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Brucelose É uma enfermidade transmissível de caráter crônico, causada por bactérias do gênero Brucella, as quais infectam várias espécies de mamíferos domésticos, silvestres e o homem. ⤷ Bovinos e bubalinos – aborto infeccioso, aborto contagioso, aborto epizoóticos, enfermidade de Bang. ⤷ Equinos – abscesso de cernelha, mal das cruzes e mal da nuca. ⤷ Humano – febre de Malta, febre de Gibraltar, febre do Mediterrâneo ou febre ondulante. A Brucella é capaz de infectar qualquer animal possuindo predileção de espécie. As Brucellas são cocobacilos gram negativos, aeróbias (CO2 suplementar), imóveis, flageladas, temperatura ótima 37°C, pH ótimo entre 6,6 a 7,4. Podem ser lisas ou rugosas dependendo da estrutura antigênica (LPS). As lisas apresentam o antígeno O que é reconhecido pelo hospedeiro gerando resposta imune, podendo existir resposta imune cruzada (imunidade cruzada) entre as Brucellas lisas. As rugosas não apresentam o antígeno O expressando o LPS, Brucella canis e ovis são rugosos, existe resposta cruzada entre Brucellas rugosas. Brucelose Bovina A brucelose bovina é uma zoonose de distribuição mundial provocada pela bactéria Brucella abortus que acarreta problemas sanitários importantes e prejuízos econômicos vultosos. Acomete bovinos, bubalinos, equinos, suínos, cães e homem. A transmissão ocorre por contaminação oral direta através da pastagem, água ou outro alimento infectado, contato com feto abortado, liquido ou membranas fetais contaminadas, bezerros recém nascidos infectados e leite de vacas infectados. Ingestão Patogenia: Ingestão ➝ Inflamação da submucosa 6 a 8 dias ➝ Células fagocitárias ➝ Linfonodos regionais (multiplicação) ➝ Útero, úbere e testículos ➝ Gestação (eritrol) ➝ Placentite necrótica ➝ Aborto com retenção de placenta. A brucelose bovina realiza a junção da carúncula com o cotilédone causando danos ao feto devido a falta de nutrientes (placentite necrótica), a lesão nas carúnculas torna uma cicatriz (tecido conjuntivo) e no momento do aborto esse tecido fibroso “segura” a placenta gerando uma retenção de placenta. O aborto ocorre no terço final pois é na fase de crescimento do feto. Os sinais clínicos não são apresentados em animais pré-púbis, mas os SC padrões são: abortamento no terço final da gestação com retenção de placenta e metrite, nascimento de bezerros fracos, orquite e epididimite, sinovite (artrite) não supurativa e fistulas na cernelha. Diagnóstico: ⤷ Direto: isolamento ⤷ Indireto: sorologia, AAT, ring test, 2- mercaptoetanol, fixação de complemento (confirmatório), polarização fluorescente e imunodifusão em gel de ágar. ⤷ Sorologia só pode ser realizada em fêmeas com mais de 24 meses vacinadas e nos machos e fêmeas não vacinadas a partir dos 8 meses. ⤷ AAT – antígeno acidificado tamponado: gera uma reação de aglutinação quando positivo, teste de triagem. ⤷ 2-mercaptoetanol: quebra as ligações IgM, sobrando apenas IgG, animal vacinado não produz IgG produz apenas IgM, identificando a cepa de campo. O diagnostico diferencial é para leptospirose, campilobacteriose, IBR e neosporose. Não há tratamento. A prevenção e controle é realizado através da vacinação e controle de trânsito. ⤷ Vacina B19: para fêmeas de 3 a 8 meses de idade, com objetivo de criar células de memória para diminuir a demora da criação de anticorpos. ⤷ Vacina RB51: para fêmeas que não vacinaram no período de 3 a 8 meses. Brucelose Canina A brucelose canina tem como agente a Brucella canis, possuindo como fonte de infecção secreções vaginais durante o estro e pós parto, feto e anexos, sêmen e urina (liberados por até 2 anos), leite, saliva, fezes e secreções oculares. Os sinais clínicos são: aborto 30 a 57 dias de gestação, orquite e epididimite ( resposta imune aos antiespermatozoides), prostatite, uveítes, discoespondilites, osteomielites, meningites, glomerulonefrites e dermatites piogranulomatosas. O diagnostico pode ser clinico ou laboratorial (imunodifusão em gel de ágar ou PCR). O tratamento é questionável podendo ser realizado com: ⤷ Minociclina + di-hidroestreptomicina ⤷ doxiciclina + gentamicina ⤷ enrofloxacina Os machos não devem serem tratados apenas realizados exames de manutenção. Brucelose Ovina A brucelose ovina tem como agente a Brucella ovis, transmitido por penetração através das mucosas peniana, vaginal, retal e permanece por aproximadamente por 1 mês no local da infecção. Ao final do segundo mês de infecção ocorre uma bacteremia localizando-se nos órgãos sexuais, baço, rins e fígado gerando uma reação inflamatória, abcessos, fibrose e calcificação. A bactéria se multiplica no local da lesão e é liberada a medida que as células infectadas são destruídas. A principal lesão é a epididimite com degeneração testicular secundária. A B. ovis não impede a concepção e podendo ocorrer morte embrionária, abortos ou nascimento de cordeiros fracos. Os cordeiros nascidos de fêmeas infectadas raramente desenvolvem a infecção mesmo ingerindo leite contaminado. A eliminação do agente ocorre de 4 a 14 semanas após a infecção, o diagnostico clinico é realizado pela avaliação dos dados reprodutivos e pela palpação dos epidídimos e testículos dos reprodutores. O diagnóstico é laboratorial com difusão em gel de ágar ou PCR. Não possui vacinação e a prevenção é a identificação e eliminação dos positivos.
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