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FUNGOS DIMÓRFICOS II - INFECÇÕES SISTÊMICAS

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FUNGOS DIMÓRFICOS II – INFECÇÕES SISTÊMICAS 
 
No Brasil, nós temos três tipos de fungos dimórficos que causam três tipos de infecções sistêmicas, são elas: 
• HISTOPLASMOSE • PARACOCCIDIODOMICOSE • COCCIDIOIDOMICOSE 
Todos esses são considerados patógenos verdadeiros, já que são completamente capazes de infectarem um 
organismo saudável e causar dano leve, moderado ou grave. Lembrando que, caso algum paciente imunossuprimido 
entre em contato com algum agente etiológico dessas doenças, será infectado e terá um quadro consideravelmente 
mais grave. 
 
➔ Histoplasmose: 
• Assim como as outras doenças sistêmicas causadas por fungos dimórficos, o processo de infecção por 
Histoplasmose é obtido a partir da respiração. 
• A infecção ocorre a partir da inalação dos conídios (células reprodutoras dos fungos). 
• A partir da inalação, os conídios obtêm livre acesso ao pulmão. 
• Alguns organismos conseguem controlar o patógeno ainda no pulmão, levando à um quadro assintomático ou 
com sintomas leves gripais. 
• Caso a infecção não seja controlada no pulmão, as (agora) leveduras prosseguem para a circulação linfática 
e/ou sanguínea. 
• Com isso, a infecção pode atingir outros tecidos e órgãos ao redor do corpo humano. 
• Região mais endêmica se encontra na região sudeste dos Estados Unidos. 
• É uma doença muito descrita na literatura mundial. 
• No Brasil, as regiões mais afetadas são a região amazônica e algumas partes do centro-leste. 
• Crescimento exacerbado em solos ricos em nitrogênio ou que possuam excretas de aves. 
• Por essa característica, cavernas, sótãos e galpões são locais ideais para o crescimento desse fungo. 
• Grupo de risco: escavadores; guias de caverna; construtores civis; serventes... 
• No caso das infecções sistêmicas, quanto maior a carga fúngica, mais grave a doença. 
 
• Manifestações clínicas: Histoplasmose pulmonar 
- Assintomáticas ou leves: quadro assintomático. 
- Agudo: exposição intensa; sintomas aparecem de 2-4 semanas; febre, mialgia, cefaleia, tosse. 
- Crônico: sintomas com quadro persistente de mal-estar, tosse e sudorese noturna que perdura por meses ou 
anos. 
- Progressiva: Acomete pacientes imunossuprimidos, especialmente portadores de HIV e/ou em uso de 
corticosteróides. Nesse caso, pode ser grave ou fatal. 
 
 
 
• Manifestações clínicas: Histoplasmose cutânea 
- Primária: oriunda de um corte ou traumatismo. 
- Secundária: como consequência da disseminação de uma infecção sistêmica mais profunda. 
 
 
• Diagnóstico micológico 
- Exame microscópico direto: utilização de esfregaço de sangue, linfonodo ou biopsias de pele / pulmão; 
coloração gram (+); observa-se pequenas leveduras intracelulares. 
- Exame de cultura (isolamento fúngico): cultura em meio Agár-Sabouraud; cultivo em 2 temperaturas 
(dimorfismo). 
- Outros testes: detecção de antígenos fúngicos circulantes (como o H. capsulatum cresce lentamente em 
cultura, o diagnóstico precoce é de extrema importância, principalmente nos casos graves); testes ELISA 
(material ideal é urina, apesar de sangue e lavado bronquioalveolar também terem sido testados). 
Um problema desses testes é a reatividade cruzada com outros fungos, portanto podem acabar indicando outro 
tipo de infecção. 
• Tratamento: 
- Na Histoplasmose pulmonar aguda, geralmente os pacientes apresentam melhora espontânea, sem que seja 
necessária a realização de tratamentos específicos. Caso necessite de tratamento, é recomendado o Itraconazol. 
- Na Histoplasmose pulmonar crônica, o tratamento é similar ao da forma pulmonar aguda, mas o tempo de 
tratamento deve ser maior (18-24 meses). 
- Nas formas disseminadas, a droga utilizada é a anfotericina B, juntamente ao uso de Itraconazol. 
Em geral, a terapêutica é feita de longo prazo, para evitar a remissão clínica. 
 
➔ Paracoccidiodomicose (PCM) 
• É a micose sistêmica endêmica do Brasil. 
• Paracoccidioides brasiliensis é o principal agente etiológico, com predomínio nas regiões sul e sudeste. 
• O tatu é conhecido por ser um reservatório de P. brasiliensis. 
• Na região centro-oeste, predomina o Paracoccidioides lutzii. 
• Assim como os outros fungos dimórficos, tem sua fase sapofrítica (micelial) e sua forma parasitaria (levedura). 
• Transmissão: o trabalho relacionado ao manejo do solo (agricultura; jardinagem; terraplanagem); na maioria 
das vezes, pacientes foram expostos a atividades agrícolas. 
A doença está inteiramente ligada a atividade agrícola, porém se manifesta somente muitos anos após a 
infecção, por isso algumas pessoas que atuam em centros urbanos a possuem. Além disso tabagismo e 
alcoolismo influenciam no tempo de manifestação desse fungo. 
 
• Manifestação clínica: 
- Forma crônica tipo adulto: Pulmonar assintomático ou leve (pode ter cura espontânea sem medicamento); 
Agudo (menos comum: febre, tosse, sudorese, falta de ar); Pulmonar crônico (mais frequente: febre, tosse, falta 
de ar, sudorese, dor no corpo, anorexia, fraqueza); Cutânea (lesões de pele, próximas às mucosas de nariz e 
boca). 
- Forma aguda/ subaguda juvenil: É a forma predominante em crianças, adolescentes e jovens adultos; evolui de 
forma rápida e se difunde para diversos órgãos e sistemas, cerca de 4-12 semanas após contágio. 
Essas crianças, usualmente possuem um aumento considerável dos linfonodos, podendo apresentar supuração e 
fistulização. Febre e anorexia normalmente acompanham o quadro clinico. Podem incluir manifestações 
digestivas, lesões cutâneas, osteoarticulares e, raramente envolvimento pulmonar. 
 
 
• Diagnóstico micológico: Exame microscópico direto 
- O fungo pode ser visualizado em biopsias de pele, linfonodos e exsudato pulmonar. 
- Coloração gram (+). 
- Observa-se grandes leveduras com múltiplos brotamentos. 
- Exame de cultura: posterior à coleta; cultura em Agár-Sabouraud; cultivo em 2 temperaturas (dimorfismo). 
 
 
• Tratamento: 
- Formas leves e moderadas: Itraconazol (9-18 meses). 
- Formas graves e disseminadas: Anfotericina B (2-4 semanas). Após esse período, continuar tratamento com 
Itraconazol. 
 
➔ Coccidiodomicose 
• Mais observada nos Estados Unidos. 
• Conhecida como febre do Valley. 
• No Brasil, teve casos no Piauí. 
• Pode causar pneumonia em áreas endêmicas. 
• Indo de encontro com todas as expectativas, o fungo Coccidioides cresce, principalmente em regiões áridas e 
semiáridas. 
• Fungo dimórfico, está na natureza em forma de micélio septado. Se divide fragmentando seus filamentos, 
gerando artroconidios. 
• O paciente inala esses artroconidios, que chegam ao pulmão. Porém, não formam leveduras, mas sim entram 
em um processo de endosporulação. 
• Esse processo se baseia na origem de um único artroconidio, realizar algumas reações e por fim criar um 
grande numero de fungos que são liberados no organismo. 
 
• Manifestações clínicas: 
- A maioria dos pacientes infectados são assintomáticos ou minimamente sintomáticos. 
- Cerca de 40% dos infectados vão apresentar sintomas. 
- Os sintomas se assemelham à bronquite e pneumonia, com eventuais erupções cutâneas. 
- Aproximadamente 1% dos pacientes sintomáticos apresentam infecção disseminada com locais extratorácicos. 
Os mais comuns são pele, tecidos moles, ossos e meninges. 
• Diagnóstico micológico: Exame microscópico direto 
- O fungo pode ser visualizado a partir de biopsias de pele, linfonodos ou exsudato pulmonar. 
- Coloração Gram (+). 
- Coccidioides spp. Apresenta nível de segurança NB3 (estrutura isolada, muito cuidado na cultura). 
• Tratamento: 
- A coccidioidomicose responde bem aos azóis (fluconazol, itraconazol e voriconazol). 
- Anfotericina B é utilizada em casos mais graves. 
- Diferente dos outros fungos dimórficos, o tratamento mais comum é o fluconazol. 
- Tratamento se baseia na gravidade e estado imunológico do hospedeiro.

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