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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Técnicas Manuais aplicadas à EsTéTica
Elaboração
Fernanda Aguilera Alves Cordeiro
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
ENTENDENDO O CORPO....................................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
SISTEMA TEGUMENTAR .............................................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
SISTEMA LINFÁTICO ................................................................................................................ 16
UNIDADE II
PELE E SUAS DISFUNÇÕES ................................................................................................................... 22
CAPÍTULO 1
ALTERAÇÕES ESTÉTICAS CUTÂNEAS FACIAIS ............................................................................ 22
CAPÍTULO 2
ENVELHECIMENTO .................................................................................................................. 44
UNIDADE III
CONDUTAS ESTÉTICAS ......................................................................................................................... 49
CAPÍTULO 1
TÉCNICAS ESTÉTICAS FACIAIS ................................................................................................. 49
CAPÍTULO 2 
ESTÉTICA CORPORAL ............................................................................................................. 59
CAPÍTULO 3
OUTRAS TERAPIAS ................................................................................................................... 82
UNIDADE IV
GESTANTES .......................................................................................................................................... 93
CAPÍTULO 1
CUIDADOS ESPECIAIS PARA GESTANTES .................................................................................. 93
CAPÍTULO 2
RECURSOS TERAPÊUTICOS ESTÉTICOS PARA GESTANTES ........................................................... 96
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 99
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
Nessa disciplina, será apresentado ao aluno técnicas manuais e suas associações para o 
tratamento das disfunções estéticas faciais e corporais. Além disso, serão apresentados 
aspectos fisiológicos e anatômicos do sistema tegumentar.
Objetivos
 » Descrever e elucidar aspectos anatômicos e fisiológicos do sistema 
tegumentar.
 » Apresentar as principais alterações estéticas faciais e corporais.
 » Associar as técnicas de tratamentos manuais e cosmetológicos para o 
tratamento das alterações apresentadas.
8
9
UNIDADE IENTENDENDO O CORPO
CAPÍTULO 1
Sistema tegumentar
Anatomia e fisiologia do sistema tegumentar 
Sistema tegumentar é composto por diversas estruturas e forma o revestimento externo 
dos seres vivos. Esse revestimento externo é chamado de tegumento ou integumento 
e nos vertebrados também é chamado de pele. As estruturas que formam o sistema 
tegumentar são: células, tecido conjuntivo, pelos, unhas, entre outros (GUYTON; 
HALL, 2017).
Nos seres unicelulares, o revestimento externo é formado pela própria membrana 
celular e parede celular. Os animais invertebrados possuem um revestimento externo 
formado por apenas uma camada de células (epitélio simples). Já os vertebrados 
possuem pele formada por duas camadas: a superficial conhecida como epiderme 
e formada por várias camadas de células (epitélio estratificado); e a camada mais 
profunda, chamada de derme, formada principalmente por tecido conjuntivo 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995). 
A pele é composta por duas camadas. A epiderme, disposta mais superficialmente, e a 
derme, logo abaixo. Dentre as diversas funções do tecido tegumentar, temos a proteção 
contra o meio externo e perda de líquidos, além da regulação térmica, além da percepção 
de estímulos sensoriais e dolorosos (GUYTON; HALL, 2017). 
A seguir, descreveremos detalhadamente cada parte do sistema tegumentar.
10
UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO
Figura 1. Tegumento.
Epiderme 
Derme 
Hipoderme 
Glândula Sudorípara 
Camada Córnea 
Camada Granulosa
Camada Espinhosa 
Camada Basal 
Músculo Eretor do Pelo 
Tecido Adiposo 
Folículo Piloso 
Fonte: <https://www.rustadderm.com/services/medical/rashes/shutterstock_79599691>. Acesso em: 2 de mar. 2018.
Epiderme
Quatro ou cinco camadas de epitélio estratificado compõem a epiderme, que é 
avascularizada e composta em sua maior parte de células mortas, excluindo-se apenas 
as camadas mais profundas.
As camadas da epiderme são:
 » Camada basalou germinativa: localizada mais profundamente na 
epiderme, tem contato direto com a derme. Nessa camada, estão presentes 
4 tipos de células: Queratinócitos, que são responsáveis pela produção de 
queratina; proteína essa que dá a impermeabilidade e resistência à pele; 
Melanócitos, que conferem a pigmentação do tecido, além da proteção 
contra os raios solares; Células táteis, que tem o papel de reconhecimento 
dos estímulos sensoriais e as células de Langerhans, que faz parte do 
sistema fagocitário de bactérias e resíduos estranhos, sendo o primeiro 
mecanismo de defesa contra patógenos.
Todas essas células, exceto as células de Langerhans, sofrem mitose 
constantemente (VAN DE GRAAFF, 2003). 
 » Camada espinhosa: constituída por 3 a 10 fileiras de células, provenientes 
da camada basal, de aspecto ligeiramente achatado e espinhoso. As 
11
ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I
células são mecanicamente interligadas por meio de montes denominados 
desmossomos, que confere resistência à traumas mecânicos. Entre as 
células há a presença do glicocálix, responsável pela condução de sustâncias 
hidrossolúveis do meio interno para o meio externo (VAN DE GRAAFF, 
2003). 
 » Camada granulosa: apresenta poucas camadas de células achatadas, que 
possuem grânulos de queratomalina, precursora da queratina, e grânulos 
lamelares, que impermeabilizam as células, evitando assim, a perda de 
água (VAN DE GRAAFF, 2003). 
 » Camada córnea: é a camada mais superficial da epiderme. Composta por 
diversas células anucleadas e achatadas. A queratinização ou cornificação 
é o nome do fenômeno que transforma os queratinócitos em células 
córneas, conferindo assim, um importante fator de proteção tegumentar. 
A camada córnea é totalmente regenerada em um prazo de 26 a 28 dias 
(VAN DE GRAAFF, 2003). 
 » Camada lúcida: camada constituída de células transparentes e achatadas 
e encontrada principalmente na região palmo plantares e lábios. Está 
localizada entre a camada córnea e a granulosa (VAN DE GRAAFF, 2003). 
Derme
Entre a epiderme e a derme, existe uma área de transição denominada membrana basal, 
que as une firmemente. A membrana basal é constituída de colágeno tipo IV, laminina e 
proteoglicanos. Sua função consiste na seleção por dimensão e cargas, a movimentação 
de moléculas e células no meio extracelular através do epitélio (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2004). 
A derme é a camada mais profunda da pele, vascularizada e composta principalmente 
por tecido conjuntivo, como colágeno e fibras elásticas e assim sendo, tornam a pele 
resistente e elástica. Além disso, as fibras de colágeno são dispostas de tal maneira a 
conferir o tônus à pele (NETTER, 2014). 
É constituída por duas camadas: papilar e reticular, descritas a seguir.
 » Camada papilar: camada mais superficial, que ocupa cerca de um quinto 
de toda derme e é composta por tecido conjuntivo frouxo.
Nela estão presentes receptores sensoriais e vasos sanguíneos e capilares. 
Sua principal função é oferecer nutrientes à epiderme.
12
UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO
 » Camada reticular: constituída de tecido denso não modelado, nessa 
camada estão presentes a base dos folículos pilosos, glândulas sebáceas e 
sudoríparas, vasos sanguíneos e linfáticos, terminações nervosas, além das 
fibras de colágeno e elastina. Sua função é oferecer oxigênio e nutrientes. 
Além disso, cerca de 70% dos fibroblastos, responsáveis pela produção de 
colágeno e elastina, estão presentes nessa camada (GUYTON; HALL, 2017). 
Diferentemente da epiderme, como mencionado, a derme é vascularizada, permitindo 
assim a irrigação da camada basal, que sofre constante mitose. Além da trama vascular, 
apresentam-se na derme as estruturas responsáveis pela sensibilidade ao tato, pressão, 
dor e temperatura. Os receptores responsáveis pela captação desses estímulos são:
 » Corpúsculos de Vater-Pacini, nas regiões palmoplantares, específicos 
para pressão e vibração. 
 » Corpúsculos de Meissner, nas polpas dos dedos, específicos para o tato. 
 » Corpúsculos de Krause, nas áreas entre pele e mucosas, percepção ao frio. 
 » Corpúsculos de Ruffini, percepção ao calor.
 » Terminação nervosa livre, em toda extensão da pele, captação de estímulos 
dolorosos (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). 
Também estão presentes nessa região os músculos eretores do pelo, controlados pelo 
sistema nervoso autônomo e vasos linfáticos (WYSOCKI, 2012). 
Hipoderme
Embora não seja considerada parte constituinte do sistema tegumentar, apresenta 
estreita relação com funcional com a mesma. Nessa camada, estão localizadas as células 
adipócitas, com importante papel na regulação térmica corporal, bem como proteção 
das vísceras, de traumas mecânicos e reservatório de energia (GUYTON; HALL, 2017). 
Anexos
Os anexos da pele são ligados à derme por uma invaginação na epiderme. Os anexos 
são: unhas, cabelos, pelos, glândulas sudoríparas e sebáceas (GUYTON; HALL, 2017). 
Classificação de fototipos
A pele pode apresentar diferentes classificações e características que dependem a etnia 
de origem, bem como o fototipo.
13
ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I
Essas diferenças apresentam-se na quantidade e características dos pelos e cabelos, na 
quantidade de melanina e na reação aos raios solares. Fitzpatrick, em 1976, classificou 
os fototipos de pele em 6 categorias. 
Quadro 1. Fototipos da pele.
Fototipos da pele Consequências da exposição solar
1. Pele clara, olhos azuis, sardentos Sempre se queimam e nunca se bronzeiam
2. Pele clara, olhos azuis, verdes ou castanhos claros, cabelos louros 
ou ruivos
Sempre se queimam e, às vezes, se bronzeiam
3. A média das pessoas brancas comuns Queimam-se moderadamente, bronzeiam-se gradual e uniformemente
4. Pele clara ou morena clara, cabelos castanhos escuros e olhos escuros Queimam-se muito pouco, bronzeiam-se bastante
5. Pessoas morenas Raramente se queimam, bronzeiam-se muito
6. Negros Nunca se queimam, profundamente pigmentados
Fonte: Fitzpratick (1976). 
Classificação da pele
É de extrema importância classificar a pele antes de qualquer procedimento. A seguir, 
descreveremos detalhadamente as classificações:
Classificação I
Pele alípica: tem pouca produção de sebo. Frágil, fina, descamativa, apresentando o 
pH mais ácido e tende a formação de rugas. Mais conhecida como pele seca ou xerose 
(BORGES; SCORZA, 2016).
Figura. 2. Pele alípica.
Fonte: <https://www.eucerin.com.br/problemas-de-pele/pele-seca/pele-corporal-aspera-e-rachada>. Acesso em: 18 de fev. 2018
Classificação II
Pele lipídica ou oleosa: alta produção de sebo com a presença de poros dilatados. 
Apresenta sinais de envelhecimento mais tardiamente pelo pH mais alcalino, como 
também presença de comedões. É espessa e brilhosa (BORGES; SCORZA, 2016). 
14
UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO
Figura 3. Pele lipídica.
Fonte: <http://frescuricesefofurices.blogspot.com/2017/07/tipos-de-pele-vem-saber-mais.html>. Acesso em: 18 de fev. 2018. 
Classificação III
Pele eudérmica ou normal: apresenta-se lisa, não brilhante e com o pH neutro. É 
hidratada e não apresenta poros dilatados. Sedosa e aveludada ao toque. Geralmente, 
está presente em crianças de até 8-9 anos de idade (BORGES; SCORZA, 2016). 
Figura 4. Pele eudérmica.
Fonte: <http://mundo-maquiado.blogspot.com.br/2015/06/tipos-de-pele-caracteristicas-e-cuidados.html>. Acesso em: 18 de fev. 
2018.
Classificação IV
Pele mista ou combinada: maior produção de sebo e poros dilatados na zona T 
(testa, nariz e queixo). O restante da face pode ser alípica ou normal (BORGES; 
SCORZA, 2016). 
15
ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I
Figura 5. Pele Mista.
Fonte: <https://thaissiqueirads.wordpress.com/tag/tipos-de-pele/>. Acesso em: 18 de fev. 2018.
Outras classificações
 » Pele sensível: apresenta telangiectasias (malha vascular aparente), 
delgada, frágil, avermelhada e reage de forma acentuada aos cosméticos. 
 » Pele acneica: tem as mesmas características da pele oleosa somado à 
presença de comedões, pápulas, pústulas, cistos e cicatrizes.» Pele desidratada: delgada, hipotônica, com desequilíbrio na camada córnea, 
áspera e descamativa, apresenta rugas superficiais. 
 » Pele espessa: opaca, sem viço, de aspecto grosseiro. 
 » Pele desvitalizada: sem viço, opaca e com presença de flacidez (BORGES, 
2006). 
16
CAPÍTULO 2
Sistema linfático
O sistema linfático é composto por uma complexa trama composta por linfonodos, 
ductos, vasos e capilares linfáticos e tem como função a produção e o transporte da 
linfa, dos tecidos para o sistema circulatório.
Esse transporte é realizado por uma malha de vasos semelhantes às veias, que está 
presente no corpo todo e que faz a captação do líquido tissular que não retornou aos 
capilares sanguíneos, filtrando-o e fazendo a condução à circulação sanguínea. 
O sistema linfático é de extrema importância ao sistema imunológico pela grande 
presença de glóbulos brancos, que age contra bactérias e vírus invasores. 
O estudo anatômico do sistema linfático é bastante difícil, haja vista que o tamanho dos 
vasos capilares, sendo pequenos e facilmente confundido com estruturas adjacentes 
(GUYTON; HALL, 2017). 
Dentre as principais funções do sistema linfático, estão: captação dos fluidos em 
excesso. Absorção dos ácidos graxos e transporte imediato da gordura para o sistema 
circulatório e a produção de células imunes (GUYTON; HALL, 2017). 
A linfa
É um líquido transparente, esbranquiçado, por vezes amarelado ou rosado, que circula 
por todo sistema linfático. Mais da metade da quantidade da linfa, é proveniente do 
fígado e do intestino. Sua composição assemelha-se ao sangue, porém sem a presença 
de hemácias. Tem alta concentração de linfócitos, chegando a 99% dos glóbulos brancos 
presentes na linfa.
A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos 
linfonodos (também conhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). 
Após a filtragem, é lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas 
(NETTER, 2014). 
Circulação linfática
A circulação linfática é responsável pela captação e transporte de resíduos e 
macromoléculas produzidas pelas células durante seu metabolismo e que não foram 
captadas pelo sistema sanguíneo.
17
ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I
O sistema linfático capta a linfa, por difusão, através dos capilares linfáticos, e a transporta 
para dentro do sistema linfático. Dessa forma, o fluido é chamado de linfa, e tem sempre 
a mesma composição do que o fluido intersticial (GODOY; GODOY; BRAILE, 1999). 
A linfa se movimenta em virtude das contrações musculares, da pulsação das artérias 
ao redor e dos movimentos das extremidades do corpo. A linfa não possui um sistema 
de movimentação autônomo e é dependente exclusivamente da ação desses agentes 
supracitados para poder circular. A linfa move-se lentamente e sob baixa pressão.
Os vasos linfáticos em sua totalidade possuem válvulas unidirecionais antirrefluxo, 
assim acontece com os vasos da circulação sanguínea. Caso haja alguma obstrução em 
algum vaso linfático, a linfa se acumula na região afetada, tendo como resultado um 
inchaço que é denominado edema (LEDUC; LEDUC, 2000). 
Na linfa, podem estar presentes microrganismos que, ao passar pelos filtros dos 
linfonodos, que recebem o nome de gânglios linfáticos e baço são eliminados. Por essa 
razão, quando há presença de uma possível infecção pode-se sentir dor associado ao 
edema nos gânglios linfáticos do pescoço, axila ou virilha, conhecidos popularmente 
como “íngua” ou “gânglio infartado” (NETTER, 2014). 
Figura 6. Circulação linfática.
Interstício 
Capilares 
Linfáticos Células 
Ducto 
Linfático 
Arteríolas
Vênulas 
Capilares 
Sanguíneos 
Gânglios Linfáticos 
Fonte: <http://sitemalinfatico.blogspot.com.br>. Acesso em: 2 de mar. 2018.
18
UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO
Anatomia do sistema linfático
O sistema linfático é composto por uma rede de vasos e capilares, além de linfonodos e 
órgãos específicos com o timo, as tonsilas palatinas e o baço. 
Figura 7. Órgãos do sistema linfático.
Fonte: <http://www.guia.heu.nom.br/sistema_linfatico.htm>. Acesso em: 28 de nov. 2017.
Vasos e capilares linfáticos
Os vasos linfáticos são ductos, presentes por todo organismo, que possuem válvulas 
responsáveis pelo transporte da linfa para a corrente sanguínea em um sentido 
unidirecional, impedindo assim o refluxo. Atuam no sistema de defesa do organismo 
visto que retiram células mortas do organismo e transportam os linfócitos (glóbulos 
brancos) que combatem as infecções do organismo.
Para que isso aconteça, alguns vasos específicos ligam os linfáticos iniciais aos vasos 
linfáticos, chamados de pré-coletores e coletores (CRONENWETT; JOHNSTON, 2016). 
Vasos pré-coletores
Apresentam diâmetro maior quando comparados aos capilares linfáticos e são ricos 
em fibras colágenas, conferindo resistência, contratilidade e alongamento. Quando 
próximos aos capilares, se afunilam, tendo um aspecto de “contas de um rosário”. 
Possuem válvulas antirrefluxo, assegurando que a linfa se desloque em apenas uma 
direção. O espaço entre uma válvula e outra é denominado de linfagion. O linfagion é 
19
ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I
formado por fibras colágenas, que quando se distendem causam uma contração levando 
a linfa ao próximo linfagion.
Coletores
Os coletores linfáticos, chamados também de coletores linfático principais, são vasos de 
maior calibre, que se assemelhando às grandes veias. São constituídos por três túnicas: 
íntima; média e adventícia e que correm longos percursos sem se anastomosar. 
Túnica íntima: localizada mais internamente e possui fibras elásticas dispostas 
longitudinalmente.
Túnica média: é responsável pela maior parte da parede do coletor e é constituída por 
musculatura lisa disposta em forma de espiral, seguindo a contratilidade do vaso.
Túnica adventícia: é a mais superficial e de maior espessura de todas. Composta por fibras 
colágenas longitudinais, sendo fibras elásticas e feixes de musculatura (BORGES, 2006). 
Linfonodos ou gânglios linfáticos
Os linfonodos, também conhecidos como gânglios linfáticos ou nódulos linfáticos, são 
encontrados em toda extensão corporal, porém tem sua localização mais concentrada 
nas regiões do pescoço, toracoabdominal, axilas e virilha. A função dos linfonodos é 
filtrar a linfa, antes do retorno à corrente sanguínea, atuando também no sistema de 
defesa do organismo, eliminando possíveis agentes agressores (BORGES, 2006). 
Ducto linfático direito
Responsável por conduzir a linfa dos capilares e vasos linfáticos à corrente sanguínea 
provenientes de toda lateral superior direita do corpo, compreendendo face e cabeça, 
região cervical e toracoabdominal direita, pulmão direito, lado direito do coração, além 
da face diafragmática do fígado (BORGES, 2006). 
Ducto torácico
Responsável pela maior quantidade de condução linfática para o sangue, une todos 
os vasos linfáticos, com exceção ao ducto linfático direito. Está localizado da segunda 
vértebra lombar (L2) até a base do pescoço. 
Seu início é na cisterna do quilo, uma “bolsa” localizada no abdômen, que faz a captação 
da linfa proveniente do tronco intestinal e dos troncos lombares direito e esquerdo, 
funcionando como um reservatório linfático (BORGES, 2006). 
20
UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO
Figura 8. Ductos linfáticos.
Fonte: <https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-linfatico/>. Acesso em: 30 de nov. 2017.
Timo
Está localizado na cavidade torácica, adjacente à área cardíaca. Dentre suas funções, 
está a produção de timosina (que influencia a maturação dos linfócitos T) e da timina 
(componente para a formação do ácido desoxirribonucleico, além de produzir 
anticorpos (linfócito T) e sendo assim, de extrema importância para o sistema de defesa 
do organismo.
O timo tende a diminuir de tamanho com o avançar a idade cronológica (GUYTON; 
HALL, 2017). 
Tonsilas palatinas ou amídalas
Localizadas na região da garganta, são dois pequenos órgãos dispostos à direitae à 
esquerda, sua função é a retenção e seleção de microrganismos e possíveis bactérias 
invasoras do organismo, principalmente com entrada via oral. Além disso, tem papel 
importante no sistema imunológico pela produção de linfócitos (GUYTON; HALL, 2017). 
Baço
É o maior órgão do sistema linfático. Tem formato oval e está localizado na margem 
inferior do diafragma, atrás do estômago. É de extrema importância para o sistema 
linfático, pois é responsável pela produção de anticorpos (linfócito T e B), pelas 
hemácias, pelo armazenamento de sangue e pela liberação de hormônios (GUYTON; 
HALL, 2017). 
21
ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I
Figura 9. Anatomia do baço.
Estômago 
Baço 
Baço 
Artéria
Esplênica 
Veia
Esplênica 
Fonte: <http://aperderpeso.tk/o-que-e-o-baco-e-sua-funcao>. Acesso em: 2 de mar. 2018.
Medula óssea
A medula óssea é considerada por alguns pesquisadores como pertencente ao sistema 
linfático pela produção dos linfócitos. A medula óssea possui uma estrutura que 
permite a circulação dos linfócitos A e B e outras células do sistema imunológico como 
os macrófagos e células dendríticas (GUYTON; HALL, 2017).
22
UNIDADE IIPELE E SUAS 
DISFUNÇÕES 
CAPÍTULO 1
Alterações estéticas cutâneas faciais
Acne vulgar
É a alteração mais comumente encontrada. Sua prevalência é no público adolescente, 
podendo permanecer na vida adulta ou ter surgimento diante de alterações hormonais, 
uso inadequado de produtos para o tipo de pele e alimentação desequilibrada. 
O histórico familiar também tem influência no aparecimento da acne. A influência 
genética ocorre sobre o controle hormonal, a hiperqueratinização folicular e a secreção 
sebácea, mas não sobre a infecção bacteriana.
A incidência é maior no sexo masculino devido à ação andrógena e menor em 
descendentes orientais ou negros. (FITZPATRICK, 2001)
Principais fatores para o desenvolvimento 
da acne vulgar
Hiperprodução de sebo glandular
Estimulada principalmente por ações androgênicas sob as glândulas sebáceas, no 
período da adolescência (BORGES, 2006). 
Obstrução do ducto pilossebáceo
Resultado de uma hiperqueratose de retenção, processo esse, que caracteriza o 
aumento da adesividade e da renovação de células epiteliais foliculares. Isto ocorre 
por alterações hormonais e/ou alterações do sebo pela bactéria Propionibacterium 
acnes (P. acnes). 
23
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
A proliferação do P. acnes, produz ácidos graxos livres que são altamente irritantes às 
paredes foliculares distendidas (THIBOUTOT, 2000). 
Processo inflamatório
Ocorre por ações mediadas pela ação irritante do sebo, bem como a presença de 
quimiotáticos e mediadores inflamatórios produzidos pela P. acnes (VAZ, 2003). 
Outros fatores
Hereditariedade; stress; pressão e/ou fricção excessiva da pele; utilização de 
cosméticos comedogênicos, bem como algumas substâncias medicamentosas (esteroides, 
anabolizantes, corticosteroides tópicos ou sistêmicos, lítio, anticoncepcionais etc.) 
(VAZ, 2003). 
Classificação
Acne não inflamatória ou acne grau I
Caracterizada pela presença apenas de comedões, sem sinais flogísticos, podendo ser 
fechados ou abertos (USATINE, 1999). 
Figura 10. Acne Grau I.
Fonte: <https://pt.slideshare.net/tiagotrindaderibeiro/acne-fisioterapia-dermatofuncional/10>. Acesso em: 2 de dez. 2017.
De aparência semelhante ao comedão fechado, temos uma manifestação denominada 
Milium, porém, apesar da apresentação, são de diferentes conformações. O milium é 
uma formação de queratina e células mortas no poro, formando uma pequena bolsa 
consistente, esbranquiçada e saliente à pele. Ao contrário dos comedões, o milium não 
é capaz de progredir para a acne inflamatória (USATINE, 1999). 
24
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
Figura 11. Milium.
Fonte: <https://avidadeumaroacuteira.wordpress.com/2015/02/24/ja-ouviu-falar-sobre-milium/>. Acesso em: 2 de dez. 2017.
Acne inflamatória
Apresenta processo inflamatório e é classificada de II à V, de acordo com a intensidade, 
quantidade e características das lesões (BORGES; SCORZA, 2016). 
Acne grau II
Apresenta-se de forma papulopustulosa, com a presença de seborreia, comedões abertos. 
Quantidade e intensidade das lesões variáveis (BORGES; SCORZA, 2016). 
Figura 12. Acne Grau II.
Fonte: <http://removerespinhas.com/graus-de-acnes-e-espinhas/>. Acesso em: 2 de dez. 2017.
Acne grau III
Tem as mesmas características de acne grau II, porém intensificadas e associadas à 
formação de nódulos purulentos (BORGES; SCORZA, 2016). 
25
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
Figura 13. Acne Grau III.
Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/77572/>. Acesso em: 18 de fev. 2018.
Acne grau IV
Nesse grau, além das lesões mencionadas anteriormente, são encontrados abscessos 
e fístulas que podem drenar espontaneamente. Mais comum no sexo masculino e nas 
regiões de face, pescoço e tórax (HASSUM, 2000). 
Figura 14. Acne Grau IV.
Fonte: <http://removerespinhas.com/graus-de-acnes-e-espinhas/>. Acesso em: 3 de dez. 2017.
Acne grau V
Raramente encontrada, apresenta lesões de alta gravidade, associada a quadro febril 
súbito, artralgia, hemorragia e necrose tecidual (HASSUM, 2000). 
Figura 15. Acne Grau V.
Fonte: <http://removerespinhas.com/graus-de-acnes-e-espinhas/>. Acesso em: 3 de dez. 2017.
26
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
Tratamentos
Para o tratamento da acne, podemos indicar como coadjuvante a limpeza de pele, 
evitando assim, a formação de novos comedões, equilibrando o pH da pele e aliviando 
os sintomas da acne já ativa (BORGES, 2006). 
Podemos ainda indicar princípios ativos e orientar o paciente sobre os cuidados com a 
pele, a fim de prevenir e controlar o aparecimento da acne. 
Citamos a seguir alguns princípios ativos interessantes no tratamento da acne.
 » Ácido azelaico: com ação antimicrobiana e bacteriostática, age na 
diminuição da hiperqueratinização (excesso de células mortas) além de 
diminuir as colônias de Propileno Bacterium Acnes. Possui ação secativa 
e auxilia no clareamento das cicatrizes de acne. Indicado para acne 
inflamatória (BORGES; SCORZA, 2016). 
 » Alantoína: sua ação queratolítica age na diminuição da camada córnea da 
pele. Age, também, acalmando e cicatrizando a pele. Indicado para todos 
os tipos de acne (BORGES; SCORZA, 2016). 
 » Ácido lactobiônico: com sua ação cicatrizante, ele atua até mesmo em 
peles extremamente sensíveis. Age diretamente na higroscopia celular, 
ou seja, devolve água para a célula. Mantém a pele hidratada e umectada 
(BORGES; SCORZA, 2016). 
 » Ácido salicílico: um dos princípios ativos mais utilizados no combate 
a acne. Possui ação antimicrobiana e queratolítica. Afina a camada 
da pele e impede a ação de bactérias oportunistas. Com alto poder 
anti-inflamatório, sua ação sebo reguladora ajuda a normalizar os 
níveis de óleo presentes no folículo pilossebáceo (BORGES; SCORZA, 
2016). 
 » Hamamélis: com propriedades desinfetantes, age a fim de reduzir a 
colônia bacteriana. Com ação adstringente, previne inflamações e a 
formação da espinha. Além disso, é calmante e antioxidante (BORGES; 
SCORZA, 2016). 
 » Argila verde: é indicada para peles oleosas e com acne. Ela tem ação 
adstringente, tonificante, estimulante, secativa, bactericida, analgésica, 
esfoliante e cicatrizante (GOMES; DAMAZIO, 2013). 
27
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
Siringoma
O siringoma é proveniente das glândulas sudoríparas e é de caráter benigno. 
Seu aparecimento está relacionado ao fator genético e hereditário e comumente 
é encontrado na região periorbital e pálpebras. Sua repercussão é apenas estética 
(BAGATIN; ENOKIAHARA; SOUZA, 2006). 
É prevalente em mulheres e geralmente, tem início na fase da adolescência (BAGATIN; 
ENOKIAHARA; SOUZA, 2006). As lesões características do siringoma são pequenas 
(média de 2 a 5mm), da mesma cor da pele do paciente ou levemente amareladas, 
elevadas e endurecidas. O número de lesões é variado e não há sintomas associados 
(PATRIZI et al., 1998). 
Não há medidaprofilática quanto ao aparecimento das lesões. O tratamento consiste em 
cauterizações químicas e elétricas, dermoabrasão ou retirada através de procedimento 
cirúrgico (BAGATIN; ENOKIAHARA; SOUZA, 2006). 
Existe uma forma eruptiva, mais rara, que surge de forma abrupta, na idade adulta, 
formando grande número de lesões que atingem o tórax e/ou abdome (SOLLER-
CARRILO; ESTRACH; MASCARÓ, 2001). 
Figura 16. Siringoma.
Fonte: <https://www.dicademusculacao.com.br/siringoma-o-que-e-causas-sintomas-e-tratamentos/>. Acesso em: 2 de mar. 2018.
Xantelasma
O xantelasma é uma manifestação clínica, apresentada por placas amareladas na região 
palpebral, tanto inferior, como superior (ROHRICH; JANIS; POWNELL, 2002). 
As lesões possuem consistência amolecida e aveludada e podem ser lisas ou possuir 
grânulos. Caracterizam-se por placas simétricas e habitualmente tem início no canto 
interno dos olhos, podendo se estender até toda extensão palpebral (GONÇALVES, 1979). 
28
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
As lesões são indolores e de evolução muito lenta, eventualmente com caráter aderente, 
têm prevalência no sexo feminino, surgindo em mulheres da quarta e quinta década de 
vida em diante (COTRAN; KUMAR; ROBBINS, 1996). 
O surgimento do xantelasma pode servir de alerta para doenças ocultas como 
hiperlipidemia e dislipoproteinemia familiar (ROHRICH; JANIS; POWNELL, 2002). 
Ainda é um tema controverso, pois alguns autores relatam que não há relação com a 
hipercolesterolemia, sendo uma manifestação de ordem idiopática.
Em contrapartida, outros autores sugerem fazer uma análise do perfil lipídico do 
paciente, pois cerca da metade dos pacientes com hiperlipidemia apresentam o 
xantelasma (BERGMAN, 1994)
Geralmente, há necessidade de tratamento diretamente sobre o xantelasma, entre os 
métodos disponíveis incluem-se o uso tópico de ácido tricloroacético, laserterapia e 
retirada cirúrgica (MOURA; VOLPINI, 1996). 
Na maior parte dos casos, o tratamento do xantelasma está baseado em fatores estéticos, 
visto que apenas em poucos casos as lesões evoluem de tamanho a ponto de obstruir o 
plano visual. Nestes casos, os diversos tratamentos propostos na literatura são ineficazes 
ou são necessárias grandes ressecções, com prejuízo da dinâmica palpebral e estética 
(PEDANCE; WINKELMANN, 1965). 
Figura 17. Xantelasma.
Fonte: <http://medifoco.com.br/xantelasmas-ou-xantomas-causas-sinais-tratamento-prevencao/>. Acesso em: 15 de fev. 2018.
Rosácea 
A rosácea é uma dermatose que ainda possui uma grande contradição quanto às causas. 
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ainda não há comprovações da 
exata causa da aparição desta patologia. 
29
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
Porém, estudos desenvolvidos nos Estados Unidos e países europeus, indicam que a 
patologia é vinda de três vertentes: dano do arcabouço dérmico, vasculopatia e processo 
inflamatório (BONAMIGO et al., 2008). 
É encontrada mais comumente em adultos (30-50 anos), descendentes de europeus ou 
de fototipos mais claros. Prevalente em mulheres, porém é no sexo masculino que essa 
patologia se apresenta mais gravemente, podendo evoluir para rinofima, aumento gradual 
do nariz causado pelo espessamento e dilatação dos folículos (PLEWIG; KLIGMAN, 2000). 
Atualmente, considera-se que há uma importante participação de um fungo e de seus 
detritos da flora normal da pele denominado de Dermodex folliculorum e da bactéria 
Bacillus oleronius, que colonizam esse fungo (BONAMIGO et al., 2008). 
O quadro clínico apresenta-se com eritema facial, episódios de vasodilatação, 
denominados pela literatura de flushing, pápulas e/ou pústulas, lesões decorrentes de 
hiperplasia dérmica e sebácea, bem como alterações oculares (MARKS, 1992). 
Ainda é contraditória também a classificação da rosácea. Enquanto a SBD a classifica em 
4 tipos (Eritemato-telangectásica, Papulopustuloso, Rinofima ou Fimatoso e Ocular), 
Plewig e Kligman (2000), a descrevem em duas categorias: Vascular e Inflamatória. 
Figura 18. Flushing.
Fonte: <https://www.dermnetnz.org/topics/rosacea/>. Acesso em: 4 de dez. 2017.
Figura 19. Rinofima.
Fonte: <http://www.scipioni.com.br/sua-pele-pode-ficar-bem-tendo-rosacea/rosacea-4/>. Acesso em: 4 de dez. 2017.
30
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
Dermatite de contato
Patologia causada por agentes exógenos e classificada como dermatite de contato por 
irritação primária, dermatite alérgica de contato, dermatite de contato fototóxica e 
dermatite de contato fotoalergênica. Descrevemos a seguir detalhadamente cada uma 
dessas classificações. (DUARTE et al., 2000). 
Dermatite de Contato por Irritação Primária (DCIP)
Ocorre por exposição única ou repetidamente ao agente agressor. Ainda não há uma 
explicação para o desenvolvimento da DCIP. Porém, sabe-se que o mecanismo inicial 
para seu desenvolvimento está relacionado à integridade da epiderme, comprometendo 
os queratinócitos quando em contato com o agente agressor (LAMMINTAUTA; 
MAIBACH, 1990). 
Dermatite Alérgica de Contato (DAC)
Caracteriza-se pela resposta imunológica exacerbada quando em contato com o agente 
desencadeador, fator esse que está comumente relacionado a medicamentos de uso 
tópico, tecidos e algumas plantas. A incidência maior é em crianças e idosos.
O paciente pode apresentar quadro de eritema, edema, descamação e principalmente, 
prurido (DUARTE et al., 2000). 
Dermatite fototóxica
Nesta classificação, o agente agressor é potencializado pela incidência dos raios UVA 
e UVB ou até mesmo pela luz visível, chegando assim às camadas mais profundas da 
derme. 
O paciente apresenta edema, eritema, bolhas e pode ser seguido de hiperpigmentação 
na área atingida. Os agentes mais comuns são substâncias encontradas em plantas e 
frutas como o limão, o cajueiro e a figueira (DUARTE et al., 2000). 
Dermatite fotoalergênica
Mesmo princípio da DAC, porém potencializado pela exposição à radiação. No Brasil, 
temos descrito como agente causador comum os anti-histamínicos tópicos, perfumes, 
antimicóticos e anti-inflamatórios não esteroides (DUARTE et al., 2000). 
31
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
Psoríase 
Doença de caráter inflamatório crônica, que na maioria dos casos, tem aparecimento 
antes da puberdade. Quanto antes essa patologia se apresentar, mas grave será sua 
evolução. Está diretamente relacionada ao histórico familiar (CARNEIRO, 2007). 
Apresentam-se placas eritematosas, comumente encontradas na região de face, pescoço, 
como também na região da genitália, glúteo e tronco. Além da descamação persistente, 
também há um forte prurido onde há a presença dessas placas. Ambos os sexos, são 
afetados igualmente. Sua causa ainda é desconhecida. 
Quanto a fisiopatologia, a psoríase caracteriza-se por uma aceleração do ciclo germinativo 
epidérmico, aumento das células de proliferação e diminuição do período de renovação 
celular, tanto na extensão da pele, quanto nas regiões que estão localizadas as placas 
eritematosas. (ROMITI et al., 2009). 
Associada à psoríase, encontramos em até 42% dos pacientes a artrite psoriásica, 
tendo a maior incidência entre 9 a 12 anos e ligeiramente, apresentada em maior 
número em meninas. As articulações mais comumente atingidas são as das mãos e pés 
(CARNEIRO, 2007).
Figura 20. Placas eritematosas.
Fonte: <http://fotoseimagens.blogs.sapo.pt/60421.html>. Acesso em: 5 de dez. 2017.
Flacidez tissular 
O envelhecimento é um processo natural e com ele vem a deficiência na sustentação 
de pele. Além do fator natural, fatores intrínsecos (idade e genética), extrínsecos 
(exposição solar, poluição etc.) e estilo de vida (estresse, tabagismo, alto consumo 
de açúcar etc.) estão associados ao aparecimento da flacidez tissular. Somados esses 
pontos mencionados, a pele sofrerá a perda de elasticidade e sustentação com maior ou 
menor rapidez (BORGES, 2006). 
32
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
Com o envelhecimento, há alterações do material genético, alterações proteicas e 
diminuiçãoda velocidade de renovação celular. Decorrente a isso, o tecido perde a 
elasticidade e a capacidade de manter um equilíbrio hídrico adequado, o que influencia 
diretamente na replicação das células (BORGES, 2006). 
Oxidações químicas e enzimáticas formam uma concentração de radicais livres (RL), 
acelerando o processo de envelhecimento. Essa alta concentração de RL leva ao 
estresse oxidativo, desencadeando alterações nas proteínas extracelulares, bem como 
modificação do material genético. O maior dano do estresse oxidativo é aos ácidos 
graxos da dupla camada lipídica, que ao seu extremo, conduz à morte celular (BORGES; 
SCORZA, 2016). 
Além desses fatores, outro fenômeno que está relacionado ao envelhecimento cutâneo é 
a glicação. Trata-se de uma reação não enzimática, onde a molécula de glicose une-se ao 
colágeno ou à elastina, endurecendo as fibras e facilitando a apoptose dos fibroblastos 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). 
O tabagismo também tem papel importante na flacidez tissular, devido à ação 
vasoconstritora da nicotina e consequentemente na hipóxia tissular, produzindo RL 
(BORGES, 2006). 
Quanto mais fatores associados de envelhecimento, mais flacidez tissular está presente. 
Com a flacidez tissular e o envelhecimento, há o aparecimento de rugas e marcas de 
expressão que estarão dispostas em maior ou menor número e gravidade, de acordo 
com a presença dos causadores citados anteriormente (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Fases
A hipotonia cutânea apresenta fases. Segundo Guirro e Guirro (2004), a flacidez pode 
ser classificada em:
 » Fase elástica: Lei de Hooke, ou seja, a tensão é diretamente proporcional 
à habilidade do tecido em resistir à carga. Nesta fase, quando o tecido 
for submetido a uma tensão, apresentará resistência. Voltará ao normal 
quando a carga for retirada.
 » Fase de flutuação: com a carga mantida, o estiramento continua e tende 
a um limite ou valor de equilíbrio. Nesta fase ocorrem alterações nas 
cadeias de carbono, portanto se a carga a que o tecido foi submetido 
for retirada, não voltará à configuração inicial (GUIRRO; GUIRRO, 
2004). 
33
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
 » Fase plástica: nesta fase ocorre uma deformação permanente no tecido, 
ou seja, se o tecido passar do seu limite de elasticidade, esta deformação 
torna-se permanente. O tecido já apresenta queda (GUIRRO; GUIRRO, 
2004). 
 » Ponto de ruptura: nessa fase já houve o estiramento total do tecido e 
consequentemente a isso, há uma ruptura das fibras de sustentação, 
formando a estria, outro problema estético (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Apesar de todos esses fatores, a flacidez tissular não é considerada uma patologia, e sim, 
o resultado de fatores intrínsecos e extrínsecos. Para Kede (2009), a pele fica mais fina 
e perde a elasticidade, o tecido subcutâneo, muscular e osteocartilaginoso também são 
modificados, sofrendo alterações atróficas. A pele que já apresenta distrofia é inelástica 
e sendo assim, não consegue acompanhar a redução do tecido, resultando na flacidez 
(KEDE, 2009). 
Guirro e Guirro (2004), afirmam que podemos classificar a flacidez tissular não como 
patologia isolada, mas sim, uma “sequela” da soma de diversos fatores como emagrecimento 
repentino, sedentarismo, dietas muito restritas etc. (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Figura 21. Flacidez tissular.
Fonte: <https://7minutos.com.br/estilo/saude/flacidez-muscular-x-flacidez-tissular-pele/?upm_export=print>. Acesso em: 28 de nov. 2017.
Discromias
Discromia é descrita como alteração de cor do restante do tecido tegumentar, podendo 
ser classificada como hipercromia, hipocromia ou acromia. Descrevemos a seguir 
detalhadamente.
Para entender o processo de hipercromia, é importante que saibamos como ocorre a 
síntese da melanina (BORGES, 2006). 
34
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
Síntese de melanina
Segundo Guyton e Hall (2017),
A melanogênese ocorre nos melanócitos, que são encontrados na 
camada basal da epiderme. A tirosinase, enzima que controla a 
melanogênese, é inicialmente sintetizada na superfície do retículo 
endoplasmático rugoso. É, então, transferida para o complexo de 
Golgi, associada ao lisossoma e, desta forma, ativada pela adição 
de uma cadeia de açúcar antes de ser secretada para dentro de uma 
vesícula. Um pré-melanossoma liberado do complexo de Golgi une-
se com a vesícula para formar o melanossoma. Nos melanossomas, a 
tirosinase converte a tirosina em eumelanina (preta) ou feomelanina 
(amarelada ou avermelhada). Os melanócitos apresentam dentritos 
que se desenvolvem lateralmente e para cima, transferem os 
melanossomas (que passam por 4 estágios de maturação: melanização 
do melanossoma) para os queratinócitos, onde eles são metabolizados 
durante o processo de queratinização. Nos indivíduos de pele branca, 
os melanossomas se desintegram progressivamente no interior dos 
queratinócitos, durante a migração à superfície. Nos indivíduos de 
pele negra, os grãos de melanina estão presentes até nas camadas 
mais superficiais da pele (GUYTON; HALL, 2017). 
Entendido isso, podemos detalhar as alterações mais comuns da hipercromia, hipocromia 
e acromia.
Hipercromias
Hipercromia refere-se ao aumento de depósito de melanina em determinadas regiões 
da pele. De causas, localização e tamanhos variados (BORGES; SCORZA, 2016). 
Melasma
A mais comum das hipercromias é o melasma. Seu aparecimento está relacionado à 
exposição solar, fatores hormonais e vasculares, além da genética e proteínas ligadas a 
tirosinase (BORGES, 2006). 
Incide sobre ambos os sexos, porém é prevalente nas mulheres, principalmente 
gestantes, em decorrência ao aumento do hormônio luteinizante (LH) e a diminuição 
do estradiol sérico. Indivíduos de fototipos mais altos, também são mais afetados 
(BORGES, 2006). 
35
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
Na teoria vascular, o melasma seria causado por conta dos melanócitos que possuem 
receptores de fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF), estes responderiam a 
fatores angiogênicos, resultando em aumento da vascularização e consequentemente, 
contribuindo para a hiperpigmentação cutânea (BORGES; SCORZA, 2016). 
O melasma pode ser classificado quanto à localização do pigmento: epiderme, derme 
ou misto. Essa classificação é de extrema importância para a escolha do tratamento 
adequado (BORGES; SCORZA, 2016).
Figura 22. Melasma.
Fonte: <https://meumelasma.wordpress.com/2014/03/18/o-que-e-melasma/>. Acesso em: 30 de nov. 2017.
Efélides
Popularmente conhecidas como sardas, estão presentes predominantemente em 
pessoas com fototipo I e II e ruivos. Fatores genéticos também influenciam na incidência 
(GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Seu aparecimento deve-se ao acúmulo de melanina em determinados pontos, formando 
pequenas máculas, variando de quantidade e concentração, e com acentuação à 
exposição solar (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Sua localização é variada, prevalecendo na 
região facial, colo e ombros.
Não há repercussão clínica no paciente, além da percepção visual da patologia.
Figura 23. Efélides.
Fonte: <http://safari.blog.br/sardas-no-rosto//>. Acesso em: 3 de mar. 2018.
36
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
Hiperpigmentação Periorbital (HP)
Com forte componente familiar, transmitida de forma autossômica dominante, a 
hiperpigmentação periorbital, apresenta-se como manchas escuras ao redor dos olhos. 
(GUIRRO; GUIRRO, 2004)
A fisiopatologia da HP está relacionada ao acúmulo de melanina nos melanócitos 
da epiderme. Alguns fatores podem colaborar para seu aparecimento como: 
hiperpigmentação pós-inflamatória; alteração anatômica na região palpebral e malar; 
localização superficial na malha vascular; edema periorbital; fadiga crônica; falta de 
sono; consumo de álcool e drogas (BORGES, 2006). 
É de difícil tratamento, sendo um desafio à comunidade dermatológica.
Figura 24. Hiperpigmentação periorbital.
Fonte: <http://clinicacomciencia.com.br/olheira-colocar-links/>. Acesso em: 15 de fev. 2018.
Lentinges
São manchas lenticulares,delimitadas, planas ou pouco salientes, de coloração 
amarelada a marrom-escuro e estão relacionadas ao número de melanócitos presentes 
na camada basal (BERTINO; BERTINO, 2011). 
Após a quinta década de vida, é comumente apresentada nos pacientes na região de 
dorso das mãos e antebraços, além da face, sendo denominadas lentinges senis. Com o 
avanço da idade, a concentração de lentinges se acentua (BERTINO; BERTINO, 2011). 
Seu aparecimento está relacionado à exposição solar, em ambos os sexos. Não há 
repercussão clínica além da estética (BERTINO; BERTINO, 2011). 
Figura 25. Lentinges.
Fonte: <https://farmacblog.wordpress.com/2017/08/30/la-pell-te-memoria/>. Acesso em: 15 de dez. 2017.
37
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
Hipocromias e acromias
Descreveremos as hipocromias e acromias juntamente, pois a maior parte delas está 
presente concomitantemente nas patologias.
Hipocromia e acromia são classificadas pela diminuição ou ausência de melanina por 
diversos fatores (KAMAMOTO, HERSON; FERREIRA, 2009). 
Vitiligo
O vitiligo é uma dermatose, que embora não apresente sintomas ou limitações ao 
paciente, é de grande impacto psicológico. 
Caracteriza-se pela falta de pigmento tegumentar, devido à destruição do melanócito, 
formando máculas branco-nacaradas, sendo de tamanho e localização variada. Sua 
incidência é muito ampla quanto à idade e igualmente em ambos os sexos (BORGES; 
SCORZA, 2016). 
Embora haja algumas hipóteses para seu aparecimento, nenhuma delas é responsável 
separadamente. Há teorias autoimune, neurogênica, autotóxica e estresse oxidativo. 
Queimaduras, inclusive solares podem ter alguma associação com o aparecimento da 
doença. Também há uma correlação do vitiligo a algum episódio de estresse, representado 
nos relatos dos pacientes. Além disso, outros estudos apontam a ligação do vitiligo 
com desordens psicológicas e psiquiatras, demonstrando que tais distúrbios como 
depressão, ansiedade generalizada, fobia social dentre outros poderiam desencadear a 
doença (BORGES; SCORZA, 2016). 
Figura 26. Vitiligo.
Fonte: <https://biosom.com.br/blog/saude/vitiligo/>. Acesso em: 30 de nov. 2017.
Albinismo cutâneo-ocular
Acromia-hipocromia hereditária, causada pela ausência ou quase total ausência de 
melanina, não somente na pele, mas também nos cabelos e nos olhos. É uma doença 
38
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
genética, autossômica recessiva, que se apresenta com sintomas como: nistagmo, 
fotofobia, íris translúcida ou rósea.
Há diferentes tipos de albinismo, porém em todos os casos está presente a alteração 
na síntese de melanina, embora a quantidade de melanócitos esteja preservada 
(BARROS, 2009). 
Figura 27. Albinismo cutâneo-ocular.
Fonte: <https://www.modernghana.com/news/733485/african-countries-must-turn-the-tide-on-violence-against-peo.html>. 
Acesso em: 20 jan. 2017.
Pitiríase alba
Hipocromia apresentada em crianças e adolescentes com fototipos mais altos. Tem 
associação significativa com antecedentes tópicos, podendo considerar-se como 
minissintoma da dermatite atópica. 
A exposição solar, banhos prolongados e uso de sabonetes agressivos estão associados 
à piora do quadro. 
Face, braços e tronco são as regiões mais afetadas, apresentando manchas hipocrômicas. 
(BOLOGNA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015). 
Figura 28. Pitiríase alba.
Fonte: <http://aps.bvs.br/aps/como-manejar-casos-de-pitiriase-versicolor-com-ma-resposta-ao-tratamento-clinico/>. Acesso em: 30 
de nov. 2017.
39
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
Telangiectasia
Dilatação anormal e permanente dos capilares e arteríolas, pode ser de aspecto linear e 
sinuoso, chegando até o formato aracneiforme, apresentando um emaranhado vascular 
(BORGES; SCORZA, 2016). 
Há diversos tipos de telangiectasias, inclusive associadas a síndromes complexas, como 
a hemorrágica hereditária, a ataxia-telangectasia, a essencial generalizada, entre outras. 
Porém, vamos nos ater à Telangiectasia Secundária (TS), que é o foco do presente estudo.
A TS é predominante nas regiões de nariz e malar e de membros inferiores (MMII) e 
ocorrem com mais frequência, na quarta e quinta década de vida.
No caso da face, é decorrente de fatores que provocam a atrofia e o envelhecimento 
tegumentar como temperaturas bruscas, alta exposição ao sol e também associada a 
outras patologias como a rosácea, além de uso contínuo de corticoides e quimioterápicos. 
A hipertensão arterial também pode contribuir para o aparecimento da TS (BORGES; 
SCORZA, 2016). 
No caso dos MMII, podem ou não estar ligados à presença de varizes. 
Figura 29. Telangiectasia.
Fonte: <https://www.esteticanatv.com.br/solucao-para-as-telangiectasias/>. Acesso em: 30 de nov. 2017.
Xerodermia Pigmentosa (XP)
A XP é uma desordem autossômica recessiva rara provocada pela hipersensibilidade 
aos raios ultravioletas. Já na primeira infância, os pacientes apresentam lesões cutâneas 
que evoluem lenta e progressivamente.
O quadro clínico apresenta-se com eritemas, descamação, hiperpigmentação difusa e 
lesões cutâneas que remetem às sardas.
Com a evolução do quadro, o paciente desenvolve a ceratose actínica, caracterizada 
como lesões pré-malignas e posteriormente, câncer de pele, sendo o carcinoma e o 
melanoma mais presentes (GONZÁLEZ, LÓPEZ; GARCÍA, 1999). 
40
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
Figura 30. Xerodermia pigmentosa.
Fonte: <https://enfermeralrescate.blogspot.com.br/2016/10/xerodermia-pigmentosa.html>. Acesso em: 3 de mar. 2018.
Tumores cutâneos
Tumores cutâneos são os mais comuns na população. Iniciam-se nos queratinócitos 
ou melanócitos e são classificados em 3 tipos: Carcinomas Basocelulares (CBCs); 
Carcinoma de Células Escamosas (CCEs) e os Melanomas.
Os CBCs e os CCEs são denominados de Câncer de Pele Não Melanomas (CPNM) e tem 
origem nos queratinócitos. Já o melanoma, se origina dos melanócitos e é muito mais 
agressivo do que os CPMN. 
Todos os três tipos de tumores mencionados, estão ligados à exposição cumulativa 
de raios UVA e UVB, danificando o DNA diretamente e causando danos oxidativos 
(GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Câncer de Pele Não Melanoma (CPNM)
Apresentam-se como lesões róseas em regiões comumente expostas ao sol como braços, 
colo, couro cabeludo e face. Qualquer lesão rósea persistente ou com ocorrência em um 
mesmo local, irritáveis com pequenos traumas, deve ser levada em consideração para 
um diagnóstico.
Essas lesões, podem diminuir a atividade, ou até mesmo sumir por completo, nas 
estações mais frias do ano (pela não exposição solar) ou com uso de corticoides tópicos. 
Porém, tem natureza recorrente, reaparecendo quando expostas à irradiação solar ou à 
suspensão dos medicamentos tópicos.
Os CPNM tem uma incidência muito maior em pessoas de fototipos baixos (I e II) 
(GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
41
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
Carcinoma Basocelular (CBC)
O CBC é o tumor cutâneo mais comum, de caráter maligno que se inicia nos queratinócitos 
basais da epiderme. Estudos recentes correlacionam o seu aparecimento à exposição 
intermitente intensa de raios solares. 
As lesões geralmente, são nodulares e superficiais, tendo incidência maior nas regiões 
de cabeça e pescoço.
Os CDCs nodulares são pequenas protuberâncias na pele, róseas, peroladas e translúcidas, 
facilmente irritáveis, podendo apresentar hemorragias ou ulcerações superficiais. 
Quando observadas de perto, essas lesões podem apresentar telangiectasias pequenas 
(GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Figura 31. Carcinoma basocelular.
Fonte: <http://www.saudetotal.com.br/prevencao/topicos/basocelularimg.asp/>. Acesso em: 3 de mar. 2018.
Carcinoma de Células Escamosas (CCE)
Da mesma forma do CBC, o CCE também tem início nos queratinócitos e a incidência 
maior em pessoas de fototipos baixos.
Além da radiação solar, outros fatores também corroboram para o surgimento do CCE, 
como: radiação ionizante; carcinógenos químicos; queimaduras térmicas e feridas de 
difícil cicatrização. As lesões do CCE são placas grosseiras, róseas edescamativas.
O risco de metástase e óbito são extremamente baixos, se a causa primária é a radiação 
solar, comparada com os outros agentes causadores. 
Frequentemente, o CCE por raios solares é antecedido por lesões pré-tumorais 
conhecidas por quetarose actínica (QA). Essas lesões ocorrem no couro cabeludo, 
42
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
na face, nas superfícies extensoras dos antebraços e dorso das mãos. São máculas 
ou pápulas róseas, com superfície grosseira e irregular, podendo aparecer de forma 
múltipla (BORGES; SCORZA, 2016). 
Figura 32. Carcinoma de células escamosas.
Fonte: <http://www.flickriver.com/photos/tags/c%C3%A9lulas/interesting/>. Acesso em: 30 de nov. 2017.
Melanoma maligno
Estudos epidemiológicos recentes, demonstram que nas últimas quatro décadas, a 
incidência de melanoma maligno aumentou em torno de 120% e sua mortandade, 39%. 
Estima-se que 1 a cada 58 indivíduos irá desenvolver o melanoma em algum momento 
da vida.
Embora o melanoma possa ocorrer em qualquer pessoa, sua prevalência é em indivíduos 
de cor branca. Em pessoas com fototipos mais altos, a variedade lentiginosa acral é a 
forma mais encontrada.
Estudos epidemiológicos e evidências científicas correlacionam o melanoma a exposição 
aos raios solares. Melanoma maligno do tipo lentigo está associado à exposição 
cumulativa aos raios solares no longo prazo (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). 
Aparentemente os melanomas superficiais e os melanomas nodulares estão associados à 
exposição solar intermitente intensa, em especial na juventude. A exposição a bronzeamentos 
artificiais também aumenta consideravelmente a taxa de desenvolvimento de melanomas 
em mulheres jovens. Os melanomas lentiginosos acrais não possuem nenhuma 
associação aparente com exposição aos raios solares. Estudos científicos básicos e 
modelos animais implicaram comprimentos de onda UV diferentes na incidência de 
carcinogênese causada por melanomas (HABIF, 2005). 
O diagnóstico inicial é feito com a inspeção visual e respeitando o enquadramento das 
lesões no método ABCDE, ilustrado a seguir.
43
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
Figura 33. Método ABCDE de diagnóstico.
Normal Maligna 
Assimetria
Imagine uma divisão no meio da 
pinta e verifique se os dois lados 
são iguais. Se apresentarem 
diferenças, ela deve ser 
investigada. 
Bordas Irregulares
Verifique se a borda está 
irregular, serrilhada, não 
uniforme. As bordas devem ser 
naturais. 
Cor
Nem sempre as pintas têm tom de 
cor uniforme. Porém, fique atento se 
perceber descoloração ou mudança 
de cor e avalie pintas brancas, 
cinzas, vermelhas ou azuis. 
Diâmetro
Pintas com mais de 0,5cm 
devem ser analisadas. 
Evolução
Se uma pinta existente vem 
mudando de tamanho, forma, cor 
ou aparência, ou se uma nova 
pinta se desenvolver em uma 
área de pele previamente normal, 
deve ser levada em consideração 
Fonte: <http://www.belezatoday.com.br/mes-internacional-de-combate-ao-melanoma-saiba-como-prevenir/>. Acesso em: 1 de fev. 2017.
44
CAPÍTULO 2
Envelhecimento
O fenômeno biológico do envelhecimento é um processo natural, dinâmico, progressivo 
e irreversível e está diretamente relacionado à qualidade de vida do indivíduo. 
A manifestação fisiológica do envelhecimento é a deterioração da capacidade restaurativa 
do organismo frente à estresses ambientais e a internos comuns. Além disso, 
está relacionado à redução do número celular e ao seu funcionamento (GUIRRO; 
GUIRRO, 2004). 
O envelhecimento predeterminado geneticamente, como parece demonstrar o 
comportamento de células diferenciadas, separadas do organismo e mantidas em 
cultura; em geral após, uma média de cinquenta divisões, a célula finaliza seu processo 
de mitose. Contudo, outros experimentos demonstraram que a suplementação de 
grande quantidade de vitamina E, poderia aumentar o número das divisões para cento 
e vinte (BORGES; SCORZA, 2016). 
Outra recente descoberta em relação ao envelhecimento é a proteína denominada 
estomatina, que foi inicialmente detectada em uma cultura de fibroblastos que 
pararam de se dividir. Além disso, ela também foi encontrada em outras células que 
pararam seu processo de mitose, como nas células musculoesqueléticas. Sendo assim, 
essa descoberta, associa que a estomatina seria a responsável por parar o processo 
de divisão celular. Se este é o caso, o gene que controla sua produção pode influir no 
envelhecimento (GUIRRO, 2002). 
Para Birren e Schroots (1996), o processo de envelhecimento pode ser subdivido em: 
envelhecimento primário; secundário e terciário. 
Envelhecimento primário
Inerente ao ser humano, sendo um processo normal de todo indivíduo. É gradual e 
progressivo e tem efeito cumulativo, porém pode ser influenciado pelo estilo de vida 
de cada pessoa quanto à prática de atividades físicas, alimentação, educação, posição 
social etc. (BIRREN; SCHROOTS, 1996). 
Envelhecimento secundário
Também conhecido como patológico, essa categoria está relacionada a patologias 
associadas como doenças cardiovasculares, do sistema nervoso central e alguns tipos 
45
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
de cancro, sendo esse último diretamente relacionado ao estilo de vida do indivíduo, 
dos fatores ambientais e dos mecanismos genéticos (SPIRDUSO, 2005). 
Envelhecimento terciário
Segundo Birren e Schroots (1996), o envelhecimento terciário ou terminal é o grau mais 
acentuado do processo de envelhecimento, envolvendo perdas físicas e cognitivas, e 
associado a patologias referentes à faixa etária (BIRREN; SCHROOTS, 1996). 
Modificações morfológicas e funcionais 
do envelhecimento
No envelhecimento natural ou fisiológico, todos os processos involutivos são 
harmonicamente ligados; a diminuição da função cardiocirculatória corre paralela com 
a depressão da atividade respiratória, as duas com a queda do metabolismo e assim por 
diante (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
O processo mais evidente do envelhecimento está ligado à síntese de proteínas, causando 
um desequilíbrio entre a formação e a degradação celular.
A queda dos componentes proteicos das células e do interstício leva a uma desidratação 
do organismo, fazendo a involução do sistema endócrino e consequentemente, menor 
funcionalidade do DNA e do RNA. 
Faz parte do envelhecimento, a perda de massa magra, sendo substituída por células 
adipócitas. Porém, isso está relacionado à prática de atividade física do indivíduo 
(GUIRRO, 2002). 
A pele também sofre com o envelhecimento, tornando-se mais delgada, seca e 
ocasionalmente escamosa. A camada córnea torna-se mais permeável, permitindo a 
passagem mais rápida de substâncias através dela. As fibras de colágeno tornam-se 
mais grossas e menos elásticas e há um decréscimo gradual da gordura subcutânea. 
Os melanócitos tendem a sofrer uma atrofia com a idade, fazendo surgir os cabelos 
e pelos brancos, além de deixar a pele mais suscetível a manchas pela redução do 
pigmento em certas áreas (BORGES 2006). 
Fatores influentes no processo de envelhecimento
Dando ênfase no envelhecimento tegumentar, temos as regiões mais afetadas as que 
se acham mais expostas às agressões externas, como face, pescoço, dorso das mãos e 
46
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
antebraços. Além da radiação solar, o excesso de mímica está ligado ao aparecimento 
de rugas e sulcos. Alguns conceitos foram levantados como causadores do processo de 
envelhecimento (CANÇADO; HORTA, 2002). 
Teoria do relógio biológico
Foi um dos primeiros conceitos emitidos associados ao envelhecimento, afirmando 
que o organismo possui uma espécie de relógio interno, que determinaria que viesse 
pré-programado para iniciar o envelhecimento, fazendo com que seus sinais ficassem 
visíveis.
Os que defendem esse conceito chegaram a conclusão que o controle se faria em 
nível hormonal, localizado no centro regulador no cérebro. Simultaneamente, 
também acreditam que estaria localizado no nível dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), 
encarregados da transmissão do código genético e da sínteseproteica (GUIRRO; 
GUIRRO, 2004). 
Esse conceito ainda necessita de novas e concretas pesquisas para suspender a teoria 
(GUIRRO, 2002). 
Teoria da multiplicação celular
Descrita em 1983, por Hayflick, para o Biology of Aging, essa tese defende que todas 
as células do organismo (exceto encefálicas) possuem a capacidade de multiplicação. 
Em um estudo in vitro com fibroblastos, o autor pode observar que a capacidade de 
divisão celular é finita e diminui com o passar do tempo, até cessar definitivamente. 
Visto isso, surge a teoria que o envelhecimento é uma consequência do desgaste celular 
no processo fisiológico da multiplicação (HAYFLICK, 1997). 
Essa teoria tem perdido espaço no âmbito científico, já que descreve mais uma consequência, 
do que propriamente em causa do envelhecimento (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Teoria das reações cruzadas de macromoléculas
Essa teoria está pautada no princípio ortomolecular, que o organismo humano é 
composto por infinitas moléculas definidas e tendo seu equilíbrio determinado pela 
conservação da normalidade. Porém, para reações cruzadas, essas moléculas perdem 
suas características, produzindo alterações tissulares que condicionam a aparição do 
processo de envelhecimento. Segundo Bjorkstein (1983), existem no organismo humano 
centenas de agentes produtores de reações cruzadas, uma parcela exógena (poluição, 
47
PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II
fumo, stress, radiações etc.) e outra endógena (aldeídos, radicais lipídicos, superóxidos 
etc.). Sendo o colágeno o elemento de maior abundância no organismo, este seria o alvo 
das reações cruzadas (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Teoria dos radicais livres
Essa é a teoria mais aceita no mundo científico até o momento, de acordo com Guerra 
(1994). 
Os radicais livres vem sendo estudados desde o século passado, porém ainda não eram 
denominados dessa forma. Paul Bert (1878), demonstrou que o oxigênio em altas 
concentrações poderia ser tóxico para vários tecidos, entre eles o encefálico, o cardíaco e 
o pulmonar, entre outros. Na década de 1950 mais especificamente, diversas moléculas 
receberam a denominação de radical livre (GUIRRO, 2002). 
Os radicais livres são moléculas altamente instáveis e reativas. São produzidos por 
estímulos externos (poluição, radiação solar, raio X etc.), bem como reações internas 
do organismo (HALLER, 1991). 
Quando dois radicais livres se encontram, as duas moléculas deixam de agir como 
radicais livres; porém, quando a ligação é de um radical livre com uma molécula normal, 
gera-se um processo que forma um número infinito de radicais livres, parando apenas 
com algum agente antioxidante. Esses agentes promovem a homeostasia do organismo, 
defendendo-o das agressões.
Se a produção de radicais livres for maior que a ação dos antioxidantes, inicia-se 
um processo de degeneração da integridade celular, levando à isquemia inicial e 
posteriormente, à necrose. As estruturas mais afetadas pelos radicais livres são: 
proteínas, ácidos nucleicos e lipídios da membrana celular (HALLER, 1991). 
Fora das células, temos o principal acometimento nas fibras de colágeno e no ácido 
hialurônico. No ambiente que vivemos, temos contato com o oxigênio reativo, que 
são gerados pela exposição solar, poluição etc. (AMES, 1993). Esse oxigênio reativo 
ameaça constantemente a integridade das estruturas celulares e da matriz extracelular 
da pele, podendo contribuir para o aparecimento de mutações, como o câncer 
de pele.
Estudos recentes demonstram a participação dos radicais livres em mudanças químicas 
da membrana mitocondrial, reagindo com DNA da mitocôndria e determinando assim 
a inibição da divisão celular (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
48
UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES
Teoria do desgaste
Segundo essa teoria, nosso corpo funcionaria como uma máquina, que se desgasta 
com o uso. Durante a vida, vários de nossos órgãos e sistemas são solicitados acima 
do habitual, tendo por isso que se adaptar (hipertrofia, hiperplasia etc.), causando 
assim lesões que poderiam não ser reparadas totalmente. Esse processo poderia 
deixar resquícios que se somariam e não permitiriam o funcionamento completo dos 
mecanismos homeostáticos (GUIRRO, 2002).
Teoria autoimune
As mutações sucessivas levariam ao aparecimento de células cujo DNA codificaria a 
síntese de produtos diferentes dos normais, portanto estranhos e não reconhecidos 
pelas células imunocompetentes. Esses produtos atuariam como autoantígenos, 
causadores de resposta autoimune, que é responsável pela eliminação progressiva das 
células mutantes. 
Mutações ocorreriam também na população de células imunocompetentes, mas 
incapazes de reconhecer células normais, contra as quais elaborariam anticorpos. 
Ambas as vias levariam ao envelhecimento, que corresponderia a uma síndrome 
autoimune (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
49
UNIDADE IIICONDUTAS ESTÉTICAS
CAPÍTULO 1
Técnicas estéticas faciais
Drenagem linfática manual facial
A Drenagem Linfática Manual (DLM) é uma técnica de tratamento para a redução do 
edema em toda região corporal.
Essa técnica tem por objetivo facilitar a remoção do excesso de proteína plasmática no 
meio intersticial, promovendo equilíbrio homeostático (GODOY; GODOY, 1999). 
A DLM oferece benefícios sobre alguns sistemas como o sistema nervoso autônomo, o 
sistema imunológico e o sistema vascular (BORGES, 2006). 
A primeira descrição da técnica foi feita por Emil Vodder, em 1936, após iniciar 
intuitivamente manobras lentas e com pressão superficial, em pacientes com quadro 
gripais, com aumento dos linfonodos na região de cabeça e pescoço. A partir daí, Vodder 
padronizou uma série de movimentos que fariam parte até os dias atuais e batizaria a 
técnica de drenagem linfática manual (BORGES; SCORZA, 2016). 
Movimentos e manobras
Os movimentos e manobras na DLM devem ser rítmicos, lentos e manter uma pressão 
entre 30mmHg e 40mmHg, pois os capilares e vasos linfáticos são superficiais (MARX; 
CAMARGO, 1986). 
A direção que será levada a linfa também é de extrema importância, sendo que cada 
rede ganglionar é responsável pela captação linfática de determinada área.
50
UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS
Drenagem dos linfonodos
Tem por objetivo a evacuação da linfa e é realizada por meio do contato direto dos dedos 
indicador, médio e anular com os linfonodos da região cervical do paciente. Devem ser 
movimentos com pressão moderada e ritmados. São indicadas três séries de sete 
movimentos (LEDUC; LEDUC, 2000). 
Movimentos circulares com os dedos
Consiste na captação efetiva do líquido linfático e é realizada no sentido das vias ou no 
percurso delas. É realizada com movimentos circulares dos dedos, fazendo o arraste 
da pele com pressão intermitente. No início e ao final dos círculos, não deve haver 
pressão. A pressão mais acentuada da manobra deve coincidir com o fluxo da linfa. 
Os movimentos devem ser leves e rítmicos. Recomenda-se executar entre cinco e sete 
movimentos (LEDUC; LEDUC, 2000). 
Movimentos circulares com o polegar 
Possui a mesma forma de aplicação da manobra anterior, porém é realizada apenas 
com o polegar. (LEDUC; LEDUC, 2000)
Movimentos combinados
Executada por meio da combinação dos dois movimentos descritos anteriormente 
(LEDUC; LEDUC, 2000). 
A forma de aplicação da DLM que Vodder defende, recomenda que a pressão seja suave, 
lenta e repetitiva, sem que haja o deslizamento das mãos do terapeuta em relação à 
pele, mas sim, um arrastar ou empurrar/relaxar do tecido subcutâneo. Após essa 
manobra, deve-se aliviar totalmente a pressão, porém sem perder o contato com a pele 
do paciente. Além disso, deve-se realizar os movimentos respeitando a direção do fluxo 
linfático (BORGES, 2006). 
Vodder preconizou em sua descrição, que a técnica de DLM deverá sempre se iniciar 
distalmente na região a ser tratada. Para a drenagem da face, são propostos por Vodder 
dois tipos de movimentos descritos a seguir (BORGES, 2006). 
Círculos estacionários (fixos)
São manobrasrealizadas em toda extensão da face e do pescoço. O profissional deve 
posicionar as mãos de forma espalmada e com os dedos, realizar movimentos circulares 
51
CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III
ou espirais, de forma rítmica e com pressão apenas na primeira parte da manobra, 
respeitando assim a direção do fluxo linfático. Na segunda metade da manobra, não se 
perde o contato das mãos com a pele do paciente, porém não se aplica nenhuma pressão 
e assim, deixando o tecido retornar ao seu ponto natural. São indicadas de cinco a sete 
repetições (BORGES, 2006). 
Movimentos de bombeamento
Consiste em movimentos circulares, realizados pelos polegares e dedos, tendo a 
principal movimentação no punho. Igualmente a manobra anterior, a pressão é leve e 
realizada na primeira metade do círculo e na segunda metade, apenas o contato com a 
pele do paciente não deve ser perdido.
A seguir, apresentamos uma sequência básica para a DLM da face e pescoço, seguindo a 
teoria descrita por Vodder. O posicionamento inicial do paciente deve ser com elevação 
da cabeça, em torno de 30º (BORGES, 2006). 
Prega-se que antes do início da massagem, o profissional deve realizar com as mãos, um 
deslizamento, totalmente sem pressão na região a ser tratada. O nome desse movimento 
é effleurage e é utilizado para estabelecer um vínculo inicial com o paciente e promover 
um estado de relaxamento local. As mãos do terapeuta devem estar relaxadas e com os 
dedos unidos, posicionando uma mão em sequência a outra. 
Os movimentos são realizados de forma descendente, de distal para proximal ou no 
sentido linfático, sempre com uma pressão leve, constante e de forma rítmica.
A DLM da região do pescoço deve ser realizada anteriormente a da face, começando pela 
estimulação da região inferior do mento, pressionando levemente com as pontas dos 
dedos indicador e médio e repetindo esse procedimento de cinco à sete vezes. Apenas a 
estimulação deve ser feita aqui.
Na região anterior do pescoço, as manobras se iniciam pela área pré-auricular, com 
movimentos em círculos (BORGES, 2006). 
As manobras da DLM deve prosseguir ao longo do músculo esternocleidomastoideo, 
na face anterior, sendo dividida em três partes: proximal, média e distal. A DLM pela 
porção distal, sendo a região proximal a última a ser drenada. Após isso, reinicia-se o 
trajeto pela face posterior ao esternocleidomastoideo. Nesse segundo trajeto, a linfa 
deve ser drenada pelas laterais (BORGES; SCORZA, 2016). 
Para a drenagem da face, deve-se dividi-la em três porções: primeira parte (região da 
base do nariz até o queixo), segundo parte (área entre o nariz e acima da sobrancelha) 
e terceiro parte (testa até a linha do couro cabeludo).
52
UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS
As manobras de DLM, devem-se iniciar pela primeira região, mais precisamente por toda 
extensão da mandíbula, sendo essa, subdividida em 3 partes. Os movimentos circulares 
estacionários devem se iniciar pela região mentoniana, prosseguindo para região entre 
queixo e pré-auricular e posteriormente para a região pré-auricular propriamente dita. 
As manobras devem ser repetidas de cinco a sete vezes (BORGES; SCORZA, 2016). 
A segunda parte da face compreende a drenagem da região malar, nariz, olhos e 
sobrancelha. Devem ser realizados pinçamentos leves em três áreas de sua extensão.
Para a drenagem da terceira parte, devem ser realizados movimentos de bombeamento 
da testa até a região pré-auricular. Essa região possui grande quantidade de linfonodos, 
recolhendo a linfa da parte anterior e posterior das orelhas, da base do nariz, parte 
externa dos olhos, da glândula parótida, da região mastoidea e do couro cabeludo 
(BORGES; SCORZA, 2016). 
Figura 34. Sentido linfático facial.
Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/491666484299156190/>. Acesso em: 2 de dez. 2017.
Além de Vodder, ainda temos o método Leduc para a aplicação da DLM.
A primeira diferença entre os dois métodos está no tipo de movimento usado. 
Vodder utiliza uma combinação ampla de movimentos passivos e técnicas manuais 
de drenagem linfática. Leduc possui uma combinação mais restrita de movimentos e 
propõem protocolos de tratamentos com base no tipo de distúrbio encontrado e utiliza 
bandagens compressivas após as técnicas de drenagem linfática.
53
CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III
No método Vodder, não há o arrastamento ou deslizamento da pele. Já no método Leduc, 
pode-se utilizar algum cosmético que auxilie no deslizamento das mãos pela pele do 
paciente, uma vez que são utilizadas manobras com as mãos posicionadas em bracelete, 
além de movimentos de arrastamento das mãos do terapeuta, sob a pele do paciente.
Ambas as técnicas, respeitam o sentido linfático.
Indicações:
 » edema facial pós-procedimento cirúrgico;
 » peles congestionadas;
 » edema periorbital (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Limpeza de pele
A limpeza de pele tem por objetivo livrar o tegumento das sujidades, superficiais e 
profundas, equilibrando o percentual de oleosidade, além do controle de condições 
inestéticas como comedões, acne, pápulas e pústulas.
Antigamente, a limpeza de pele era indicada apenas para pacientes em tratamento para 
acne e afecções cutâneas, a fim de diminuir o processo inflamatório folicular, controlar 
a oleosidade e a descamação proveniente dessas patologias.
Porém, estudo mais recentes e a constante preocupação com a beleza nos dias atuais, 
tornou a limpeza de pele um procedimento de prevenção e embelezamento, agregando 
valor às terapias estéticas complementares.
Além disso, atualmente, a limpeza de pele é o primeiro procedimento de qualquer 
protocolo facial, uma vez que possibilitará o preparo da pele para receber os princípios 
ativos do tratamento elegido.
O procedimento de limpeza de pele é constituído pela aplicação de cosméticos, utilizados 
em uma sequência, que tem por objetivos a remoção das células mortas e resíduos 
causadores da obstrução dos poros, e consequentemente, a formação dos comedões, 
além de equilibrar a oleosidade.
Como profissionais, devemos ter a preocupação de causar o mínimo desconforto do 
paciente e sensibilidade do tecido tratado. Outra preocupação é o uso de materiais 
descartáveis como luvas, toucas, gases e algodões, evitando acidentes ou risco de 
contaminação do tecido a ser tratado.
54
UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS
Antes de iniciar o procedimento, o profissional deve deixar disponível todo o material 
que será utilizado, incluindo equipamentos como a alta frequência, lupa, dispositivo 
de iluminação (podendo ser uma lupa com lâmpada), descartáveis para uso do 
profissional e do paciente, como touca, faixa de cabelo, lenços de papel etc. Agulhas de 
insulina podem ser necessárias para a remoção de milium ou de poros mais fechados. 
Obviamente, esse material deverá ser descartado após o uso, de acordo com as regras 
de descarte de materiais médicos perfurocortantes.
Indica-se cobrir o colo do paciente, a fim de evitar acidentes em sua vestimenta. 
O paciente deverá estar em decúbito dorsal (barriga para cima), podendo ou não fazer 
uso do travesseiro.
O profissional poderá fazer o uso de mocho ou mesmo, realizar o procedimento em pé, 
sendo mais confortável. Também deverá estar paramentado com máscara e touca, a fim 
do isolamento em relação ao paciente (BORGES; SCORZA, 2016). 
Preparação da pele
Para que a extração seja satisfatória, é imprescindível o preparo da pele, pois a saída 
das sujidades foliculares pode ser bloqueada por fatores como excesso de oleosidade, 
maquiagem, resquícios de poluição, suor, cremes, filtro solar, células mortas etc. 
Para isso, dispomos de diversas marcas no mercado que disponibilizam sabonetes 
e esfoliantes específicos para o procedimento de limpeza de pele. Os sabonetes são 
utilizados para a remoção de produtos, suor, poluição etc. Já o esfoliantes, removem as 
células mortas, a fim de evitar a obstrução dos poros (BORGES; SCORZA, 2016). 
Extração
Etapa mais importante no procedimento de limpeza de pele. É nesse momento

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