Buscar

Introdução ao Direito Tributário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Me. Luciana Lobo 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2022 
 
 
1 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. BASES DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Objetivos: 
• Identificar as diferenças entre o direito, a moral e a religião; 
• Apresentar o conceito do Direito Tributário; 
• Analisar as fontes do Direito Tributário. 
 
Palavras-Chave: Direito Tributário; Conceito; Fontes. 
 
Certamente você deve, como eu, se irritar com a quantidade de 
tributos que pagamos no Brasil. Contudo, vamos tentar dissociar esta 
má impressão que temos dos tributos do estudo que vamos iniciar. 
 
Em outras palavras, vamos tentar esquecer no transcorrer do 
nosso curso que pagamos eventualmente tributos demais, ou que este 
dinheiro não é usado de maneira adequada, para, assim, focar nas 
suas qualidades e características importantes na nossa vida 
profissional. 
 
Vamos lá! 
 
1.1. Conceito e características do Direito 
Olá, vamos começar nosso curso, repletos de disposição e abertos para novas 
experiências. 
 
Conto com você! 
 
Nosso curso primeiramente irá analisar o direito como um todo, para depois focar no 
Direito Tributário em si, verificando suas características. Ademais, iremos verificar a 
incidência do Direito Tributário junto à Constituição Federal. 
 
O homem é um ser social dotado de duas características básicas: a sociabilidade e 
a politicidade. Contudo, ao se inserir no seio da sociedade, interagindo com os demais, 
 
 
2 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
surgem conflitos. Antecipo que esses conflitos são dirimidos por normas religiosas, normas 
de trato moral e normas de direito. 
 
A sociabilidade revela-se pelo impulso que o homem tem de viver junto de seu 
semelhante, trocando experiências, emoções e comunicando-se. Já a politicidade envolve 
as várias relações que os homens mantém entre si, por integrarem a mesma comunidade. 
 
E na medida em que o homem se integra em grupos vai assumindo papéis e 
responsabilidades perante o próximo e perante a comunidade como um todo. Revela-se, 
então, o ser político que ele é, e, consequentemente, passa a ser titular de direitos e 
obrigações. 
 
Conforme acima dito, como titular de diretos e obrigações e atuando na sociedade 
de forma política surgem os conflitos. Estes podem ser solucionados, antes mesmo da 
aplicação propriamente dita do direito (leis), através da aplicação de regras de moral, 
religião e trato social. 
 
Logo, inúmeros conflitos sociais não chegam ao judiciário em decorrência de uma 
postura moral, ou devido a um comportamento religioso, que acabam por solucionar a lide. 
 
Ao analisar as características do direito, da moral e da religião, verificamos 
diferenças pontuais, pois enquanto no direito temos a heteronomia, bilateralidade e a 
coercibilidade, na moral e na religião denota-se a presença da autonomia, unilateralidade 
e incoercibilidade. 
 
Diante da heteronomia, cabe consignar que a pessoa deve cumprir uma norma legal 
mesmo que discorde dela, e caso não o faça poderá ser forçado a fazê-lo. Ademais, para 
a lei, enquanto uma pessoa ostente direitos, outra, certamente, apresenta obrigações, posto 
que bilateral. Por exemplo, se uma pessoa reside em um condomínio, diante das 
determinações legais, essa tem o dever de pagar as despesas condominiais, queira ou não 
queira, ache justo ou não, pois assim determinam as regras de direito. Caso não o faça, 
poderá o condomínio ingressar em juízo obrigando o cumprimento desse dever. 
 
Por outro lado, o cumprimento de uma regra moral ou religiosa somente se dá se a 
pessoa estiver agindo de acordo com sua vontade, isto é, aquilo que acredita e tem a 
 
 
3 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
intenção de fazer. Ademais, diante da incoercibilidade, característica inerente desses 
institutos, se uma regra moral ou religiosa não for cumprida as demais pessoas não podem 
obrigar sua realização. 
 
Passando a analisar o direito em si, cabe colocar que todas as regras disciplinadoras 
da vida em sociedade recebem o nome de Direito. 
 
Ex. direito à felicidade, direito à vida digna, direito de ser respeitado em seu ambiente 
de trabalho, etc. 
 
A finalidade primária do direito é realizar e regular as relações humanas, buscando 
a paz e a prosperidade no meio social, impedindo e reprimindo a desordem, os crimes. Sem 
o Direito imperaria a lei do mais “forte”, do medo. 
 
O Direito e a força são dois pontos que se encontram ligados, porém a forma como 
se dá essa ligação apresenta diversas vertentes. Sobre o tema há, principalmente, três 
correntes de pensamentos: 
 
• Uma primeira linha de pensamento sustenta haver incompatibilidade entre direito 
e força, da mesma forma que não há conciliação entre moral e força, pois 
entende que as pessoas voluntariamente cumprem suas obrigações. Essa teoria 
idealiza o mundo jurídico, desconsiderando o que ocorre na realidade social. 
Seria realmente uma vitória se todas as pessoas voluntariamente cumprissem 
com suas obrigações. Mas sabemos que isso está longe de ser nossa realidade 
social; 
• Diametralmente oposta, de acordo com 1Miguel Reale, temos a teoria que vê no 
Direito uma expressão da força. L hering, seu idealizador, defende que o Direito 
se reduz à fórmula NORMA+COAÇÃO. Para seus adeptos, esclarece o jurista, 
o Direito é uma ordenação coercitiva da conduta humana (p. 47). 
 
A crítica maior que se faz a esta corrente está ligada ao fato de que várias pessoas 
cumprem voluntariamente as normas, independentemente de qualquer aplicação de 
coação/força; 
 
1 Reale, Miguel. Lições Preliminares de Direito - 27ª Ed. 2002, Saraiva. 
 
 
4 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
• Para uma terceira corrente o Direito é a ordenação coercível da conduta humana. 
Segundo Miguel Reale a diferença em relação à corrente anterior reside no fato 
de que para os primeiros a força está sempre presente no mundo jurídico, 
enquanto que para os últimos, a coação no Direito é meramente potencial. É 
denominada Teoria da Coercibilidade. 
 
Essa é certamente a teoria em vigor, pois a princípio as pessoas cumprirem com 
suas obrigações. E apenas para a parcela que deixa de agir de acordo com a lei, o Direito 
tem a possibilidade de aplicar a força, dentro dos ditames da lei. 
 
Diante disso, o fato é que temos o dever de cumprir a lei, não podendo alegar 
ignorância ou desconhecimento. Logo, podemos até lutar pela mudança, mas enquanto a 
norma não for revogada ou modificada, devemos cumpri-la. 
 
Da exposição acima, conclui-se que o DIREITO É UMA ORDENAÇÃO 
HETERÔNOMA E COERCÍVEL DA CONDUTA HUMANA. (Lições Preliminares de Direito, 
p.48/9). 
 
Ademais, podemos concluir que as normas de direito possuem uma estrutura 
IMPERATIVO-ATRIBUTIVA, pois ao mesmo tempo que impõem um DEVER jurídico a 
alguém, atribuem um PODER ou DIREITO subjetivo a outrem. Daí, porque se diz que a 
cada direito corresponde um dever. Por exemplo, se o trabalhador possui direitos, o 
empregador possui deveres. 
 
1.2. Conceito de Direito Tributário e suas fontes. 
O Direito Tributário é considerado um importantíssimo ramo do direito, tendo em vista 
sua relevância para a manutenção da máquina administrativa, pois o Estado necessita de 
recursos para propiciar à coletividade o bem-estar geral, proporcionado saúde, educação, 
segurança pública, dentre outros pontos indispensáveis a manutenção da vida em 
sociedade. Esses recursos, como veremos adiante, tem como origem principal os tributos. 
 
Cabe consignar, de plano, que o Direito Tributário faz parte do ramo do direito 
público, posto que, ao regular os direitos e deveres do cidadão perante o Estado, visa 
atender os interesses da sociedade de um modo geral. Apenas com o intuito de 
 
 
5 Legislação Tributária 
UniversidadeSanta Cecília - Educação a Distância 
complementar o raciocínio, prudente esclarecer que o direito privado, em contrapartida, 
busca a harmonia dos interesses particulares em si. 
 
Desta forma, o Direito Tributário, como ramo do direito público que é, regulamenta a 
atividade estatal de fixar e cobrar os tributos, tudo de acordo com a lei, lei esta que, por sua 
vez, é elaborada, de regra, pelo poder legislativo. Ou seja, o Direito Tributário tem por 
finalidade essencial apresentar regras relativas à instituição, arrecadação e fiscalização dos 
tributos. 
 
Na verdade, esse ramo do direito está presente na nossa vida cotidiana, pois 
pagamos tributos diariamente, como, por exemplo, no consumo da energia elétrica, compra 
de produtos, dentre inúmeros outros atos corriqueiros. 
 
Salienta-se que para bem regularizar toda essa atividade tributária do Estado, o 
direito, através da Constituição Federal, estabelece as competências tributárias para cada 
um dos entes políticos, apresentando quais são os impostos federais, estaduais e 
municipais, como veremos mais adiante. 
 
No entendimento do Douto Doutrinador Paulo de Barros Carvalho (2014)2, o Direito 
Tributário é o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto das 
proposições jurídico normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, 
arrecadação e fiscalização de tributos. 
 
No mesmo sentido, contudo de uma forma mais direta, Luciano Amaro3 coloca que 
o Direito Tributário é a disciplina jurídica que trata dos tributos. 
 
Dando continuidade ao nosso estudo analisaremos 
as fontes do Direito Tributário, ou seja, seu nascedouro. 
Nesse sentido, temos que as normas jurídicas são 
formadas pelas fontes, que se dividem em formais e 
materiais. 
 
2 CARVALHO, P.B. Curso de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2014. 
3 Amaro, Luciano. Direito Tributário Brasileiro - 21ª Ed. 2016. 
http://www.saraiva.com.br/direito-tributario-brasileiro-21-ed-2016-9269604.html
 
 
6 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
As fontes materiais são os fatos que acontecem na sociedade e que apresentam 
relevância ao Direito. Já as fontes formais são as normas postas que viabilizam a aplicação 
do Direito ao caso concreto. Através das leis o Estado passa a ter o direito de arrecadar e 
o contribuinte, que praticou o fato gerador, o dever de pagar4. 
 
As fontes formais do Direito Tributário se dividem em primárias e secundárias. As 
primárias se evidenciam quando há uma mudança da lei que atinge a relação entre o 
Estado/fisco e o contribuinte. Já as fontes formais secundárias ostentam um caráter 
explicativo das normas primarias. 
 
Assim, a junção das fontes formais primárias e secundárias forma a legislação 
tributária, conforme se denota através do artigo 96 do CTN (Código Tributário Nacional): 
 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, 
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
 
As fontes formais primárias do Direito Tributário estão primeiramente previstas na 
Constituição Federal (artigo 59) apresentando as espécies tributárias, as imitações ao 
poder de tributar do Estado, além de distribuir as competências entre os entes da federação 
(União, Estados-membro, Municípios e Distrito Federal). 
 
Abaixo da Constituição Federal temos a lei complementar, sendo que a mais 
importante no âmbito do Direito Tributário é o Código Tributário Nacional. De regra, a lei 
complementar não cria tributo, no entanto, existem algumas exceções, a saber: 
 
• Empréstimo compulsório (artigo 45); 
• Imposto sobre grandes fortunas (artigo 153); 
• Competência residual (artigo 154). 
 
 
4 A compreensão tridimensional do Direito sugere que uma norma adquire validade objetiva integrando os fatos 
nos valores aceitos por certa comunidade num período específico de sua história. No momento de interpretar uma norma 
é necessário compreendê-la em função dos fatos que a condicionam e dos valores que a guiam. A conclusão que nos 
permite tal consideração é que o Direito é norma e, ao mesmo tempo, uma situação normatizada, no sentido de que a 
regra do Direito não pode ser compreendida tão somente em razão de seus enlaces formais - CARVALHO, José Mauricio 
de. O homem e a filosofia, pequenas meditações sobre a existência e a cultura. 2. ed., Porto Alegre: Edipucrs, 2007. 
 
 
7 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Ainda como fonte primária do Direito tributário temos: 
 
• Lei ordinária, que necessita apenas de maioria simples para aprovação (basta a 
maioria dos presentes na hora da votação); 
• Medida provisória para a criação de imposto apenas, ou seja, as demais 
espécies tributárias não podem ser instituídas por MP; 
• Lei delegada; 
• Tratados internacionais; 
• Decreto Legislativo; 
• Resolução. Ela serve para determinar alíquotas de tributos (IPVA) 
 
As fontes do Direito Tributário secundárias são: 
 
• Decretos. Estes especificam uma lei já existente, fazendo parte do poder 
regulamentar da administração pública. Esse poder serve para especificar uma 
lei já existente. Exemplo: RIR (Regulamento do Imposto de Renda) e RIP. 
• Atos Administrativos; 
• Convênios. Estão são acordos que podem ser estabelecidos entre a União, os 
estados, o distrito e os municípios. Salienta-se que estes não podem contrariar 
a lei; 
 
Obs. Doutrina, jurisprudência e costumes. 
 
Para alguns doutrinadores estes não são fontes formais diretas, posto que não 
vinculam a sociedade, contudo, não se pode negar que estas ao menos servem de base 
para a elaboração das leis, uma vez que apresentam opiniões sobre determinados 
assuntos. 
 
Cabe esclarecer, por fim, que existe uma outra forma de divisão das fontes, 
classificação está bastante usada entre os doutrinadores. 
 
Vamos lá! 
• Fontes materiais: são os elementos que contribuem para a formação do 
conteúdo das normas jurídicas, como por exemplo, os fatores climáticos, 
 
 
8 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
geográficos, econômicos, entre outros, que originam normas jurídicas 
concedendo incentivos fiscais para empresas que no Nordeste se instalem. 
• Fontes formais: são as formas como as normas jurídicas se tornam conhecidas, 
sendo que a mais usual é a lei. 
 
Essas fontes formais podem vir da sociedade ou do próprio Estado, nesse sentido 
as fontes se dividem em: 
• Estatais: são originadas em atos estatais, como se dá com a lei e a 
jurisprudência. Isto é, a lei e criada preponderantemente pelo poder legislativo e 
a jurisprudência pelo judiciário; 
• Legislação: É a mais importante fonte do Direito. Abrange todas as 
modalidades de normas jurídicas escritas, como por exemplo, a Constituição 
Federal, as Leis Ordinárias, as Medidas provisórias, etc. 
• Jurisprudência: São as decisões reiteras dos tribunais, no mesmo sentido e 
sobre o mesmo tema, ocorrendo no momento em que o poder judiciário 
aplica a lei ao caso concreto. 
 
• Não estatais: estas advêm da sociedade, como por exemplo, os costumes e a 
doutrina. 
• Costume: é o conjunto de normas de conduta social, criadas 
espontaneamente pela sociedade, através do uso reiterado e uniforme, 
gerando na população certeza de sua obrigatoriedade. 
• Doutrina: É exteriorizada através dos trabalhos dos juristas, materializada 
em seus livros, comentando temas relacionados com o Direito. 
 
Veja que independentemente da classificação dada, o importante é que a origem do 
direito tributário, ou seja, sua fonte principal é a mesma, isto é, as leis. 
 
Resumo do Módulo 
 
Primeiramente, verificamos as diferenças entre direito, moral e religião, diferenças 
estas ressaltadas no quadro abaixo 
 
 
 
 
9 Legislação Tributária 
UniversidadeSanta Cecília - Educação a Distância 
Direito Moral Religião 
Heteronomia Autonomia Autonomia 
Coercibilidade Incoercibilidade Incoercibilidade 
Bilateralidade Unilateralidade Unilateralidade 
 
Posteriormente falamos das fontes do conceito e das fontes do direito tributário. 
Lembrando que uma possível classificação a ser apresentada é a seguinte: 
 
• Estatais – lei e jurisprudência; 
• Não estatais – costumes e doutrina. 
 
Espero que esteja gostando tanto quanto eu. Conto com você como meu fiel 
companheiro por essa incrível viagem pelo Direito tributário. 
 
 
 
10 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL E SUAS RECEITAS 
 
Objetivos: 
• Analisar o Sistema Tributário Nacional; 
• Verificar suas receitas; 
• Descrever a repartição dessas receitas. 
 
Palavras-Chave: Sistema Tributário; Receitas; Repartição. 
 
Caro aluno! 
Gostaria de iniciar esse nossa aula com um pensamento de NORBERTO BOBBIO5 
que muito se encaixa ao Sistema Tributário atual: “não é verdade que o aumento da 
liberdade seja sempre um bem ou o aumento do poder seja sempre uma mal”. 
 
Pense nisso, ao adentrar pelo mundo do Direito Tributário. 
 
Bons estudos! 
 
2.1. Receitas Tributárias 
O Estado para cumprir com todas suas obrigações perante a sociedade e a lei, 
necessita de receitas que viabilizem o ingresso de dinheiro em seus cofres e, assim, a 
realização de todas as suas metas, quer em relação às suas próprias necessidades 
estruturais (por exemplo, em decorrência do pagamento de seus funcionários), quer em 
relação aos anseios sociais (construção de uma creche, por exemplo). 
 
Assim, essas receitas diferenciam-se por sua natureza em 2 (duas) grandes 
espécies: as receitas originárias e as receitas derivadas. As primeiras têm origem em atos 
do próprio Estado, utilizando-se de bens que possuem, como o arrendamento de bens 
públicos, por exemplo. Já as receitas derivadas originam-se por meio de dinheiro advindo 
dos contribuintes diante do pagamento dos tributos. Ante o exposto, denota-se que nem 
todo ingresso de receita qualifica-se como tributo, não sendo, pois, sinônimos. 
 
 
5 A era dos direitos, 11ª edição. Campus. Rio de Janeiro: 1992. 
 
 
11 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2.2. Sistema Tributário Nacional 
Primeiramente cabe definir de forma direta o significado do termo “Sistema Tributário 
Nacional”. Assim, o sistema nada mais é do que o conjunto de normas e institutos que tem 
por finalidade criar e arrecadar tributos que, conforme disposição constitucional, são 
repartidos entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
 Infelizmente sabemos que o Brasil é mundialmente conhecido como país de grande 
desigualdade social, e um dos fatos geradores dessa desigualdade é exatamente a 
existência de um Sistema Tributário por vezes ineficiente e injusto, sistema este que 
necessita de uma reforma urgente, sob pena de acabar por paralisar o país diante da 
enorme carga tributária interna, como também em decorrência da desigualdade legal que 
o país apresenta para com seus parceiros comerciais. 
 
Assim, a lei define tributos e suas espécies, apresenta os princípios basilares desse 
sistema, conforme veremos adiante. 
 
Cabe consignar que, conforme consta na Lei Maior o Brasil é uma Federação. Essa 
forma federativa, conforme determina a Constituição Federal, tem como consequência a 
união de Estados, Municípios e Distrito Federal que de forma independente e autônoma, 
formam o Brasil. 
 
Assim, a Constituição Federal distribui competências entre os entes da federação, 
concedendo poderes para administrar e legislar a cada um deles. Diante disso, no que 
tange a União, a Constituição Federal, nos artigos 21, 22, 23 e 24 concede as competências 
necessárias para sua administração. 
 
Com relação os Estados e ao Distrito Federal a outorga das competências se dá 
através do artigo 25. Por fim, os Municípios recebem suas incumbências através do artigo 
30, também da Lei Maior. 
 
Diante da repartição das competências em geral, também são atribuídas pela 
constituição às competências tributárias. Tal fato se vislumbra ao se analisar a Lei Maior no 
título VI - da tributação e do orçamento, bem como o capítulo I - do Sistema Tributário 
Nacional, dando-se relevância aos artigos 145, 153, 155 e 156 daquele Texto Magno, 
conforme texto abaixo: 
 
 
12 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir 
os seguintes tributos: 
I - Impostos; 
II - Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou 
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou 
postos a sua disposição; 
III - Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
Art. 153. Compete União instituir impostos sobre: 
I - Importação de produtos estrangeiros; 
II - Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; 
III - Renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - Produtos industrializados; 
V - Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários; 
VI - Propriedade territorial rural; 
VII - Grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
I - Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; 
II - Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços 
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as 
operações e as prestações e iniciem no exterior; 
III - Propriedade de veículos automotores; 
 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - Propriedade predial e territorial urbana; 
II - Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por 
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, 
bem como cessão de direitos e sua aquisição. 
III - Serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art.155, II, definidos em 
lei complementar. 
 
Além das competências ordinárias acima ressaltadas, que pertencem a cada um dos 
entes e que estão previstas expressamente nos artigos 153, 155 e 156, há em favor da 
União o estabelecimento de competências extraordinárias, previstas no artigo 154, 
originando o Imposto de Guerra (incidente sobre qualquer fato econômico, ainda que já seja 
gerador de tributo previsto na CF) e o Imposto residual (que somente se cria por Lei 
Complementar e que só pode incidir sobre fato econômico novo, ainda não previsto na CF). 
 
 
 
Obs. Conforme determina o artigo 147, competem à União, em Território 
Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em 
Municípios, cumulativamente, os impostos Municipais; (...). 
 
 
https://jus.com.br/tudo/poder-de-policia
https://jus.com.br/tudo/servicos-publicos
https://jus.com.br/tudo/propriedade
 
 
13 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Logo, no tocante aos tributos estaduais, dentre os quais se destaca o ICMS, tem a 
União à competência para sua instituição, nos territórios federais. 
 
Depois de analisados os pontos constitucionais relacionados ao Sistema Tributário 
Nacional, cabe destacar o Código Tributário Nacional, onde se verifica um sistema de 
harmonização das competências tributárias, buscando atribuir, a cada ente da federação a 
competência por legislar e administrar tributos sob todas as categorias econômicas 
tributárias. 
 
O quadro abaixo demonstra a divisão das competências tributárias e as categorias 
econômicas sobre os quais recaem os tributos previstos em nossa legislação6: 
 
 União Estados Municípios 
Renda 
IR; 
Contr. Previdenciária; 
Contr. ao Seguro de 
Acidentedo Trabalho; 
Contr. ao Salário 
Educação. 
_________ _________ 
Patrimônio 
ITR; 
Grandes Fortunas; 
Contribuição de Melhoria. 
ITCMD; 
IPVA; 
Contribuição de 
Melhoria. 
IPTU; 
ITBI; 
Contribuição de 
Melhoria. 
Atividade 
Econômica 
IPI; IOF; II; IE; COFINS; 
PIS; CSLL; CIDE. 
ICMS ISS 
 
Através da análise do quadro acima se verifica uma grande concentração da política 
tributária sob a competência da União Federal, em detrimento dos Estados e Municípios, 
diante da efetiva concentração de poder político e econômico nas mãos da União Federal 
em detrimento dos demais entes federativos. 
 
Salienta-se que existem dois modos de repartição tributária: 
 
6 No site em destaque http://www.portaltributario.com.br/glossario.htm encontram-se os significados das siglas 
dos tributos acima elencados. 
http://www.portaltributario.com.br/glossario.htm
 
 
14 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
• Direta: ocorre quando a receita passa 
diretamente para o ente beneficiário, sem 
qualquer intermediário e sem que esta receita 
faça, antes da repartição, parte de qualquer 
fundo constitucional. 
• Indireta: quando os recursos a serem 
repartidos são destinados a um fundo de 
participação, e os beneficiários receberão receitas divididas seguindo os critérios 
legais e constitucionais previamente definidos. É o caso da quota do Fundo de 
Participação dos Municípios. Como o repasse é feito após a destinação dos 
recursos sujeitos à repartição (47% do Imposto de Renda e 47% do IPI) ao citado 
fundo. 
 
Em síntese, são diretas as repartições previstas nos artigos: 153, parágrafo 5º, 157 
e 158, da CF/88 e indiretas, estas quando as relativas aos fundos de participação (CF, art. 
159, I, a, b e c) ou compensatórios (DF, art. 159, II). 
 
A união reparte com os estados e municípios. Os estados repartem com os 
municípios e estes últimos (municípios) não repartem com ninguém. 
 
Assim, por exemplo, certo tributo federal quando arrecadado é depois redistribuído 
entre estados e municípios de acordo com a relação que estes tenham com o fato que 
originou o tributo. Da mesma forma quando um tributo é arrecadado pelos estados devem 
eles repassar parte dessa receita para os municípios localizados neste estado. 
 
A Constituição define que pertencem aos estados e municípios o Imposto de Renda 
Retido na Fonte que são por eles retidos por pagamentos realizados. A eles pertencem 
também um volume de aproximadamente 22% do produto da arrecadação do Imposto de 
Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para a formação dos Fundos dos 
Estados e dos Municípios. 
 
Além disso, os municípios têm direito a 50% da arrecadação do Imposto Territorial 
Rural, cobrado pela União e 50% da arrecadação do Imposto sobre a Propriedade de 
Veículos Automotores, cobrado pelos estados, além de 25% do Imposto sobre Circulação 
de Mercadorias, do Estado. 
 
 
15 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Obs. Cabe acrescentar que a competência do Distrito Federal abrange a exercida 
pelos Estados-membros e pelos Municípios. 
 
E mais, existem tributos cujas receitas não são repartidas: 
• Todos os impostos arrecadados pelos Municípios e pelo Distrito Federal; 
• O imposto estadual sobre transmissão causa mortis e doações – ITCD; 
• Os impostos federais sobre importação, exportação, grandes fortunas e os 
extraordinários de guerra; 
• Os tributos vinculados, taxas, contribuições de melhoria, contribuições especiais, 
empréstimos compulsórios, não estão sujeitos a qualquer repartição. 
 
Assim, terminamos mais uma aula. Espero que estejam compreendendo, mas em 
caso de dúvida é só me procurar na plataforma. 
 
Até a próxima! 
 
Resumo do Módulo 
Primeiramente falamos das receitas tributárias, lembrando que estas podem ser 
receitas originárias e as receitas derivadas. 
 
Ademais, analisamos o sistema tributário nacional sob a ótica da Constituição, 
trazendo a repartição das competências entre os entes da federação. 
 
 
 
16 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. TRIBUTO E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
Objetivos: 
• Entender a extensão do termo tributo e analisar suas características; 
• Verificar as espécies tributárias e suas características; 
 
Palavras-Chave: Gênero Tributo; Espécies Tributárias. 
 
3.1. Tributo 
Trata-se de uma receita derivada que permite ao Estado manter sua atividade 
genérica ou específica em alguns casos, a fim de atender as necessidades sociais. O tributo 
além de apresentar um caráter estritamente fiscal, também ostenta outras duas funções 
muito importantes. Assim, o tributo também apresenta uma característica extrafiscal, no 
momento em que exerce uma função que não é essencialmente arrecadatória, mas sim 
regulatória de certo ramo econômico, atuando de modo a permitir que o Estado tenha nele 
instrumentos intervencionistas, como, por exemplo, através da instituição do CIDE 
(contribuição interventiva do domínio econômico). Por fim, poderá ter uma característica 
parafiscal, permitindo que entes não pertencentes ao Estado recebam a condição de 
credores tributários, de modo que nestes casos o tributo ingressando diretamente nos 
cofres daquela entidade sirva a propósitos específicos, tendo como exemplo as 
contribuições profissionais. 
 
Cabe consignar, em seguida, que o conceito legal de tributo está escrito no artigo 3º 
do CTN e fundamentalmente podemos destacar os seguintes requisitos: 
 
• Prestação pecuniária - a noção de tributo exige que a prestação a ser oferecida 
ao Estado seja em moeda ou em valor que pode se exprimir em moeda. Logo, 
não é considerado um tributo às prestações não pecuniárias, ainda que seja 
criada por lei. É o caso da prestação de serviço militar e da prestação de serviço 
eleitoral; 
• Criado por lei - o tributo jamais será o resultado de uma obrigação criada por 
um contrato celebrado com o ente da Federação, nem fruto de uma condenação 
judicial do particular em favor do Estado; 
 
 
17 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
• Cobrado mediante atividade estatal vinculada - será sempre o poder público que 
executará as tarefas de fiscalização do crédito; 
• Que não constitua sanção de ato ilícito - o tributo nunca estará relacionado a 
prática pelo particular de um ato ilícito administrativo, os quais geram multas, 
mas jamais tributos. 
 
Diante dessas caracteristicas podemos concluir que não é considerado tributo: 
• Obrigação contratual (ex: contratos de concessão, celebrado entre o poder 
público e uma concessionária); 
• Condenação judicial que gera pagamento, por exemplo, de custas ao governo; 
• Multas administrativas, como aquelas de trânsito. 
 
 
 
Existem basicamente quatro formas de tributação: Lucro real, presumido, 
arbitrado e simples nacional para ME – Microempresa, EPP – Empresa de 
Pequeno Porte e para MEI – Microempreendedor Individual. 
 
 
 
• Lucro Real: é o resultado das receitas descontando-se os custos e despesas 
ajustado pelas adições e exclusões. O interessante neste caso, ou seja, com a 
utilização do RIR – Regulamento de Imposto de Renda, a empresa paga o 
imposto apenas quando obtém lucro; 
• Lucro Arbitrado: até o advento da Lei nº 8.981/95, somente a autoridade fiscal 
poderia arbitrar o resultado. Contudo, a partir de 1996 foi concedido ao 
contribuinte a possibilidade de fazer a opção por essa modalidade de base de 
cálculo do Imposto de Renda, conforme artigo 26 da referida lei, regulamentada 
pelo artigo 530 do RIR, conforme texto abaixo [...]: 
 
VII – o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis 
recomendadas, livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar, por conta 
ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. 
§ 1º Quando conhecia a receita bruta, o contribuinte poderá efetuar o pagamentodo Imposto de Renda correspondente com base nas regras previstas nesta seção. 
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior: 
A apuração do Imposto de Renda com base no lucro arbitrado abrangerá todo ano-
calendário, assegurada a tributação com base no lucro real relativa aos meses não 
 
 
18 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
submetidos ao arbitramento, se a pessoa jurídica dispuser de escrituração exigida 
pela legislação comercial e fiscal que demonstre o lucro real não abrangido por 
aquela modalidade de tributação, observando o disposto no § 5º do artigo 37; 
 
Por fim, é estipulado pela fiscalização, em decorrência da inaptidão ou falta de 
documentação por parte do sujeito passivo: 
 
• Lucro Presumido: conforme determina o § 1º do artigo 516 do RIR, esta espécie 
é definida em relação a todo o ano-calendário (Lei nº 9.718, de 1998, art. 13, § 
1º), aplicando-se um percentual sobre o faturamento, conforme determinação 
legal; 
• Simples Nacional: nesta hipótese, a Lei Complementar nº 123/2006, define uma 
forma simplificada para a tributação de impostos federais, estaduais e municipais 
para as micro, pequenas empresas e para o MEI, contudo deve-se atentar as 
atividades que podem optar por esse regime e identificar o anexo das alíquotas 
para cálculo dos impostos. 
 
Não deixe de analisar o site abaixo indicado, a fim de enriquecer seus conhecimentos: 
www.portaldomicroempreededorindividual.com.br 
 
Depois de apresentado o conceito de tributo e de entender que este é gênero que 
ostenta diversas espécies, passamos a analisar essas espécies tributárias. Assim, através 
do conceito legal de tributo podemos verificar 5 (cinco) espécies de tributos, com 
características que as diferenciam umas das outras. 
 
Para se configurar cada espécie tributária tem-se uma norma que possui uma 
previsão abstrata de um fato econômico que se denomina HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA 
(como por exemplo, auferir renda, prestar serviço, ser proprietário) e uma ocorrência 
concreta, ou seja, a realização real do fato antes previsto abstratamente a que se denomina 
FATO IMPONÍVEL (é o auferir, é o prestar serviço, é o ser proprietário). 
 
Quando se verifica a perfeita coincidência entre o fato concreto e a previsão abstrata 
dizemos que ocorreu o FATO GERADOR do tributo. 
 
No instante em que ação real se iguala àquela previsão do abstrato há a perfeita 
coincidência entre norma e fato, surgindo o fato gerador do tributo. Assim, no exato instante 
http://www.portaldomicroempreededorindividual.com.br/
 
 
19 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
em que alguém realiza concretamente aquilo que a norma previa abstratamente, podemos 
dizer que nasce a obrigação tributária. Neste dia dizemos que ocorreu o fato gerador. 
 
Desta forma, ao estudar as características do fato econômico previsto na lei teremos 
a diferenciação entre impostos, taxas e contribuições de melhoria, como veremos abaixo. 
 
3.2. Espécies Tributárias 
• Impostos 
• Taxas 
• Contribuições de melhoria 
• Empréstimos Compulsórios 
• Contribuições especiais 
 
3.2.1. Os impostos 
Esta é a espécie tributária mais importante para as receitas dos entes federativos. 
Como veremos a seguir estes são divididos entre todos os entes da Administração Pública 
Direta - União, Estados membros, Municípios e Distrito Federal. 
 
Cabe consignar que o imposto é uma espécie tributária que ostenta como fato 
gerador uma atuação do contribuinte, independentemente de qualquer atuação estatal 
específica em relação a ele. Ou seja, os fatos econômicos que geram a cobrança dos 
impostos serão sempre praticados pelos contribuintes, sem qualquer vínculo com qualquer 
espécie de atuação do ente estatal. Por exemplo, o IPVA tem por fato gerador o fato de ser 
o contribuinte “proprietário de um veículo”, independentemente de qualquer atuação direta 
do Estado o dever de pagar esse imposto é presente ante a propriedade. 
 
Os impostos no Brasil estão todos previstos, expressamente previstos na 
Constituição, sendo que os de competência da União estão previstos no artigo 153 e 154; 
dos Estados e Distrito Federal no artigo 155; e dos municípios no artigo 156. Ressalta-se, 
como já colocado em momento anterior que o Distrito Federal tem tanto a competência 
estadual quanto a competência municipal. 
 
 
 
20 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Sem essa repartição os contribuintes não saberiam para quem pagar seus impostos 
eis que suas atuações (fatos econômicos) não fazem com que se vinculem a nenhum dos 
três entes de forma direta. Por exemplo, não há razão lógica que me leve a pagar o IPVA 
para os estados e o IR para a União. Desta forma, isso de dá em decorrência de uma ordem 
constitucional, já que em nenhum dos exemplos o fato do contribuinte ser proprietário de 
certo bem o vincula ao, ao estado ao a União. 
 
Obs. Através da competência extraordinária já analisada surgem as seguintes 
espécies de imposto da União: 
• Imposto de Guerra - incidente sobre qualquer fato econômico, ainda que já seja 
gerador de tributo previsto na CF; 
• Imposto residual - que somente se cria por Lei Complementar e que só pode 
incidir sobre fato econômico novo, ainda não previsto na CF. 
 
As taxas, ao contrário dos impostos, são tributos que têm por fato gerador uma 
atuação estatal diretamente vinculada ao contribuinte, ou seja, trata-se da contraprestação 
pela atividade estatal que se dirige ao contribuinte. Esta atuação estatal pode vir na forma 
de serviço público ou na forma de exercício do poder de polícia. 
 
O poder de polícia é o atributo que o poder público tem de intervir na esfera individual 
com a finalidade de tutelar ou proteger interesses coletivos. Assim nesta modalidade a 
atuação do estado é diretamente vinculada não ao beneficiário, que é toda a sociedade, 
mas ao causador da atividade pública, como no caso de um alvará para abertura de um 
estabelecimento comercial, onde quem paga a taxa é o solicitante, dono do comercio. 
 
É indispensável que o serviço público ou o exercício do poder de polícia apresente 
as seguintes características: 
 
• Seja divisível ou individualizável, de modo que se conheça o seu beneficiário 
(serviço) ou o seu causador (poder de polícia). Exemplo: o serviço público de 
emissão de passaporte ou de prestação de serviço judicial verifica-se a 
individualização claramente; 
• Basta que esse serviço seja colocado à disposição do contribuinte para motivar 
a cobrança. 
 
 
 
21 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Obs. Os serviços públicos universais, como a segurança pública, não permitem, por 
esta razão, a cobrança de taxa, posto que prestado para toda a coletividade de forma 
indivisível. 
 
Salienta-se que os serviços universais são essenciais e precisam ser realizados, mas 
o serão com receita oriunda dos impostos, que servem a tudo, ou de outras receitas, como, 
por exemplo, um financiamento. 
 
 
 
Atualmente a CF prevê a cobrança de uma contribuição de iluminação pública, 
entretanto se discute a legalidade dessa cobrança, pois como o fato gerador é 
uma prestação de serviço, o tributo correspondente seria uma taxa e não uma 
contribuição. Por outro lado, não poderia se aplicar a taxa, pois se trata de um 
serviço indivisível. Quanto à ilegalidade da cobrança de taxa de iluminação 
pública já decidiu o STF, conforme texto abaixo: 
"A orientação do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a Taxa de 
Iluminação Pública é inconstitucional, uma vez que seu fato gerador tem 
caráter inespecífico e indivisível." (AI 479587 AgR, Relator Ministro Joaquim 
Barbosa, Segunda Turma, julgamento em 3.3.2009, DJe de 20.3.2009) 
 
Logo, quando a inaceitabilidade da cobrança de taxa relativa à iluminação pública ou 
pelo serviço de limpeza pública não maisse discute. 
 
Ocorre que alguns doutrinadores e juristas entendem que esses serviços indivisíveis 
deveriam ser custeados pelos impostos, uma vez que o fato gerador não apresenta a 
característica da taxa nem mesmo de outra espécie tributária vinculada. Nesse sentido: "É 
assente nesta colenda Corte que as taxas de iluminação pública e de limpeza pública se 
referem a atividades estatais que se traduzem em prestação de utilidades inespecíficas, 
indivisíveis e insuscetíveis de serem vinculadas a determinado contribuinte, não podendo 
ser custeadas senão por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais." (AI 463910 
AgR, Relator Ministro Ayres Britto, Primeira Turma, julgamento em 20.6.2006, DJ de 
8.9.2006). 
 
Foi nesse contexto que a Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública foi 
positivada no Sistema Constitucional Tributário com a Emenda Constitucional n.º 39, de 19 
de dezembro de 2002, que adicionou ao texto constitucional o art. 149-A. Com isso, a CIP 
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=582822
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=369224
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=369224
 
 
22 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
passou a integrar o rol das espécies tributárias, amealhando recursos para os cofres 
municipais. 
 
Oportuna à transcrição do art. 149-A, da Constituição Federal, verbis: 
 
“Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir 
contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço 
de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
Parágrafo único: É facultada a cobrança da contribuição a que se refere 
o caput, na fatura de consumo de energia elétrica” 
 
A partir daí passou a se discutir a legalidade desta emenda, contudo, a posição hoje 
dominante, inclusive perante o STF, entende pela legalidade da Emenda Constitucional que 
criou a CIP, e consequentemente pela manutenção da sua cobrança. 
 
Por fim, é de se consignar que taxa não é a mesma coisa que tarifa. De plano, cabe 
esclarecer que taxa é uma espécie tributária, enquanto tarifa não o é. 
 
A partir dessa afirmação outras inúmeras diferenças se apresentam, conforme 
quadro abaixo publicado no Portal Educação em 15/04/2013: 
(http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/43852/diferencas-constitucionais-entre-
as-taxas-tarifas-e-precos). 
 
 Taxa Tarifa 
Objeto 
Exercício do poder de polícia 
ou a utilização de serviços 
públicos específicos e 
divisíveis. Art. 145, II, CF. 
Serviços públicos 
explorados por 
concessionários. Art. 175, 
parágrafo único, III, CF. 
Obrigatoriedade 
Existente por se tratar de 
tributo. A contraprestação pelo 
serviço é devida 
independentemente da vontade 
do contribuinte. Art. 145, II, CF 
Inexistente. Fica obrigado 
a pagar somente aquele 
que opta pelo serviço. 
Finalidade Lucrativa 
Não há. A prestação pecuniária 
existe apenas para cobrir os 
custos da atividade. 
Existente como o principal 
interesse do particular em 
explorar uma atividade 
pública. 
Natureza jurídica Tributo Preço público 
Exemplo Taxa de esgoto Tarifa de ónibus 
 
http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/43852/diferencas-constitucionais-entre-as-taxas-tarifas-e-precos
http://www.portaleducacao.com.br/direito/artigos/43852/diferencas-constitucionais-entre-as-taxas-tarifas-e-precos
 
 
23 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
As contribuições de melhoria, por seu turno, são espécies tributárias que têm por 
fato gerador uma ação estatal na forma de obra pública que cause valorização imobiliária. 
 
Nota-se que tanto quanto as taxas as contribuições de melhoria se vinculam a uma 
atuação estatal individual, entretanto as contribuições de melhoria não se vinculam a um 
serviço generalizado ou ao poder de polícia, mas sim a uma obra pública que valoriza o 
imóvel particular. 
 
Assim, sempre que houver uma obra pública que comprovadamente cause aos 
imóveis vizinhos de forma direta uma valorização imobiliária real pode-se em tese pensar 
neste tributo. 
 
A fixação desse tributo dar-se-á com o respeito a dois limites: 
 
• Limite global – a soma de todas as contribuições cobradas por causa da obra 
não pode exceder o custo da própria obra, sob pena de haver enriquecimento 
sem causa do ente da federação que realizou a obra; 
• Limite individual – a base de cálculo da contribuição para cada proprietário nunca 
poderá ser maior do que a própria valorização auferida por ele. Assim, se seu 
imóvel antes da obra valia 20 e depois da obra passou a valer 25, a base para a 
cobrança será apenas cinco, ou seja, sobre a efetiva valorização. 
 
O procedimento de verificação da valorização encontra-se previsto no CTN. 
 
Outra espécie tributária é o empréstimo compulsório que se encontra previsto no 
artigo 148 da CF, incidindo sobre qualquer fato econômico real, ou seja, a CF não elenca 
os fatos que poderão sofrer incidência do EC, mas em compensação descreve claramente 
os motivos que permitem sua instituição. 
 
Esse tributo somente pode ser criado através de Lei Complementar, oriunda de ato 
do Congresso Nacional, onde sua aprovação necessita de maioria absoluta e quórum 
qualificado, ao contrário das leis ordinárias, que são aprovadas por maioria simples. 
Ademais, a Constituição Federal determina, também, que apenas a União poderá instituí-
lo. 
 
 
 
24 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Os motivos para a instituição dessa espécie tributária, como acima dito, se 
encontram estipulados na Lei Maior, isto é, nos incisos do artigo 148, e são os seguintes: 
• Inciso I – nos casos de calamidade pública e de guerra externa; 
• Inciso II – nos casos de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional. 
 
Além disso, o parágrafo único do mesmo artigo determina que a destinação da 
receita é específica e dirigida ao motivo que originou sua instituição. 
 
Por fim, como última espécie tributária as contribuições especiais são divididas em 
três espécies, nos exatos termos do artigo 149, da Constituição Federal: 
 
• Contribuições Sociais; 
• Contribuições de Intervenção no domínio econômico; 
• Contribuições no interesse das categorias profissionais ou econômicas; 
• Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública. Salienta-se que está espécie 
já foi acima explicada quando falamos da taxa. 
 
As contribuições especiais, como um todo, são tributos que não possuem natureza 
própria, de modo que ora se apresentam com características de imposto e ora com o perfil 
de taxas. 
 
A grande especificidade desse tributo é que normalmente se apresentam sob a forma 
de contribuições parafiscais, ou seja, apesar da competência para sua criação pertencer à 
União, esta delega, entretanto, a capacidade tributária (aptidão de arrecadar, ser credor) 
para outros entes que são criados exatamente para o fim a que se destina a contribuição. 
 
Por exemplo, nas contribuições sociais previdenciárias a competência para 
instituição é da União que delega a capacidade tributária ao INSS, o qual passa a ter a 
capacidade ativa do tributo, arrecadando-o. Essa delegação de capacidade denomina-se 
parafiscalidade. O mesmo se dá com os Conselhos Profissionais como OAB, CFM e outros. 
 
Vê-se, pois, que a competência de criação é indelegável, conforme determina a 
Constituição, onde somente os entes da Federação (União, Estados, Municípios) podem 
 
 
25 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
criar tributos. Assim, ou pertence à União ou aos estados (DF) ou aos municípios e se 
pertence a um não pertencerá a outro. 
 
3.2.2. Resumo do Módulo 
Analisamos nessa aula o tributo, bem como as diversas espécies tributárias que 
delem derivam com todas as suas especificações,verificando as características que as 
diferenciam. 
 
 
 
 
 
26 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS 
 
Objetivos: 
• Analisar os princípios tributários previstos na Lei Maior; 
• Verificar as consequências desses princípios. 
 
Palavras-Chave: Princípios Tributários; Consequências. 
 
Estamos iniciando nossa segunda semana e continuo contando com a sua 
companhia por esta viagem ao mundo do Direito Tributário. No mais, espero que esteja 
apreciando e que o conteúdo contribua para o seu crescimento na área das Ciências 
Contábeis. 
 
Conforme será analisado nesta semana, a Constituição Federal se preocupou em 
colocar limites à ação tributária do Estado. Estas limitações funcionam, na verdade, como 
verdadeiros princípios em favor dos contribuintes que os defendem contra a ânsia 
arrecadatória do fisco, apoiado pelo poder legislativo. 
 
Cabe esclarecer que a presente matéria se encontra na Carta Magna, Seção II, 
denominada “Das Limitações do Poder de Tributar”, conforme descrito abaixo: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
II - Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou 
função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos 
rendimentos, títulos ou direitos; 
III - Cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os 
houver instituído ou aumentado; 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
IV - Utilizar tributo com efeito de confisco; 
V - Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização 
de vias conservadas pelo Poder Público; 
VI - Instituir impostos sobre: 
a) Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) Templos de qualquer culto; 
 
 
27 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
c) Patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, 
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) Livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. 
e) Fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras 
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas 
por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os 
contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a 
laser. 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 
153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos 
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo 
dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas 
e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades 
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em 
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem 
exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao 
bem imóvel. 
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente 
o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das 
entidades nelas mencionadas. 
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos 
acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. 
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de 
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, 
só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que 
regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo 
ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de 
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva 
ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia 
paga, caso não se realize o fato gerador presumido. 
 
Art. 151. É vedado à União: 
I - Instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, 
em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a 
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes 
regiões do País; 
II - Tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos 
agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para 
seus agentes; 
III - Instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal 
ou dos Municípios. 
Art. 152. “É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer 
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua 
procedência ou destino”. 
 
 
 
28 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Os princípios representam os alicerces inabaláveis do sistema jurídico pátrio e se 
constituem em regras de respeito absoluto. Nessa direção, cabe esclarecer que foi a 
Constituição Federal quem elegeu certos valores como sendo valores supremos e 
relacionados às diversas áreas da vida social. Assim temos diversos princípios dos vários 
campos legais. Por exemplo: 
 
• Princípios relacionados à pessoa humana - direito à vida, à saúde; 
• Princípios relativos aos direitos individuais - o princípio da ampla defesa e do 
contraditório. 
• Princípios do campo econômico - princípio da liberdade econômica e da livre 
iniciativa. 
• Princípios penais - princípio da presunção de inocência. 
 
Pois bem, nossa matéria também é repleta de princípios que deverão estar presentes 
não só na atuação do poder público como executor das leis, mas também pelos próprios 
legisladores quando da confecção das normas jurídicas que irão formar o direito tributário. 
 
Logo, os alicerces tributários são os princípios constitucionais tributários, presente 
na nossa Lei Maior que tem como destinatário toda a coletividade. Salienta-se que esses 
princípios são verdadeiros limites ao poder de tributar, limitando a atuação dos entes da 
federação nesse campo, a fim de proteger o contribuinte. 
 
Diante dessa explanação inicial, passamos agora aos princípios propriamente ditos. 
 
Vamos lá! 
• Princípio da legalidade – encontra- se previsto no art. 150, I, CF. Dele se extrai 
o fundamento de que no Brasil os tributos devem ser criados ou majorados 
(aumentados) por meio de lei. De regra utiliza-se a regra é a lei ordinária, 
contudo, os impostos, as contribuições residuais e o empréstimo compulsório só 
pode ser criado ou aumentado por lei complementar. 
 
Cabe colocar, ainda, quanto a este princípio que a Medida Provisória, depoisda EC 
32 é instrumento para tratar de matéria tributária atinente à lei ordinária, de modo que não 
 
 
29 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
há dúvida sobre a possibilidade de medida provisória poder criar ou aumentar um tributo 
que também poderei ter sido criado ou majorado por lei ordinária. 
 
Assim, se certo tributo só pode ser criado por Lei Complementar só por Lei 
Complementar é que poderá ser aumentado. 
 
Ressalta-se que mesmo que criado por medida provisória este tributo só ganhará 
eficácia desde que respeitando os critérios da anterioridade previstos para cada tributo, 
como veremos mais a frente e somente a partir de sua transformação em lei pelo congresso. 
 
Nunca é demais ampliar nossos conhecimentos, por isso, abaixo apresento o texto 
constitucional referente à medida provisória, corriqueiramente chamada de MP. 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao 
Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
I - Relativa à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
a) Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
b) Direito penal processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001). 
c) Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia 
de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
d) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001). 
II - Que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer 
outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
III - Reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001) 
IV - Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente 
de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto 
os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício 
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que 
foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, 
desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, 
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso 
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, 
suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
 
 
30 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito 
das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus 
pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados 
de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada 
uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a 
votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver 
tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória 
que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação 
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001). 
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas 
provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão 
separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que 
tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após 
a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas 
constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão 
por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida 
provisória, esta se manterá integralmente em vigor até que seja sancionado ou 
vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). 
 
Outras exceções ao princípio da legalidade se refere aos impostos. 
 
Vejamos: 
• Regra – os impostos só podem ser criados ou majorados por lei complementar; 
• Exceção - os impostos extras fiscais, isto é, o II, IE, IPI e IOF podem ter suas 
alíquotas aumentadas por ato do Poder Executivo, como por exemplo, decreto, 
instrução normativa. 
• Princípio da irretroatividade - previsto no art. 150, III, a, CF. Significa dizer que a 
lei tributária só se dirige aos fatos futuros, de modo que para que determinado 
fato econômico possa ser atingido por uma nova lei tributária que tenha criado 
um tributo ou seu aumento é necessário que o fato seja posterior à lei. 
 
Entretanto, como é comum no direito, existe uma exceção quanto ao tema. Assim, 
se a lei posterior for mais benéfica ao contribuinte, impondo pena mais branda a este, em 
caso de infração à lei, esta norma não seguirá o princípio da irretroatividade. Trata-se, pois, 
de caso em que a lei retroage para diminuir a pena do contribuinte. 
 
 
31 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
• Princípio da anterioridade - encontra-se previsto no art. 150, III, b/c, CF. Esse 
princípio tem a finalidade de minimizar as surpresas tributárias ao contribuinte. 
Por este a lei tributária apenas passe a produzir efeitos a partir de 1º de janeiro 
do ano seguinte ao da publicação (exercício financeiro seguinte). Antes disso a 
lei tem vigência, mas não eficácia. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
III - Cobrar tributos: 
b) No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993). 
 
• Princípio da noventena – Também com o intuito de minimizar surpresas, além 
do princípio da anterioridade o legislador criou o princípio da noventena, previsto 
na letra c ao inciso III do artigo 150, de modo que hoje além de a nova norma 
tributária ter que aguardar o exercício financeiro seguinte, também é preciso que 
haja ainda um prazo de 90 dias a separar a publicação da lei do início de sua 
eficácia. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
III - Cobrar tributos: 
c) Antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que 
os instituiuou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003). 
 
Assim, a partir de agora para que realmente tenha eficácia em 1º de janeiro, a lei 
deve ser publicada até 90 dias antes do final do exercício financeiro. Logo, se, por exemplo, 
for publicada em 20 de dezembro uma norma que institui um tributo teremos que contar 90 
dias para dar início a sua eficácia. 
 
Exceções: O parágrafo 1º do artigo 150 enumera os casos em que não será 
necessário cumprir nenhuma das duas exigências. 
 
São situações que refletem ou casos de urgência ou casos de extrafiscalidade. 
Assim é que o e empréstimo compulsório de guerra (148, I), o imposto de guerra (154, II), 
o II, o IE e o IOF, EC e IG (153, I, II e V) podem ser dentro do mesmo exercício sem que 
tenham que aguardar os 90 dias. 
 
 
 
32 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Já o IPI (artigo 153, IV, CF) pode ser aumentado no mesmo ano, mas deve aguardar 
os 90 dias da letra C, ou seja, é apenas exceção ao princípio da anterioridade, mas segue 
a regra do princípio da noventena. 
 
Ao contrário, o IR, IPVA e IPTU deve aguardar o ano seguinte (respeito à letra B, 
mas não precisa ter o lapso de 90 dias, ou seja, é exceção ao princípio da noventena. 
 
• Princípio da igualdade – Por este princípio, previsto no artigo 150, II, da 
Constituição Federal, tem-se a regra segundo a qual pessoas ou situações 
semelhantes devem sofrer o mesmo tratamento tributário do estado. 
 
Esse princípio, entretanto, deve ser lido com cuidado, pois é possível a instituição de 
diferenças entre pessoas semelhantes em decorrência de isenções ou para garantir a 
igualdade socioeconômica entre diferentes regiões do país. 
 
• Princípio da Uniformidade Geográfica - Princípio previsto no artigo 151, I, que 
determina ser vedado à União o estabelecimento de diferenças tributárias entre 
contribuintes que estejam localizados em locais diferentes. Ou seja, se o tributo 
é nacional o tratamento nacional deve ser igualitário. 
 
Exceção à regra há na hipótese de concessão de incentivos fiscais apenas para 
promover o equilíbrio socioeconômico das regiões, beneficiando certa região mais fraca. 
 
 
 
Isenções – São regras estabelecidas em lei que garantem a determinados 
contribuintes um tratamento tributário privilegiado em relação a certo tributo 
por se encontrar ele na situação que a lei indica como sendo apta a gerar o 
tratamento diferenciado. 
 
 
Aparentemente essas hipóteses geram certa ruptura com o princípio da igualdade, 
entretanto, esta apenas se dá em função estritamente da peculiaridade que a lei vê como 
especial. Por exemplo, o fato gerador do IPTU é ser proprietário de imóvel urbano. Assim, 
em tese, todos nesta condição deveriam ser tributados da mesma forma. Ocorre que a lei 
pode entender que alguma situação de fato exige um tratamento mais benéfico, como por 
 
 
33 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
exemplo, os idosos aposentados com um único imóvel podem ficar isentos deste tributo por 
conta dessa situação que a lei entenda como especial. 
 
Resumo do Módulo 
 
A Constituição Federal determina limites ao poder de tributar do Estado, e esses 
limites se vislumbram através dos princípios constitucionais tributários. Salienta-se que 
esses princípios ostentam exceções, como anteriormente visto. 
 
Vamos rever os mais relevantes: 
 
• Princípio da legalidade: 
a) Regra: Imposto, empréstimo compulsório e contribuições residuais – só 
podem ser criados ou aumentados por lei complementar; 
Exceção: II, IE, IOF e IPI – podem ter sua alíquota majorada da por mero ato 
do poder executivo; 
b) Regra: Taxa, contribuição de melhoria e contribuição especial pode ser 
criada ou aumentada por lei complementar – também podem através de MP. 
• Princípio da anterioridade e da noventena. 
 
 
 
 
34 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5. ANÁLISE DOS DEMAIS PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS 
 
Objetivos 
• Analisar os demais princípios tributários previstos na Lei Maior; 
• Verificar as consequências desses princípios. 
 
Palavras-Chave: Princípios Tributários; Consequências. 
 
Caro aluno, vamos dar continuidade ao nosso estudo referente aos princípios 
constitucionais tributários, que, conforme já colocamos, acabam por limitar o poder de 
limitar dos entes tributantes. 
 
• Princípio do Não Confisco - este se encontra previsto no artigo 150, inciso IV, da 
Constituição, do capítulo I - Do Sistema Tributário Nacional, da Seção II – Das 
Limitações do Poder de Tributar. Este princípio se dirige a todos os entes da 
federação, ou seja, União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
Trata-se, na verdade, de uma barreira ao poder de tributar, impedido o livre-arbítrio 
do legislador na instituição (criação ou majoração) dos tributos. Desta forma, o tributo 
utilizado com efeito de confisco será tido como inconstitucional pelo Supremo Tribunal 
Federal, devendo a lei ser retirada do ordenamento jurídico. 
 
 Nesse diapasão podemos citar o Hugo de Brito Machado ao afirmar que: "Os 
princípios jurídicos da tributação existem para proteger o cidadão contra os abusos do 
Poder de Tributar pertencente ao Estado” 7. 
 
Analisando a aplicabilidade do tema na prática prudente trazer a sessão plenária do 
julgamento da ADIN 2010-2, onde se questionava a constitucionalidade da lei que 
possibilitava a elevação de 25% da alíquota da contribuição previdenciária dos servidores 
públicos, assim se manifestou o Ministro Carlos Mário Velloso em seu voto: 
 
É que a Constituição não tolera a utilização de tributo com efeito de confisco (CF, 
art. 150, IV). Como se chega a essa conclusão? Qual seria o conceito de ‘tributo 
com efeito de confisco? O conceito é indeterminado, caso em que o juiz laborará 
 
7 Curso de Direito Tributário - 37ª Ed. 2016 
 
 
35 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
em área que chamaríamos de ‘área cinzenta’. Em primeiro lugar, a questão, ao que 
me parece, deve ser examinada no conjunto de tributos que o servidor pagará, no 
seu contracheque, dado que se trata de tributo incidente sobre o vencimento, salário 
ou proventos. (...) ademais, o efeito de confisco se caracterizaria, sobretudo, no fato, 
por exemplo, de o servidor, em razão da exigência fiscal, ter que se privar de bens 
ou utilidades de que vinha se utilizando. 
 
Na verdade, por mais que o tributo incida sempre sobre um fato econômico gerador 
ou demonstrador de riqueza, o tributo não pode retirar desse fato sua quantidade de riqueza 
de modo a desaparecer para o particular o benefício do seu próprio ato. 
 
Entendemos que este princípio deveria ostentar uma aplicação em âmbito maior, 
impedindo não só que um tributo especificamente seja confiscatório, mas que a carga 
tributária sobre determinada atividade ou até de modo global o seja. Porém, infelizmente, 
isso ainda não ocorre efetivamente, posto que a análise se dá apenas some um tributo 
específico. 
 
 
 
Caro aluno, faça agora um exercicio de pesquisa pessoal e entre na página da 
Receita Federal e pesquise acerca da carga tributária dos impostos federais no 
Brasil e veja que para um cidadão médio no Brasil a carga significa 
aproximadamente quatro meses de sua receita anual. 
 
 
Cabe consignar, por fim, no que tange esse principio, que também é bom ressaltar 
que a noção de confisco está intimamente ligada à quantidade e qualidade dos serviços 
públicos prestados, pois em países avançados, como os países nórdicos, a carga pessoal 
tributária é muito elevada, mas em compensação o nível dos serviços públicos é 
sensacional, o que afasta por si só a ideia de confisco ou lesão. 
 
• Princípio da progressividade - é um princípio constitucional atinente ao IR, ao 
ITR e ao IPTU, pelo qual se autoriza opoder tributante a majorar paulatinamente 
a alíquota destes tributos. 
 
Há dois tipos de progressividade: a fiscal, na qual para o aumento progressivo das 
alíquotas importa apenas o valor da base de cálculo, de modo que o imposto é calculado 
em faixas de incidência, tanto maior quanto maior for à base de cálculo. 
 
 
36 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Esta progressividade se dá nos casos do IR e numa das hipóteses do IPTU após a 
emenda constitucional nº 29. 
 
Ao analisar a tabela do IR percebe-se que há no Brasil 3 (três) faixas de incidência, 
uma inicial isenta, uma alíquota de 15% e outra de 27,5%, sendo que em cada uma se 
deduz o volume já atingido pela faixa anterior. 
 
A outra progressividade é a extrafiscal, modalidade na qual o aumento progressivo 
das alíquotas não se dá em relação ao valor da base de cálculo e sim por conta de fatores 
não essencialmente tributários, normalmente vinculados a alguma política pública como a 
política urbana e a função social da propriedade e a política agrária. Em resumo, esta 
progressividade autoriza o poder tributante a impor a alíquota maior como se fosse uma 
penalidade ao contribuinte por ter ele infringido alguma norma não tributária, como por 
exemplo, manter terreno não edificado ou área rural improdutiva. É o caso dos artigos 153, 
§ 4º e 182, § 4º, da CF. 
 
• Princípio da Não-cumulatividade – Este princípio antigamente era afeto apenas 
ao ICMS e ao IPI, contudo, hoje também se estende a algumas contribuições 
como a COFINS e o PIS e pelo qual se permite abater do montante de imposto 
devido pelo contribuinte na sua operação o valor de imposto incidente na 
operação anterior (e não necessariamente que tenha sido pago), de maneira que 
o imposto sempre recairá sobre o valor agregado à mercadoria pelo contribuinte. 
 
Desta forma, ao adquirir uma mercadoria ou insumo o adquirente se credita do valor 
acrescido à mercadoria, mas pago pelo comerciante ou industrial anterior. E ao vender a 
mercadoria ele debita do valor do imposto devido de sorte que o saldo será a diferença 
entre o débito e o crédito. 
 
Nesse sentido temos a lição do ilustre professor Ricardo Alexandre8: 
 
“A não cumulatividade é técnica que tem por objetivo limitar a incidência tributária 
nas cadeias de produção e circulação mais extensas, fazendo com que, a cada 
etapa da cadeia, o imposto somente incida sobre o valor adicionado nessa etapa. 
 
8 Direito Tributário Esquematizado / Ricardo Alexandre. – 9 ª ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 
2015. Pág. 51. 
 
 
37 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Assim, ao final da cadeia, o tributo cobrado jamais será maior que o valor da maior 
alíquota, multiplicado pelo valor final da mercadoria. ” 
 
Em se tratando de ICMS, a título de exemplo, cabe colocar que quando uma 
mercadoria é fornecida a R$ 200,00 (duzentos reais), incidirá aqui o imposto sobre a 
totalidade do montante. E se esta mesma mercadoria é revendida por R$ 250,00 (duzentos 
e cinquenta reais), incidirá novamente o ICMS sobre esse valor, até chegar ao destinatário 
final. 
 
Pois bem, conforme o exemplo acima citado, o segundo alienante da mercadoria de 
R$ 250,00 terá direito à compensação do crédito, vez que o primeiro alienante pagou 
também o ICMS. 
 
• Princípio da Seletividade – Constitui um notável exemplo de extrafiscalidade, de 
modo a selecionar os bens de consumo mais ou menos essencial ao cidadão. A 
Constituição Federal estabelece a observância do princípio da seletividade em 
dois impostos: o IPI (art. 153, §3º, I) e o ICMS (art. 155, §2º, III). 
 
Na verdade, esse princípio é afeto ao IPI e ao ICMS, porém, a jurisprudência também 
o estende ao PIS e COFINS, permitindo que se estabeleça tratamento diferenciado para 
certos produtos em função de critérios de essencialidade fixados em lei, de sorte que um 
gênero alimentício de primeira necessidade pode sofrer incidência privilegiada em relação 
ao outro gênero não essencial. 
 
Nesse contexto, a Justiça Federal de São Paulo proferiu uma importante decisão 
relativa a não cumulativa/seletividade do PIS/COFINS. Por esta, as empresas do setor 
editorial foram beneficiadas com uma inédita sentença judicial da 25ª Vara da Justiça 
Federal de São Paulo, que ampliou o conceito de insumos para as contribuições sociais 
destacadas. 
 
A mencionada decisão reconhece direito creditório para as editoras, cuja atividade 
econômica depende essencialmente da aquisição de direitos autorais para obter o resultado 
econômico faturamento. 
 
http://www.direitoeleis.com.br/index.php?title=Extrafiscalidade&action=edit&redlink=1
http://www.direitoeleis.com.br/Constitui%C3%A7%C3%A3o_Federal
http://www.direitoeleis.com.br/index.php?title=IPI&action=edit&redlink=1
http://www.direitoeleis.com.br/ICMS
 
 
38 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Entendeu o Juízo que os gastos ou as despesas sofridas pela editora na compra de 
direitos autorais, geram o direito de apropriar-se dos créditos de PIS e COFINS não 
cumulativos. Desta forma, foi reconhecido o direito da editora de recuperar os pagamentos 
indevidos a maior a título de PIS e da COFINS, vez que, aquisição de direitos autorais cria 
o direito de desconto de 9,25% sobre os gastos com estes insumos diante das pessoas 
jurídicas que comercializam o direito autoral. 
 
Esse mecanismo é realizado na contabilidade do contribuinte, através do crédito 
pelas mercadorias adquiridas (o valor a se creditar vem na Nota Fiscal emitida pelo 
vendedor e que acompanha a mercadoria) e, posteriormente, pelo débito do imposto devido 
na operação de venda do contribuinte (este valor a ser debitar é aquele que consta da Nota 
Fiscal de saída e que acompanha a mercadoria quando da venda). 
 
O direito autoral foi reconhecimento como insumo para as editoras, bem como a 
recuperação dos pagamentos realizados indevidamente a maior dos últimos cinco anos. 
Assim, a União Federal foi obrigada a devolver ao contribuinte os recolhimentos efetivados 
dentro deste período 5 (cinco) anos, devidamente atualizados pela taxa SELIC. 
 
Na verdade, se entendeu que os gastos financeiros para a aquisição das obras 
literárias devem ser entendidos como um custo intrinsecamente ligado à criação da obra 
literária para a editora, ou seja, um insumo pertinente à sua cadeia produtiva, ligados à sua 
atividade fim. 
 
O juiz acolheu o pedido da editora com base ao princípio da não-cumulatividade das 
contribuições do PIS e da COFINS estampados no artigo 3º da lei 10.637/02 e 10.833/03, 
considerando o aproveitamento aos créditos previstos pela própria legislação. 
 
Resumo do Módulo 
 
Caro aluno, para apresentar o resumo deste módulo, entendemos por bem 
apresentar novos exemplos sobre os princípios supra ressaltados. 
 
Vamos lá! 
 
1º exemplo: Não cumulatividade 
 
 
39 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
2º exemplo: Progressividade 
 
 
 
 
40 Legislação Tributária 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
 
Objetivos: 
• Analisar as imunidades tributárias; 
• Verificar as consequências dessas imunidades; 
• Verificar as diferenças entre imunidade e isenção. 
 
Palavras-Chave: Imunidade; Consequências; Diferenças. 
 
Caro aluno! 
 
Vamos iniciar mais essa aula tratando de um assunto de extrema relevância para os 
cofres públicos e, consequentemente, para a sociedade. 
 
Conto com seu empenho de sempre. 
Vamos lá estudar as imunidades! 
 
As imunidades são normas constitucionais que impedem o nascimento da lei 
tributária que descreva os fatos arrolados por elas. 
 
O ilustre Doutrinador Paulo de Barros Carvalho conceitua imunidade nos seguintes 
termos9: 
 
“A classe finita e imediatamente determinável de normas jurídicas, contidas

Continue navegando