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Anah Zanetti ------------Perícia Médica------------- ● Conceito: (ÓTICA DA JUSTIÇA) Perícia médica: “É toda sindicância determinada por uma autoridade policial ou judiciária, acompanhada de exame, em que, pela natureza do mesmo, os peritos são ou devem ser médicos.” Perícia: “ É toda atuação de técnicos ou doutores, promovida pela autoridade competente, com a finalidade de esclarecer a justiça sobre fatos de natureza permanente ou duradoura.” ● Perícia Médica: Perícia médica = atividade médica legal. ✱ Justiça➜ Processo➜ Provas ✱ Perícia médica (Prova técnica)➜ Justiça Classificação quanto aos tipos de prova: ➜ Testemunhal ➜ Circunstancial ➜ Documental ➜ Técnica ➜ Outras Tipos de Perícia médica: ➜ Realizadas por médicos ➜ Atendem a uma legislação específica Conceito (Ótica médica): ✱ RESOLUÇÃO CREMESP n°. 126 - 17/10/2005: Dispõe sobre a realização de PERÍCIA MÉDICA ... CONSIDERANDO que a perícia médica caracteriza-se como ato médico por exigir conhecimento técnico pleno e integrado da profissão; sendo atividade médica legal responsável pela produção da prova técnica em procedimentos administrativos e ou em processos judiciais e que deve ser realizada por médico regularmente habilitado. ✱ Lei n.12.842, de 10 de julho de 2013 (Lei do Ato médico): Art. 4o São atividades privativas do médico: XII - realização de perícia médica e exames médico-legais, excetuados os exames laboratoriais de análises clínicas, toxicológicas, genéticas e de biologia molecular; 1. Código de Processo Civil (CPC): Artigo 145: “Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo disposto no artigo 421”. - § 1: “os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente”. (Lei 7.270, de 10/12/84) - § 3: “a indicação do perito será de livre escolha do juiz” Artigo 147: “o perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, e ficará inabilitado por dois anos a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a Lei penal estabelecer” (art. 342 do Código Penal de 1940). Artigo 421: “O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo”. Anah Zanetti - § 1o - Incumbe às partes dentro de 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito: I – indicar Assistente Técnico; II – apresentar quesitos; Artigo 422: “O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independentemente do termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.” Artigo 436: “O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos.” 2. Código de Processo Penal (CPP): Falsa Perícia: Artigo 342: “Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:” Pena: reclusão, de um a três anos, e multa. - §1. Se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal: Pena: reclusão, de dois a seis anos, e multa. - §2. As penas aumentam de um terço, se o crime é praticado mediante suborno. - §3. O fato deixa de ser punível, se, antes da sentença, o agente se retratar ou declarar a verdade. Falsidade Ideológica: Artigo 299: “Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:” Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo único. Se o agente é funcionário, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Falsidade de atestado médico: Artigo 302: “Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:” Pena detenção, de um mês a um ano. PERITOS: Peritos são técnicos de nível superior, especialistas em determinada matéria e que, por designação de autoridade competente, prestam serviço à Justiça ou à Polícia a respeito de: ➜ fatos ➜ pessoas ou ➜ coisas De acordo com a investidura, os peritos se classificam em: 1. Oficiais 2. Nomeados ou Louvados 3. Assistentes Técnicos Anah Zanetti 1. Perito oficial: ➜ Instituto Médico Legal - IML (Médico Legista é o Perito Oficial da Secretaria de Segurança Pública) ➜ Instituto de Medicina Social e Criminologia - IMESC (Perito Oficial da Secretaria da Justiça) a. Perito Oficial - Administrativo: ➜ Previdência Social – INSS ➜ Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME) ➜ Departamento de Perícias Médicas do Município 2. PERITO NOMEADO OU LOUVADO a. Perito AD HOC: i. Judiciais ➜ Nomeados pelo Juízo em cada processo e considerados de confiança pessoal do Juiz. - Processo Civil – Varas Cíveis - Processo Trabalhista – Varas Trabalhistas - Processo Previdenciário – JEF - Processo de Acidente Trabalho - VAT ii. Administrativos ➜ Indicados para atuar em procedimentos administrativos. - Processo CRM - Seguradora - Justiça Desportiva 3. ASSISTENTES TÉCNICOS: São os peritos de confiança das partes no processo, seja pelo autor ou pelo réu que são contratados e indicados para atuar em determinados processos. DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS (CPP): Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição. Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes. Art. 279. Não poderão ser peritos: - II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; ● RESOLUÇÃO CREMESP n°. 126 - 17/10/2005 Dispõe sobre a realização de PERÍCIA MÉDICA ... CONSIDERANDO que a perícia médica caracteriza-se como ato médico por exigir conhecimento técnico pleno e integrado da profissão; sendo atividade médica legal responsável pela produção da prova técnica em procedimentos administrativos e ou em processos judiciais e que deve ser realizada por médico regularmente habilitado. Anah Zanetti ... CONSIDERANDO que compete ao médico, qualquer que seja sua especialidade, quando do atendimento ao paciente, realizar diagnóstico, prescrever o tratamento, fazer prognóstico da evolução clínica, orientar e acompanhar o seu paciente, sendo defeso manifestações de natureza legal, tendo claro que é atribuição do perito determinar a aptidão e tempo de afastamento para fins do benefício; ... CONSIDERANDO que compete ao médico do trabalho, quando no exercício desta função, realizar o diagnóstico da doença ocupacional, do trabalho ou profissional, promover a correção dos fatores desencadeantes, zelar pela saúde do trabalhador, observando a adequação do trabalho ao homem e deste ao trabalho, identificando e intervindo nos fatores de risco à saúde nestes locais, aprimorando a sua atuação preventiva e afastando o trabalhador da exposição aos riscos ou até do trabalho, quando indicado ... RESOLVE: Art. 1° - Perito médico é a designação genérica de quem atua na área médica legal, realizando exame de natureza médica em procedimentos administrativos e processos judiciais, securitários ou previdenciários; atribuindo-se esta designação ao médico investido por força de cargo/função pública, ou nomeação judicial ou administrativa, ou ainda por contratação como assistente técnico das partes. Art. 2° - As causas de impedimentos e suspeição aplicáveis aos auxiliares da Justiça se aplicam plenamente aos peritos médicos. - § 1° - É vedado ao médico do trabalho de empresa/instituiçãoatuar como perito ou assistente técnico em processo judicial ou procedimento administrativo envolvendo empregado/funcionário ou ex-empregado da empresa. - § 2° - É vedado ao médico, qualquer que seja a especialidade, atuar como perito em face de servidores da mesma instituição e mesmo local de trabalho, exceto se compuser corpo de peritos exclusivos para esta função ou na função de assistente técnico. - § 3° - Constitui infração ética expressa no art. 120 do Código de Ética Médica, Resolução CFM n° 1.246/88, o médico ser perito ou assistente técnico em processo judicial ou procedimento administrativo, envolvendo seu paciente ou ex-paciente. Art. 3° - Na formação de sua opinião técnica, o médico investido na função de perito não fica restrito aos relatórios elaborados pelo médico assistente do periciando. Deverá, todavia, abster-se de emitir juízo de valor acerca da conduta médica do colega, incluindo diagnósticos e procedimentos terapêuticos realizados ou indicados, na presença do periciando, devendo registrá-la no laudo ou relatório. - Parágrafo Único : O médico, na função de perito, deve respeitar a liberdade e independência de atuação dos profissionais de saúde sem, todavia, permitir a invasão de competência da sua atividade, não se obrigando a acatar sugestões ou recomendações sobre a matéria em discussão no processo judicial ou procedimento administrativo. Art. 4° - O exame médico pericial deve ser pautado pelos ditames éticos da profissão, levando-se em conta que a relação perito/periciando não se estabelece nos mesmos termos da relação médico/paciente. - § 1° - É vedado ao médico, na função de perito, divulgar suas observações, conclusões ou recomendações, fora do procedimento administrativo e processo judicial, devendo manter sigilo pericial, restringindo as suas observações e conclusões ao laudo pericial, exceto por solicitação da autoridade competente. Anah Zanetti Art. 5° - O médico na função de perito não deve aceitar qualquer tipo de constrangimento, coação, pressão, imposição ou restrição que possam influir no desempenho de sua atividade, que deve ser realizada com absoluta isenção, imparcialidade e autonomia, podendo recusar-se a prosseguir no exame e fazendo constar no laudo o motivo de sua decisão. RESOLVE: Art. 6° - O médico, na função de perito ou assistente técnico, tem o direito de examinar e copiar a documentação médica do periciando, necessária para o seu mister, obrigando-se a manter sigilo profissional absoluto com relação aos dados não relacionados com o objeto da perícia médico legal. - § 1° - Poderá o médico investido nestas funções solicitar ao médico assistente, as informações e os esclarecimentos necessários ao exercício de suas atividades. - § 2° - O diretor técnico ou diretor clínico e o médico responsável por Serviços de Saúde, públicos ou privados, devem garantir ao médico perito e ao assistente técnico todas as condições para o bom desempenho de suas atividades, bem como o acesso aos documentos que se fizerem necessários, inclusive deles obter cópias, desde que com a anuência do periciando ou seu representante legal. Art. 7° - O assistente técnico tem o direito de estar presente e participar de todos os atos periciais. - § 1° - É dever do perito comunicar aos assistentes técnicos, oficialmente, e com a antecedência mínima de 10 (dez) dias, a data, a hora e o local da realização de todos os procedimentos periciais Art. 8o - O atestado ou relatório médico solicitado ou autorizado pelo paciente ou representante legal, para fins de perícia médica, deverá conter informações sobre o diagnóstico, os exames complementares, a conduta terapêutica proposta e as conseqüências à saúde do paciente, podendo sugerir afastamento, readaptação ou aposentadoria, ponderando ao paciente, que a decisão caberá ao médico perito.” Art. 9° - O médico, na função de perito nomeado ou de assistente técnico, faz jus aos honorários periciais, que não devem ser vinculados ao resultado do processo judicial, procedimento administrativo e/ou ao valor da causa. 1. PERÍCIAS NA JUSTIÇA FEDERAL EM GERAL: I. a. Na Justiça Federal Comum Ações: Pedidos indenizatórios em face da União e instituições públicas federais Deve-se avaliar a natureza e a extensão de lesões e do respectivo nexo causal com atos ou fatos especificados I. b. Na Justiça Federal Previdenciária Ações: Pedidos de concessão ou restabelecimento de auxílio- doença comum, auxílio-acidente comum, aposentadoria por invalidez comum, de pensão por morte em favor de filho inválido maior de 18 anos, de aposentadoria especial (no caso se segurados do INSS); pedidos de benefício previdenciário por parte de servidores públicos federais; pedidos de amparo previdenciário por invalidez (LOAS – Lei 8742/93) - Avaliar a incapacidade temporária ou permanente, conforme o caso. I. c. No Juizado Federal de Pequenas Causas Os pedidos são semelhantes, sendo o valor igual ou inferior a 60 salários mínimos. Anah Zanetti 2. PERÍCIAS NA JUSTIÇA ESTADUAL EM GERAL: II. Nas Varas Cíveis Ações: Pedidos patrimoniais, morais, estéticos, corporais. - Avaliar a incapacidade temporária ou permanente, além do respectivo nexo causal com atos ou fatos alegados pelo autor da ação judicial. II. b. Nas Varas de Acidentes do Trabalho Ações: pedidos de auxílio-doença acidentário, auxílio acidente, aposentadoria por invalidez acidentária, pensão acidentária por morte. - Avaliar a incapacidade temporária ou permanente, além do respectivo nexo causal com atos ou fatos do trabalho II. c. Nas Varas da Fazenda Estadual Ações: pedidos de indenização em face do Estado ou da Prefeitura Municipal como Pedidos de benefícios previdenciários por servidores públicos estaduais ou municipais, de acordo com as leis específicas - Objeto: avaliação da natureza e extensão das lesões e do respectivo nexo causal com atos e fatos especificados 3. PERÍCIAS CIVIS: II. a. Justiça Estadual Art. 186 CPC: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”. - Indenização pode estar relacionada a lucros cessantes, danos emergentes (gastos com profissionais de saúde em função do acidente), dano moral - Pode ser por prejuízo estético, sofrimento psíquico relacionado ao dano (psicoterapia, medicação), lesões com perdas que não afetam diretamente a capacidade de trabalho, prejuízos na vida fora do trabalho (atividades extra-laborais). 4. PERÍCIAS TRABALHISTAS: III. Justiça Federal competência a partir de 2005 para julgar responsabilidade civil do empregador - Reintegratórias Ações pleiteando estabilidade em função de doença/acidente incapacitante ocorrido na empresa (disacusias, DORT, lombalgias, seqüelas de acidente de trabalho, dentre outras) Lei 8213 - 24/07/1991 Artigo 19: “Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.” Artigo 20: “Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I. doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; Anah Zanetti II. doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione Artigo 22: A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.Artigo 23: “Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.” CFM 2.297, de 5 agosto de 2021: Artigo 2°: I. o estudo do local de trabalho; III. o estudo da organização do trabalho ● Justiça do Trabalho: A. Insalubridade e Periculosidade Artigo 195 da CLT (Lei 6.514, de 22 dezembro de 1977) “A caracterização e a classificação de Insalubridade e da Periculosidade segundo as Normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de Perícias a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança”. - Normas Regulamentadoras (NR 15, NR 16) Em uma vistoria do local do Trabalho, busca-se: ➜ Identificar agente agressivo (químico, biológico, ergonômico) ➜ Exposição real do trabalhador ➜ Formas de controle/ proteção (neutralização ou atenuação) como EPI ́s e/ou EPC ́ s. B. Capacidade e Incapacidade - OMS: “Deficiência” ou “disfunção”: “qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica”. - OMS: “Incapacidade” (“disability”) relaciona-se a um a redução ou falta da capacidade para realizar uma atividade de uma maneira que seja considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro considerado normal. Refere-se ao que não se consegue fazer. ● Auditoria médica: ➜ Interna: Profissionais internos utilizando como ferramenta de gestão e controle da entidade ➜ Externa: auditores independentes que não possuem vínculo com a empresa ➜ Avaliação criteriosa e sistemática das contas, serviços e procedimentos de um hospital, consultório, clínica dos serviços de saúde. ➜ Busca saber se os processos são cumpridos de forma eficiente e de acordo com normas, protocolos e padrões previamente estabelecidos. ➜ Forma de comunicação entre o médico que faz a prescrição e o auditor. ➜ Se detectadas inconsistências ou irregularidades, faz-se uma intervenção para que elas sejam corrigidas, readequadas ou melhoradas.
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