além disso, é tóxico para o óvulo, o que reduz o tempo adequado para ser fertilizado. A ovulação não é impactada pelo cobre. A maioria das mulheres é candidata ao uso de LARCs. Com poucas contraindicações, eles podem ser indicados a qualquer mulher que queira um método contraceptivo efetivo, de longa duração e reversível. São especialmente adequados para mulheres com dificuldade de lembrar-se das tomadas da pílula ou com baixa adesão (como adolescentes); para as que apresentam contraindicação para métodos combinados (p. ex., hipertensão arterial sistêmica e enxaqueca com aura); ou que não desejam uso de métodos hormonais (no caso, o DIU-Cu é adequado) ou que queiram um método discreto invisível no momento da relação sexual. O fato de uma mulher não ter tido filhos não deve ser uma barreira para o uso dos DIUs. O êxito dos LARCs em reduzir as taxas de gravidez não planejada e aumentar o intervalo intergestacional potencializa-se caso esses métodos sejam estimulados no pós-parto imediato (entende-se antes da alta hospitalar no puerpério). Câncer de mama ou gestação são as únicas duas situações consideradas categoria 4 (contraindicação absoluta) pela OMS para o uso de implante. Vale lembrar que, nas situações categoria 4, não se deve iniciar o método. A seguir, são apresentadas algumas situações consideradas categoria 4 pela OMS para o uso dos DIUs: •Gestação em curso •Existência de doença inflamatória pélvica (DIP) ou cervicite purulenta no momento da inserção •Sepse puerperal •Cavidade uterina sabidamente distorcida (por septo, malformação uterina, liomioma submucoso, pólipo etc.) •Câncer de colo de útero ou de endométrio aguardando tratamento •Câncer de mama atual (apenas para o DIU- LNG; o de cobre é liberado para uso) •Sangramento uterino anormal que ainda não foi investigado. Com relação ao implante, o etonogestrel é absorvido, alcançando níveis sistêmicos suficientes para inibir a ovulação e, consequentemente, trazer alguns efeitos adversos. As queixas mais frequentes em usuárias quanto à presença do hormônio são: cefaleia (16%), ganho de peso (12%), acne (12%), mastalgia (10%) e labilidade emocional (6%). Quanto ao DIU-LNG, a absorção sistêmica do LNG ocorre em concentrações bem inferiores às encontradas quando o LNG é ingerido como pílula. Por isso, existem efeitos sistêmicos pela presença hormonal. Tais efeitos podem ser acne, sensibilidade mamária, edema, cefaleia, alteração na libido e alteração de humor, entre outros. Destes, o mais comum é a acne. No entanto, deve-se ficar atento, pois, como o DIU-LNG não inibe a ovulação, existem sintomas descritos que podem pertencer à TPM ou não ter relação nenhuma com o LNG, mas são erroneamente associados ao uso do DIU-LNG. Isso porque, mesmo com o DIU-Cu, o qual não tem nenhum potencial de causar efeitos hormonais, há mulheres que reclamam de efeitos hormonais. Em um estudo da OMS, entre 971 usuárias de DIU-Cu, 33,6% queixaram-se de cefaleia e 13,1%, de acne, pelo menos uma vez em 3 anos adotando este contraceptivo.26 Deve ficar claro que o DIU-Cu não provoca nenhum destes efeitos. Não há um período correto para inserção dos LARCs. Assim, eles podem ser inseridos a qualquer momento do ciclo menstrual. Não é necessário estar menstruada para a inserção, desde que o profissional de saúde tenha uma certeza razoável de que a mulher não está grávida. PLANEJAMENTO FAMILIAR O planejamento familiar (PF), é considerado direito inalienável do casal e deve ser acompanhado de atividades educativas e do fornecimento de meios necessários, para que possa determinar o número de filhos e o intervalo interpartal conscientemente. As discussões a respeito do PF no Brasil se oficializaram em 1996, com a regulamentação da Lei no 92.632, desvinculando-o de ações voltadas ao controle demográfico, para integrá-lo às ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma visão de atendimento global e integral à saúde. ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I O PF faz parte das ações de prevenção e promoção à saúde e apresenta também como objetivos reduzir a morbimortalidade materno-infantil resultante de abortamento provocado ou de gestação de alto risco. Encontra-se atrelado ainda a outros temas, como a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e AIDS, reforçando o seu caráter preventivo e promotor da saúde. Em 2007, através da Política Nacional de Planejamento Familiar, o governo brasileiro passou a ofertar oito métodos contraceptivos gratuitos e vender anticoncepcionais a preços reduzidos (Farmácia Popular), ampliando o acesso aos métodos contraceptivos na rede pública e nas drogarias conveniadas do programa“Aqui Tem Farmácia Popular”, reduzindo em 20% a incidência de gravidez na adolescência (de 10 a 19 anos de idade) entre os anos de 2003 e 2009. Os adolescentes iniciam sua vida sexual cada vez mais cedo, e parcela significativa dessa população pratica atividade sexual regularmente. A gestação em jovens não parece consequência da falta de informação sobre a necessidade de métodos contraceptivos nas relações sexuais. Ocorre que a informação não se traduz em comportamento efetivo, e as adolescentes têm dificuldade em avaliar a extensão e o impacto das consequências do próprio comportamento. Contudo, pacientes mais jovens são mais receptivas aos métodos mais modernos, em particular aqueles que não necessitam de uso diário, ainda que precisem ser orientadas adequadamente, sem preconceitos, explicando-se as vantagens e os inconvenientes de cada método, a fim de aumentar a adesão ao método escolhido. O conceito de dupla proteção, porém, não pode ser esquecido, em virtude da grande incidência de DSTs e da AIDS. A adolescente deve ser orientada em relação ao fato de que o uso de um método de alta eficácia não dispensa o uso de preservativo (masculino ou feminino, conforme opção do jovem casal). Todo esforço precisa ser feito para que o custo dos serviços de prevenção e dos métodos não seja fator limitador das opções, respeitando os critérios de elegibilidade médica. O grande desafio na prática médica para quem atende adolescentes é fazê-los adequar o método escolhido ao seu estilo de vida antes que ocorra evento adverso (p. ex., gravidez indesejada ou aborto). O uso adequado de um método anticoncepcional proporciona um planejamento sobre o melhor momento de ter filhos e a prevenção de uma gravidez indesejada. A mulher deve receber informações apropriadas para que possa, de modo voluntário e esclarecido, escolher um método anticoncepcional para seu uso. Ressalta-se a importância sobre o conhecimento do planejamento da vida reprodutiva da mulher, se deseja ou não ter filhos, e quando idealiza tê-los. Deve-se comentar sobre os cuidados pré- concepcionais (uso de ácido fólico e realização de exames) e sobre o intervalo interpartal adequado. Algumas diretrizes orientam para questionar todas as mulheres durante a visita ginecológica se elas desejam engravidar naquele ou no próximo ano. Elas devem ser incentivadas a refletir sobre o assunto. A opção por um método contraceptivo pode ser influenciada por vários fatores, como eficácia, forma de uso, acesso, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, efeitos colaterais, conveniência e, mais recentemente, benefícios não contraceptivos. Os métodos devem ser abordados em detalhes separadamente. Há necessidade de se falar sobre eficácia, forma de uso, vantagens, desvantagens, benefícios e riscos para a saúde, bem como retorno de fertilidade após sua interrupção. As mulheres precisam saber dos prováveis efeitos colaterais e sua incidência. Dessa maneira, aceitarão e utilizarão melhor o método anticoncepcional. Também há necessidade de esclarecer as dúvidas, os medos e as fantasias relacionados com os métodos. Isso auxilia na sua escolha e melhora sua aceitação. Após este conhecimento, a tomada de decisão sobre a opção geralmente ocorre após um balanço entre as vantagens e desvantagens de diferentes métodos. Estes pensamentos variam de acordo com as circunstâncias individuais, percepções e interpretações. Os “critérios de elegibilidade médica para o uso de métodos anticoncepcionais” levam em consideração, principalmente, a idade, o período de vida em que a mulher está (adolescente, climatério ou puerpério) e a existência de doenças clínicas ou cirúrgicas. No entanto, no momento da escolha, outros critérios também devem ser avaliados, como os sociais, os comportamentais e outros não médicos – sobretudo a preferência da paciente. A escolha é um direito da mulher, mas em algumas situações tal decisão é restringida ou limitada por fatores sociais, econômicos e culturais – diretos ou indiretos. O aconselhamento contraceptivo oferece informação sobre todos os métodos anticoncepcionais. Consequentemente, ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I proporciona educação, facilitando a escolha de modo adequado e consciente. Assim, tem grandes chances de ser bem-sucedida. A escolha do método deve ser feita pela mulher ou pelo casal e cabe ao médico informar se o método pode ou não ser utilizado. A abordagem adequada sobre os métodos auxilia na escolha e estimula a continuidade de seu uso. As escolhas não são permanentes. Elas são complexas, multifatoriais e sujeitas a mudanças. As recomendações com base em evidências, em estudos científicos, não indicam qual é o “melhor” método a ser usado em um contexto médico particular. Os critérios com base em uma revisão das recomendações consideram várias opções de métodos que podem ser usados com segurança por pessoas com condições de saúde alterada, como hipertensão, diabetes ou características relevantes (p. ex., idade). Os métodos atualmente abordados pelos critérios contemplam todos os contraceptivos hormonais, os dispositivos intrauterinos, os de barreira, os com base no conhecimento da fertilidade, o coito interrompido, o de amenorreia da lactação, as esterilizações masculina e feminina e a contracepção de emergência. Não existe um método ideal para todas as mulheres. O melhor é aquele que mais a agrade naquele momento de vida. Dessa maneira, a mesma mulher pode utilizar diferentes tipos de métodos em épocas diferentes de sua vida. Alguns questionamentos necessitam ser realizados no sentido de esclarecer e ajudar as mulheres. Fatores individuais podem ser abordados, como necessidade de privacidade, tolerância aos efeitos colaterais, alteração no sangramento, frequência de relações sexuais e número de parceiros, entre outros. Comentar sobre o uso diário ou a praticidade de métodos com uso mensal ou semanal é fundamental. Em algumas situações, há necessidade de conhecer as opiniões do parceiro ou de familiares (mãe, irmã). Requer investigar ainda o uso anterior de algum método, percebendo se existem dificuldades quanto ao entendimento do emprego correto da técnica anticoncepcional. Tranquiliza-se a mulher oferecendo a possibilidade de cuidados médicos e retornos periódicos, sempre que necessário. Algumas situações necessitam ser investigadas, pois predispõem a aumento de risco de saúde quando ocorre gravidez não planejada, como: •Câncer de mama •Doença cardíaca valvular complicada •Diabetes insulinodependente; ou com nefropatia/retinopatia/neuropatia ou outra doença valvular; ou com mais de 20 anos de duração •Câncer de endométrio ou ovário •Epilepsia •Hipertensão arterial (sistólica > 160 mmHg ou diastólica > 100 mmHg) •HIV •Doença cardíaca isquêmica •Doença trofoblástica da gestação •Tumor de fígado •Esquistossomose com fibrose hepática grave, cirrose •Anemia falciforme •Doença sexualmente transmissível •Acidente vascular cerebral •Lúpus eritematoso sistêmico •Mutação trombogênica •Tuberculose. O planejamento familiar tem inegável influência na promoção de saúde da população, tanto para as mulheres quanto para as crianças. Isso resulta em melhor qualidade de vida das pessoas em geral, da família e da sociedade. Nas mulheres que apresentam doenças, pelo risco de intercorrências clínicas e pela maior incidência de morbimortalidade, a gravidez, quando desejada, deve ser postergada até momento oportuno. Tal procedimento diminui as consequências nefastas para o ciclo gravídico puerperal e a saúde da gestante e do concepto. A indicação, o seguimento e o controle dos métodos anticoncepcionais devem ser cuidadosos e criteriosos. Deve-se avaliar cada caso em particular. Independentemente do método contraceptivo a ser adotado (inclusive as esterilizações cirúrgicas) eda faixa etária do casal, deve ser sempre enfatizada a importância da associação de proteção contra gravidez e contra doenças sexualmente transmissíveis. Existem muitas opções contraceptivas, e sua escolha deve ser norteada basicamente por indicação, contraindicação, vantagens, benefícios, riscos, efeitos colaterais e outras características específicas de cada método, como eficácia, custo, duração e praticidade de ANA PAULA CASTRO – 6º PERIODO CLINICA CIRURGICA I uso. A preferência da mulher necessita ser valorizada sempre. Conforme salientamos ao longo do texto, não existe método ideal. Portanto, a opção deve ser por um método que ofereça o maior número de benefícios com o mínimo de risco, diferenciando-se cada caso em particular. É uma decisão conjunta da usuária ou do casal, sob orientação dos profissionais de saúde
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