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DIREITO TRIBUTÁRIO 7º Semestre PROF: ADRIANO SUMÁRIO 1. CONCEITO DE TRIBUTO 6 2. HISTÓRIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO 6 3. FATO GERADOR E ALÍQUOTA 7 4. CLASSIFICAÇÃO DO TRIBUTO 7 4.1 VINCULADO E NÃO VINCULADO 7 4.2 DIRETO E INDIRETO 7 4.3 FIXO E PROPORCIONAL 8 4.4 PROGRESSIVO E REGRESSIVO 8 4.5 CUMULATIVO E NÃO CUMULATIVO 8 5. FUNÇÕES DO TRIBUTO 8 5.1 FISCAL 8 5.2 EXTRAJUDICIAL 9 5.3 PARAFISCAL 9 6. ECONOMIA E CIÊNCIA POLÍTICA 9 7. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 9 7.1 IMPOSTO 9 7.2 TAXAS 10 7.3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 11 7.4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 11 7.5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / SOCIAIS 12 7.5.1 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 13 7.5.2 CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS 13 7.5.3 CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO - CIDE 14 7.5.4 CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA COSIP OU CIP (ART. 149-A, CF). 14 8. TEORIAS TRIBUTÁRIAS 15 8.1 TRIPARTITE 15 8.2 PENTAPERTITE 15 9. QUADRO EXPLICATIVO 16 10. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 17 10.1 CARACTERÍSTICA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 17 10.1.1 INDELEGABILIDADE 17 1 10.1.2 FACULTATIVIDADE 17 10.1.3 INCADUCABILIDADE 18 10.1.4 INALTERABILIDADE 18 10.1.5 IRRENUNCIABILIDADE 18 10.2 CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIA 19 10.2.1 COMPETÊNCIA EXCLUSIVA 19 10.2.2 COMPETÊNCIA COMUM 19 10.2.3 COMPETÊNCIA RESIDUAL 19 10.2.3 COMPETÊNCIA PRIVATIVA 20 10.2.4 COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA 20 10.2.5 COMPETÊNCIA CUMULATIVA 21 10.3 COMPETÊNCIAS 21 10.3.1 IMPOSTOS 21 10.3.1.1 UNIÃO 21 10.3.1.2 ESTADO 22 10.3.1.3 MUNICÍPIO 22 10.3.2 TAXAS 23 10.3.3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA 23 10.3.4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 23 10.3.5 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 23 11. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR 24 11.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 24 11.2 PRINCÍPIO DA ISONOMIA 26 11.3 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 26 11.4 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 27 11.5 PRINCÍPIO DO NON OLET 28 11.6 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO CONFISCO 28 11.7 PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA 29 11.8 PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO 30 11.9 PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE 30 11.10 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 31 11.10.1 ANUAL 31 11.10.2 NONAGESIMAL 32 11.11 IMUNIDADES 33 11.11.1 IMUNIDADE 33 11.11.2 ISENÇÃO 33 11.11.3 NÃO INCIDÊNCIA 34 11.2. CARACTERÍSTICAS IMUNIDADE 34 11.3. ESPÉCIES DE IMUNIDADES GENÉRICAS 34 11.3.1 IMUNIDADE RECÍPROCA 34 2 11.3.2 IMUNIDADE DE TEMPLOS E CULTOS 36 11.3.3 IMUNIDADE DE PARTIDOS POLÍTICOS, ENTIDADES SINDICAIS, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 36 11.3.3.1 PARTIDOS POLÍTICOS 37 11.3.3.2 ENTIDADES SINDICAIS 37 11.3.3.4INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO 37 11.3.3.5 ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 38 11.4 IMUNIDADE DE LIVROS E JORNAIS PERIÓDICOS (IMUNIDADE DE IMPRENSA) 38 11.5 IMUNIDADE MUSICAL (CULTURAL) 39 11.4 TIPOS DE IMUNIDADES 39 11.4.1 SUBJETIVA 39 11.4.2 OBJETIVA 40 11.5 IMUNIDADES ESPECÍFICAS 40 11.6 EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR 41 12. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 42 12.1 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA X FATO GERADOR 42 12.2 LINHA DO TEMPO TRIBUTÁRIA SIMPLIFICADA 43 12.3 REGRA MATRIZ DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 44 12.3.1 TIPOS DE ELEMENTOS DA MATRIZ: 44 12.3.1.1 ANTECEDENTES 44 12.3.1.2 CONSEQUENTES 45 12.4 FATO GERADOR 46 12.4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS GERADORES 46 12.4.1.1 INSTANTÂNEO 46 12.4.1.2 CONTINUADO 47 12.4.1.3 PERIÓDICO 47 12.4.2 VINCULADO / NÃO VINCULADO 47 12.4.3 SUBSUNÇÃO TRIBUTÁRIA 47 12.5. EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR 48 13. NORMAS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO 49 13.1 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 49 13.1.1 LEI 50 13.1.2 TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS 50 13.1.3 DECRETOS 51 13.1.4 NORMAS COMPLEMENTARES 51 13.2 VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 52 13.3 INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 53 3 14. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 54 14.1 CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 54 14.2 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 54 14.2.1 PRINCIPAL E ACESSÓRIA 54 14.2.2 FATO GERADOR DAS OBRIGAÇÕES PRINCIPAL E ACESSÓRIA 55 14.2.2.1 PRINCIPAL 55 14.2.2.2 ACESSÓRIA 56 14.3 NORMA GERAL ANTIELISÃO 57 14.3.1 ELISÃO 57 14.3.2 EVASÃO 57 14.3.3 ELUSÃO (ELISÃO INEFICAZ) 58 14.4 SUJEITO ATIVO E O SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 58 14.4.1 SUJEITO ATIVO 58 14.4.2 SUJEITO PASSIVO 59 14.5 SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA 60 14.6 DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO 61 14.7. EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR 62 15. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 65 15.1 INTRODUÇÃO 65 15.2 RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES 65 15.3 RESPONSABILIDADE POR AQUISIÇÃO POR BENS MÓVEIS 66 15.4 RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO CAUSA MORTIS 67 15.5 RESPONSABILIDADE POR MUTAÇÕES EMPRESARIAIS 67 15.6 RESPONSABILIDADE POR AQUISIÇÃO POR FUNDO DE COMÉRCIO 68 15.7 RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS 70 15.7.1 RESPONSABILIDADE GERAL 70 15.7.2 RESPONSABILIDADE PESSOAL 71 15.8 EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR 72 15.9 REVISÃO 74 15.9.1 RESPONSABILIDADE 75 15.9.1.1 PESSOAL 75 15.9.1.2 SOLIDÁRIO 76 15.9.1.3 SUBSIDIARIAMENTE 76 15.9.2 CLASSIFICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE 77 15.9.2.1 SUCESSÃO 77 15.9.2.1.1 RESPONSABILIDADE POR AQUISIÇÃO IMOBILIÁRIA 77 15.9.2.1.2 RESPONSABILIDADE POR AQUISIÇÃO DE BENS MÓVEIS E SUCESSÃO CAUSA MORTIS 78 4 15.9.2.1.3 RESPONSABILIDADE POR MUTAÇÕES EMPRESARIAIS 78 15.9.2.1.4 RESPONSABILIDADE POR AQUISIÇÃO POR FUNDO DE COMÉRCIO 78 15.9.2.2 TERCEIROS 79 15.9.2.2.1 RESPONSABILIDADE GERAL 79 15.9.2.2.2 RESPONSABILIDADE PESSOAL 79 15.10 TRANSFERÊNCIA X SUBSTITUIÇÃO 80 15.10.1 TRANSFERÊNCIA TRIBUTÁRIA 80 15.10.2 SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 80 15.10.2.1 PARA TRÁS (OU REGRESSIVA) 81 15.10.2.2 PARA FRENTE (OU PROGRESSIVA) 82 15.11 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR INFRAÇÕES 84 15.12 EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR 85 16. CRÉDITO TRIBUTÁRIO - LANÇAMENTO 86 16.1 INTRODUÇÃO 86 16.2 ASPECTOS TEMPORAIS 88 16.3 ALTERAÇÃO DE LANÇAMENTO 89 16.4 MODALIDADES DE LANÇAMENTO 89 16.4.1 DIRETO (DE OFÍCIO OU EX OFFICIO) 90 16.4.2 MISTO (POR DECLARAÇÃO) 91 16.4.3 POR HOMOLOGAÇÃO (AUTOLANÇAMENTO) 91 16.5 EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR 92 17. CRÉDITO TRIBUTÁRIO - SUSPENSÃO, EXCLUSÃO E EXTINÇÃO 95 17.1 INTRODUÇÃO 95 17.2 SUSPENSÃO 96 17.3 EXCLUSÃO 97 17.3.1 ISENÇÃO 98 Conceito: instituto desonerativo de tributo por questões sócio-políticas. 98 17.3.2 ANISTIA 99 17.3.3 EXTINÇÃO 99 17.4 EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR 102 5 Aula 13/02 1. CONCEITO DE TRIBUTO O conceito de tributo está no artigo 3º do CTN: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Os elementos são: - Pecuniário; - Compulsório; - Não constitui sanção de ato ilícito;- Instituído em prol da lei; - Cobrança plenamente vinculada a lei 2. HISTÓRIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO Na Grécia antiga o tributo era voluntário e não compulsório - Pecuniário = Dinheiro - Compulsório = Obrigatório - Não constitui sanção de ato ilícito = é diferente de multa - Instituído em prol da lei = Só é cobrado com previsão legal - Cobrança plenamente vinculada a lei = tem processo legal para a execução 6 3. FATO GERADOR E ALÍQUOTA Fato gerador é a situação que desencadeia uma obrigação de pagar um tributo e/ou prestar uma obrigação acessória. Alíquota é a porcentagem prevista na Lei que deve ser incidir no imposto. 4. CLASSIFICAÇÃO DO TRIBUTO 4.1 VINCULADO E NÃO VINCULADO Vinculado: O fato gerador é ligado ao estado (estado que criou o imposto) Não Vinculado: O fato gerador é vinculado a pessoa pelas escolhas. 4.2 DIRETO E INDIRETO Direto: Quando a pessoa causa o fato gerador. Indireto: Quando o responsável pelo fato gerador paga (Exemplo IPI), nós pagamos o imposto da empresa na compra o bem (consumo); Aula 20/02 4.3 FIXO E PROPORCIONAL Fixo: É um tributo que tem o valor igual para todos e este valor não se altera. 7 Proporcional: Neste a alíquota será igual para todos, mas o valor será proporcional ao tamanho do bem; 4.4 PROGRESSIVO E REGRESSIVO Progressivo: Conforme o crescimento do valor do bem e patrimônio, o valor da alíquota também será maior. Regressivo: Incide apenas sobre imposto de renda (sobre renda fixa), quanto mais tempo o dinheiro fica investido, menos será o tributo. 4.5 CUMULATIVO E NÃO CUMULATIVO Cumulativo Mesmo que seja o mesmo serviço o imposto será cobrado (cobra no valor total). Não cumulativo: Cobra apenas em cima do lucro. 5. FUNÇÕES DO TRIBUTO 5.1 FISCAL Serve para arrecadar dinheiro do estado; 5.2 EXTRAJUDICIAL Pode fomentar a economia (baixar ou aumentar impostos). 8 5.3 PARAFISCAL Esse é colhido e garantido pelo estado, porém não passa pelo estado (Exemplo: Contribuição sindical). 6. ECONOMIA E CIÊNCIA POLÍTICA Quando está em crescimento os impostos devem ser aumentados ou baixados. 2009 ( Lula) - 7,5% de crescimento 2012 (Dilma) - 0,9% de crescimento. Aula 27/02 7. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 7.1 IMPOSTO O conceito de imposto está no artigo 16 do CTN: Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. O imposto é considerado unilateral, pois é espécie de tributo não vinculado, ou seja, não há contraprestação específica por parte do Estado. O imposto é criado através de Lei ordinária. 9 7.2 TAXAS O conceito de taxa está no artigo 77 do CTN Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. (Vide Ato Complementar nº 34, de 1967) São tributos vinculados (existe a contraprestação específica do Estado), ou seja, é Bilateral/ sinalagmático e possuem dois fatos geradores: a) Regular exercício do poder de polícia: é o poder que tem o Estado de adentrar a área do particular para fazer cumprir o interesse público. Ex: fiscalização; b) Prestação de Serviços Públicos específicos E divisíveis , potenciais OU efetivos (Taxa de serviço): serviços específicos são aqueles identificáveis (a pessoa sabe qual serviço está recebendo).Divisíveis são os serviços em que é possível a identificação do usuário (quem utiliza o serviço). Efetivos são aqueles usufruídos pela pessoa e potenciais são os de prestação compulsória, por isso ainda que a pessoa não os utilize deverá pagar a taxa correspondente. As taxas também são criadas através de Lei ordinária. 10 Importante ressaltar que não se confunde taxa com tarifa, visto que a tarifa é um preço público que não é feita por lei ordinária, mas sim por contrato administrativo e é facultativo. 7.3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA O conceito está no artigo 81 do CTN: Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. É tributo vinculado que tem como fato gerador a valorização imobiliária decorrente de obra pública. Funda-se no princípio da proibição de enriquecimento sem causa. Possui dois limites: a) geral ou global: custo total da obra. (Estado só pode cobrar o limite na obra total, por exemplo, se o estado cobra um valor x para 10 moradores de um prédio e se esse valor total exceder de o valor da obra, o estado deverá a se limitar a cobrar apenas o limite.). b) individual: o quanto cada imóvel valorizou (“valor da valorização”). 7.4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO O conceito está no artigo 148 da CF: 11 Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Empréstimo Compulsório: é tributo de competência exclusiva da União e somente pode ser instituído por Lei Complementar . O empréstimo compulsório é tributo de receita vinculada, de maneira quetudo o que for arrecadado deve ser aplicado na despesa que fundamentou sua instituição. Portanto, se o empréstimo compulsório foi instituído para atender a despesas de guerra, tudo o que for arrecadado deve ser destinado à satisfação das despesas com a guerra. Não pode haver tredestinação. Na lei complementar que for criada para instituir tal imposto, deverá conter, o fato gerador, forma de devolução, pois o Estado precisa devolver, e por fim o prazo de devolução. 7.5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS / SOCIAIS Trata-se de um tributo parafiscal, ou seja, não irá para os cofres públicos, sendo assim não “engorda” o caixa do Estado. O conceito está no artigo 149 da CF: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. Regra geral, são de competência da União, porém, há duas exceções: 12 a) contribuições previdenciárias: de competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 149, § 1º, CF); b) COSIP: de competência dos Municípios e do Distrito Federal (art. 149-A, CF). As contribuições especiais são divididas em 4 categorias: 7.5.1 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS visam financiar as atividades do Estado na área social. Subdivide-se em: · Contribuição para a seguridade social: financia os serviços de saúde, previdência e assistência social; · Outras contribuições: competência residual da União (art. 195, § 4º, CF); · Contribuições sociais gerais: prestam-se a financiar os serviços públicos em outros setores sociais não abrangidos pela seguridade social. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 7.5.2 CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS Têm natureza parafiscal, posto que instituídas em benefício de categorias profissionais ou econômicas. (exemplo CRM). 13 Importante: anuidade da OAB NÃO é tributo. 7.5.3 CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO - CIDE Possui função extrafiscal, porquanto estimula o setor econômico por meio da transferência de recursos. - CIDE Combustível: A cada 1 litro, R$0,10 centavos é para o governo a fim de melhorar estradas, etc; - CIDE da marinha Mercante AFRMM: Produtos transportados por navio, a cide serve para a manutenção do porto. (AFRMM = Adicional ao frete renovação de marinha mercante); - CIDE importações: Tudo que compramos fora do Brasil; - CIDE contribuição ao desenvolvimento do cinema CONDCINE: Qualquer ingresso de cinema incide na cide. 7.5.4 CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA COSIP OU CIP (ART. 149-A, CF). Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. 14 8. TEORIAS TRIBUTÁRIAS 8.1 TRIPARTITE O art. 5º do CTN informa que “os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. É o que a doutrina denomina de teoria tripartite ou tripartida dos tributos. Não é a teoria aceita pelo Supremo Tribunal Federal – STF - e pela melhor doutrina. É considerado correto a seguinte afirmação para fins de prova: “De acordo com o Código Tributário Nacional, o Brasil possui apenas três tributos, a saber: impostos, taxas e contribuições de melhoria”. 8.2 PENTAPERTITE De acordo com a melhor doutrina e o STF, no Brasil existem cinco de tipos de tributos, a saber: a) impostos; b) taxas; c) contribuições de melhoria; d) empréstimos Compulsórios; e) contribuições especiais. É o que se chama de teoria pentapartida, pentapartite ou quinquipartite dos tributos. É a teoria aceita pelo Supremo Tribunal Federal - STF e pela CF. Há outras teorias de classificação dos tributos, mas que são de menor importância para a finalidade da obra (passar no exame da OAB) 15 9. QUADRO EXPLICATIVO 16 Aula 05/03 10. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA A competência tributária é a aptidão constitucional para criar, constituir, majorar ou isentar tributo, já a capacidade tributária ativa é a aptidão de arrecadar, fiscalizar, cobrar e até executar. 10.1 CARACTERÍSTICA DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 10.1.1 INDELEGABILIDADE Trata-se a indelegabilidade de importante característica da competência tributária, vez que é vedado ao ente político outorgar a competência que lhe é conferida constitucionalmente, a outro ente, para que este institua tributos. Mesmo estanque, sua delegação não é permitida, vedação que está contida no artigo 7º do Código Tributário Nacional: Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. Sendo assim, é intransferível. 10.1.2 FACULTATIVIDADE De regra, os titulares das competências tributárias, conquanto não possam delegá-las ou renunciá-las, não são obrigados a exercitá-las. Trata-se aqui de uma 17 opção política a ser tomada pelas pessoas competentes, que podem instituir ou não os tributos pertencentes às suas respectivas faixas impositivas. Vale dizer, o exercício das competências tributárias sujeita-se a juízo de conveniência e oportunidade de seus titulares. 10.1.3 INCADUCABILIDADE Segundo o artigo 8 do CTN, se o ente designado pela CF não fizer os outros não podem fazer (exemplo se a união for designada o Estado não poderá fazer), o direito de criar um imposto não caduca,um exemplode competência ainda não exercida, a previsão constitucional para a instituição de impostos sobre grandes fortunas (art. 153, VII da CF). O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. 10.1.4 INALTERABILIDADE Tributos não podem ser alterados infraconstitucionalmente, só pode constitucionalmente, ou seja, competência tributária é de trato exclusivo da Constituição. 10.1.5 IRRENUNCIABILIDADE A competência não poderá ser renunciada uma vez que dado o poder. 18 10.2 CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIA 10.2.1 COMPETÊNCIA EXCLUSIVA É apenas competência da União 10.2.2 COMPETÊNCIA COMUM Diz respeito às taxas e contribuições de melhoria, que podem ser instituídas e cobradas por qualquer ente político. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 10.2.3 COMPETÊNCIA RESIDUAL De acordo com o artigo 154, inciso I e 195, §4º. Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 19 Competência pertence apenas a União. A União poderá instituir por meio de lei complementar impostos residuais, isto é, outros que não sejam de sua competência, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição. Como também é de competência da União criar outras contribuições sociais não previstas na Constituição Federal. Neste caso, as contribuições sociais residuais não poderão adotar fato gerador e base de cálculo de contribuições sociais já existentes. 10.2.3 COMPETÊNCIA PRIVATIVA A competência tributária é privativa do ente que a recebeu da Constituição, assim os entes criam seus impostos, desta forma temos impostos federais, estaduais e municipais. 10.2.4 COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA É a competência que pertence somente a União, sendo o empréstimo compulsório e o imposto extraordinário de guerra, este poderá adotar o mesmo fato gerador e base de cálculo dos impostos já existentes. O empréstimo compulsório está descrito no artigo 148 da Constituição Federal, é aquele que poderá ser instituído pela União, mediante lei complementar para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência e também no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 20 Já o imposto extraordinário de guerra está disciplinado no artigo 154, inciso II da Constituição Federal, podendo ser instituído pela União na iminência ou no caso de guerra externa. 10.2.5 COMPETÊNCIA CUMULATIVA A competência cumulativa é aquela que pertence apenas ao distrito federal, em que pode cumular a instituição de impostos estaduais e impostos municipais. Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. Ou seja, se tiver um território sem Estado, ou um Estado sem municipio, se cobra de forma cumulativa para a união. 10.3 COMPETÊNCIAS 10.3.1 IMPOSTOS São de competências da: 10.3.1.1 UNIÃO - Impostos sobre Importação de produtos Estrangeiros (II): é a entrada do produto estrangeiro dentro território nacional; - Imposto de Renda (IR): Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: de renda como produto de capital; e de proventos de qualquer natureza; 21 - Imposto de Exportação (IE): Ato de exportar produtos nacionais ou nacionalizados para o exterior; - Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI): Efetuar operações envolvendo produtos industrializados; - Imposto Sobre A Propriedade Territorial Rural (ITR): Posse ou domínio útil de imóvel, no qual localiza-se fora da área urbana do município; - Imposto Sobre Operação Financeira (IOF): Realizar operação de crédito, câmbio e seguro; - Imposto sobre Grandes Fortunas 10.3.1.2 ESTADO - Imposto Sobre Propriedade De Veículo Automotor (IPVA): Ser proprietário de veículo automotor; - Imposto Sobre Transmissão Causa Mortis E Doação (ITCMD): A transmissão causa mortis de imóveis e doação de qualquer bem ou direito. - Imposto Sobre Circulação De Mercadoria E Prestação De Serviços (ICMS): Produto industrial ou comerciante, cuja habitualidade faça circular/traditar negócios e riquezas de mercancia. 10.3.1.3 MUNICÍPIO - Imposto Sobre Transmissão De Bens Imóveis E De Direitos A Eles Relativos (ITBI): Transmissão inter vivos, a qualquer título por ato oneroso, de direitos sobre imóveis. 22 - Imposto Sobre Propriedade Predial E Territorial Urbana (IPTU): Ser proprietário, ter domínio útil ou a posse de bem imóvel. - Imposto Sobre Serviço De Qualquer Natureza (ISS):A prestação ou circulação de serviços. 10.3.2 TAXAS Todos os entes podem criar taxas. 10.3.3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA Todos os entes. 10.3.4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO Apenas a união tem competência. 10.3.5 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Em regra apenas a união possuem a competência, porém há exceções como previsto nos artigos 149 § 1º e 149 A. Por isso é de competência privativa. Aula 12/03 23 11. LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR 11.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE O princípioda Legalidade a norma em comento nada mais é, se não, uma norma explícita, estampada na própria Constituição, que assevera a maneira pela qual um tributo deve, necessariamente, ser instituído ou majorado O conceito está no artigo 150, I da CF e no artigo 97 do CTN: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; (Revogado pela Lei Complementar nº 143, de 2013) (Produção de efeito) § 1º Os créditos determinados por este artigo serão efetuados em contas especiais, abertas automaticamente pelo Banco do Brasil S.A., em sua agência na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e na sede de cada Município, ou, em sua falta na agência mais próxima. (Revogado) III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; (Revogado pela Lei Complementar nº 143, de 2013) (Produção de efeito) § 2º O cumprimento do disposto neste artigo será comunicado pelo Banco do Brasil S.A. ao Tribunal de Contas da União, discriminadamente, até o último dia útil do mês subseqüente. (Revogado) V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; (Revogado pela Lei Complementar nº 143, de 2013) (Produção de efeito) VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Desta maneira, em regra, os tributos só podem ser criados e/ou majorados por meio de lei ordinária, salvadas as hipóteses que a própria Carta da República 24 determina quando o tributo é criado e/ou majorado por lei complementar (empréstimos compulsórios, aos impostos residuais da união e às contribuições sociais previstas no artigo 195, §4ª da Constituição Federal. Não só os tributos que devem ser criados e/ou majorados por lei ordinária, mas também suas penalidades, conforme determinada artigo 97, incisos V e VI primeira parte do Código Tributário Nacional, bem como as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários artigo 97, segunda parte do mesmo diploma legal. Além das exceções já citadas, há também a “exceção da exceção” , não irá precisar de Lei, quando: - O Poder executivo pode majorar alíquotas por meio de decretos/portarias e resoluções de impostos (função extrafiscal) : II, IE, IPI E IOF. - Executivo pode reduzir ou restabelecer por decreto: a) CIDE - Combustíveis (art 177 §, I, B) b) ICMS - Combustíveis (art 155 §4, I, C) Exemplo: ISS em 2010 era de 10%, já em 2011 passou a ser 8%, sendo assim de forma histórica em 2012 poderá ser 10%. - Executivo por meio de MP pode criar ou majorar tributos art 62 § 2º CF: a) Apenas sobre lei ordinária; b) MP convertida em Lei ordinária até o final do mesmo exercício fiscal/financeiro, caso a MP não vire LO, no próx. exercício não existirá. - Atualização monetária da base de cálculo pode ser feita por portaria ou decreto a) Art 97, §2º CTN b) Súmula 160 STJ 25 - Alteração da data de pagamento: a) Art 97 CTN (não tem lei, sendo assim qualquer um pode falar o prazo para pagar, pois não está dentro do elemento do art 97 CTN) 11.2 PRINCÍPIO DA ISONOMIA O Princípio da Isonomia Tributária é previsto na Constituição Federal em seu artigo 150, inciso II, conforme segue: “CF, art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;” Ou seja, todo mundo é igual para pagar imposto, aqui temos uma particularização do Princípio da Igualdade insculpido no artigo 5º, caput, da Constituição Federal, abaixo transcrito; “CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”: 11.3 PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA Esse princípio diz que que todos são iguais conforme a sua capacidade, sendo assim, quanto mais você tem, mais você irá pagar. O objetivo da Administração é o de dar caráter pessoal aos impostos, de forma a conferir efetividade em graduar os impostos segundo a capacidade econômica do contribuinte. Assim previu o legislador constituinte: 26 “CF, Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (…) § 1º – Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.” Regra da capacidade contributiva se aplica, em princípio, ao impostos pessoais. Impostos Pessoais são aqueles em que a hipótese de incidência leva em consideração as características subjetivas do contribuinte, exemplificados pela lista que segue: IR, IPTU, ITR, IPVA E ITCMD. 11.4 PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE Ainda no artigo 150 da Constituição Federal temos a previsão da Irretroatividade como Princípio, na forma que segue: “CF, art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;” Este Princípio nada mais é do que um caso específicoda Irretroatividade genérica prevista na CF 5, XXXVI (a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada). Porém há exceção de acordo com o art 106 do CTN “CTN, art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II – tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; 27 b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” - Legislação interpretativa: Lei interpretativa; - Penalidade menos severa: benefício sem penalidade (multa e juros). Exemplo: parei de pagar IPVA por 5 anos, e aí é criada a lei tirando o IPVA, se o Estado não executou a obrigação e não transitou em julgado, posso pagar o que devo sem juros. 11.5 PRINCÍPIO DO NON OLET A expressão que quer dizer o dinheiro não tem cheiro consiste em princípio de Direito Tributário. Significa que embora o tributo só decorra de atividade lícita, não quer dizer que atividade tida por ilícita não possa ser tributada. Barreirinhas (2006:30) exemplifica a hipótese do traficante que pratica atividade ilícita e com ela aufira renda, e, portanto está obrigado por lei a declarar a renda e pagar Imposto de Renda. Ocorre que auferir renda não é ilícito e sim a forma como ela é auferida. Portanto, quem auferir renda deverá pagar imposto de renda, tornando-se irrelevante para o surgimento da obrigação tributária a forma como tal renda foi auferida. - Art 18 CTN 11.6 PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO CONFISCO Importante Princípio previsto na Constituição federal é o do Confisco, na forma que segue: 28 CF, art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV – utilizar tributo com efeito de confisco; Ou seja, não se pode usar como forma de punição. Um exemplo para esse princípio é uma empresa que paga impostos com alíquotas muito altas, e por esse motivo a mesma deixa de pagar e pede para o fisco a retirada da multa, alegando que o pgto da mesma poderá fazer a empresa quebrar. Sendo assim, seguindo a linha de pensamento desse princípio, poderá ser retirada a multa a fim de não punir a empresa e com consequência os funcionários da mesma. Há exceção para II, IE, IPI. 11.7 PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA A Constituição Federal, em seu artigo 151, inciso I, previu tratamento tributário uniforme ao longo de todas as regiões contempladas pela atuação estatal. Segue abaixo a transcrição de tal Princípio: “CF, Art. 151. É vedado à União: I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;” Como decorrência lógica do Princípio da Isonomia, não pode a União conceder privilégio s odiosos a determinados Entes federativos. Isso significa dizer que a República Federativa do Brasil prima pela igualdade entre seus Entes, sem distinção no trato tributário. 29 Sendo assim, a União não pode cobrar nenhum tipo de tributo de uma cidade para outra , exceto em casos de incentivo fiscal. 11.8 PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO Princípio da Não limitação de tráfego, abaixo transcrito: “CF, art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;” Sendo assim, o Estado não poderá limitar o seu direito, um exemplo para esse princípio pode ser, o não pagamento do IPVA por anos, mesmo pela falta dele o Estado não poderá proibir um indivíduo de comprar um carro. É ressalvada, entretanto, a existência de pedágios . E dessa forma, legítima é a cobrança para a utilização de vias conservadas pelo Poder Público. Tais serviços, de competência dos Estados e da União, podem ser realizados tanto por ele mesmo, como por particulares delegados. 11.9 PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE A não-cumulatividade é princípio constitucional e, ao mesmo tempo, técnica de cálculo do tributo devido. Essa técnica permite concretizar o princípio, que tem como pressuposto evitar a cumulação das contribuições sobre o faturamento dos contribuintes que operam ao longo de um ciclo econômico. 30 O princípio da não-cumulatividade, como limitador do poder de tributar, impõe que seja assegurado o direito ao crédito físico, isso que dizer creditar o tributo com base nos dispendidos com insumos e bens adquiridos para a revenda. Já os créditos financeiros, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não fazem parte do conteúdo mínimo deste princípio. - IPI, ICMS e RESIDUAIS 11.10 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Este princípio está contido no art. 150, III, “b”, da Constituição Federal. “Art. 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios... III – cobrar tributos (...) b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.” Compreendendo o preceito constitucional, depreende-se que os entes federais não poderão cobrar tributos, no mesmo ano em que a lei que instituiu esse tributo for publicada – chamado Princípio da Anterioridade Anual – e não poderão cobrar tributos sem que 90 (noventa) dias tenham passado da publicação da lei – Princípio da AnterioridadeNonagesimal. Os dois princípios são aplicados cumulativamente a todos os tributos, salvo exceções definidas pela própria Constituição. 11.10.1 ANUAL 31 Segundo o inciso 3,b a cobrança não poderá ser feita no mesmo ano que a lei foi publicada, sendo assim passará a valer no ano seguinte, porém há exceção para: - Imposto de Importação; - Imposto de Exportação; - IPI; - IOF; - IEG; - Contribuição social; - Empréstimo Compulsório; - CIDE - Combustíveis; - ICMS 11.10.2 NONAGESIMAL Também chamado de noventena, esse princípio determina que os entes cobrem o tributo somente depois de decorridos 90 dias da publicação da lei que o instituiu ou aumentou. Ex: se em 30 de dezembro de 2015 é publicada lei aumentando determinado tributo, pelo princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte, a cobrança poderia dar-se dois dias após (01/01/16). Logo, não se poderia falar em proteção ao contribuinte. Justamente por isso é que o princípio da anterioridade nonagesimal determina que se espere o prazo mínimo de 90 dias. Atenção! Ambos os princípios se complementam. EXCEÇÕES: - Imposto de Importação; - Imposto de Exportação; - IR (anual); 32 - IOF; - IEG (valerá na hora) - Empréstimo Compulsório para atender a despesas de guerra externa, sua iminência ou calamidade pública (art. 148, I, CF); Importante: - Quando um tributo é exceção aos dois princípios, sua cobrança pode ser imediata; - Já quando um tributo é exceção APENAS ao princípio da anterioridade do exercício financeiro seguinte, sua cobrança poderá dar-se no mesmo ano, desde que respeitado o prazo de 90 dias; - Por fim, se o tributo é exceção SOMENTE ao princípio da anterioridade nonagesimal, a cobrança deve ocorrer a partir do primeiro dia do exercício financeiro seguinte, ainda que isso ocorra em menos de 90 dias. Aula 19/03 11.11 IMUNIDADES O conceito de imunidade tributária é que terá situações, no qual haverá afastamento do tributo, ou seja, alguém ou algo estarão protegidos do tributo. 11.11.1 IMUNIDADE Fato que está na constituição , (ou seja, é constitucional) onde fala que não é obrigado pagar o tributo. 11.11.2 ISENÇÃO 33 É quando o estado permite a isenção, por exemplo, O IPVA não é cobrado para pessoas com deficiências, são feitos com leis infraconstitucionais 11.11.3 NÃO INCIDÊNCIA Quando o Estado recolhe que não há incidência, por exemplo, não se paga IPVA patinete. 11.2. CARACTERÍSTICAS IMUNIDADE - É Constitucional - É Imutável, pois está na constituição - Exceção da regra de incidência constitucional - Observação aos princípios constitucionais: liberdade religiosa, liberdade política, princípio da isonomia (entre entes) 11.3. ESPÉCIES DE IMUNIDADES GENÉRICAS art. 150, VI: instituir novos IMPOSTOS : 11.3.1 IMUNIDADE RECÍPROCA - Princípio isonomia, um ente federativo não cobra de outro – IMPOSTOS); - Alinha “a”: patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; Atenção: Art. 150 §2º: autarquias (BACEN, USP, Conselhos Fiscalizadores) e fundações (IBGE, Funai). 34 É necessário seguir os requisitos: Para Fundações e Autarquias Requisitos: a) Cumpra finalidades essencialmente públicas; b) Instituída e mantida pelo poder público; c) Não cobre taxa ou tarifa (e se cobrar, não pode ter o intuito de lucrar); d) Não concorra com particulares; Para sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas: e) Não vise o lucro ; f) Atividade exercida em forma de monopólio; g) Atividade seja essencial ; Exemplos: Correios, Casa da Moeda, Infraero Cuidado!! ! 🡪 Correios possuem franquias – mas elas visam lucro, então a imunidade não se aplica. * Cartórios e Tabelionatos? – visão lucro!!! * OAB – SIM!!! Entidade sui gêneris (de seu próprio gênero/única) * Hospitais e Casas de Caridade – SIM!!! CASO NÃO VISEM LUCRO!!! - Aplicabilidade da Súmula Vinculante 52: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.” 35 11.3.2 IMUNIDADE DE TEMPLOS E CULTOS Alinha “b”: templos de qualquer culto; - Preservar a liberdade religiosa, pois o Estado é laico; - Imunidade abrange seus anexos: imóveis utilizados para difusão ou manutenção da religião. Armazéns, casa do pastor, do rabino, desde que observada a proporcionalidade, não pode ser “pilantropia”, não pode visar lucro; - Não pode visar lucro; Aplicabilidade da Súmula Vinculante 52 – não pode visar lucro, só dinheiro para administração, propagação e investimentos na atividade religiosa. Questões: - Cemitérios: se for administrada por uma igreja, poderá utilizar a imunidade, porém caso seja privado não poderá; - Maçonaria: não é religião, é uma doutrina/filosofia de vida; - Culto Satânico: não, pois vai de ao desencontro a teologia do texto constitucional 11.3.3 IMUNIDADE DE PARTIDOS POLÍTICOS, ENTIDADES SINDICAIS, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Alinha “c”: patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; Requisitos: 36 - Não distribuir receita entre diretores; - Não enviar dinheiro para o exterior; - Cumprir com a escrituração contábil. Aplicabilidade da Súmula Vinculante 52 – não pode visar lucro, só dinheiro para administração, propagação e investimentos na atividade fim da pessoa jurídica. 11.3.3.1 PARTIDOS POLÍTICOS Trata-se de atividade fundamental para a sustentação da nossa organização política, a democracia (S2), fomenta a difusão da liberdade política e a proteção do pluralismo partidário. Deixando de incentivar uma plutocracia (governo dos ricos). Requisitos: - Precisam estar registrados no TSE; - Não atentem contra os costumes. 11.3.3.2 ENTIDADES SINDICAIS Proteção da liberdade sindical e proteção aos direitos dos trabalhadores, uma vez que sozinhos (entende-se)que os trabalhadores são mais fracos. 11.3.3.4INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO Escolas, universidades, cursos de qualquer tipo (idiomas, cursos técnicos, culturais...), uma vez que SEM FINS LUCRATIVOS, poderão gozar a imunidade tributário para impostos. 37 11.3.3.5 ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL Incentivar a filantropia (profundo amor à humanidade, desprendimento, generosidade para com outrem; caridade) . As Instituições educacionais e Entidades de Assistência Social, precisam ter seus lucros integralmente revertidos para sua atividade essencial. Observação: Art. 195, §7º, CF: São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 11.4 IMUNIDADE DE LIVROS E JORNAIS PERIÓDICOS (IMUNIDADE DE IMPRENSA) Alinha “d”: livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Difusão de cultura, livre manifestação do pensamento, acesso à informação. De QUALQUER TEMA!! – Manuais, apostilas, álbum de figurinha, jogos de RPG (de tabuleiro), anúncios e propagandas nos jornais e revistas, revistas pornográficas (problema doutrinário). Observação: Também é imune: polímeros, filmes de papéis fotográficos, CD-ROM e cópias de livros (quando legais) . Jurisprudência: abrange livros eletrônicos (e-books), aparelhos leitores de livros eletrônicos (e-readers) (Kindle, Kobo, Lev) e componentes eletrônicos destinados a integrar a unidade didática. 38 11.5 IMUNIDADE MUSICAL (CULTURAL) Alinha “e”: fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. - Estimular cultura e informação; - Não há incidência de imposto sobre fonograma e videograma musicais, desde que: a) A obra seja produzida no Brasil; b) A obra seja de autoria de autor brasileiro ou interpretada por autor brasileiro. Etapas da produção musical: a) Gravação – IMUNE b) Replicação Industrial – NÃO IMUNE c) Comércio - IMUNE 11.4 TIPOS DE IMUNIDADES 11.4.1 SUBJETIVA - Conferida a uma pessoa específica; - Exemplos: escolas, templos, partidos políticos 39 11.4.2 OBJETIVA - Conferida a objetos; - Exemplos: livros, papel, periódicos, músicas, vídeos 11.5 IMUNIDADES ESPECÍFICAS Trata-se de outras imunidades que não versem apenas sobre impostos. 1) Art. 195, §7º, da CF: São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. (imune); 2) Art. 149, §2º, I, da CF: Não incidência de CIDE e de Contribuições Sociais nas receitas provenientes de EXPORTAÇÃO *; 3) Art. 153, §3º, III, da CF: Imunidade do IPI de produtos industrializados destinados a exterior *; 4) Art. 155, §2º, X, a, da CF: Imunidade de ICMS para exportação * ;. *** (protecionismo econômico brasileiro) 5) Art. 153, §4º, II, da CF: Imunidade do ITR sobre pequenas glebas rurais, quando explore o proprietário que não possua outro imóvel. 6) Art. 156, §2º, I da CF: Imunidade de ITBI para transmissão de bens ao patrimônio de pessoa jurídica (integralizado o capital social ou fusão, cisão, incorporação, e extinção). Salvo se tiver relação com a atividade fim da empresa (venda ou locação de bens imóveis) . 40 Obs: Art. 36, parágrafo único do CTN: retirar o imóvel do capital social pelo MESMO sócio que o alienou para a pessoa jurídica, também é fator de “imunidade”, porém, por ser CTN e não CF, será considerada uma isenção e não imunidade. 11.6 EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR 1 - (FGV/XXII Exame de Ordem/2017) O Município X instituiu taxa a ser cobrada, exclusivamente, sobre o serviço público de coleta, remoção e tratamento de lixo e resíduos provenientes de imóveis. A igreja ABC, com sede no Município X, foi notificada da cobrança da referida taxa. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. a) As Igrejas são imunes; portanto, não devem pagar a taxa instituída pelo Município X. b) A taxa é inconstitucional, pois não é específica e divisível. c) A taxa é inconstitucional, uma vez que os Municípios não são competentes para a instituição de taxas de serviço público. d) A taxa é constitucional e as Igrejas não são imunes. 2 – (IBADE – Câmara de Vila Velha/2018) No tocante aos limites ao poder de tributar, a Constituição Federal determina que, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Essa hipótese trata do(da): a) imunidade tributária cultural. b) imunidade tributária recíproca. c) princípio do não confisco. d) isenção gráfica.e e) isenção por alíquota zero. 41 3 – (NC – UFPR – TJ-PR servidor público/ 2019) Sobre Princípios Constitucionais Tributários, Imunidades e Isenções Tributárias, assinale a alternativa correta. a) O princípio da vedação do efeito confisco proíbe que o tributo seja tão baixo que não represente limitação alguma ao patrimônio do indivíduo. b) A imunidade recíproca refere-se à União, aos Estados e aos Municípios, mas não se estende ao Distrito Federal. c) A isenção, no tocante às suas atividades essenciais, benefício concedido pela legislação infraconstitucional aos partidos políticos e sindicatos, decorre das relevantes funções políticas e sociais exercidas por essas entidades. d) A imunidade estabelecida às entidades de assistência social e de educação condiciona-se ao cumprimento de requisitos para fazer jus à imunidade. Porém é permitido a essas entidades a distribuição de lucros da entidade entre sócios ou associados, sem prejuízo da imunidade tributária referida. e) A imunidade estabelecida aos livros, jornais e periódicos se estende também aos livros, jornais e periódicos eletrônicos. Aula 26/03 12. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA Conceito: Previsão legal de determinadofato gerador que quando ocorre, gera a obrigação de “contribuir” com este tributo específico. – Descrição do motivo legal da cobrança do tributo. - Problema com o Fato Gerador do CTN: Art. 114 12.1 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA X FATO GERADOR 42 A hipótese é a situação descrita em lei, já o Fato Gerador é a concretização no mundo real da hipótese prevista em lei. (o que acontece na vida real, exemplo quando compro um carro, começo a pagar IPVA pois está na lei (hipótese). Platão (mundo das ideias, mito da caverna) (o que tá escrito na lei) x Aristóteles (mundo real, dos sentimentos e acontecimentos fáticos) (o que acontece). Exemplo: IPTU Hipótese: pagar imposto sobre a propriedade de um bem imóvel. Fato gerador: comprar/ganhar/adquirir um imóvel. Citações: - Eduardo Sabbag: Caracteriza -se pela abstração, que se opõe à concretude fática, definindo -se pela escolha feita pelo legislador de fatos quaisquer do mundo fenomênico, propensos a ensejar o nascimento do episódio jurídico-tributário. - Vittorio Cassone: descrição que a lei faz de um fato tributário que, quando ocorrer, fará nascer a obrigação tributária. 12.2 LINHA DO TEMPO TRIBUTÁRIA SIMPLIFICADA HI ----> FG ----> OT----> CT Hipótese de Incidência > Fato Gerador -> Obrigação Tributária -> Crédito Tributário 1) Hipótese de Incidência + Fato Gerador = Obrigação Tributária (Subsunção) HI + FG = OT 43 2) Obrigação Tributária (dever) + Lançamento = Crédito Tributário OT + Lançamento = CT HI---> FG ----> OT----> lançamento---->CT; 12.3 REGRA MATRIZ DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA Conceito: Consiste num método lógico para a compreensão do fenômeno jurídico tributário, reduzindo a norma aos elementos que lhe são essenciais, para podermos finalmente entender se existe incidência ou não, ou seja, tudo o que antecede a Obrigação Tributária. 12.3.1 TIPOS DE ELEMENTOS DA MATRIZ: 12.3.1.1 ANTECEDENTES a) Como? (critério Material) – Alguma coisa É a própria essência do fato descrito na hipótese de incidência, ou seja, é a situação definida em lei que faz com que surja a obrigação tributária. - Exemplos: Ser proprietário de imóvel urbano (IPTU); ser proprietário de um imóvel rural (ITR); ser proprietário de veículo automotor (IPVA); prestar serviço (ISS); circular mercadorias (ICMS); doar (ITCMD); transmitir imóvel (ITBI). b) Onde? (critério Espacial) – Algum lugar É a delimitação do espaço físico em que a relação jurídica poderá existir. Qual o lugar que o fato precisa acontecer para que case com a hipótese. - Exemplos: Município onde está localizado o imóvel urbano (IPTU); o Estado onde está matriculado o veículo automotor (IPVA); o local de prestação de serviço (ISS). c) Quando? (critério Temporal) – Algum momento 44 Em qual instante, ou em qual momento ocorre o fato descrito na norma? Ou seja, indicação do exato momento em que o fato, quando ocorrer, será enquadrado na norma e surgirá a obrigação tributária. - Exemplos: O momento de aquisição de um bem (IPVA, ITBI); o momento da prestação de um serviço (ISS). 12.3.1.2 CONSEQUENTES d) Quem? (critério Pessoal) – Entre pessoas Não só quem concretizou o fato gerador previsto na norma que dava espaço para hipótese de incidência, mas sim, para quem esta pessoa deverá pagar? - Sujeito Passivo (dever de pagar) Exemplos: Pessoa que comprou carro (IPVA); empresa que prestou serviço (ISS). - Sujeito Ativo (direito de cobrar) Exemplos: IPVA – Estado; ISS – Município e) Quanto? (critério Quantitativo) – Valor do tributo Alíquota da base de cálculo será a quantia a ser paga. Alíquota x Base de Cálculo Base de cálculo = “o todo da riqueza a ser tributada” Exemplo: Renda anual, valor do bem imóvel, valor do veículo automotivo, valor do serviço prestado, valor da mercadoria circulada, ou do serviço de transporte... Alíquota = “A quota, a parte desse todo que será fatiado para o ente federativo” 45 Base de cálculo > Total = salário vezes doze meses -> R$ 3.000,00 x 12 = RS 36.000,00 Alíquota > Percentual utilizado/parcela/quota de 2.826,66 até 3.751,05 = 15% Total arrecadado pelo IR: R$ 5.400,00 (15% de R$ 36.000,00) 12.4 FATO GERADOR Conceito: é a ocorrência, em si, de um fato previsto em lei, que pode gerar a Obrigação Tributária. 12.4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS GERADORES 12.4.1.1 INSTANTÂNEO Fato isolado que ocorre em um momento determinado e identificável. - Exemplo: Saída do produto industrializado da indústria – IPI; prestar um serviço – ISS. 46 12.4.1.2 CONTINUADO Fato que se perpetua no tempo - Exemplos: Propriedade Imóvel Urbano/Rural – IPTU/ ITR; propriedade de veículo automotivo – IPVA. 12.4.1.3 PERIÓDICO Perfaz-se ao longo de um período, dentro do qual está pendente – - Exemplo: Auferir renda, ganhar capital durante um exercício fiscal – IR. 12.4.2 VINCULADO / NÃO VINCULADO a) Fato Gerador Vinculado – Ato realizado pela própria Administração Pública: - Taxas e Contribuições de Melhoria. b) Fato Gerador Não Vinculado – “Culpa do pagamento é do contribuinte, não da Administração Pública: - Imposto; Contribuição Social e Empréstimos Compulsórios 12.4.3 SUBSUNÇÃO TRIBUTÁRIA Subsumir: colocar alguma coisa em algo maior. Kant: interpretar (um fato) como a aplicação de (uma lei). Tributária: quando a Hipótese de Incidência casa com o fato gerador “S2” (e alguém paga por isso) . 47 12.5. EXERCÍCIOS PARA MEMORIZAR 1) São aspectos da hipótese de incidência tributária: a) pessoal, material, base de cálculo, temporal e espacial. b) sujeito passivo, fato gerador e base de cálculo. c) pessoal, material, quantitativo, temporal e espacial. d) contribuinte, responsável, fato gerador e base de cálculo. 2) Fato gerador é: a) a situação hipotética prevista em lei que deflagra o lime jurídico-obrigacional. b) o momento de concretude da hipótese de incidência. c) a hipótese de incidência materializada. d) As alternativas "b" e "c" estão corretas. 3 ) Subsunçãotributária: a) é a previsão da hipótese de incidência na lei. b) é a previsão do fato gerador na lei. c) é a vestimenta do fato gerador no paradigma legal. d) é extinção do crédito tributário. 4) Cespe/UnB - Analista Administrativo e Financeiro – SEGER/ES – 2007): “Em regra, o crédito tributário nasce em momento posterior ao fato gerador da obrigação tributária”. CORRETO INCORRETO 5) (20014 – FCC – TRF 3ª) Sobre a hipótese de incidência, é correto afirmar que: a) é a descrição abstrata de fato que, se acontecer através do lançamento, faz surgir o crédito tributário. b) a mesma norma que descreva a hipótese de incidência deve descrever, objetivamente, as hipóteses de não incidência tributária. 48 c) a não incidência tributária, é hipótese de imunidade qualificada pela interpretação a contrário sensu da hipótese de incidência. d) a norma que descreve os casos de não incidência tributária tem natureza de isenção quando se tratar de lei ordinária, mas tem natureza de imunidade quando se tratar de lei complementar. e) a não incidência não se confunde com a imunidade, pois esta é ausência expressa em norma constitucional de competência, enquanto aquela é um fato que não está descrito em norma como fato gerador de tributo. Aula 02/04 PROVA Aula 09/04 13. NORMAS GERAIS DO DIREITO TRIBUTÁRIO Sistema Tributário X Normas Gerais (Legislação Tributária) Constituição x toda e qualquer norma infraconstitucional 13.1 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Art. 96: A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Conceito : qualquer norma que tenha uma linha sequer envolvendo matéria tributária e que seja infraconstitucional. Abrangência: toda e qualquer norma infraconstitucional 49 13.1.1 LEI a) Ordinária – regra – Art. 97 CTN; b) Complementar – exceção – Art. 146 CF; c) Delegadas – exceção da exceção – Art. 68 CF (só para lei ordinária) d) Medida Provisória – Art. 62, §2º (só sobre LO e convertida no mesmo exercício financeiro) - Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada; - Exceção da MP: II, IE, IPI, IOF e IEG (não precisa ser convertida no mesmo exercício) 13.1.2 TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS - Acordos entre países para evitar bitributação; - Art. 98 do CTN: Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. - Jurisprudência: Conflito entre tratado e legislação brasileira, prevalece o tratado, sem revogar a lei Brasileira, ou seja, se o tratado for suspenso ou acabar, volta a vigorar a lei brasileira em sua plenitude. 50 13.1.3 DECRETOS Conceito: Instrumento normativo que não visa inovar a legislação, apenas explicar ou adaptar seus instrumentos para melhorar ou aprimorar a arrecadação. Uma adaptação sobre a aplicação mais eficaz no caso concreto. Decretos podem: a) Majorar: II, IE, IPI e IOF; b) Atualizar base de cálculo: Súmula 160 STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. c) Reduzir ou restabelecer: CIDE – Combustíveis e ICMS – Combustíveis 13.1.4 NORMAS COMPLEMENTARES Existem para subsidiar, complementar o direito tributário – fonte secundária da legislação tributária. Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a) Atos normativos – Atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas: portarias circulares e instruções normativas, e regimentos. 51 b) Decisões em relação a jurisdição administrativa – decisões de tribunais administrativos com poder erga omnes – jurisprudência administrativa. c) Praticas reiteradas pela Administração – Exemplo: prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda d) Convênios – acordos entre os entes federativos para que haja uma uniformização na cobrança e na fiscalização dos tributos. Visam facilitar a vida do contribuinte. Art. 199 (CTN) – A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. 13.2 VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Conceito: atributo de uma lei que lhe confere plena aplicabilidade. – Aptidão para validar a Hipótese de Incidência Art. 101 CTN: A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo. LINDB: Art. 1: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista. 52 Vigência VS Eficácia Quando a lei é válida x Quando a hipótese de incidência pode casar com o fato gerador (subsunção), criando a Obrigação Tributária. → O princípio da anterioridade (anual
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