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Brasília-DF. Técnicas Manuais aplicadas à EsTéTica Elaboração Fernanda Aguilera Alves Cordeiro Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7 UNIDADE I ENTENDENDO O CORPO....................................................................................................................... 9 CAPÍTULO 1 SISTEMA TEGUMENTAR .............................................................................................................. 9 CAPÍTULO 2 SISTEMA LINFÁTICO ................................................................................................................ 16 UNIDADE II PELE E SUAS DISFUNÇÕES ................................................................................................................... 22 CAPÍTULO 1 ALTERAÇÕES ESTÉTICAS CUTÂNEAS FACIAIS ............................................................................ 22 CAPÍTULO 2 ENVELHECIMENTO .................................................................................................................. 44 UNIDADE III CONDUTAS ESTÉTICAS ......................................................................................................................... 49 CAPÍTULO 1 TÉCNICAS ESTÉTICAS FACIAIS ................................................................................................. 49 CAPÍTULO 2 ESTÉTICA CORPORAL ............................................................................................................. 59 CAPÍTULO 3 OUTRAS TERAPIAS ................................................................................................................... 82 UNIDADE IV GESTANTES .......................................................................................................................................... 93 CAPÍTULO 1 CUIDADOS ESPECIAIS PARA GESTANTES .................................................................................. 93 CAPÍTULO 2 RECURSOS TERAPÊUTICOS ESTÉTICOS PARA GESTANTES ........................................................... 96 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 99 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 Introdução Nessa disciplina, será apresentado ao aluno técnicas manuais e suas associações para o tratamento das disfunções estéticas faciais e corporais. Além disso, serão apresentados aspectos fisiológicos e anatômicos do sistema tegumentar. Objetivos » Descrever e elucidar aspectos anatômicos e fisiológicos do sistema tegumentar. » Apresentar as principais alterações estéticas faciais e corporais. » Associar as técnicas de tratamentos manuais e cosmetológicos para o tratamento das alterações apresentadas. 8 9 UNIDADE IENTENDENDO O CORPO CAPÍTULO 1 Sistema tegumentar Anatomia e fisiologia do sistema tegumentar Sistema tegumentar é composto por diversas estruturas e forma o revestimento externo dos seres vivos. Esse revestimento externo é chamado de tegumento ou integumento e nos vertebrados também é chamado de pele. As estruturas que formam o sistema tegumentar são: células, tecido conjuntivo, pelos, unhas, entre outros (GUYTON; HALL, 2017). Nos seres unicelulares, o revestimento externo é formado pela própria membrana celular e parede celular. Os animais invertebrados possuem um revestimento externo formado por apenas uma camada de células (epitélio simples). Já os vertebrados possuem pele formada por duas camadas: a superficial conhecida como epiderme e formada por várias camadas de células (epitélio estratificado); e a camada mais profunda, chamada de derme, formada principalmente por tecido conjuntivo (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995). A pele é composta por duas camadas. A epiderme, disposta mais superficialmente, e a derme, logo abaixo. Dentre as diversas funções do tecido tegumentar, temos a proteção contra o meio externo e perda de líquidos, além da regulação térmica, além da percepção de estímulos sensoriais e dolorosos (GUYTON; HALL, 2017). A seguir, descreveremos detalhadamente cada parte do sistema tegumentar. 10 UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO Figura 1. Tegumento. Epiderme Derme Hipoderme Glândula Sudorípara Camada Córnea Camada Granulosa Camada Espinhosa Camada Basal Músculo Eretor do Pelo Tecido Adiposo Folículo Piloso Fonte: <https://www.rustadderm.com/services/medical/rashes/shutterstock_79599691>. Acesso em: 2 de mar. 2018. Epiderme Quatro ou cinco camadas de epitélio estratificado compõem a epiderme, que é avascularizada e composta em sua maior parte de células mortas, excluindo-se apenas as camadas mais profundas. As camadas da epiderme são: » Camada basalou germinativa: localizada mais profundamente na epiderme, tem contato direto com a derme. Nessa camada, estão presentes 4 tipos de células: Queratinócitos, que são responsáveis pela produção de queratina; proteína essa que dá a impermeabilidade e resistência à pele; Melanócitos, que conferem a pigmentação do tecido, além da proteção contra os raios solares; Células táteis, que tem o papel de reconhecimento dos estímulos sensoriais e as células de Langerhans, que faz parte do sistema fagocitário de bactérias e resíduos estranhos, sendo o primeiro mecanismo de defesa contra patógenos. Todas essas células, exceto as células de Langerhans, sofrem mitose constantemente (VAN DE GRAAFF, 2003). » Camada espinhosa: constituída por 3 a 10 fileiras de células, provenientes da camada basal, de aspecto ligeiramente achatado e espinhoso. As 11 ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I células são mecanicamente interligadas por meio de montes denominados desmossomos, que confere resistência à traumas mecânicos. Entre as células há a presença do glicocálix, responsável pela condução de sustâncias hidrossolúveis do meio interno para o meio externo (VAN DE GRAAFF, 2003). » Camada granulosa: apresenta poucas camadas de células achatadas, que possuem grânulos de queratomalina, precursora da queratina, e grânulos lamelares, que impermeabilizam as células, evitando assim, a perda de água (VAN DE GRAAFF, 2003). » Camada córnea: é a camada mais superficial da epiderme. Composta por diversas células anucleadas e achatadas. A queratinização ou cornificação é o nome do fenômeno que transforma os queratinócitos em células córneas, conferindo assim, um importante fator de proteção tegumentar. A camada córnea é totalmente regenerada em um prazo de 26 a 28 dias (VAN DE GRAAFF, 2003). » Camada lúcida: camada constituída de células transparentes e achatadas e encontrada principalmente na região palmo plantares e lábios. Está localizada entre a camada córnea e a granulosa (VAN DE GRAAFF, 2003). Derme Entre a epiderme e a derme, existe uma área de transição denominada membrana basal, que as une firmemente. A membrana basal é constituída de colágeno tipo IV, laminina e proteoglicanos. Sua função consiste na seleção por dimensão e cargas, a movimentação de moléculas e células no meio extracelular através do epitélio (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). A derme é a camada mais profunda da pele, vascularizada e composta principalmente por tecido conjuntivo, como colágeno e fibras elásticas e assim sendo, tornam a pele resistente e elástica. Além disso, as fibras de colágeno são dispostas de tal maneira a conferir o tônus à pele (NETTER, 2014). É constituída por duas camadas: papilar e reticular, descritas a seguir. » Camada papilar: camada mais superficial, que ocupa cerca de um quinto de toda derme e é composta por tecido conjuntivo frouxo. Nela estão presentes receptores sensoriais e vasos sanguíneos e capilares. Sua principal função é oferecer nutrientes à epiderme. 12 UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO » Camada reticular: constituída de tecido denso não modelado, nessa camada estão presentes a base dos folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, vasos sanguíneos e linfáticos, terminações nervosas, além das fibras de colágeno e elastina. Sua função é oferecer oxigênio e nutrientes. Além disso, cerca de 70% dos fibroblastos, responsáveis pela produção de colágeno e elastina, estão presentes nessa camada (GUYTON; HALL, 2017). Diferentemente da epiderme, como mencionado, a derme é vascularizada, permitindo assim a irrigação da camada basal, que sofre constante mitose. Além da trama vascular, apresentam-se na derme as estruturas responsáveis pela sensibilidade ao tato, pressão, dor e temperatura. Os receptores responsáveis pela captação desses estímulos são: » Corpúsculos de Vater-Pacini, nas regiões palmoplantares, específicos para pressão e vibração. » Corpúsculos de Meissner, nas polpas dos dedos, específicos para o tato. » Corpúsculos de Krause, nas áreas entre pele e mucosas, percepção ao frio. » Corpúsculos de Ruffini, percepção ao calor. » Terminação nervosa livre, em toda extensão da pele, captação de estímulos dolorosos (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). Também estão presentes nessa região os músculos eretores do pelo, controlados pelo sistema nervoso autônomo e vasos linfáticos (WYSOCKI, 2012). Hipoderme Embora não seja considerada parte constituinte do sistema tegumentar, apresenta estreita relação com funcional com a mesma. Nessa camada, estão localizadas as células adipócitas, com importante papel na regulação térmica corporal, bem como proteção das vísceras, de traumas mecânicos e reservatório de energia (GUYTON; HALL, 2017). Anexos Os anexos da pele são ligados à derme por uma invaginação na epiderme. Os anexos são: unhas, cabelos, pelos, glândulas sudoríparas e sebáceas (GUYTON; HALL, 2017). Classificação de fototipos A pele pode apresentar diferentes classificações e características que dependem a etnia de origem, bem como o fototipo. 13 ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I Essas diferenças apresentam-se na quantidade e características dos pelos e cabelos, na quantidade de melanina e na reação aos raios solares. Fitzpatrick, em 1976, classificou os fototipos de pele em 6 categorias. Quadro 1. Fototipos da pele. Fototipos da pele Consequências da exposição solar 1. Pele clara, olhos azuis, sardentos Sempre se queimam e nunca se bronzeiam 2. Pele clara, olhos azuis, verdes ou castanhos claros, cabelos louros ou ruivos Sempre se queimam e, às vezes, se bronzeiam 3. A média das pessoas brancas comuns Queimam-se moderadamente, bronzeiam-se gradual e uniformemente 4. Pele clara ou morena clara, cabelos castanhos escuros e olhos escuros Queimam-se muito pouco, bronzeiam-se bastante 5. Pessoas morenas Raramente se queimam, bronzeiam-se muito 6. Negros Nunca se queimam, profundamente pigmentados Fonte: Fitzpratick (1976). Classificação da pele É de extrema importância classificar a pele antes de qualquer procedimento. A seguir, descreveremos detalhadamente as classificações: Classificação I Pele alípica: tem pouca produção de sebo. Frágil, fina, descamativa, apresentando o pH mais ácido e tende a formação de rugas. Mais conhecida como pele seca ou xerose (BORGES; SCORZA, 2016). Figura. 2. Pele alípica. Fonte: <https://www.eucerin.com.br/problemas-de-pele/pele-seca/pele-corporal-aspera-e-rachada>. Acesso em: 18 de fev. 2018 Classificação II Pele lipídica ou oleosa: alta produção de sebo com a presença de poros dilatados. Apresenta sinais de envelhecimento mais tardiamente pelo pH mais alcalino, como também presença de comedões. É espessa e brilhosa (BORGES; SCORZA, 2016). 14 UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO Figura 3. Pele lipídica. Fonte: <http://frescuricesefofurices.blogspot.com/2017/07/tipos-de-pele-vem-saber-mais.html>. Acesso em: 18 de fev. 2018. Classificação III Pele eudérmica ou normal: apresenta-se lisa, não brilhante e com o pH neutro. É hidratada e não apresenta poros dilatados. Sedosa e aveludada ao toque. Geralmente, está presente em crianças de até 8-9 anos de idade (BORGES; SCORZA, 2016). Figura 4. Pele eudérmica. Fonte: <http://mundo-maquiado.blogspot.com.br/2015/06/tipos-de-pele-caracteristicas-e-cuidados.html>. Acesso em: 18 de fev. 2018. Classificação IV Pele mista ou combinada: maior produção de sebo e poros dilatados na zona T (testa, nariz e queixo). O restante da face pode ser alípica ou normal (BORGES; SCORZA, 2016). 15 ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I Figura 5. Pele Mista. Fonte: <https://thaissiqueirads.wordpress.com/tag/tipos-de-pele/>. Acesso em: 18 de fev. 2018. Outras classificações » Pele sensível: apresenta telangiectasias (malha vascular aparente), delgada, frágil, avermelhada e reage de forma acentuada aos cosméticos. » Pele acneica: tem as mesmas características da pele oleosa somado à presença de comedões, pápulas, pústulas, cistos e cicatrizes.» Pele desidratada: delgada, hipotônica, com desequilíbrio na camada córnea, áspera e descamativa, apresenta rugas superficiais. » Pele espessa: opaca, sem viço, de aspecto grosseiro. » Pele desvitalizada: sem viço, opaca e com presença de flacidez (BORGES, 2006). 16 CAPÍTULO 2 Sistema linfático O sistema linfático é composto por uma complexa trama composta por linfonodos, ductos, vasos e capilares linfáticos e tem como função a produção e o transporte da linfa, dos tecidos para o sistema circulatório. Esse transporte é realizado por uma malha de vasos semelhantes às veias, que está presente no corpo todo e que faz a captação do líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e fazendo a condução à circulação sanguínea. O sistema linfático é de extrema importância ao sistema imunológico pela grande presença de glóbulos brancos, que age contra bactérias e vírus invasores. O estudo anatômico do sistema linfático é bastante difícil, haja vista que o tamanho dos vasos capilares, sendo pequenos e facilmente confundido com estruturas adjacentes (GUYTON; HALL, 2017). Dentre as principais funções do sistema linfático, estão: captação dos fluidos em excesso. Absorção dos ácidos graxos e transporte imediato da gordura para o sistema circulatório e a produção de células imunes (GUYTON; HALL, 2017). A linfa É um líquido transparente, esbranquiçado, por vezes amarelado ou rosado, que circula por todo sistema linfático. Mais da metade da quantidade da linfa, é proveniente do fígado e do intestino. Sua composição assemelha-se ao sangue, porém sem a presença de hemácias. Tem alta concentração de linfócitos, chegando a 99% dos glóbulos brancos presentes na linfa. A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos (também conhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a filtragem, é lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas (NETTER, 2014). Circulação linfática A circulação linfática é responsável pela captação e transporte de resíduos e macromoléculas produzidas pelas células durante seu metabolismo e que não foram captadas pelo sistema sanguíneo. 17 ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I O sistema linfático capta a linfa, por difusão, através dos capilares linfáticos, e a transporta para dentro do sistema linfático. Dessa forma, o fluido é chamado de linfa, e tem sempre a mesma composição do que o fluido intersticial (GODOY; GODOY; BRAILE, 1999). A linfa se movimenta em virtude das contrações musculares, da pulsação das artérias ao redor e dos movimentos das extremidades do corpo. A linfa não possui um sistema de movimentação autônomo e é dependente exclusivamente da ação desses agentes supracitados para poder circular. A linfa move-se lentamente e sob baixa pressão. Os vasos linfáticos em sua totalidade possuem válvulas unidirecionais antirrefluxo, assim acontece com os vasos da circulação sanguínea. Caso haja alguma obstrução em algum vaso linfático, a linfa se acumula na região afetada, tendo como resultado um inchaço que é denominado edema (LEDUC; LEDUC, 2000). Na linfa, podem estar presentes microrganismos que, ao passar pelos filtros dos linfonodos, que recebem o nome de gânglios linfáticos e baço são eliminados. Por essa razão, quando há presença de uma possível infecção pode-se sentir dor associado ao edema nos gânglios linfáticos do pescoço, axila ou virilha, conhecidos popularmente como “íngua” ou “gânglio infartado” (NETTER, 2014). Figura 6. Circulação linfática. Interstício Capilares Linfáticos Células Ducto Linfático Arteríolas Vênulas Capilares Sanguíneos Gânglios Linfáticos Fonte: <http://sitemalinfatico.blogspot.com.br>. Acesso em: 2 de mar. 2018. 18 UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO Anatomia do sistema linfático O sistema linfático é composto por uma rede de vasos e capilares, além de linfonodos e órgãos específicos com o timo, as tonsilas palatinas e o baço. Figura 7. Órgãos do sistema linfático. Fonte: <http://www.guia.heu.nom.br/sistema_linfatico.htm>. Acesso em: 28 de nov. 2017. Vasos e capilares linfáticos Os vasos linfáticos são ductos, presentes por todo organismo, que possuem válvulas responsáveis pelo transporte da linfa para a corrente sanguínea em um sentido unidirecional, impedindo assim o refluxo. Atuam no sistema de defesa do organismo visto que retiram células mortas do organismo e transportam os linfócitos (glóbulos brancos) que combatem as infecções do organismo. Para que isso aconteça, alguns vasos específicos ligam os linfáticos iniciais aos vasos linfáticos, chamados de pré-coletores e coletores (CRONENWETT; JOHNSTON, 2016). Vasos pré-coletores Apresentam diâmetro maior quando comparados aos capilares linfáticos e são ricos em fibras colágenas, conferindo resistência, contratilidade e alongamento. Quando próximos aos capilares, se afunilam, tendo um aspecto de “contas de um rosário”. Possuem válvulas antirrefluxo, assegurando que a linfa se desloque em apenas uma direção. O espaço entre uma válvula e outra é denominado de linfagion. O linfagion é 19 ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I formado por fibras colágenas, que quando se distendem causam uma contração levando a linfa ao próximo linfagion. Coletores Os coletores linfáticos, chamados também de coletores linfático principais, são vasos de maior calibre, que se assemelhando às grandes veias. São constituídos por três túnicas: íntima; média e adventícia e que correm longos percursos sem se anastomosar. Túnica íntima: localizada mais internamente e possui fibras elásticas dispostas longitudinalmente. Túnica média: é responsável pela maior parte da parede do coletor e é constituída por musculatura lisa disposta em forma de espiral, seguindo a contratilidade do vaso. Túnica adventícia: é a mais superficial e de maior espessura de todas. Composta por fibras colágenas longitudinais, sendo fibras elásticas e feixes de musculatura (BORGES, 2006). Linfonodos ou gânglios linfáticos Os linfonodos, também conhecidos como gânglios linfáticos ou nódulos linfáticos, são encontrados em toda extensão corporal, porém tem sua localização mais concentrada nas regiões do pescoço, toracoabdominal, axilas e virilha. A função dos linfonodos é filtrar a linfa, antes do retorno à corrente sanguínea, atuando também no sistema de defesa do organismo, eliminando possíveis agentes agressores (BORGES, 2006). Ducto linfático direito Responsável por conduzir a linfa dos capilares e vasos linfáticos à corrente sanguínea provenientes de toda lateral superior direita do corpo, compreendendo face e cabeça, região cervical e toracoabdominal direita, pulmão direito, lado direito do coração, além da face diafragmática do fígado (BORGES, 2006). Ducto torácico Responsável pela maior quantidade de condução linfática para o sangue, une todos os vasos linfáticos, com exceção ao ducto linfático direito. Está localizado da segunda vértebra lombar (L2) até a base do pescoço. Seu início é na cisterna do quilo, uma “bolsa” localizada no abdômen, que faz a captação da linfa proveniente do tronco intestinal e dos troncos lombares direito e esquerdo, funcionando como um reservatório linfático (BORGES, 2006). 20 UNIDADE I │ ENTENDENDO O CORPO Figura 8. Ductos linfáticos. Fonte: <https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-linfatico/>. Acesso em: 30 de nov. 2017. Timo Está localizado na cavidade torácica, adjacente à área cardíaca. Dentre suas funções, está a produção de timosina (que influencia a maturação dos linfócitos T) e da timina (componente para a formação do ácido desoxirribonucleico, além de produzir anticorpos (linfócito T) e sendo assim, de extrema importância para o sistema de defesa do organismo. O timo tende a diminuir de tamanho com o avançar a idade cronológica (GUYTON; HALL, 2017). Tonsilas palatinas ou amídalas Localizadas na região da garganta, são dois pequenos órgãos dispostos à direitae à esquerda, sua função é a retenção e seleção de microrganismos e possíveis bactérias invasoras do organismo, principalmente com entrada via oral. Além disso, tem papel importante no sistema imunológico pela produção de linfócitos (GUYTON; HALL, 2017). Baço É o maior órgão do sistema linfático. Tem formato oval e está localizado na margem inferior do diafragma, atrás do estômago. É de extrema importância para o sistema linfático, pois é responsável pela produção de anticorpos (linfócito T e B), pelas hemácias, pelo armazenamento de sangue e pela liberação de hormônios (GUYTON; HALL, 2017). 21 ENTENDENDO O CORPO │ UNIDADE I Figura 9. Anatomia do baço. Estômago Baço Baço Artéria Esplênica Veia Esplênica Fonte: <http://aperderpeso.tk/o-que-e-o-baco-e-sua-funcao>. Acesso em: 2 de mar. 2018. Medula óssea A medula óssea é considerada por alguns pesquisadores como pertencente ao sistema linfático pela produção dos linfócitos. A medula óssea possui uma estrutura que permite a circulação dos linfócitos A e B e outras células do sistema imunológico como os macrófagos e células dendríticas (GUYTON; HALL, 2017). 22 UNIDADE IIPELE E SUAS DISFUNÇÕES CAPÍTULO 1 Alterações estéticas cutâneas faciais Acne vulgar É a alteração mais comumente encontrada. Sua prevalência é no público adolescente, podendo permanecer na vida adulta ou ter surgimento diante de alterações hormonais, uso inadequado de produtos para o tipo de pele e alimentação desequilibrada. O histórico familiar também tem influência no aparecimento da acne. A influência genética ocorre sobre o controle hormonal, a hiperqueratinização folicular e a secreção sebácea, mas não sobre a infecção bacteriana. A incidência é maior no sexo masculino devido à ação andrógena e menor em descendentes orientais ou negros. (FITZPATRICK, 2001) Principais fatores para o desenvolvimento da acne vulgar Hiperprodução de sebo glandular Estimulada principalmente por ações androgênicas sob as glândulas sebáceas, no período da adolescência (BORGES, 2006). Obstrução do ducto pilossebáceo Resultado de uma hiperqueratose de retenção, processo esse, que caracteriza o aumento da adesividade e da renovação de células epiteliais foliculares. Isto ocorre por alterações hormonais e/ou alterações do sebo pela bactéria Propionibacterium acnes (P. acnes). 23 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II A proliferação do P. acnes, produz ácidos graxos livres que são altamente irritantes às paredes foliculares distendidas (THIBOUTOT, 2000). Processo inflamatório Ocorre por ações mediadas pela ação irritante do sebo, bem como a presença de quimiotáticos e mediadores inflamatórios produzidos pela P. acnes (VAZ, 2003). Outros fatores Hereditariedade; stress; pressão e/ou fricção excessiva da pele; utilização de cosméticos comedogênicos, bem como algumas substâncias medicamentosas (esteroides, anabolizantes, corticosteroides tópicos ou sistêmicos, lítio, anticoncepcionais etc.) (VAZ, 2003). Classificação Acne não inflamatória ou acne grau I Caracterizada pela presença apenas de comedões, sem sinais flogísticos, podendo ser fechados ou abertos (USATINE, 1999). Figura 10. Acne Grau I. Fonte: <https://pt.slideshare.net/tiagotrindaderibeiro/acne-fisioterapia-dermatofuncional/10>. Acesso em: 2 de dez. 2017. De aparência semelhante ao comedão fechado, temos uma manifestação denominada Milium, porém, apesar da apresentação, são de diferentes conformações. O milium é uma formação de queratina e células mortas no poro, formando uma pequena bolsa consistente, esbranquiçada e saliente à pele. Ao contrário dos comedões, o milium não é capaz de progredir para a acne inflamatória (USATINE, 1999). 24 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES Figura 11. Milium. Fonte: <https://avidadeumaroacuteira.wordpress.com/2015/02/24/ja-ouviu-falar-sobre-milium/>. Acesso em: 2 de dez. 2017. Acne inflamatória Apresenta processo inflamatório e é classificada de II à V, de acordo com a intensidade, quantidade e características das lesões (BORGES; SCORZA, 2016). Acne grau II Apresenta-se de forma papulopustulosa, com a presença de seborreia, comedões abertos. Quantidade e intensidade das lesões variáveis (BORGES; SCORZA, 2016). Figura 12. Acne Grau II. Fonte: <http://removerespinhas.com/graus-de-acnes-e-espinhas/>. Acesso em: 2 de dez. 2017. Acne grau III Tem as mesmas características de acne grau II, porém intensificadas e associadas à formação de nódulos purulentos (BORGES; SCORZA, 2016). 25 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II Figura 13. Acne Grau III. Fonte: <http://slideplayer.com.br/slide/77572/>. Acesso em: 18 de fev. 2018. Acne grau IV Nesse grau, além das lesões mencionadas anteriormente, são encontrados abscessos e fístulas que podem drenar espontaneamente. Mais comum no sexo masculino e nas regiões de face, pescoço e tórax (HASSUM, 2000). Figura 14. Acne Grau IV. Fonte: <http://removerespinhas.com/graus-de-acnes-e-espinhas/>. Acesso em: 3 de dez. 2017. Acne grau V Raramente encontrada, apresenta lesões de alta gravidade, associada a quadro febril súbito, artralgia, hemorragia e necrose tecidual (HASSUM, 2000). Figura 15. Acne Grau V. Fonte: <http://removerespinhas.com/graus-de-acnes-e-espinhas/>. Acesso em: 3 de dez. 2017. 26 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES Tratamentos Para o tratamento da acne, podemos indicar como coadjuvante a limpeza de pele, evitando assim, a formação de novos comedões, equilibrando o pH da pele e aliviando os sintomas da acne já ativa (BORGES, 2006). Podemos ainda indicar princípios ativos e orientar o paciente sobre os cuidados com a pele, a fim de prevenir e controlar o aparecimento da acne. Citamos a seguir alguns princípios ativos interessantes no tratamento da acne. » Ácido azelaico: com ação antimicrobiana e bacteriostática, age na diminuição da hiperqueratinização (excesso de células mortas) além de diminuir as colônias de Propileno Bacterium Acnes. Possui ação secativa e auxilia no clareamento das cicatrizes de acne. Indicado para acne inflamatória (BORGES; SCORZA, 2016). » Alantoína: sua ação queratolítica age na diminuição da camada córnea da pele. Age, também, acalmando e cicatrizando a pele. Indicado para todos os tipos de acne (BORGES; SCORZA, 2016). » Ácido lactobiônico: com sua ação cicatrizante, ele atua até mesmo em peles extremamente sensíveis. Age diretamente na higroscopia celular, ou seja, devolve água para a célula. Mantém a pele hidratada e umectada (BORGES; SCORZA, 2016). » Ácido salicílico: um dos princípios ativos mais utilizados no combate a acne. Possui ação antimicrobiana e queratolítica. Afina a camada da pele e impede a ação de bactérias oportunistas. Com alto poder anti-inflamatório, sua ação sebo reguladora ajuda a normalizar os níveis de óleo presentes no folículo pilossebáceo (BORGES; SCORZA, 2016). » Hamamélis: com propriedades desinfetantes, age a fim de reduzir a colônia bacteriana. Com ação adstringente, previne inflamações e a formação da espinha. Além disso, é calmante e antioxidante (BORGES; SCORZA, 2016). » Argila verde: é indicada para peles oleosas e com acne. Ela tem ação adstringente, tonificante, estimulante, secativa, bactericida, analgésica, esfoliante e cicatrizante (GOMES; DAMAZIO, 2013). 27 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II Siringoma O siringoma é proveniente das glândulas sudoríparas e é de caráter benigno. Seu aparecimento está relacionado ao fator genético e hereditário e comumente é encontrado na região periorbital e pálpebras. Sua repercussão é apenas estética (BAGATIN; ENOKIAHARA; SOUZA, 2006). É prevalente em mulheres e geralmente, tem início na fase da adolescência (BAGATIN; ENOKIAHARA; SOUZA, 2006). As lesões características do siringoma são pequenas (média de 2 a 5mm), da mesma cor da pele do paciente ou levemente amareladas, elevadas e endurecidas. O número de lesões é variado e não há sintomas associados (PATRIZI et al., 1998). Não há medidaprofilática quanto ao aparecimento das lesões. O tratamento consiste em cauterizações químicas e elétricas, dermoabrasão ou retirada através de procedimento cirúrgico (BAGATIN; ENOKIAHARA; SOUZA, 2006). Existe uma forma eruptiva, mais rara, que surge de forma abrupta, na idade adulta, formando grande número de lesões que atingem o tórax e/ou abdome (SOLLER- CARRILO; ESTRACH; MASCARÓ, 2001). Figura 16. Siringoma. Fonte: <https://www.dicademusculacao.com.br/siringoma-o-que-e-causas-sintomas-e-tratamentos/>. Acesso em: 2 de mar. 2018. Xantelasma O xantelasma é uma manifestação clínica, apresentada por placas amareladas na região palpebral, tanto inferior, como superior (ROHRICH; JANIS; POWNELL, 2002). As lesões possuem consistência amolecida e aveludada e podem ser lisas ou possuir grânulos. Caracterizam-se por placas simétricas e habitualmente tem início no canto interno dos olhos, podendo se estender até toda extensão palpebral (GONÇALVES, 1979). 28 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES As lesões são indolores e de evolução muito lenta, eventualmente com caráter aderente, têm prevalência no sexo feminino, surgindo em mulheres da quarta e quinta década de vida em diante (COTRAN; KUMAR; ROBBINS, 1996). O surgimento do xantelasma pode servir de alerta para doenças ocultas como hiperlipidemia e dislipoproteinemia familiar (ROHRICH; JANIS; POWNELL, 2002). Ainda é um tema controverso, pois alguns autores relatam que não há relação com a hipercolesterolemia, sendo uma manifestação de ordem idiopática. Em contrapartida, outros autores sugerem fazer uma análise do perfil lipídico do paciente, pois cerca da metade dos pacientes com hiperlipidemia apresentam o xantelasma (BERGMAN, 1994) Geralmente, há necessidade de tratamento diretamente sobre o xantelasma, entre os métodos disponíveis incluem-se o uso tópico de ácido tricloroacético, laserterapia e retirada cirúrgica (MOURA; VOLPINI, 1996). Na maior parte dos casos, o tratamento do xantelasma está baseado em fatores estéticos, visto que apenas em poucos casos as lesões evoluem de tamanho a ponto de obstruir o plano visual. Nestes casos, os diversos tratamentos propostos na literatura são ineficazes ou são necessárias grandes ressecções, com prejuízo da dinâmica palpebral e estética (PEDANCE; WINKELMANN, 1965). Figura 17. Xantelasma. Fonte: <http://medifoco.com.br/xantelasmas-ou-xantomas-causas-sinais-tratamento-prevencao/>. Acesso em: 15 de fev. 2018. Rosácea A rosácea é uma dermatose que ainda possui uma grande contradição quanto às causas. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ainda não há comprovações da exata causa da aparição desta patologia. 29 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II Porém, estudos desenvolvidos nos Estados Unidos e países europeus, indicam que a patologia é vinda de três vertentes: dano do arcabouço dérmico, vasculopatia e processo inflamatório (BONAMIGO et al., 2008). É encontrada mais comumente em adultos (30-50 anos), descendentes de europeus ou de fototipos mais claros. Prevalente em mulheres, porém é no sexo masculino que essa patologia se apresenta mais gravemente, podendo evoluir para rinofima, aumento gradual do nariz causado pelo espessamento e dilatação dos folículos (PLEWIG; KLIGMAN, 2000). Atualmente, considera-se que há uma importante participação de um fungo e de seus detritos da flora normal da pele denominado de Dermodex folliculorum e da bactéria Bacillus oleronius, que colonizam esse fungo (BONAMIGO et al., 2008). O quadro clínico apresenta-se com eritema facial, episódios de vasodilatação, denominados pela literatura de flushing, pápulas e/ou pústulas, lesões decorrentes de hiperplasia dérmica e sebácea, bem como alterações oculares (MARKS, 1992). Ainda é contraditória também a classificação da rosácea. Enquanto a SBD a classifica em 4 tipos (Eritemato-telangectásica, Papulopustuloso, Rinofima ou Fimatoso e Ocular), Plewig e Kligman (2000), a descrevem em duas categorias: Vascular e Inflamatória. Figura 18. Flushing. Fonte: <https://www.dermnetnz.org/topics/rosacea/>. Acesso em: 4 de dez. 2017. Figura 19. Rinofima. Fonte: <http://www.scipioni.com.br/sua-pele-pode-ficar-bem-tendo-rosacea/rosacea-4/>. Acesso em: 4 de dez. 2017. 30 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES Dermatite de contato Patologia causada por agentes exógenos e classificada como dermatite de contato por irritação primária, dermatite alérgica de contato, dermatite de contato fototóxica e dermatite de contato fotoalergênica. Descrevemos a seguir detalhadamente cada uma dessas classificações. (DUARTE et al., 2000). Dermatite de Contato por Irritação Primária (DCIP) Ocorre por exposição única ou repetidamente ao agente agressor. Ainda não há uma explicação para o desenvolvimento da DCIP. Porém, sabe-se que o mecanismo inicial para seu desenvolvimento está relacionado à integridade da epiderme, comprometendo os queratinócitos quando em contato com o agente agressor (LAMMINTAUTA; MAIBACH, 1990). Dermatite Alérgica de Contato (DAC) Caracteriza-se pela resposta imunológica exacerbada quando em contato com o agente desencadeador, fator esse que está comumente relacionado a medicamentos de uso tópico, tecidos e algumas plantas. A incidência maior é em crianças e idosos. O paciente pode apresentar quadro de eritema, edema, descamação e principalmente, prurido (DUARTE et al., 2000). Dermatite fototóxica Nesta classificação, o agente agressor é potencializado pela incidência dos raios UVA e UVB ou até mesmo pela luz visível, chegando assim às camadas mais profundas da derme. O paciente apresenta edema, eritema, bolhas e pode ser seguido de hiperpigmentação na área atingida. Os agentes mais comuns são substâncias encontradas em plantas e frutas como o limão, o cajueiro e a figueira (DUARTE et al., 2000). Dermatite fotoalergênica Mesmo princípio da DAC, porém potencializado pela exposição à radiação. No Brasil, temos descrito como agente causador comum os anti-histamínicos tópicos, perfumes, antimicóticos e anti-inflamatórios não esteroides (DUARTE et al., 2000). 31 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II Psoríase Doença de caráter inflamatório crônica, que na maioria dos casos, tem aparecimento antes da puberdade. Quanto antes essa patologia se apresentar, mas grave será sua evolução. Está diretamente relacionada ao histórico familiar (CARNEIRO, 2007). Apresentam-se placas eritematosas, comumente encontradas na região de face, pescoço, como também na região da genitália, glúteo e tronco. Além da descamação persistente, também há um forte prurido onde há a presença dessas placas. Ambos os sexos, são afetados igualmente. Sua causa ainda é desconhecida. Quanto a fisiopatologia, a psoríase caracteriza-se por uma aceleração do ciclo germinativo epidérmico, aumento das células de proliferação e diminuição do período de renovação celular, tanto na extensão da pele, quanto nas regiões que estão localizadas as placas eritematosas. (ROMITI et al., 2009). Associada à psoríase, encontramos em até 42% dos pacientes a artrite psoriásica, tendo a maior incidência entre 9 a 12 anos e ligeiramente, apresentada em maior número em meninas. As articulações mais comumente atingidas são as das mãos e pés (CARNEIRO, 2007). Figura 20. Placas eritematosas. Fonte: <http://fotoseimagens.blogs.sapo.pt/60421.html>. Acesso em: 5 de dez. 2017. Flacidez tissular O envelhecimento é um processo natural e com ele vem a deficiência na sustentação de pele. Além do fator natural, fatores intrínsecos (idade e genética), extrínsecos (exposição solar, poluição etc.) e estilo de vida (estresse, tabagismo, alto consumo de açúcar etc.) estão associados ao aparecimento da flacidez tissular. Somados esses pontos mencionados, a pele sofrerá a perda de elasticidade e sustentação com maior ou menor rapidez (BORGES, 2006). 32 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES Com o envelhecimento, há alterações do material genético, alterações proteicas e diminuiçãoda velocidade de renovação celular. Decorrente a isso, o tecido perde a elasticidade e a capacidade de manter um equilíbrio hídrico adequado, o que influencia diretamente na replicação das células (BORGES, 2006). Oxidações químicas e enzimáticas formam uma concentração de radicais livres (RL), acelerando o processo de envelhecimento. Essa alta concentração de RL leva ao estresse oxidativo, desencadeando alterações nas proteínas extracelulares, bem como modificação do material genético. O maior dano do estresse oxidativo é aos ácidos graxos da dupla camada lipídica, que ao seu extremo, conduz à morte celular (BORGES; SCORZA, 2016). Além desses fatores, outro fenômeno que está relacionado ao envelhecimento cutâneo é a glicação. Trata-se de uma reação não enzimática, onde a molécula de glicose une-se ao colágeno ou à elastina, endurecendo as fibras e facilitando a apoptose dos fibroblastos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). O tabagismo também tem papel importante na flacidez tissular, devido à ação vasoconstritora da nicotina e consequentemente na hipóxia tissular, produzindo RL (BORGES, 2006). Quanto mais fatores associados de envelhecimento, mais flacidez tissular está presente. Com a flacidez tissular e o envelhecimento, há o aparecimento de rugas e marcas de expressão que estarão dispostas em maior ou menor número e gravidade, de acordo com a presença dos causadores citados anteriormente (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Fases A hipotonia cutânea apresenta fases. Segundo Guirro e Guirro (2004), a flacidez pode ser classificada em: » Fase elástica: Lei de Hooke, ou seja, a tensão é diretamente proporcional à habilidade do tecido em resistir à carga. Nesta fase, quando o tecido for submetido a uma tensão, apresentará resistência. Voltará ao normal quando a carga for retirada. » Fase de flutuação: com a carga mantida, o estiramento continua e tende a um limite ou valor de equilíbrio. Nesta fase ocorrem alterações nas cadeias de carbono, portanto se a carga a que o tecido foi submetido for retirada, não voltará à configuração inicial (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 33 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II » Fase plástica: nesta fase ocorre uma deformação permanente no tecido, ou seja, se o tecido passar do seu limite de elasticidade, esta deformação torna-se permanente. O tecido já apresenta queda (GUIRRO; GUIRRO, 2004). » Ponto de ruptura: nessa fase já houve o estiramento total do tecido e consequentemente a isso, há uma ruptura das fibras de sustentação, formando a estria, outro problema estético (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Apesar de todos esses fatores, a flacidez tissular não é considerada uma patologia, e sim, o resultado de fatores intrínsecos e extrínsecos. Para Kede (2009), a pele fica mais fina e perde a elasticidade, o tecido subcutâneo, muscular e osteocartilaginoso também são modificados, sofrendo alterações atróficas. A pele que já apresenta distrofia é inelástica e sendo assim, não consegue acompanhar a redução do tecido, resultando na flacidez (KEDE, 2009). Guirro e Guirro (2004), afirmam que podemos classificar a flacidez tissular não como patologia isolada, mas sim, uma “sequela” da soma de diversos fatores como emagrecimento repentino, sedentarismo, dietas muito restritas etc. (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Figura 21. Flacidez tissular. Fonte: <https://7minutos.com.br/estilo/saude/flacidez-muscular-x-flacidez-tissular-pele/?upm_export=print>. Acesso em: 28 de nov. 2017. Discromias Discromia é descrita como alteração de cor do restante do tecido tegumentar, podendo ser classificada como hipercromia, hipocromia ou acromia. Descrevemos a seguir detalhadamente. Para entender o processo de hipercromia, é importante que saibamos como ocorre a síntese da melanina (BORGES, 2006). 34 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES Síntese de melanina Segundo Guyton e Hall (2017), A melanogênese ocorre nos melanócitos, que são encontrados na camada basal da epiderme. A tirosinase, enzima que controla a melanogênese, é inicialmente sintetizada na superfície do retículo endoplasmático rugoso. É, então, transferida para o complexo de Golgi, associada ao lisossoma e, desta forma, ativada pela adição de uma cadeia de açúcar antes de ser secretada para dentro de uma vesícula. Um pré-melanossoma liberado do complexo de Golgi une- se com a vesícula para formar o melanossoma. Nos melanossomas, a tirosinase converte a tirosina em eumelanina (preta) ou feomelanina (amarelada ou avermelhada). Os melanócitos apresentam dentritos que se desenvolvem lateralmente e para cima, transferem os melanossomas (que passam por 4 estágios de maturação: melanização do melanossoma) para os queratinócitos, onde eles são metabolizados durante o processo de queratinização. Nos indivíduos de pele branca, os melanossomas se desintegram progressivamente no interior dos queratinócitos, durante a migração à superfície. Nos indivíduos de pele negra, os grãos de melanina estão presentes até nas camadas mais superficiais da pele (GUYTON; HALL, 2017). Entendido isso, podemos detalhar as alterações mais comuns da hipercromia, hipocromia e acromia. Hipercromias Hipercromia refere-se ao aumento de depósito de melanina em determinadas regiões da pele. De causas, localização e tamanhos variados (BORGES; SCORZA, 2016). Melasma A mais comum das hipercromias é o melasma. Seu aparecimento está relacionado à exposição solar, fatores hormonais e vasculares, além da genética e proteínas ligadas a tirosinase (BORGES, 2006). Incide sobre ambos os sexos, porém é prevalente nas mulheres, principalmente gestantes, em decorrência ao aumento do hormônio luteinizante (LH) e a diminuição do estradiol sérico. Indivíduos de fototipos mais altos, também são mais afetados (BORGES, 2006). 35 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II Na teoria vascular, o melasma seria causado por conta dos melanócitos que possuem receptores de fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF), estes responderiam a fatores angiogênicos, resultando em aumento da vascularização e consequentemente, contribuindo para a hiperpigmentação cutânea (BORGES; SCORZA, 2016). O melasma pode ser classificado quanto à localização do pigmento: epiderme, derme ou misto. Essa classificação é de extrema importância para a escolha do tratamento adequado (BORGES; SCORZA, 2016). Figura 22. Melasma. Fonte: <https://meumelasma.wordpress.com/2014/03/18/o-que-e-melasma/>. Acesso em: 30 de nov. 2017. Efélides Popularmente conhecidas como sardas, estão presentes predominantemente em pessoas com fototipo I e II e ruivos. Fatores genéticos também influenciam na incidência (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Seu aparecimento deve-se ao acúmulo de melanina em determinados pontos, formando pequenas máculas, variando de quantidade e concentração, e com acentuação à exposição solar (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Sua localização é variada, prevalecendo na região facial, colo e ombros. Não há repercussão clínica no paciente, além da percepção visual da patologia. Figura 23. Efélides. Fonte: <http://safari.blog.br/sardas-no-rosto//>. Acesso em: 3 de mar. 2018. 36 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES Hiperpigmentação Periorbital (HP) Com forte componente familiar, transmitida de forma autossômica dominante, a hiperpigmentação periorbital, apresenta-se como manchas escuras ao redor dos olhos. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) A fisiopatologia da HP está relacionada ao acúmulo de melanina nos melanócitos da epiderme. Alguns fatores podem colaborar para seu aparecimento como: hiperpigmentação pós-inflamatória; alteração anatômica na região palpebral e malar; localização superficial na malha vascular; edema periorbital; fadiga crônica; falta de sono; consumo de álcool e drogas (BORGES, 2006). É de difícil tratamento, sendo um desafio à comunidade dermatológica. Figura 24. Hiperpigmentação periorbital. Fonte: <http://clinicacomciencia.com.br/olheira-colocar-links/>. Acesso em: 15 de fev. 2018. Lentinges São manchas lenticulares,delimitadas, planas ou pouco salientes, de coloração amarelada a marrom-escuro e estão relacionadas ao número de melanócitos presentes na camada basal (BERTINO; BERTINO, 2011). Após a quinta década de vida, é comumente apresentada nos pacientes na região de dorso das mãos e antebraços, além da face, sendo denominadas lentinges senis. Com o avanço da idade, a concentração de lentinges se acentua (BERTINO; BERTINO, 2011). Seu aparecimento está relacionado à exposição solar, em ambos os sexos. Não há repercussão clínica além da estética (BERTINO; BERTINO, 2011). Figura 25. Lentinges. Fonte: <https://farmacblog.wordpress.com/2017/08/30/la-pell-te-memoria/>. Acesso em: 15 de dez. 2017. 37 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II Hipocromias e acromias Descreveremos as hipocromias e acromias juntamente, pois a maior parte delas está presente concomitantemente nas patologias. Hipocromia e acromia são classificadas pela diminuição ou ausência de melanina por diversos fatores (KAMAMOTO, HERSON; FERREIRA, 2009). Vitiligo O vitiligo é uma dermatose, que embora não apresente sintomas ou limitações ao paciente, é de grande impacto psicológico. Caracteriza-se pela falta de pigmento tegumentar, devido à destruição do melanócito, formando máculas branco-nacaradas, sendo de tamanho e localização variada. Sua incidência é muito ampla quanto à idade e igualmente em ambos os sexos (BORGES; SCORZA, 2016). Embora haja algumas hipóteses para seu aparecimento, nenhuma delas é responsável separadamente. Há teorias autoimune, neurogênica, autotóxica e estresse oxidativo. Queimaduras, inclusive solares podem ter alguma associação com o aparecimento da doença. Também há uma correlação do vitiligo a algum episódio de estresse, representado nos relatos dos pacientes. Além disso, outros estudos apontam a ligação do vitiligo com desordens psicológicas e psiquiatras, demonstrando que tais distúrbios como depressão, ansiedade generalizada, fobia social dentre outros poderiam desencadear a doença (BORGES; SCORZA, 2016). Figura 26. Vitiligo. Fonte: <https://biosom.com.br/blog/saude/vitiligo/>. Acesso em: 30 de nov. 2017. Albinismo cutâneo-ocular Acromia-hipocromia hereditária, causada pela ausência ou quase total ausência de melanina, não somente na pele, mas também nos cabelos e nos olhos. É uma doença 38 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES genética, autossômica recessiva, que se apresenta com sintomas como: nistagmo, fotofobia, íris translúcida ou rósea. Há diferentes tipos de albinismo, porém em todos os casos está presente a alteração na síntese de melanina, embora a quantidade de melanócitos esteja preservada (BARROS, 2009). Figura 27. Albinismo cutâneo-ocular. Fonte: <https://www.modernghana.com/news/733485/african-countries-must-turn-the-tide-on-violence-against-peo.html>. Acesso em: 20 jan. 2017. Pitiríase alba Hipocromia apresentada em crianças e adolescentes com fototipos mais altos. Tem associação significativa com antecedentes tópicos, podendo considerar-se como minissintoma da dermatite atópica. A exposição solar, banhos prolongados e uso de sabonetes agressivos estão associados à piora do quadro. Face, braços e tronco são as regiões mais afetadas, apresentando manchas hipocrômicas. (BOLOGNA; JORIZZO; SCHAFFER, 2015). Figura 28. Pitiríase alba. Fonte: <http://aps.bvs.br/aps/como-manejar-casos-de-pitiriase-versicolor-com-ma-resposta-ao-tratamento-clinico/>. Acesso em: 30 de nov. 2017. 39 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II Telangiectasia Dilatação anormal e permanente dos capilares e arteríolas, pode ser de aspecto linear e sinuoso, chegando até o formato aracneiforme, apresentando um emaranhado vascular (BORGES; SCORZA, 2016). Há diversos tipos de telangiectasias, inclusive associadas a síndromes complexas, como a hemorrágica hereditária, a ataxia-telangectasia, a essencial generalizada, entre outras. Porém, vamos nos ater à Telangiectasia Secundária (TS), que é o foco do presente estudo. A TS é predominante nas regiões de nariz e malar e de membros inferiores (MMII) e ocorrem com mais frequência, na quarta e quinta década de vida. No caso da face, é decorrente de fatores que provocam a atrofia e o envelhecimento tegumentar como temperaturas bruscas, alta exposição ao sol e também associada a outras patologias como a rosácea, além de uso contínuo de corticoides e quimioterápicos. A hipertensão arterial também pode contribuir para o aparecimento da TS (BORGES; SCORZA, 2016). No caso dos MMII, podem ou não estar ligados à presença de varizes. Figura 29. Telangiectasia. Fonte: <https://www.esteticanatv.com.br/solucao-para-as-telangiectasias/>. Acesso em: 30 de nov. 2017. Xerodermia Pigmentosa (XP) A XP é uma desordem autossômica recessiva rara provocada pela hipersensibilidade aos raios ultravioletas. Já na primeira infância, os pacientes apresentam lesões cutâneas que evoluem lenta e progressivamente. O quadro clínico apresenta-se com eritemas, descamação, hiperpigmentação difusa e lesões cutâneas que remetem às sardas. Com a evolução do quadro, o paciente desenvolve a ceratose actínica, caracterizada como lesões pré-malignas e posteriormente, câncer de pele, sendo o carcinoma e o melanoma mais presentes (GONZÁLEZ, LÓPEZ; GARCÍA, 1999). 40 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES Figura 30. Xerodermia pigmentosa. Fonte: <https://enfermeralrescate.blogspot.com.br/2016/10/xerodermia-pigmentosa.html>. Acesso em: 3 de mar. 2018. Tumores cutâneos Tumores cutâneos são os mais comuns na população. Iniciam-se nos queratinócitos ou melanócitos e são classificados em 3 tipos: Carcinomas Basocelulares (CBCs); Carcinoma de Células Escamosas (CCEs) e os Melanomas. Os CBCs e os CCEs são denominados de Câncer de Pele Não Melanomas (CPNM) e tem origem nos queratinócitos. Já o melanoma, se origina dos melanócitos e é muito mais agressivo do que os CPMN. Todos os três tipos de tumores mencionados, estão ligados à exposição cumulativa de raios UVA e UVB, danificando o DNA diretamente e causando danos oxidativos (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Câncer de Pele Não Melanoma (CPNM) Apresentam-se como lesões róseas em regiões comumente expostas ao sol como braços, colo, couro cabeludo e face. Qualquer lesão rósea persistente ou com ocorrência em um mesmo local, irritáveis com pequenos traumas, deve ser levada em consideração para um diagnóstico. Essas lesões, podem diminuir a atividade, ou até mesmo sumir por completo, nas estações mais frias do ano (pela não exposição solar) ou com uso de corticoides tópicos. Porém, tem natureza recorrente, reaparecendo quando expostas à irradiação solar ou à suspensão dos medicamentos tópicos. Os CPNM tem uma incidência muito maior em pessoas de fototipos baixos (I e II) (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 41 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II Carcinoma Basocelular (CBC) O CBC é o tumor cutâneo mais comum, de caráter maligno que se inicia nos queratinócitos basais da epiderme. Estudos recentes correlacionam o seu aparecimento à exposição intermitente intensa de raios solares. As lesões geralmente, são nodulares e superficiais, tendo incidência maior nas regiões de cabeça e pescoço. Os CDCs nodulares são pequenas protuberâncias na pele, róseas, peroladas e translúcidas, facilmente irritáveis, podendo apresentar hemorragias ou ulcerações superficiais. Quando observadas de perto, essas lesões podem apresentar telangiectasias pequenas (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Figura 31. Carcinoma basocelular. Fonte: <http://www.saudetotal.com.br/prevencao/topicos/basocelularimg.asp/>. Acesso em: 3 de mar. 2018. Carcinoma de Células Escamosas (CCE) Da mesma forma do CBC, o CCE também tem início nos queratinócitos e a incidência maior em pessoas de fototipos baixos. Além da radiação solar, outros fatores também corroboram para o surgimento do CCE, como: radiação ionizante; carcinógenos químicos; queimaduras térmicas e feridas de difícil cicatrização. As lesões do CCE são placas grosseiras, róseas edescamativas. O risco de metástase e óbito são extremamente baixos, se a causa primária é a radiação solar, comparada com os outros agentes causadores. Frequentemente, o CCE por raios solares é antecedido por lesões pré-tumorais conhecidas por quetarose actínica (QA). Essas lesões ocorrem no couro cabeludo, 42 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES na face, nas superfícies extensoras dos antebraços e dorso das mãos. São máculas ou pápulas róseas, com superfície grosseira e irregular, podendo aparecer de forma múltipla (BORGES; SCORZA, 2016). Figura 32. Carcinoma de células escamosas. Fonte: <http://www.flickriver.com/photos/tags/c%C3%A9lulas/interesting/>. Acesso em: 30 de nov. 2017. Melanoma maligno Estudos epidemiológicos recentes, demonstram que nas últimas quatro décadas, a incidência de melanoma maligno aumentou em torno de 120% e sua mortandade, 39%. Estima-se que 1 a cada 58 indivíduos irá desenvolver o melanoma em algum momento da vida. Embora o melanoma possa ocorrer em qualquer pessoa, sua prevalência é em indivíduos de cor branca. Em pessoas com fototipos mais altos, a variedade lentiginosa acral é a forma mais encontrada. Estudos epidemiológicos e evidências científicas correlacionam o melanoma a exposição aos raios solares. Melanoma maligno do tipo lentigo está associado à exposição cumulativa aos raios solares no longo prazo (SAMPAIO; RIVITTI, 2001). Aparentemente os melanomas superficiais e os melanomas nodulares estão associados à exposição solar intermitente intensa, em especial na juventude. A exposição a bronzeamentos artificiais também aumenta consideravelmente a taxa de desenvolvimento de melanomas em mulheres jovens. Os melanomas lentiginosos acrais não possuem nenhuma associação aparente com exposição aos raios solares. Estudos científicos básicos e modelos animais implicaram comprimentos de onda UV diferentes na incidência de carcinogênese causada por melanomas (HABIF, 2005). O diagnóstico inicial é feito com a inspeção visual e respeitando o enquadramento das lesões no método ABCDE, ilustrado a seguir. 43 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II Figura 33. Método ABCDE de diagnóstico. Normal Maligna Assimetria Imagine uma divisão no meio da pinta e verifique se os dois lados são iguais. Se apresentarem diferenças, ela deve ser investigada. Bordas Irregulares Verifique se a borda está irregular, serrilhada, não uniforme. As bordas devem ser naturais. Cor Nem sempre as pintas têm tom de cor uniforme. Porém, fique atento se perceber descoloração ou mudança de cor e avalie pintas brancas, cinzas, vermelhas ou azuis. Diâmetro Pintas com mais de 0,5cm devem ser analisadas. Evolução Se uma pinta existente vem mudando de tamanho, forma, cor ou aparência, ou se uma nova pinta se desenvolver em uma área de pele previamente normal, deve ser levada em consideração Fonte: <http://www.belezatoday.com.br/mes-internacional-de-combate-ao-melanoma-saiba-como-prevenir/>. Acesso em: 1 de fev. 2017. 44 CAPÍTULO 2 Envelhecimento O fenômeno biológico do envelhecimento é um processo natural, dinâmico, progressivo e irreversível e está diretamente relacionado à qualidade de vida do indivíduo. A manifestação fisiológica do envelhecimento é a deterioração da capacidade restaurativa do organismo frente à estresses ambientais e a internos comuns. Além disso, está relacionado à redução do número celular e ao seu funcionamento (GUIRRO; GUIRRO, 2004). O envelhecimento predeterminado geneticamente, como parece demonstrar o comportamento de células diferenciadas, separadas do organismo e mantidas em cultura; em geral após, uma média de cinquenta divisões, a célula finaliza seu processo de mitose. Contudo, outros experimentos demonstraram que a suplementação de grande quantidade de vitamina E, poderia aumentar o número das divisões para cento e vinte (BORGES; SCORZA, 2016). Outra recente descoberta em relação ao envelhecimento é a proteína denominada estomatina, que foi inicialmente detectada em uma cultura de fibroblastos que pararam de se dividir. Além disso, ela também foi encontrada em outras células que pararam seu processo de mitose, como nas células musculoesqueléticas. Sendo assim, essa descoberta, associa que a estomatina seria a responsável por parar o processo de divisão celular. Se este é o caso, o gene que controla sua produção pode influir no envelhecimento (GUIRRO, 2002). Para Birren e Schroots (1996), o processo de envelhecimento pode ser subdivido em: envelhecimento primário; secundário e terciário. Envelhecimento primário Inerente ao ser humano, sendo um processo normal de todo indivíduo. É gradual e progressivo e tem efeito cumulativo, porém pode ser influenciado pelo estilo de vida de cada pessoa quanto à prática de atividades físicas, alimentação, educação, posição social etc. (BIRREN; SCHROOTS, 1996). Envelhecimento secundário Também conhecido como patológico, essa categoria está relacionada a patologias associadas como doenças cardiovasculares, do sistema nervoso central e alguns tipos 45 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II de cancro, sendo esse último diretamente relacionado ao estilo de vida do indivíduo, dos fatores ambientais e dos mecanismos genéticos (SPIRDUSO, 2005). Envelhecimento terciário Segundo Birren e Schroots (1996), o envelhecimento terciário ou terminal é o grau mais acentuado do processo de envelhecimento, envolvendo perdas físicas e cognitivas, e associado a patologias referentes à faixa etária (BIRREN; SCHROOTS, 1996). Modificações morfológicas e funcionais do envelhecimento No envelhecimento natural ou fisiológico, todos os processos involutivos são harmonicamente ligados; a diminuição da função cardiocirculatória corre paralela com a depressão da atividade respiratória, as duas com a queda do metabolismo e assim por diante (GUIRRO; GUIRRO, 2004). O processo mais evidente do envelhecimento está ligado à síntese de proteínas, causando um desequilíbrio entre a formação e a degradação celular. A queda dos componentes proteicos das células e do interstício leva a uma desidratação do organismo, fazendo a involução do sistema endócrino e consequentemente, menor funcionalidade do DNA e do RNA. Faz parte do envelhecimento, a perda de massa magra, sendo substituída por células adipócitas. Porém, isso está relacionado à prática de atividade física do indivíduo (GUIRRO, 2002). A pele também sofre com o envelhecimento, tornando-se mais delgada, seca e ocasionalmente escamosa. A camada córnea torna-se mais permeável, permitindo a passagem mais rápida de substâncias através dela. As fibras de colágeno tornam-se mais grossas e menos elásticas e há um decréscimo gradual da gordura subcutânea. Os melanócitos tendem a sofrer uma atrofia com a idade, fazendo surgir os cabelos e pelos brancos, além de deixar a pele mais suscetível a manchas pela redução do pigmento em certas áreas (BORGES 2006). Fatores influentes no processo de envelhecimento Dando ênfase no envelhecimento tegumentar, temos as regiões mais afetadas as que se acham mais expostas às agressões externas, como face, pescoço, dorso das mãos e 46 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES antebraços. Além da radiação solar, o excesso de mímica está ligado ao aparecimento de rugas e sulcos. Alguns conceitos foram levantados como causadores do processo de envelhecimento (CANÇADO; HORTA, 2002). Teoria do relógio biológico Foi um dos primeiros conceitos emitidos associados ao envelhecimento, afirmando que o organismo possui uma espécie de relógio interno, que determinaria que viesse pré-programado para iniciar o envelhecimento, fazendo com que seus sinais ficassem visíveis. Os que defendem esse conceito chegaram a conclusão que o controle se faria em nível hormonal, localizado no centro regulador no cérebro. Simultaneamente, também acreditam que estaria localizado no nível dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), encarregados da transmissão do código genético e da sínteseproteica (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Esse conceito ainda necessita de novas e concretas pesquisas para suspender a teoria (GUIRRO, 2002). Teoria da multiplicação celular Descrita em 1983, por Hayflick, para o Biology of Aging, essa tese defende que todas as células do organismo (exceto encefálicas) possuem a capacidade de multiplicação. Em um estudo in vitro com fibroblastos, o autor pode observar que a capacidade de divisão celular é finita e diminui com o passar do tempo, até cessar definitivamente. Visto isso, surge a teoria que o envelhecimento é uma consequência do desgaste celular no processo fisiológico da multiplicação (HAYFLICK, 1997). Essa teoria tem perdido espaço no âmbito científico, já que descreve mais uma consequência, do que propriamente em causa do envelhecimento (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Teoria das reações cruzadas de macromoléculas Essa teoria está pautada no princípio ortomolecular, que o organismo humano é composto por infinitas moléculas definidas e tendo seu equilíbrio determinado pela conservação da normalidade. Porém, para reações cruzadas, essas moléculas perdem suas características, produzindo alterações tissulares que condicionam a aparição do processo de envelhecimento. Segundo Bjorkstein (1983), existem no organismo humano centenas de agentes produtores de reações cruzadas, uma parcela exógena (poluição, 47 PELE E SUAS DISFUNÇÕES │ UNIDADE II fumo, stress, radiações etc.) e outra endógena (aldeídos, radicais lipídicos, superóxidos etc.). Sendo o colágeno o elemento de maior abundância no organismo, este seria o alvo das reações cruzadas (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Teoria dos radicais livres Essa é a teoria mais aceita no mundo científico até o momento, de acordo com Guerra (1994). Os radicais livres vem sendo estudados desde o século passado, porém ainda não eram denominados dessa forma. Paul Bert (1878), demonstrou que o oxigênio em altas concentrações poderia ser tóxico para vários tecidos, entre eles o encefálico, o cardíaco e o pulmonar, entre outros. Na década de 1950 mais especificamente, diversas moléculas receberam a denominação de radical livre (GUIRRO, 2002). Os radicais livres são moléculas altamente instáveis e reativas. São produzidos por estímulos externos (poluição, radiação solar, raio X etc.), bem como reações internas do organismo (HALLER, 1991). Quando dois radicais livres se encontram, as duas moléculas deixam de agir como radicais livres; porém, quando a ligação é de um radical livre com uma molécula normal, gera-se um processo que forma um número infinito de radicais livres, parando apenas com algum agente antioxidante. Esses agentes promovem a homeostasia do organismo, defendendo-o das agressões. Se a produção de radicais livres for maior que a ação dos antioxidantes, inicia-se um processo de degeneração da integridade celular, levando à isquemia inicial e posteriormente, à necrose. As estruturas mais afetadas pelos radicais livres são: proteínas, ácidos nucleicos e lipídios da membrana celular (HALLER, 1991). Fora das células, temos o principal acometimento nas fibras de colágeno e no ácido hialurônico. No ambiente que vivemos, temos contato com o oxigênio reativo, que são gerados pela exposição solar, poluição etc. (AMES, 1993). Esse oxigênio reativo ameaça constantemente a integridade das estruturas celulares e da matriz extracelular da pele, podendo contribuir para o aparecimento de mutações, como o câncer de pele. Estudos recentes demonstram a participação dos radicais livres em mudanças químicas da membrana mitocondrial, reagindo com DNA da mitocôndria e determinando assim a inibição da divisão celular (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 48 UNIDADE II │ PELE E SUAS DISFUNÇÕES Teoria do desgaste Segundo essa teoria, nosso corpo funcionaria como uma máquina, que se desgasta com o uso. Durante a vida, vários de nossos órgãos e sistemas são solicitados acima do habitual, tendo por isso que se adaptar (hipertrofia, hiperplasia etc.), causando assim lesões que poderiam não ser reparadas totalmente. Esse processo poderia deixar resquícios que se somariam e não permitiriam o funcionamento completo dos mecanismos homeostáticos (GUIRRO, 2002). Teoria autoimune As mutações sucessivas levariam ao aparecimento de células cujo DNA codificaria a síntese de produtos diferentes dos normais, portanto estranhos e não reconhecidos pelas células imunocompetentes. Esses produtos atuariam como autoantígenos, causadores de resposta autoimune, que é responsável pela eliminação progressiva das células mutantes. Mutações ocorreriam também na população de células imunocompetentes, mas incapazes de reconhecer células normais, contra as quais elaborariam anticorpos. Ambas as vias levariam ao envelhecimento, que corresponderia a uma síndrome autoimune (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 49 UNIDADE IIICONDUTAS ESTÉTICAS CAPÍTULO 1 Técnicas estéticas faciais Drenagem linfática manual facial A Drenagem Linfática Manual (DLM) é uma técnica de tratamento para a redução do edema em toda região corporal. Essa técnica tem por objetivo facilitar a remoção do excesso de proteína plasmática no meio intersticial, promovendo equilíbrio homeostático (GODOY; GODOY, 1999). A DLM oferece benefícios sobre alguns sistemas como o sistema nervoso autônomo, o sistema imunológico e o sistema vascular (BORGES, 2006). A primeira descrição da técnica foi feita por Emil Vodder, em 1936, após iniciar intuitivamente manobras lentas e com pressão superficial, em pacientes com quadro gripais, com aumento dos linfonodos na região de cabeça e pescoço. A partir daí, Vodder padronizou uma série de movimentos que fariam parte até os dias atuais e batizaria a técnica de drenagem linfática manual (BORGES; SCORZA, 2016). Movimentos e manobras Os movimentos e manobras na DLM devem ser rítmicos, lentos e manter uma pressão entre 30mmHg e 40mmHg, pois os capilares e vasos linfáticos são superficiais (MARX; CAMARGO, 1986). A direção que será levada a linfa também é de extrema importância, sendo que cada rede ganglionar é responsável pela captação linfática de determinada área. 50 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Drenagem dos linfonodos Tem por objetivo a evacuação da linfa e é realizada por meio do contato direto dos dedos indicador, médio e anular com os linfonodos da região cervical do paciente. Devem ser movimentos com pressão moderada e ritmados. São indicadas três séries de sete movimentos (LEDUC; LEDUC, 2000). Movimentos circulares com os dedos Consiste na captação efetiva do líquido linfático e é realizada no sentido das vias ou no percurso delas. É realizada com movimentos circulares dos dedos, fazendo o arraste da pele com pressão intermitente. No início e ao final dos círculos, não deve haver pressão. A pressão mais acentuada da manobra deve coincidir com o fluxo da linfa. Os movimentos devem ser leves e rítmicos. Recomenda-se executar entre cinco e sete movimentos (LEDUC; LEDUC, 2000). Movimentos circulares com o polegar Possui a mesma forma de aplicação da manobra anterior, porém é realizada apenas com o polegar. (LEDUC; LEDUC, 2000) Movimentos combinados Executada por meio da combinação dos dois movimentos descritos anteriormente (LEDUC; LEDUC, 2000). A forma de aplicação da DLM que Vodder defende, recomenda que a pressão seja suave, lenta e repetitiva, sem que haja o deslizamento das mãos do terapeuta em relação à pele, mas sim, um arrastar ou empurrar/relaxar do tecido subcutâneo. Após essa manobra, deve-se aliviar totalmente a pressão, porém sem perder o contato com a pele do paciente. Além disso, deve-se realizar os movimentos respeitando a direção do fluxo linfático (BORGES, 2006). Vodder preconizou em sua descrição, que a técnica de DLM deverá sempre se iniciar distalmente na região a ser tratada. Para a drenagem da face, são propostos por Vodder dois tipos de movimentos descritos a seguir (BORGES, 2006). Círculos estacionários (fixos) São manobrasrealizadas em toda extensão da face e do pescoço. O profissional deve posicionar as mãos de forma espalmada e com os dedos, realizar movimentos circulares 51 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III ou espirais, de forma rítmica e com pressão apenas na primeira parte da manobra, respeitando assim a direção do fluxo linfático. Na segunda metade da manobra, não se perde o contato das mãos com a pele do paciente, porém não se aplica nenhuma pressão e assim, deixando o tecido retornar ao seu ponto natural. São indicadas de cinco a sete repetições (BORGES, 2006). Movimentos de bombeamento Consiste em movimentos circulares, realizados pelos polegares e dedos, tendo a principal movimentação no punho. Igualmente a manobra anterior, a pressão é leve e realizada na primeira metade do círculo e na segunda metade, apenas o contato com a pele do paciente não deve ser perdido. A seguir, apresentamos uma sequência básica para a DLM da face e pescoço, seguindo a teoria descrita por Vodder. O posicionamento inicial do paciente deve ser com elevação da cabeça, em torno de 30º (BORGES, 2006). Prega-se que antes do início da massagem, o profissional deve realizar com as mãos, um deslizamento, totalmente sem pressão na região a ser tratada. O nome desse movimento é effleurage e é utilizado para estabelecer um vínculo inicial com o paciente e promover um estado de relaxamento local. As mãos do terapeuta devem estar relaxadas e com os dedos unidos, posicionando uma mão em sequência a outra. Os movimentos são realizados de forma descendente, de distal para proximal ou no sentido linfático, sempre com uma pressão leve, constante e de forma rítmica. A DLM da região do pescoço deve ser realizada anteriormente a da face, começando pela estimulação da região inferior do mento, pressionando levemente com as pontas dos dedos indicador e médio e repetindo esse procedimento de cinco à sete vezes. Apenas a estimulação deve ser feita aqui. Na região anterior do pescoço, as manobras se iniciam pela área pré-auricular, com movimentos em círculos (BORGES, 2006). As manobras da DLM deve prosseguir ao longo do músculo esternocleidomastoideo, na face anterior, sendo dividida em três partes: proximal, média e distal. A DLM pela porção distal, sendo a região proximal a última a ser drenada. Após isso, reinicia-se o trajeto pela face posterior ao esternocleidomastoideo. Nesse segundo trajeto, a linfa deve ser drenada pelas laterais (BORGES; SCORZA, 2016). Para a drenagem da face, deve-se dividi-la em três porções: primeira parte (região da base do nariz até o queixo), segundo parte (área entre o nariz e acima da sobrancelha) e terceiro parte (testa até a linha do couro cabeludo). 52 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS As manobras de DLM, devem-se iniciar pela primeira região, mais precisamente por toda extensão da mandíbula, sendo essa, subdividida em 3 partes. Os movimentos circulares estacionários devem se iniciar pela região mentoniana, prosseguindo para região entre queixo e pré-auricular e posteriormente para a região pré-auricular propriamente dita. As manobras devem ser repetidas de cinco a sete vezes (BORGES; SCORZA, 2016). A segunda parte da face compreende a drenagem da região malar, nariz, olhos e sobrancelha. Devem ser realizados pinçamentos leves em três áreas de sua extensão. Para a drenagem da terceira parte, devem ser realizados movimentos de bombeamento da testa até a região pré-auricular. Essa região possui grande quantidade de linfonodos, recolhendo a linfa da parte anterior e posterior das orelhas, da base do nariz, parte externa dos olhos, da glândula parótida, da região mastoidea e do couro cabeludo (BORGES; SCORZA, 2016). Figura 34. Sentido linfático facial. Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/491666484299156190/>. Acesso em: 2 de dez. 2017. Além de Vodder, ainda temos o método Leduc para a aplicação da DLM. A primeira diferença entre os dois métodos está no tipo de movimento usado. Vodder utiliza uma combinação ampla de movimentos passivos e técnicas manuais de drenagem linfática. Leduc possui uma combinação mais restrita de movimentos e propõem protocolos de tratamentos com base no tipo de distúrbio encontrado e utiliza bandagens compressivas após as técnicas de drenagem linfática. 53 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III No método Vodder, não há o arrastamento ou deslizamento da pele. Já no método Leduc, pode-se utilizar algum cosmético que auxilie no deslizamento das mãos pela pele do paciente, uma vez que são utilizadas manobras com as mãos posicionadas em bracelete, além de movimentos de arrastamento das mãos do terapeuta, sob a pele do paciente. Ambas as técnicas, respeitam o sentido linfático. Indicações: » edema facial pós-procedimento cirúrgico; » peles congestionadas; » edema periorbital (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Limpeza de pele A limpeza de pele tem por objetivo livrar o tegumento das sujidades, superficiais e profundas, equilibrando o percentual de oleosidade, além do controle de condições inestéticas como comedões, acne, pápulas e pústulas. Antigamente, a limpeza de pele era indicada apenas para pacientes em tratamento para acne e afecções cutâneas, a fim de diminuir o processo inflamatório folicular, controlar a oleosidade e a descamação proveniente dessas patologias. Porém, estudo mais recentes e a constante preocupação com a beleza nos dias atuais, tornou a limpeza de pele um procedimento de prevenção e embelezamento, agregando valor às terapias estéticas complementares. Além disso, atualmente, a limpeza de pele é o primeiro procedimento de qualquer protocolo facial, uma vez que possibilitará o preparo da pele para receber os princípios ativos do tratamento elegido. O procedimento de limpeza de pele é constituído pela aplicação de cosméticos, utilizados em uma sequência, que tem por objetivos a remoção das células mortas e resíduos causadores da obstrução dos poros, e consequentemente, a formação dos comedões, além de equilibrar a oleosidade. Como profissionais, devemos ter a preocupação de causar o mínimo desconforto do paciente e sensibilidade do tecido tratado. Outra preocupação é o uso de materiais descartáveis como luvas, toucas, gases e algodões, evitando acidentes ou risco de contaminação do tecido a ser tratado. 54 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Antes de iniciar o procedimento, o profissional deve deixar disponível todo o material que será utilizado, incluindo equipamentos como a alta frequência, lupa, dispositivo de iluminação (podendo ser uma lupa com lâmpada), descartáveis para uso do profissional e do paciente, como touca, faixa de cabelo, lenços de papel etc. Agulhas de insulina podem ser necessárias para a remoção de milium ou de poros mais fechados. Obviamente, esse material deverá ser descartado após o uso, de acordo com as regras de descarte de materiais médicos perfurocortantes. Indica-se cobrir o colo do paciente, a fim de evitar acidentes em sua vestimenta. O paciente deverá estar em decúbito dorsal (barriga para cima), podendo ou não fazer uso do travesseiro. O profissional poderá fazer o uso de mocho ou mesmo, realizar o procedimento em pé, sendo mais confortável. Também deverá estar paramentado com máscara e touca, a fim do isolamento em relação ao paciente (BORGES; SCORZA, 2016). Preparação da pele Para que a extração seja satisfatória, é imprescindível o preparo da pele, pois a saída das sujidades foliculares pode ser bloqueada por fatores como excesso de oleosidade, maquiagem, resquícios de poluição, suor, cremes, filtro solar, células mortas etc. Para isso, dispomos de diversas marcas no mercado que disponibilizam sabonetes e esfoliantes específicos para o procedimento de limpeza de pele. Os sabonetes são utilizados para a remoção de produtos, suor, poluição etc. Já o esfoliantes, removem as células mortas, a fim de evitar a obstrução dos poros (BORGES; SCORZA, 2016). Extração Etapa mais importante no procedimento de limpeza de pele. É nesse momentoque será efetivamente realizada a extração dos resíduos intrafoliculares. Utilizaremos aqui substâncias emolientes, como a trietanolamina, e agentes dilatadores como o vapor de ozônio ou a máscara térmica, que agem diretamente na abertura do poro e no amolecimento dos dentritos foliculares. O sebo é o principal componente a ser extraído. Na extração, serão tirados comedões, pústulas e milium. Como já mencionado, o milium encontra-se em uma bolsa de aspecto esbranquiçado e saliente a pele (BORGES; SCORZA, 2016). Para extração a pressão dos dedos do profissional deve ser constante e ascendente acompanhando o canal folicular, desde a base, até o topo que culminará na excreção do 55 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III sebo. Ainda é possível realizar a extração com o uso de curetas e com vacuoterapia, com a ponteira “bico de beija-flor” (GUIRRO; GUIRRO, 2004). O material expelido pela pressão pode estar oxidado, de cor negra, e pode haver sangue dentro do folículo, o que não significa que a extração deva ser parada. O profissional deve realizar a pressão mais uma ou duas vezes e só deve parar quando notar que não há mais material a ser retirado do folículo. Em alguns casos, a pressão repetida para a retirada de todo material intrafolicular, gerará um edema perifolicular, além de um pequeno processo inflamatório. Nesse caso, prosseguimos com o procedimento e ao final da extração, podemos utilizar uma pasta antisséptica e secativa, chamada de máscara secativa pela maioria das empresas, a fim de diminuir a vermelhidão folicular (BORGES; SCORZA, 2016). Finalização Ao finalizar a extração, é interessante o uso de loções antissépticas ou do aparelho de alta frequência a fim de evitar a proliferação bacteriana sobre a superfície tegumentar. Após isso, podemos utilizar uma máscara com princípios calmantes, caso haja pontos de vermelhidão ou hipersensibilidade. Não necessariamente, a pele apresentará hipersensibilidade. Em alguns casos, podemos observar uma leve descamação, pela falta de tonicidade e desvitalização. Após a remoção da máscara, poderá ser empregado o uso de um tonificante, a fim de reequilibrar o pH cutâneo. Finalizamos o processo de limpeza de pele com o uso de fator de proteção solar ou algum produto específico dependendo da necessidade de cada pele, como produtos antiaging, nutritivos ou hidratantes. Deverá ser orientado pelo profissional, a manutenção dos cuidados domiciliares com a pele. Para cada tipo de pele, serão indicados produtos específicos. A regularidade deverá ser mantida mensalmente para pacientes que apresentem alterações ou afecções cutâneas e bimestralmente para pacientes sem patologias ou alterações (BORGES, 2006). Indicações e contraindicações e cuidados da limpeza de pele Indicações: » Preparação da pele antes de um protocolo de tratamento. 56 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS » Controle da oleosidade. » Tratamento coadjuvante da acne. » Remoção de conteúdos inestéticos (pústulas e comedões). » Higienização profunda da pele. Contraindicações: » Gestantes ou lactantes: por conta dos princípios ativos utilizados na técnica. » Acnes acima do grau III: por apresentarem um processo infeccioso e inflamatório, o risco de complicações é alto. » Infecção na área a ser tratada: risco de contaminação. » Rosácea papular ou nodular: extrema sensibilidade à manipulação. » Hipersensibilidade ou alergias aos produtos utilizados no procedimento. » Lesões de caráter desconhecido e não diagnósticas (BORGES; SCORZA, 2016). Massofilaxia facial A técnica de massofilaxia compreende manobras e manipulações, realizadas de forma harmoniosa para fins preventivos ou terapêuticos e pode ser aplicada para os tecidos subcutâneo, muscular, vascular e linfático, além de possuir efeito sobre o sistema nervoso e respiratório. Na região facial, a técnica pode ser utilizada para fins terapêuticos ou estéticos, visando a melhora da irrigação sanguínea, melhora do tônus, além do relaxamento muscular (VIVEIROS, 2016). Como o aumento da irrigação facial, temos um aumento da nutrição celular, podendo ser associado ao emprego de cosméticos específicos. Por conta da fricção vigorosa das mãos do terapeuta com a pele do paciente, pode-se notar uma ação esfoliante e descamativa de células mortas. Outro efeito muito importante sob o ponto de vista estético funcional é a eliminação ou amolecimento de aderências e retrações cicatriciais e de expressão (VIVEIROS, 2016). 57 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III Indicações: » Flacidez tissular. » Revitalização facial. » Melhor penetração de princípios ativos. Protocolos de rejuvenescimento O processo de envelhecimento tem várias vertentes. Visto isso, elegemos alguns protocolos de rejuvenescimento facial. Atualmente, temos diversos tipos de tratamento com ótimos resultados que utilizam aparelhos de eletroterapia, como a radiofrequência, a criofrequência, o aparelho de microcorrentes etc. Há pouquíssimas publicações descrevendo técnicas manuais para rejuvenescimento. A indicação de massagem facial é sempre associada com cosméticos que possuem princípios ativos, a fim de melhorar a circulação local, tendo um melhor aproveitamento. A seguir listamos alguns princípios ativos interessantes para utilização. Antioxidantes: » Coenzima Q10: capta os radicais livres e é estimulante do sistema imunológico. » Extrato de green tea: o extrato de chá verde, além de antioxidante, também tem ação anti-inflamatória e protege a pele contra a ação carcinogênica do UVB (GOMES; DAMAZIO, 2013). » Ginko biloba: antioxidante, atua no sistema circulatório, no metabolismo celular e previne o envelhecimento. » Extrato de semente de uva: atua como antioxidante natural e protege a pele contra ações da radiação UV. » Idebenona: derivada da coenzima Q10, tem baixo peso molecular, penetrando até a derme, onde desenvolve a ação antioxidante, neutralizando os radicais livres. Além disso, é despigmentante (BORGES; SCORZA, 2016). Hidratantes: » Aquaxyl®: ativo hidratante, harmoniza o equilíbrio hídrico, melhora a reserva de água e diminui a perda de água transepidérmica. 58 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS » Alantoína: possui ação hidratante, cicatrizante, anti-irritante. Indicada para uma pele mais seca. » Aloe Vera: hidratante, calmante, anti-inflamatório e protetor. Quando associada a filtros solares, tem ação regeneradora. Vitaminas: » Vitamina E: antioxidante natural protege a membrana celular. » Vitamina C: neutraliza radicais livres, estimula a produção do colágeno e dependendo da sua concentração, é clareadora. » Complexo B: ativa o metabolismo celular (BORGES; SCORZA, 2016). 59 CAPÍTULO 2 Estética corporal A estética corporal cresceu exponencialmente junto com a preocupação constante nos dias de hoje com a beleza. Porém, além do resultado do tratamento muitos pacientes desejam que esse momento seja aconchegante e de relaxamento. Para isso, nós profissionais devemos nos preocupar como algumas questões como o desnudamento desse paciente e o ambiente em que ele será atendido. Geralmente, o paciente se encontrará de roupa íntima ou roupa de banho para a sessão. Isso o deixa com certa vulnerabilidade, dependendo de nós para que ele fique confortável. Citamos a seguir alguns pontos relevantes: » Ambiente: temperatura da sala; iluminação; uso de materiais descartáveis; ruídos. Vai de cada terapeuta incluir outros processos que valorizem a sessão, além de ser um diferencial como, uso de aromaterapia, som ambiente, cromoterapia etc. » Desnudamento: muitas vezes, o paciente fica constrangido em se desnudar na frente do terapeuta, principalmente se não está acostumado a rotinas de tratamento. Dessa forma, indicamos que a maca já esteja disposta com uma toalha e solicitamos que o paciente que tire a vestimenta e deite-se, cobrindo-se com a toalha. Nesse momento, caso seja possível, o terapeuta pode sair da sala e aguardaralguns momentos até que o paciente esteja deitado e coberto. Para a aplicação das técnicas, devemos desnudar apenas o segmento que será tratado. Lipodistrofia localizada A lipodistrofia localizada é classificada pelo espaço em que está posicionada, podendo ser: androide ou central, na qual a gordura se encontra no abdômen e é mais comum no sexo masculino; ginoide ou periférica, seu acúmulo está nas coxas e quadril, comumente encontrado em mulheres; e mista, quando há associação da androide e ginoide (MELLO et al., 2010). É a principal alteração estética que se percebe nos dias atuais, podendo existir até em indivíduos magros, e muitas vezes está associada a problemas psicológicos e sociais, 60 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS pois aos olhos críticos, está fora do padrão de beleza imposto pela sociedade, e estes motivos levam à busca por tratamentos estéticos capazes de melhorar essa disfunção (NEVES; OLIVEIRA, 2008). Anatomia e fisiologia do tecido adiposo O tecido adiposo está sob a pele como forma de tecido conjuntivo, sendo o principal reservatório de energia do organismo. Existem dois tipos de tecido adiposo: o tecido adiposo marrom ou multilocular e o tecido adiposo branco, também conhecido como unilocular. Tecido adiposo marrom Possui em seu citoplasma gotículas lipídicas, de diversos tamanhos, com um retículo endoplasmático pouco desenvolvido, porém é rico em mitocôndrias, com abundante vascularização, apresentando a cor escurecida. Sua principal função é a retenção do calor corporal, sendo encontrado em grande quantidade em recém-nascidos e é praticamente nulo em indivíduos adultos (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). Tecido adiposo branco A principal função desse tecido é o fornecimento de energia em forma de ATP. O acúmulo da gordura dentro do adipócito depende do seu tamanho e da sua quantidade. O aumento da gordura se dá por hiperplasia e por hipertrofia do adipócito. A hiperplasia, geralmente acontece entre o terceiro trimestre de gestação, até a puberdade. Porém, estudos recentes demonstram esse crescimento também em adultos, em menor escala (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). Figura 35. Tecido adiposo marrom X Tecido adiposo branco. Fonte: <https://biologianet.uol.com.br/histologia-animal/tecido-adiposo.htm>. Acesso em: 18 de dez. 2018. 61 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III Quando o adipócito chega ao máximo de seu armazenamento, células precursoras são estimuladas a se diferenciar, dando origem à uma nova célula de gordura. Os adipócitos, uma vez formados, acompanharão o indivíduo por toda vida, variando apenas de tamanho (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). A lipogênese é o armazenamento do excesso de calorias ingeridas e transformadas em triglicerídeos e a lipólise é a liberação dessa energia, em forma de ATP. Os adipócitos que estão no tecido adiposo branco, possuem uma membrana, receptores importantes para o controle e regulação do metabolismo de lipídios. São eles: os receptores beta-adrenérgicos (estimulam efeitos lipolíticos) e os receptores alfa-2-adrenérgicos (estimulam efeitos antilipolíticos) (GUYTON; HALL, 2017). Existem ainda duas substâncias que intervêm diretamente na lipólise. Uma delas é a enzima adipocitária adenilciclase, que é lipolítica e se ativa por receptores beta da membrana adipocitária. A outra enzima é a fosfodiesterase, que é antilipolítica. Ambas estão localizadas dentro do adipócito. Há agentes que estimulam os receptores beta-adrenérgicos e consequentemente, a lipólise, ou redução do tamanho do adipócito, e há agentes que bloqueiam os receptores alfa-2-adrenérgicos, inibindo a lipogênese (GUYTON; HALL, 2017). Mecanismo de ação dos princípios ativos para redução da gordura localizada A estimulação da lipólise é o principal objetivo dos mecanismos de ação dos princípios ativos. Para isso, atuam nas seguintes frentes: » bloqueios dos receptores alfa-2-adrenérgicos; » estímulo dos receptores beta-adrenérgicos; » inibição da enzima fosfodiesterase, estimulando a lipólise; » estímulo da atividade da enzima lipase, promovendo a quebra dos triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol (BORGES; SCORZA, 2016). Fatores etiológicos da lipodistrofia localizada As causas do acúmulo de gordura localizada são fatores que, em sua maioria, também são motivo de sobrepeso e, inclusive, da obesidade, como os maus hábitos alimentares, uma alimentação rica em gorduras e açúcares, bem como carboidratos vazios. 62 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Uma rotina de vida sedentária também é um dos principais fatores que causam a gordura localizada, tanto em homens quanto em mulheres, fazendo com que a falta de eliminação das calorias consumidas ocasione o acúmulo em determinadas regiões do corpo. Seu aparecimento também está diretamente relacionado com o sedentarismo, stress, antecedentes familiares, tabagismo, alterações hormonais, síndrome pré-menstrual, anticoncepcionais, elevação do estrógeno, androsterona, insulina dentre outras (RIBEIRO, 2010). Guirro e Guirro (2004), acrescentam que o acúmulo de gorduras nas células está associado à quantidade insuficiente de enzimas que estão sendo produzidas para a queima dessas gorduras. Assim, os tratamentos estéticos para a gordura localizada visam aumentar a produção destas enzimas para que ocorra maior combustão das gorduras em excesso. Avaliação Para iniciar a avaliação estética do paciente, utilizamos algumas medidas localizadas e outras gerais. IMC (Índice de Massa Corporal): é calculado de forma simples, dividindo o peso pela altura². O ideal é entre 18,5 e 25. É utilizado para associar obesidade com doenças, evidenciando as cardiovasculares, sendo utilizados para calcular porcentagem de massa gorda, porém há algumas controvérsias sobre sua efetividade, pois pessoas que praticam atividades físicas muito intensas possuem seu IMC alto, mas devido a grande quantidade e volume dos músculos e não pela sua gordura corporal (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Iniciamos pelo cálculo do índice de massa corpórea (IMC), para saber se o paciente está dentro de uma faixa de peso adequada. O IMC baseia-se no peso e na altura do paciente, segundo a seguinte fórmula: IMC = Peso/Altura² Com o resultado obtido, enquadramos o paciente nos seguintes critérios: Quadro 2. Classificação de IMC. Classificação IMC (kg/m²) Risco de Comorbidades Baixo Peso < 18,5 Baixo Peso Normal 18,6-24,9 Médio Sobrepeso ≥ 25 - 63 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III Classificação IMC (kg/m²) Risco de Comorbidades Pré-obeso 25,1-29,90 Aumentado Obeso I 30,0-34,9 Moderado Obeso II 35,0-39,9 Grave Obeso III ≥ 40,0 Muito Grave Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS). A adipometria também pode ser utilizada como método de avaliação, porém é uma ferramenta usualmente de nutricionistas. É calculada por meio de uma equação em que se utilizam as medidas das dobras mensuradas nas regiões suprailíaca, abdominal, tricipital e coxa. Apesar das inúmeras variáveis, foi proposto por Jackson e Pollock, equações para homens e para mulheres, em qualquer faixa etária, para determinar o percentual de gordura a partir das mensurações de dobras cutâneas (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Outra medida também utilizada por nutricionistas e profissionais da saúde, é a bioimpência. A bioimpedância é realizada através de um aparelho portátil, que quantifica a resistência que a corrente elétrica enfrenta e determina assim a massa isenta de gordura e a massa gorda (GUIRRO, 2004). Podemos utilizar como parâmetro de avaliação as medidas das circunferências com fita métrica. Os locais mais utilizados são abdômen superior e inferior, cintura, coxas, quadril e braços. Lembrando que devemos padronizar os locais de medição, a fim de obter um acompanhamento fidedigno e sem viés (GUIRRO, 2004). A avaliação palpatória ou visual nos permite a possibilidade de análise quanto ao depósito adiposo. Podemos verificar a lipodistrofia túrgida ou compacta, caracterizada por um tecido rígido e intumescido, de palpaçãodifícil, geralmente dolorosa e com pouca mobilidade. Já a lipodistrofia flácida tem como característica ser descompactada, com aparência amolecida, de fácil palpação e bastante móvel. Além disso, também encontramos o lipoedema, que tem aspecto celulítico, porém trata-se de lipodistrofia localizada e alteração venolinfática, responsáveis por conferirem à pele características de edema e ondulações. O registro fotográfico é útil para acompanhar a evolução do quadro. Tratamento Antes de iniciarmos qualquer tratamento, independente da patologia e da área a ser tratada, devemos higienizar e esfoliar o local, a fim de promover a entrada dos princípios ativos com mais facilidade e com o mínimo de barreiras. 64 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Dispomos de algumas modalidades de massagem e o uso associativo de princípios ativos para o tratamento da lipodistrofia localizada. Princípios ativos Os princípios ativos são de extrema importância para o tratamento da lipodistrofia localizada, bem como para o fibroedema geloide, a popularmente conhecida como celulite. A seguir, listaremos diversos componentes que podem ser associados para o tratamento de ambas as alterações (BORGES; SCORZA, 2016). » Cavalinha: diurética e remineralizante. » Amarashape®: composto por sinefrina (extraída da laranja amarga – Citrus aurantium amara) e cafeína. Esse composto induz a lipólise por dois mecanismos: estimulando os receptores beta-adrenérgicos dos adipócitos e inibindo a fosfodiesterase, aumentando o gasto de energia. » Extrato de arnica: ativa a circulação sanguínea e tem ação anti-inflamatória. » Fosfatidilcolina: utilizada para carrear ativos, pois é matéria-prima básica na formação de lipossomas. » Slimbuster®: melhora do fluxo sanguíneo, reeducação da retenção hídrica e produz a hidrólise da gordura armazenada no adipócito pelo bloqueio dos receptores alfa-2-adrenérgicos. » Xantalgosil: inibe a fosfodiesterase, aumentando o metabolismo local e tem ação firmante. » Remoduline: são bioflavonoides da laranja amarga que estimulam a circulação local. » Cafeína: inibe a fosfodiesterase e estimula receptores beta-adrenérgicos, induzindo a lipólise. » Piper nigrum ou pimenta negra: tem ação termogênica, inibindo os receptores alfa-2-adrenérgicos e estimulando os receptores beta-adrenérgicos. » Ginko Biloba: ação antirradical livre e inibe a fosfodiesterase. 65 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III Modalidades terapêuticas Associadas aos princípios ativos, descreveremos algumas técnicas de massagem que são utilizadas no tratamento da lipodistrofia localizada. Massagem modeladora Essa massagem é baseada no uso de diversas técnicas manuais com objetivo de promover a mobilização da gordura, aumento da circulação vascular periférica e auxiliar na eliminação de toxinas (BORGES, 2006). Engloba movimentos como deslizamento, amassamento, rolamento, pinçamento e percussão. Trata-se de uma massagem vigorosa, com pressão média e movimentos rítmicos e rápidos. Pode ser usada de forma localizada ou no corpo todo. Os movimentos são realizados de 20 a 30 vezes na mesma região. Durante as manobras, com a influência dos princípios ativos também, o efeito esperado será uma hiperemia da área que estiver recebendo a massagem. Também há um aumento de temperatura local, devido ao atrito da pele e devido à vasodilatação também. Por meio da movimentação vigorosa e rápida, obtemos uma contração muscular reflexa, aumentando assim o tônus, dando um aspecto mais firme. A manobra de amassamento diminui o espaçamento intracelular, diminuindo o volume e consequentemente a circunferência no local de aplicação. O aumento da circulação pelas manobras produz um efeito tônico e descontraturante no tecido muscular. Além disso, as manipulações, por serem mais profundas, são capazes de aumentar o peristaltismo do intestino, acelerando esvaziamento vesical. É indicada para o tratamento da lipodistrofia localizada e de fibroedema geloide, melhora do contorno corporal e redução de medidas. Suas contraindicações englobam gestação, doenças de pele, psoríase, dermatites, alergias, câncer, tromboflebite, trombose, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, hipertensão não controlada, hipertireoidismo, varizes, varicoses, pós-cirúrgicos recentes, telangiectasias (BORGES, 2006) 66 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Massagem turbinada Trata-se de uma massagem rápida e vigorosa, que assim como a massagem modeladora, tem o objetivo de promover a vasodilatação, o remodelamento do tecido adiposo e a redução de medidas. Para essa massagem usa-se um rolo de borracha e madeira, que favorece a hiperemia por conta das ventosas que possui, como visto na figura a seguir. O uso de cosméticos com princípios ativos é indicado para um resultado mais satisfatório. As indicações e contraindicações são as mesmas que as da massagem modeladora (VIVEIROS, 2016). Figura 36. Rolos utilizados na massagem turbinada. Fonte: <http://www.sogab.com.br/massagem-turbinada/>. Acesso em: 18 de dez. 2017. Massagem com pantalas Outra técnica que se assemelha à modeladora, porém utiliza-se de acessórios chamados pantala, como representado na figura a seguir. Trata-se de duas peças anatômicas, geralmente de madeira, que possibilita movimentos rápidos e ritmados e tem os mesmos objetivos da massagem modeladora. Podem ser utilizados cosméticos associados com a técnica para um melhor resultado (VIVEIROS, 2016). Figura 37. Pantalas. Fonte: <https://danielaattademo.wordpress.com/2017/05/04/curso-de-massagem-redutora-com-pantalas-no-rj/>. Acesso em: 15 de fev. 2018. 67 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III Bambuterapia Segue o mesmo princípio que as massagens descritas anteriormente e utiliza um conjunto de bambus para a sua realização (VIVEIROS, 2016). Figura 38. Kit de bambuterapia. Fonte: <http://www.estata.com.br/pd-3086a7-kit-bambu-lixado-6-pecas-bolsa-tnt.html>. Acesso em: 15 de fev. 2018. Fibroedema Geloide O Fibroedema Geloide (FEG), popularmente conhecido como celulite, afeta a maioria das mulheres, sendo uma das afecções estéticas mais comuns. O termo celulite possui dois significados diferentes. Popularmente, representa uma afecção estética, ao passo que para a população científica é tida como uma infecção bacteriana do tecido celular subcutâneo. O termo “celulite” foi o primeiro a ser utilizado, por volta da década de 1920. Porém, quase que imediatamente, já houve controvérsia, pois nos estudos histológicos, não foi observado nenhum processo inflamatório. Além do incômodo estético, podem estar presentes um quadro álgico e diminuição das atividades funcionais, evoluindo para complicações, dores acentuadas e problemas emocionais (BORGES; SCORZA, 2016). O FEG consiste em um espessamento da tela subcutânea, de caráter não inflamatório e proveniente de alterações estruturais, químicas e/ou metabólicas, além dos fatores relacionados ao estilo de vida do paciente (sedentarismo; uso de contraceptivos orais; uso de corticoides; tabagismo etc.). As regiões mais acometidas são glúteos, coxas e abdômen. Pode ser identificado pela presença de placa ou nódulos, formando irregularidades no tecido, além do característico aspecto “casca de laranja”. Sua epidemiologia é multifatorial, compreendendo alterações da circulação sanguínea, na matriz extracelular e nos adipócitos. Há uma ruptura das fibras elásticas, aumentando assim a proliferação do tecido fibrótico e o espessamento da área acometida. O FEG tem por suas principais características a alteração do aspecto tegumentar com diversas 68 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS saliências (nódulos) e depressões, perda da elasticidade e dor à palpação (BORGES; SCORZA, 2016). Dentre os principais fatores causadores da FEG estão: estrogênios; desequilíbrios hormonais; gênero (mulheres); idade (quanto maior a idade); etnia (mais caucasianas); patologias (renais, metabólicas, circulatórias); hábitos alimentares;obesidade; estilo de vida sedentário; tabagismo; medicamentos (contraceptivos orais, anti-histamínicos) (BORGES, 2006). Avaliação A avaliação deve começar por uma anamnese, e já nessa etapa, o profissional poderá fazer a conscientização do paciente quanto aos fatores causadores do FEG. Podemos classificar o quadro de FEG em graus e quanto a sua apresentação visual. Figura 39. Graus do FEG. Fonte: <http://clinicafirenze.com.br/xo-celulite/>. Acesso em: 3 de dez. 2017. » Grau I: assintomática; presença de alterações de relevo, com leves ondulações, vistas apenas quando a pele é pressionada. » Grau II: presença de alteração de relevo sem contração muscular. Os “furinhos” são visíveis, mas não densos; a temperatura pode ser menor nas regiões mais afetadas; menos circulação local. » Grau III: presença de retrações (furinhos) numerosas e visíveis sob repouso; pode ter alteração de cor (roxa ou vermelha); alteração de menor temperatura; pode haver dor. » Grau IV: presença de macronódulos e retrações, com grandes ondulações; grande déficit circulatório; presença de dor intensa no local; redução térmica na região. (BORGES; SCORZA, 2016). 69 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III Figura 40. Classificação do FEG. Fonte: <https://belezanoar.net/2016/05/03/avaliacao-em-estetica-celulite/>. Acesso em: 3 de dez. 2017. » Flácida: geralmente tem início em pessoas acima de 35 anos – ou pessoas que passaram por uma rápida e considerável perda de peso. Neste caso, pode apresentar também uma flacidez muscular, sendo comum em pessoas sedentárias. » Compacta: tem aspecto mais rígido, com mais fibras, encontrada geralmente em pessoas mais jovens – e neste caso, o contorno corporal e a anatomia estética estão mantidos. » Edematosa: tipo mais inestético, pois é a que mostra mais “furinhos” e depressões, com uma pele de aspecto estranho e geralmente o paciente refere dor quando é palpada. Porém é a mais fácil de ser tratada, pois se trata de um tecido congestionado e muitas vezes, com grande retenção hídrica » Mista: a forma mista pode unir as características compacta e flácida com a edematosa, ou seja, pode ser flácida-edematosa ou compacta-edematosa (BORGES; SCORZA, 2016). Na avaliação física, é de extrema importância, analisar a conformação corporal da paciente. As mulheres do tipo ginoides (forma de pera), acumulam mais gordura na região glútea, nos culotes, quadris, flancos e joelhos. Essas pacientes possuem um maior receptor do hormônio estrogênio e por isso são mais propensas ao desenvolvimento do FEG. O teste de digito-pressão é uma forma de avaliar se há alterações circulatórias. Deve-se pressionar a área a ser tratada por 3 segundos. Observar o tempo de retorno do tecido, se for maior que 3 segundos, há alteração, o que significa que há presença de edema (GUIRRO; GUIRRO, 2004). O registro fotográfico inicial também é útil, a fim de acompanhar o resultado do tratamento. 70 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Tratamento Por ser uma patologia multifatorial, deve-se eleger um tratamento que abranja um conjunto de causas. Alguns princípios ativos podem ser associados. Como o FEG está diretamente ligado à lipodistrofia localizada, podem-se utilizar os princípios que já foram mencionados, bem como os que listaremos a seguir. Princípios ativos » Castanha da índia: estimula a circulação linfática/adstringente. » Centella asiática: fortalece vasos e tem ação nutritiva da pele. » Cavalinha: estimula a síntese de colágeno/purificante. » Hera: tem ação descongestionante/calmante e hidratante. » Erva-mate: antioxidante. » Alga fucus: auxilia a renovação da pele. » Extrato de café verde: tem propriedades tonificantes, antioxidantes e antissépticas. (GOMES; DAMAZIO, 2013). Modalidades terapêuticas Segundo Rossi e Vergnanini (2000), as modalidades de tratamento podem ser divididas em quatro categorias: atenuação de fatores agravantes (orientações quanto à hábitos e estilo de vida), utilização de agentes farmacológicos (princípios ativos) e métodos físicos e mecânicos. Por estar diretamente ligado à lipodistrofia localizada, todas as modalidades terapêuticas citadas para a mesma, poderão ser utilizadas no tratamento da fibroedema geloide. Outra técnica amplamente utilizada para o tratamento da FEG, é a drenagem linfática corporal (ROSSI; VERGNANINI, 2000). Drenagem linfática manual Como já descrito anteriormente, quando falamos de drenagem linfática facial, a drenagem linfática manual (DLM) pode ser aplicada baseando-se em dois métodos: Vodder e Leduc. 71 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III Relembremos ambas as técnicas, segundo Guirro e Guirro (2004): Vodder Descrita pela primeira vez em 1936 por Estrid e Emil Vodder. Esse método baseia-se movimentos específicos, com uma pressão suave, adaptada a determinados tipos de tecidos e patologias, feitas de forma lenta e repetitiva, onde não ocorre deslizamento sobre o tecido, mas sim a tração e soltura do tecido cutâneo, com duas diferentes fases de toque. Após isso existe um pequeno relaxamento da pressão em que nenhuma força é aplicada, mantendo-se apenas o contato. O sentido da drenagem depende sempre do sentido do fluxo linfático no tecido. Na técnica de Vodder, a massagem sempre se inicia distalmente ao segmento, por exemplo, se a região drenada for a coxa, a técnica se inicia na região próxima aos côndilos femorais (GUIRRO; GUIRRO, 2004). A técnica compreende a 2 procedimentos básicos: 1. Captação: visa fazer a captação da linfa do interstício para os capilares linfáticos. 2. Evacuação: consiste em eliminar a linfa que está dentro dos vasos linfáticos, transportando-a para a região linfonodal distante do local do edema, respeitando o sentido do fluxo linfático. Alguns autores citaram os quatro movimentos básicos da massagem de drenagem linfática manual pelo método Vodder, que são: Círculos Estacionários; Técnica de Bombeamento; Técnica de Mobilização e Técnica Rotatória. Leduc A drenagem linfática manual representada pela técnica de Leduc é baseada no trajeto dos coletores linfáticos e linfonodos, associando basicamente duas manobras: manobras de captação ou de reabsorção e manobras de evacuação ou de demanda. Na captação ou reabsorção, os dedos imprimem sucessivamente uma pressão, sendo levados por um movimento circular do punho. Na evacuação ou demanda, os dedos desenrolam-se a partir do indicador até o anular, tendo contato com a pele que é estirada no sentido proximal ao longo da manobra. A aplicação deve ser realizada de proximal para distal. 72 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Ambas as técnicas, apesar da aplicação ser diferenciada, seguem o mesmo sentido de manobras, uma vez que a linfa se movimenta unidirecionalmente. A figura a seguir demonstra qual é o sentido que as manobras devem seguir. Figura 41. Sentido da linfa. Fonte: <http://stbfisio.blogspot.com.br/2008/01/drenagem-linftica-manual-histrico-as.html>. Acesso em: 3 de dez. 2017. Efeitos fisiológicos da drenagem linfática manual Os principais efeitos da DLM estão relacionados aos mecanismos fisiológicos da pressão presente entre os tecidos e vasos sanguíneos e do sistema linfático. Além disso, o sistema de defesa (imunológico) e o sistema vascular também são influenciados diretamente pela técnica (BARROS, 2001). A técnica da DLM possui diversos efeitos: » Sistema imunológico: estimula a produção e a renovação das células de defesa do organismo. » Aumento da filtragem linfática: a DLM leva a um aumento do fluxo linfático e consequentemente, o aumento da velocidade com que o líquido linfático passa pelo linfonodo (LEDUC; LEDUC, 2000). » Filtração e absorção dos capilares sanguíneos: a pressão realizada na aplicação técnica, principalmente nas manobras de captação, atua também sobre o sistema circulatório sanguíneo. 73 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III » Quantidade de linfa processada pelos gânglios linfáticos: em decorrênciado aumento do fluxo linfático e do volume de linfa circulante, a quantidade de linfa processada pelos gânglios será maior (MARX; CAMARGO, 1986). » Peristaltismo do intestino: as massagens aplicadas na região abdominal favorecem a movimentação das alças e as condições de absorção intestinal. » Sistema nervoso autônomo: a DLM exerce efeito vagotônico com ação sedativa e analgésica sobre as estruturas tratadas, devido à ativação do sistema nervoso parassimpático (BORGES; SCORZA, 2016). » Previne a formação de fibrose tecidual: por meio da remoção de proteínas do interstício. Favorece o retorno mais rápido da sensibilidade fina dos retalhos decolados em cirurgias (BORGES; SCORZA, 2016). A drenagem linfática influencia indiretamente: » Aumento da excreção de líquidos: a DLM favorece o escoamento de líquidos estagnados nos tecidos. » Melhora da nutrição celular: a drenagem linfática melhora a captação de oxigênio pelos tecidos, favorecendo a nutrição celular. » Melhora da oxigenação tecidual: a drenagem linfática diminui o edema, e assim facilita o aporte de sangue arterializado. » Desintoxicação dos tecidos intersticiais: a diminuição do líquido intersticial estagnado facilita a troca e o fornecimento de importantes substâncias ao organismo, promovendo assim, a renovação do líquido intersticial nos tecidos que sofreram influência da DLM. » Eliminação de ácido lático da musculatura esquelética: a DLM acelera o fluxo linfático, contribuindo com a excreção do ácido lático acumulado em músculos fadigados, diminuindo o tempo de dor (MAYALL et al, 2004). Indicações e contraindicações da DLM Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as indicações da DLM são: » tecidos edemaciados; » circulação sanguínea com retorno comprometido; » edema do período gestacional e pré-menstrual; 74 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS » pré e pós; » FEG. E as contraindicações: » infecções agudas; » flebites e tromboflebites; » neoplasias malignas ou com histórico inferior a 5 anos; » insuficiência cardíaca; » hipotensão arterial grave; » hipertireoidismo não tratado; » asma brônquica grave e não tratada; » febre. Estrias A estria é resultado da ruptura total das fibras elásticas da derme. É classificada como atrofia tegumentar adquirida, de apresentação linear, geralmente bilateralmente (MONDO; ROSAS, 2004). São mais comuns em adolescentes, do sexo feminino, e principalmente acometendo a região lombar e os glúteos (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Ocorre alterações nas fibras colágenas, na substância fundamental amorfa e nos fibroblastos (BORGES et al., 2008). A regeneração de uma lesão do tecido epitelial que é o caso das estrias se inicia logo a após o rompimento da conexão entre as células, sendo liberados no local, fatores quimiotáticos, que direcionarão a migração das células originárias do tecido vascular e conjuntivo (KITCHEN, 2003). Todo esse processo dependerá da idade do paciente, bem como a nutrição, uso de corticosteroides, presença de diabetes ou sofrendo influência do hormônio de crescimento. É dividido em três fases: inflamatória, proliferativa e remodelamento. Imediatamente após a lesão, inicia-se a fase inflamatória, na qual ocorrerá a fagocitose pelos neutrófilos das células mortas e macrófagos, formando assim o tecido de granulação. Essa fase dura de 24 a 48 horas, podendo se estender por 12 horas a mais 75 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III caso persista a irritação local. A lesão apresentará sinais flogísticos como calor, edema, rubor e dor. Na segunda fase chamada de proliferativa, ocorre um preenchimento da lesão pelos macrófagos, fibroblastos, angiogênese, tecido de granulação e células epiteliais. Tem duração de 3 dias a 3 semanas após a lesão. Nesse período, as fibras sofrem uma reorganização ao longo das linhas de tensão e ocorre maior deposição de colágeno aumentando a resistência das fibras à ruptura (LIMA; PRESSI, 2005). A fase de remodelação é marcada pela formação da cicatriz e finalização do processo. O tecido vai tomando aparência e forma normal, que normalmente ocorre ao final da terceira semana após a lesão. No caso da estria, forma-se uma cicatriz firme, resistente e não vascularizada, de comprimento e larguras variáveis (PRENTICE, 2004). Definição Estrias Atróficas: ruptura das fibras elásticas, localizadas na derme. Com esse rompimento fibrótico, gera-se uma atrofia tegumentar, linear, com um ou mais milímetros de largura (MONDO; ROSAS, 2004). Apresentam-se, geralmente perpendiculares às fendas da pele e se dispõem paralelamente em relação às outras estrias. Tendem a ser bilaterais (CAVALCANTI et al., 2007). A estria é caracterizada como atrofia, pois há uma diminuição do volume e número de células, deixando a pele mais delgada na região acometida e apresentando a separação das fibras colágenas. Apresenta-se em um local de elasticidade reduzida (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Figura 42. Estrias. Fonte: <https://flaviadefreitas.com.br/estrias/>. Acesso em: 16 de fev. de 2018. 76 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Incidência Tanto homens como mulheres são afetados, porém a incidência maior é no sexo feminino, sendo 2,5 vezes mais frequentes. A adolescência é o período no qual aparece o maior número das estrias. As regiões mais comumente acometidas são glúteos, coxas, mamas e região lombar, essa sendo mais comum no público masculino (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Além da fase da adolescência, outros fatores predispõem o aparecimento de estrias como obesidade, gestação, hipertrofia muscular rápida, uso de medicamentos esteroides, tumores suprarrenais, síndromes de Cushing e Marfan (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Etiologia Segundo White et al. (2007), a etiologia da estria ainda não está definida, mas são aceitas três teorias. Teoria mecânica Essa teoria relata que o aparecimento de uma estria está necessariamente relacionado a um estiramento mecânico da pele lesionando assim as fibras elásticas e colágenas do tecido. As fibras elásticas se separam em vários segmentos fibrilares e as fibras de colágenos se separam e se alargam. Logo, suas causas baseadas nessa teoria seriam um crescimento muito rápido durante a adolescência, uma grande deposição de gordura, uma hipertrofia muscular muito rápida ou uma distensão abdominal considerável, como nos casos de uma gestação (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Teoria endocrinológica É a teoria mais bem aceita atualmente. Adeptos dessa teoria acreditam que o aparecimento das estrias não está relacionado a uma patologia, e sim ao tipo de medicamento administrado a esse paciente. Conforme alguns autores, o hormônio esteroide está presente em todas as formas de aparecimento das estrias como na obesidade, na adolescência e na gravidez, onde o hormônio vai atuar especificamente sobre o fibroblasto (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Durante a gestação, até 95% das grávidas são acometidas com as estrias. Aparecem principalmente nos últimos três meses de gestação onde 77 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III as fibras elásticas se encontram no seu limite de resistência, também acometidas pelo aumento da atividade hormonal (VENTURA, 2003). Durante a adolescência, geralmente ocorre concomitantemente ao aparecimento das estrias, a presença de acne, aparecimento de pelos e desenvolvimento das mamas e genitais, caracterizando essa fase como de grande alteração hormonal (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Teoria infecciosa Alguns poucos autores acreditam que o surgimento das estrias ocorre por processos infecciosos que danificam as fibras elásticas (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Diagnóstico O diagnóstico das estrias é bastante simples, pois nenhuma lesão de pele se apresenta como ela. Podem apresentar a cor vermelha ou arroxeada, demonstrando que é uma lesão recente ou esbranquiçada, no caso de uma lesão já cicatrizada. Figura 43. Estrias brancas e estrias vermelhas. Fonte: <https://www.tudosobrepele.com/diferencas-entre-estrias-brancas-e-estrias-vermelhas/>.Acesso em: 15 de fev. 2018. Tratamento Segundo Guirro e Guirro (2004), os autores são unânimes em considerá-las como sequela irreversível; esta resistência está embasada no próprio exame histológico da estria, que apresenta diminuição no número e no volume dos elementos da pele, e o rompimento de fibras elásticas. Observa-se ainda que a epiderme é mais fina, com diminuição de espessura também na derme, as fibras colágenas estão separadas entre si, e no centro da lesão não há muitas fibras elásticas, ao contrário da periferia onde aparecem onduladas e agrupadas, como um elástico quando arrebenta. Contudo, técnicas inovadoras vêm sendo discutidas e demonstram resultados excelentes, como a carboxiterapia, a endermoterapia, uso de ácidos, microagulhamento, lasers. 78 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Algumas empresas específicas estão desenvolvendo protocolos de alta tecnologia na área cosmética com bons resultados também. Porém, essa disciplina visa disponibilizar apenas técnicas manuais. Todas as técnicas visam a revascularização da estria e consequentemente, uma reestruturação do colágeno. » Massagem: a massagem tem sido utilizada no tratamento de estrias atróficas (brancas), com o objetivo de melhor absorção de princípios ativos. A massagem não apresenta resultados cientificamente comprovados, pois a lesão está na derme e não tem a capacidade de regeneração do tecido com essa técnica. A indicação da massagem para o tratamento das estrias está condicionada a maiores investigações, principalmente sob o ponto de vista da capacidade de estimular a regeneração dérmica. » Esse recurso pode ser utilizado associado a outras técnicas, melhorando a circulação, a penetração de produtos, mas não de forma isolada (GUIRRO; GUIRRO, 2004). » Microagulhamento ou terapia de indução do colágeno: a técnica de microagulhamento surgiu recentemente, quando alguns aparelhos foram desenvolvidos para provocar traumas mecânicos. Os aparelhos mais conhecidos são o Dermaroller e o Magic Roller. Estes dispositivos possuem diversas pequenas agulhas que variam de 0,5 a 1,5 mm para uso em consultório. Agulhas de 2,0 a 2,5 mm somente alguns profissionais da saúde – 3,0mm uso cirúrgico. Figura. 44. Medidas das agulhas e profundidade atingida. Camada Córnea Derme Epiderme 0,20mm 0,25mm 0,30mm 0,50mm 0,75mm 1,0mm 1,5mm 2,0mm 2,5mm 3,0mm Fonte: <https://www.dermaloja.com/dermaroller-indicacoes-e-qual-tamanho-de-agulha-usar/>. Acesso em: 3 de mar. 2018. A técnica de microagulhamento faz a utilização de um pequeno rolo, também chamado de roller, cravejado de pequenas agulhas, dispostas paralelamente e em diversas fileiras. 79 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III O objetivo do tratamento é induzir, através das lesões por perfurações, a produção do colágeno e aumentar a permeabilidade de princípios ativos. Ao passar o roller sobre a pele, são produzidos microfuros nas camadas mais externas da pele, a epiderme e a derme superficial. A aplicação da técnica deve ser feita a cada 21 dias, aproximadamente, respeitando assim a síntese do colágeno (WULKAN, 2014). O microagulhamento é também conhecido por técnica de indução percutânea do colágeno, pois aumenta a proliferação dos fibroblastos e consequentemente, a deposição de colágeno. Esse efeito pode perdurar durante alguns meses após a lesão (FERNANDES, 2006). O período que os poros permanecem abertos ainda é controverso. Estudos sugerem que o fechamento aconteça entre 10 a 15 minutos após o procedimento (FERNANDES, 2006). Pode-se utilizar, associado à técnica de microagulhamento, princípios ativos como fatores de crescimento, vitamina C etc. Os fatores de crescimento atuam em vários processos fisiológicos, principalmente no processo de cicatrização, promovendo a proliferação do tecido dérmico com a reepitelização das estruturas desorganizadas do colágeno tipo III e elastina por moléculas mais resistentes e estruturadas. Estudos afirmam que algumas moléculas proteicas podem funcionar sinergicamente com os antioxidantes (METHA; FITZPATRICK, 2007). Não se deve aplicar protetor solar após a aplicação do roller. Indica-se esperar, no mínimo 4 horas para fazer seu uso, uma vez que os microfuros causados pela técnica ainda estarão abertos (EVA et al. 2013). Aplicação do microagulhamento: por conta do aumento da permeabilidade, todo o material utilizado (luvas, gaze, roller) deve ser estéril, prevenindo assim a entrada indesejada de microrganismos, impurezas etc. A técnica é geralmente bem tolerada pelos pacientes, porém aos mais sensíveis, podemos recomendar o uso de um anestésico tópico, sendo retirado completamente antes da aplicação do roller. A aplicação do roller sobre a pele deve exercer umaligeira pressão, apenas garantindo que as haja a penetração efetiva das agulhas, principalmente na região das bochechas e nos tratamentos corporais. Dessa forma, garantimos que não haverão danos à outras estruturas presentes no tegumento. O ideal é que, para afecções mais profundas, sejam utilizadas agulhas mais longas e não que a pressão no roller seja mais intensa. 80 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS A forma mais adequada da manipulação do roller, é segurá-lo com um hashi, facilitando os movimentos de vai e vem sobre a pele (BORGES; SCORZA, 2016). Recomenda-se que o roller seja passado rapidamente, de 4 a 6 vezes, em cada direção, resultando assim, cerca de 250 a 300 microfuros por cm². A passagem rápida e curta do roller possibilita um menor desconforto ao paciente. As direções indicadas à aplicação da técnica estão na figura a seguir (BORGES; SCORZA, 2016). Figura 45. Aplicação da técnica de microagulhamento. Fonte: <https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/microagulhamento//>. Acesso em: 3 de mar. 2018. Indicações e vantagens do microagulhamento: » estrias vermelhas e brancas; » flacidez tissular; » rugas superficiais e profundas; » cicatrizes atróficas, como as marcas de acne; » aumentar a permeabilidade dos princípios ativos em até 200%; » baixo custo; » baixo tempo de recuperação e efeitos adversos; » pode ser utilizado em fototipos altos (BORGES; SCORZA, 2016). Contraindicações e desvantagens do microagulhamento: » cicatrizes hipertróficas, queloides; » acne ativa; » doença vascular; » diabetes; 81 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III » uso de anticoagulantes; » câncer de pele; » ceratose solar; » verrugas; » infecção cutânea; » gestação; » herpes ativa; » rosácea; » pele queimada de sol; » uso de isotretinoína e ácidos em alta concentração; » maior permeabilidade de micro-organismos; » Dolorimento na aplicação (FERNANDES, 2006). 82 CAPÍTULO 3 Outras terapias A gama de tratamentos estéticos cresce a cada dia. Novos princípios ativos, novas técnicas surgem a todo momento. A seguir, listamos algumas técnicas amplamente utilizadas em consultórios. » Massagens: nos capítulos anteriores já citamos algumas técnicas de massagem como a modeladora, a DLM, a turbinada etc. Além delas, temos: » Shiatsu: originalmente chinesa, consiste em uma técnica manual profunda e tem como objetivos principais a melhora da circulação energética entre os meridianos, além do relaxamento e a promoção do bem-estar geral (STEVENSEN,1997). Pode-se empregá-la para o tratamento da insônia e ansiedade, dores musculares, cólicas menstruais, enxaquecas etc. (VIVEIROS, 2016). Em sua aplicação, são pressionados pontos energéticos específicos, localizados em toda a extensão dos meridianos e nas mãos e pés (PEREIRA, 2000). » Ayurvédica: entre as ciências de saúde, a ayurvédica é a mais antiga que se tem conhecimento, beirando 5 mil anos de existência. São variadas as áreas de aplicação e a massagem é uma delas. A massagem é realizada sempre no chão e o profissional faz uso de suas mãos, cotovelos e pés durante a aplicação. Os objetivos da técnica são o relaxamento muscular, melhora da qualidade do sono, diminuição de dores osteomusculares etc.(VIVEIROS, 2017). » Desportiva: técnica indicada para praticantes de atividades físicas constantes, atuando nos principais grupos musculares solicitados na prática esportiva. Dentre os benefícios, estão o relaxamento da muscular e estimulação circulatória, e consequentemente, a melhora da oxigenação das células. Com isso, o atleta é capaz de recuperar seus grupos musculares mais rapidamente, bem como o vigor físico. » Massagem relaxante: a massagem relaxante consiste em um conjunto de manobras que promovem o relaxamento da musculatura, bem como alivia a tensão facial. 83 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III É indicada para diminuir tensões musculares, promover o bem-estar físico e mental, além auxiliar nos tratamentos contra a enxaqueca tensional. Guirro e Guirro (2004), descrevem as principais manobras de massagem relaxante: - Deslizamento: Consiste em deslizar as mãos sobre a superfície do corpo, com diferentes pressões: suaves, médias e profundas. Nas direções longitudinal, transverso e oblíquo. O deslizamento SUAVE age na epiderme, sensibilizando terminações nervosas, removendo a camada epitelial, com ação calmante e despertando a consciência corporal. O deslizamento Médio age na derme e hipoderme, age sobre a elasticidade da pele, desfaz aderências, estimula a circulação sanguínea e linfática, aumentando assim a oxigenação e nutrição dos tecidos. - Amassamento: É um conjunto de manobras de deslocamento, pressionando e comprimindo toda a superfície das mãos sobre os músculos. O amassamento tem ação fisiológica de atuar sobre tecidos epitelial, nervoso, sanguíneo, linfático, adiposo, glandular, contribui no fortalecimento do retorno venoso, desintoxicando fibras musculares através de maior nutrição celular. É possível usar o amassamento em todos os tipos de massagem por ser considerada uma das manobras mais completas. O amassamento dever ser aplicado de forma não profunda para evitar provocar irritação na pele. É indicada a aplicação em casos de atrofia muscular e em tecidos flácidos no abdome, glúteos, e regiões da coluna vertebral dorsal e lombar. - Fricção: A manobra de fricção consiste no deslizamento das mãos sobre a superfície do corpo em movimentos circulares, rápidos, curtos e alternados. A fricção produz calor local, e sua força deve iniciar suave podendo chegar à forte, sem deixar de ser harmonioso. Pode ser usado em todo o corpo. Quando aplicado na cabeça, usa-se a polpa dos dedos, friccionando o couro cabeludo e face. - Pinçamento: Consiste em movimentos dos dedos para espremer e pinçar músculos e ligamentos, utilizando dois, três ou cinco dedos. É indicado para estimular a circulação sanguínea, ativar músculos, manipular aderências e estimulando a circulação sanguínea e a flacidez (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 84 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS O pinçamento Simples: Prende a pele na ponta dos dedos, estica ao máximo sua elasticidade e solta, desfazendo aderências e estimulando a circulação sanguínea. O pinçamento Rolante: Prende a pele na ponta dos dedos e faz-se um movimento rolante em linhas retas. Este tipo de pinçamento também tem ação fisiológica de desfazer aderências além de ser usada nas algias. O pinçamento pode ser aplicado nos membros superiores, membros inferiores, glúteos, pescoço, abdome e regiões da coluna vertebral lombar, dorsal e cervical. Vibração: Esta manobra é aplicada com a palma das mãos pressionando a pele, com força intensa. Tem efeito calmante, analgésico e antiespasmódico, atuando sobre terminações nervosas e ativando a circulação (GUIRRO; GUIRRO, 2004). » Quick Massage: é uma técnica de massagem realizada em uma cadeira, especialmente projetada para essa finalidade, onde a pessoa fica em uma posição confortável e relaxante, proporcionado logo no primeiro atendimento, o alívio imediato de dores musculares das regiões cervical, dorsal, lombar e membros superiores e das tensões e cansaço do dia a dia (VIVIEROS, 2016). » Massagem com pedras quentes: consiste em realizar manobras, similares as da massagem clássica, utilizando-se de pedras achatadas e lisas são aquecidas a uma temperatura agradável ao corpo. Além das manobras, as pedras aquecidas são posteriormente colocadas sobre pontos específicos do corpo, como costas, palmas das mãos e entre os dedos dos pés. O profissional também pode deslizar algumas pedras sobre determinadas áreas do corpo do paciente. Essa técnica já era descrita em tempos antigos, mas só em 1993, quando Mary Nelson, terapeuta do Arizona nos Estados Unidos introduziu a técnica de massagem chamada LaStone que o uso de pedras quentes é que a mesma se difundiu no mundo da estética e bem-estar (VIVEIROS, 2016). As pedras utilizadas são geralmente feitas de basalto, um tipo de rocha rica em ferro o que a faz manter a temperatura. Também são utilizadas pedras de rios e riachos, pois são lisas devido à ação das correntes de água. As pedras são imersas em água quente dentro de um aquecedor próprio até que atinjam a temperatura correta para o tratamento. 85 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III O calor propicia o relaxamento os músculos permitindo ao profissional aplicar pressão mais profunda, se desejado. A temperatura elevada das pedras quentes favorece a circulação e tem efeito calmante sobre sistema nervoso central. Os profissionais que atuam com terapias energéticas como o reike colocam as pedras sobre os ponto energéticos do corpo, que favorecem que a energia destes pontos seja melhor distribuída, balanceando assim a energia do corpo e da mente. A maioria das pessoas consegue atingir um grau maior de relaxamento devido ao calor das pedras. A técnica também é indicada para pessoas com alto grau de tensão muscular que preferem uma massagem mais suave. As pessoas também procuram a massagem com pedras quentes como complemento de tratamento para os seguintes problemas: › Dores nas costas; má circulação; osteoartrite e dor nas articulações; estresse; ansiedade; tensão muscular; insônia; depressão. › Alguns cuidados com a aplicação dessa técnica devem ser tomados, como: pessoas com doenças de pele infecciosas, rash ou feridas abertas. › Imediatamente após cirurgias. › Imediatamente após sessões de quimioterapia ou radioterapia, a menos que seja recomendado por seu médico. › Pacientes com distúrbios coagulatórios. › Massagem nunca deve ser feita sobre contusões, pele inflamada, feridas não curadas, tumores, hérnia abdominal e áreas com fraturas recentes (VIVEIROS, 2016). Figura 46. Conjunto da técnica de pedras quentes. Fonte: <https://www.bestmassage.pt/>. Acesso em: 15 de fev. 2018. 86 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS » Massagem com pindas: pindas são pequenos sacos, normalmente de linho, onde são acondicionadas ervas aromáticas e sal marinho. Na massagem, as pindas são aquecidas previamente e assim, liberam o aroma e as propriedades da erva escolhida. A massagem é realizada com as pindas no corpo todo e podem também serem posicionadas nos chacras. As pindas devem ser individuais a cada cliente e as ervas selecionadas de acordo com o benefício fitoterápico escolhido (VIVEIROS, 2016). As ervas contidas nas pindas, são: › Lavanda: sedativo, hidratante, cicatrizante e regenerador celular. › Camomila: calmante, age nas dores musculares, bactericida, cicatrizante. › Jasmim: combate as dores da cólica e atua no emocional, como depressão, nervosismo e perturbações. › Flor de laranjeira: desintoxica o organismo, reduz a depressão, estresse, tensão. Na estética, existem os óleos essenciais cítricos que ajudam a queimar a gordura localizada e na prevenção da celulite. › Capim-limão: relaxante, ajuda na dificuldade de concentração, enxaqueca. › Canela: antisséptico, combate dores do reumatismo, melhora a circulação sanguínea, é estimulante e antidepressivo. › Alecrim: combate as dores de cabeça e musculares, trabalha na dermatite seborreica. › Artemísia: ervamedicinal com o poder de reduzir cólicas menstruais e dores abdominais. › Eucalipto: antisséptico, estimula a concentração e atua no sistema respiratório › Sal marinho: recomendado para tratamentos de flacidez e celulite na estética. Nas pindas, são utilizados porque o sal é um condutor de calor e alivia as dores musculares e fadiga (VOLKER; WEISS, 2010). Suas indicações são: stress, depressão, relaxamento muscular, dores musculares, problemas respiratórios, dor de cabeça, melhora a circulação. Contraindicações: cistite na fase aguda, gravidez, infecções agudas e ferimentos na pele (VIVEIRO, 2016). 87 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III Figura 47. Pindas. Fonte: <http://www.blogmagiacosmeticos.com.br/2017/10/massagem-com-pindas-chinesas.html>. Acesso em: 15 de fev. 2018. » Talassoterapia: a talassoterapia é o uso da água e do ambiente marinho com objetivos preventivos e terapêuticos, utilizando-se também do clima, da maresia, raios solares, aerossóis e banhos de água salina (ANDRADE, 2008; BONFADA et al.,2011; EDER, 2003). Silva e Barreira, em 1994, descreveram a talassoterapia: A talassoterapia é um conjunto de tratamentos onde se usam todos os recursos e benefícios que o mar oferece. Banhos de mar em piscinas aquecidas com água salgada, massagens corporais utilizando algas e lama marinha, vários tipos de duchas, banheiras com hidromassagem, e caminhadas à beira-mar fazem parte das práticas para o aproveitamento do potencial energético dos oceanos. Para desenvolver estes processos constroem-se Centros de Talassoterapia, locais com estrutura física semelhante à de uma academia ou de um “SPA”, e que necessitam do suporte de um hotel conjugado, ou bem próximo, para que seja proporcionado ao cliente hospedagem e alimentação correta. Em termos brasileiros dir-se-ia um “SPA” marinho. Embora existam no Brasil mais de 7.000 km. de costas há apenas um local com talassoterapia (SILVA; BARREIRA,1994) Os tratamentos são escolhidos de acordo com as indicações, que podem ser para: rejuvenescimento e boa forma física, depressão, emagrecimento, prevenção cardiovascular, reeducação funcional, esgotamento físico ou nervoso (stress), obesidade, desnutrição, reumatologia e dermatologia. » Apesar da extensa costa brasileira, a talassoterapia é muito difundida na Europa, sendo a França o país líder nesse tipo de terapia. 88 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS » Gomagem corporal: o termo gomagem significa esfoliação, afinamento e emoliência da camada córnea da epiderme, com eliminação das células mortas, ativando a renovação celular e facilitando a receptividade do tecido aos princípios ativos aplicados à pele (SANCHES; PEREIRA; CARVALHO, 1998). Diversas marcas disponibilizam produtos específicos para essa terapia. Os autores defendem que todo tratamento deve-se iniciar pela gomagem. › Indicações: início de tratamentos estéticos; pré-bronzeamento artificial ou natural; hidratação corporal; banho de noiva; pós-verão para um bronzeado mais homogêneo; pré e pós-utilização de autobronzeadores; pré ou pós-depilação para evitar foliculite. › Contraindicações: peles extremamente sensíveis; dermatites e dermatoses; acne em fase inflamatória; infecções tópicas. » Crioterapia: para os tratamentos de lipodistrofia ou FEG é necessário que se promova a lise dos trigliceróis, liberando assim, os ácidos graxos e o glicerol. O ácido graxo e o glicerol serão utilizados como fonte energética, reduzindo o volume do adipócito. Uma das maneiras de promover a lise é por meio da termorregulação, obtida por processos intrínsecos, objetivando a manutenção da temperatura interna corporal, entre 36,4 e 37ºC (DREHER; SIGNORI, 2003). Uma série de impulsos nervosos é enviada ao hipotálamo quando o corpo é submetido a baixas temperaturas, provendo assim, reações para conservar e produzir calor. Para manutenção da temperatura, há uma ativação do sistema nervoso simpático (SNS), estimulando a vasoconstrição e a piloereção. Além disso, há um aumento metabólico e calafrios para produção de calor (SILVERTHORN, 2003; GUYTON; HALL, 2006). O uso da crioterapia baseia-se no aumento do metabolismo para obter a redução de medidas. Baixando a temperatura corporal cutânea, o organismo vê-se obrigado a aumentar a produção de calor, aumentando assim sua taxa metabólica e para isso faz uso da reserva energética armazenada nos adipócitos (BARCELAR et al., 2005; PICOLINI et al., 2009; CIPORKIN; PASCHOAL, 1992; DEVLIN, 2007). Apesar de ser muito difundida no meio estético, a técnica de crioterapia não possui muitas comprovações científicas. 89 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III A base dos tratamentos da crioterapia faz uso de cosméticos à base de cânfora e mentol. Além disso, temos disponíveis no mercado aparelhos altamente tecnológicos como a criolipólise e a criofrequência. » SPA de pés e mãos: realizados com o objetivo de remoção das células mortas e hidratação. São ótimas alternativas para agregar valor a outras terapias. Geralmente, nos protocolos para SPA dos pés, coloca-se o cliente sentado confortavelmente, com os pés em algum recipiente com água morna para quente, favorecendo o relaxamento e o amolecimento cutâneo. Nesse recipiente, podem ser adicionados óleos essenciais, escolhidos de acordo com a necessidade individual. Na medicina chinesa um dos conceitos básicos de saúde é: cabeça fria e pés quentes. O escalda-pés, ajuda a desbloquear o excesso de energia estagnada na cabeça, pescoço e ombros, ajudando na liberação das toxinas. Ele relaxa e diminui o estresse, por isso, é muito indicado para dores de cabeça em geral e para garantir qualidade de sono. Após, em média, 15 minutos de imersão, utilizar uma toalha para secar os pés e em seguida, realizar a esfoliação e a hidratação. A hidratação pode se associada a uma massagem podal, até a absorção do creme. Para SPA das mãos, os protocolos descrevem apenas o uso do esfoliante e do cosmético hidratante. » Banho de lua: o banho de lua é uma técnica que consiste em clarear os pelos do corpo, seja para estética, disfarçá-los, como para destacar o bronzeado e ficar com a pele macia e hidratada. Use-as uma barreira física, geralmente oleosa como o óleo de amêndoas, para prevenir a irritação de pele durante o procedimento. Para a etapa de descoloração, é feita uma mistura de água oxigenada e pó descolorante, formando uma pasta espumosa, e aplicado na pele. O tempo de ação é de 10 a 20 minutos. Ao final desse período, retirar o excesso de produto com a espátula e remover com água em abundância o restante dos resíduos. Faça uma esfoliação no corpo inteiro com movimentos circulares e retire totalmente os grânulos do esfoliante. A esfoliação irá retirar as células 90 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS mortas e evitar possíveis pelos encravados deixando a pele mais receptiva à hidratação. No processo de hidratação é utilizada uma máscara nutritiva em todo corpo. É indicado envolver a cliente em filme PVC fazendo a oclusão. Para um melhor resultado, podemos utilizar uma fonte de calor como a manta térmica, por 20 minutos. Após isso, retirar o restante da máscara. » Tratamento para mamas: a melhor estratégia para um tratamento de lifting mamária é a associar princípios ativos firmadores com massagem estimulante, como a massofilaxia. O aspecto das mamas varia de acordo com fatores hereditários, além do peso da paciente e da fase da vida da mulher. Mulheres com sobrepeso, obesas ou multíparas tendem a ter as mamas mais flácidas e pendulares. Qualquer tratamento para combater a flacidez tissular da mama, deve buscar a restauração do colágeno e da elastina; reduzir a atividade de enzimas degradantes; melhorar a comunicação da junção dermoepidérmica; promover efeito tensor; estimular a quantidade de fibroblastos e a sua produção de colágeno e elastina; propiciar a manutenção da integridade da matriz extracelular (BORGES, 2006). Os principais princípios ativosutilizados para combater a flacidez tissular são: › Densiskin: atua na matriz extracelular, estimulando a produção de colágeno, elastina e glicosaminoglicanas. Auxilia na reestruturação da membrana celular e tem ação inibidora de proteínas degradantes. › Rafermine: extraído do extrato hidrolisado da soja, tem a capacidade de fortalecer a estrutura molecular da derme, aumentando a firmeza e a tonicidade; e estimula os fibroblastos a retrair e inibir a degradação das fibras de colágeno e elastina. › Dimetilaminoetanol acetoamidobenzoato (DMAE): nutriente natural encontrado em peixes marinhos. Há a possibilidade do DMAE agir como precursor da colina (componente vitamínico do complexo B), aumentando a síntese do neurotransmissor acetilcolina, estimulando os músculos da face, melhorando o tônus da pele (BORGES; SCORZA, 2016). » Argiloterapia: são compostas por materiais que contêm em sua composição partículas cristalinas e grânulos muito finos. De origem terrosa, são 91 CONDUTAS ESTÉTICAS │ UNIDADE III formadas principalmente por silicatos hidratados de alumínio, ferro, magnésio, e entre outros elementos que podem ou não conter matérias de origem orgânica e sais solúveis (SANTOS,1989; VIEIRA, 2003; BONOTTO, 2009). Entre as diversas características, as argilas possuem ações terapêuticas que são: antisséptica, analgésica, desintoxicante, mineralizante, equilibradora térmica e energética, anti-inflamatória, bactericida e cicatrizante, diante deste contexto, destacam-se as diversas cores de argilas e seus respectivos benefícios terapêuticos. Podem ser classificadas pela sua composição mineralógica ou pela forma como estão distribuídos os seus grânulos. Esses fatores são essenciais para identificar as propriedades físico- químicas que cada argila possui (SANTOS, 1975; ZAGUE et al.,2007). Cada argila possui sua particularidade no que se diz respeito aos fins terapêuticos, as cores são fatores contribuintes para esta diferenciação. Para a utilização da argila correta depende da avaliação de um(a) profissional a que indicará a cor correta a ser utilizada, bem como a necessidade de utilizar- se sinergias para o objetivo do tratamento (MEDEIROS, 2013). › Argila vermelha: possui grande concentração de silício, ferro e oligoelementos. Regula a microcirculação cutânea e é recomendada para peles sensíveis e avermelhadas. Efeitos: regulador e tensor. (HENKE, 2012; GOPINATH et al., 2003; SAMPAIO, 2008; STARIOLO, 2009). › Argila verde: rica em silício e diversos oligoelementos. Tem ação descongestionante intersticial e é esfoliante suave. Faz a desintoxicação e regula a produção de sebo Efeitos: desintoxicante e adstringente (PERETTO, 1999). › Argila branca: apresenta alta concentração de silício e alumínio e diversos oligoelementos. Atua na melhora da oxigenação das áreas congestionadas, além de uniformizar a pele pela esfoliação suave e regula a queratinização. Efeito: revitalizador; (MEDEIROS, 2013). › Argila preta: é rara e possui elevado teor de silício, alumínio e titânio e outros oligoelementos. Tem efeito ativador da circulação, adstringente além de favorecer a renovação celular. Efeitos: anti-inflamatório, cicatrizante, tensor e desintoxicante. (BONDS, 1999). » Banho de chocolate: indicado para peles desvitalizadas e desidratadas, pode ser utilizado tanto na face, como no corpo. 92 UNIDADE III │ CONDUTAS ESTÉTICAS Na face, peles oleosas, acneicas ou com algum tipo de lesão são contraindicadas para esse tratamento. A chocolaterapia pode contribuir com minerais e oligoelementos: cálcio, ferro, magnésio, fósforo, e vitaminas: A, B, e várias do grupo B. Os nutrientes penetram na nossa pele pelos banhos, massagens com óleos ou mousse ao chocolate, e cremes com extrato de cacau. » Vinhoterapia: segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, os produtos à base de vinho são antioxidantes e combatem radicais livres. Geralmente, são de uso local (cremes, pomadas) que penetram na pele. Portanto, a eficácia só aparece com o uso tópico do produto. Além dos cremes, o tratamento pode ser feito através da imersão em uma banheira com jatos com produtos à base de uvas, algumas clínicas de estética também fazem uma esfoliação para remoção de células mortas, bandagens com vinho tinto quente e sais termodinamizantes por 30 minutos para aquecimento local e penetração dos princípios ativos. Os benefícios da vinhoterapia se dão graças aos polifenóis contidos nas uvas, componente esse presente nos produtos usados nos tratamento. 93 UNIDADE IVGESTANTES CAPÍTULO 1 Cuidados especiais para gestantes Diversas alterações ocorrem no corpo feminino durante o período gestacional, envolvendo diversos sistemas. Essas diferenças ocorrem de forma a responder ao aumento da sobrecarga fisiológica e se inicia nas primeiras semanas de gravidez e perdurando até o nascimento do bebê. Além das alterações corporais, as gestantes também apresentam alterações emocionais e psicológicas (ZIEGEL; CRANLEY, 1985). A maior parte dessas modificações ocorre pelas alterações hormonais e mecânicas. Na questão hormonal, temos o aumento do estrógeno, da progesterona, do beta HCG, prolactina, dentre outros (ALVES; VARELLA; NOGUEIRA, 2005). Alterações do período gravídico Alterações tegumentares Segundo Carneiro e Azulay-Abulafia (2005), as modificações cutâneas ocorrem devido a maior atividade glandular, e de forma particular pela maior produção de hormônios esteroides, refletindo-se nas seguintes manifestações: » Estrias: costumam se desenvolver a partir do meio da gestação por conta da distensão abdominal e ganho de peso. Os locais mais comuns são abdome, coxas e mamas. São denominadas de estrias gravídicas. Osman et al. (2007), relataram o aparecimento de estrias em 48% das gestantes avaliadas em um estudo. O histórico familiar está relacionado com o aparecimento das estrias. » Hiperpigmentação: ocorre em até 90% das grávidas. Geralmente é mais acentuada em pele com fototipos mais altos. (MUALLEM, 2006). A linha 94 UNIDADE IV │ GESTANTES média do abdome ou linha alba, fica especialmente pigmentada, recebendo o nome de linha nigra. Algumas machas amarronzadas de tamanhos variáveis podem surgir na face e no pescoço. São denominadas de cloasmas ou melasma gravídico, popularmente chamado de máscara da gravidez. A pigmentação das aréolas e genitália também poderá estar acentuada. A tendência é que essas alterações pigmentares regridam quase que completamente após o parto (SHETH, 2011). A etiologia dessas alterações é quase desconhecida. Entretanto, os níveis do hormônio estimulados de melanócitos, um polipeptídio semelhante à corticotrofina, encontram-se muito elevados ao longo da gravidez. Também há relatos de que o estrogênio e a progesterona tem efeito estimulante de melanócitos. Alterações vasculares Angiomas, popularmente chamadas de aranhas vasculares, são desenvolvidos em mais de 50% das grávidas. Comumente encontrados na face, pescoço, tórax e braços. Além disso, o aumento do fluxo sanguíneo nas gestantes serve para dissipar o excesso de calor gerado pelo aumento do metabolismo (CUNNINGHAM et al., 2016). Varicosidades acometem mais de 40% das gestantes, sendo mais comuns nas pernas e na região anal. Geralmente aparecem após a segunda metade da gestação, e estão influenciadas pela dificuldade do retorno venoso ao coração. Alterações como a vasodilatação periférica induzida pelos hormônios, ganho de peso exagerado, compressão do útero gravídico e, sobretudo os aspectos constitucionais genéticos da gestante estão relacionados. Tendem a regredir no pós-parto (BARACHO, 2007). Alterações metabólicas Ainda considerando a alteração hormonal (principalmente do estrogênio) existem evidências de sua relação com o agravamento do fibroedema geloide na grávida (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Também se faz necessário ressaltar que durante a gravidez e na puberdade há uma maior incidência de cicatrizes hipertróficas e queloideanas.Provavelmente pela teoria hormonal. O ganho de peso está associado à distensão uterina e seus conteúdos, além do volume mamário e do aumento do fluído intersticial. Outras alterações como o aumento da água intracelular e a deposição de gordura e proteína, que constituem a reserva 95 GESTANTES │ UNIDADE IV materna, também são responsáveis pelo aumento ponderal. A média de ganho é de 11 kg e acontece principalmente do final do segundo trimestre até o nascimento (SOARES; FORTUNATO; MOREIRA, 2002). Há também um aumento da pressão venosa dos membros inferiores, provocada pelo aumento da pressão intra-abdominal, o que dificulta a circulação das principais veias abdominais e pélvicas. Esse aumento de pressão ocorre principalmente em decúbito dorsal, no ortostatismo e na posição sentada. Essa pressão tende a diminuir quando a gestante é colocada em decúbito lateral, sendo frequentemente mobilizada e excretada (SOARES; FORTUNATO; MOREIRA, 2002). Alterações posturais Na gestação, as principais alterações posturais acontecem entre o primeiro e terceiro trimestre. A lordose lombar pode aumentar significativamente, em até 6º e a anteversão pélvica, em aproximadamente 4º. Com isso, há uma diferença no centro gravitacional e assim, o aumento da cifose torácica e anteriorização da cabeça como forma de compensação. (FRANKLIN; CONNER-KERR, 1998). Com a acentuação da lordose lombar, os músculos paravertebrais aumentam sua contratibilidade, podendo causar um quadro álgico. Essas alterações podem se apresentar de forma mais ou menos acentuada, baseado em alguns fatores como força muscular, mobilidade articular, fadiga e hábitos posturais anteriores à gestação. Apesar de ser algo individual, a grande maioria assume o aumento da lordose lombar e cifose torácica (POLDEN; MANTLE, 2002). Figura 48. Alterações posturais na gestação. Fonte: <http://www.rpgsouchard.com.br/pacientes/postura-gravidez/>. Acesso em: 10 de dez. 2017. 96 CAPÍTULO 2 Recursos terapêuticos estéticos para gestantes Dentre os recursos estéticos utilizados no período gestacional estão: » Peeling químico: muitos profissionais não são favoráveis ao uso de ácidos principalmente na face das gestantes. Figueiró, Figueiró e Coelho (2008), afirmam que não há relato de contraindicação, até porque é apenas no final do segundo trimestre da gestação que surgem as hiperpigmentações. Porém, algumas substâncias químicas não são indicadas neste período. Quando os produtos químicos são bem utilizados e de maneira correta, podem melhorar o aspecto da pele e prevenir as disfunções estéticas que estão por vir (FIGUEIRÓ; FIGUEIRÓ; COELHO, 2008). » Peeling físico: Alam (2012), demonstra que a esfoliação mecânica é uma esfoliação superficial na pele e, sendo assim, pode seguramente ser utilizada em gestantes. » Limpeza de pele: a retirada manual ou mecânica dos comedões, sem o uso de substâncias ceratolíticas ou aparelhos elétricos, é considerada segura. Entretanto, alguns ácidos usados no processo de limpeza de pele possuem efeitos teratogênicos. (GONTIJO; GUALBERTO; MADUREIRA, 2010) » Alta frequência: recurso utilizado por seu efeito bactericida é o gerador de alta frequência. Com indicações principalmente na terapêutica facial, não só nos procedimentos de limpeza de pele, mas também nos procedimentos de hidratação e revitalização. Apesar do período gestacional com suas possíveis alterações cutâneas, justificar a utilização de recursos, a alta frequência é contraindicada principalmente nos três primeiros meses, pois influencia negativamente na formação do feto por ação das ondas eletromagnéticas emanadas pelo equipamento (BORGES, 2006). » Drenagem linfática: é o tratamento estético mais indicado para a gestante, pois atua diretamente na diminuição da retenção hídrica, reduzindo os edemas típicos do período gestacional. Alguns cuidados devem ser adotados como o controle da pressão arterial e o posicionamento em decúbito lateral esquerdo (FROES, 2013). 97 GESTANTES │ UNIDADE IV » Massagens: contribuem para o relaxamento geral, além da melhora de dores musculares decorrentes das alterações posturais (KEDE; SABATOCIVH, 2010). Cuidados especiais nas manobras de massagem Para que as técnicas de drenagem linfática ou até mesmo de outras modalidades de massoterapia em gestantes sejam seguras, alguns cuidados devem ser adotados como o monitoramento da pressão arterial, afinal a pressão das gestantes tende a ser mais baixa no início da gravidez e pode cair ainda mais, e rapidamente, com tratamentos que promovam o relaxamento. Além disso, o controle da pressão arterial deve ser obtido a fim de constatar um possível aumento da pressão relacionado ao acúmulo de líquidos. Caso a pressão arterial esteja muito fora do que é recomendado pela OMS, deve-se suspender as sessões e encaminhá-la ao médico responsável. Os cosméticos indicados são à base de água, apenas para promover o deslizamento (FIGUEIRÓ; COELHO, 2008). Outro cuidado é quanto ao posicionamento da gestante durante o atendimento, pois algumas delas ao deitar de decúbito dorsal, podem apresentar a síndrome da hipotensão supina, caracterizada por: tontura, sensação de desmaio, palidez, aumento da frequência cardíaca, sudorese e náusea. Esse quadro dá-se pela pressão exercida que o útero faz sobre a veia cava inferior e as grandes veias pélvicas, favorecendo um acúmulo sanguíneo em MMII e dificultando o retorno venoso ao coração, diminuindo o débito cardíaco e a pressão arterial. Para que isso seja evitado, pode-se adotar o decúbito lateral (principalmente o esquerdo), pois esse permite o alívio da obstrução das grandes veias abdominais, permitindo que o sangue acumulado nos membros inferiores retorne rapidamente à circulação sistêmica (CAMBIAGUI, 2001; ZIEGEL; CRANLEY, 1985). Além das alterações próprias da gestação e seus devidos cuidados, deve-se lembrar de que existem situações independentes ao período que contraindicam a realização de massagens e drenagens como: tumores; alterações circulatórias, como por exemplo, flebite, tromboflebite; inflamação aguda; patologias de pele, como, eczema, furúnculos; processos infecciosos; e fragilidade capilar. Gestantes que fazem uso de anticoagulantes apresentam maior fragilidade capilar com risco de trombocitopenia e hemorragias, situações que a DLM traria mais risco que benefícios (FONSECA et al. 2009; WALKIRIA, 2010). 98 UNIDADE IV │ GESTANTES Anamnese Com base em todas as alterações apresentadas, o profissional deverá desenvolver uma anamnese completa. Fatores como inspeção visual, aferição da pressão arterial, além de questionamento de hábitos de vida e medicamentos devem ser levados em consideração. 99 Referências BAGATIN, E.; ENOKIAHARA, M.Y.; SOUZA, P.K. 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