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DIVERSIDADE CULTURAL E IDENTIDADE BRASILEIRA

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o jovem e o olhar
para o outro
Diversidade cultural 
e identidade brasileira
Reconhecer que a ideia de identidade nacional é uma construção 
feita na sociedade com base em interesses e jogos de força.
Identificar a existência da diversidade cultural por toda parte, 
estabelecida por fatores como origem, idade, classe, entre outros.
Compreender que a diversidade cultural observada no Brasil (como 
em qualquer outro lugar) é resultado da formação histórico-social 
de sua população.
Compreender que a valorização da diversidade cultural nas diversas 
esferas da vida, inclusive no mercado de trabalho, é fundamental 
para construir uma sociedade mais justa e inclusiva.
ENCONTRO
TRAJETO
objetivos
4h
Distribua tarjetas de papel e proponha a cada jovem que escreva um verso ou 
estrofe de uma canção que se relacione com sua atual etapa de vida, momento 
em que buscam conciliar questões pessoais, escolares e profissionais. Em seguida, 
eles devem se apresentar, recitando ou cantando o trecho registrado, justifican-
do suas escolhas e as conexões que estabelecem entre a canção e esse período 
de suas vidas. Se necessário, incentive-os a dar mais informações a respeito da 
relação que têm com a canção: como a conheceram? Como passaram a gostar 
daquele artista ou grupo?
Converse com os jovens, ressaltando a diversidade de escolhas e situações 
apresentadas. Destaque as diferentes visões e conhecimentos que cada sujeito, 
ao longo de suas vivências, incorpora nas maneiras de sentir, pensar e agir. 
Ao mediar a conversa que se segue à atividade de sensibilização e prosseguir 
com as demais etapas, lembre-se de considerar o contexto em que sua instituição 
se insere e a origem dos aprendizes. Um ponto central deste plano de encontro é 
despertar nos jovens a dupla percepção de que existe diversidade cultural entre 
as diferentes partes do Brasil e também no interior de cada região. Sendo assim, 
exemplos locais podem propiciar determinados debates em uma região e outros 
bastante diferentes em um lugar distinto. Listamos alguns entre muitos: 
• uma metrópole como São Paulo, por exemplo, tem uma população composta
por pessoas das mais diversas origens geográficas, culturais e étnico-raciais,
o que ajudou a consolidar uma ideia de cosmopolitismo;
• já em muitas cidades do interior do Rio Grande do Sul ou de Santa Catarina,
boa parte da população tem uma ascendência comum, mas, em contrapartida,
com costumes menos associados à ideia hegemônica de identidade brasileira;
• em capitais como Campo Grande e Manaus, há uma grande população indígena,
especialmente nas periferias da zona urbana e fora dela;
• nas cidades médias da fronteira agrícola brasileira, uma população relevante
é composta de migrantes, em especial das regiões Sul e Nordeste.
Com base nesses exemplos, que se limitam à questão da origem, já é possível
verificar a diversidade de situações que podem servir de base para abordar o tema 
da diversidade cultural e de como ela entra em tensão com a ideia de identidade 
brasileira.
acolhimento
problematização
30 min.
tempo sugerido
40 min.
tempo sugerido
dica de mediação
Quando falamos em 
identidades, estamos 
falando de um conjunto 
de referências que fazem 
parte da trajetória das 
pessoas. Diferentes fatores 
devem ser levados em 
consideração: origem 
étnico-cultural, idade, 
religião, classe social, etc. 
O gosto e os costumes 
são ao mesmo tempo uma 
adoção individual e uma 
criação (ou mesmo coerção) 
externa: cada um adota 
esses hábitos não apenas 
por pura vontade individual, 
mas também no convívio 
com outras pessoas. Levar 
os aprendizes a pensar em 
como seus gostos, hábitos 
e círculos de sociabilidade 
influenciam a maneira 
como são vistos pelos 
outros e se relacionam com 
eles é importante para 
que entendam que a ideia 
de identidade nacional 
pode ocultar diferenças e 
desigualdades.
Pergunte aos aprendizes em que, na opinião deles, as pessoas costumam pensar 
quando falamos em símbolos da identidade brasileira. Peça que mencionem aquilo 
que pensaram quando foi proposta a Pista do encontro.
Pergunte também a opinião deles a respeito de como os brasileiros costumam 
conviver com a diversidade cultural, dando exemplos: costumamos respeitar quem 
tem costumes e características diferentes dos nossos? Recolha as impressões iniciais 
dos aprendizes. Então, proponha algumas perguntas para direcionar o debate para 
as questões da diversidade cultural e da ideia de identidade brasileira e para o 
problema dos estereótipos e preconceitos em relação a grupos minorizados (como 
pista
Antes do encontro, solicite 
aos aprendizes que 
pensem em seus gostos e 
características para fazer 
uma lista daqueles que 
acreditam representar sua 
identidade brasileira.
os povos indígenas, por exemplo). Além de aproveitar os comentários iniciais dos 
aprendizes para fazer esses questionamentos, você pode propor questões como:
• Todo mundo que nasceu no Brasil costuma ser considerado igualmente 
brasilei-ro? Existem características que podem fazer com que alguém seja 
considerado mais ou menos brasileiro que outra pessoa?
Durante ou após o debate, exponha aos aprendizes que duas dimensões dife-
rentes de cultura estão nele entrelaçadas:
• a cultura como modo de vida de um conjunto de pessoas que se identificam 
como um mesmo grupo;
• e a cultura como manifestação artística, festiva, enfim, simbólica produzida 
pelas pessoas.
Em nenhuma das duas acepções a cultura é totalmente imutável. Os costumes 
em uma cultura podem mudar: é assim, por exemplo, que os indígenas incorporam 
o uso dos recursos digitais sem deixar de ser indígenas.
leitura de mundo 50 min.tempo sugerido
Comece apresentando o trabalho com a imagem da série Bastidores, de 
Rosana Paulino [IMAGEM 731]. Promova a leitura de imagem com os 
aprendizes:
1. Aspectos descritivos: O que é representado na obra da série? Que materiais
são usados? Como é a qualidade da imagem? Foi usada mais de uma técnica
na obra? Qual é o formato das obras? O que mais as obras têm em comum?
2. Aspectos contextuais: Que informações vocês têm a respeito de quem fez
as obras? O que o título das obras pode fazer pensar sobre elas? É possível
relacionar as obras com questões da realidade brasileira? Se sim, quais?
É importante que os aprendizes discutam a relação do título com a obra. Bastidor 
é uma peça de madeira portátil que permite que se borde acompanhando com 
facilidade a frente e o verso do tecido a ser bordado. Em um uso mais cotidiano, 
falamos de bastidores como tudo aquilo que se passa por trás da face visível de 
algo. Assim, ao pensar no nexo entre a obra e o título, os jovens podem pensar 
no uso do bordado, que se revela, sem seguir um padrão, sobre a imagem es-
maecida das mulheres negras em locais significativos (sobre a boca ou os olhos, 
por exemplo); podem também pensar na posição da mulher negra na sociedade 
brasileira, quase sempre invisibilizada, mas ocupando posições fundamentais, nos 
bastidores, para a reprodução da ordem social. É significativo, aliás, que apenas 
em 2018 Paulino tenha sido, após 25 anos de carreira, a primeira mulher negra a 
ter uma exposição individual na Pinacoteca de São Paulo, um dos museus mais 
importantes do país.
Espera-se que os grupos cheguem à conclusão de que a representação de 
mulheres negras com bordados grosseiros sobrepostos a seus rostos faz referência 
à limitação da expressão e ao silenciamento sobre esse grupo no Brasil. Também 
é interessante chamar a atenção para a relação das imagens com o mundo do 
trabalho: a fotografia usada na obra foi extraída de uma carteira de trabalho, com 
dica de mediação
A série “Bastidores”, de 1997, 
é uma instalação da artista 
Rosana Paulino em que 
fotografias de mulheres são 
transferidas para o tecido 
do bastidor, o suporte do 
bordado. Sobre os retratos 
há a interferência de 
costuras com linha preta 
nos olhos, na boca e na 
garganta.
https://drive.google.com/file/d/1H1zvoZeI6vUJGlFHraje1j1KJfUtC72f/view?usp=sharing
produçãoem grupo e socialização 90 min.
tempo sugerido
a placa da data; além disso, o próprio bordar é uma atividade de trabalho manual 
associada costumeiramente às mulheres. 
Agora com todos os aprendizes reunidos, faça uma leitura de imagem 
conjunta da obra Enfim, “civilização”, de Denilson Baniwa [IMAGEM 732] – um 
artista do povo indígena baniwa. Para conduzir essa conversa, tenha em mente 
duas ques-tões principais: 
• Que imagens compõem a obra?
• Que efeito o artista produz ao reunir essas imagens?
Espera-se, assim, que os aprendizes percebam que a “civilização” reconhecida
como brasileira foi construída sobre os corpos – vivos e mortos – daqueles que 
até hoje são classificados como incivilizados pela perspectiva ocidental.
Pergunte a eles como as obras dos dois artistas podem ser relacionadas e o que 
elas têm a dizer a respeito do Brasil. A dimensão da persistência da invisibilidade 
de negros e indígenas na sociedade brasileira, apesar de esta ter sido em grande 
parte construída com o trabalho deles, deve ser reforçada.
Após a discussão sobre a sociedade brasileira de forma mais ampla, é hora de 
trazer a reflexão para um ambiente mais próximo dos aprendizes: a empresa 
onde eles trabalham. Para isso, leia o artigo sobre diversidade nas empresas 
[TEXTO 1126] com os aprendizes.
Então, organize a turma em pequenos grupos para fazer uma discussão sobre 
estes temas: Como a diversidade se expressa no local de trabalho? A empresa tem 
uma atuação voltada para isso? Você pode propor questões como:
• No seu ambiente de trabalho, todos os profissionais são parecidos? Eles gostam
das mesmas coisas?
• Eles têm origem e trajetórias parecidas? Que diferenças você vê?
• Como vocês percebem a questão da diversidade cultural no ambiente de tra-
balho da empresa onde atuam?
• Pensando nos cargos e funções exercidos pelas pessoas na sua empresa, você vê di-
versidade na ocupação dos cargos ou divisão conforme as características de cada um?
Então, peça aos aprendizes que, dentro de seus grupos, apresentem uns aos
outros um exemplo de colega de trabalho que tenha superado dificuldades e 
preconceitos para se estabelecer profissionalmente. 
Caso os membros do grupo concordem que se trata de histórias relevantes 
de afirmação da diversidade, cada aprendiz deverá redigir um perfil inicial desse 
alguém que desafiou barreiras e listar questões a fazer para esse colega de tra-
balho, a fim de complementar o texto posteriormente.
Cada grupo deverá reunir os textos produzidos em um protótipo de newsletter 
sobre práticas inspiradoras da empresa. A ideia é escrever conjuntamente um 
texto de apresentação que ressalte a questão da importância da diversidade no 
ambiente de trabalho e então reunir os perfis esboçados, criando chamadas para 
cada um deles. Os aprendizes também devem buscar imagens para ilustrar.
https://drive.google.com/file/d/1wosyeEfT_VMiFVJ5Dc-MOsvrW7fs3fBQ/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1N6w0CF6-n0Jl_kyHIgsTLUV0a0QrFb8y/view?usp=sharing
esticador de horizontes
Desigualdade nas questões racial e social
Neste texto do volume A cor da cultura – Modos de ver, o economista e 
professor Marcelo Paixão explora as múltiplas dimensões da desigualdade 
racial no Brasil e a necessidade de enfrentar os problemas verificados com 
políticas específicas. 
Acesse: www.acordacultura.org.br/sites/default/files/kit/Caderno1_Mo-
dosDeVer.pdf (p. 19-35).
O que é ser brasileiro?
Como se chega à ideia de povo brasileiro? Como foi possível ter uma identi-
dade em comum num país tão grande e diverso? No quinto episódio da série 
Reflexões contemporâneas, do Instituto CPFL, o sociólogo Mário Augusto 
Medeiros da Silva fala sobre a construção da identidade nacional brasilei-
ra como algo relativamente recente, que valorizou determinados grupos 
sociais em detrimento de outros. Ao cristalizar símbolos de nacionalidade, 
os grupos no poder da nação constroem uma narrativa vitoriosa e inventa 
tradições, ainda que descoladas da história real. 
Assista: www.youtube.com/watch?v=LqEjHQZGOYs
avaliação e planejamento 30 min.tempo sugerido
Organize os aprendizes em duplas, preferencialmente buscando juntar jovens com 
alguma diversidade de perfis (em gênero, cor/raça, orientação sexual, religião, gos-
tos, etc.). Os jovens vão entrevistar um ao outro para refletir sobre o que viram e 
avaliar seu aprendizado. Você pode passar um primeiro roteiro de questões, a ser 
complementado e comentado pelos jovens no decorrer da atividade, ou deixar o 
debate livre. Eis algumas sugestões de perguntas:
• Você já havia refletido sobre diversidade cultural no Brasil? Comente.
• Que informações ou reflexões mais chamaram a sua atenção? Por quê?
• Com base no que vimos, sua noção sobre a ideia de identidade brasileira mudou
ou continuou igual? Explique.
• Você se reconheceu em alguma das situações tratadas ou viu alguém que você
conhece passar por elas? Comente.
• O que mais você acha que poderia ter sido abordado em relação a esse tema?
Ao final, peça que eles compartilhem algumas das respostas obtidas na entrevista.
Ao fim das apresentações, destaque os diversos pontos importantes relatados 
pelos grupos e abra espaço para que os aprendizes possam refletir com base nos 
comentários seus e dos colegas. A ideia é que eles possam posteriormente fazer 
uma reescrita da newsletter com base nesse retorno e nas informações e imagens 
adicionais que poderão buscar com os próprios perfilados.
segue o fio
Outros planos de encontro 
se relacionam ao tema da 
diversidade e da identidade 
brasileiras. Confira:
• Diversidade, políticas
públicas e ações
afirmativas
• Comunicação e
diversidade de linguagens
de olho na base
Ampliação do repertório 
cultural é uma das 
competências gerais da 
Base Nacional Comum 
Curricular. Neste plano, 
apresentamos obras de 
arte contemporâneas 
e vídeos que ajudam o 
instrutor a dar conta dessa 
missão.
http://www.acordacultura.org.br/sites/default/files/kit/Caderno1_ModosDeVer.pdf
http://www.acordacultura.org.br/sites/default/files/kit/Caderno1_ModosDeVer.pdf
http://www.youtube.com/watch?v=LqEjHQZGOYs
História para ninar gente grande 
No Carnaval de 2019, a escola de samba Estação Primeira de Mangueira 
foi vencedora do Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro com um 
enredo que rememorava personalidades que lutaram contra a invisibili-
zação e a opressão de grupos sociais no Brasil. 
Ouça: https://liesa.globo.com/2019/por/03-carnaval/sambasenredo/man-
gueira/mangueira.html
Perfil e entrevista com Cristian Wariu
O jovem indígena xavante conta sua trajetória pessoal e fala sobre as 
aproximações e tensões entre a cultura de seu povo e a dos brancos/
brasileiros não indígenas. 
Leia: https://revistatrip.uol.com.br/trip/cristian-wariu-um-guerreiro- 
indigena-do-seculo-xxi
Entrevista com Rosana Paulino
Em “O corpo negro nas obras de Rosana Paulino”, do site O Beijo, a artista 
fala sobre seu uso da técnica mista, sobre os temas presentes na sua pro-
dução artística e sobre o espaço recente que artistas negros têm obtido 
no mundo das artes visuais. 
Assista: www.youtube.com/watch?v=Y8NMJLyKiXw
https://liesa.globo.com/2019/por/03-carnaval/sambasenredo/mangueira/mangueira.html
https://liesa.globo.com/2019/por/03-carnaval/sambasenredo/mangueira/mangueira.html
https://revistatrip.uol.com.br/trip/cristian-wariu-um-guerreiro-indigena-do-seculo-xxi
https://revistatrip.uol.com.br/trip/cristian-wariu-um-guerreiro-indigena-do-seculo-xxi
http://www.youtube.com/watch?v=Y8NMJLyKiXw