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Ordem Tributária Avaliação 1 16/02/2022 Introdução e Sistemas de Direito ● Direito Econômico ● Direito Financeiro ● Direito Tributário Sistema Constitucional Tributário - Tributos e proporção Privada - Competencia Tributaria - Legislação Tributária - Princípios constitucionais e princípios tributários - Princípios Tributários Especificamente - Imunidades Tributárias - Tipologia Tributária Teoria da Obrigação Tributária Sistemas de Direito Sistemas são organismos vivos, que se alimentam de seu próprio conteúdo, mas interagem continuamente entre si, retroalimentando-se também dessa interação. O Direito nada mais é que um grande conjunto de sistemas e subsistemas, que porém obedece a uma hierarquia, voltada à sua “unicidade”, de forma a regular as relações interpessoais de múltiplos níveis e fazer interagir tais sistemas com os sistemas de outros ramos científicos, buscando a aplicabilidade do mesmo. Quais os artigos mais importantes da Constituição Federal? Arts. 1º ao 4º da CF - é a estrutura básica do estado Brasileiro, fundamentos da Federação, OBJETIVOS que validam a existência do Estado. Sistema de Direito Econômico É formado por um conjunto de leis que possui como ideológica norte a ordem econômica prevista na Constituição Federal. Ordem econômica: arts. 170 a 192 da CF, (princípios da atividade econômica, atuação do Estado, política urbana, política agrícola, sistema financeiro nacional.) O art. 170 da CF tem por objetivo assegurar a existência digna e a justiça social (art. 3º da CF); a valorização do trabalho humano; e a livre iniciativa (art. 1º, IV, da CF). “Art. 170 - A ordem econômica (competência legislativa da União e suplementar das demais entidades federadas - art. 24, I), fundada na valorização do trabalho humano (conexão com direitos sociais - arts. 6º e 7º) e na livre iniciativa (fundamentos da república - art. 1º, IV), tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social (objetivos da república - art. 3º), observados os seguintes princípios (aplicáveis especialmente aos arts. 172 a 192):” O Direito econômico se ocupa de regras gerais voltadas a todo o processo econômico nacional, o que inclui tanto a atividade estatal quanto a atividade privada. O Direito Financeiro se ocupa primordialmente da atividade financeira do poder público, incluindo a atividade tributária estatal e as questões orçamentárias e de responsabilidade fiscal do Estado. O Direito Tributário busca a fórmula de arrecadação de valores que permite ao Estado cumprir com seus objetivos. DIREITO FINANCEIRO Disciplina e regula a atividade financeira do Estado atuando no tocante a classificação das receitas e despesas públicas, sua alocação e destino, bem como na regulação do orçamento e do crédito público, de forma a possibilitar ao Estado a execução de seus objetivos estabelecidos constitucionalmente. - Arts. 164 a 169 da CF; - Lei nº 4.320/64; - Lei complementar 101/2000 (Lei da responsabilidade Fiscal). Leis básicas: - Lei Plurianual (PPA) - art. 165, § 1º, CF - é um instrumento de planejamento governamental que define as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para o horizonte de quatro anos. - Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - art. 165, §2º, da CF - estabelece quais serão as metas e prioridades para o ano seguinte. Para isso, fixa o montante de recursos que o governo pretende economizar; traça regras, vedações e limites para as despesas dos Poderes; autoriza o aumento das despesas com pessoal; regulamenta as transferências a entes públicos e privados; disciplina o equilíbrio entre as receitas e as despesas; indica prioridades para os financiamentos pelos bancos públicos. - Lei do Orçamento Anual (LOA) - art. 165, § 5º, CF - estabelece os Orçamentos da União, por intermédio dos quais são estimadas as receitas e fixadas as despesas do governo federal. Na sua elaboração, cabe ao Congresso Nacional avaliar e ajustar a proposta do Poder Executivo, assim como faz com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual (PPA). Os Orçamentos da União dizem respeito a todos nós, pois geram impactos diretos na vida dos brasileiros. O Orçamento Brasil é um instrumento que ajuda na transparência das contas públicas ao permitir que todo cidadão acompanhe e fiscalize a correta aplicação dos recursos públicos. 22/02/2022 Princípios do Direito Financeiro ● Princípio da Universalidade (art. 165, § 5o, CF e arts. 2o a 4o da Lei no 4.320/64) – toda e qualquer receita ou despesa deve estar prevista na lei orçamentária; ● Princípio da Exclusividade (art. 165, § 8o, CF e art. 7o da Lei no 4.320/64) – o orçamento deve conter apenas matéria financeira, incluindo-se as autorizações para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito; ● Princípio da Unidade (art. 165, § 5o, CF e art. 2o da Lei no 4.320/64) – a Administração possui apenas uma única peça orçamentária anual; ● Princípio da Programação (art. 165, § 4o, CF e art. 5o, I, da LRF) – todo o orçamento deverá guardar consonância com o plano plurianual, assim como com os programas e planos de políticas públicas estabelecidas em função da Constituição; ● Princípio do Equilíbrio (art. 169, CF e art. 4o, I, da LRF) – as despesas não devem ultrapassar as receitas previstas, o orçamento é construído em bases de receitas existentes e despesas compatíveis com tais ingressos; ● Princípio da Legalidade (art. 165, caput, CF e art. 166, CF) – o orçamento público brasileiro é necessariamente veiculado por lei; ● Princípio da Transparência (art. 165, §§ 3o e 6o, CF e arts. 48/49 da LRF) – projeto de lei orçamentária deve ser acompanhado dos demonstrativos regionalizados do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções, anistias, subsídios, etc.; obrigatória a publicação, em até 30 dias do encerramento de cada bimestre, dos relatórios resumidos de execução orçamentária; ● Princípio da Não-Afetação (art. 167, inc. IV, CF) – as receitas de impostos são de livre destinação (veda-se sua vinculação a qualquer órgão, fundo ou despesa), salvo as destinações expressamente previstas na CF. Contingenciamento x Pedalada Fiscal No contingenciamento há expressa previsão legal no orçamento, e quando tal receita não é utilizada há liberação para o ano seguinte ou a utilização da quantia em algo que se necessita naquele momento. Na pedalada fiscal ocorre que não há qualquer previsão legal, podendo até mesmo ser caracterizada quando existe expectativa de algo que não faz parte da sua receita, ou seja, a receita é tida como inexistente. 23/02/2022 Receitas: Receita pública ● Entrada - Provisórias (depósitos, cauções, fianças, empréstimo etc.) - Definitivas (tributos, preços, doações etc.) Sistema de partidas dobradas: O método das partidas dobradas determina que para cada lançamento a débito em uma conta deve haver um lançamento correspondente ao crédito em outra conta. Ou seja, não pode haver um valor credor sem um valor devedor correspondente. O Estado não pode obter lucros, apenas superávit. Classificação das entradas e receitas Originárias (entradas definitivas) - Doações, legados, bens vacantes, uso de bens públicos, preço, descoberta, prescrição aquisitiva, receita de empresas públicas e sociedades de economia mista, etc. Derivadas - Tributárias e outras (relação de direito público) - Tributos (taxas, contribuições de melhoria, contribuições, empréstimo compulsório e impostos) e penalidades (multas, reparação de guerra e perdimento). Transferidas - Tributárias - Não tributárias (petróleo e outros recursos minerais, energia elétrica, etc.) - Voluntárias Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) e receita pública ● Necessidade de prever e arrecadar todos os tributos previstos. ● Renúncia de receita e vedação ao recebimento das transferências voluntárias. ● Receitas públicas não tributárias (originárias) ● Preço público, Foro, Laudêmio ● Zona azul ● Loterias ● Uso da infraestrutura para transporte aéreo e naval● Receitas provenientes da extração mineral e do potencial hidráulico (partilha de receitas e compensação ambiental) Despesa Pública Decisão política e efetividade de direitos ● O debate entre flexibilização orçamentária e vinculação de receitas Conceito de Despesa pública ● Gastos públicos e a atividade econômica do Estado Despesa corrente 1. Despesas de custeio: pessoal civil, militar, material de consumo, serviços de terceiros e encargos diversos. 2. Transferências correntes: subvenções sociais, econômicas, inativos, pensionistas, salário-família, abono familiar, juros da dívida pública, contribuições de previdência social e diversas. Despesa de capital 1. Investimentos: obras, equipamentos e instalações, participação em constituição ou aumento de capital de empresas ou entidades industriais ou agrícolas, etc. 2. Inversões financeiras: aquisição de imóveis, participação em aumento ou constituição de empresas ou entidades comerciais ou financeiras, aquisição de títulos representativos de capital de empresas em funcionamento, constituição de fundos rotativos, concessão de empréstimo e diversos. 3. Transferências de capital: amortização da dívida pública, auxílio para obras públicas, auxílio para equipamentos e instalações, auxílio para inversões financeiras e outros. 08/03/2022 Direito Tributário É o ramo do Direito que define como serão cobrados os tributos dos cidadãos para gerar receita para o Estado (regras de relacionamento entre o Estado e a propriedade privada) Para atingir sua finalidade (promover o em comum arts. 1º a 4º da CF), o Estado exerce funções para cujo custeio é preciso de recursos, que promovem principalmente a imposição tributária. Sistema Tributário Nacional O Sistema Tributário é um conjunto de disposições destinadas a regulamentar a atividade tributária do Estado. Brasil: a sistematização se deu em 1966, com a Lei 5.172/66 (CTN), que ainda permanece em vigor, regulando, junto com a Constituição atual a matéria tributária em solo brasileiro. Competência Tributária Conceito: Poder atribuído pela Constituição Federal para que os entes políticos possam instituir e cobrar tributos. (arts. 153 a 156 – impostos; art. 145 – taxas e contribuição de melhoria; art. 149 – contribuições especiais; art. 149-A – contribuição de iluminação pública). Consagração do princípio de federalismo; competência legislativa plena (princípio de legalidade); CTN - Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos 09/03/2022 Características: ● Facultativa ● Indelegável ● Intransferível ● Irrenunciável Observação: a capacidade tributária ativa, isto é, as funções administrativas (arrecadação e fiscalização), podem ser delegadas. CTN - Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. § 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. § 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. § 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. Bis in idem x Bitributação O bis in idem é o ato do mesmo ente federativo tributar duplamente o mesmo fato gerador constitucional, que somente é permitido se autorizado. Já a bitributação é diferente quando dois entes federados o mesmo fato gerador Fontes materiais do Direito Tributário Fatos que são objeto da norma tributária; Conjunto de fenômenos fáticos adotados pela lei e descritos como hipótese de incidência tributária que, uma vez ocorridos, desencadeiam a relação jurídica tributária em todos os seus aspectos sendo, portanto, a fonte concreta (material) da mesma. Fontes formais do Direito Tributário Os atos normativos capazes de estabelecer um padrão de comportamento a ser seguido pelo Estado e pelo particular; Normas jurídicas de todos os níveis hierárquicos que veiculam o tributo é toda a matéria relacionada a ele; Podem ser: Primárias – normas jurídicas capazes de estabelecer novos direitos e novas obrigações: ● Constituição – estabelece o Dever Geral de Contribuição, define os tipos tributários e fixa a Competência Constitucional Tributária; ● Lei Complementar – art. 146 CF – dispõe sobre os conflitos de competência, regula as limitações constitucionais, estabelece as normas gerais tributárias (CTN recepcionado), previne desequilíbrios concorrenciais, institui tributos específicos ● Lei Ordinária e Medida Provisória (EC 32/01) – institui a maioria dos tributos e, dentro dos limites do CTN, estabelece os benefícios fiscais, os critérios quantitativos (BC e alíquota), as responsabilidades, as obrigações tendentes a facilitar a fiscalização e a arrecadação; ● Tratados e Convenções Internacionais – art. 98 CTN, devidamente ratificados e veiculados por Decreto Legislativo, revogam ou modificam a lei interna e serão observados nas leis que lhes sobrevenham. Secundárias – normas jurídicas que se destinam exclusivamente a regulamentar a aplicação das fontes primárias (decretos, resoluções, portarias, circulares, instruções normativas, convênios práticas reiteradas, decisões administrativas a que a lei atribua eficácia normativa, práticas reiteradamente adotadas pela Administração Tributária). Na forma do art. 96 do CTN todas as fontes formais, primárias ou secundárias, são alcançadas pelo termo “legislação tributária”. Vigência da legislação tributária no tempo e no espaço Corresponde aos critérios temporais e espaciais relativamente aos quais a legislação tributária estará apta a produzir seus efeitos. Campo de incidência dos Princípios da Anterioridade e da Irretroatividade Vigência da legislação tributária no tempo Regra geral: art. 101 CTN – mesmas regras das leis em geral, conforme LINDB: leis normalmente entram em vigor 45 dias após a sua publicação (salvo disposição em contrário); fontes secundárias: os atos normativos administrativos na data da sua publicação; as decisões com eficácia normativa, 30 dias após a sua publicação; os convênios na data em que eles estabelecerem. Art. 105 CTN – aplicação imediata a fatos geradores futuros e pendentes. Art. 106 CTN – casos de retroatividade da legislação tributária. Vigência da legislação tributária no espaço Regra Geral: salvo disposição legal em contrário, a legislação tributária se aplica dentro dos limites territoriais do ente federativo que a editou, nos termos da Competência Constitucional. Excepcionalmente: a lei brasileira pode atingir fatos geradores ocorridos fora do território nacional ou, em face do interesse arrecadatório, fazer interagir sistemas de fiscalização nacionais e estrangeiros, seja interna ou externamente (Ex.: princípio da universalidade no IR e tributação de rendas auferidas no exterior; intercâmbio de informações tributárias). Aplicação da legislação tributária Dois processos são essenciais à aplicação: Interpretação: busca do conteúdo da norma jurídica contida no texto legal, de forma a dar a ela verdadeiro sentido e alcance; relativamente à sua origem a interpretação pode ser: ● Autêntica (interpretação realizada pelo própriodispositivo legal); ● Jurisprudencial (interpretação realizada pelos tribunais); ● Doutrinária (interpretação realizada pelos estudiosos do Direito). Relativamente aos critérios, utilizados de forma sucessiva, pode ser: literal ou gramatical (busca o significado do termo ou cadeia de palavras no uso linguístico geral – art. 111 CTN); lógico (busca evitar que a lei conduza a resultados incoerentes); histórico (busca atualizar o conteúdo das expressões utilizadas pela lei, é a atualização do texto da lei, sem sua modificação); teleológico (busca identificar o objetivo da lei); e sistemático (busca preservar a coerência do sistema jurídico, evitando interpretações que conduzam a normas conflitantes). Relativamente aos resultados, os mesmos podem ser: estritos (a interpretação coincide com o texto escrito); restritivo (a interpretação conduz à conclusão de que a lei disse mais do que efetivamente pretendia); e extensivo (a interpretação conduz à conclusão de que a lei disse menos do que efetivamente pretendia). Integração: a atividade de busca a norma jurídica contida no ordenamento jurídico de forma não expressa – art. 108 CTN. Pode dar-se por: analogia, princípios gerais do direito tributário, princípios gerais de direito público e eqüidade. Obs.: a analogia não pode conduzir à cobrança de tributo não previsto expressamente na lei, nem a equidade pode afastar a cobrança de tributo previsto expressamente na lei. 15/03/2022 Prestação pecuniária - é uma prestação de dar alguma coisa, no caso, valor. Prestação pecuniária compulsória - é uma prestação de forma obrigatória, dever geral de contribuição. A transformação da prestação pecuniária em moeda é um marco civilizatório e tecnológico. Conceito Tributo Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa, plenamente vinculada (art. 3º, do CTN). Teoria tricotômica ou tripartite - exclusivamente art. 145 CF; STF - existem outros tipos tributários. TRIBUTO NÃO É PENALIDADE. Natureza jurídica do tributo Relação direta com o fato gerador: Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. Tipologia Tributária Imposto: fato gerador independente de qualquer atividade estatal específica. Taxa: fato gerador correspondente ao exercício do poder de polícia ou a utilização do serviço público. Contribuição de melhoria: fato decorrente gerador da valoração de imóveis por obra pública. Empréstimos compulsórios: criados para atender despesas extraordinárias (guerra externa ou calamidade pública) ou no caso investimento público em caráter urgente e de relevante interesse nacional. Contribuições especiais: intervenção no domínio econômico; profissionais; custeio da Seguridade Social. Impostos Tributos cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica (art. 16 CTN); não é contraprestacional - sua exigência independe de qualquer contraprestação do ente tributante; hipóteses de incidências têm relação, apenas, com fatos da vida do contribuinte, suas ações, suas atividades econômicas e sua capacidade contributiva; não-vinculado a uma despesa específica; impostos se distinguem entre si pelos respectivos fatos geradores. Finalidade: custear o Estado para a realização de suas funções constitucionais (arts. 1 a 4 CF), atendimento do bem comum (investimentos e custeio de bens públicos, serviços públicos como saúde, segurança e educação). Características: não-vinculados; contributivos e privativos (federais, estaduais ou municipais); natureza fiscal (excepcionalmente extrafiscal). Podem ser: A. diretos - pagos e conhecidos diretamente pelo contribuinte (Imposto de Renda); B. indiretos – com o valor embutido no valor da transação (ICMS). Taxas Exigência financeira do Estado ao particular em face do uso potencial ou efetivo de serviços públicos, ou do exercício do poder de polícia (arts. 77, 78, 79 CTN). Características: vinculadas; retributivas e de competência comum (federais/estaduais/ municipais); natureza fiscal. Retributividade: retribui atividade pública potencial ou efetiva; Proporcionalidade – valor proporcional àquilo que o contribuinte está recebendo ou tem a sua disposição Taxas de serviços são instituídas e cobradas como contraprestação pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição do contribuinte. Taxas de Poder de Polícia são instituídas e cobradas em face de atividades da administração pública voltadas para o disciplinamento ou limitação de direitos, interesses ou liberdades privadas em respeito ao interesse público. Taxa base-cálculo Deve ser diversa daquela determinada aos impostos, diante da vedação expressa CF (art. 145, §2º), sob pena de se configurar a “bi-tributação” (Súmulas 551 e 595 – STF); tal disposição não impede o uso de elementos de outras bases de cálculo. Deve ter correlação ao custo da atividade prestada pelo Estado, sob pena de enriquecimento sem causa, fato não permitido pelo Direito. Taxa X Tarifa Tarifa identifica-se como a quantia que o usuário de determinado serviço público paga pela utilização concreta de tal serviço, prestado por um particular, na forma do art. 175 da CF. Assim, a tarifa tem por fundamento a prestação efetiva de um serviço público específico e mensurável, através de particular por concessão ou autorização estatal. Exemplo: art. 21 CF, incisos XI e XII – telecomunicações, radiodifusão, energia elétrica, navegação aérea e aeroespacial, transporte rodoviário de passageiros – interestadual e internacional, portos. Contribuição de melhoria Tributo contraprestacional cuja exigibilidade tem por fato gerador uma situação que representa um benefício especial auferido pelo contribuinte em face de uma obra pública efetivamente realizada e concluída pelo Poder Público (art. 145, III CF; art. 81 CTN). Fundamento: A. a valorização imobiliária ou melhoria; B. o benefício decorrente da obra pública. Limites: global – valor da obra pública; individual – valorização específica do imóvel objeto da contribuição. Empréstimo Compulsório Tributo que só pode ser criado por LC e de natureza restituível (art. 148 CF); obedece aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal (caso de guerra/calamidade sem anterioridade); vinculação com a despesa específica para a qual foi criado. Fundamentos: I – guerra externa ou sua iminência; II – calamidade pública; III – investimento público urgente e de relevante interesse nacional. Contribuições Especiais Fundamento Constitucional - art. 149, art. 149-A, art. 177 e art. 195 CF. Tributos com destinação vinculada a uma despesa específica, cujo fato gerador não é vinculado a nenhuma atividade estatal prestada diretamente ao contribuinte (semelhante ao imposto, diferenciando-se apenas pela destina Podem ser: 1. Contribuição de interesse de categorias profissionais; 2. Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP); 3. Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE); 4. Contribuições Sociais – voltadas ao financiamento complementar da Seguridade Social. 22/03/2022 Caso Concreto O Distrito Federal, por intermédio de lei da Câmara Legislativa, instituiu: a Taxa de Iluminação Pública, a ser exigida em decorrência da utilização efetiva ou potencial do serviço público de iluminação das ruas e praças; a Contribuição de Melhoria para futuro asfaltamento e recapeamento de ruas dos bairros distantes; e o Empréstimo Compulsório destinado ao serviço de saúde municipal, em estado de calamidade pública. Nos termos da lei instituidora, o contribuinte de tais tributos seriam os proprietários de imóveis residenciais ou comerciais localizados noDF, sendo a base de cálculo o valor venal de tais imóveis e as alíquotas, respectivamente: 0,01% para a Taxa; 10% para a Contribuição de Melhoria, apenas para os imóveis beneficiados pelo projeto de asfaltamento/recapeamento; e 1% para o Empréstimo Compulsório. QUESTÃO: Você recebe uma consulta do contribuinte Cebolinha indagando sobre a obrigatoriedade de pagar tais tributos e a respeito de sua constitucionalidade. Explique ao seu cliente quais seus direitos e obrigações, à luz dos conceitos de cada tributo e da Constituição Federal. A contribuição de melhoria decorre de lei, de modo que deve-se estabelecer um limite global (total da obra), sendo, ainda, o limite individual estabelecido por valor total da valorização extra. A checagem do valor da contribuição poderá e deverá ocorrer no pós obra, decorrendo no processo administrativo as isenções e exceções. As contribuições especiais surgiram em 1988, o seu fato gerador é o seu destino. A lei ou a constituição prevê a sua arrecadação. Há várias espécies de contribuição especial. A maioria é de competência da União. 23/03/2022 Limitações ao Poder de Tributar Toda restrição imposta pela Constituição Federal às entidades dotadas do poder de tributar. Origens: Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, "Bill of Rights“ e no Brasil, na Constituição Imperial de 1824. Manifestam-se em: - Princípios Tributários - Imunidades Princípios Tributários Princípios constitucionais que, ao vincular valores e bens essenciais ao regramento da relação Estado/propriedade privada no tocante a atividade tributária, estabelecem as barreiras ou limites que impedem o abuso da atuação do Estado em sua intenção de retirar compulsoriamente da sociedade valores que são de sua titularidade, ou seja, tributar. Bases de sustentação e validade do sistema; estabelecem o raciocínio lógico do fenômeno tributário respondendo aos questionamentos relativos ao “por que” de estabelecer-se a tributação de uma determinada circunstância de fato, “quais os objetivos” que esta tributação deve cumprir e “quais os limites” a que deve se submeter. Princípios representam valores: 1. Segurança Jurídica (legalidade; tipicidade; irretroatividade; anterioridade); 2. Justiça Fiscal (isonomia; capacidade contributiva; não-confisco); 3. Liberdade (liberdade de tráfego; uniformidade geográfica; imunidades). Podem ser divididos em: ● Gerais – que devem ser respeitados obrigatoriamente na instituição e cobrança de todos os tributos; e em ● Específicos – de aplicação obrigatória, apenas, para um ou alguns tributos. Considerados como “cláusulas pétreas” de nossa Constituição, verdadeiros direitos ou garantias individuais (art. 150 CF) estando sujeitos às restrições do art. 60, parágrafo 4º, CF (RE 587.008 – Ministro Dias To�oli). Legalidade (art. 150, I, CF): Decorrência lógica do art. 5º, II CF - o dever geral de contribuição somente pode concretizar-se por meio da norma - a lei (que estabelece todos os aspectos relativos à existência, estrutura e quantia da obrigação tributária), instrumento pelo qual a Sociedade autoriza ao Estado a concretização do dever geral. Não qualquer lei, mas lei adequada e completa, que defina todos os elementos concretos do fenômeno tributário (o que; quem; quando; quanto; como); definição do “tipo tributário” (tipicidade); corolário do valor “segurança jurídica” (necessário à invasão do Estado na propriedade privada com o objetivo arrecadatório). Sem exceção; exigência absoluta; alteração de alíquotas prevista no §1º, art. 153 e no §4º. Art. 177, CF não são exceções (condições e limites estabelecidos em lei – sistema de bandas de alíquotas – II, IE, IPI, IOF e CIDE combustíveis); lei geral = lei complementar (art. 146 CF). 29/03/2022 Isonomia (art. 150, II, CF): Corolário do Princípio Geral estabelecido no art. 5º, inc. I, CF; determinação de que situações tributárias equivalentes tenham o mesmo tratamento; normas de caráter hipotético em face das categorias de indivíduos; não é limitador da capacidade da CF em buscar suas finalidades sociais, através da distinção de sujeitos em face de suas desigualdades; Igualdade, em face da incidência hipotética da norma; realização do “dever geral de contribuição”, também chamado de “princípio de generalidade” – solidariamente todos provém ao Estado os recursos para cumprir com seus objetivos gerais; a medida do “sacrifício pessoal” de cada um determina a distinção das situações; Capacidade Contributiva (art. 145, § 1º, CF) Princípio aplicável a todos os tipos tributários; a medida do dever geral de contribuição é a possibilidade que o indivíduo tem de suportar, financeiramente, o sacrifício pessoal exigido pela sociedade (efetividade do Princípio de Igualdade ); 2 (duas) vertentes de aplicação: necessidade de financiamento (dever geral) e necessidade de proporção da carga (respeito ao sacrifício pessoal); condicionamento da norma hipotética à aferição do poder econômico do sujeito passivo da norma – relação direta com o FG; Fundamento de princípios específicos (proporcionalidade; retributividade; progressividade); não se confunde com capacidade financeira. Não Confisco (art. 150, IV, CF) – limite da capacidade; o tributo não pode ser utilizado para expropriar os bens ou rendas dos indivíduos; Liberdade de Tráfego (art. 150, V, CF) - impede que haja a instituição e cobrança de qualquer tributo interestadual ou intermunicipal pela simples passagem de pessoas ou bens (exceção – pedágio); Uniformidade Geográfica (art. 151, I, CF) - tributos da União não podem ser exigidos de forma diferenciada, em relação a Estado, Distrito Federal ou Município – ressalva em relação às Zonas Francas. 05/04/2022 Anterioridade (art. 150, III, CF): “Não surpresa” - limitação ao poder de tributar concernente ao prazo necessário para exigibilidade da imposição tributária devidamente veiculada por lei; aplicável em relação à criação de tributos e também à sua majoração. Regra Geral: acepção dupla - a exigibilidade dos tributos (ou sua majoração) somente ocorre no exercício seguinte e decorridos 90 dias da publicação da lei que os definiu; admite exceções parciais ou integrais: anterioridade anual (anualidade), alin. “b” (IR, IPVA-bc e IPTU-bc); anterioridade nonagesimal (noventena), alin. “c” (IPI e CS-195 §6º). Sem anterioridade (art. 150, §1º, CF): II, IE e IOF, caráter predominante extrafiscal; Súmula 669 STF – “Norma legal que altera prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao Princípio da Anterioridade”. Irretroatividade (art. 150, III, a, CF): Corolário da garantia fundamental expressa no art. 5º, inc. XXXVI, CF (ato jurídico perfeito, direito adquirido, coisa julgada); a lei que instituir ou aumentar tributo não poderá ser aplicada para fatos anteriores à sua vigência; tratamento infraconstitucional – art. 106 CTN e art. 144 CTN (lançamento com lei do FG, mas com uso de novos instrumentos fiscais); Art. 106 CTN e art. 144 CTN: lançamento com lei do FG, mas com uso de novos instrumentos fiscais; STJ Repetitivo – Tema 275 – Resp 1134665 – Fux – 2009: [...] 9. O artigo 144, § 1º, do Codex Tributário, dispõe que se aplica imediatamente ao lançamento tributário a legislação que, após a ocorrência do fato imponível, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 10. Conseqüentemente, as leis tributárias procedimentais ou formais, conducentes à constituição do crédito tributário não alcançado pela decadência, são aplicáveis a fatos pretéritos, razão pela qual a Lei 8.021/90 e a Lei Complementar 105/2001, por envergarem essa natureza, legitimam a atuação fiscalizatória/investigativa da Administração Tributária, ainda que os fatos imponíveis a serem apurados lhes sejam anteriores [...] Art. 150, III, a, CF - casos de retroatividade – art. 106 CTN (LC 118 - STF566.621): “Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” 06/04/2022 Imunidades: Disposições constitucionais que vedam ao legislador ordinário impor tributos sobre certas pessoas, matérias ou fatos; sempre que aparecer “não incide” ou “isento” na CF, em matéria tributária, estamos tratando de IMUNIDADE. Circunstâncias subjetivas (relativas a “quem”; alíneas: a, b, c – art. 150 – incomunicáveis) ou objetivas (relativas a “o que”; alíneas: d, e – art. 150 – comunicáveis) definidas como excluídas do universo tributário nacional, ou seja, a respeito das quais, em qualquer hipótese e por quaisquer meios, não poderá haver tributação. Interpretação estrita. Art. 150, VI, da CF – “é vedado instituir impostos sobre”: Patrimônio, renda ou serviços uns dos outros; Imunidade recíproca – fundamento Federalismo; supremacia do interesse público e ausência de capacidade contributiva das entidades políticas; Municípios – IOF reconhecida imunidade – RE 213.059/SP OAB – IOF imune – RE 259.276/RS (apenas finalidades essenciais) – desempenho de atividade própria do Estado (defesa da CF), §2º, art. 150, CF. CORREIO – Imune – RE 601.392/PR – peculiaridade do serviço postal, independentemente de concorrência. SERPRO – Imune – ACO 2658 – serviços envolvendo segurança da informação em prol do bem-estar coletivo, independentemente de concorrência (monocrática Barroso em 10/04/2018). CARTÓRIOS – Não Imune ISS – ADIN 3089 – objetivo de lucro; §3º, art. 150, CF. Art. 150, VI, da CF – “é vedado instituir impostos sobre”: ● Templos de qualquer culto; patrimônio e serviços estritamente vinculados às finalidades específicas das entidades – art. 150, §4º CF ● CEMITÉRIO – Imune RE 578.562 – extensão de entidade de cunho religioso; ● LOJA MAÇÔNICA – Não Imune RE 562.351 – mera associação que não professa religião ● ESTACIONAMENTO – ISS RE 218.503 – extensão da imunidade; Súmula 724 STF ● VENDA DE MERCADORIAS – ICMS; EDIVER. em ED-RE 186.175 – extensão da imunidade aos bens produzidos pela entidade religiosa 12/04/2022 Art. 150, VI, da CF – “é vedado instituir impostos sobre”: Patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidade sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; Circunstância subjetiva – dependente do cumprimento dos requisitos legais; renda, patrimônio e serviços estritamente vinculados às finalidades específicas das entidades – art. 150, §2º CF. Súmulas 724 e 730 STF. Art. 195, §7º, da CF – “isenção” de contribuições sociais: ● “São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências estabelecidas na lei”; Circunstância subjetiva – dependente do cumprimento dos requisitos legais; isenção na CF = imunidade; específica para contribuições sociais. RE 831.318 – STF - não se aplica a fundações e autarquias públicas (somente podendo ser gozada por entidades beneficentes de assistência social), de modo que a imunidade constante do Art. 150, VI, “a” da CF/88, reconhecida para autarquias e fundações públicas, somente se refere a impostos, não se estendendo a contribuições sociais devidas por tais entidades (28/03/2018). Art. 150, VI, da CF – “é vedado instituir impostos sobre”: ● Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; ● Fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de 15.10.2013) Conceito de Livro – RE 330.817 (e-book e e-reader) 13/03/18. Encarte de Propaganda em Jornal – não imune RE 213.094 Álbum Figurinha – RE 221.239; Lista Telef. AI 663.747 Súmula 657 STF – filmes e papéis fotográficos. Imunidade - a Constituição Federal declara uma situação não-tributável. Isenção - a lei exclui uma situação, subtraindo-a da regra de incidência estabelecida sobre o universo do qual a mesma faz parte. Não Incidência - o fato (situação) simplesmente não é referido na lei, inexistindo tributação. Isenção – Tipos: ● Heterônoma, quando concedida por lei complementar da União, em relação a tributo da competência de Estados, Municípios ou do Distrito Federal, em casos expressamente autorizados pela Constituição Federal (quando prevista em tratado internacional STF entende que não se aplica a vedação do art. 151, III, CF – exercício da soberania do Estado Brasileiro e não competência da União); ● Autônoma, quando concedida por lei do ente da Federação que tem a competência para instituir o tributo; por prazo determinado ou indeterminado, ou sob condição (art. 155 CTN). Avaliação 2 14/04/2022 Obrigação tributária Desde um ponto de vista genérico, as obrigações tributárias não se diferenciam das demais obrigações jurídicas, estudadas historicamente através do Direito Romano e do Direito Civil, conformando-se em obrigações pecuniárias, ou de fazer/não fazer, que tiram do caráter jurídico de sua natureza a relação obrigacional, suas partes e forma de prestação; a obrigação tributária diferencia-se das demais obrigações jurídicas em face de sua origem, de seus tipos, de sua causa e de seus sujeitos. A) Origem – à obrigação tributária necessariamente tem origem legal; corolário do Princípio da Legalidade, que informa toda a aplicabilidade do Direito Tributário e que, sendo assim, dá fundamento de validade à obrigação tributária; logo, não existe obrigação tributária na ausência de lei que define a tributação específica da qual a primeira resulta. B) Tipos – as obrigações tributárias podem ser: principais ou acessórias (art. 113, caput, CTN); ● Principal é aquela concernente à entrega patrimonial do particular ao Estado para que este cumpra com seus objetivos constitucionais (pagamento do tributo - art.113, § 1º); ● Acessórias são todas aquelas exigências relativas ao controle e fiscalização dos fatos e ações que podem, ou não, gerar a obrigação tributária principal (art. 113, § 2º); seu descumprimento resulta em penalidade (multa = obrigação pecuniária sancionadora), convertendo-se em principal (art. 113, § 3º). 19/04/2022 C) Causa – as obrigações tributárias principais têm por causa (surgem) com a ocorrência do fato gerador (art. 113, § 1º); art. 114 do CTN, fato gerador da obrigação tributária é a situação prevista em lei (hipótese de incidência), necessária e suficiente para o nascimento da obrigação tributária (fato imponível); O fenômeno tributário é um processo de concretização e podemos definir dois momentos distintos nesse processo: O primeiro momento é o da fixação, pela lei, da conduta (hipótese) que, uma vez ocorrida, terá por consequência o nascimento da obrigação tributária; O segundo momento é o da efetiva realização dessa conduta (fato). Hipótese Necessário o pleno atendimento ao “Princípio da Legalidade”: 1. Adequação formal: decorrência da Competência Constitucional; 2. Adequação material: elementos que permitam o reconhecimento da incidência no caso concreto. ● Deve sempre permitir identificar o que está sendo tributado, como está sendo tributado, por quem está sendo tributado, quando, onde e em quanto está sendo tributado. ● “Tipicidade fechada tributária” é um elemento de validade da própria norma tributária, pois permite aocidadão conhecer perfeitamente qual conduta está descrita na lei e, assim, escolher, sempre que possível, realizar ou não tal conduta. Fato ● Etapa da verificação da aplicação da norma - concretização dos elementos da hipótese; ● A obrigação tributária somente nasce se a conduta descrita na lei ocorre no mundo dos fatos de maneira integral; ● Por isso se faz necessária a verificação de cada um dos elementos descritos na hipótese. ● A verificação determinará os demais elementos da própria obrigação tributária, tais como, seu critério temporal (quando ocorreu o fato e qual lei é aplicável em face de tal data), seu critério quantitativo (qual o valor da base de cálculo e a alíquota aplicável), seu critério subjetivo (quem é o sujeito ativo e o sujeito passivo), necessários à construção da obrigação e sua posterior exigibilidade. ● Hipótese de Incidência é a “descrição, contida na lei, da situação necessária e suficiente ao nascimento da obrigação tributária”. ● Fato Gerador, ou fato imponível, é “a ocorrência, no mundo dos fatos, daquilo que está descrito na lei” (Hugo de Brito Machado) Obrigação tributária – Causa (resumo) 1) Hipótese de Incidência e Fato Gerador são conceitos distintos que operam conjuntamente nas obrigações tributárias; 2) A Hipótese de Incidência corresponde à descrição legal de uma conduta que, uma vez ocorrendo integralmente, revela o fato gerador de uma obrigação tributária; 3) A fixação da Hipótese de Incidência, com todos os seus elementos, é fundamental para a construção da norma tributária, enquanto que a verificação da ocorrência integral do fato gerador, relativamente a todos os elementos da hipótese, é essencial ao nascimento da obrigação tributária. D) Sujeitos – dois tipos de sujeitos: ● Sujeito ativo é somente aqueles que têm a “Competência Tributária” podem ser considerados sujeitos ativos da obrigação tributária, mesmo que funções acessórias de fiscalização ou arrecadação sejam delegadas a outras entidades (delegação de capacidade tributária ativa - art. 119 CTN); ● Sujeito passivo é aquele que, por definição legal, em face da ocorrência do fato gerador do tributo, dando causa à obrigação tributária, tem o dever de adimplir com a mesma, procedendo à sua extinção (artigos 121 a 123 do CTN). a) Sujeito passivo direto – aquele com relação pessoal e direta com a hipótese descrita na lei como geradora do tributo, nomeado pelo art. 121, § único, I, como “contribuinte”; b) Sujeito passivo indireto – aquele que, mesmo alheio à hipótese descrita na lei como geradora do tributo, é escolhido pela lei para o pagamento do mesmo, ou para a prestação da obrigação acessória decorrente do mesmo, chamado “responsável” pelo art.121, § único, II, do CTN. Responsabilidade tributária Fundamento - art. 121, § único, II, do CTN; Requisito - art. 128 do CTN - necessidade de um nexo entre o sujeito passivo indireto e o surgimento de uma obrigação tributária, cujo contribuinte não é ele, razão pela qual ele é escolhido pela lei para o pagamento do tributo (extinção da obrigação); 2 (duas) hipóteses: substituição ou transferência: ● Por substituição – ocasiões nas quais o “responsável” previsto em lei, se torna obrigado pelo tributo desde o momento do nascimento da obrigação tributária, ou seja, a partir do fato gerador do tributo; logo a sujeição passiva indireta se dá concomitantemente com o nascimento da obrigação tributária; ● Por substituição – objetivo: gestão tributária mais lógica ou eficiente (Ex.: CEF nos prêmios de loterias, empregador em relação ao IR incidente sobre a folha de salários, o tomador de serviços em relação ao prestador autônomo); “para frente” – o recolhimento do tributo se dá de forma antecipada à efetiva ocorrência do fato gerador – progressiva (fundamento no art. 150, § 7º CF) ou “para trás” – o pagamento é diferido para momento posterior ao da ocorrência do fato gerador – regressiva. ● Por transferência – ocasiões nas quais o “responsável” previsto em lei somente é chamado à sujeição passiva indireta após a ocorrência do fato gerador, ou seja, a sujeição passiva indireta se dá posteriormente ao nascimento da obrigação tributária, em face da ocorrência de algum fato que acarreta a transferência da sujeição passiva do “contribuinte” para o “responsável”. 10/05/2022 Por transferência – modalidades: - Solidariedade tributária passiva – arts. 124 e 125 CTN. Aqueles que, por uma razão natural (art. 124, I – exemplo: cônjuges em regime de comunhão de bens) ou que por uma determinação expressa da lei (art. 124, II – solidariedade de direito) tenham um vínculo conjunto com o fato que desencadeia a tributação, respondem integral e conjuntamente pela obrigação tributária; Não comporta benefício de ordem, ou seja, todos respondem conjuntamente pela integralidade da dívida (art. 124, § único); art. 125 do CTN - efeitos positivos e negativos da solidariedade também se aplicam a todos. - Responsabilidade por sucessão – arts. 130 a 133 CTN. Posteriormente ao nascimento da obrigação tributária (FG), motivada pela ocorrência de algum fato que acarrete a transferência da sujeição passiva; art. 129, ocorrido o fato gerador do tributo, não importa a constituição definitiva ou não do crédito, a sucessão se dará integralmente; Há 5 (cinco) modalidades de transferência por sucessão: 1. causa mortis (art. 131, II e III); Ocorrido o falecimento, as dívidas decorrentes de fatos geradores anteriores ao falecimento e as dívidas decorrentes de fatos geradores concomitantes ao inventário, são de responsabilidade do espólio; espólio é responsável relativamente às obrigações do falecido, mas contribuinte relativamente às obrigações nascidas até o momento da partilha; ocorrida a partilha e finalizado o inventário responderão os herdeiros e legatários, na medida de seus respectivos quinhões (proporcionalmente ao que receberam). 2. transmissão de bens imóveis (art. 130); Créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis; todos os tipos de transação imobiliária importam em transferência da sujeição passiva tributária ao adquirente imobiliário; exoneração: fazer constar do título de transferência a prova da quitação dos tributos, ou aquisição do imóvel em hasta pública (leilão). 3. transmissão de bens móveis (art. 131); Todo e qualquer tributo incidente sobre bens móveis (sejam tributos sobre propriedade, sejam taxas de serviço), caso não adimplidos anteriormente à transmissão, transfere-se ao adquirente que assumirá a posição jurídica de sujeito passivo indireto da obrigação tributária; não há casos de exoneração (mas é possível a ação regressiva via dispositivos de Direito Civil). 17/05/2022 4. decorrente de incorporação ou fusão (art. 132); Casos de pessoas jurídicas que sofrem operações de alteração societária, que implicam na extinção parcial ou total da sociedade original, sujeito passivo direto da obrigação; a pessoa jurídica que resultar das mesmas se sub-rogará na responsabilidade tributárias daqueles sujeitos passivos diretos utilizados nas referidas operações societárias; em caso de extinção total, a responsabilidade se transfere em face da continuidade da atividade econômica aos sócios que a realizam 5. transmissão de estabelecimento comercial (art. 133). Quem adquire fundo de comércio ou estabelecimento comercial e continua a atividade comercial sub roga-se nas dívidas tributárias relativas aos fatos geradores ocorridos até a data do ato de alienação; se o alienante cessar a exploração da atividade, o adquirente responde, integralmente, pelos débitos; se o alienante prosseguir ou reiniciar dentro de 6 meses qualquer atividade comercial, industrial ou profissional, o adquirente responderá, subsidiariamente, com o alienante. - Responsabilidade de terceiros – arts. 134 e 135 CTN - por transferência: Pessoas que não são os contribuintes do tributo e não têm relação pessoal e direta com o fato gerador, mas deram causa ao inadimplemento da obrigação tributária e serão osresponsáveis pelo seu cumprimento; Há 2 (duas) possibilidades: 1. Art. 134 – CTN situações “não volitivas”, responsabilidade solidária ou subsidiária (pais, tutores, inventariante, adm. de bens,sócios,tabeliães, etc.); É necessário que o responsável tributário designado pela lei tenha concorrido, ativa ou passivamente (ações ou omissões) para o surgimento da dívida tributária, conjugado à impossibilidade de pagamento da mesma pelo sujeito passivo direto – responsabilidade subsidiária portanto. 2. Art. 135 – CTN situações “volitivas”, responsabilidade pessoal dos representantes de PJ (sócio-gerente, administradores, diretores); dolo do administrador − atos c/ excesso de poder, infração à lei, ao contrato ou ao estatuto social –, natureza punitiva da relação jurídica que surge com a realização, por ele, dos atos infracionais (identidade de situações jurídicas com as do art. 50 CC, art. 28 CDC, art. 31 da Lei 12.529/11 - CADE). Jurisprudência – clara distinção entre a personalidade jurídica da PJ e a personalidade dos sócios (consequente reflexo nos patrimônios); necessária a prova da infração que desloca a responsabilidade da PJ para os sócios com poder de representação. Jurisprudência – o ônus da prova da infração é da Fazenda Pública, mas pode ocorrer a inversão de tal ônus nos casos em que os nomes dos sócios da pessoa jurídica constarem da Certidão de Dívida Ativa (CDA) - REsp nº 1.104.900, devidamente instruída por procedimentos investigativos do processo administrativo fiscal (PAF). Súmula 430 - STJ: “O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente”; Súmula 435 - STJ: "Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente" Jurisprudência – STJ 1ª. Turma - AgRg no AREsp 729419 / BA (21/08/2015): "o pedido de redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular da sociedade executada, pressupõe a permanência de determinado sócio na administração da empresa no momento da ocorrência dessa dissolução, que é, afinal, o fato que desencadeia a responsabilidade pessoal do administrador. Ainda, embora seja necessário demonstrar quem ocupava o posto de gerente no momento da dissolução, é necessário, antes, que aquele responsável pela dissolução tenha sido também, simultaneamente, o detentor da gerência na oportunidade do vencimento do tributo. É que só se dirá responsável o sócio que, tendo poderes para tanto, não pagou o tributo (daí exigir-se seja demonstrada a detenção de gerência no momento do vencimento do débito) e que, ademais, conscientemente, optou pela irregular dissolução da sociedade (por isso, também exigível a prova da permanência no momento da dissolução irregular)"(EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1009997/SC, Rel.Ministra Denise Arruda,Primeira Turma,DJe 4/5/2009) Jurisprudência – STJ 2ª. Turma - REsp 1520257 / SP (23/06/2015): “3. O pedido de redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular ou em ato que presuma sua ocorrência -encerramento das atividades empresariais no domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes (Súmula 435/STJ) -, pressupõe a permanência do sócio na administração da sociedade no momento dessa dissolução ou do ato presumidor de sua ocorrência, uma vez que, nos termos do art. 135, caput, III, CTN, combinado com a orientação constante da Súmula 435/STJ, o que desencadeia a responsabilidade tributária é a infração de lei evidenciada na existência ou presunção de ocorrência de referido fato. 4. Consideram-se irrelevantes para a definição da responsabilidade por dissolução irregular (ou sua presunção) a data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, bem como o momento em que vencido o prazo para pagamento do respectivo débito.“ “5.… 6. O art. 13 da Lei 8.620/93 não se limitou a repetir ou detalhar a regra de responsabilidade constante do art. 135 do CTN, tampouco cuidou de uma nova hipótese específica e distinta. Ao vincular à simples condição de sócio a obrigação de responder solidariamente pelos débitos da sociedade limitada perante a Seguridade Social, tratou a mesma situação genérica regulada pelo art. 135, III, do CTN, mas de modo diverso, incorrendo em inconstitucionalidade por violação ao art. 146, III, da CF. 7. O art. 13 da Lei 8.620/93 também se reveste de inconstitucionalidade material, porquanto não é dado ao legislador estabelecer confusão entre os patrimônios das pessoas física e jurídica, o que, além de impor desconsideração ex lege e objetiva da personalidade jurídica, descaracterizando as sociedades limitadas, implica irrazoabilidade e inibe a iniciativa privada, afrontando os arts. 5º, XIII, e 170, parágrafo único, da Constituição. 24/05/2022 Responsabilidade tributária - por infração - art. 136/137, CTN. Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente: I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico (mesmas pessoas discriminadas no 135 CTN) Denúncia Espontânea - art. 138, CTN. Requisito – confissão do crédito tributário antes do início do procedimento administrativo fiscal, acompanhado do pagamento do tributo; exclui a incidência da multa infracional; pedido de parcelamento não corresponde a denúncia espontânea; Súmula 360 –STJ, não aplicável a tributos lançados por homologação, regularmente declarados mas pagos a destempo. Crédito Tributário Representação quantitativa da obrigação tributária que estabelece sua exigibilidade (art. 139 CTN). Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Critérios material, espacial, temporal e quantitativo da obrigação tributária se refletem no Crédito Tributário, concretizando definitivamente o Dever Geral de Contribuição e aperfeiçoando a relação jurídica tributária. Relação Temporal: Dever Geral de Contribuição > Competência Constitucional > Lei (Hipótese de Incidência) > Fato Gerador (realização da HI) = Nascimento da Obrigação Tributária > constituição do Crédito Tributário (exigibilidade plena do Dever Geral) Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. A) Constituição do Crédito Tributário – o Lançamento: Ato administrativo que quantifica a dívida e qualifica o devedor (art. 142 CTN), declarando a obrigação tributária proveniente do fato gerador e constituindo o crédito tributário (dupla natureza jurídica). Reporta-se à data da ocorrência do Fato Gerador (art. 144 CTN). B) Tipos de Lançamento: 1. De ofício – art. 149 CTN Realizado pelo Fisco, sem participação do sujeito passivo (autuações fiscais, totais ou parciais; taxas, contribuições de melhoria, IPTU, IPVA); 2. Por declaração – art. 147 CTN Realizado pelo Fisco, com base nas informações prestadas pelo sujeito passivo (II e IE) em cumprimento às obrigações acessórias. Os erros em declaração podem ser corrigidos por declaraçãoretificadora ou ser apurados e corrigidos de ofício (lançamento complementar de ofício). 3. Por Homologação – art. 150 CTN Realizado pelo sujeito passivo e posteriormente homologado pelo Fisco, quando verificada sua correção (ICMS, COFINS, IR, IPI, etc.); Implica em concomitante pagamento (o pagto completa e é necessário ao lançamento – Resp 445.137/MG); Homologação tácita em 5 anos a contar do FG. A data da constituição do crédito tributário é a data da ocorrência do Lançamento; nos casos de Homologação ou Declaração, considera-se a data da entrega pelo contribuinte (exp.: DCTF), conforme Súmula 436 STJ. 31/05/2022 Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário – art. 151 CTN. A) Moratória – ampliação do prazo para cumprimento da obrigação tributária (art. 152 a 155 do CTN); concedida ou autorizada por lei específica; 1. Geral - com a dilação do prazo para todos os contribuintes, sem distinção de caráter subjetivo (art. 152, I – autônoma ou heterônoma); 2. Individual - com a dilação do prazo em relação a determinados contribuintes que preencham condições subjetivas da lei, via despacho individualizado da autoridade administrativa competente (art. 152, II). Art. 153 CTN determina os requisitos obrigatórios e facultativos do instituto; o art. 154 CTN - somente é aplicável aos créditos definitivamente constituídos, ou cujo lançamento já se tenha iniciado, não podendo da mesma se aproveitar os casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele; art. 155 - não gera direito adquirido e, caso o beneficiado não cumpra as suas condições,será revogada de ofício e o crédito tributário será cobrado acrescido de juros de mora, com imposição de penalidade, se houver dolo ou simulação. B) Parcelamento – dispositivo incluído pela LC 104/2001; concedido na forma e condições estabelecidas por lei e, subsidiariamente, obedece às mesmas regras da moratória, uma vez que se trata, também, da concessão de prazos e condições especiais para o cumprimento da obrigação tributária; não exclui a incidência de multas e juros. É comum a exigência de garantias dadas pelo devedor; art. 155-A (LC 118/05) – possibilidade de parcelamento especial para devedor em recuperação judicial; se o sujeito passivo parar de pagar as parcelas, na forma do que foi estabelecido no parcelamento, a exigibilidade do crédito tributário volta a existir ab initio (com totalidade de multas e juros) e a dívida será cobrada, com a propositura de execução fiscal; aderir ao parcelamento importa em confessar a dívida fiscal. 01/06/2022 C) Reclamações e Recursos Administrativos – direito do contribuinte à impugnação administrativa do lançamento – constituição de processo administrativo fiscal (PAF); durante o trâmite do PAF e até a sua decisão definitiva, o CT permanece com a sua exigibilidade suspensa, independentemente de qualquer decisão interlocutória ou de depósito do valor em discussão. Cada ente federativo, dentro de sua plena competência tributária, determinará a forma e os requisitos do respectivo PAF. No âmbito federal, de forma específica, aplicam-se as regras do Decreto 70.235/72, o qual determina que a impugnação da exigência fiscal (regra geral em 30 dias da notificação do lançamento – art. 14) instaura o processo administrativo, determinando a instrução probatória (arts. 15 e 16), com preclusão da matéria não impugnada. STF – Súm. Vinc. 21 – “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”; art. 206 do CTN, suspensa a exigibilidade do CT nos termos do art. 151 CTN, pode o contribuinte obter Certidão Positiva com efeitos de Negativa, de forma a manter a regularidade de seus negócios, D) Concessão de Medida Liminar em Mandado de Segurança ou de Tutela Antecipada em Ação Judicial – mera propositura de ação judicial não impede a exigência do C.T. somente a ordem judicial expressa, mediante concessão de medida liminar, é que suspenderá a cobrança, em qualquer fase; independe de depósito do valor discutido. Para evitar a decadência do direito de lançar e constituir o crédito, a autoridade fiscal poderá proceder ao lançamento, mesmo na constância da vigência da medida liminar, permanecendo a exigência suspensa, até que decisão posterior reconheça ser devido o crédito tributário. E) Depósito do Montante Integral do crédito tributário – crédito tributário já constituído; Súmula 112 STF – valor integral é aquele exigido pelo Fisco e não o valor que o próprio contribuinte entende como devido; somente pode ser levantado pelo autor da ação, após o trânsito em julgado de decisão a ele favorável; caso a decisão mantenha o crédito, se dará a conversão em renda do depósito (titularidade ab initio do vencedor da demanda - ambas modalidades de extinção do crédito tributário); direito subjetivo do contribuinte concedido por lei.
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