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25/09/22, 21:05 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6750914/9b933bb0-59ae-11ea-a2a1-0242ac110039/ 1/8 Local: Sala 1 - Sala de Aula / Andar / Polo Duque de Caxias / POLO DUQUE DE CAXIAS - RJ Acadêmico: EAD-IL80071-20214A Aluno: GUILHERME MANSANO Avaliação: A2- Matrícula: 20201300154 Data: 25 de Novembro de 2021 - 08:00 Finalizado Correto Incorreto Anulada Discursiva Objetiva Total: 9,50/10,00 1 Código: 33361 - Enunciado: Lá vai verso!Quero também ser poeta,Bem pouco, ou nada me importaSe a minha veia é discretaSe a via que sigo é torta (F. X. de Novais) Alta noite, sentindo o meu bestunto Pejado, qual vulcão de flama ardente, Leve pluma empunhei, incontinente O fio das idéias fui traçando. As Ninfas invoquei para que vissem Do meu estro voraz o ardimento; E depois, revoando ao firmamento, Fossem do Vate o nome apregoando. Oh! Musa da Guiné, cor de azeviche, Estátua de granito denegrido, Ante quem o Leão se põe rendido, Despido do furor de atroz braveza; Empresta-me o cabaço d'urucungo, Ensina-me a brandir tua marimba, Inspira-me a ciência da candimba, As vias me conduz d'alta grandeza. [...]”. (SILVA, J. R. da. Luiz Gama e suas poesias satíricas. 2. ed. Rio de Janeiro: Cátedra; Brasília: INL, 1981. p. 110-112. Disponível em: <http://www.letras.ufmg.br/literafro/autores/11-textos-dos-autores/648-luiz-gama-la-vai-verso>. Acesso em :15 jan. 2019.) Com base na leitura das primeiras estrofes do poema Lá vai verso!, de Luiz Gama, pode-se inferir que: a) As origens africanas não poderiam ser trazidas para a superfície do plano de expressão, visto que se trataria de uma ascendência alheia aos princípios basilares da poesia. b) Luiz Gama defende um lugar de fala que se alia aos lugares de fala hegemônicos, de modo a imitar, sem questionamentos, os princípios da poesia herdada do Ocidente. c) O texto poético constitui-se como uma voz de resistência à dominação, visto que o eu poético busca uma representação literária que dialoga com as heranças africanas. d) O poema defende que, para ser reconhecido, seu autor deve seguir os princípios da poesia neoclássica de origem ocidental, com fervor e compromisso. e) O poeta não apresenta qualquer originalidade do ponto de vista formal e de conteúdo, pois a poesia colonial já defendia a originalidade da expressão lírica de origem afro-brasileira. Alternativa marcada: c) O texto poético constitui-se como uma voz de resistência à dominação, visto que o eu poético busca uma representação literária que dialoga com as heranças africanas. Justificativa: Resposta correta: O texto poético constitui-se como uma voz de resistência à dominação, visto que o eu poético busca uma representação literária que dialoga com as heranças africanas.O poema busca apresentar elementos da cultural afro-brasileira, permitindo o diálogo entre África, Brasil e Ocidente. Distratores:O poeta não apresenta qualquer originalidade do ponto de vista formal e de conteúdo, pois a poesia colonial já defendia a originalidade da expressão lírica de origem afro-brasileira. Errada, pois a poesia colonial, muito ligada ao legado português, não apresentava diálogo com a herança afro-brasileira.O poema defende que, para ser reconhecido, seu autor deve seguir os princípios da poesia neoclássica de 1,00/ 1,00 25/09/22, 21:05 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6750914/9b933bb0-59ae-11ea-a2a1-0242ac110039/ 2/8 origem ocidental, com fervor e compromisso. Errada, pois o poema, de linhagem romântica, não coloca a importância de se ligar aos princípios da poesia neoclássica.As origens africanas não poderiam ser trazidas para a superfície do plano de expressão, visto que se trataria de uma ascendência alheia aos princípios basilares da poesia. Errada, pois as origens africanas são apresentadas de fato, como percebemos por meio do léxico das línguas africanas.Luiz Gama defende um lugar de fala que se alia aos lugares de fala hegemônicos, de modo a imitar, sem questionamentos, os princípios da poesia herdada do Ocidente. Errada, pois Luiz Gama coloca-se como alguém que não repete os mecanismos da poesia ocidental, mas os recria. 2 Código: 33336 - Enunciado: “[...] O olhar romântico cobriu-a de nobreza, de virtudes brancas e aristocráticas, que pertenciam a outro imaginário. Mas a força do símbolo não conhece limites. Definida por Silviano Santiago como ʻo coração indômito de Pindorama ,̓ a índia sacrificada não deixa de ser também um protesto contra a marcha predatória da civilização ocidental. [...]”(MARQUES, I. O rastro do caracol: o dilema da identidade em Bernardo Carvalho. Teresa revista de Literatura Brasileira [10, 11], São Paulo, p. 239-240, 2010. Disponível em: <www.revistas.usp.br/teresa/article/download/>. Acesso em: 25 dez. 2018.) José de Alencar, apesar de seu conservadorismo do ponto de vista político, construiu literariamente personagens complexos, que viriam a se tornar paradigmáticos de vertentes estéticas da Literatura Brasileira, abertas à análise crítica e à reflexão.Nesse sentido, a apreciação acima, sobre uma importante protagonista, de autoria do crítico literário e professor universitário Ivan Marques, corresponde à seguinte obra do escritor romântico: a) Senhora (1875). b) Iracema (1865). c) Lucíola (1862). d) Encarnação (1893). e) A viuvinha (1857). Alternativa marcada: b) Iracema (1865). Justificativa: Resposta correta: Iracema (1865).O excerto, de autoria de Ivan Marques, identifica bem alguns elementos fundamentais da obra Iracema, de José de Alencar, como o fato de se tratar de uma indígena sacrificada diante do avanço da civilização, situando o embate entre o elemento autóctone e elemento português ou europeu. Distratores:A viuvinha (1857). Errada, pois o romance A viuvinha narra a história de Carolina e Jorge, ou Carlos, burgueses que vivem no meio urbano.Encarnação (1893). Errada, pois trata-se de um romance ambientado em centro urbano, discutindo valores partilhados pela família burguesa.Lucíola (1862). Errada, pois Lucíola, de final trágico, conta a história de uma “cortesã” endinheirada, bela e psicologicamente complexa. Senhora (1875). Errada, pois enfoca a trajetória de Aurélia, mulher independente, educada, rica, bonita e altiva. 0,50/ 0,50 3 Código: 33330 - Enunciado: [...] Meu amo é um alfaiate Gerado sobre um telhado, Na maior força do inverno Alcoviteiro dos gatos. É pardo rajado em preto, Ou preto embutido em pardo, Malhado, ou já malhadiço Do tempo em que fora escravo: Tão caçador das ourelas, Tão meador dos retalhos, Que com onças de retrós Brinca qual gato com ratos. 1,00/ 1,00 25/09/22, 21:05 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6750914/9b933bb0-59ae-11ea-a2a1-0242ac110039/ 3/8 E porque eu com dous fios joguei o sapateado, Houve de haver por tão pouco uma de todos os diabos. Estrugiu-me a puros gritos, E plantou-me no pedrado, de pelo cabo é cão, e eu fiquei gato por cabo. [...] (Romance, de Gregório de Matos. In: HANSEN, J. A.; MOREIRA, Marcelo (Org.) Gregório de Matos: Poemas atribuídos - Códice Asensio-Cunha. v. 3. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. p. 106.) O poema atribuído a Gregório de Matos satiriza ladrões da colônia, figurativizados como “gatos”. Diante disso, pode-se inferir, pela leitura de um trecho do poema longo, que “malhado” e “malhadiço” se conectam: a) À subalternidade de negros e mulatos, que era questionada pelo eu poemático, para quem a representação satírica era libertadora. b) Ao conteúdo política, social e moralmente condenável segundo a perspectiva da época, que reconhecia a igualdade entre os povos. c) À cor “malhada” ou mestiça do ponto de vista étnico, de modo que a mistura dos povos se liga ao universo de roubo e apropriação. d) Ao ato que oferece apenas ensejo para condenação dos costumes, dizendo respeito exclusivamente ao modo como animais são representados. e) À sátira,que não permite antever traços individualizadores e plásticos, caracterizados pela estereotipia e pelo absurdo. Alternativa marcada: c) À cor “malhada” ou mestiça do ponto de vista étnico, de modo que a mistura dos povos se liga ao universo de roubo e apropriação. Justificativa: Resposta correta: À cor “malhada” ou mestiça do ponto de vista étnico, de modo que a mistura dos povos se liga ao universo de roubo e apropriação.A sátira atribuída a Gregório de Matos reforça os padrões dominantes da época, de modo que os padrões morais se ligam ao universo das hierarquias em que os mestiços ou os mulatos eram seres inferiorizados. Distratores:Ao ato que oferece apenas ensejo para condenação dos costumes, dizendo respeito exclusivamente ao modo como animais são representados. Errada, pois o texto não pode ser caracterizado apenas como uma espécie de fábula, em que animais são os principais personagens; ali se aponta para questões sociais da colônia.À sátira, que não permite antever traços individualizadores e plásticos, caracterizados pela estereotipia e pelo absurdo. Errada, pois a sátira atribuída a Gregório de Matos permite, sim, antever traços individualizantes e plásticos, ao mesmo tempo em que reforça estereótipos do universo mestiço.À subalternidade de negros e mulatos, que era questionada pelo eu poemático, para quem a representação satírica era libertadora. Errada, pois o eu poemático não condena a visão da subalternidade de negros e mulatos; pelo contrário, reforça suas hierarquias e os estereótipos.Ao conteúdo política, social e moralmente condenável segundo a perspectiva da época, que reconhecia a igualdade entre os povos. Errada, pois o conteúdo que era criticado do ponto social, político e moral não partia do princípio que os povos eram iguais, mas, sim, diferentes. 4 Código: 32917 - Enunciado: Canção do exílio Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite,Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores,Que tais não encontro eu cá;Em cismar - sozinho, à noite,Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra,Sem que volte para lá;Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;Sem qu'inda aviste as palmeiras,Onde canta o Sabiá. (DIAS, G. Canção do exílio. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, s.d. Disponível em: 0,00/ 0,50 25/09/22, 21:05 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6750914/9b933bb0-59ae-11ea-a2a1-0242ac110039/ 4/8 <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do? select_action=&co_obra=2112>. Acesso em: 18 out. 2018.) Diante disso, marque a alternativa que apresenta os principais elementos românticos presentes no poema Canção do exílio, de Gonçalves Dias. a) A natureza oferece o panorama para o encontro e a conciliação final entre história e poesia. b) O afastamento radical aparece como solução para o sofrimento e a desventura causados pelo exílio. c) Ecos e assonância representam literariamente o canto do “sabiá”, metáfora do abolicionismo. d) Há tratamento irônico distanciado do tema, como percebemos pelas negativas da última estrofe. e) A canção aborda a diferença entre o subjetivo e o objetivo, a perspectiva nacional e estrangeira. Alternativa marcada: a) A natureza oferece o panorama para o encontro e a conciliação final entre história e poesia. Justificativa: Resposta correta: A canção aborda a diferença entre o subjetivo e o objetivo, a perspectiva nacional e estrangeira.A canção aborda a diferença entre o subjetivo e o objetivo, a perspectiva nacional e a estrangeira.Segundo Rouanet (1999, p. 22-23), o poema “proclama a diferença entre o eu e o outro, o nacional e o estrangeiro – a polaridade norteadora da construção de identidade (nacionalidade) no romantismo – que, além de serem reproduzidos por vários outros poetas românticos, acabaram se institucionalizando de vez na letra do Hino Nacional (apud FARIA, A. C. de. A fabricação do imortal: Gonçalves Dias e o mito de fundação da identidade brasileira. Anais do XVI Encontro Regional de História da Anpuh-Rio: Saberes e práticas científicas, XVI Encontro Regional de História, RJ, 28 jun. a 1º. ago. 2014. Disponível em: <http://www.encontro2014.rj.anpuh.org/resources/anais/28/1400533667_ARQUIVO_Afabricacaodoimortal- textoAndreaANPUH2014.pdf>. Acesso em: 18 out. 2018). Distratores:O afastamento radical aparece como solução para o sofrimento e a desventura causados pelo exílio. Incorreta, pois a canção do exílio aborda o afastamento entre o elemento subjetivo e o elemento objetivo, ou entre o nacional e o estrangeiro. Não há, portanto, solução ou encontro, mas lamento pela distância e pela ausência do nacional, que realça o aspecto formativo.Há tratamento irônico distanciado do tema, como percebemos pelas negativas da última estrofe. Incorreta, pois não há ironia e distanciamento no poema de Gonçalves Dias; de outro modo, o lamento pela distância física aproxima aquilo que se ausenta, ou seja, a nação que lhe teria oferecido seus “prazeres”, seus “primores ,̓ ou que dá morada à sua construção identitária.A natureza oferece o panorama para o encontro e a conciliação final entre história e poesia. Incorreta, pois o poema não dá anteparo para um encontro ou conciliação entre história e poesia; de outro modo, ressalta a diferença, o afastamento entre tais elementos. A poesia narra a ausência física da nação, realçando também as características eufóricas das terras brasileiras.Ecos e assonância representam literariamente o canto do “sabiá”, metáfora do abolicionismo. Incorreta, pois, de fato, há muitos procedimentos literários no nível fônico do poema, como rimas, ecos e assonâncias; entretanto, não há qualquer perspectiva abolicionista presente nesse poema, embora os brasileiros já começassem a questionar as bases do trabalho escravo. 5 Código: 33107 - Enunciado: "A mensagem cristã de base, pela qual todos os homens são chamados filhos do mesmo Deus, logo, irmãos, contraria, em tese, as pseudo-razões do particularismo colonial: este fabrica uma linguagem utilitária, fatalista, no limite racista, cujos argumentos interesseiros calcam o discurso do opressor. Ou seja, as razões orgânicas da conquista, que, com poucas variantes, se reproporia em escala até a última fase do imperialismo colonial a partir dos fins do século XIX."(BOSI, A. Dialética da colonização. 3. ed. São Paulo: 1,50/ 1,50 25/09/22, 21:05 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6750914/9b933bb0-59ae-11ea-a2a1-0242ac110039/ 5/8 Companhia das Letras, 1992, p. 36.) Com base na afirmação acima sobre a sermonística do Padre Antônio Vieira, realizada por Alfredo Bosi, pode-se generalizar como fundamento da Literatura Brasileira no século XVII: a) Povos, línguas e culturas não são representados na literatura do período, embora houvesse um conjunto epistolar fortemente ancorado na realidade da colônia. b) A existência de uma pedagogia relacionada à cristianização, orientando as práticas sociais de modo a organizar a sociabilidade dos povos indígenas para a empresa colonial. c) Indígenas e afrodescendentes eram representados de modo semelhante, com destaque para posição de questionamento das estruturas coloniais. d) As narrativas simbólicas apresentavam autonomia completa com relação à função econômica dos nativos, visto que eles tinham uma sociedade própria. e) Os escravizados eram estimulados a se rebelarem contra a estrutura colonial, a ponto de vislumbrarem a possibilidade de abolição da escravatura nos seiscentos. Alternativa marcada: b) A existência de uma pedagogia relacionada à cristianização, orientando as práticas sociais de modo a organizar a sociabilidade dos povos indígenas para a empresa colonial. Justificativa:Resposta correta: A existência de uma pedagogia relacionada à cristianização, orientando as práticas sociais de modo a organizar a sociabilidade dos povos indígenas para a empresa colonial.O termo “pedagogia religiosa” é empregado por estudiosos da Literatura Colonial para compreender aspectos da tessitura literária do período, articulando pedagogia e conversão religiosa. Distratores:Os escravizados eram estimulados a se rebelarem contra a estrutura colonial, a ponto de vislumbrarem a possibilidade de abolição da escravatura nos seiscentos. Incorreta, pois a escravidão colonial, quando trabalhada literariamente, visava sobretudo à integração do elemento autóctone ou afrodescendente aos desígnios da empresa colonial.As narrativas simbólicas apresentavam autonomia completa com relação à função econômica dos nativos, visto que eles tinham uma sociedade própria. Incorreta, pois as narrativas simbólicas, como peças ou sermões, procuravam efetuar uma espécie de tradução intercultural, com objetivo de integrar os excluídos como elemento produtivo.Indígenas e afrodescendentes eram representados de modo semelhante, com destaque para posição de questionamento das estruturas coloniais. Incorreta, pois não havia uma similaridade, muito menos questionamento; os indígenas eram vistos como passíveis de conversão, ao passado que africanos deveriam contribuir para o sistema produtivo.Povos, línguas e culturas não são representados na literatura do período, embora houvesse um conjunto epistolar fortemente ancorado na realidade da colônia. Incorreta, pois povos, línguas e culturas eram representados em peças teatrais e em sermões, ao menos de modo indireto. Destaque para o período deve-se dar aos sermões de Padre Antônio Vieira. 6 Código: 33337 - Enunciado: “[...] O apego à natureza pregado por Denis representa, aparentemente, o mesmo programa dos românticos europeus. Contudo, como observou Costa Lima, enquanto lá o voltar-se para a natureza significava um ato de auto-reflexão e de rebeldia contra a sociedade instituída, um gesto de libertação diante das formas alienantes da vida burguesa, no Brasil, esse culto à natureza não poderia ter o mesmo sentido: sem a luta contra a sociedade instituída, o próprio contato com a natureza teria de assumir outro rumo, não o de estimular a auto-reflexão, mas o de desenvolver o êxtase ante sua selvagem maravilha. Essa mudança equivaleria a uma passagem do sentimento de infelicidade dos românticos europeus, ao sentimentalismo nos trópicos.”(PEREIRA, E. S. Ribeiro. Um fabulador da nacionalidade: José de Alencar. Sitientibus, Feira de Santana, n. 14, p. 8, 1996. Disponível em: <http://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/14/um_fabulador_da_nacionalidade_jose_de_alencar.pdf >. Acesso em: 15 dez. 2018.) Como base na reflexão crítica de Elya S. R. Pereira, é possível concluir que o romantismo brasileiro pode ser avaliado do seguinte modo: a) Pessimista, pois sempre enfatiza o lado negativo da experiência, a sordidez das relações, a falta de sentido na vida excessivamente voltada para as coisas mundanas. 1,50/ 1,50 25/09/22, 21:05 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6750914/9b933bb0-59ae-11ea-a2a1-0242ac110039/ 6/8 b) Revolucionário, uma vez que se propunha a examinar as bases da sociedade para transformá-la, buscando a igualdade entre os cidadãos, inclusive de origem africana. c) Problematizador, na medida em que coloca em questão as bases da sociedade burguesa, seguindo, sem grandes alterações, as premissas do romance europeu. d) Mitificador, visto que procurava reforçar os elementos naturais e primitivos da nova terra, de modo distante do caráter problematizador tipicamente europeu. e) Sentimental, porque não apresenta, de fato, aspectos da realidade ou da história, enfocando sobretudo os sentimentos e as reações dos sujeitos diante de acontecimentos. Alternativa marcada: d) Mitificador, visto que procurava reforçar os elementos naturais e primitivos da nova terra, de modo distante do caráter problematizador tipicamente europeu. Justificativa: Resposta correta:Mitificador, visto que procurava reforçar os elementos naturais e primitivos da nova terra, de modo distante do caráter problematizador tipicamente europeu. A autora em questão defende que os românticos brasileiros ainda estavam sob a égide do ethos colonial, de modo que houve um pendor para mitificação da realidade americana. Distratores:Problematizador, na medida em que coloca em questão as bases da sociedade burguesa, seguindo, sem grandes alterações, as premissas do romance europeu. Errada, pois o excerto destaca que não há uma ênfase na problematização; ainda, está em um contexto em que defende a diferença com relação ao romantismo europeu, de fato problematizador.Pessimista, pois sempre enfatiza o lado negativo da experiência, a sordidez das relações, a falta de sentido na vida excessivamente voltada para as coisas mundanas. Errada, pois o excerto não aponta para pessimismo, mas para como as narrativas desenvolvidas no trópico, especificamente no Brasil, tendem a enaltecer as belezas e as características positivas da nova terra.Sentimental, porque não apresenta, de fato, aspectos da realidade ou da história, enfocando sobretudo os sentimentos e as reações dos sujeitos diante de acontecimentos. Errada, pois os sentimentos estão presentes no romantismo, mas também há atenção à realidade social ou à história; a relação entre mito e história é estudada pela autora no texto supracitado.Revolucionário, uma vez que se propunha a examinar as bases da sociedade para transformá-la, buscando a igualdade entre os cidadãos, inclusive de origem africana. Errada, pois o romantismo brasileiro nunca foi revolucionário; excessivamente vinculado aos desígnios da elite escravocrata, pouco contribuiu para colocar-se como questionador ou transformador. 7 Código: 33313 - Enunciado: “O período orgânico desta literatura conta já três fases.A primitiva, que se pode chamar aborígene, são as lendas e mitos da terra selvagem e conquistada; são as tradições que embalam a infância do povo, e ele escutava como o filho a quem a mãe acalenta no berço com as canções da pátria, que abandonou. [...]O segundo período é histórico: representa o consórcio do povo invasor com a terra americana, que ele recebia a cultura, e lhe retribuía nos eflúvios de sua natureza virgem e nas reverberações de um solo esplêndido. [...]A terceira fase, a infância de nossa literatura, começada com a independência política, ainda não terminou; espera escritores que lhe deem os últimos traços e formem o verdadeiro gosto nacional, fazendo calar as pretensões hoje tão acesas, de nos recolonizarem pela alma e pelo coração, já que não o podem pelo braço.”(ALENCAR, J. Benção Paterna. In: _____. Sonhos dʼOuro. Romance Brasileiro. Rio de Janeiro: José Olympio, 1951. Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/sonhosdoro.html>. Acesso em: 12 out. 2018.) Com base no excerto acima do prefácio intitulado “Benção Paterna”, presente no romance Sonhos d'Ouro, de José de Alencar, descreva uma vertente da forma literária “romance” explorada conscientemente pelo escritor. Em sua resposta, explique as linhas gerais da vertente escolhida e ofereça exemplo de, ao menos, uma obra literária de autoria de Alencar, mencionando algumas de suas características críticas. Você deverá escolher uma das seguintes vertentes atribuídas pela crítica a José de Alencar: Romance de formação da nacionalidade (exemplos oferecidos por Alencar em “Benção Paterna”: Iracema). Romance histórico (exemplos oferecidos pelo escritor no ensaio citado: Guarani e Minas de Prata). Romance regionalista (exemplos oferecidos pelo romancista em seu referido texto: Tronco do Ipê, Til e Gaúcho). 1,50/ 1,50 25/09/22, 21:05 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6750914/9b933bb0-59ae-11ea-a2a1-0242ac110039/ 7/8 Resposta: Iracema é uma obra que conta a história de um romance entre uma mulher indígena e um colonizadorportuguês durante o processo de colonização. Sabemos que esse tipo de romance é algo relativamente difícil de ocorrer visto que é uma paixão entre um oprimido e um opressor. De qualquer maneira, a relação estabelecida nesta obra mostra como a formação da nacionalidade da quele povo que alí habita foi modificada durante esse processo. Além disso, percebe-se a hipocrisia da burguesia europeia perante à cultura dos indígenas. É um texto orientado à formação de uma tradição cultural brasileira e que faz seus leitores repensarem os processos de colonização e dominação aqui ocorridos. Justificativa: Expectativa de resposta:O romancista José de Alencar (1829-1877) é considerado um dos principais escritores brasileiros de todos os tempos. O romance Sonhos dʼOuro (1872, ed. B. L. Garnier) apresenta, desde sua primeira edição, a introdução crítica intitulada “Benção Paterna”, em que José de Alencar tece reflexões sobre sua obra com base em considerações segundo gênero e assunto. Em Iracema, o autor enfoca a formação do Brasil com base na união do branco português e do indígena autóctone. Pode-se fazer um paralelo entre a formação da nacionalidade e a vertente do indianismo, com base no qual se citam: Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).Também há o “romance histórico”, que se refere a grandes eventos históricos e transformações sociais passadas no Brasil, sendo Minas de Prata um dos maiores exemplos.Depois, há o regionalismo, de linhas críticas, que perpassa diferentes localidades brasileiras, como o que ocorre em O Sertanejo e Gaúcho. Será importante que o aluno escolha ao menos uma obra de Alencar, a ser relacionada a seu projeto de construção de grandes vertentes literárias. Depois, o aluno deve mencionar características da escrita, da construção dos personagens, da construção dos cenários etc. presentes no romance que reforçam seu alinhamento a uma ou outra vertente. 8 Código: 37082 - Enunciado: “O Novo Mundo não poderá passar sem tradições respeitáveis; dentro de alguns séculos, a época presente, na qual se fundou a sua independência, nele despertará nobres e comovedoras evocações. A sua idade das fábulas misteriosas e poéticas serão os séculos em que viveram os povos que exterminamos e que nos surpreendem por sua coragem, e que retemperaram talvez as nações saídas do Velho Mundo: a recordação de sua grandeza selvagem cumulará a alma de orgulho, suas crenças religiosas animarão os desertos; os cantos poéticos, conservados por algumas nações, embelezarão as florestas. O maravilhoso, tão necessário à poesia, encontrar-se-á nos antigos costumes desses povos, como na força incompreensível de uma natureza constantemente mutável em seus fenômenos [...]. Seus combates, seus sacrifícios, nossas conquistas, tudo apresenta aspecto esplendoroso.”(Fonte: DENIS, F. Considerações sobre o caráter que a poesia deve assumir no novo mundo. In: DENIS, F. Resumo da história literária do Brasil. Tradução e notas de Guilhermino César. Porto Alegre: Lima, 1968. p. 29-39. Disponível em: http://www.ufrgs.br/cdrom/denis/denis.pdf. Acesso em: 2 dez. 2018.) Com base no excerto apresentado, de Ferdinand Denis, seria possível concluir que a literatura brasileira do Romantismo modernizou-se compartilhando exclusivamente valores europeus vigentes à época, sem considerar as formas e os sentidos presentes nos trópicos? Justifique sua resposta. Resposta: A literatura do Romantismo não se modernizou compratilhando exclusivamente valores europeus vigentes à época.O livro O Resumo da História Literária do Brasil do autor Ferdinand Denis abordava justamente a necessidade de se produzir uma literatura brasileira. O povo brasileiro precisava obter sua independência cultural e Denis reafirmava isso dizendo que se fazia necessário ter uma "voz própria". Isso fez com que cada vez mais autores brasileiros incorporassem aspectos da identidade brasileira em suas obras. Justificativa: Expectativa de resposta:Não. O livro de Ferdinand Denis (1798-1890), publicado em 1826 sob o título O Resumo da História Literária do Brasil, é considerado um dos principais textos do século XIX que procuram defender a importância de se constituir ou fundar uma literatura 2,50/ 2,50 25/09/22, 21:05 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6750914/9b933bb0-59ae-11ea-a2a1-0242ac110039/ 8/8 nacional brasileira. Embora em diálogo com os valores e as formas europeias, Denis defendia a necessidade de se encontrar uma “voz própria”, que traduzisse o esplendor da nova nação. Segundo Maria Helena Rouanet: “Ora, através da associação com a proposta programática de Victor Hugo (1827) ou da simples menção à palavra 'manifesto', esta obra de Ferdinand Denis fica devidamente instalada na linha de frente daqueles que teriam trabalhado no sentido de construir uma realidade que, daí por diante, passou a ser designada como a Literatura Brasileira.”(Fonte: Cf. Comentários de Maria Helena Rouanet à edição: DENIS, F. Considerações sobre o caráter que a poesia deve assumir no novo mundo. In: DENIS, F. Resumo da história literária do Brasil. Tradução e notas de Guilhermino César. Porto Alegre: Lima, 1968. p. 29-39. Comentários disponíveis em: http://www.ufrgs.br/cdrom/denis/comentarios.htm. Acesso em: 2 dez. 2018.)