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Planejamento Familiar

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Planejamento 
Familiar 
Métodos Contraceptivos e Esterilização Definitiva: 
Anticoncepção é o uso de métodos e técnicas com a finalidade de 
impedir que o relacionamento sexual resulte em gravidez. É recurso 
de planejamento familiar para a constituição de prole desejada e 
programada, de forma consciente. 
Os métodos anticoncepcionais podem ser classificados de várias 
maneiras. Reconhecem-se dois grupos principais: 
o Reversíveis: abrangem métodos comportamentais, de barreira, 
dispositivos intrauterinos, hormonais e os de emergência. 
o Definitivos: são os métodos cirúrgicos, como esterilização cirúrgica 
feminina e esterilização cirúrgica masculina. 
O manejo das situações que envolvem anticoncepção obriga o uso de 
alguns conceitos que devem ficar bem claros, como: eficácia, 
segurança, escolha do método e critérios de elegibilidade de um 
método anticoncepcional. 
Reversíveis: 
Métodos Comportamentais: 
Também chamados de métodos de abstinência periódica. Resumem-
se na observação dos sinais e sintomas que caracterizam as diversas 
fases do ciclo menstrual, com consequente abstinência sexual 
periódica. Devem ser abolidos na perimenopausa e junto à menarca, 
devido à maior prevalência de ciclos irregulares observados nesses 
períodos. Mulheres com ciclos muito curtos (menores que 26 dias) ou 
muito longos (maiores que 32 dias) devem evitar estes métodos por 
sua menor efetividade. O casal deve abster-se de relações sexuais no 
período fértil. A taxa de falha pode chegar a 20% no primeiro ano. 
Uma vez que o tempo médio de vida de um espermatozoide dentro do 
trato genital feminino é de 72 horas e o óvulo possui tempo médio de 
vida de 48 horas, o casal deve permanecer em abstinência por três a 
quatro dias antes da data presumida da ovulação e por três dias após. 
Os métodos comportamentais incluem: tabelinha (Ogino-Knaus); 
temperatura corporal basal; Billings; sintotérmico; e coito 
interrompido. Sendo classificados em dois tipos: 
o Abstenção Periódica: os métodos de abstenção periódica 
pressupõem o conhecimento do período fértil, época em que são 
evitadas as relações sexuais. A forma de se reconhecer o período fértil 
deu origem aos métodos da tabelinha ou de Ogino-Knaus, do muco 
cervical ou de Billings, da curva térmica, e, também o sintotérmico. 
o Relações em que o esperma não é depositado na vagina: consiste 
na utilização de práticas sexuais diversas do coito vaginal, para que a 
ejaculação não seja intravaginal. A prática mais conhecida e difundida 
é o coito interrompido. 
➢ Método Ogino-Knaus (Ritmo, Tabela, Calendário): 
A mulher deve ser orientada a registrar a duração do seu ciclo 
menstrual por, pelo menos, seis meses e, a partir daí, deve ser 
calculada a diferença entre o ciclo mais longo e o ciclo mais curto. 
Caso a diferença seja superior a dez dias, o método não deve ser 
usado. 
Período de abstinência: o período fértil (durante o qual é preconizada 
a abstinência sexual) é calculado pela subtração de 18 do ciclo mais 
curto e 11 do ciclo mais longo (apenas nos casos em que a diferença 
entre o ciclo mais longo e mais curto foi inferior a dez dias). Fora 
deste período, o ato sexual é permitido. 
➢ Método do Muco Cervical ou de Billings: 
O muco produzido pelas células glandulares do colo uterino, sob 
influência do estrogênio e da progesterona, modifica suas 
características ao longo do ciclo menstrual. 
No início da primeira fase do ciclo, o muco não é perceptível. Quando 
a mulher começa a percebê-lo, ele é espesso, pegajoso. À medida que 
a ovulação se aproxima, o muco vai-se tornando elástico, filante, 
comparável à clara de ovo. Após a ovulação, o muco volta a ficar 
espesso, turvo e perde a distensibilidade. 
Vale lembrar que este método envolve vários fatores subjetivos. A 
presença de uma infecção vaginal, por exemplo, influencia a 
percepção das características do muco. Apresenta índices de falha de 
até 39 em 100 mulheres por ano. As principais causas do insucesso 
são: ausência de abstenção na fase fértil; fluxo tardio de muco; ápice 
do muco muito precoce; ausência de percepção da presença de muco; 
avaliação precária do muco devido à leucorreia ou sêmen. 
Período de abstinência: da 
percepção do muco, ou 
sensação de lubrificação 
vaginal, até o quarto dia após a 
percepção máxima de 
umidade. 
➢ Método da Curva da Temperatura Basal: 
Após a ovulação ocorre um aumento dos níveis séricos de 
progesterona. Esta atua no centro termorregulador no hipotálamo e 
promove uma elevação da temperatura basal entre 0,3 e 0,8ºC (em 
geral, 0,3ºC). Este fenômeno denuncia a postura ovular. 
A ovulação geralmente ocorre um dia antes da elevação da 
temperatura. Este aumento de temperatura permanece por 11 a 16 
dias. A elevação da temperatura por menos de 11 dias sugere 
insuficiência do corpo lúteo e por mais de 16 dias sugere gravidez. Na 
ausência de ovulação, não há formação do corpo lúteo, a secreção de 
progesterona não ocorre e a temperatura corporal se mantém estável, 
resultando em um gráfico monofásico. 
O registro da temperatura corporal basal deve ser diário, pela manhã, 
após repouso de pelo menos cinco horas, antes de realizar qualquer 
atividade. A temperatura pode ser aferida por via oral, retal ou vaginal, 
com termômetro comum. Por via oral, o termômetro deverá 
permanecer embaixo da língua por cinco minutos. A mesma via de 
aferição deve ser utilizada durante todo o ciclo. 
A curva de temperatura pode ser: 
Bifásica: normal; 
Monofásica: geralmente anovulatória; 
Trifásica (ou com uma segunda fase curta): neste último caso 
sugestiva de insuficiência lútea ou síndrome do folículo não roto. 
O monitoramento da curva de temperatura basal também pode ser 
empregado para o diagnóstico presuntivo de gestação. O estímulo 
progesterônico da gravidez determina a manutenção da temperatura 
corporal basal elevada. 
As principais críticas a este 
método são: vários fatores podem 
interferir com a temperatura 
basal, como infecções (virais ou 
bacterianas) e insônia; a aferição 
diária acarreta ansiedade; o 
método não permite prever a 
ovulação, o que dificulta a contracepção nos dias que a precedem; 
mulheres que apresentam um gráfico claramente bifásico apresentam 
certamente ciclos ovulatórios, mas traçados monofásicos, quando 
presentes, requerem a confirmação do estado ovulatório da paciente 
por outros métodos. 
Período de abstinência: a mulher deverá se manter em abstinência 
durante toda a primeira fase do ciclo até a manhã do quarto dia em 
que se verificou o aumento da temperatura. Esta última medida 
assegura que o óvulo não é mais fecundável (48 horas de vida média). 
 
 
➢ Método Sinotérmico: 
Resume a combinação entre as observações sobre a temperatura basal, 
o muco cervical e outros parâmetros subjetivos que possam indicar a 
ovulação (dor pélvica, enxaqueca). Esta associação visa aumentar a 
eficácia. 
Para identificar o início do período fértil: fazer cálculo do calendário 
e analisar o muco. Para identificar o fim do período fértil: observar 
variações do muco e identificar a decalagem da temperatura basal. 
➢ Coito Interrompido: 
A interrupção da relação sexual antes da ejaculação não deve ser 
recomendada como método sistemático, mas pode ser útil em 
situações atípicas, quando não estão disponíveis outros recursos. 
Requer grande controle por parte do homem, o que nem sempre 
acontece. Além disso, a ejaculação é precedida de liberação de muco, 
que pode conter espermatozoides. A retirada do pênis leva ao ato 
sexual incompleto e ansiedade. Antes do ato sexual, o homem deve 
urinar e retirar restos de esperma de uma eventual relação sexual 
anterior. 
Outras formas de se fazer sexo sem ejaculação dentro da vagina são 
práticas eróticas diversas, em que não ocorre a penetração do pênis na 
vagina. Podem ser citados: o sexo oral, o sexo anal, a masturbação 
mútua etc. É importantelembrar que o coito interfemoral, em que a 
ejaculação se faz na vulva, pode resultar em gestação. 
Deve ser desestimulado pelas razões anteriormente mencionadas e 
pelo índice elevado de falhas. O índice de Pearl é maior que 25%. 
Métodos de Barreira: 
Possuem como mecanismo de ação a interposição de uma barreira 
mecânica ou química que impeça a ascensão de espermatozoides da 
vagina para o útero. A associação dos dois tipos de métodos aumenta 
sua eficácia. 
O uso destes métodos está sujeito a dificuldades em cada relação 
sexual. Os usuários requerem orientações corretas e motivação para 
que os métodos atinjam a melhor eficácia. Assim, quando usados 
corretamente, possuem boa eficácia. 
São considerados métodos de barreira: preservativo masculino; 
preservativo feminino; diafragma; capuz cervical; espermicida; e 
esponja. 
➢ Preservativos Masculinos: 
Denominado de condom (camisa de Vênus), corresponde a um 
envoltório de látex que deve ser colocado no pênis ereto, antes do 
início do ato sexual. O usuário deve ser orientado a retirar o pênis da 
vagina logo após a ejaculação, evitando que o seu conteúdo saia do 
reservatório com a diminuição da ereção. 
O mecanismo de ação ancora-se na retenção do esperma no 
preservativo, o que coíbe seu contato com a vagina. É um método que 
diminui o risco de transmissão de HIV e de outras doenças 
sexualmente transmissíveis. A única condição clínica que pode 
restringir seu uso é a alergia ao látex. O emprego correto do método, 
em todas as relações sexuais, associa-se a uma taxa de falha de 3%. 
Apresenta índice de Pearl de 2% a 15%, com grande variação, pois 
depende do uso correto. 
Vantagens: protege contra DST (inclusive HIV e Hepatite B), não 
depende de controle médico e é de fácil acesso. A proteção contra 
algumas DST (como o HPV) não é total, pois pode haver 
contaminação através do contato com a pele não coberta pelo 
preservativo. 
Desvantagens: requer motivação e manipulação durante o ato sexual; 
podem ocorrer roturas do preservativo e reação alérgica ao látex. 
Já vêm sendo desenvolvidos preservativos masculinos em 
poliuretano, mais resistentes e menos alergênios que o látex, com o 
intuito de minimizar tais intercorrências. 
➢ Preservativo Feminino: 
Denominado de condom feminino, é confeccionado com poliuretano. 
Consiste em um tubo medindo 17 cm de comprimento por 8 cm de 
diâmetro, com uma extremidade fechada e outra aberta. Dois anéis 
flexíveis de poliuretano, mas algo rígidos, situam-se nas 
extremidades. O anel com a extremidade fechada deve ser 
posicionado no fundo da vagina, de forma a recobrir completamente 
o colo uterino. O anel com extremidade aberta é posicionado na fenda 
vulvar, e a recobre parcialmente. 
Assim como o preservativo masculino, cada preservativo só pode ser 
utilizado uma vez. O mecanismo de ação consiste na retenção do 
esperma no preservativo, o que impede seu contato com a mucosa 
vaginal. A colocação do preservativo precede a penetração. 
Pode ser inserido até 8 horas antes do ato sexual e não é necessário 
que seja retirado imediatamente após a relação, o que confere maior 
adesão ao método pelos casais. Pode ser usado associado a 
lubrificantes espermicidas, o que aumenta a eficácia do método, além 
de não ser tão alérgeno como o látex. A taxa de falha oscila entre 5% 
(uso correto) e 21% (uso habitual). 
Vantagens: inserção fora do intercurso sexual, menos reação alérgica 
e maior resistência. 
Desvantagens: confere proteção parcial para herpes genital e HPV, 
além de ser pouco estética, de alto custo, provocar desconforto pelo 
anel interno e provocar ruídos durante o ato sexual, o que pode gerar 
incômodo intolerante. 
➢ Espermicida: 
Consiste em substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do 
útero, imobilizando ou destruindo os espermatozoides por lesão da 
sua membrana celular. Devem ser aplicados antes da relação sexual e 
são efetivos por duas horas. A paciente e/ou o parceiro podem 
apresentar reação alérgica. 
O produto mais usado tem como base o nonoxinol-9 a 2%. O 
Octoxinol-9 e o Menfegol correspondem a outros agentes que podem 
ser empregados. Estas substâncias podem provocar microfissuras na 
mucosa vaginal, com aumento do risco de transmissão de HIV, sendo 
considerado categoria 4 em pacientes com HIV/ AIDS ou elevado 
risco para a infecção. O índice de Pearl varia entre 18 e 29% (Pearl 
correto e típico, respectivamente). Isoladamente, não confere proteção 
adequada. 
Constituem restrição ao uso do método: história recente de infecção 
genital, baixa ou alta; e existência de DST/AIDS. 
➢ Diafragma: 
Corresponde a um dispositivo circular flexível coberto por uma 
membrana de silicone ou látex. Tem o inconveniente de depender do 
médico para ser utilizado, pois é necessária avaliação do tamanho 
adequado de diafragma para cada paciente. É fundamental a adequada 
orientação quanto à sua introdução e retirada. Assim, somente após 
consulta com profissional de saúde a paciente poderá iniciar o uso do 
dispositivo. Além disso, a paciente deve ser reavaliada após cada parto 
e em caso de perda ou ganho de peso acentuado. 
A associação do dispositivo à substância espermicida incrementa a 
eficácia do método e simplifica a colocação. O dispositivo poderá ser 
inserido até duas horas antes da relação sexual. Idealmente, deve ser 
colocado pouco antes da relação sexual para se evitar o acúmulo de 
secreções. No entanto, sua remoção só deverá ser efetuada seis a oito 
horas após o coito, para garantir maior tempo de exposição do 
espermatozoide ao espermicida. 
A taxa de falha varia de 6% (uso consistente) a 16% (uso habitual). 
Protege contra DST (redução de 50% do risco pela oclusão do colo, 
embora não proteja contra HIV). 
O método possui algumas restrições ao seu uso, a saber: alergia ao 
látex; história de síndrome do choque tóxico; história de doença 
valvular cardíaca complicada (hipertensão pulmonar, fibrilação atrial, 
endocardite infecciosa); pacientes virgens; e pacientes com infecções 
vaginais e/ou DIP. O uso deve ser evitado em pacientes com prolapso 
uterino, cistocele, retocele, retroversão uterina fixa e nos casos de 
alterações anatômicas (septos vaginais, fístulas e cistos vaginais). 
➢ Esponja e Capuz Cervical: 
A esponja constitui-se de poliuretano acompanhada de espermicida. 
É descartável e de fácil colocação. Tem como principal limitação ao 
uso o custo (produto importado com custo elevado). Pode ser utilizada 
por 24 horas, devendo ser descartada em seguida. As contraindicações 
deste método são as mesmas atribuídas ao diafragma. O índice de 
Pearl varia entre 9 e 32%. 
O capuz cervical é um dispositivo de borracha ou látex que se adapta 
ao colo e se adere a ele, por sucção. Deve ser utilizado em conjunto 
com espermicida. Pode ser inserido até 24 horas antes da relação e 
deve ser retirado seis a oito horas após. Pode ser utilizado em 
pacientes com prolapsos, para os quais o diafragma está 
contraindicado, mas não pode ser utilizado em pacientes com 
alterações cervicais, virgens e com infecções vaginais e/ou DIP. Não 
é método disponível no Brasil. Apresenta eficácia semelhante ao 
diafragma. 
Dispositivos Intrauterinos: 
O dispositivo intrauterino (DIU) é um método anticoncepcional 
constituído por um aparelho pequeno e flexível que é colocado dentro 
do útero, o qual exerce ações que culminam por evitar a gestação. 
Há vários modelos de DIU que se encaixam em dois tipos de DIU: os 
que contêm cobre e os com hormônio – progesterona ou 
levonorgestrel (LNG). 
Os DIUs com cobre foram desenvolvidos com diversos formatos, 
sendo que os que vingaram e são largamente usados são o TCu 380A 
e o Multiload 375 (MLCu375). Os números que acompanham o 
modelo se referem à superfície de cobre presente. Foi constatado que 
quanto maior essa superfície, maior seria o número de íons de cobre 
liberados na cavidade uterina,resultando em maior eficácia. 
➢ Eficácia: 
Segundo vários trabalhos, o DIU TCu 380A tem uma taxa de falhas 
que vai de 0,4 em 12 meses a 2,1 em 120 meses (10 anos), o que lhe 
confere uma alta confiabilidade. O DIU com LNG tem uma eficácia 
maior, sendo a taxa de falhas no primeiro ano de uso igual a zero. 
➢ Mecanismo de Ação: 
O mecanismo de ação desses dispositivos, na mulher, ainda não está 
completamente esclarecido. Todos provocam uma reação inflamatória 
no endométrio, com alterações histológicas e bioquímicas importantes 
(aumento de citocinas citotóxicas), que interferem na fisiologia 
normal da espermomigração, fertilização do óvulo e implantação do 
blastocisto. Os íons de cobre interferem na vitalidade e na motilidade 
espermática, prejudicando-as, e, também diminui a sobrevida do 
óvulo no trato genital. O cobre é responsável por um aumento da 
produção de prostaglandinas e inibição de enzimas endometriais. 
Estas mudanças afetam adversamente o transporte de esperma de 
modo que raramente ocorre a fertilização. A ovulação não é afetada 
em usuárias do DIU de cobre. Assim, segundo os dados científicos 
disponíveis, os DIUs com cobre agem, não apenas na cavidade 
uterina, mas também fora dela, interferindo em várias etapas do 
processo reprodutivo. 
O DIU com LNG (Mirena®) libera 20 mcg de LNG por dia, na 
cavidade uterina, o qual é pouco absorvido e, por isso, os efeitos 
sistêmicos são desprezíveis ou inexistentes. Agindo localmente, causa 
atrofia do endométrio e alterações no muco cervical, efeitos que 
aumentam muito sua eficácia contraceptiva. Adiciona à reação de 
corpo estranho a ação da progesterona no endométrio: decidualização 
e atrofia glandular. Os receptores de estrogênio e progesterona 
endometriais são suprimidos. O muco cervical torna-se espesso, 
criando uma barreira à penetração espermática. A ovulação pode ser 
inibida. 
➢ Condições para Uso: 
O uso de DIU requer uma inserção por profissional devidamente 
habilitado. É fundamental que a paciente seja hígida. 
Portanto, é essencial: exame ginecológico normal; colpocitologia 
oncótica dentro da normalidade; ausência de vaginites, cervicites 
infecciosas, doença inflamatória pélvica aguda ou crônica, 
malformações uterinas, tumores pélvicos ou câncer genital; ausência 
de cardiopatias, doenças hematológicas, especialmente as 
hemorrágicas, deficiências imunológicas; não estar grávida. 
➢ Tempo de Uso: 
O TCu 380A pode ser usado por 12 anos, sem comprometimento da 
sua eficácia. Talvez possa ser por mais tempo, mas ainda não há 
trabalhos que suportem essa afirmação. O DIU com LNG pode 
permanecer por cinco anos sem comprometimento de sua eficácia. 
Após esse prazo deve ser trocado ou removido. 
➢ Riscos e Paraefeitos: 
São os principais riscos associados ao uso de DIU, condicionados à 
sua inserção: dor; reação vagal; perfuração uterina; sangramento; 
laceração da cérvice e bacteremia transitória. Para todos eles há 
prevenção por meio do uso de rigor técnico na inserção. A reação 
vagal, quando ocorre, é leve, transitória e se resolve espontaneamente. 
É importante estar prevenido para isso. 
A perfuração uterina é, sem dúvida, a complicação mais séria, 
especialmente se não for diagnosticada, podendo levar à colocação do 
dispositivo em sítio diferente da cavidade uterina, com consequências 
que podem ser graves. 
Ainda se relacionam, como complicações do uso do DIU, a expulsão 
espontânea e a falha contraceptiva: a gravidez não desejada. 
Os paraefeitos observados, com maior frequência, durante o uso do 
DIU, são: dor pélvica crônica; dismenorreia; sangramentos anormais, 
especialmente menorragia e hipermenorreia etc. 
Ocorrendo atraso menstrual, na vigência do DIU, a conduta inicial é 
verificar se há gravidez ou não, por meio da dosagem da 
gonadotrofina coriônica no sangue. Sendo esta positiva, o dispositivo 
deve ser removido, caso seja possível. Se os fios de reparo do DIU 
não são visualizáveis, a gestação deve ser acompanhada com cuidados 
redobrados, pois aumenta muito o risco de corioamnionite e ruptura 
prematura de membranas com consequente interrupção prematura da 
gravidez. 
Definitivos ou Irreversíveis: 
Contracepção Cirúrgica: 
É empregada por muitos casais em nosso meio. Constitui-se no único 
método de contracepção definitiva, sendo definido como método 
irreversível. As técnicas laparoscópicas para as mulheres e a 
vasectomia para os homens vêm sendo empregadas com frequência 
cada vez maior. 
➢ Esterilização Feminina: 
Pode ser realizada no momento de uma laparotomia para uma 
cesariana ou para outra cirurgia no abdome. Prolonga-se um pouco o 
tempo total da cirurgia sem oferecer riscos. O local ideal para o 
procedimento é a região ístmica. 
➢ Minilaparotomia após Parto Vaginal: 
No período pós-parto imediato, a posição em que se encontram as 
trompas facilita o procedimento, o qual é realizado através de uma 
incisão infra ou transumbilical (técnica de Sauter). É importante frisar 
que a legislação brasileira vigente não prevê a laqueadura neste 
período, salvo raras exceções. 
➢ Minilaparotomia no Intervalo: 
É geralmente realizada como um procedimento ambulatorial. A 
incisão é suprapúbica transversal. No estado não gravídico, as trompas 
e o útero localizam-se mais profundamente na cavidade pélvica, desta 
forma devemos empregar durante a minilaparotomia um levantador 
uterino inserido por via transvaginal. 
➢ Laparoscopia: 
É procedimento que requer anestesia geral. 
A laparoscopia padrão pode lesar vasos 
sanguíneos no momento da introdução do 
trocarte, porém é muito raro. 
Coagulação elétrica bipolar: a porção 
ístmica média da tuba e a mesossalpinge 
adjacente são apreendidas com uma pinça 
bipolar por onde se desloca a corrente. 
Aplicação do anel de YOON: um anel de 
silastic (uma espécie de borracha) é 
liberado ao redor da base da tuba, produzindo necrose isquêmica desse 
segmento. 
Aplicação do clipe de Hulka: consiste na aplicação de um clipe 
plástico ou metálico, colocado através da porção ístmica de cada tuba. 
➢ Esterilização Masculina: 
A vasectomia é realizada sob anestesia local e consiste na ressecção 
do ducto deferente. Apresenta índice de Pearl entre 0,1 a 0,15% 
homens/ano. 
As principais complicações incluem epididimite congestiva, 
hematoma do escroto e infecção de ferida operatória. 
Não se associa a aumento da incidência de câncer de próstata (como 
se acreditava antigamente), câncer de testículo, urolitíase ou 
aterosclerose. O procedimento não causa disfunção sexual. Após o 
procedimento, recomenda-se a utilização de preservativo ou outro 
método anticoncepcional durante três meses, pois pode haver 
espermatozoides presentes no ejaculado durante este período. 
Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes 
situações: 
I - Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 
25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que 
observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade 
e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada 
acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo 
aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a 
esterilização precoce. 
II - Risco de vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, 
testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos. 
Índice de Pearl: 
A eficácia de um método contraceptivo é a capacidade desse método 
de proteger contra a gravidez não desejada e não programada. É 
expressa pela taxa de falhas própria do método, em um período de 
tempo, geralmente um ano. O índice mais utilizado para esse fim é o 
índice de Pearl, que é assim calculado: 
 O índice de Pearl é considerado pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS) como o principal avaliador da eficácia dos métodos 
contraceptivos. Em outras palavras, o índice avalia o número de falhas 
que ocorreram com a utilizaçãodo método ao fim de um ano, em 100 
mulheres. Quanto menor o índice de Pearl, maior é a eficácia de um 
método contraceptivo. Os métodos com maior eficácia possuem 
índice menor do que um. A OMS recomenda que os métodos 
anticoncepcionais apresentem índice de falha menor que quatro 
gestações por 100 mulheres/ano. 
Critérios de Elegibilidade dos Anticoncepcionais: 
Atualmente, há uma grande e crescente variedade de métodos efetivos 
para controle da fertilidade. Embora nenhum seja totalmente livre de 
efeitos colaterais ou de riscos potenciais, a disponibilidade destes 
métodos contraceptivos é essencial para atenção à saúde da mulher na 
prevenção de gestações indesejadas. Este contexto destaca a 
importância do estudo da efetividade dos contraceptivos disponíveis 
com base nas orientações dos critérios clínicos de elegibilidade da 
Organização Mundial de Saúde. 
O planejamento familiar é definido pela Lei 9263 de 12/01/1996 como 
“conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos 
iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, 
pelo homem ou pelo casal”. No Brasil, o Ministério da Saúde 
disponibiliza gratuitamente diversos métodos de controle de 
natalidade para a população usuária dos serviços públicos de saúde, 
como condom masculino e feminino, diafragma, esterilização 
cirúrgica, minipílula, DIU de cobre, Anticoncepcionais Orais (ACO) 
e injetáveis e espermicidas. 
Os métodos atualmente estão agrupados de acordo com sua 
efetividade e não mais em função do tipo de contracepção, sendo 
dividididos em 4 categorias. 
Categoria 1 ou de Primeira Linha: 
Os considerados de primeira linha são aqueles mais efetivos e 
caracterizados pela facilidade de uso. Esses métodos requerem 
mínima motivação da usuária ou intervenção e apresentam índice de 
gravidez não desejada inferior a 2 em 100 durante o primeiro ano de 
uso. Como esperado, esses métodos de primeira linha proporcionam 
a maior duração de efeito contraceptivo e requerem o menor número 
de consultas de retorno. 
Entre os métodos de primeira linha estão dispositivos intrauterinos, 
implantes contraceptivos e diversos métodos de esterilização feminina 
e masculina. A redução do número de gravidezes indesejadas é mais 
facilmente obtida aumentando-se o uso desses métodos de primeira 
linha. 
Assim, embora o aconselhamento deva incluir todas as formas de 
contracepção, parte das impressões equivocadas acerca de alguns 
desses métodos de primeira linha – particularmente sobre os 
dispositivos intrauterinos – pode ser esclarecida. 
Portanto, são métodos que podem ser usados sem qualquer restrição. 
Categoria 2 ou de Segunda Linha: 
Os métodos de segunda linha incluem contraceptivos hormonais 
sistêmicos disponíveis em comprimidos orais, injeção intramuscular, 
adesivos transdérmicos ou anéis transvaginais. Somados, a taxa de 
fracasso esperado varia entre 3 e 9% durante o primeiro ano. Esta taxa 
alta provavelmente é reflexo de uso inadequado sem nova dosagem 
no intervalo apropriado. Os sistemas automatizados de lembrete para 
esses métodos de segunda linha têm se mostrado ineficazes. 
Portanto, o uso do método em apreço pode apresentar algum risco, 
habitualmente menor do que os benefícios decorrentes de seu uso. Em 
outras palavras, o método pode ser usado com cautela e precauções 
maiores, especialmente acompanhamento clínico mais rigoros. 
Categoria 3 ou de Terceira Linha : 
Os métodos de terceira linha incluem métodos de barreira para 
homens e mulheres, assim como métodos de consciência corporal, 
como as tabelas com base no ciclo menstrual. A taxa de fracasso 
esperada varia entre 10 e 20% no primeiro ano de uso. Contudo, a 
eficácia aumenta com o uso consistente e correto. 
Portanto, o uso do método pode estar associado a um risco, 
habitualmente considerado superior aos benefícios decorrentes de seu 
uso. O método não é o mais apropriado para aquela pessoa, podendo 
ser usado, contudo, no caso de não haver outra opção disponível, ou 
em que a pessoa não aceita qualquer outra alternativa, mas desde que 
seja bem alertada desse fato e que se submeta a uma vigilância médica 
muito rigorosa. 
Categoria 4 ou de Quarta Linha : 
Entre os métodos de quarta linha estão as formulações espermicidas, 
com taxa de insucesso entre 21 e 30% no primeiro ano de uso. O coito 
interrompido é tão imprevisível que alguns autores concluíram que 
não faz parte dos métodos contraceptivos. 
Portanto, o uso do método em apreço determina um risco à saúde, 
inaceitável. O método está contraindicado. 
Composições dos Métodos Hormonais: 
Os contraceptivos hormonais são métodos extremamente difundidos 
e eficazes. 
No entanto, seu índice de sucesso depende fundamentalmente da 
paciente. Com isso, na prática seu índice de falhas aumenta 
consideravelmente decorrente do uso incorreto, chegando a taxas de 
gravidez no primeiro ano de uso entre 3 e 9 por 100 usuárias. Dentre 
esses contraceptivos os mais conhecidos são: contraceptivos orais 
combinados (COCs), contraceptivos contendo apenas progestogênio 
(COPs) e contraceptivos com estrogênios e/ou progestogênios de uso 
sistêmico por injeção, adesivo transdérmico ou anel intravaginal. 
Contraceptivos Hormonais Combinados (CHCs): 
Os CHCs possuem a combinação de um estrogênio e um 
progestogênio no mesmo método. Desse grupo fazem parte as pílulas 
contraceptivas de uso oral, o injetável mensal, o adesivo transdérmico 
e o anel intravaginal. Apresentam bons níveis de efetividade e 
continuidade do uso do método. 
O mecanismo de ação dos CHCs ocorre pela inibição da ovulação. 
Vamos relembrar, no ciclo menstrual o hormônio folículo estimulante 
(FSH) é responsável pelo recrutamento e desenvolvimento folicular. 
Já o hormônio luteinizante (LH) é o responsável pela ovulação. O 
componente de estrogênio dos CHCs inibe o FSH, enquanto que o 
progestogênio age inibindo o LH. Ora, se esses dois hormônios estão 
bloqueados, não pode ocorrer recrutamento folicular, 
amadurecimento do folículo dominante e nem ovulação. Além disso, 
a progesterona presente nesses contraceptivos torna o muco cervical 
espesso, dificultando a espermomigração, reduz a motilidade tubária 
e ainda tem efeito antiproliferativo no endométrio. Já o estrogênio 
contido na formulação estabiliza o endométrio, reduzindo os 
sangramentos e aumenta a produção hepática da globulina carreadora 
de hormônios sexuais (SHBG), reduzindo a fração livre de 
testosterona. Sabendo disso, fica fácil elencar vários benéficos dos 
CHCs: 
Possuem alguns efeitos adversos relacionados aos hormônios 
utilizados. Além disso, devido aos hormônios utilizados os CHCs 
possuem inúmeras contraindicações relativas e absolutas. 
 Apresentaremos no quadro abaixo as contraindicações absolutas 
(categoria 4) mais importantes de acordo com os critérios de 
elegibilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS). 
 
Contraceptivo Oral Combinado (COCs) : 
Também são conhecidos como pílulas anticoncepcionais. O principal 
estrogênio utilizado é o etinilestradiol. Mas novas formulações podem 
conter o estradiol e o valerato de estradiol que são estrogênios 
naturais. Os COCs que possuem etinilestradiol em sua composição 
podem ser classificados pela dose estrogênica, em pílulas de alta ou 
baixa dose. As pílulas que contêm doses abaixo de 50 mcg de 
etinilestradiol são as de baixa dose, aquelas com quantidade superior 
a 50 mcg são as de alta dose. De acordo com o tipo de progestagênios 
contido, os COCs podem ser classificados em primeira, segunda ou 
terceira geração. Os COCs de primeira geração são os que possuem 
levonorgestrel (progestágeno) associado a 50 mcg de etinilestradiol. 
Já as de segunda geração contêm o etinilestradiol em doses menores, 
associado ao levonorgestrel. Se a pílula tiver desogestrel ou gestodeno 
associado ao progestágeno, são denominadas de terceira geração. 
Pode ser utilizado de maneiracontínua ou estendida. No uso contínuo, 
não há interrupção das pílulas e no uso estendido, as pausas acontecem 
3 a 4 vezes por ano, dependendo do produto. As pílulas devem ser 
iniciadas no primeiro dia do ciclo menstrual. As cartelas a depender 
do tipo esquema utilizado indicam pausas mensais que podem variar 
de quatro a sete dias. Nesses casos, após a primeira cartela inicia-se a 
segunda no quinto ou oitavo dia, respectivamente. Alguns 
anticoncepcionais de 28 dias podem ser utilizados sem pausa. O 
importante é utilizar diariamente para evitar falhas. No caso de 
esquecimento, deve se fazer o uso da pílula esquecida mais a pílula do 
dia para evitar sangramento por colapso endometrial. Já o restante da 
cartela deve ser consumido com uma pílula por dia. Em caso de mais 
de um dia esquecido, deve-se utilizar um contraceptivo de barreira por 
pelo menos 7 dias para evitar gestação. 
 
 
 
Injetável Mensal: 
Os anticoncepcionais hormonais combinado injetável são utilizados 
mensalmente. Os mais utilizados são o de valerato de estradiol com 
enantato de noretisterona, e o cipionato de estradiol com acetato de 
medroxiprogesterona. É indicado para pacientes que possuem 
dificuldade de aderir pílula anticoncepcional. O mecanismo de ação é 
o mesmo que os demais contraceptivos combinados. O sangramento 
menstrual ocorre a cada três semanas após o 22° dia da injeção. A 
aplicação ocorre via intramuscular no músculo deltoide a cada 30 dias. 
Anel Vaginal: 
Esse método contraceptivo combinado que possui o formato de um 
anel transparente e flexível e contém 2,7 mg de etinilestradiol e 11,7 
mg de etonogestrel. O anel vaginal libera cerca de 15 μg de 
etinilestradiol/dia e 120 μg de etonogestrel/dia. Deve ser colocado em 
forma de “8” no fundo vaginal entre o primeiro e o quinto dia do ciclo 
menstrual. O dispositivo permanece por três semanas consecutivas, 
faz-se uma pausa de sete dias, quando ocorre o sangramento e 
recoloca um novo dispositivo ao final da pausa. 
Adesivo Transdérmico: 
O adesivo transdérmico contém uma camada interna hormonal e uma 
camada externa resistente à água. Ele libera diariamente 30 μg de EE 
e 150 μg de norelgestromina, que, após metabolismo hepático, se 
transforma em levonorgestrel. O adesivo deve ser aplicado na pele 
limpa, podendo ser colocado nas nádegas, parte externa do braço, 
abdome inferior ou região superior do dorso, evitando as mamas. 
Basta pressionar o adesivo por cerca de 10 segundos. O primeiro 
adesivo é aplica do no primeiro dia do ciclo. Depois disso, o adesivo 
é trocado uma vez por semana, após a terceira semana é feita uma 
pausa, quando ocorrerá o sangramento e ao final da pausa um novo 
adesivo é colocado. Além disso, o contínuo, ou seja, sem pausas 
também pode ser utilizado. Ele fornece proteção contraceptiva mesmo 
após dois dias de atraso na substituição do adesivo. Em caso de 
descolamento do adesivo, basta recolocá-lo ou aplicar um novo. 
Nesses casos não há redução da eficácia. Como efeitos adversos, pode 
ocorrer dismenorreia, mastalgia e spotting. 
Contraceptivos Apenas de Progestogênio (COPs): 
Esses contraceptivos possuem como hormônio apenas a progesterona. 
Dentro desse grupo está a pílula de progesterona isolada, o injetável 
trimestral, o implante subdérmico e o SIU de levonorgestrel (discutido 
no tópico de dispositivos intrauterinos). As principais 
contraindicações desse método estão descritas no quadro abaixo. 
Pílula de Progesterona Isolada: 
Esses contraceptivos podem ser compostos por desogestrel, acetato de 
noretindrona e levonorgestrel. 
Minipílula: Os contraceptivos compostos por acetato de noretindrona 
e levonorgestrel são também conhecidos como minipílulas e podem 
ser utilizados em pacientes em aleitamento e na perimenopausa. Essas 
medicações promovem efeito contraceptivo através do espessamento 
do muco cervical e inibição da implantação do embrião no 
endométrio. Não possuem efeitos anovulatórios. Nesse caso, o uso de 
minipílulas é contínuo e devem ser prescritas no puerpério de 
mulheres que amamentam seis semanas após o parto. O seu uso deve 
ser rigoroso, pois após 27 horas da injesta do último comprimido já 
pode perder o seu efeito. 
Desogestrel: Esse contraceptivo é composto por 75 μg de desogestrel 
e tem a capacidade de inibir a ovulação, por isso, é mais eficaz que as 
minipílulas. Além disso, torna o muco cervical espesso, dificultando 
a ascensão dos espermatozoides. Também pode ser indicado durante 
a amamentação e tem a vantagem de poder ser tomado com atraso de 
até 12 horas, sem comprometer a sua eficácia. 
Injetável Trimestral: 
O contraceptivo injetável trimestral geralmente é utilizado em 
pacientes que possuem contraindicação ao uso de estrogênios. Ele 
bloqueia a ovulação através da inibição do LH, também levando à 
alteração nas características do muco e atrofia endometrial. Além 
disso, pode levar à amenorreia e redução da dismenorreia, TPM e 
câncer endometrial. Como efeitos adversos, pode estar presente o 
sangramento intermenstrual, edema, ganho de peso, acne, náuseas, 
mastalgia, cefaleia, alterações do humor e redução da densidade 
mineral óssea. É aplicado via intramuscular na nádega ou músculo 
deltoide a cada três meses. 
Implante Subdérmico: 
O implante subdérmico é composto contendo progestágenos como o 
etonogestrel (Implanon) e o levonorgestrel (Norplant). O primeiro tem 
duração de 3 anos, enquanto que o segundo dura até 5 anos. Esse 
dispositivo é implantado na parte subdérmica do antebraço, entre os 
músculos bíceps e tríceps. Para ser retirado, é preciso pequena incisão 
sob anestesia local. O implante de levonorgestrel atua inibindo a ação 
do LH, impedindo a ovulação. Além disso, leva à atrofia endometrial 
e alteração do muco cervical. Por não apresentar um componente 
estrogênico que estabiliza o endométrio, pode ocorrer como efeito 
adverso o spotting. Já o implante de levonorgestrel previne a gestação 
por meio da ação sobre o muco cervical que se torna impenetrável aos 
espermatozoides. Também está associado a cefaleia, mastalgia, acne 
e ganho de peso. Após a remoção do implante, o retorno à fertilidade 
é rápido, podendo variar em média de 1 a 18 semanas. O implante de 
etonogestrel tem uso seguro durante a amamentação. 
LARCS: 
A contracepção reversível de longa ação (long acting reversible 
contraceptives [LARC]) é representada pelos dispositivos 
intrauterinos e pelo implante contraceptivo. São métodos altamente 
eficazes, com ação contraceptiva igual ou superior a três anos. Os 
LARCs são superiores em termos de eficácia, propiciando taxas de 
gravidez de menos de 1% ao ano em uso perfeito e em uso típico. 
Existem a taxa de falha inerente ao método (com uso perfeito ou falha 
teórica) e a taxa de falha associada ao uso típico do método (uso na 
vida real). Por não dependerem da motivação da usuária para manter 
sua eficácia, os LARCs são mais eficazes e bem indicados a mulheres 
com fatores de risco de baixa adesão. 
Os LARCs independem da ação do médico ou da usuária para manter 
sua e cácia e apresentam as mais altas taxas de satisfação e 
continuidade de uso entre todos os contraceptivos reversíveis. 
Os LARCs disponíveis atualmente, no Brasil, são o implante 
subdérmico liberador de etonogestrel (ENG), dispositivos 
intrauterinos (DIUs) medicados com cobre (TCu380A) e sistemas 
intrauterinos liberadores de levonorgestrel (SIU-LNG). 
Anticoncepção e Menacme: 
Lactação: 
Aproximadamente 20% das mulheres que amamentam ovulam em 
torno do terceiro mês de pós-parto. A ovulação frequentemente 
precede a menstruação e essas mulheres correm risco de gravidez não 
planejada. Para as mulheres que amamentam de forma intermitente 
deve-se iniciar contracepção efetiva como se não estivessem 
amamentando. Além disso, a contracepção é essencial após a primeira 
menstruação, a não ser que se esteja planejando nova gravidez. 
Dosmétodos disponíveis, o dispositivo intrauterino de cobre em 
lactantes está na categoria 1 ou 2, ou seja, as vantagens 
consistentemente superam os riscos. Considerando que os 
contraceptivos orais contendo apenas progestogênio têm pouco efeito 
sobre a lactação, eles são preferidos por alguns para serem usados por 
até seis meses nas mulheres que estejam praticando aleitamento 
materno exclusivo. 
A contracepção apenas com progestogênio pode ser iniciada com seis 
semanas de pós-parto para aquelas que estejam praticando 
aleitamento materno exclusivo, ou com três semanas, caso o 
aleitamento não seja exclusivo. A contracepção com combinação de 
hormônios pode ser iniciada seis semanas após o nascimento, caso o 
aleitamento esteja bem estabelecido e o estado nutricional do lactente 
esteja sendo acompanhado. Também pode ser iniciada com quatro 
semanas de parto se a aderência ao acompanhamento previsto para o 
pós-parto for uma preocupação e se não houver risco de 
tromboembolismo venoso (TEV). 
As preocupações acerca do uso de contraceptivos orais durante 
aleitamento estão baseadas em possibilidades teóricas e 
biologicamente plausíveis – mas não comprovadas – de que os 
progestogênios sistêmicos interfeririam com a produção de leite. É 
importante ressaltar que os contraceptivos hormonais não parecem 
afetar a qualidade do leite materno. Quantidades mínimas dos 
hormônios são excretadas no leite materno, mas não há relatos de 
efeitos adversos nos lactentes. 
Adolescência: 
A função reprodutora estabelece-se muitos anos antes de haver 
compreensão psicossocial acerca das consequências da atividade 
sexual. Este desenvolvimento sexual precoce pode resultar em 
encontros sexuais intermitentes espontâneos com percepção ingênua 
sobre os riscos de gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis. 
Além disso, as adolescentes do sexo feminino que não utilizam algum 
método contraceptivo no seu primeiro encontro sexual têm 
probabilidade dobrada de engravidar durante a adolescência em 
comparação com aquelas que de início usam contracepção. Assim, o 
aconselhamento sobre métodos contraceptivos deve idealmente ser 
realizado antes do início da atividade sexual. É possível prescrever 
contracepção sem necessidade de exame físico da pelve ou sem 
rastreamento para câncer do colo uterino. 
Perimenopausa: 
a perimenopausa, a ovulação se torna irregular e a fertilidade oscila. 
Entretanto, é possível haver gravidez e, em mulheres com idade ≥ 40 
anos, mais de 33% das gestações não são intencionais. É importante 
ressaltar que a gravidez em idade materna avançada implica riscos 
aumentados de morbidade e mortalidade relacionadas com a gestação. 
As mulheres nesse grupo também podem apresentar problemas 
clínicos coexistentes capazes de contraindicar alguns métodos. 
Finalmente, os sintomas da perimenopausa podem estar presentes 
nesse grupo e talvez sejam aliviados com os métodos hormonais. 
Anticoncepção de Emergência: 
Segundo a Organização Mundial da Saúde e o Colégio Americano de 
Obstetrícia e Ginecologia (ACOG), AE é definida como um método 
que oferece às mulheres uma maneira não arriscada de prevenir 
gravidez não planejada até 120 horas da relação sexual. As opções 
atuais são seguras e bem toleradas. Entre os métodos hormonais, são 
indicados os que contêm etinilestradiol e LNG (método Yuzpe), LNG, 
acetato de ulipristal e, menos frequentemente, mifepristona ou uso de 
dispositivo intrauterino de cobre. No Brasil, os métodos liberados para 
uso de AE são os hormonais combinados e os com progestagênio 
isolado (LNG). 
 
 
Mecanismo de Ação: 
O mecanismo de ação dos métodos para a AE não foi ainda 
completamente elucidado. De modo geral, age impedindo ou 
atrasando a ovulação. Também altera os níveis hormonais, 
interferindo no desenvolvimento folicular, na maturação do corpo 
lúteo e inibindo a fertilização. O mecanismo preciso de ação do DIU 
de cobre é desconhecido, todavia os efeitos pré-fertilizantes são 
proeminentes, em que o cobre interfere no sêmen e no óvulo. 
Além disso, a presença de um corpo estranho induz resposta 
inflamatória crônica, levando à liberação de citocina e integrina, que 
causam efeito inibitório da implantação, mesmo que a fertilização 
ocorra. Esse mecanismo não é completamente compreendido e tais 
efeitos costumam ocorrer antes que o embrião se implante no útero. 
Eficácia: 
A administração de LNG previne cerca de dois terços das gestações, 
se for iniciada até 24 horas do ato sexual. Em revisão sistemática sobre 
a e cácia entre as diferentes pílulas usadas como AE, o método com 
LNG apresentou menos incidência de gestações (11 a 24 por mil 
mulheres) que o método de Yuzpe (29 por mil mulheres). A eficácia 
do AE diminui significativamente com o atraso na administração após 
relação sexual desprotegida. 
Indicações e Contraindicações: 
A AE deve ser indicada a mulheres após relação sexual desprotegida 
e em outras situações conforme exposto no quadro. Não há 
contraindicações médicas absolutas para o uso de AE. As usuárias 
devem ser informadas de que a utilização concomitante de fármacos 
indutores de enzimas CYP3A4 (como barbitúricos, carbamazepina, 
felbamato, griseofulvina, oxcarbazepina, fenitoína, rifampicina, erva-
de-são-joão e topiramato) interfere, diminuindo sua eficácia. 
Evidências recentes indicam menos e cácia da AE em mulheres com 
sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9 kg/m²) e, principalmente, nas obesas 
(IMC > 30 kg/m²). Recomendações atuais orientam que a AE deve 
continuar a ser indicada em mulheres de todos os pesos porque os 
beneficios superam os riscos. 
Efeitos Adversos: 
Os eventos adversos são relativamente leves e podem incluir náuseas, 
vômitos, cefaleia, tontura e alteração de sangramento. 
Aspectos Legais da Reprodução Feminina: 
Conforme a lei federal 9.263/96, o planejamento familiar é direito de 
todo o cidadão e se caracteriza pelo conjunto de ações de regulação 
da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação 
ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Em 
outras palavras, planejamento familiar é dar à família o direito de ter 
quantos filhos quiser, no momento que lhe for mais conveniente, com 
toda a assistência necessária para garantir isso integralmente. 
Para o exercício do direito ao planejamento familiar, devem ser 
oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção 
cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde 
das pessoas, garantindo a liberdade de opção. 
As áreas englobadas por ações preventivas e educativas, com garantia 
de acesso às informações, meios, métodos e técnicas disponíveis 
incluem o auxílio à concepção e contracepção, o atendimento pré-
natal, a assistência ao parto, puerpério e ao neonato, o controle das 
doenças sexualmente transmissíveis e controle e prevenção do câncer 
de colo do útero, de mama e de pênis. 
A lei de planejamento familiar também estabelece as regras de 
esterilização cirúrgica. Somente podem submeter-se a ela: homens e 
mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos 
de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado 
o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato 
cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso 
a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por 
equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce. 
Ela também pode ser realizada quando uma nova gravidez pode trazer 
risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto. 
Não pode ser realizada durante os períodos de parto ou aborto, exceto 
nos casos de comprovada necessidade, por sucessivas cesarianas 
anteriores (ex: ruptura uterina, + 5 partos cesarianos, etc, porém 
precisa de LAUDO ATESTANDO RISCO). 
As únicas formas aprovadas para esterilização são a laqueadura 
tubária e a vasectomia,não sendo permitida sua realização pela 
retirada do útero ou dos ovários. 
É importante lembrar que a esterilização cirúrgica é um método 
irreversível, mas que também pode apresentar falhas. A pessoa que 
realiza esse procedimento deve estar ciente desses termos e manifestar 
sua vontade por escrito após a informação a respeito dos riscos da 
cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e 
opções de contracepção reversíveis existentes. 
Referências Bibliográficas: 
• Tratado de Ginecologia / Manoel João Batista Castello Girão, 
Edmund Chada Baracat, Geraldo Rodrigues de Lima, editores 
associados Afonso Celso Pinto Nazário... [et al.]. – 1. ed. – Rio de 
Janeiro : Atheneu, 2017. a. Vol2. Seção 11. Cap 104 – Introdução ao 
planejamento familiar – páginas 1267 a 1271. b. Vol2. Seção 11. Cap 
105 – Classificação dos métodos contraceptivos – páginas 1273 a 
1276. c. Vol2. Seção 11. Cap 106 – Critérios de elegibilidade para uso 
dos métodos contraceptivos – páginas 1283 a 1285. 
• Joseph I. Schaffer, Barbara L. Hoffman, John O. Schorge. 
Ginecologia de Williams. 2ª. Edição, Editora Artmed, 2014. a. 
Capítulo – 5 - páginas 132 a 169 
• FEBRASGO - Manual de Critérios Médicos de Elegibilidade da OMS 
para uso de Métodos Anticoncepcionais. Disponível em: 
https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_ 
Novos/Manual-de-Criterios-Elegibilidade.pdf 
• Resumos da Med: 
https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_%20Novos/Manual-de-Criterios-Elegibilidade.pdf
https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Manuais_%20Novos/Manual-de-Criterios-Elegibilidade.pdf

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