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Ordem Tributária

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Ordem Tributária
Avaliação 1
16/02/2022
Introdução e Sistemas de Direito
● Direito Econômico
● Direito Financeiro
● Direito Tributário
Sistema Constitucional Tributário
- Tributos e proporção Privada
- Competencia Tributaria
- Legislação Tributária
- Princípios constitucionais e
princípios tributários
- Princípios Tributários
Especificamente
- Imunidades Tributárias
- Tipologia Tributária
Teoria da Obrigação Tributária
Sistemas de Direito
Sistemas são organismos vivos, que se
alimentam de seu próprio conteúdo, mas
interagem continuamente entre si,
retroalimentando-se também dessa
interação.
O Direito nada mais é que um grande
conjunto de sistemas e subsistemas, que
porém obedece a uma hierarquia, voltada
à sua “unicidade”, de forma a regular as
relações interpessoais de múltiplos níveis e
fazer interagir tais sistemas com os
sistemas de outros ramos científicos,
buscando a aplicabilidade do mesmo.
Quais os artigos mais importantes da
Constituição Federal?
Arts. 1º ao 4º da CF - é a estrutura básica
do estado Brasileiro, fundamentos da
Federação, OBJETIVOS que validam a
existência do Estado.
Sistema de Direito Econômico
É formado por um conjunto de leis que
possui como ideológica norte a ordem
econômica prevista na Constituição
Federal.
Ordem econômica: arts. 170 a 192 da CF,
(princípios da atividade econômica,
atuação do Estado, política urbana,
política agrícola, sistema financeiro
nacional.)
O art. 170 da CF tem por objetivo assegurar
a existência digna e a justiça social (art. 3º
da CF); a valorização do trabalho humano;
e a livre iniciativa (art. 1º, IV, da CF).
“Art. 170 - A ordem econômica (competência
legislativa da União e suplementar das
demais entidades federadas - art. 24, I),
fundada na valorização do trabalho
humano (conexão com direitos sociais -
arts. 6º e 7º) e na livre iniciativa
(fundamentos da república - art. 1º, IV), tem
por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça
social (objetivos da república - art. 3º),
observados os seguintes princípios
(aplicáveis especialmente aos arts. 172 a
192):”
O Direito econômico se ocupa de regras
gerais voltadas a todo o processo
econômico nacional, o que inclui tanto a
atividade estatal quanto a atividade
privada.
O Direito Financeiro se ocupa
primordialmente da atividade financeira
do poder público, incluindo a atividade
tributária estatal e as questões
orçamentárias e de responsabilidade
fiscal do Estado.
O Direito Tributário busca a fórmula de
arrecadação de valores que permite ao
Estado cumprir com seus objetivos.
DIREITO FINANCEIRO
Disciplina e regula a atividade financeira
do Estado atuando no tocante a
classificação das receitas e despesas
públicas, sua alocação e destino, bem
como na regulação do orçamento e do
crédito público, de forma a possibilitar ao
Estado a execução de seus objetivos
estabelecidos constitucionalmente.
- Arts. 164 a 169 da CF;
- Lei nº 4.320/64;
- Lei complementar 101/2000 (Lei da
responsabilidade Fiscal).
Leis básicas:
- Lei Plurianual (PPA) - art. 165, § 1º, CF
- é um instrumento de planejamento
governamental que define as
diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para
o horizonte de quatro anos.
- Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) - art. 165, §2º, da CF -
estabelece quais serão as metas e
prioridades para o ano seguinte.
Para isso, fixa o montante de
recursos que o governo pretende
economizar; traça regras, vedações
e limites para as despesas dos
Poderes; autoriza o aumento das
despesas com pessoal; regulamenta
as transferências a entes públicos e
privados; disciplina o equilíbrio
entre as receitas e as despesas;
indica prioridades para os
financiamentos pelos bancos
públicos.
- Lei do Orçamento Anual (LOA) - art.
165, § 5º, CF - estabelece os
Orçamentos da União, por
intermédio dos quais são estimadas
as receitas e fixadas as despesas do
governo federal. Na sua elaboração,
cabe ao Congresso Nacional avaliar
e ajustar a proposta do Poder
Executivo, assim como faz com a Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e
o Plano Plurianual (PPA). Os
Orçamentos da União dizem
respeito a todos nós, pois geram
impactos diretos na vida dos
brasileiros. O Orçamento Brasil é
um instrumento que ajuda na
transparência das contas públicas
ao permitir que todo cidadão
acompanhe e fiscalize a correta
aplicação dos recursos públicos.
22/02/2022
Princípios do Direito Financeiro
● Princípio da Universalidade (art.
165, § 5o, CF e arts. 2o a 4o da Lei no
4.320/64) – toda e qualquer receita
ou despesa deve estar prevista na
lei orçamentária;
● Princípio da Exclusividade (art. 165,
§ 8o, CF e art. 7o da Lei no 4.320/64) –
o orçamento deve conter apenas
matéria financeira, incluindo-se as
autorizações para abertura de
créditos suplementares e
contratação de operações de
crédito;
● Princípio da Unidade (art. 165, § 5o,
CF e art. 2o da Lei no 4.320/64) – a
Administração possui apenas uma
única peça orçamentária anual;
● Princípio da Programação (art. 165,
§ 4o, CF e art. 5o, I, da LRF) – todo o
orçamento deverá guardar
consonância com o plano
plurianual, assim como com os
programas e planos de políticas
públicas estabelecidas em função
da Constituição;
● Princípio do Equilíbrio (art. 169, CF e
art. 4o, I, da LRF) – as despesas não
devem ultrapassar as receitas
previstas, o orçamento é construído
em bases de receitas existentes e
despesas compatíveis com tais
ingressos;
● Princípio da Legalidade (art. 165,
caput, CF e art. 166, CF) – o
orçamento público brasileiro é
necessariamente veiculado por lei;
● Princípio da Transparência (art. 165,
§§ 3o e 6o, CF e arts. 48/49 da LRF) –
projeto de lei orçamentária deve ser
acompanhado dos demonstrativos
regionalizados do efeito, sobre as
receitas e despesas, decorrentes de
isenções, anistias, subsídios, etc.;
obrigatória a publicação, em até 30
dias do encerramento de cada
bimestre, dos relatórios resumidos
de execução orçamentária;
● Princípio da Não-Afetação (art. 167,
inc. IV, CF) – as receitas de impostos
são de livre destinação (veda-se sua
vinculação a qualquer órgão, fundo
ou despesa), salvo as destinações
expressamente previstas na CF.
Contingenciamento x Pedalada Fiscal
No contingenciamento há expressa
previsão legal no orçamento, e quando tal
receita não é utilizada há liberação para o
ano seguinte ou a utilização da quantia
em algo que se necessita naquele
momento.
Na pedalada fiscal ocorre que não há
qualquer previsão legal, podendo até
mesmo ser caracterizada quando existe
expectativa de algo que não faz parte da
sua receita, ou seja, a receita é tida como
inexistente.
23/02/2022
Receitas:
Receita pública
● Entrada
- Provisórias (depósitos,
cauções, fianças, empréstimo
etc.)
- Definitivas (tributos, preços,
doações etc.)
Sistema de partidas dobradas:
O método das partidas dobradas
determina que para cada lançamento a
débito em uma conta deve haver um
lançamento correspondente ao crédito em
outra conta. Ou seja, não pode haver um
valor credor sem um valor devedor
correspondente.
O Estado não pode obter lucros, apenas
superávit.
Classificação das entradas e receitas
Originárias (entradas definitivas)
- Doações, legados, bens vacantes,
uso de bens públicos, preço,
descoberta, prescrição aquisitiva,
receita de empresas públicas e
sociedades de economia mista, etc. 
Derivadas 
- Tributárias e outras (relação de
direito público) 
- Tributos (taxas, contribuições de
melhoria, contribuições,
empréstimo compulsório e
 impostos) e penalidades (multas,
reparação de guerra e perdimento). 
Transferidas
- Tributárias 
- Não tributárias (petróleo e outros
recursos minerais, energia elétrica,
etc.) 
- Voluntárias 
Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000) e
receita pública 
● Necessidade de prever e arrecadar
todos os tributos previstos. 
● Renúncia de receita e vedação ao
recebimento das transferências
voluntárias. 
● Receitas públicas não tributárias
(originárias) 
● Preço público, Foro, Laudêmio 
● Zona azul 
● Loterias 
● Uso da infraestrutura para
transporte aéreo e naval● Receitas provenientes da extração
mineral e do potencial hidráulico
(partilha de receitas e
compensação ambiental) 
Despesa Pública 
 
Decisão política e efetividade de direitos 
● O debate entre flexibilização
orçamentária e vinculação de
receitas 
 
Conceito de Despesa pública 
● Gastos públicos e a atividade
econômica do Estado
Despesa corrente
1. Despesas de custeio: pessoal civil,
militar, material de consumo,
serviços de terceiros e encargos
diversos. 
2. Transferências correntes:
subvenções sociais, econômicas,
inativos, pensionistas,
salário-família, abono familiar, juros
da dívida pública, contribuições de
previdência social e diversas. 
Despesa de capital
1. Investimentos: obras, equipamentos
e instalações, participação em
constituição ou aumento de capital
de empresas ou entidades
industriais ou agrícolas, etc. 
2. Inversões financeiras: aquisição de
imóveis, participação em aumento
ou constituição de empresas ou
entidades comerciais ou
financeiras, aquisição de títulos
representativos de capital de
empresas em funcionamento,
constituição de fundos rotativos,
concessão de empréstimo e
diversos. 
3. Transferências de capital:
amortização da dívida pública,
auxílio para obras públicas, auxílio
para equipamentos e instalações,
auxílio para inversões financeiras e
outros. 
08/03/2022
Direito Tributário
É o ramo do Direito que define como
serão cobrados os tributos dos cidadãos
para gerar receita para o Estado (regras
de relacionamento entre o Estado e a
propriedade privada)
Para atingir sua finalidade (promover o em
comum arts. 1º a 4º da CF), o Estado exerce
funções para cujo custeio é preciso de
recursos, que promovem principalmente a
imposição tributária.
Sistema Tributário Nacional
O Sistema Tributário é um conjunto de
disposições destinadas a regulamentar
a atividade tributária do Estado.
Brasil: a sistematização se deu em 1966,
com a Lei 5.172/66 (CTN), que ainda
permanece em vigor, regulando, junto
com a Constituição atual a matéria
tributária em solo brasileiro.
Competência Tributária
Conceito: Poder atribuído pela
Constituição Federal para que os entes
políticos possam instituir e cobrar tributos.
(arts. 153 a 156 – impostos; art. 145 – taxas e
contribuição de melhoria; art. 149 –
contribuições especiais; art. 149-A –
contribuição de iluminação pública).
Consagração do princípio de federalismo;
competência legislativa plena (princípio de
legalidade);
CTN - Art. 6º A atribuição constitucional de
competência tributária compreende a
competência legislativa plena, ressalvadas
as limitações contidas na Constituição
Federal, nas Constituições dos Estados e
nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e
dos Municípios, e observado o disposto
nesta Lei.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita
seja distribuída, no todo ou em parte, a
outras pessoas jurídicas de direito público
pertencerá à competência legislativa
daquela a que tenham sido atribuídos
09/03/2022
Características:
● Facultativa
● Indelegável
● Intransferível
● Irrenunciável
Observação: a capacidade tributária ativa,
isto é, as funções administrativas
(arrecadação e fiscalização), podem ser
delegadas.
CTN - Art. 7º A competência tributária é
indelegável, salvo atribuição das funções
de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de
executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra, nos termos do § 3º
do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias
e os privilégios processuais que competem
à pessoa jurídica de direito público que a
conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a
qualquer tempo, por ato unilateral da
pessoa jurídica de direito público que a
tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de
competência o cometimento, a pessoas de
direito privado, do encargo ou da função
de arrecadar tributos.
Art. 8º O não-exercício da competência
tributária não a defere a pessoa jurídica
de direito público diversa daquela a que a
Constituição a tenha atribuído.
Bis in idem x Bitributação
O bis in idem é o ato do mesmo ente
federativo tributar duplamente o mesmo
fato gerador constitucional, que somente é
permitido se autorizado. Já a bitributação
é diferente quando dois entes federados o
mesmo fato gerador
Fontes materiais do Direito Tributário
Fatos que são objeto da norma tributária;
Conjunto de fenômenos fáticos adotados
pela lei e descritos como hipótese de
incidência tributária que, uma vez
ocorridos, desencadeiam a relação
jurídica tributária em todos os seus
aspectos sendo, portanto, a fonte
concreta (material) da mesma.
Fontes formais do Direito Tributário
Os atos normativos capazes de
estabelecer um padrão de comportamento
a ser seguido pelo Estado e pelo
particular;
Normas jurídicas de todos os níveis
hierárquicos que veiculam o tributo é toda
a matéria relacionada a ele;
Podem ser:
Primárias – normas jurídicas capazes de
estabelecer novos direitos e novas
obrigações:
● Constituição – estabelece o Dever
Geral de Contribuição, define os
tipos tributários e fixa a
Competência Constitucional
Tributária;
● Lei Complementar – art. 146 CF –
dispõe sobre os conflitos de
competência, regula as limitações
constitucionais, estabelece as
normas gerais tributárias (CTN
recepcionado), previne
desequilíbrios concorrenciais,
institui tributos específicos
● Lei Ordinária e Medida Provisória
(EC 32/01) – institui a maioria dos
tributos e, dentro dos limites do
CTN, estabelece os benefícios
fiscais, os critérios quantitativos (BC
e alíquota), as responsabilidades, as
obrigações tendentes a facilitar a
fiscalização e a arrecadação;
● Tratados e Convenções
Internacionais – art. 98 CTN,
devidamente ratificados e
veiculados por Decreto Legislativo,
revogam ou modificam a lei interna
e serão observados nas leis que
lhes sobrevenham.
Secundárias – normas jurídicas que se
destinam exclusivamente a regulamentar a
aplicação das fontes primárias (decretos,
resoluções, portarias, circulares,
instruções normativas, convênios práticas
reiteradas, decisões administrativas a que
a lei atribua eficácia normativa, práticas
reiteradamente adotadas pela
Administração Tributária).
Na forma do art. 96 do CTN todas as
fontes formais, primárias ou secundárias,
são alcançadas pelo termo “legislação
tributária”.
Vigência da legislação tributária no tempo
e no espaço
Corresponde aos critérios temporais e
espaciais relativamente aos quais a
legislação tributária estará apta a
produzir seus efeitos.
Campo de incidência dos Princípios da
Anterioridade e da Irretroatividade
Vigência da legislação tributária no tempo
Regra geral: art. 101 CTN – mesmas regras
das leis em geral, conforme LINDB: leis
normalmente entram em vigor 45 dias
após a sua publicação (salvo disposição
em contrário); fontes secundárias: os atos
normativos administrativos na data da sua
publicação; as decisões com eficácia
normativa, 30 dias após a sua publicação;
os convênios na data em que eles
estabelecerem.
Art. 105 CTN – aplicação imediata a fatos
geradores futuros e pendentes.
Art. 106 CTN – casos de retroatividade da
legislação tributária.
Vigência da legislação tributária no
espaço
Regra Geral: salvo disposição legal em
contrário, a legislação tributária se aplica
dentro dos limites territoriais do ente
federativo que a editou, nos termos da
Competência Constitucional.
Excepcionalmente: a lei brasileira pode
atingir fatos geradores ocorridos fora do
território nacional ou, em face do interesse
arrecadatório, fazer interagir sistemas de
fiscalização nacionais e estrangeiros, seja
interna ou externamente (Ex.: princípio da
universalidade no IR e tributação de
rendas auferidas no exterior; intercâmbio
de informações tributárias).
Aplicação da legislação tributária
Dois processos são essenciais à aplicação:
Interpretação: busca do conteúdo da
norma jurídica contida no texto legal, de
forma a dar a ela verdadeiro sentido e
alcance; relativamente à sua origem a
interpretação pode ser:
● Autêntica (interpretação realizada
pelo própriodispositivo legal);
● Jurisprudencial (interpretação
realizada pelos tribunais);
● Doutrinária (interpretação realizada
pelos estudiosos do Direito).
Relativamente aos critérios, utilizados de
forma sucessiva, pode ser: literal ou
gramatical (busca o significado do termo
ou cadeia de palavras no uso linguístico
geral – art. 111 CTN); lógico (busca evitar que
a lei conduza a resultados incoerentes);
histórico (busca atualizar o conteúdo das
expressões utilizadas pela lei, é a
atualização do texto da lei, sem sua
modificação); teleológico (busca identificar
o objetivo da lei); e sistemático (busca
preservar a coerência do sistema jurídico,
evitando interpretações que conduzam a
normas conflitantes).
Relativamente aos resultados, os mesmos
podem ser: estritos (a interpretação
coincide com o texto escrito); restritivo (a
interpretação conduz à conclusão de que
a lei disse mais do que efetivamente
pretendia); e extensivo (a interpretação
conduz à conclusão de que a lei disse
menos do que efetivamente pretendia).
Integração: a atividade de busca a norma
jurídica contida no ordenamento jurídico
de forma não expressa – art. 108 CTN. Pode
dar-se por: analogia, princípios gerais do
direito tributário, princípios gerais de
direito público e
eqüidade.
Obs.: a analogia não pode conduzir à
cobrança de tributo não previsto
expressamente na lei, nem a equidade
pode afastar a cobrança de tributo
previsto expressamente na lei.
15/03/2022
Prestação pecuniária - é uma prestação
de dar alguma coisa, no caso, valor.
Prestação pecuniária compulsória - é uma
prestação de forma obrigatória, dever
geral de contribuição.
A transformação da prestação pecuniária
em moeda é um marco civilizatório e
tecnológico.
Conceito Tributo
Tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela
possa exprimir, que não constitua sanção
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa,
plenamente vinculada (art. 3º, do CTN).
Teoria tricotômica ou tripartite -
exclusivamente art. 145 CF;
STF - existem outros tipos tributários.
TRIBUTO NÃO É PENALIDADE.
Natureza jurídica do tributo
Relação direta com o fato gerador:
Art. 4º A natureza jurídica específica do
tributo é determinada pelo fato gerador
da respectiva obrigação, sendo
irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais
características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua
arrecadação.
Tipologia Tributária
Imposto: fato gerador independente de
qualquer atividade estatal específica.
Taxa: fato gerador correspondente ao
exercício do poder de polícia ou a
utilização do serviço público.
Contribuição de melhoria: fato decorrente
gerador da valoração de imóveis por obra
pública.
Empréstimos compulsórios: criados para
atender despesas extraordinárias (guerra
externa ou calamidade pública) ou no
caso investimento público em caráter
urgente e de relevante interesse nacional.
Contribuições especiais: intervenção no
domínio econômico; profissionais; custeio
da Seguridade Social.
Impostos
Tributos cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica (art.
16 CTN); não é contraprestacional - sua
exigência independe de qualquer
contraprestação do ente tributante;
hipóteses de incidências têm relação,
apenas, com fatos da vida do contribuinte,
suas ações, suas atividades econômicas e
sua capacidade contributiva;
não-vinculado a uma despesa específica;
impostos se distinguem entre si pelos
respectivos fatos geradores.
Finalidade: custear o Estado para a
realização de suas funções
constitucionais (arts. 1 a 4 CF),
atendimento do bem comum
(investimentos e custeio de bens públicos,
serviços públicos como saúde, segurança
e educação).
Características: não-vinculados;
contributivos e privativos (federais,
estaduais ou municipais); natureza fiscal
(excepcionalmente extrafiscal).
Podem ser:
A. diretos - pagos e conhecidos
diretamente pelo contribuinte
(Imposto de Renda);
B. indiretos – com o valor embutido no
valor da transação (ICMS).
Taxas
Exigência financeira do Estado ao
particular em face do uso potencial ou
efetivo de serviços públicos, ou do
exercício do poder de polícia (arts. 77, 78, 79
CTN).
Características: vinculadas; retributivas e
de competência comum
(federais/estaduais/ municipais); natureza
fiscal.
Retributividade: retribui atividade pública
potencial ou efetiva; Proporcionalidade –
valor proporcional àquilo que o
contribuinte está recebendo ou tem a sua
disposição
Taxas de serviços são instituídas e
cobradas como contraprestação pela
utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ou postos à disposição do
contribuinte.
Taxas de Poder de Polícia são instituídas e
cobradas em face de atividades da
administração pública voltadas para o
disciplinamento ou limitação de direitos,
interesses ou liberdades privadas em
respeito ao interesse público.
Taxa base-cálculo
Deve ser diversa daquela determinada aos
impostos, diante da vedação expressa CF
(art. 145, §2º), sob pena de se configurar a
“bi-tributação” (Súmulas 551 e 595 – STF); tal
disposição não impede o uso de elementos
de outras bases de cálculo.
Deve ter correlação ao custo da atividade
prestada pelo Estado, sob pena de
enriquecimento sem causa, fato não
permitido pelo Direito.
Taxa X Tarifa
Tarifa identifica-se como a quantia que o
usuário de determinado serviço público
paga pela utilização concreta de tal
serviço, prestado por um particular, na
forma do art. 175 da CF.
Assim, a tarifa tem por fundamento a
prestação efetiva de um serviço público
específico e mensurável, através de
particular por concessão ou autorização
estatal.
Exemplo: art. 21 CF, incisos XI e XII –
telecomunicações, radiodifusão, energia
elétrica, navegação aérea e aeroespacial,
transporte rodoviário de passageiros –
interestadual e internacional, portos.
Contribuição de melhoria
Tributo contraprestacional cuja
exigibilidade tem por fato gerador uma
situação que representa um benefício
especial auferido pelo contribuinte em
face de uma obra pública efetivamente
realizada e concluída pelo Poder Público
(art. 145, III CF; art. 81 CTN).
Fundamento:
A. a valorização imobiliária ou
melhoria;
B. o benefício decorrente da obra
pública.
Limites: global – valor da obra pública;
individual – valorização específica do
imóvel objeto da contribuição.
Empréstimo Compulsório
Tributo que só pode ser criado por LC e de
natureza restituível (art. 148 CF); obedece
aos princípios da anterioridade anual e
nonagesimal (caso de guerra/calamidade
sem anterioridade); vinculação com a
despesa específica para a qual foi criado.
Fundamentos:
I – guerra externa ou sua iminência;
II – calamidade pública;
III – investimento público urgente e de
relevante interesse nacional.
Contribuições Especiais
Fundamento Constitucional - art. 149, art.
149-A, art. 177 e art. 195 CF.
Tributos com destinação vinculada a uma
despesa específica, cujo fato gerador não
é vinculado a nenhuma atividade estatal
prestada diretamente ao contribuinte
(semelhante ao imposto, diferenciando-se
apenas pela destina
Podem ser:
1. Contribuição de interesse de
categorias profissionais;
2. Contribuição para o custeio do
serviço de iluminação pública
(COSIP);
3. Contribuições de intervenção no
domínio econômico (CIDE);
4. Contribuições Sociais – voltadas ao
financiamento complementar da
Seguridade Social.
22/03/2022
Caso Concreto
O Distrito Federal, por intermédio de lei da
Câmara Legislativa, instituiu: a Taxa de
Iluminação Pública, a ser exigida em
decorrência da utilização efetiva ou
potencial do serviço público de
iluminação das ruas e praças; a
Contribuição de Melhoria para futuro
asfaltamento e recapeamento de ruas dos
bairros distantes; e o Empréstimo
Compulsório destinado ao serviço de
saúde municipal, em estado de
calamidade pública. Nos termos da lei
instituidora, o contribuinte de tais tributos
seriam os proprietários de imóveis
residenciais ou comerciais localizados noDF, sendo a base de cálculo o valor venal
de tais imóveis e as alíquotas,
respectivamente: 0,01% para a Taxa; 10%
para a Contribuição de Melhoria, apenas
para os imóveis beneficiados pelo projeto
de asfaltamento/recapeamento; e 1% para
o Empréstimo Compulsório.
QUESTÃO: Você recebe uma consulta do
contribuinte Cebolinha indagando sobre a
obrigatoriedade de pagar tais tributos e a
respeito de sua constitucionalidade.
Explique ao seu cliente quais seus direitos
e obrigações, à luz dos conceitos de cada
tributo e da Constituição Federal.
A contribuição de melhoria decorre de lei,
de modo que deve-se estabelecer um
limite global (total da obra), sendo, ainda, o
limite individual estabelecido por valor
total da valorização extra.
A checagem do valor da contribuição
poderá e deverá ocorrer no pós obra,
decorrendo no processo administrativo as
isenções e exceções.
As contribuições especiais surgiram em
1988, o seu fato gerador é o seu destino. A
lei ou a constituição prevê a sua
arrecadação.
Há várias espécies de contribuição
especial. A maioria é de competência da
União.
23/03/2022
Limitações ao Poder de Tributar
Toda restrição imposta pela Constituição
Federal às entidades dotadas do poder de
tributar.
Origens: Declaração de Direitos do Homem
e do Cidadão, "Bill of Rights“ e no Brasil, na
Constituição Imperial de 1824.
Manifestam-se em:
- Princípios Tributários
- Imunidades
Princípios Tributários
Princípios constitucionais que, ao vincular
valores e bens essenciais ao regramento
da relação Estado/propriedade privada
no tocante a atividade tributária,
estabelecem as barreiras ou limites que
impedem o abuso da atuação do Estado
em sua intenção de retirar
compulsoriamente da sociedade valores
que são de sua titularidade, ou seja,
tributar.
Bases de sustentação e validade do
sistema; estabelecem o raciocínio lógico
do fenômeno tributário respondendo aos
questionamentos relativos ao “por que” de
estabelecer-se a tributação de uma
determinada circunstância de fato, “quais
os objetivos” que esta tributação deve
cumprir e “quais os limites” a que deve se
submeter.
Princípios representam valores:
1. Segurança Jurídica (legalidade;
tipicidade; irretroatividade;
anterioridade);
2. Justiça Fiscal (isonomia;
capacidade contributiva;
não-confisco);
3. Liberdade (liberdade de tráfego;
uniformidade geográfica;
imunidades).
Podem ser divididos em:
● Gerais – que devem ser respeitados
obrigatoriamente na instituição e
cobrança de todos os tributos; e em
● Específicos – de aplicação
obrigatória, apenas, para um ou
alguns tributos.
Considerados como “cláusulas pétreas” de
nossa Constituição, verdadeiros direitos
ou garantias individuais (art. 150 CF)
estando sujeitos às restrições do art. 60,
parágrafo 4º, CF (RE 587.008 – Ministro Dias
To�oli).
Legalidade (art. 150, I, CF):
Decorrência lógica do art. 5º, II CF - o dever
geral de contribuição somente pode
concretizar-se por meio da norma - a lei
(que estabelece todos os aspectos
relativos à existência, estrutura e quantia
da obrigação tributária), instrumento pelo
qual a Sociedade autoriza ao Estado a
concretização do dever geral.
Não qualquer lei, mas lei adequada e
completa, que defina todos os elementos
concretos do fenômeno tributário (o que;
quem; quando; quanto; como); definição do
“tipo tributário” (tipicidade); corolário do
valor “segurança jurídica” (necessário à
invasão do Estado na propriedade privada
com o objetivo arrecadatório).
Sem exceção; exigência absoluta;
alteração de alíquotas prevista no §1º, art.
153 e no §4º. Art. 177, CF não são exceções
(condições e limites estabelecidos em lei –
sistema de bandas de alíquotas – II, IE, IPI,
IOF e CIDE combustíveis); lei geral = lei
complementar (art. 146 CF).
29/03/2022
Isonomia (art. 150, II, CF):
Corolário do Princípio Geral estabelecido
no art. 5º, inc. I, CF; determinação de que
situações tributárias equivalentes tenham
o mesmo tratamento; normas de caráter
hipotético em face das categorias de
indivíduos; não é limitador da capacidade
da CF em buscar suas finalidades sociais,
através da distinção de sujeitos em face de
suas desigualdades;
Igualdade, em face da incidência
hipotética da norma; realização do “dever
geral de contribuição”, também chamado
de “princípio de generalidade” –
solidariamente todos provém ao Estado os
recursos para cumprir com seus objetivos
gerais; a medida do “sacrifício pessoal” de
cada um determina a distinção das
situações;
Capacidade Contributiva (art. 145, § 1º, CF)
Princípio aplicável a todos os tipos
tributários; a medida do dever geral de
contribuição é a possibilidade que o
indivíduo tem de suportar,
financeiramente, o sacrifício pessoal
exigido pela sociedade (efetividade do
Princípio de Igualdade );
2 (duas) vertentes de aplicação:
necessidade de financiamento (dever
geral) e necessidade de proporção da
carga (respeito ao sacrifício pessoal);
condicionamento da norma hipotética à
aferição do poder econômico do sujeito
passivo da norma – relação direta com o
FG;
Fundamento de princípios específicos
(proporcionalidade; retributividade;
progressividade); não se confunde com
capacidade financeira.
Não Confisco (art. 150, IV, CF) – limite da
capacidade; o tributo não pode ser
utilizado para expropriar os bens ou
rendas dos indivíduos;
Liberdade de Tráfego (art. 150, V, CF) -
impede que haja a instituição e cobrança
de qualquer tributo interestadual ou
intermunicipal pela simples passagem de
pessoas ou bens (exceção – pedágio);
Uniformidade Geográfica (art. 151, I, CF) -
tributos da União não podem ser exigidos
de forma diferenciada, em relação a
Estado, Distrito Federal ou Município –
ressalva em relação às Zonas Francas.
05/04/2022
Anterioridade (art. 150, III, CF):
“Não surpresa” - limitação ao poder de
tributar concernente ao prazo necessário
para exigibilidade da imposição tributária
devidamente veiculada por lei; aplicável
em relação à criação de tributos e também
à sua majoração.
Regra Geral: acepção dupla - a
exigibilidade dos tributos (ou sua
majoração) somente ocorre no exercício
seguinte e decorridos 90 dias da
publicação da lei que os definiu; admite
exceções parciais ou integrais:
anterioridade anual (anualidade), alin. “b”
(IR, IPVA-bc e IPTU-bc); anterioridade
nonagesimal (noventena), alin. “c” (IPI e
CS-195 §6º).
Sem anterioridade (art. 150, §1º, CF): II, IE e
IOF, caráter predominante extrafiscal;
Súmula 669 STF – “Norma legal que altera
prazo de recolhimento da obrigação
tributária não se sujeita ao Princípio da
Anterioridade”.
Irretroatividade (art. 150, III, a, CF):
Corolário da garantia fundamental
expressa no art. 5º, inc. XXXVI, CF (ato
jurídico perfeito, direito adquirido, coisa
julgada); a lei que instituir ou aumentar
tributo não poderá ser aplicada para fatos
anteriores à sua vigência; tratamento
infraconstitucional – art. 106 CTN e art. 144
CTN (lançamento com lei do FG, mas com
uso de novos instrumentos fiscais);
Art. 106 CTN e art. 144 CTN: lançamento
com lei do FG, mas com uso de novos
instrumentos fiscais; STJ Repetitivo – Tema
275 – Resp 1134665 – Fux – 2009:
[...] 9. O artigo 144, § 1º, do Codex Tributário,
dispõe que se aplica imediatamente ao
lançamento tributário a legislação que,
após a ocorrência do fato imponível, tenha
instituído novos critérios de apuração ou
processos de fiscalização, ampliado os
poderes de investigação das autoridades
administrativas, ou outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto,
neste último caso, para o efeito de atribuir
responsabilidade tributária a terceiros. 10.
Conseqüentemente, as leis tributárias
procedimentais ou formais, conducentes à
constituição do crédito tributário não
alcançado pela decadência, são aplicáveis
a fatos pretéritos, razão pela qual a Lei
8.021/90 e a Lei Complementar 105/2001, por
envergarem essa natureza, legitimam a
atuação fiscalizatória/investigativa da
Administração Tributária, ainda que os
fatos imponíveis a serem apurados lhes
sejam anteriores [...]
Art. 150, III, a, CF - casos de retroatividade –
art. 106 CTN (LC 118 - STF566.621):
“Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato
pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja
expressamente interpretativa,
excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos
interpretados;
II - tratando-se de ato não
definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário
a qualquer exigência de ação ou omissão,
desde que não tenha sido fraudulento e
não tenha implicado em falta de
pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos
severa que a prevista na lei vigente ao
tempo da sua prática.”
06/04/2022
Imunidades:
Disposições constitucionais que vedam ao
legislador ordinário impor tributos sobre
certas pessoas, matérias ou fatos; sempre
que aparecer “não incide” ou “isento” na
CF, em matéria tributária, estamos
tratando de IMUNIDADE.
Circunstâncias subjetivas (relativas a
“quem”; alíneas: a, b, c – art. 150 –
incomunicáveis) ou objetivas (relativas a “o
que”; alíneas: d, e – art. 150 – comunicáveis)
definidas como excluídas do universo
tributário nacional, ou seja, a respeito das
quais, em qualquer hipótese e por
quaisquer meios, não poderá haver
tributação.
Interpretação estrita.
Art. 150, VI, da CF – “é vedado instituir
impostos sobre”:
Patrimônio, renda ou serviços uns dos
outros;
Imunidade recíproca – fundamento
Federalismo; supremacia do interesse
público e ausência de capacidade
contributiva das entidades políticas;
Municípios – IOF reconhecida imunidade –
RE 213.059/SP
OAB – IOF imune – RE 259.276/RS (apenas
finalidades essenciais) – desempenho de
atividade própria do Estado (defesa da
CF), §2º, art. 150, CF.
CORREIO – Imune – RE 601.392/PR –
peculiaridade do serviço postal,
independentemente de concorrência.
SERPRO – Imune – ACO 2658 – serviços
envolvendo segurança da informação em
prol do bem-estar coletivo,
independentemente de concorrência
(monocrática Barroso em 10/04/2018).
CARTÓRIOS – Não Imune ISS – ADIN 3089 –
objetivo de lucro; §3º, art. 150, CF.
Art. 150, VI, da CF – “é vedado instituir
impostos sobre”:
● Templos de qualquer culto;
patrimônio e serviços estritamente
vinculados às finalidades
específicas das entidades – art. 150,
§4º CF
● CEMITÉRIO – Imune RE 578.562 –
extensão de entidade de cunho
religioso;
● LOJA MAÇÔNICA – Não Imune RE
562.351 – mera associação que não
professa religião
● ESTACIONAMENTO – ISS RE 218.503
– extensão da imunidade; Súmula
724 STF
● VENDA DE MERCADORIAS – ICMS;
EDIVER. em ED-RE 186.175 – extensão
da imunidade aos bens produzidos
pela entidade religiosa
12/04/2022
Art. 150, VI, da CF – “é vedado instituir
impostos sobre”:
Patrimônio, renda ou serviços dos partidos
políticos, inclusive suas fundações, das
entidade sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
Circunstância subjetiva – dependente do
cumprimento dos requisitos legais; renda,
patrimônio e serviços estritamente
vinculados às finalidades específicas das
entidades – art. 150, §2º CF.
Súmulas 724 e 730 STF.
Art. 195, §7º, da CF – “isenção” de
contribuições sociais:
● “São isentas de contribuição para a
seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social
que atendam as exigências
estabelecidas na lei”;
Circunstância subjetiva – dependente do
cumprimento dos requisitos legais; isenção
na CF = imunidade; específica para
contribuições sociais.
RE 831.318 – STF - não se aplica a
fundações e autarquias públicas (somente
podendo ser gozada por entidades
beneficentes de assistência social), de
modo que a imunidade constante do Art.
150, VI, “a” da CF/88, reconhecida para
autarquias e fundações públicas, somente
se refere a impostos, não se estendendo a
contribuições sociais devidas por tais
entidades (28/03/2018).
Art. 150, VI, da CF – “é vedado instituir
impostos sobre”:
● Livros, jornais, periódicos e o papel
destinado a sua impressão;
● Fonogramas e videofonogramas
musicais produzidos no Brasil
contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros
e/ou obras em geral interpretadas
por artistas brasileiros bem como
os suportes materiais ou arquivos
digitais que os contenham, salvo na
etapa de replicação industrial de
mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda
Constitucional nº 75, de 15.10.2013)
Conceito de Livro – RE 330.817 (e-book e
e-reader) 13/03/18.
Encarte de Propaganda em Jornal – não
imune RE 213.094
Álbum Figurinha – RE 221.239; Lista Telef. AI
663.747
Súmula 657 STF – filmes e papéis
fotográficos.
Imunidade - a Constituição Federal
declara uma situação não-tributável.
Isenção - a lei exclui uma situação,
subtraindo-a da regra de incidência
estabelecida sobre o universo do qual a
mesma faz parte.
Não Incidência - o fato (situação)
simplesmente não é referido na lei,
inexistindo tributação.
Isenção – Tipos:
● Heterônoma, quando concedida
por lei complementar da União, em
relação a tributo da competência
de Estados, Municípios ou do
Distrito Federal, em casos
expressamente autorizados pela
Constituição Federal (quando
prevista em tratado internacional
STF entende que não se aplica a
vedação do art. 151, III, CF – exercício
da soberania do Estado Brasileiro e
não competência da União);
● Autônoma, quando concedida por
lei do ente da Federação que tem a
competência para instituir o tributo;
por prazo determinado ou
indeterminado, ou sob condição
(art. 155 CTN).
Avaliação 2 
14/04/2022
Obrigação tributária
Desde um ponto de vista genérico, as
obrigações tributárias não se diferenciam
das demais obrigações jurídicas,
estudadas historicamente através do
Direito Romano e do Direito Civil,
conformando-se em obrigações
pecuniárias, ou de fazer/não fazer, que
tiram do caráter jurídico de sua natureza a
relação obrigacional, suas partes e forma
de prestação; a obrigação tributária
diferencia-se das demais obrigações
jurídicas em face de sua origem, de seus
tipos, de sua causa e de seus sujeitos.
A) Origem – à obrigação tributária
necessariamente tem origem legal;
corolário do Princípio da
Legalidade, que informa toda a
aplicabilidade do Direito Tributário
e que, sendo assim, dá fundamento
de validade à obrigação tributária;
logo, não existe obrigação
tributária na ausência de lei que
define a tributação específica da
qual a primeira resulta.
B) Tipos – as obrigações tributárias
podem ser: principais ou acessórias
(art. 113, caput, CTN);
● Principal é aquela concernente à
entrega patrimonial do particular
ao Estado para que este cumpra
com seus objetivos constitucionais
(pagamento do tributo - art.113, § 1º);
● Acessórias são todas aquelas
exigências relativas ao controle e
fiscalização dos fatos e ações que
podem, ou não, gerar a obrigação
tributária principal (art. 113, § 2º); seu
descumprimento resulta em
penalidade (multa = obrigação
pecuniária sancionadora),
convertendo-se em principal (art.
113, § 3º).
19/04/2022
C) Causa – as obrigações tributárias
principais têm por causa (surgem)
com a ocorrência do fato gerador
(art. 113, § 1º); art. 114 do CTN, fato
gerador da obrigação tributária é a
situação prevista em lei (hipótese
de incidência), necessária e
suficiente para o nascimento da
obrigação tributária (fato
imponível);
O fenômeno tributário é um processo de
concretização e podemos definir dois
momentos distintos nesse processo:
O primeiro momento é o da fixação, pela
lei, da conduta (hipótese) que, uma vez
ocorrida, terá por consequência o
nascimento da obrigação tributária;
O segundo momento é o da efetiva
realização dessa conduta (fato).
Hipótese
Necessário o pleno atendimento ao
“Princípio da Legalidade”:
1. Adequação formal: decorrência da
Competência Constitucional;
2. Adequação material: elementos que
permitam o reconhecimento da incidência
no caso concreto.
● Deve sempre permitir identificar o
que está sendo tributado, como
está sendo tributado, por quem
está sendo tributado, quando, onde
e em quanto está sendo tributado.
● “Tipicidade fechada tributária” é um
elemento de validade da própria
norma tributária, pois permite aocidadão conhecer perfeitamente
qual conduta está descrita na lei e,
assim, escolher, sempre que
possível, realizar ou não tal
conduta.
Fato
● Etapa da verificação da aplicação
da norma - concretização dos
elementos da hipótese;
● A obrigação tributária somente
nasce se a conduta descrita na lei
ocorre no mundo dos fatos de
maneira integral;
● Por isso se faz necessária a
verificação de cada um dos
elementos descritos na hipótese.
● A verificação determinará os
demais elementos da própria
obrigação tributária, tais como, seu
critério temporal (quando ocorreu o
fato e qual lei é aplicável em face de
tal data), seu critério quantitativo
(qual o valor da base de cálculo e a
alíquota aplicável), seu critério
subjetivo (quem é o sujeito ativo e o
sujeito passivo), necessários à
construção da obrigação e sua
posterior exigibilidade.
● Hipótese de Incidência é a
“descrição, contida na lei, da
situação necessária e suficiente ao
nascimento da obrigação
tributária”.
● Fato Gerador, ou fato imponível, é “a
ocorrência, no mundo dos fatos,
daquilo que está descrito na lei”
(Hugo de Brito Machado)
Obrigação tributária – Causa (resumo)
1) Hipótese de Incidência e Fato
Gerador são conceitos distintos que
operam conjuntamente nas
obrigações tributárias;
2) A Hipótese de Incidência
corresponde à descrição legal de
uma conduta que, uma vez
ocorrendo integralmente, revela o
fato gerador de uma obrigação
tributária;
3) A fixação da Hipótese de Incidência,
com todos os seus elementos, é
fundamental para a construção da
norma tributária, enquanto que a
verificação da ocorrência integral
do fato gerador, relativamente a
todos os elementos da hipótese, é
essencial ao nascimento da
obrigação tributária.
D) Sujeitos – dois tipos de sujeitos:
● Sujeito ativo é somente aqueles que
têm a “Competência Tributária”
podem ser considerados sujeitos
ativos da obrigação tributária,
mesmo que funções acessórias de
fiscalização ou arrecadação sejam
delegadas a outras entidades
(delegação de capacidade
tributária ativa - art. 119 CTN);
● Sujeito passivo é aquele que, por
definição legal, em face da
ocorrência do fato gerador do
tributo, dando causa à obrigação
tributária, tem o dever de adimplir
com a mesma, procedendo à sua
extinção (artigos 121 a 123 do CTN).
a) Sujeito passivo direto – aquele com
relação pessoal e direta com a hipótese
descrita na lei como geradora do tributo,
nomeado pelo art. 121, § único, I, como
“contribuinte”;
b) Sujeito passivo indireto – aquele que,
mesmo alheio à hipótese descrita na lei
como geradora do tributo, é escolhido
pela lei para o pagamento do mesmo, ou
para a prestação da obrigação acessória
decorrente do mesmo, chamado
“responsável” pelo art.121, § único, II, do
CTN.
Responsabilidade tributária
Fundamento - art. 121, § único, II, do CTN;
Requisito - art. 128 do CTN - necessidade
de um nexo entre o sujeito passivo indireto
e o surgimento de uma obrigação
tributária, cujo contribuinte não é ele,
razão pela qual ele é escolhido pela lei
para o pagamento do tributo (extinção da
obrigação);
2 (duas) hipóteses: substituição ou
transferência:
● Por substituição – ocasiões nas
quais o “responsável” previsto em lei,
se torna obrigado pelo tributo
desde o momento do nascimento
da obrigação tributária, ou seja, a
partir do fato gerador do tributo;
logo a sujeição passiva indireta se
dá concomitantemente com o
nascimento da obrigação
tributária;
● Por substituição – objetivo: gestão
tributária mais lógica ou eficiente
(Ex.: CEF nos prêmios de loterias,
empregador em relação ao IR
incidente sobre a folha de salários,
o tomador de serviços em relação
ao prestador autônomo); “para
frente” – o recolhimento do tributo
se dá de forma antecipada à efetiva
ocorrência do fato gerador –
progressiva (fundamento no art. 150,
§ 7º CF) ou “para trás” – o
pagamento é diferido para
momento posterior ao da
ocorrência do fato gerador –
regressiva.
● Por transferência – ocasiões nas
quais o “responsável” previsto em lei
somente é chamado à sujeição
passiva indireta após a ocorrência
do fato gerador, ou seja, a sujeição
passiva indireta se dá
posteriormente ao nascimento da
obrigação tributária, em face da
ocorrência de algum fato que
acarreta a transferência da
sujeição passiva do “contribuinte”
para o “responsável”.
10/05/2022
Por transferência – modalidades:
- Solidariedade tributária passiva –
arts. 124 e 125 CTN.
Aqueles que, por uma razão natural (art.
124, I – exemplo: cônjuges em regime de
comunhão de bens) ou que por uma
determinação expressa da lei (art. 124, II –
solidariedade de direito) tenham um
vínculo conjunto com o fato que
desencadeia a tributação, respondem
integral e conjuntamente pela obrigação
tributária;
Não comporta benefício de ordem, ou seja,
todos respondem conjuntamente pela
integralidade da dívida (art. 124, § único);
art. 125 do CTN - efeitos positivos e
negativos da solidariedade também se
aplicam a todos.
- Responsabilidade por sucessão –
arts. 130 a 133 CTN.
Posteriormente ao nascimento da
obrigação tributária (FG), motivada pela
ocorrência de algum fato que acarrete a
transferência da sujeição passiva; art. 129,
ocorrido o fato gerador do tributo, não
importa a constituição definitiva ou não
do crédito, a sucessão se dará
integralmente;
Há 5 (cinco) modalidades de transferência
por sucessão:
1. causa mortis (art. 131, II e III);
Ocorrido o falecimento, as dívidas
decorrentes de fatos geradores anteriores
ao falecimento e as dívidas decorrentes de
fatos geradores concomitantes ao
inventário, são de responsabilidade do
espólio; espólio é responsável
relativamente às obrigações do falecido,
mas contribuinte relativamente às
obrigações nascidas até o momento da
partilha; ocorrida a partilha e finalizado o
inventário responderão os herdeiros e
legatários, na medida de seus respectivos
quinhões (proporcionalmente ao que
receberam).
2. transmissão de bens imóveis (art.
130);
Créditos tributários relativos a impostos
cujo fato gerador seja a propriedade, o
domínio útil ou a posse de bens imóveis;
todos os tipos de transação imobiliária
importam em transferência da sujeição
passiva tributária ao adquirente
imobiliário; exoneração: fazer constar do
título de transferência a prova da quitação
dos tributos, ou aquisição do imóvel em
hasta pública (leilão).
3. transmissão de bens móveis (art.
131);
Todo e qualquer tributo incidente sobre
bens móveis (sejam tributos sobre
propriedade, sejam taxas de serviço), caso
não adimplidos anteriormente à
transmissão, transfere-se ao adquirente
que assumirá a posição jurídica de sujeito
passivo indireto da obrigação tributária;
não há casos de exoneração (mas é
possível a ação regressiva via dispositivos
de Direito Civil).
17/05/2022
4. decorrente de incorporação ou
fusão (art. 132);
Casos de pessoas jurídicas que sofrem
operações de alteração societária, que
implicam na extinção parcial ou total da
sociedade original, sujeito passivo direto
da obrigação; a pessoa jurídica que
resultar das mesmas se sub-rogará na
responsabilidade tributárias daqueles
sujeitos passivos diretos utilizados nas
referidas operações societárias; em caso
de extinção total, a responsabilidade se
transfere em face da continuidade da
atividade econômica aos sócios que a
realizam
5. transmissão de estabelecimento
comercial (art. 133).
Quem adquire fundo de comércio ou
estabelecimento comercial e continua a
atividade comercial sub roga-se nas
dívidas tributárias relativas aos fatos
geradores ocorridos até a data do ato de
alienação; se o alienante cessar a
exploração da atividade, o adquirente
responde, integralmente, pelos débitos; se
o alienante prosseguir ou reiniciar dentro
de 6 meses qualquer atividade comercial,
industrial ou profissional, o adquirente
responderá, subsidiariamente, com o
alienante.
- Responsabilidade de terceiros –
arts. 134 e 135 CTN - por
transferência:
Pessoas que não são os contribuintes do
tributo e não têm relação pessoal e direta
com o fato gerador, mas deram causa ao
inadimplemento da obrigação tributária e
serão osresponsáveis pelo seu
cumprimento;
Há 2 (duas) possibilidades:
1. Art. 134 – CTN situações “não
volitivas”, responsabilidade
solidária ou subsidiária (pais,
tutores, inventariante, adm. de
bens,sócios,tabeliães, etc.);
É necessário que o responsável tributário
designado pela lei tenha concorrido, ativa
ou passivamente (ações ou omissões) para
o surgimento da dívida tributária,
conjugado à impossibilidade de
pagamento da mesma pelo sujeito passivo
direto – responsabilidade subsidiária
portanto.
2. Art. 135 – CTN situações “volitivas”,
responsabilidade pessoal dos
representantes de PJ
(sócio-gerente, administradores,
diretores); dolo do administrador −
atos c/ excesso de poder, infração à
lei, ao contrato ou ao estatuto
social –, natureza punitiva da
relação jurídica que surge com a
realização, por ele, dos atos
infracionais (identidade de
situações jurídicas com as do art.
50 CC, art. 28 CDC, art. 31 da Lei
12.529/11 - CADE).
Jurisprudência – clara distinção entre a
personalidade jurídica da PJ e a
personalidade dos sócios (consequente
reflexo nos patrimônios); necessária a
prova da infração que desloca a
responsabilidade da PJ para os sócios
com poder de representação.
Jurisprudência – o ônus da prova da
infração é da Fazenda Pública, mas pode
ocorrer a inversão de tal ônus nos casos
em que os nomes dos sócios da pessoa
jurídica constarem da Certidão de Dívida
Ativa (CDA) - REsp nº 1.104.900, devidamente
instruída por procedimentos investigativos
do processo administrativo fiscal (PAF).
Súmula 430 - STJ: “O inadimplemento da
obrigação tributária pela sociedade não
gera, por si só, a responsabilidade
solidária do sócio-gerente”;
Súmula 435 - STJ: "Presume-se dissolvida
irregularmente a empresa que deixar de
funcionar no seu domicílio fiscal, sem
comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente"
Jurisprudência – STJ 1ª. Turma - AgRg no
AREsp 729419 / BA (21/08/2015): "o pedido de
redirecionamento da execução fiscal,
quando fundado na dissolução irregular
da sociedade executada, pressupõe a
permanência de determinado sócio na
administração da empresa no momento
da ocorrência dessa dissolução, que é,
afinal, o fato que desencadeia a
responsabilidade pessoal do
administrador. Ainda, embora seja
necessário demonstrar quem ocupava o
posto de gerente no momento da
dissolução, é necessário, antes, que aquele
responsável pela dissolução tenha sido
também, simultaneamente, o detentor da
gerência na oportunidade do vencimento
do tributo. É que só se dirá responsável o
sócio que, tendo poderes para tanto, não
pagou o tributo (daí exigir-se seja
demonstrada a detenção de gerência no
momento do vencimento do débito) e que,
ademais, conscientemente, optou pela
irregular dissolução da sociedade (por
isso, também exigível a prova da
permanência no momento da dissolução
irregular)"(EDcl nos EDcl no AgRg no REsp
1009997/SC, Rel.Ministra Denise
Arruda,Primeira Turma,DJe 4/5/2009)
Jurisprudência – STJ 2ª. Turma - REsp
1520257 / SP (23/06/2015): “3. O pedido de
redirecionamento da execução fiscal,
quando fundado na dissolução irregular
ou em ato que presuma sua ocorrência
-encerramento das atividades
empresariais no domicílio fiscal, sem
comunicação aos órgãos competentes
(Súmula 435/STJ) -, pressupõe a
permanência do sócio na administração
da sociedade no momento dessa
dissolução ou do ato presumidor de sua
ocorrência, uma vez que, nos termos do
art. 135, caput, III, CTN, combinado com a
orientação constante da Súmula 435/STJ,
o que desencadeia a responsabilidade
tributária é a infração de lei evidenciada
na existência ou presunção de ocorrência
de referido fato. 4. Consideram-se
irrelevantes para a definição da
responsabilidade por dissolução irregular
(ou sua presunção) a data da ocorrência
do fato gerador da obrigação tributária,
bem como o momento em
que vencido o prazo para pagamento do
respectivo débito.“
“5.… 6. O art. 13 da Lei 8.620/93 não se
limitou a repetir ou detalhar a regra de
responsabilidade constante do art. 135 do
CTN, tampouco cuidou de uma nova
hipótese específica e distinta. Ao vincular à
simples condição de sócio a obrigação de
responder solidariamente pelos débitos da
sociedade limitada perante a Seguridade
Social, tratou a mesma situação genérica
regulada pelo art. 135, III, do CTN, mas de
modo diverso, incorrendo em
inconstitucionalidade por violação ao art.
146, III, da CF. 7. O art. 13 da Lei 8.620/93
também se reveste de
inconstitucionalidade material, porquanto
não é dado ao legislador estabelecer
confusão entre os patrimônios das
pessoas física e jurídica, o que, além de
impor desconsideração ex lege e objetiva
da personalidade jurídica,
descaracterizando as sociedades
limitadas, implica irrazoabilidade e inibe a
iniciativa privada, afrontando os arts. 5º,
XIII, e 170, parágrafo único, da Constituição.
24/05/2022
Responsabilidade tributária - por infração
- art. 136/137, CTN.
Art. 136. Salvo disposição de lei em
contrário, a responsabilidade por
infrações da legislação tributária
independe da intenção do agente ou do
responsável e da efetividade, natureza e
extensão dos efeitos do ato.
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao
agente:
I - quanto às infrações conceituadas por
lei como crimes ou contravenções, salvo
quando praticadas no exercício regular de
administração, mandato, função, cargo ou
emprego, ou no cumprimento de ordem
expressa emitida por quem de direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o
dolo específico do agente seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram
direta e exclusivamente de
dolo específico (mesmas pessoas
discriminadas no 135 CTN)
Denúncia Espontânea - art. 138, CTN.
Requisito – confissão do crédito tributário
antes do início do procedimento
administrativo fiscal, acompanhado do
pagamento do tributo; exclui a incidência
da multa infracional; pedido de
parcelamento não corresponde a
denúncia espontânea; Súmula 360 –STJ,
não aplicável a tributos lançados por
homologação, regularmente declarados
mas pagos a destempo.
Crédito Tributário
Representação quantitativa da obrigação
tributária que estabelece sua exigibilidade
(art. 139 CTN).
Art. 139. O crédito tributário decorre da
obrigação principal e tem a mesma
natureza desta.
Critérios material, espacial, temporal e
quantitativo da obrigação tributária se
refletem no Crédito Tributário,
concretizando definitivamente o Dever
Geral de Contribuição e aperfeiçoando a
relação jurídica tributária.
Relação Temporal:
Dever Geral de Contribuição >
Competência Constitucional > Lei
(Hipótese de Incidência) > Fato Gerador
(realização da HI) = Nascimento da
Obrigação Tributária > constituição do
Crédito Tributário (exigibilidade plena do
Dever Geral)
Art. 140. As circunstâncias que modificam o
crédito tributário, sua extensão ou seus
efeitos, ou as garantias ou os privilégios a
ele atribuídos, ou que excluem sua
exigibilidade não afetam a obrigação
tributária que lhe deu origem.
Art. 141. O crédito tributário regularmente
constituído somente se modifica ou
extingue, ou tem sua exigibilidade
suspensa ou excluída, nos casos previstos
nesta Lei, fora dos quais não podem ser
dispensadas, sob pena de
responsabilidade funcional na forma da
lei, a sua efetivação ou as respectivas
garantias.
A) Constituição do Crédito Tributário –
o Lançamento:
Ato administrativo que quantifica a dívida
e qualifica o devedor (art. 142 CTN),
declarando a obrigação tributária
proveniente do fato gerador e
constituindo o crédito tributário (dupla
natureza jurídica).
Reporta-se à data da ocorrência do Fato
Gerador (art. 144 CTN).
B) Tipos de Lançamento:
1. De ofício – art. 149 CTN
Realizado pelo Fisco, sem participação do
sujeito passivo (autuações fiscais, totais ou
parciais; taxas, contribuições de melhoria,
IPTU, IPVA);
2. Por declaração – art. 147 CTN
Realizado pelo Fisco, com base nas
informações prestadas pelo sujeito
passivo (II e IE) em cumprimento às
obrigações acessórias.
Os erros em declaração podem ser
corrigidos por declaraçãoretificadora ou
ser apurados e corrigidos de ofício
(lançamento complementar de ofício).
3. Por Homologação – art. 150 CTN
Realizado pelo sujeito passivo e
posteriormente homologado pelo Fisco,
quando verificada sua correção (ICMS,
COFINS, IR, IPI, etc.);
Implica em concomitante pagamento (o
pagto completa e é necessário ao
lançamento – Resp 445.137/MG);
Homologação tácita em 5 anos a contar
do FG.
A data da constituição do crédito
tributário é a data da ocorrência do
Lançamento; nos casos de Homologação
ou Declaração, considera-se a data da
entrega pelo contribuinte (exp.: DCTF),
conforme Súmula 436 STJ.
31/05/2022
Causas de Suspensão da Exigibilidade
do Crédito Tributário – art. 151 CTN.
A) Moratória – ampliação do prazo
para cumprimento da obrigação
tributária (art. 152 a 155 do CTN);
concedida ou autorizada por lei
específica;
1. Geral - com a dilação do prazo para
todos os contribuintes, sem
distinção de caráter
subjetivo (art. 152, I – autônoma ou
heterônoma);
2. Individual - com a dilação do prazo
em relação a determinados
contribuintes que preencham
condições subjetivas da lei, via
despacho individualizado da
autoridade administrativa
competente (art. 152, II).
Art. 153 CTN determina os requisitos
obrigatórios e facultativos do instituto; o
art. 154 CTN - somente é aplicável aos
créditos definitivamente constituídos, ou
cujo lançamento já se tenha iniciado, não
podendo da mesma se aproveitar os casos
de dolo, fraude ou simulação do sujeito
passivo ou do terceiro em benefício
daquele; art. 155 - não gera direito
adquirido e, caso o beneficiado não
cumpra as suas condições,será revogada
de ofício e o crédito tributário será
cobrado acrescido de juros de mora, com
imposição de penalidade, se houver dolo
ou simulação.
B) Parcelamento – dispositivo
incluído pela LC 104/2001; concedido
na forma e condições estabelecidas
por lei e, subsidiariamente, obedece
às mesmas regras da moratória,
uma vez que se trata, também, da
concessão de prazos e condições
especiais para o cumprimento da
obrigação tributária; não exclui a
incidência de multas e juros.
É comum a exigência de garantias dadas
pelo devedor; art. 155-A (LC 118/05) –
possibilidade de parcelamento especial
para devedor em recuperação judicial; se o
sujeito passivo parar de pagar as parcelas,
na forma do que foi estabelecido no
parcelamento, a exigibilidade do crédito
tributário volta a existir ab initio (com
totalidade de multas e juros) e a dívida
será cobrada, com a propositura de
execução fiscal; aderir ao parcelamento
importa em confessar a dívida fiscal.
01/06/2022
C) Reclamações e Recursos
Administrativos – direito do
contribuinte à impugnação
administrativa do lançamento –
constituição de processo
administrativo fiscal (PAF); durante o
trâmite do PAF e até a sua decisão
definitiva, o CT permanece com a
sua exigibilidade suspensa,
independentemente de qualquer
decisão interlocutória ou de
depósito do valor em discussão.
Cada ente federativo, dentro de sua plena
competência tributária, determinará a
forma e os requisitos do respectivo PAF. No
âmbito federal, de forma específica,
aplicam-se as regras do Decreto 70.235/72,
o qual determina que a impugnação da
exigência fiscal (regra geral em 30 dias da
notificação do lançamento – art. 14)
instaura o processo administrativo,
determinando a instrução probatória (arts.
15 e 16), com preclusão da matéria não
impugnada.
STF – Súm. Vinc. 21 – “É inconstitucional a
exigência de depósito ou arrolamento
prévios de dinheiro ou bens para
admissibilidade de recurso administrativo”;
art. 206 do CTN, suspensa a exigibilidade
do CT nos termos do art. 151 CTN, pode o
contribuinte obter Certidão Positiva com
efeitos de Negativa, de forma a manter a
regularidade de seus negócios,
D) Concessão de Medida Liminar
em Mandado de Segurança ou de
Tutela Antecipada em Ação Judicial
– mera propositura de ação judicial
não impede a exigência do C.T.
somente a ordem judicial expressa,
mediante concessão de medida
liminar, é que suspenderá a
cobrança, em qualquer fase;
independe de depósito do valor
discutido.
Para evitar a decadência do direito de
lançar e constituir o crédito, a autoridade
fiscal poderá proceder ao lançamento,
mesmo na constância da vigência da
medida liminar, permanecendo a exigência
suspensa, até que decisão posterior
reconheça ser devido o crédito tributário.
E) Depósito do Montante Integral
do crédito tributário – crédito
tributário já constituído; Súmula 112
STF – valor integral é aquele exigido
pelo Fisco e não o valor que o
próprio contribuinte entende como
devido; somente pode ser levantado
pelo autor da ação, após o trânsito
em julgado de decisão a ele
favorável; caso a decisão mantenha
o crédito, se dará a conversão em
renda do depósito (titularidade ab
initio do vencedor da demanda -
ambas modalidades de extinção do
crédito tributário); direito subjetivo
do contribuinte concedido por lei.

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