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No transtorno de pânico, o indivíduo experimenta ataques de pânico inesperados recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico ou alterações desadaptativas em seu comportamento devido aos ataques de pânico Um ataque de pânico é um período súbito de intenso medo ou apre- ensão que surge de forma abrupta e dura alguns minutos (SADOCK, SADOCK, RUIZ, 2016). Os ataques são normalmente inesperados e não estão associados a um estímulo situacional identificável, ou seja, o sujeito não identifica um fator desencadeante que seja visível para esse ataque. Nos ataques de pânico, ocorre uma descarga do sistema nervoso autônomo, e assim, apresentam sintomas como taquicardia, suor frio, tremores, dificuldade de respirar etc... Além disso, também apresentam despersonalização e desrealização (DALGALARRONDO, 2018) É importante destacar que, o ataque de pânico não é um transtorno mental, e pode ocorrer em outros transtornos mentais para além do grupo de ansiedade, como no TEPT ou no TOC. As crises são de início abrupto (e chegam ao seu pico em 5 a 10 minutos) e de curta duração (duram em geral 15 minutos, raramente mais de 1 hora) (DALGALAR- RONDO,2018). A característica essencial de um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante a qual ocorrem quatro ou mais sintomas Existem dois tipos característicos de ataques de pânico: esperado e inesperado. Os ataques de pânico esperados são os ataques para os quais existe um sinal ou desencadeante óbvio, como as situações em que eles geralmente ocorreram. Os ataques de pânico inesperados, são aqueles para os quais não há gatilho ou desencadeante óbvio no momento da ocorrência, como ocorrem no transtorno de pânico (Ex: quando em relaxamento ou durante o sono, como em um ataque de pânico noturno). (ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA et al., 2014) De acordo com Barlow (2016), existe um subconjunto de indivíduos com transtorno de pânico, que apresentam os ataques noturnos. O pânico noturno significa acordar em estado de pânico com sintomas muito semelhantes aos dos ataques de pânico em estados de vigília. Vale salientar, que não é acordar e entrar em pânico depois de algum tempo em vigília, ou decorrente de pesadelos, mas desper- tar abruptamente em estado de pânico, sem um fator que seja desencadeante e claro. Os ataques noturnos de pânico acontecem com mais frequência entre 1 e 3 horas após o início A diferença entre uma crise de ansiedade e de um ataque de pânico está na intensidade dos sintomas e na imprevisi- bilidade da ocorrência. Enquanto a crise de ansiedade tem as causas mais lógicas e concretas, como um desafio a ser enfrentado ou uma situação delicada que está para ocorrer, mesmo que não seja iminente; um ataque de pânico não tem uma hora nem motivo para começar e tem uma duração mais curta e abrupta, com sintomas que incluem falta de ar, tremores e uma sensação de que vai morrer. A crise de ansiedade por outro lado costuma possuir duração longa e que se intensifica com o tempo. Assim, esses ataques são distintos em função do início inesperado ou súbito e de sua curta duração, ao contrário do surgimento gradual da ansiedade ou de uma crise de ansiedade (BARLOW, 2016). O DSM V, explana que são então identificados, quando ocorre um surto abrupto de medo ou de desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) desses sintomas: 1. Palpitações, coração acelerado 2. Sudorese. 3. Tremores ou abalos. 4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 5. Sensações de asfixia. 6. Dor ou desconforto torácico. 7. Náusea ou desconforto abdominal. 8. Sensação de tontura, 9. Calafrios ou muito calor. 10. Parestesias 11. Desrealização ou despersonalização 12. Medo de perder o controle e enlouquecer 13. Medo de morrer. O diagnóstico de transtorno de pânico é dado em caso de ataques de pânico “inesperados” recorrentes, e seguidos de, pelo menos, um mês de uma preocupação persistente com a recorrência e apresentando várias consequências ou por uma grande mudança de comportamento, como resultado dos ataques (ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA et al., 2014). Barlow (2016), ainda pontua que, a característica definidora do transtorno não é apenas a presença de ataques de pânico, mas a ansiedade adicional com relação à ocorrência de pânico, bem como as suas consequências Sabendo que, esses ataques de pânico não são algo exclusivo dos transtornos de ansiedade ou apenas do transtorno de pânico, o fator que pode ajudar a diferenciar uma ansiedade generalizada com apresentação de ataques de pânico, ou uma ansiedade social que também apresenta essa característica, é compreender que, no transtorno de pânico, existe uma ansiedade adicional com o medo de uma nova ocorrência de ataques de pânico. Assim denomina-se o quadro caso sejam recorrentes, com um medo em ter novas crises, e preocupações com possíveis implicações da crise (DALGALARRONDO,2018) Barlow (2016), apresenta alguns exemplos para que possamos diferenciar o transtorno de pânico, de ou tros transtornos com apresentação de ataque de ataques de pânico. Mantenha em mente, que a ans iedade adicional em relação ao próprio ataque de pâ nico, é o que vai caracterizar esse transtorno. Se um paciente afirma que: “Eu penso muito no que vai acontecer com minha filha se eu ficar doente. Às vezes, meu coração começa a disparar, as minhas mãos suam e eu me sinto tonta e assustada.” Porém, ao ser questionada com: “Você se preocupa com voltar a sentir isso?” responde que sua preocupação não são essas sensações ou voltar a senti-las, mas o fato que relatou. Esse cenário ilustra a experiência do pânico que não é o foco central da ansiedade da pessoa. É mais provável que essa mulher tenha transtorno de ansiedade generalizada (BARLOW, 2016). A frequência e a gravidade dos ataques de pânico variam de forma considerável. Em termos de frequência dos ataques, podem haver ataques moderadamente frequentes (por exemplo, um por semana) durante meses, pequenos surtos de ataques mais frequentes (por exemplo todos os dias) separadas por semanas, meses sem ataques ou ataques menos frequentes (por exemplo dois por mês) durante muitos anos. Em termos de gravidade, os indivíduos podem ter ataques com sintomas completos (quatro ou mais sintomas) ou com sintomas limitados (menos de quatro sintomas) No entanto, é necessário mais de um ataque de pânico completo inesperado para o seu diagnóstico O transtorno de pânico geralmente tem seu início no fim da adoles- cência ou no início da vida adulta, ainda que possa ocorrer durante a infância, o início da adolescência e na meia-idade (SADOCK, SADOCK, RUIZ, 2016). Barlow (2016), afirma que embora esse transtorno seja raro antes dos 14 anos, uma quantidade relevante de adolescentes informa ter ataques de pânico e o transtorno de pânico em crianças e adolescentes tende a ser crônico e frequentemente comórbido com outros transtornos de ansiedade, humor e disruptivos. Além disso, é em geral crônico, com altos custos financeiros e também interpessoais Transtorno de pânico se refere aos ataques de pânico inesperados recorrentes, dessa forma, o termo recorrente significa literalmente mais de um ataque de pânico inesperado, já o termo inesperado se refere a um ataque no qual não existe um indício ou desencadeante óbvio no momento. Os critérios diagnósticos para transtorno de pânico da quinta edição do Manual diagnóstico estatístico de transtornos mentais, apresenta parao transtorno de pânico, quatro critérios (do A ao D), sendo os dois primeiros (A e B), relacionados especificamente aos ataques de pânico, e os demais relacionados as suas exclusões Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou um desconforto intenso que alcança um pico em minutos e ocorrem quatro (ou mais) dos sintomas: 1. Palpitações, coração acelerado 2. Sudorese. 3. Tremores ou abalos. 4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 5. Sensações de asfixia. 6. Dor ou desconforto torácico. 7. Náusea ou desconforto abdominal. 8. Sensação de tontura, 9. Calafrios ou muito calor. 10. Parestesias 11. Desrealização ou despersonalização 12. Medo de perder todo controle enlouquecer 13. Medo de morrer. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as características: 1. Apreensão persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre consequências (perder o controle, ter um ataque cardíaco, e “enlouquecer”). 2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques (p. ex., comportamentos que têm por finalidade evitar ter esses ataques de pânico, como a esquiva de exercícios sociais ou até mesmo das situações desconhecidas). ∕ O C, afirma que deve-se analisar se essa perturbação não é conseqüência dos efeitos psicológicos de uma substância ou outra condição médica. No D, a perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (os ataques de pânico não ocorrem apenas em situações sociais, como no transtorno ansiedade social; em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia específica; em resposta a obsessões, como no TOC.... Barlow (2016), apresenta que, as crenças de que os sintomas físicos de ansiedade são danosos, parecem ser especialmente relevantes ao transtorno e podem significar uma vulnerabilidade psicológica. Assim, supõe-se que essa sensibilidade à ansiedade confira um fator de risco para o transtorno de pânico, porque reativa o medo das sensações corporais. Sustentando essa ideia, a sensibilidade à ansiedade é preditora de desconforto subjetivo e sintomatologia descrita, e em resposta a procedimentos que induzam sensações físicas intensas (não é apenas a ansiedade) A agorafobia, é a evitação ou a persistente apreensão a respeito de situações das quais pode ser difícil escapar ou em que não há ajuda disponível em caso de um ataque de sintomas semelhantes ao pânico (BARLOW, 2016). A relação entre pânico e a agorafobia é complexa. Por um lado, nem todas as pessoas com transtorno de pânico ou que apresentam ataques de pânico desenvolvem a agorafobia, porém, para diferenciá-las, podemos compreender que o ataque de pânico, não tem um objeto claro, como a causa da ansiedade, ao contrário da Agorafobia que possui esse objeto O ataque com frequência começa com um período de 10 minutos com os sintomas rapidamente crescentes. Os principais sintomas mentais são medo extremo e uma sensação de morte e tragédia iminentes. Os pacientes em geral não podem designar a fonte de seu medo (SADOCK; SADOCK; RUIZ, 2016). O exame formal do estado mental durante um ataque pode revelar uma ruminação, dificuldade de fala (gagueira) e problemas de memória, além dos sintomas já mencionados, como as taquicardias e os tremores. Os sintomas de um ataque de pânico podem durar até 20 minutos ou chegar a uma hora em casos muito isolados e não ocorrentes não ocorrem: apenas como uma resposta a situações sociais temidas, como no transtorno de ansiedade social; ou em resposta a objetos ou situações fóbicas circunscritas, como ocorre na fobia específica; em resposta a obsessões, como no transtorno obsessivo-compulsivo; em resposta à evocação de eventos traumáticos, como no transtorno de estresse pós-traumático; em resposta à separação de figuras de apego, como no transtorno de ansiedade de separação. Nesses casos, e em outros semelhantes, a presença de um ataque de pânico deve ser anotada como sendo um especificador (com ataques de pânico) O transtorno de pânico raramente ocorre em contextos clínicos na ausência de uma outra psicopatologia. Sendo sua prevalência elevada em indivíduos com outros transtornos, sobretudo outros transtornos de ansiedade (e em especial agorafobia), depressão maior, transtorno bipolar e possivelmente transtorno leve por uso de álcool. Embora o transtorno de pânico ocorra sim, com frequência em uma idade mais precoce do que o(s) transtono(s) comórbido(s), às vezes pode se manifestar depois do transtorno comórbido e pode ser visto como um marcador para diagnóstico
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