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Estética Corporal Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Paula de França Carmo da Silva Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Fibro Edema Geloide • Definição; • Etiopatogenia do FEG; • Classificação; • Avaliação de FEG; • Princípios Ativos para FEG; • Eletroterapia x FEG; • Recursos Manuais x FEG. • Avaliar o FEG determinando tipos, graus e alterações; • Selecionar recursos de tratamento adequados, seguros e efi cazes de modo individual e personalizado; • Tratar de modo seguro e efi caz o FEG; • Indicar cosméticos para home care; • Orientar sobre práticas de vida diária que contribuem para o sucesso do tratamento. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Fibro Edema Geloide Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Fibro Edema Geloide Definição O Fibro Edema Geloide (FEG), conhecido popularmente como celulite (termo inadequado para a afecção estética, pois não se trata de inflamação ou infecção do tecido subcutâneo (AFONSO, TUCUNDUVA, PINHEIRO e BAGATIN, 2010)), é uma alteração do tecido conjuntivo, tecido adiposo e do sistema circulatório que envolve aspectos inestéticos, acometendo preferencialmente o sexo feminino. É caracterizado por um aspecto estofado ou aparência de “casca de laranja”. Etimologicamente, é definido como um distúrbio metabólico localizado no tecido subcutâneo que provoca uma alteração na forma do corpo feminino (ROSSI & VERGNANINI, 2000). Vários termos são utilizados para definir esta afecção estética. Na literatura, podemos encontrar diversas nomenclaturas que são sinônimos e que se diferenciam por alguns aspectos histopatológicos. Sinônimos científicos para “celulite” • Fibro Edema Geloide (FEG); • Hidrolipodistrofia Ginoide (HLDG); • Paniculopatia Edemato Fibroesclerótica (PEFE); • Lipoesclerose Nodular. O FEG tem grande prevalência nas mulheres, pois é desencadeado pela influ- ência dos estrógenos. Sendo assim, sua localização tem preferência por áreas que estão sob influência deste hormônio, como coxas, glúteos e quadris, mas também pode ser encontrada em mamas, nuca, abdômen e braços. A obesidade não é condição necessária para sua existência, mas as mulheres obesas apresentam maior tendência ao aparecimento do FEG. Importante! 80 a 90% das mulheres são acometidas pelo FEG. A que você atribui isso? Você Sabia? Etiopatogenia do FEG A etiopatogenia do FEG não está totalmente esclarecida, mas uma variedade de causas contribui para seu desenvolvimento, incluindo fatores estruturais, circulató- rios e hormonais. 8 9 Muitos fatores podem predispor o organismo à instalação do FEG. Os princi- pais são: • Hereditariedade: os genes determinam toda a nossa constituição, inclusive características do organismo, como o equilíbrio da produção hormonal, a qua- lidade da circulação sanguínea e o biotipo corporal, que estão envolvidos na formação do FEG. • Fatores Hormonais: o hormônio estrogênio é considerado um dos principais causadores no desenvolvimento do FEG, atuando como desencadeador, per- petuador e agravante do processo. • Fatores Circulatórios: a permeabilidade aumentada dos vasos sanguíneos constitui um dos fatores desencadeantes da afecção estética. • Fatores Inflamatórios: alguns autores sugerem um componente inflamatório dependente do grau de FEG (graus III e IV). Estes fazem esta defesa pois rela- tam um aspecto inflamatório difuso crônico, com presença de macrófagos e linfócitos, nos septos fibrosos, a partir de biópsias da pele. Os fatores secundários são: • Alimentação: uma dieta desequilibrada é causadora de obesidade e pode auxi- liar o desenvolvimento do FEG. • Sedentarismo: causa menos gasto calórico e aumento do depósito de gordura nos adipócitos. • Excesso de Toxinas: o álcool, refrigerantes, café e chá preto, fumo, falta do hábito de tomar água, tensão e cansaço auxiliam no acúmulo de toxinas. • Compressão: roupas muito apertadas favorecem a má circulação, colaborando no processo de instalação da celulite. • Estresse: causa retenção de toxinas, além de poder desencadear alterações no funcionamento do sistema nervoso central, sistema imunológico e endócrino. Histopatologia A epiderme não sofre alterações. Na derme, observa-se discreto infiltrado linfo- citário perivascular. As fibras colágenas apresentam-se edematosas, fibras elásticas diminuídas no plexo subdérmico. Há uma hiperplasia dos adipócitos, hipermolimerização da substância funda- mental amorfa. Classificação Conforme a classificação de Nüremberg e Müller em 1978, o FEG pode ser classificado em IV graus. 9 UNIDADE Fibro Edema Geloide Grau I Essa é a fase inicial em que o FEG ainda não é perce- bido. O processo ainda não causa alterações visíveis nem palpáveis (Figura 1). Ocorre um aumento da permeabilidade capilar, isto é, o capilar sanguíneo deixa extravasar mais líquido para o tecido do que o costume, onde há somente uma estase venosa e linfática, comprometendo o sistema de retorno, dificultando a drenagem do líquido intersticial. A percep- ção visual deste grau se dá à contração muscular intensa e/ou ao teste de prega. Grau II Se o FEG progredir, inicia-se um com- prometimento maior, já que a eliminação das toxinas produzidas no metabolismo celular tende a se alojar na substância fundamental amorfa, modificando a sua consistência de gel fluido para um gel mais condensado. Neste estágio, as tro- cas metabólicas começam a ficar com- prometidas, dificultando a chegada de nutrientes para as células que compõem este tecido, o que acarreta uma série de mudanças, principalmente nos fibroblastos e adipócitos. Os fibroblastos começam a produzir substância fundamental amorfa com pH alterado e excesso de proteínas, além de ocorrer uma hipertrofia das células adiposas por excesso de triglicerídeos. A partir deste estágio, o aspecto conhecido como casca de laranja começa a ter forma e pode torna-se percebível, principalmente quando o local é pressionado (Figura 2). Grau III No grau III, ocorre a perda do limite entre derme e o tecido adiposo. O tecido intersticial (substância fundamental amorfa) torna-se quase impermeável, as fibras de colágeno enrijecem (esclerosam) progressivamente, envolvendo toda a estruturavascular, terminações nervosas e adipócitos. A partir deste estágio, o aspecto conhecido como casca de laranja torna-se visí- vel, sendo que na maioria das vezes o local não necessita ser pressionado para se notar as ondulações “casca de laranja” (Figura 3). Figura 1 – FEG grau I Fonte: Getty Images Figura 2 – FEG grau II Fonte: Getty Images 10 11 Figura 3 – FEG grau III Fonte: GettyImages Grau IV Torna O FEG um estágio praticamente irreversível, o tecido intersticial completa- mente impermeável, as fibras colágenas e elásticas esclerosadas se agrupam formando cápsulas ao redor dos adipócitos, que, por sua vez, aumentam de tamanho pelo excesso de triglicerídeos estocados e das termina- ções nervosas, causando dor sob palpação. Devido ao estrangulamento dos capi- lares pelas fibras e pela condensação da substância fundamental amorfa, a deficiência do sistema circulatório do local é ine- vitável, causando um comprometimento metabólico em todas as células que fazem parte deste tecido (Figura 4). O FEG pode ser ainda classificado pelos tipos, que se diferem por sua consistên- cia. Estes podem ser: • FEG Dura: acomete mulheres jovens que fazem esportes regularmente. Estas apresentam tecido firme e músculos bem delineados e não apresentam sinais de flacidez. Não é muito aparente e, quando comprimida, observa-se que a pele apresenta aspecto de “casca de laranja”. Normalmente causa dor. • FEG Flácida: é comum ocorrer em mulheres que levam vida sedentária e que emagrecem e engordam rápida e constantemente. É visível mesmo sem a com- pressão, e a região acometida é mole e trêmula. • FEG Edematosa: é o tipo mais grave de FEG, por ser doloroso. Apresenta edema e nódulos e geralmente é causado por diabetes e distúrbios de tireoide, de ovários ou do metabolismo. • FEG Mista: abrange a mistura de alguns ou todos os tipos. Figura 4 – FEG grau IV Fonte: Getty Images 11 UNIDADE Fibro Edema Geloide Avaliação de FEG A avaliação clínica de FEG é subjetiva e depende de muito treino do esteticista que a realizará. Os métodos de avaliação de FEG são diversos, desde simples e baratos, como men- surações antropométricas, palpação e documentação fotográfica, até caros e comple- xos, como ressonância nuclear magnética. No entanto, não existe método melhor ou aceito unanimemente, pois tais conceitos dependem de variáveis, como custo, grau de invasão, riscos, acessibilidade, etc. Por isso, tantos métodos têm sido descritos. Para a avaliação clínica, podemos usar o teste de palpação, sinal de Godet (Figura 5). É um sinal clínico, avaliado por meio da pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, a fim de se evidenciar edema. É considerado positivo se a depressão (“cacifo”) formada não se desfizer imediatamente após a descompressão. Teste de casca de laranja (Figura 6): pressiona-se o tecido adiposo entre os dedos polegar e indicador ou entre as palmas das mãos e a pele adquire uma aparência rugosa, tipo casca de laranja. Teste de preensão (Figura 7): após a preensão da pele juntamente com a tela subcutânea entre os dedos, promove-se um movimento de tração. Se a sensação dolorosa for mais incômoda do que o normal, este também é um sinal do FEG, onde já se encontra alteração da sensibilidade. Figura 5 – Sinal de Godet ou teste de cacifo Fonte: Getty Images Figura 6 – Teste casca de laranja Fonte: Getty Images Figura 7 – Teste de Preensão Fonte: Getty Images A documentação fotográfica é um outro recurso fundamental na avaliação de FEG. O cliente deve posicionar-se em posição ortostática, os pés afastados lateral- mente (cerca de 30cm), o avaliador em uma distância de aproximadamente 1,50 – 2,00 metros de distância do avaliado e a área fotografada deve ser do pescoço até os joelhos. O fundo deve ser azul escuro ou verde escuro. As fotos devem ser tiradas sempre com a mesma iluminação e a mesma lingerie (esta não deve ser apertada e nem com estampas). Perimetria é um outro recurso que utilizamos na avaliação do FEG, posiciona-se a fita métrica e toda a circunferência da área a ser tratada. Além de perimetria, é importante avaliar peso, altura e prega cutânea para melhor controle do tratamento. 12 13 Algo muito relevante na avaliação do FEG é a bioimpedância (um equipamento que através de corrente elétrica alternada percorre o corpo por meio de eletrodos posicionados em membros su- periores e inferiores e quantifica porcentagem de massa magra, massa gorda e líquidos corporais). A termografia também se torna relevante, visto que temos prejuízo circulatório nos casos de FEG, esta pode ser realizada por meio de placas termográficas ou de máquinas fotográfi- cas que fazem a leitura das alterações da tem- peratura corporal e, desta forma, nos trazem informações sobre prejuízos circulató- rios. A interpretação destes se dá pela alteração da escala de cores (Figura 8). Importante! Embora no tratamento de FEG não tenhamos como foco a redução de medidas, esta redu- ção de volume pode acontecer pela redução do edema ou do líquido no espaço intersticial! Importante! Princípios Ativos para FEG Princípios ativos são as matérias-primas responsáveis pelo efeito do produto quan- do aplicado corretamente. Podemos dizer que são os responsáveis pelo “tratamento”. Cabe ressaltar que na maior parte dos casos a eficiência de um princípio ativo depende da sua capacidade de permear a pele e atingir seu local de ação. Tal capaci- dade depende de fatores relacionados à estrutura da pele, ao próprio princípio ativo e ao veículo adequado. Sendo assim, podemos concluir que os princípios ativos são misturados aos veícu- los para a obtenção do produto final desejado, o qual vai ter uma indicação específica. Para o tratamento da FEG, utilizamos princípios ativos das classes que seguem. Lipolíticos Lipolíticos são substâncias (princípios ativos) coadjuvantes que atuam na lipólise do adipócito. Mecanismos da atividade dos lipolíticos Através de receptores específicos localizados na membrana celular, os lipolíticos desencadeiam as seguintes ações no adipócito: Figura 8. Representação de termografi a Fonte: Getty Images 13 UNIDADE Fibro Edema Geloide • aumento do nível de AMP cíclico intracelular, favorecendo a lipólise nos adi- pócitos; • inibição da atividade da fosfodiesterase, favorecendo o sistema adenilciclase AMP cíclico dos adipócitos; • permissão para que o AMP cíclico atue por mais tempo, ativando os triglecerí- deos a se transformarem em ácidos graxos livres numa velocidade maior. Enzimas A função das enzimas é diminuir a energia de ativação necessária para que as reações metabólicas ocorram e aumentar a velocidade das reações químicas. Con- fira abaixo alguns exemplos de enzimas utilizadas na estética. Ativadores da Microcirculação São substâncias que têm como finalidade desencadear a vasodilatação e, conse- quentemente, o aumento da temperatura do organismo em local pré-determinado. Crioterápicos Possuem a capacidade de aumentar a circulação e a temperatura no local da apli- cação após um resfriamento provocado por uma vasoconstricção local. Ação dos Crioterápicos • Desencadeiam um esfriamento local e contração dos vasos sanguíneos periféricos; • Aumentam o fluxo sanguíneo, descongestionando os tecidos e diminuindo a retenção de água; • Esta ação ocorre pelo estímulo do sistema nervoso central, que é responsável pela termorregulação. Termogênicos São substâncias que possuem a capacidade de aumentar a circulação e a tempe- ratura no local da aplicação. Ação dos Termogênicos Em nível celular • Aumento da oxigenação e nutrição dos tecidos; • Aumento das trocas metabólicas do meio; • Aumento da permeabilidade cutânea. 14 15 Em nível circulatório • Aumento da circulação; • Vasodilatação local; • Aumento da oxigenação e nutrição dos tecidos; • Aumento das trocas metabólicas do meio; • Aumento da permeabilidade cutânea. Exemplos de princípios ativos para tratamento de FEG: • Cafeisilane (Complexo cafeína-silício);• Theophylisilane C (Complexo metilsilanol teofilina); • Cafeína; • Triac; • T3; • Argisil L (Arginina combinada ao Silício orgânico); • Xantalgosil (Acefilina combinada ao Silício orgânico); • Nicotinato de Metila; • Extrato de arnica; • Castanha da Índia; • Centella asiática; • Cavalinha; • Fucus; • Hialuronidase; • Thiomucase. Eletroterapia x FEG Recursos eletroterápicos são de fundamental importância para o tratamento do FEG. O recurso mais utilizado nesta afecção estética é o ultrassom de 3 Mhz, que tem efeito tixotrópico quando utilizado no modo contínuo, que tem maior predominân- cia de efeito térmico, que transformará a substância fundamental amorfa coloide gel em sol, deixando-a em um estado mais amolecido e mais emulsificado (graus II e III são os que mais se beneficiam deste efeito). O efeito mecânico, que promove uma micromassagem no tecido, também traz benefício em relação a esta afecção, pois facilita a retirada de catabólitos e oferta nutrientes. 15 UNIDADE Fibro Edema Geloide O aumento da permeabilidade da membrana através da fonoforese potencializa a permeação dos ativos direcionados ao tratamento do FEG, neovascularização, aumento da microcirculação local, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras de colágeno. Pode ser usado no modo contínuo ou pulsado, dependendo do grau e tipo do FEG; a literatura recomenda doses terapêuticas que giram em torno de 1,2 a 1.5 w/cm2. Sugestões de dosimetria • MODO CONTÍNUO: indicado para FEG graus III e IV (no local onde se tem fibrose/nódulos). • MODO PULSADO: indicado para FEG com presença de edema importante, independentemente do grau. • INTENSIDADE: Se a escolha for Modo Contínuo: FEG grau II: 0,8 A 1,0 w/cm². FEG grau III: 1,5W/cm². FEG grau IV: 2,0W/cm². Se a escolha for Modo Pulsado: 25% - se desejar mais efeito mecânico – FEG com grande presença de edema, sinal de Godet +. 50% - se desejar efeito mecânico com leve aquecimento e consequente vaso- dilatação – FEG com edema, porém com sinal de Godet – mas com alteração de coloração à palpação. 75% - se desejar efeito mecânico com ação na alteração de permeabilidade de membrana, FEG com presença de edema, com sinal de Godet – e que seja inte- ressante vasodilatação (tecido com alteração de temperatura e baixa oxigenação e nutrição). A intensidade segue como descrita anteriormente. A radiofrequência RF será utilizada em casos de FEG flácida, sem edema impor- tante, pois a vasodilatação promovida pelo calor aumenta a ultrafiltração e, conse- quentemente, piora o edema. A radiofrequência será utilizada em FEG flácida, quando a flacidez for tissular, ou seja, flacidez de pele. Neste caso, chegamos a uma temperatura entre 39°C e 42°C, mantendo a temperatura entre 3 e 7 minutos, como sugere a literatura. Para o tratamento dos pontos de graus III, podemos utilizar a radiofrequência para deixar estes pontos mais amolecidos, para posterior massagem desfibrosante ou vacuoterapia no local. Neste caso, utiliza-se a radiofrequência chegando a uma tem- peratura de no máximo 36,5°C, sem tempo de manutenção para não desencadear um processo inflamatório com posterior piora dos pontos de fibrose. 16 17 Vasodilatação promove aumento da ultrafiltração, desta forma aumenta o extravasamento de líquido para o espaço intersticial. A RF é o recurso de primeira escolha para o tratamento de FEG? Ex pl or A eletrolipoforese ou eletrolipólise promoverá um estímulo circulatório que tem grande relevância na drenagem da área, além do estímulo da lipólise que ocorre pela excitação das terminações nervosas simpáticas e liberação de adrenalina e noradrenalina (catecolaminas), que atuarão sobre os receptores do adipócito que estimularão a enzima lipase hormônio sensível, potencializando o efeito lipolítico. Dosimetria Frequência: 5 a 50Hz. Intensidade: de acordo com a sensibilidade do cliente. Tempo: 50 minutos. Onda: retangular. Resumindo, a sugestão para tratamento de FEG com a eletrolipólise é: Onda: retangular ampla. Frequência: 30 Hz. Intensidade: de acordo com a sensibilidade do cliente. Tempo: 10 minutos. Após aplicar Onda: retangular. Frequência: 25 Hz. Tempo: 30 minutos. Intensidade: de acordo com a sensibilidade do cliente. Finalização Onda: trapezoidal. Frequência: 5 Hz. Tempo: 5 minutos. Intensidade: de acordo com a sensibilidade do cliente. Este protocolo pode ser aplicado até 3 vezes por semana, em dias alternados. Outro recurso bastante utilizado para o tratamento de FEG é a endermotera- pia ou vacuoterapia. A vacuoterapia pode ser aplicada com intuito de estimular a 17 UNIDADE Fibro Edema Geloide drenagem de fluidos, de incrementar a circulação sanguínea e favorecer as trocas gasosas e a nutrição celular. Para o estímulo de drenagem, utiliza-se uma pressão negativa entre -30 e -50 mmHg, realizando movimentos no sentido do trajeto linfático do segmento a ser drenado. Para os casos de FEG compacta, pode-se utilizar pressão negativa entre -100 e -150 mmHg. Os movimentos podem ser ascendentes e em 8. Para os pon- tos de fibrose, utiliza-se o método palper roller para mobilização deste tecido. O laser infravermelho pode ser utilizado para estimular a drenagem linfática. Este deve ser utilizado com uma fluência de 2 a 4 J/cm2, sendo aplicado de forma pontual nas redes ganglionares (linfocentros) e no trajeto do direcionamento da linfa na área a ser drenada. Os pontos de fibrose também se beneficiam da aplicação da combinação do laser vermelho e infravermelho. Ambos com uma fluência de 2 a 4 J/cm2, aplicados pontualmente por toda a área de fibrose, com um distanciamento entre os pontos de em média 2cm. O LED âmbar trará benefícios nos casos de FEG flácida (flacidez tissular), este pode ser utilizado por um tempo de aproximadamente 5 minutos, em quadrantes de aproximadamente 20cm2. A pressoterapia é um método que se caracteriza pela utilização de massagem pneumática, que é realizada no fluxo da circulação linfática através da aplicação de pressão positiva sobre o segmento a ser drenado. É composta por câmeras independentes que insuflam e desinsuflam, estimulando o fluxo linático de forma sequencial. A dosimetria varia entre 20 e 40 mmHg, por um tempo recomendado pela literatura entre 30 e 60 minutos. A microcorrentes (MENS) aumenta a mobilização de proteínas do sistema linfáti- co, a pressão osmótica dos canais linfáticos é aumentada, absorvendo os fluidos do espaço intersticial. Utiliza-se a MENS para tratamento de FEG através de uma luva utilizada durante a drenagem linfática manual. Recursos Manuais x FEG A drenagem linfática manual (DLM) é, sem dúvidas, o principal recurso para o tratamento de FEG, isso pode ser afirmado pois a retenção hídrica, o edema, está presente em todos os graus. A DLM auxilia na evacuação da linfa, normalizando o pH intersticial e favorecen- do a oxigenação e nutrição celular. Deve estar associada a todos os programas de tratamentos personalizados para FEG. Podem ser utilizados os métodos de Vodder, Leduc, entre outros comprovados cientificamente. A DLM para tratamento de FEG pode ser realizada de 1 a 3 vezes por semana. A massagem modeladora pode ser realizada nos casos de FEG compacta e geralmente é associada a cosméticos hiperemiantes com intuito de promover 18 19 vasodilatação e consequente melhora da oxigenação e nutrição celular. É contrain- dicada em FEG com presença de telangectasia, geralmente presente nos graus III e IV. Massagem modeladora e DLM não são compatíveis fisiologicamente, desta for- ma não devem ser associadas. A massagem de tecido conjuntivo ou massagem desfibrosante é realizada nos pontos de fibrose de FEG grau III. Os movimentos devem ser firmes, porém sem muito vigor para que não agrida o tecido fibrose e não cause piora. Os recursos apresentados para o tratamento de FEG podem e devem associar recurso manual, eletrofototermoterápico e cosméticos. A compatibilidade destes recursos deve ter um raciocínio clínicono qual se leve em consideração a fisiopa- tologia do FEG, o grau e tipo de FEG e os efeitos fisiológicos de cada um destes recursos. Não há sentido em uma mesma sessão utilizar dois ou mais recursos com o mesmo efeito fisiológico, independentemente de seu mecanismo de ação. Por exemplo, não há sentido em realizar DLM e pressoterapia na mesma sessão, pois ambas estimulam e drenagem dos líquidos; bem como não há sentido realizar massagem modeladora e endermologia na mesma sessão, ambas têm o intuito de promover vasodilatação e modelar a área trabalhada. O tratamento para FEG de grau I se basta apenas com DLM e uso de cosméticos que estimulem a microcirculação; já o tratamento de FEG de graus II e III, além da DLM, requer o uso de eletrofotermoterapia e cosméticos com todas as proprieda- des já citadas anteriormente. Os pontos de FEG grau IV exigem um procedimento médico chamado Sucision ou Subincisão. A periodicidade do tratamento para FEG vai depender da disponibilidade de sua cliente e do grau em que se encontra o FEG. Para FEG grau I, é suficiente nossa intervenção 1 vez por semana. Para FEG graus II e III, de duas a três vezes por semana. Caso a cliente não tenha esta dispo- nibilidade, deve-se intervir ao menos 1 vez por semana. As orientações para esta cliente que esteja em tratamento para FEG são prática de atividade física, consumo de doces e sódio reduzido, ausência de refrigerantes, alimentação balanceada, redução do uso de roupas que reduzam a circulação linfá- tica, ingestão de H2O adequada. Importante! O trabalho multidisciplinar enriquece demais os resultados dos tratamentos estéticos; desta forma, se observar a necessidade, encaminhe sua cliente para nutricionista, edu- cador físico e outros profissionais que contribuam com o sucesso do tratamento. Você Sabia? Em casa, a cliente deve ser instruída a utilizar cosméticos com ativos venolinfá- ticos, lipolíticos, entre outros, duas vezes ao dia, preferencialmente após o banho. 19 UNIDADE Fibro Edema Geloide Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Fisiobrasil CHAVES, A. M. S.; VIANA, F.; MELO, P. M. Avaliação de medida abdominal utilizando a técnica de destoxi-redução: estudo de caso. Fisiobrasil, ano 11 – Edição 87 – fevereiro 2008. Leitura Revista Saúde e Pesquisa KRUPEK, T.; COSTA, C. E. M. Mecanismo de ação de compostos utilizados na cosmética para o tratamento da gordura localizada e da celulite. Revista Saúde e Pesquisa, v. 5, n. 3, p. 555-566, set./dez. 2012. http://bit.ly/2M2Y4YV XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação PIRES, V. A; ARRIEIRO, A. N; XAVIER, M. Fibro edema geloide: etiopatogenia, avaliação e aspectos relevantes – uma revisão de literatura. XIII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e IX Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba. http://bit.ly/2X5pmik Revista Inspirar. Movimento & Saúde SANTANA, A. P.; UCHÔA, E. P. B. L. Avaliação fisioterapêutica em mulheres com fibro edema geloide em uma clínica na cidade do Recife – PE. Revista Inspirar. Movimento & Saúde. Vol. 7 – Número 4 – out/ nov/ dez 2015. http://bit.ly/2M5yVN2 20 21 Referências BORGES, Fábio Santos. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfun- ções estéticas. São Paulo: Phorte. 2010 CUCÉ, Luiz Carlos; FESTA NETO, Ciro. Manual de dermatologia. São Paulo: Atheneu, 2001. FONSECA, Aureliano da; PRISTA, L. Nogueira. Manual de terapêutica derma- tológica e cosmetologia. São Paulo: Roca, 2000. 21 Estética Corporal Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Paula de França Carmo da Silva Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira Estrias • Definição; • Etiologia; • Histopatologia da Estria; • Avaliação das Estrias; • Cosmetologia Aplicada ao Tratamento de Estrias; • Eletrotermofoterapia Aplicada ao Tratamento de Estrias; • Microagulhamento. • Avaliar as estrias determinando coloração e tipos; • Selecionar recursos de tratamento adequados, seguros e efi cazes, de modo individual e personalizado; • Tratar de modo seguro e efi caz as estrias; • Indicar cosméticos para home care; • Orientar sobre práticas de vida diária que contribuem para o sucesso do tratamento. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Estrias Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Estrias Definição As estrias atróficas – striae distensae – popularmente conhecidas como estrias, podem ser definidas como um processo degenerativo cutâneo, considerado benigno, e cuja cor varia conforme a fase evolutiva. Estria é uma atrofia tegumentar adquirida, em forma de linha sinuosa, a princípio avermelhada (estrias rubras – Figura 1), que posteriormente se torna esbranquiçada (estrias brancas – Figura 2) ou brilhante (estrias nacaradas – Figura 3). Pode ainda apresentar-se violácea e, isto denota depósito de hemossiderina. As estrias podem ser raras ou numerosas, paralelas umas às outras e perpen- diculares às linhas de clivagem da pele (linhas de Langer), demonstrando um dese- quilíbrio elástico localizado. As fibras elásticas, localizadas na derme, se rompem e conferem um aspecto inestético. Figura 1 – Estrias Rubras Fonte: Getty Images Figura 2 – Estrias Brancas Fonte: Getty Images Figura 3 – Estrias Nacaradas Fonte: Getty Images Figura 4 – Estrias Violáceas Fonte: Getty Images Clinicamente caracterizam-se pela morfologia, em geral linear, atrófica e super- ficial e, eventualmente, franzida discretamente, com mínimas rugas transversas ao seu maior eixo, que somem quando tracionadas. Quando comparadas com uma 8 9 pele normal, possuem redução significativa de fibrilina, colágeno e elastina, poden- do apresentar-se rubras, esbranquiçadas ou violáceas, sendo de início avermelhadas e, após um período que varia entre 4 a 18 meses, tornam-se albas, podendo ser ou não nacaradas. A coloração depende da associação do componente microvas- cular e do tamanho e atividade dos melanócitos. Em pacientes de fototipo mais alto (a partir de V), as estrias recentes costumam ser hipercrômicas. São classificadas como: iniciais, com aspecto inflamatório e tonalidaderosada da epiderme, uma vez que são causadas pela distensão intensa das fibras elásticas. Desta forma, pode-se assim visualizar, por nitidez, uma excessiva circulação capilar da derme papilar. Há também as atróficas, que possuem aspecto cicatricial, linha flácida no centro e hipocrômica. As fibras elásticas estão entrelaçadas e algumas se apresentam rompidas. A estrutura do colágeno está desordenada e os anexos da pele encontram-se conservados. Já as nacaradas apresentam flacidez central e são revestidas por epitélio pregueado no qual ocorrem falhas dos pelos, na secreção sudorípara e sebácea. As estrias nada mais são do que um tipo de sintoma apresentado pela pele em estado de atrofia, podendo ser causado pela redução da atividade dos fibroblastos na produção de matriz extracelular de boa qualidade e na ruptura de fibras já exis- tentes. Outro importante motivo pelo qual surgem está relacionado com a desidra- tação cutânea, uma vez que os tipos de pele mais secos possuem maior predispo- sição para o surgimento das estrias. São chamadas de atróficas em virtude de algumas peculiaridades encontradas na região estriada, como diminuição da espessura da pele, pregueamento, adelgaça- mento, ressecamento, diminuição da elasticidade e ausência de pelos. Apresentam a tendência de ocorrer de forma bilateral, isto é, distribuir-se si- metricamente em ambos os lados e são causadas pelo rompimento das fibras de sustentação da pele. Sua localização ocorre, com maior frequência, em regiões com alterações teci- duais como glúteos, mamas, abdome, coxas, região lombossacral (comum nos ho- mens), podendo também ocorrer em regiões menos comuns como fossa poplítea, tórax, região ilíaca, antebraço, porção anterior do cotovelo. Os sintomas iniciais demonstram prurido, dor (em alguns casos), erupção pa- pular plana levemente eritematosa. Nesta fase inicial, são denominadas de estrias rubras ou avermelhadas. Na fase seguinte, o processo de formação está pratica- mente estabelecido, e as lesões se tornam esbranquiçadas, sendo denominadas de estrias albas. Podem evoluir ainda para um aspecto de papel crepom, o qual denominamos estrias nacaradas. Na evolução das estrias, após o período inicial de inflamação, o tecido pode se apresentar arroxeado, ao qual denominamos estrias violáceas. Este aspecto se dá pelo depósito de hemossiderina. 9 UNIDADE Estrias Etiologia A etiologia das estrias é bastante controversa, existindo quatro teorias que ten- tam justificá-la: Teoria Mecânica O estiramento constante da pele, com ruptura ou perda da qualidade das fibras elásticas dérmicas, é tido como fator básico da origem das estrias. Ainda incerta, essa teoria sugere que a maior prevalência nas mulheres se deve ao fato de as microfibrilas das fibrilinas serem mais frágeis nas mulheres mais jovens, e que o estiramento da pele geraria uma lesão maior nessas mulheres, tornando-as, portanto, mais suscetíveis à ruptura desse tecido. Teoria Endócrina e Bioquímica A teoria endócrina se baseia no fato de que um hormônio esteroide está presente de forma atuante em todos os casos em que a estria se desenvolve. A ampla ação so- bre o tecido conjuntivo, aumentando o catabolismo proteico, e ainda atuando sobre a célula formadora de fibras e substância fundamental amorfa - o fibroblasto, causa dimi- nuição do volume e número de elementos da pele, gerando a atrofia adquirida (estria). Foi observado que o uso de medicamentos à base de corticoides tópicos ou não, causam o surgimento de estrias. A falência ovariana na produção de progesterona também é citada, já que o hormônio estradiol deixa a atividade mitótica da camada basal da epiderme mais lenta, reduzindo a síntese de colágeno e, provavelmente, das fibras elásticas, o que contribui para a deterioração das propriedades mecânicas da pele. Teoria Infecciosa Essa teoria sugere que processos infecciosos poderiam causar estrias. Ela não é muito aceita pela maioria dos estudiosos da teoria endócrina, pois estes consideram que o tratamento efetuado à base de corticoides seria o verdadeiro desencadeante da atrofia. Pré-disposição Genética A teoria de pré-disposição genética sugere que determinados genes que são deter- minantes para que a formação das proteínas colágeno, elastina e fibronectina este- jam diminuídos em pessoas com estrias, ocasionando uma alteração no mecanismo do fibroblasto. 10 11 Histopatologia da Estria As linhas de força naturais da pele (linhas de Langer ou linhas de clivagem) dire- cionam as fibras do tecido conjuntivo. O estiramento excessivo, além do limite des- sas linhas, faz com que o tecido sofra uma ruptura (Figura 5). Após essa ruptura, é possível identificarmos algumas alterações como colágeno fragmentado, substância fundamental amorfa abundante, fibroblastos globulares e quiescentes. Sugere-se que processos inflamatórios geram destruição de fibras coláge- nas e elásticas. A maior parte dos feixes de colágeno, nas estrias, são altamente estirados mecanicamente. Pele com elasticidade Pele sem elasticidade e com rupturas Pele Pele Colágeno Colágeno Figura 5 – Estiramento excessivo e ruptura das fi bras, ocasionando estrias Fonte: Getty Images As lesões apresentam perda da elasticidade e da compactação, ainda que sejam histologicamente diferenciadas de lesões senis ou cicatrizes, porque nelas os fibroblastos se apresentam de forma estrelada, enquanto nas atróficas a forma dos fibroblastos predominante é a globular. Por isso, são alterações histológicas comple- tamente diferentes, não podendo ser comparadas a nenhuma outra lesão dérmica. Histologicamente falando, observa-se uma redução tanto no volume, quanto na quantidade dos elementos da pele e no rompimento das fibras elásticas. Além disso, nota-se que a epiderme é delgada e há um declínio na espessura da derme. As fibras colágenas estão afastadas entre si, e no centro da lesão não existem mui- tas fibras elásticas, ao contrário do contorno onde surgem reunidas e ondeadas. 11 UNIDADE Estrias Avaliação das Estrias FICHA DE AVALIAÇÃO Localização das estrias: ( ) Abdome ( ) Glúteos ( ) Seios ( ) Região toracolombar ( ) Região interna da coxa ( ) Culote ( ) Outras regiões _____________________ Período de aparecimento das estrias: ( ) Adolescência ( ) Gravidez ( ) Obesidade ( ) Medicamento Coloração inicial: ( ) Vermelha ( ) Violácea ( ) Branca Coloração atual: ( ) Vermelha ( ) Violácea ( ) Branca Aspecto macroscópico: Depressão: Sim ( ) Não ( ) FICHA CLÍNICA Cor da pele: Branca ( ) Parda ( ) Negra ( ) Amarela ( ) Ano da menarca: Número de gestações: Faz uso de medicamentos: À base de corticoides ( ) Anti-histamínico ( ) Esteroides ( ) Anti-inflamatórios ( ) Outros _____________________ Apresenta algum tipo de disfunção hormonal? Qual? _____________________ Diabetes: Sim ( ) Não ( ) Hemofilia: Sim ( ) Não ( ) Transtornos circulatórios e /ou de cicatrização: _____________________ Propensão a queloides: Sim ( ) Não ( ) Patologias dérmicas: __________________________________________ Alergia: ( ) Corrente elétrica ( ) Produtos Qual? _____________________ Tratamentos anteriores (tipo): _____________________ Resultado dos tratamentos: __________________________________________ Tipo de alimentação: Normal ( ) Vegetariana ( ) Palpação: ( ) Normal ( ) Alterada Obs.:_____________________ Elasticidade, grau de hidratação da pele: ( ) Hidratada ( ) Desidratada Cosmetologia Aplicada ao Tratamento de Estrias Os peelings químicos são substâncias que possuem pH menor que o da pele e modificam-na para uma região ácida, causando uma esfoliação química. São classificados como muito superficial, superficial, médio e profundo, dependendo tanto da concentração do princípio ativo, quanto do pH da formulação. Esteticistas atuam com o peeling muito superficial para o tratamento de estrias, e é recomen- dado o uso de ácido glicólico, lático, mandélico. 12 13 O peeling de Ácido Glicólico foi um dos primeiros peelings químicos superficiaisa se tornar popular, sendo o mais indicado na estética para estrias. É utilizado de forma segura, desde que verificado o fototipo cutâneo (aplicar até fototipo III) e aplicado com a concentração ideal. É capaz de estimular a síntese de colágeno já que o ácido glicólico é o mais simples dos alfa-hidroxiácidos (AHAs) e levemente irritante para pele e mucosas, quando utilizado em alta concentração e/ou baixo pH. Também é considerado um verdadeiro queratolítico, uma vez que apresenta uma estrutura química pequena (baixo peso molecular – molécula muito pequena) e possui grande poder de penetração cutânea. No tratamento para estrias, leva-se em conta que as áreas corporais apresentam elementos pilossebáceos em menor quantidade e, portanto, estão mais predispostas a complicações quando usados métodos mais agressivos. O peeling de Ácido Glicólico age na diluição do cimento celular interno, responsável pela queratinização anormal. Facilita o desprendimento de células mortas, reduz a coesão dos corneócitos, o espessamento da camada cór- nea, além de melhorar a hidratação cutânea, aumentando a captação de umidade e a capacidade de interação com a água. A ocorrência desses fenômenos se deve à ativação do ácido glicólico e do ácido hialurônico contido na pele, conhecido por reter uma grande quantidade de água, a qual é elevada quando em contato com o ácido glicólico, e, consequentemente, a capacidade da pele é expandida. Com o uso prolongado ocorre uma melhora da textura da pele, o que pode ser parcialmente explicado por sua capacidade de induzir síntese dérmica de ácido hialurônico e de glicosaminoglicanos pelos fibroblastos, resultando numa melhora na hidratação e espessura desta camada. Porém, devem ser observados diversos fatores antes de realizar o peeling, tais como: características pessoais do cliente, integridade da barreira epidérmica, produto e técnica empregada. Por conter propriedade eficaz para reparação tecidual, é indicado para estrias, sendo confiável, de caráter natural e benéfico, uma vez que os resultados no procedimento são positivos. Em geral, são necessárias algumas sessões, com intervalo de 7 a 15 dias. O Ácido Mandélico, um alfahidroxiácido (AHA) derivado da hidrólise do extrato de amêndoas amargas, é uma substância atóxica. Além do mais, é utilizado tam- bém para preparar as peles para o peeling a laser, e para auxiliar na recuperação da pele após a cirurgia a laser. Sua utilização é segura em qualquer fototipo. Tem como propriedades: alteração das ligações intercelulares, promovendo diminuição da coesão entre os corneócitos, descamação da camada córnea e estimulação da produção de células novas em maior ou menor grau, dependendo de suas estru- turas. O ácido mandélico, diferindo dos alfahidroxiácidos convencionais, consegue equilibrar o processo de renovação epitelial por dois mecanismos: estímulo mecâ- nico, ao promover a epidermólise que inicia o processo acelerado da renovação epitelial, e estímulo químico, pois, após sua penetração intracelular, ajuda na auto regulação da produção de melanina, e também por ação direta nos folículos pilo- sos e controle da produção sebácea. Como os estímulos físicos e químicos atuam sinergicamente, ocorre uma melhora na qualidade e quantidade do colágeno e gli- cosaminoglicanas da derme reticular. 13 UNIDADE Estrias Ativos usados nos tratamentos de estrias: • Silício Orgânico ou Silanóis atua sobre o metabolismo celular, estimulando a biossíntese das fibras de sustentação da pele. Possui um papel essencial na saúde humana, pois é um importante oligoelemento que regula o metabolismo de diversos tecidos, especificamente das cartilagens, dos ossos e do tecido conjuntivo. Este, por sua vez, reforça a membrana celular, tornando-a mais resistente a ataques de radicais livres, além de exercer ação protetora sobre as células cutâneas, normalizando o teor hídrico dessas. Faz parte da estrutura do colágeno, elastina, glicoproteínas e dos proteoglicanos que formam as estrutu- ras de sustentação da derme. O silício orgânico faz parte de diversos ativos utilizados em cosméticos, dentre eles: hidratantes, anti-radicais livres e também os regeneradores do tecido conjuntivo. Hydroxyprolisilane CN (Aspartato de Hidroxiprolina-Metilsilanol). O ativo hydroxyprolisilane CN é um silanol (metilsilanol) reagido com uma hidroxipro- lina de origem biotecnológica. • A hidroxiprolina é um aminoácido essencial na formação do colágeno. É clas- sificada como um agente condicionante para a pele e que pode atuar em diversas funções diferentes na formulação. Uma de suas principais indicações é na prevenção e tratamento das estrias, pois são comprovadas ações na re- generação do tecido e melhora na cicatrização cutânea. Também recupera a espessura e a densidade da pele, ao estimular os fenômenos regenerativos, e normaliza a permeabilidade dos capilares. Hydroxyprolisilane CN é uma excelente opção no desenvolvimento das formulações para uso domiciliar que melhoram a reparação tecidual das estrias. Pode ser associada a hidratantes fisiológicos, tais como: ureia, ceramidas, esqualeno etc., e à outras substâncias coadjuvantes no tratamento. • Despigmentantes: Uso Pré Tratamento Em fototipos altos (IV a VI) temos maior tendência à hiperpigmentação. Como é sabido, após procedimentos que geram processos inflamatórios, podemos ter a presença de hiperpigmentação pós inflamatória. Desta forma, usamos ativos despigmentantes no pré tratamento para que tenhamos maior controle da melanogênese e, desta forma, evitemos o desenvolvimento da hipercromia pós inflamatória. » Achromaxyl: diminui o conteúdo de melanina em fototipos altos e diminui a atividade da tirosinase; » Ácido kójico: inativa o cobre que é importante na ação da tirosinase; » ActiCinol: atua na inibição de enzimas importantes na formação da melani- na, agindo na inibição de um hormônio estimulante de melanócitos e inibin- do a atividade de tirosinase; 14 15 » Biowhite: inibe a atividade de tirosinase. • Antioxidantes: uso durante o tratamento Como o processo inflamatório desencadeado pelos tratamentos direcionados às estrias libera radicais livres e, desta forma, estimula a oxidação do tecido, recomenda-se o uso de antioxidantes, com o intuito de minimizar os efeitos desta oxidação. » Vitamina C: contribui para a formação de novas fibras de colágeno, melho- rando a firmeza e elasticidade cutâneas; tem ação regeneradora e antioxidante; » Vitamina E: age como antioxidante, lubrificante e regenerador. • Hidratantes: uso durante tratamento (home care) Usados para manter e/ou repor o manto hidrolipídico, além de estimular a reepitelização da derme. » Active-Aloe: ação hidratante e regeneradora; » Aquaxyl: efeito hidratante e reestruturante da derme, harmoniza o fluxo de água na pele, aumenta a síntese de glicosaminogicanas, melhorando a fun- ção de barreira e a perda de água transepidermal; » D-Pantenol: ação hidratante, reepitelizante; » Hidraskin: equilibra o manto hidrolipídico. Eletrotermofoterapia Aplicada ao Tratamento de Estrias Para o tratamento desta afecção estética, temos alguns recursos, conforme segue: Corrente Galvânica A corrente galvânica é uma corrente contínua, pois a fonte de energia mantém entre seus polos uma diferença de potencial constante. Sua onda é polarizada ou unidirecional, ou seja, a corrente flui em um único sentido. A galvanopuntura tam- bém é chamada popularmente de “microgalvânica” ou eletrolifting. Pelo fato de ser uma micro corrente polarizada, o aparelho utiliza uma corrente contínua e intensi- dade diminuída ao nível de microampères. É uma técnica que associa os benefícios da corrente galvânica, como a estimulação sensorial, hiperemia capilar, aumento da circulação, nutrição da área e aceleração do processo de reparação tecidual, aos efeitos do processo inflamatório, induzido pela puntura da agulha, sendo este o principal meio pelo qual a corrente penetrará pela pele na estria. 15UNIDADE Estrias Utiliza-se o polo negativo como eletrodo ativo pois, este tem maior proprieda- de irritativa ao tecido e, desta forma, atrai maior quantidade de neutrófilos para o local. Iniciando o processo inflamatório imediato após a aplicação deste recurso. A intensidade da corrente elétrica, e também a capacidade racional do paciente, são fatores determinantes quanto à intensidade e duração da reação inflamató- ria, sendo esta intensidade variável, levando em consideração a sensibilidade do cliente/paciente, mas, contudo, a literatura sugere entre 150 e 200 microampères. O trauma causado pela inflamação eleva a atividade metabólica local, estimulando a síntese de colágeno, com regresso da sensibilidade fina, devido ao preenchimento da área degenerada. Contraindicações: Devem-se observar alguns fatos que impossibilitam o trata- mento, tais como níveis elevados de glicorticoides, sejam exógenos ou endógenos, que ocorrem na síndrome de Cushing ou na puberdade, assim como após a gra- videz, quando ocorrem grandes alterações hormonais, em portadores de doenças cardíacas, de neoplasias, de vitiligo, gestantes, epiléticos ou qualquer outra pato- logia que contra indique a aplicação de corrente elétrica. Também em casos de diabetes, hemofilia, síndrome de Marfan, propensão a cicatrizes hipertróficas ou queloides, e pacientes que fazem uso de corticoides, esteroides e anti-inflamatórios, condições estas que podem interferir no resultado do tratamento. Evitar a exposi- ção solar para não haver risco de hiperpigmentação cutânea. Não estimular, em re- giões em que há feridas recentes, bem como processo inflamatório ativo, de modo a evitar cronificação ou agravamento da lesão. Importante! A corrente galvânica pode ser aplicada com uma caneta (eletrodo ativo) de ponta fina, que traz o benefício do trauma mecânico e a passagem da corrente, ou com uma caneta (eletrodo ativo) com uma agulha específica para este fim, que promove maior processo inflamatório pois, traz o benefício da corrente, da puntura e do levantamento da pele. Importante! Microdermoabrasão (Peeling Diamante/Peeling Cristal) A microdermoabrasão é uma técnica de esfoliação abrasiva, não cirúrgica, que se pode controlar e executar de forma não invasiva, sendo considerada um método de desgaste superficial da pele, afinando a camada córnea, e com efeito sobre a remodelação dérmica. Possui inúmeras recomendações, dentre elas, o tratamento de estrias e o afinamento do tecido epitelial, preparando-o para tratamentos que consistam em revitalização e resultando em uma textura saudável e fina, causada pelo aumento de proteínas de reticulina, elastina e colágeno. Apresenta caráter regenerativo, o qual desencadeia um processo inflamatório, baseado em uma lesão causada por agente físico. É indicada para estrias albas. Pode ser utilizada antes do 16 17 peeling químico, diminuindo a barreira mecânica da pele, favorecendo a penetra- ção do agente e otimizando os resultados. Utiliza-se uma pressão negativa entre – 100 mmHg e 200 mmHg, devendo-se levar em consideração a sensibilidade da pele e o fototipo (deve-se ter maior cautela na abrasão de fototipos a partir de IV). Contraindicações: a técnica não deve ser muito enérgica, para evitar um des- conforto, devendo ser mais cuidadosa no momento em que apresentar eritema ou vermelhidão. Por isso, deve-se evitar a exposição solar nas 48 horas, tanto antes, quanto após o procedimento. É desaconselhado o uso em lesões tegumentares se- guidas de processo inflamatório. Deve-se ter controle do uso de cosméticos ou cos- mecêuticos que contenham ácidos, evitando uma grande sensibilização epidérmica. Assim como associação de peelings químicos ou produtos queratolíticos às sessões de microdermoabrasão sem o prévio conhecimento do profissional responsável. Importante! Fototipos mais altos (a partir de IV) têm uma maior probabilidade de desenvolver hiper- pigmentação pós inflamatória, pois os melanócitos são mais ativos, e, desta forma, a reação bioquímica acontece com mais intensidade e libera eumelanina (pigmento de cor marrom/negro). Você Sabia? Laser de Baixa Intensidade O laser de baixa intensidade torna-se mais eficaz em estrias recentes (que ainda estejam em processo inflamatório). Sua ação trará melhora na atividade metabólica do tecido potencializando de forma eficaz a síntese de colágeno quando associada a cosméticos. É um recurso bem-vindo também para modular processo inflamatório desenca- deado pelas técnicas de tratamento. Utiliza-se o laser vermelho (650 nm) com uma dosimetria de 2 J/cm2, com apli- cação pontual, em todo trajeto da estria. Vacuoterapia Utiliza-se um aparelho de vácuo, em torno de – 300 mmHg, com ventosa bico de beija-flor ou bico de pato. Realiza-se movimentos de vai e vem por todo o traje- to da estria, até que cause uma hiperemia intensa. A vacuoterapia reorganizará a estrutura do tecido e estimulará a circulação sanguínea no local da aplicação, me- lhorará a oxigenação do tecido e, se associada a cosméticos, estimulará a síntese de colágeno. 17 UNIDADE Estrias Pessoas com grande fragilidade capilar não devem usar este recurso. Isto pode acusar hematomas. Um indicativo que a hiperemia já está suficiente é o aparecimento de petéquias (pontinhos avermelhados que precedem o aparecimento de hematomas). Microagulhamento O microagulhamento utiliza um roller, ou caneta, que contém agulhas finas e longas, que alcancem a derme. Ao fazê-lo, teremos o aparecimento de peque- nos pontos de sangue (a que chamamos de orvalho sangrante, ou “Pin Points”). Nesse momento há liberação de fatores de crescimento como TGFα, TGFβ, IGF, VEGF, que estimulam a síntese de colágeno e posterior melhora do aspecto das estrias. O resultado do tratamento é amplamente enriquecido com a associação cosmética (cosméticos específicos para microagulhamento). Além da liberação dos fatores de crescimento durante o microagulhamento (também conhecido como In- dução Percutânea de Colágeno) há o processo inflamatório que tem um papel rele- vante e de suma importância na melhora do aspecto da pele com estrias. Importante! Sugere-se que antes de iniciar o tratamento para estrias, atróficas ou não, seja realizado um preparo da pele, que deve ser iniciado três semanas antes do tratamento na clínica, com a finalidade de uniformizar a camada córnea, descompactar os queratinócitos para melhor penetração dos princípios ativos, reduzir a produção da melanina (evitando-se assim hipercromias), estimular o metabolismo (aumento da circulação e do crescimento epidérmico) e induzir maior ritmo de produção do fibroblasto. Importante! Sugestão de Protocolos Pré Tratamento Aplicar nas estrias uma emulsão corporal, que deve conter ácido glicólico 10%. Deve ser utilizada durante a noite, retirando com água pela manhã (aproximada- mente 8 horas). Em caso de fototipos IV a VI, deve-se substituir por ácido mandé- lico 10%. Aplicar ácidos graxos, como o mirístico, palmítico, esteárico, oleico, linoleico, linolênico e araquidônico, solubilizados com um agente de natureza oleosa vegetal no local das estrias, duas a três vezes ao dia, com massagens de 1 minuto nos locais. O uso tópico do ácido ascórbico (Vitamina C) deve sempre estar presente nos tratamentos de estrias. Além de sua ação antioxidante (que será importante para o combate a Espécies Reativas de Oxigênio ou Radicais Livres, liberados durante o processo inflamatório), ele também estimula a liberação de Procolágeno e Tropocolágeno, que são substâncias precursoras do Colágeno. 18 19 O intervalo entre as sessões para tratamento de estrias é variável, e depende do processo inflamatório desencadeado. Este intervalo oscila entre 7 e 30 dias, depen- dendo do recurso utilizado. Entre as sessões com recursos que desencadeiam processo inflamatório, pode-se intercalar sessões de hidratação e antioxidação. Sempre orientar ao cliente/paciente que, durante o tratamento, a exposição solar é proibida. Aexposição solar pode causar uma hiperpigmentação pós inflamatória. A pele deve estar sempre muito bem hidratada. Banhos quentes e roupas apertadas também são contraindicados durante o tratamento. 19 UNIDADE Estrias Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Abordagem clínica e abordagem terapêutica das estrias AZULAY, M.; AZULAY, D. Abordagem clínica e abordagem terapêutica das estrias. In: KEDE, M.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. São Paulo: Atheneu,2004. p. 363-8. Leitura Estrias de distensão na gravidez: fatores de risco em primíparas MAIA, M. et al. Estrias de distensão na gravidez: fatores de risco em primíparas. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 84, n. 6, nov./dez. 2009. http://bit.ly/2IbwXHe A fisioterapia dermato-funcional no tratamento de estrias: revisão da literatura MOREIRA, J.; GIUSTI, H. A fisioterapia dermato-funcional no tratamento de estrias: revisão da literatura. Revista Científica da UNIARARAS v. 1, n. 2/2013. http://bit.ly/2Ia6kSJ Effects of ascorbic acid on proliferation and collagen synthesis in relation to the donor age of human dermal fibroblasts PHILLIPS C.; COMBS, S.; PINNELL, S. Effects of ascorbic acid on proliferation and collagen synthesis in relation to the donor age of human dermal fibroblasts. The Journal of Investigative Dermatology, v. 103, n. 2, p. 228-32, Aug. 1994. http://bit.ly/2IdxZ5v Análise dos efeitos da utilização da microgalvanopuntura e do microagulhamento no tratamento das estrias atróficas SILVA, M.; ROSA, P.; SILVA, V. Análise dos efeitos da utilização da microgalva- nopuntura e do microagulhamento no tratamento das estrias atróficas. BIOMO- TRIZ, v. 11, n. 01, p. 49-63 /2017. https://bit.ly/31vb3X2 20 21 Referências BORGES, F. S. Dermato-Funcional: Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São Paulo: Editora Phorte, 2010. CUCÉ, L. C.; FESTANETO, C. Manual de Dermatologia. São Paulo: Ed. Atheneu, 2001. FONSECA, A.; PRISTA, L. Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosmeto- lógica. São Paulo: Editora Roca, 2000. 21 Estética Corporal Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Paula de França Carmo da Silva Revisão Textual: Prof.ª Esp. Claudio Pereira do Nascimento Lipodistrofia Localizada • Definição e Classificação; • Avaliação; • Alteração Postural x Lipodistrofia Localizada; • Massagem Modeladora; • Cosmetologia Aplicada ao Tratamento de Lipodistrofia Localizada; • Eletrotermofototerapia Aplicada a Lipodistrofia Localizada; • Orientações aos Clientes. • Avaliar LDL determinando tipo, densidade e localização; • Selecionar recursos de tratamento adequados seguros e efi cazes de modo individual e personalizado; • Tratar de modo seguro e efi caz a LDL; • Indicar cosméticos para home care; • Orientar sobre práticas de vida diária que contribuem para o sucesso do tratamento. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Lipodistrofi a Localizada Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Lipodistrofia Localizada Definição e Classificação Tecido Adiposo O tecido adiposo, também denominado tecido subcutâneo, é um tipo especial de tecido conjuntivo onde predominam células adiposas e localiza-se logo abaixo da derme. É o maior depósito de energia (sob a forma de triglicerídeos) do corpo e apresenta uma intensa atividade metabólica denominada Lipossíntese / Lipogênese, que é a formação e reserva de triglicerídeos. A Lipólise efetua a decomposição dos triglicerídeos, ou seja, a hidrólise do triglice- rídeo em ácido graxo e glicerol. Lipodistrofia Localizada Lipo: gordura Distrofia: alteração Alteração na distribuição da gordura corporal que se acumula em maior quantida- de em algumas áreas. Adiposidade localizada é o termo utilizado quando encontramos um excesso de tecido adiposo em determinadas regiões específicas do corpo (Figura 1) que pode não trazer riscos à saúde, mas gera desconfortos estéticos. Localiza-se acima da musculatura e sob a pele. Redução através de tratamento estético, emagrecimento e/ou lipoaspiração. O cliente/paciente deve estar dentro do peso ideal para obter resultados satisfatórios nos tratamentos de redução de medidas, que é o que trata lipodistrofia localizada. Figura 1 - Lipodistrofia localizada ou adiposidade localizada Fonte: GettyImages 8 9 Gordura visceral (Figura 2), localiza-se entre os órgãos e vísceras. Redução atra- vés de atividade física aeróbica e/ou dieta. Figura 2 – Gordura Visceral Fonte: GettyImages Tipos (formas) da distribuição do tecido adiposo no organismo A distribuição do tecido adiposo no organismo pode ser observada geralmente de duas formas: Biotipo Androide Tem sido observado o predomínio de adipócitos na região abdominal e peitoral. Maior frequência nos homens. A adiposidade localizada na região abdominal acarreta sérios riscos à saúde de um modo geral. Estudos comprovam uma relação direta com a hipertensão arterial, perturbações cardiovasculares, hiperinsulinismo e diabetes mellitus, estando asso- ciada a maior mortalidade. Biotipo Ginoide Acúmulo dos adipócitos nas regiões femorais, glúteas, infraumbilicais, quadris e coxas. Maior frequência nas mulheres. Figura 3 - Biotipo Androide e Biotipo Ginoide Fonte: GettyImages 9 UNIDADE Lipodistrofia Localizada Gordura Compacta Uma gordura mais rígida e mais difícil de realizar a prega. Não é acompanhada por flacidez de pele e é predominante no biotipo androide. Gordura Flácida Gordura mais amolecida, com consistência de gelatina. Fácil de realizar prega. Geralmente vem acompanhada de flacidez de pele e ou flacidez muscular. Mais pre- dominante em biotipo ginoide. Avaliação Cálculo de Índice de Massa Corpórea – IMC Calcula-se o índice de massa corporal sem diferenciar massa gorda de massa magra. Através desse cálculo, é possível ter uma base se o cliente/paciente está abaixo do peso, com peso ideal, em sobrepeso, obeso ou obeso mórbido. Fórmula IMC: Peso = IMC Altura2 Exemplo: 80 Kg e 1,70m, 80/3,4=23,52 - levemente acima do peso, conforme referências do Quadro 1. Quadro 1 – IMC IMC Classificação abaixo de 18,5 abaixo do peso entre 18,6 e 24,9 peso ideal (parabéns) entre25,0 e 29,9 levemente acima do peso entre 30,0 e 34,9 Obesidade grau I entre 35,0 e 39,9 Obesidade grau II (severa) acima de 40 Obersidade III (mórbida) Perimetria Realizada com fita métrica, afere-se a circunferência do segmento corporal a ser avaliada, conforme figura 4. A perimetria deve ser realizada bilateralmente nos membros e sempre com a mesma fita métrica; o mesmo profissional deverá fazer todas as medições, no início do tratamento e no final. 10 11 Figura 4 - Perimetria Segmento Abdominal Fonte: GettyImages Demarcação dos segmentos: • Braço: medir do acrômio ao olécrano, dividir por 2 e nesse ponto realizar a medida da circunferência. • Abdômen: o ponto de partida é o umbigo, realizar a circunferência 5 cm para baixo e 5 cm para cima. • Glúteo: realizar a circunferência na parte mais proeminente. • Coxa: partir da cabeça do fêmur até a patela, dividir esse valor por 3 e realizar a circunferência nos três pontos correspondentes. Adipometria Mensura dobras cutâneas através de um instrumento de avaliação denominado adipômetro. Dobra Cutânea Triciptal É medida na face posterior do braço, paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto que compreende a metade da distância entre a borda superolateral do acrô- mio e o olécrano. Dobra Cutânea da Coxa É medida paralelamente ao eixo longitudinal sobre o músculo reto femoral, a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela. Para facilitar o pinçamento desta dobra, o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma semiflexão do joelho e manter o peso do corpo no membro infe- rior esquerdo. 11 UNIDADE Lipodistrofia Localizada Dobra Cutânea Abdominal É medida aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz umbilical paralelamente ao eixo longitudinal. Figura 5 - Adipometria abdominal Fonte: GettyImages Alteração Postural x Lipodistrofia Localizada Manter posturas erradas por tempo prolongado pode acarretar alterações posturais, ocasionando enrijecimento das articulações vertebrais e encurtamento dos músculos, além de causar alterações nas partes moles: pele e tecido adiposo. Esses defeitos estruturais causam alterações das curvaturas normais da coluna vertebral, tornando-a mais vulnerável a tensões mecânicas e traumas. Alterações Posturais Ombro: Anteriorização (ombros para frente) ou Hiperextensão (ombros para trás): acúmulo de gordura na região abdominal. Alterações Posturais Coluna: • Hipercifose torácica (corcunda): gordura localizada na região abdominal e flacidez muscular de abdômen; • Hiperlordose Lombar: gordura localizada em região lombar; • Retificação da Cifose Torácica: gordura localizada infraescapular; • Retificação da Lordose Lombar: gordura em região infraglútea. Alteração Postural Joelhos: • Hiperextensão de Joelhos: acúmulo de gordura na região superior do joelho; • Joelho Valgo: gordura na região interna da coxa, em região superior de joeho; • Joelho Varo: gordura na região lateral da coxa. 12 13 Massagem Modeladora A massagem modeladora atua como recurso manual auxiliar ao tratamento de redução de medidas. A massagem é realizada com movimentos rápidos e vigorosos, aumentado a per- meação dos princípios ativos, assim promove vasodilatação. Também tem como ação a modificação do formato da gordura de cilíndrico para achatado. Não promove lipólise, pois ela só ocorrerá se a massagem for realizada após alguns recursos de eletroterapia associada a cosméticos lipolíticos. Pode ser realizada com as mãos, com recursos auxiliares como, por exemplo, bambu e rolo de massagem com ventosas. Cosmetologia Aplicada ao Tratamento de Lipodistrofia Localizada Princípios Ativos Princípios ativos são as matérias primas responsáveis pelo efeito do produto quan- do aplicado corretamente. Podemos dizer que são os responsáveis pelo tratamento. Cabe ressaltar que na maior parte dos casos, a eficiência de um princípio ativo depende da sua capacidade de permear a pele e atingir seu local de ação. Tal ca- pacidade depende de fatores relacionados à estrutura da pele, ao próprio princípio ativo e o veículo adequado. Sendo assim, podemos concluir que os princípios ativos são misturados aos veícu- los para a obtenção do produto final desejado, o qual vai ter uma indicação específica. Princípios Ativos Lipolíticos São substâncias coadjuvantes que atuam na lipólise. Agem através de receptores específicos localizados na membrana celular. Os lipolíticos desencadeiam as seguintes ações na célula adipócita: aumento do nível de AMP cíclico intracelular, favorecendo a lipólise nos adipócitos; inibição da atividade da fosfodiesterase, favorecendo o sistema adenilciclase AMP cíclico dos adipócitos; permissão para que o AMP cíclico atue por mais tempo, ativando os triglicerídeos a se transformarem em ácidos graxos livres numa velocidade maior. Exemplos de lipolíticos: Cafeisilane (complexo cafeína-silício), Theophyllisilane C (complexo metilsilanol teofilina), Cafeína, Triac, Argisil L (arginina combinada ao silício orgânico), Xantalgosil (acefilina combinada ao silício orgânico). 13 UNIDADE Lipodistrofia Localizada Enzimas A função das enzimas é diminuir a energia de ativação necessária para que as reações metabólicas ocorram e aumentem a velocidade das reações químicas. Confira a seguir alguns exemplos de enzimas utilizadas na estética. Exemplos: hia- luronidase e thiomucase (aumento da atividade metabólica). Ativadores da Microcirculação São substâncias que tem como finalidade desencadear o aumento da temperatu- ra do organismo em local predeterminado. Podem ser: • Crioterápicos: Possuem a capacidade de aumentar a circulação e a tempe- ratura no local da aplicação após um resfriamento. Ação dos crioterápicos: desencadeia um esfriamento local e contração dos vasos sanguíneos periféri- cos, aumenta o fluxo sanguíneo, descongestionando os tecidos e diminuindo a retenção de água. Devem ser aplicados e o cliente/paciente deve ficar em repouso sem fazer atividade física durante 2 horas pós-aplicação. Exemplo: Cânfora / Mentol; • Termogênicos: São substâncias que possuem a capacidade de aumentar a circulação e a temperatura no local da aplicação. Ação dos Termogênicos: au- mento da oxigenação e nutrição dos tecidos; aumento das trocas metabólicas do meio; aumento da permeabilidade cutânea (em nível celular); aumento da oxigenação e nutrição dos tecidos; aumento das trocas metabólicas do meio; aumento da permeabilidade cutânea (amento da circulação). Exemplo: Nicoti- nato de Metila, pimenta negra, gengibre, canela. Eletrotermofototerapia Aplicada a Lipodistrofia Localizada Eletrolipólise ou Eletrolipoforese A eletrolipólise é uma técnica que se destina fundamentalmente ao tratamento de acúmulo de gordura nos procedimentos de adiposidade localizada, produzindo um incremento da lipólise no tecido adiposo. O estímulo elétrico, que ocorre no tecido, provoca em nível local um conjunto de alterações de natureza fisiológica que são responsáveis pelo fenômeno da lipólise. 14 15 Efeito Joule A corrente elétrica, ao circular por um condutor eletrolítico, realiza um trabalho que produz calor nos tecidos, desencadeando os seguintes efeitos: contribui para a instauração de uma vasodilatação e, consequentemente, aumento do fluxo sanguí- neo; melhora a nutrição e a oxigenação dos tecidos; estimula o metabolismo celular local, facilitando o gasto energético. Efeito Eletrolítico O campo elétrico gerado pela corrente induz a movimentação iônica que de- sencadeia alteração na polaridade da membrana celular. Esta tende a manter o seu potencial elétrico, promovendo um consumo de energia em nível celular. Efeito de Estímulo Circulatório Experiências demonstram que a corrente variável com parâmetros em micros de intensidade e a frequência 25 Hz estimula diretamente nervos vasomotores, provo- cando ativação da microcirculação local. Efeito Neuro-Hormonal no Tecido Adiposo Estudos comprovam que a utilização de microcorrentede baixa frequência pro- duz estimulação do sistema nervoso autônomo simpático, liberando catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), aumentando assim o AMP cíclico intradipocitário e hidrolisando os triglicerídeos. Parâmetros para aplicação: a pele deve estar limpa e sem qualquer tipo de lesão. Os eletrodos deverão formar um campo elétrico no local a tratar e a intensidade deve ser aumentada em função da sensibilidade individual. Onda trapezoidal, tem- po de 60 minutos, 25 Hz. Pode ser aplicada uma a duas vezes por semana. Endermoterapia Conjugação da Pressão Negativa (vácuo) com a Pressão Positiva (massagem) sobre uma área da superfície corporal produzindo o movimento de apalpar e rolar da massagem. Atua sobre a pele e sobre os tecidos situados imediatamente por debaixo dela, realizando uma massagem de dentro para fora, o que a diferencia das massagens tradicionais que pressionam os tecidos de fora para dentro. 15 UNIDADE Lipodistrofia Localizada Os efeitos fisiológicos vão depender de dois fatores principais: das manobras e da potência da sucção emitida pelo equipamento. Utiliza-se pressões negativas que variam entre 100 e 200 mmHg. Os movimentos são ascendentes e devem ser realizados com fluído lipolítico. Ultrassom e ultracavitação O ultrassom terapêutico é um equipamento que gera ondas sonoras em uma frequência inaudível ao ouvido humano. Estas ondas se propagam através do tecido biológico por condução terapêutica de um meio aquoso. Na estética, utiliza-se ul- trassom em uma frequência de 3 MHz. Para tratamento de lipodistrofia localizada, utiliza-se o modo contínuo que tem uma ação térmica. Todo ultrassom tem o efeito de cavitação. O que diferencia o ultrassom terapêu- tico 3 Mhz da ultracavitação é o tipo de cavitação. O Ultrassom de 3 MHz promove uma cavitação estável, a agitação das molé- culas de gás e ar do tecido biológico, que aumenta a temperatura interna e através disso acelera o metabolismo local. Os estudos, ainda, questionam o efeito lipolítico do ultrassom de 3 Mhz. Ele é amplamente utilizado no tratamento de lipodistrofia localizada para potencializar o efeito dos ativos cosméticos (lipolíticos, enzimas, termogênicos) e isso ocorre por- que promove vasodilatação e potencializa a ação dos cosméticos. Já os ultracavita- dores promovem uma cavitação instável, pois além de agitar as moléculas de gás e ar do tecido biológico, faz com que elas se rompam e se choquem contra a parede do adipócito, promovendo lipólise e causando uma ruptura da membrana celular com lesão do núcleo da célula e posterior apoptose celular. O ultrassom de 3 MHz pode ser aplicado até 3 vezes por semana, já os ultra- cavitadores só podem ser aplicados semanalmente devido à sobrecarga do fígado. Todo processo de lipólise é metabolizado no fígado, portanto, indivíduos com níveis de co- lesterol e triglicérides elevados e disfunção hepática não devem ser submetidos à tratamen- tos que promovam lipólise. Ex pl or O ultrassom precisa de um meio denso para se propagar. Ele é incapaz de atra- vessar o ar, necessita de um meio para acoplamento de condução e, para que isso ocorra, aplicamos um gel a base de água entre o transdutor e a pele. 16 17 Intensidade para Tratamento de Lipodistrofia Localizada A potência de saída de um equipamento gerador de ultrassom é medida em watts (W) e representa a quantidade de energia produzida por um transdutor. As doses de tratamento variam de 1,2 a 3,0 W/cm², isso dependerá da quantidade e densidade da gordura a ser tratada. O meio de acoplamento entre o transdutor e a pele é através de gel a base de água, aplicando uma camada consistente e sem grandes bolhas de ar. O equipa- mento só deve ser ativado após o contato adequado entre o transdutor com a pele, sobre um meio de acoplamento ideal (gel). Os movimentos com o transdutor devem ser suaves, lentos e rítmicos, com suave pressão do transdutor sobre a pele. Criolipólise A criolipólise é baseada no conceito de criólise, conceito este que consiste em destruição de células e tecidos desencadeados pelo frio. Técnica não invasiva que consiste no resfriamento controlado e localizado do adipócito com temperaturas acima do congelamento, porém abaixo da temperatura corporal normal. Sendo o tecido adiposo extremante sensível ao frio, os resultados são obtidos de forma que não se tenha agressão de epiderme e derme, desde que a técnica seja aplicada de maneira adequada, com manta adequada, pressão negativa adequada e que se tenha uma prega cutânea maior que 3 centímetros. Sendo o tecido adiposo extremamente sensível ao frio, desenvolve-se a panicu- lite lobular que é a justificativa para a redução da gordura localizada que está em torno de 25 a 30%, se indicada adequadamente. A de indução de criólise seletiva com destruição específica da camada de gordu- ra subcutânea de forma não invasiva, se dá o nome de CRIOLIPÓLISE. O congelamento leva a cristalização dos lipídios encontrados dentro do citoplas- ma dos adipócitos, o que causa uma paniculite localizada, ou seja, uma inflamação do tecido adiposo e a apoptose (morte celular programada), no qual os macrófagos são responsáveis pela limpeza do sítio (digestão e remoção das células lesadas) sem provocar alteração do microambiente celular. 17 UNIDADE Lipodistrofia Localizada Com a exposição ao frio, o corpo aumenta a necessidade de produção de calor a fim de promover a homeotermia através da liberação de hormônios pelo hipotála- mo, que induzem a utilização de ácidos graxos livres como substratos energéticos nas mitocôndrias, aumentando o metabolismo energético. Isso justifica algo que ainda é controvérsia científica sobre a lipólise. A lipólise aconteceria nas células que não foram congeladas e com o intuito de homeotermia ocorreria a lipólise. Com essa teoria, a metabolização da gordura que sofre o processo de lipólise será metabolizada no fígado, mas vale ressaltar que isso está em controvérsia científica e necessita de estudos para validação da teoria. A técnica, quando aplicada de forma adequada, promove uma redução da gordu- ra localizada de 25 a 30%. O resfriamento localizado no tecido adiposo subcutâneo trabalha com tempera- turas em torno de -5 a -15°C. O equipamento utilizado é composto de uma manopla em forma de ventosa que utiliza um vácuo moderado para fazer uma prega cutânea (pele e gordura) dentro do aplicador, posicionando-a entre duas placas de arrefecimento. Os painéis de resfriamento extraem o calor do local de aplicação, diminuindo a temperatura. A associação da radiofrequência nos aparelhos de criolipólise vem com a proposta de reperfundir o tecido e não evitar ou tratar flacidez tissular como muitos divulgam. Importante! Este não é um tratamento destinado a obesidade, mas somente para gordura localizada. Importante! Iniciamos o processo com a exposição do tecido adiposo ao frio (-5 a -15°C) associado a uma pressão negativa que varia de 30 a 80 kPas o kPa (unidade de medida internacional para vacuoterapia), será calculado dependendo da prega cutâ- nea e flacidez tissular; quanto mais flacidez tissular, menor a quantidade de pressão negativa utilizada. Segundo autores, com a exposição do tecido adiposo ao frio, ocorre o congelamento/resfriamento (este acontecerá apenas na área de contato com a placa de resfriamento), com a manutenção deste congelamento/resfriamento entre 30 a 60 minutos, temos a cristalização dos adipócitos. Após a cristalização dos lipídeos encontrados no citoplasma dos adipócitos, inicia- -se o processo inflamatório e com ele a atuação dos macrófagos que tem a função de limpeza do sítio inflamatório (fagocitose); o pico do processo inflamatório se dá em torno do 14º dia, após a resolução total do processo inflamatório, inicia-se o processo de apoptose (morte celular programada - que pode perdurar por até 90 dias quando chegamos ao resultado final do procedimento). A eliminação dos metabólitos acontece via sistema linfático através da atuação dos Linfócitos
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