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Inflação e Curva de Phillips Marcelo Eduardo Alves da Silva UFPE Recife, 19 de Outubro de 2016 Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 1 / 49 Curva de Phillips Mostra uma relação emṕırica entre inflação e a taxa de desemprego. • Nome vem em homenagem a A. W. Phillips, que usou dados para inflação (de salários) e taxa de desemprego para o peŕıodo 1861 - 1957. • Phillips encontrou uma relação emṕırica negativa entre as duas variáveis. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 2 / 49 Curva de Phillips: UK 1861 - 1913 Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 3 / 49 Curva de Phillips: UK 1913 - 1948 Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 4 / 49 Inflação e Desemprego: USA • O interessante é observar que esta relação emṕırica muda ao longo do tempo. • Vejamos o exemplo do caso norte americano. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 5 / 49 Inflação e Desemprego: USA • O interessante é observar que esta relação emṕırica muda ao longo do tempo. • Vejamos o exemplo do caso norte americano. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 5 / 49 Inflação(versus(desemprego(nos(Estados(Unidos,(194891969( Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 6 / 49 Inflação versus desemprego nos Estados Unidos desde 1970 Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 7 / 49 Inflação e Desemprego: USA A relação negativa entre desemprego e inflação se manteve ao longo da década de 1960, mas desapareceu após esse peŕıodo por dois motivos: • O grande aumento no preço do petróleo, mas principalmente porque os fixadores de salário mudaram o modo como formavam suas expectativas, devido a uma mudança no comportamento da inflação. • A taxa de inflação se tornou positiva de forma consistente, e a inflação se tornou mais persistente. • Iremos olhar o caso brasileiro. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 8 / 49 Inflação e Desemprego: USA A relação negativa entre desemprego e inflação se manteve ao longo da década de 1960, mas desapareceu após esse peŕıodo por dois motivos: • O grande aumento no preço do petróleo, mas principalmente porque os fixadores de salário mudaram o modo como formavam suas expectativas, devido a uma mudança no comportamento da inflação. • A taxa de inflação se tornou positiva de forma consistente, e a inflação se tornou mais persistente. • Iremos olhar o caso brasileiro. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 8 / 49 Inflação e Desemprego: USA A relação negativa entre desemprego e inflação se manteve ao longo da década de 1960, mas desapareceu após esse peŕıodo por dois motivos: • O grande aumento no preço do petróleo, mas principalmente porque os fixadores de salário mudaram o modo como formavam suas expectativas, devido a uma mudança no comportamento da inflação. • A taxa de inflação se tornou positiva de forma consistente, e a inflação se tornou mais persistente. • Iremos olhar o caso brasileiro. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 8 / 49 Inflação e Desemprego: USA A relação negativa entre desemprego e inflação se manteve ao longo da década de 1960, mas desapareceu após esse peŕıodo por dois motivos: • O grande aumento no preço do petróleo, mas principalmente porque os fixadores de salário mudaram o modo como formavam suas expectativas, devido a uma mudança no comportamento da inflação. • A taxa de inflação se tornou positiva de forma consistente, e a inflação se tornou mais persistente. • Iremos olhar o caso brasileiro. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 8 / 49 Inflação e Desemprego no Brasil: 1980 - 2009 y!=!$140.83x!+!1204.8! R²!=!0.21993! $500! 0! 500! 1000! 1500! 2000! 2500! 3000! 0! 2! 4! 6! 8! 10! 12! In fla çã o- - Desemprego- Desemprego-e-Inflação-(1980-7-2009)- Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 9 / 49 Inflação e Desemprego no Brasil: 1980 - 2013 y!=!$3.2785x!+!38.146! R²!=!0.25378! $20.00! $10.00! 0.00! 10.00! 20.00! 30.00! 40.00! 50.00! 60.00! 70.00! 80.00! 90.00! 0.00! 2.00! 4.00! 6.00! 8.00! 10.00! 12.00! 14.00! 16.00! Inflação-e-Desemprego-7-1980-7-2013- Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 10 / 49 Derivaç ˜ ao da Curva de Phillips Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 11 / 49 Derivação da Curva de Phillips Antes de derivar uma relação da curva de Phillips, permita-nos derivar uma curva de oferta agregada: Admita que os ”Wage Setters”determinam salários de acordo com: W = P eF (u, z) Onde P e ⌘ NGP esperado, ou seja, P e = Et�1Pt e F (u, z) é uma função que tal que: F (u, z) = 1� ↵u+ z Ou seja, quando o desemprego é baixo (emprego é alto) maior é o poder de barganha dos trabalhadores (Lembre do wws = b(E)). E z representa outros elementos que afetam o salário (seguro desemprego, benef́ıcios, etc.). Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 12 / 49 Derivação da Curva de Phillips Admita agora que a nossa equação de Price Setting é: P = (1 + µ)W Onde P ⌘ NGP, e µ é o markup. Na nossa equação PS original, ) � = 1, onde � ⌘ PMeL. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 13 / 49 Derivação da Curva de Phillips Utilizando os dois resultados, temos a seguinte curva de oferta agregada: Pt = P e t (1 + µ)(1� ↵ut + z) Esta equação pode ser aproximada como: ⇡t = ⇡ e t + (µ+ z)� ↵ut Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 14 / 49 Derivação da Curva de Phillips: Prova Pt = P e t (1 + µ)(1� ↵ut + z) Pt Pt�1 = P et Pt�1 (1 + µ)(1� ↵ut + z) Usando a definição de inflação: (1 + ⇡t) = (1 + ⇡ e t )(1 + µ)(1� ↵ut + zt) Rearranjando: (1 + ⇡t) (1 + ⇡et )(1 + µ) = (1� ↵ut + zt) É posśıvel usar uma aproximação tal que: ⇡t � ⇡et � µ = �↵ut + zt Então ⇡t = ⇡ e t + (µ+ z)� ↵ut Q.E.D. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 15 / 49 Derivação da Curva de Phillips: Intuição ⇡t = ⇡ e t + (µ+ z)� ↵ut Esta equação nos diz que: 1 Um aumento da inflação esperada, ⇡et , leva a um aumento da inflação efetiva, ⇡t. 2 Dada a inflação esperada, ⇡et , um aumento da margem, µ, ou um aumento dos fatores que afetam a determinação dos salários, z, leva a um aumento da inflação, ⇡t . 3 Dada a inflação esperada, ⇡et , um aumento da taxa de desemprego, u, leva a uma diminuição da inflação, ⇡t. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 16 / 49 Curva de Phillips: versão original Se supusermos que ⇡e = 0, ou seja, P et = Pt�1 ) ⇡et = 0, então: ⇡t = (µ+ z)� ↵ut Esta é a equação estimada para o Reino Unido por Phillips! Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 17 / 49 Fonte: Phillips, 1958 Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 18 / 49 Curva de Phillips: primeira versão Lógica do argumento quando P et = Pt�1 # ut )" Wt )" Pt )" Pt � Pt�1 Pt�1 ) ⇡t " Esta equação nos diz que: 1 O desemprego baixo leva a um salário nominal mais alto. 2 Em resposta ao salário nominal mais alto, as empresas aumentam seus preços. 3 Em reação, os trabalhadores pedem um salário nominal mais alto. 4 O salário nominal mais alto leva as empresas a um aumento adicional de seus preços. 5 Em resposta, os trabalhadores pedem um aumento adicional do salário nominal. 6 A corrida entre preços e salários resulta em uma inflação cont́ınua. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 19 / 49 Curva de Phillips A primeira versão teve um ”bom desempenho”até meados dos anos 1960. Após isto, a relação negativa falha. Como dissemos antes, isto ocorreu porque: 1 Grande aumento no preço do petróleo 2 A taxa de inflação se tornou positiva de forma consistente, e a inflação se tornou mais persistente. • Portanto, fixadores de salário mudaram o modo como formavam suas expectativas, devido a uma mudança no comportamento da inflação. • Não haveria razão para ignorar a influência da inflação passada em⇡t. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 20 / 49 Curva de Phillips: versão modificada Podemos modificar a CP para incorporar os efeitos da inflação passada. Se supusermos que ⇡et = ✓⇡t�1 onde 0 ✓ 1. ✓ é um parâmetro que mede a influência da inflação passada. Quanto mais próximo de 1, maior é a influência. Então ⇡t = ✓⇡t�1 + (µ+ z)� ↵ut Claramente, se ✓ = 0 voltamos à versão original e se ✓ = 1, teremos: ⇡t � ⇡t�1 = (µ+ z)� ↵ut Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 21 / 49 Curva de Phillips: versão modificada ⇡t � ⇡t�1 = (µ+ z)� ↵ut • Quando ✓ = 1, portanto a taxa de desemprego passa a afetar a taxa de variação da inflação! • De acordo com esta versão, a relação não mais é entre ⇡t e ut (como fica evidente nos dados), mas entre �⇡t ⌘ ⇡t � ⇡t�1 e ut. • Desde 1970, uma relação claramente negativa surgiu entre a taxa de desemprego e a variação da taxa de inflação. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 22 / 49 Taxa de variação da Inflação e Desemprego nos USA: 1970 - 2000 Reta estimada: �⇡t = 6%� ut Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 23 / 49 Curva de Phillips: versão modificada A curva modificada é chamada de curva de Phillips aumentada pelas expectativas, ou ainda curva de Phillips aceleracionista: ⇡t � ⇡t�1 = (µ+ z)� ↵ut • Importante: a presença do componente de expectativas pode refletir, na verdade, o componente inercial da inflação, ⇡et = ⇡t�1, não necessariamente a ideia de que as pessoas ao formar expectativas para o futuro, simplesmente olham para trás. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 24 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 25 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego • Friedman e Phelps questionaram a existência de um dilema entre desemprego e inflação (no longo prazo). • Eles argumentaram que a taxa de desemprego não poderia ser sustentada abaixo de certo ńıvel, um ńıvel que eles chamaram de ”taxa natural de desemprego”. • A taxa natural de desemprego é a taxa de desemprego em que a taxa de inflação efetiva é igual à taxa de inflação esperada. No nosso exemplo: ⇡t � ⇡et = 0 ) (µ+ z)� ↵un = 0 ou un = µ+ z ↵ Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 26 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego • Friedman argumentou que embora fosse posśıvel, em alguns momentos no tempo, obter uma relação emṕırica tal relação não seria explorável. • Na verdade, o aparente ”trade-o↵”só existiria em função de expectativas desajustadas, ou seja, de surpresas inflacionárias não contabilizadas pelos agentes econômicos. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 27 / 49 MILTON FRIEDMAN 169 GRÁFICO 1 Curva de Phillips simples De modo geral, esta relação foi interpretada como uma relação causal que possi- bilitava um trade-off estável aos formuladores de política. Eles poderiam escolher como objetivo um baixo desemprego, tal como LU . Neste caso, teriam de aceitar uma taxa de inflação A. Permaneceria o problema de escolher as medidas – monetária, fiscal, talvez outras – que gerassem o nível de demanda agregada nominal necessário para se alcançar LU . Porém, se fosse feito, não haveria necessidade de se preocupar em manter aquela combinação de desemprego e inflação. Alternativamente, os formulado- res de política poderiam escolher como meta uma taxa de inflação baixa ou mesmo a deflação. Neste caso, teriam de aceitar um nível mais elevado de desemprego: € U para inflação zero e € U para deflação. Os economistas, então, trataram de procurar obter, a partir de evidências exis- tentes para diversos países e períodos, a relação representada no gráfico 1, a fim de eliminar o efeito de distúrbios externos, esclarecer a relação entre mudanças nos salá- rios e nos preços, e assim por diante. Além disso, pesquisaram os ganhos e as perdas sociais provenientes da inflação, de um lado, e do desemprego, de outro, a fim de facilitar a escolha do trade-off correto. Infelizmente para essa hipótese, as evidências adicionais não se ajustaram a esta. Estimativas empíricas da relação da curva de Phillips foram insatisfatórias. E, o que é mais importante, a taxa de inflação, que parecia ser consistente com um determinado nível de desemprego, não permanecia fixa: nas circunstâncias do período pós-Segun- da Guerra Mundial, quando os governos de todos os países procuravam promover Fonte: Friedman, 1976 Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 28 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego • Friedman (1968): muitos acreditavam que esta relação representava uma relação causal, que possibilitaria um trade-o↵ estável aos formuladores de poĺıtica. • Eles poderiam escolher qual combinação de (ut,⇡t) desejavam!! Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 29 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego • Exemplo, poderiam escolher como objetivo um baixo desemprego, tal como UL . Neste caso, teriam de aceitar uma taxa de inflação. • O ”problema”se resumiria a escolher as medidas - monetária, fiscal, talvez outras - que gerassem o ńıvel de demanda agregada nominal necessário para se alcançar UL. • Alternativamente, os formuladores de poĺıtica poderiam escolher como meta uma taxa de inflação baixa ou mesmo a deflação. Neste caso, teriam de aceitar um ńıvel mais elevado de desemprego. • Este aparente ”trade-o↵”seria uma ilusão! • Cŕıtica de Lucas (1976) Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 30 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego Nas palavras de Friedman (1976): ”...não há um trade-o↵ estável entre inflação e desemprego, mas uma taxa natural de desemprego UN , que é consistente com as forças reais e com as previsões corretas; o desemprego só pode ser mantido abaixo deste ńıvel, com uma aceleração da inflação, ou acima deste, por uma aceleração da deflação.” Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 31 / 49 CLÁSSICOS DE LITERATURA ECONÔMICA 172 Porém, essa situação é temporária: basta que a taxa de crescimento da demanda agregada nominal e dos preços continue maior para que as expectativas se ajustem à realidade. Quando isto ocorrer, o efeito inicial desaparecerá, podendo mesmo se inver- ter durante algum tempo, porque trabalhadores e empregadores se encontram imobi- lizados por contratos inadequados. Finalmente, o nível de emprego voltará ao que era antes da suposta aceleração não antecipada na demanda agregada nominal. Essa hipótese alternativa está representada no gráfico 2. Cada curva negativa- mente inclinada é uma curva de Phillips, como a apresentada no gráfico 1, exceto esta que é traçada para uma determinada taxa de inflação prevista ou esperada, de- finida como a taxa média esperada de mudança de preços, e não como a média das taxas esperadas de mudança individual de preço – a ordem das curvas seria inversa para o segundo conceito. Parta-se do ponto E e suponha-se que a taxa de inflação se desloque, por qualquer razão, de A para B, e aí permaneça. O desemprego inicial- mente declinaria para LU no ponto F, movendo-se ao longo da curva determinada por uma taxa de inflação LU prevista € 1 S GS GW ⎛ ⎝ ⎜ ⎞ ⎠ ⎟ de A. À medida que as expectativas se ajustam, a curva de curto prazo se deslocaria para cima, até a curva definida por uma taxa de inflação esperada de B. Ao mesmo tempo, o desemprego se deslocaria gradualmente de F para G – para uma discussão mais completa, ver 5. GRÁFICO 2 Curva de Phillips ajustada às expectativas Essa análise é, sem dúvida, extremamente simplificada. Supõe uma única mudança não prevista, quando na realidade existe um fluxo contínuo de mudanças não previstas; Fonte: Friedman, 1976 Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 32 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego • A figura acima mostra curvasde Phillips de curto prazo com diferentes ńıveis de inflação esperada (A e B). • Suponha que a economia comece em ”E”com ut = UN e ⇡t = A. • o que acontece se a Demanda Agregada (nominal) aumentar repentinamente(talvez como resultado de �G > 0 ou �M > 0)? • Enquanto os empresários acreditassem que os preços relativos estivessem mais altos, produção aumenta )" Yt e " Pt e )# ut. • Trabalhadores demandariam " Wt )" Pt e assim por diante. • No final, à medida que as expectativas se ajustassem, Wt Pt = Wt�1Pt�1 e ut ! UN e o resultado seria inflação mais alta. • A Curva de Phillips seria vertical no Longo Prazo! Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 33 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego • A figura acima mostra curvas de Phillips de curto prazo com diferentes ńıveis de inflação esperada (A e B). • Suponha que a economia comece em ”E”com ut = UN e ⇡t = A. • o que acontece se a Demanda Agregada (nominal) aumentar repentinamente(talvez como resultado de �G > 0 ou �M > 0)? • Enquanto os empresários acreditassem que os preços relativos estivessem mais altos, produção aumenta )" Yt e " Pt e )# ut. • Trabalhadores demandariam " Wt )" Pt e assim por diante. • No final, à medida que as expectativas se ajustassem, Wt Pt = Wt�1Pt�1 e ut ! UN e o resultado seria inflação mais alta. • A Curva de Phillips seria vertical no Longo Prazo! Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 33 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego • A figura acima mostra curvas de Phillips de curto prazo com diferentes ńıveis de inflação esperada (A e B). • Suponha que a economia comece em ”E”com ut = UN e ⇡t = A. • o que acontece se a Demanda Agregada (nominal) aumentar repentinamente(talvez como resultado de �G > 0 ou �M > 0)? • Enquanto os empresários acreditassem que os preços relativos estivessem mais altos, produção aumenta )" Yt e " Pt e )# ut. • Trabalhadores demandariam " Wt )" Pt e assim por diante. • No final, à medida que as expectativas se ajustassem, Wt Pt = Wt�1Pt�1 e ut ! UN e o resultado seria inflação mais alta. • A Curva de Phillips seria vertical no Longo Prazo! Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 33 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego • A figura acima mostra curvas de Phillips de curto prazo com diferentes ńıveis de inflação esperada (A e B). • Suponha que a economia comece em ”E”com ut = UN e ⇡t = A. • o que acontece se a Demanda Agregada (nominal) aumentar repentinamente(talvez como resultado de �G > 0 ou �M > 0)? • Enquanto os empresários acreditassem que os preços relativos estivessem mais altos, produção aumenta )" Yt e " Pt e )# ut. • Trabalhadores demandariam " Wt )" Pt e assim por diante. • No final, à medida que as expectativas se ajustassem, Wt Pt = Wt�1Pt�1 e ut ! UN e o resultado seria inflação mais alta. • A Curva de Phillips seria vertical no Longo Prazo! Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 33 / 49 A Curva de Phillips e a Taxa Natural de Desemprego • A figura acima mostra curvas de Phillips de curto prazo com diferentes ńıveis de inflação esperada (A e B). • Suponha que a economia comece em ”E”com ut = UN e ⇡t = A. • o que acontece se a Demanda Agregada (nominal) aumentar repentinamente(talvez como resultado de �G > 0 ou �M > 0)? • Enquanto os empresários acreditassem que os preços relativos estivessem mais altos, produção aumenta )" Yt e " Pt e )# ut. • Trabalhadores demandariam " Wt )" Pt e assim por diante. • No final, à medida que as expectativas se ajustassem, Wt Pt = Wt�1Pt�1 e ut ! UN e o resultado seria inflação mais alta. • A Curva de Phillips seria vertical no Longo Prazo! Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 33 / 49 Determinantes da Taxa Natural de Desemprego Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 34 / 49 Determinantes da Taxa Natural de Desemprego A taxa natural de desemprego não depende de fatores monetários, e sim de fatores reais, tais como: 1 Eficiência do mercado de trabalho: flexibilidade do mercado de trabalho. Quanto + flex́ıvel )# un; 2 Nı́vel de competição: ńıvel de emprego é menor em mercados menos competitivos; 3 Obstáculos e/ou incentivos ao trabalho: seguro-desemprego é um exemplo; 4 Demografia: certos grupos apresentam maior probabilidade de ficarem desempregados (e.g. jovens e mulheres) )" un Esses elementos que afetam a un podem mudar ao longo do tempo ) a taxa natural não precisa ser constante. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 35 / 49 Determinantes da Taxa Natural de Desemprego Outro fator pode ser a produtividade dos trabalhadores (PMgN): • Quando a PMgN sobe ) trabalhadores esperam que " WtPt . • Nesta situação, trabalhadores veem o salário real recebido como normal e esperam que isto continue no futuro. • No entanto, se PMgN cai, esperaŕıamos que WtPt #. • Trabalhadores podem resistir a isto ) un sobe!!! Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 36 / 49 Determinantes da Taxa Natural de Desemprego No caso do seguro desemprego, por exemplo, ele teria dois efeitos: 1 Tornaria os trabalhadores mais exigentes (mais seletivos), estes se recusariam a aceitar qualquer trabalho. Aumento do salário reserva. 2 Torna o trabalho mais interessante ) aumento na força de trabalho. No nosso modelo: un = µ+ z ↵ Onde µ é uma medida de imperfeição do mercado de produto e z representa o seguro desemprego e outros elementos que afetam o comportamento dos trabalhadores. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 37 / 49 A NAIRU e a Taxa Natural Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 38 / 49 A NAIRU e a Taxa Natural Podemos pensar na taxa natural de desemprego de forma alternativa. Admita que ⇡et = ⇡t�1, então se ⇡t = ⇡t�1 ⇡t � ⇡t�1 = (µ+ z)� ↵un = 0 ou ↵un = µ+ z Reescrevendo a Curva de Phillips como ⇡t � ⇡et = µ+ z � ↵ut e usando o resultado acima ⇡t � ⇡et = �↵(ut � un) Ou ⇡t � ⇡t�1 = �↵(ut � un) A curva de Phillips mostraria então uma relação entre a taxa de desemprego efetiva e a natural, e a variação da taxa de inflação. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 39 / 49 A NAIRU e a Taxa Natural de Desemprego ⇡t � ⇡t�1 = �↵(ut � un) Note que se ut = un ) ⇡t � ⇡t�1 = 0. • Esta relação da curva de Phillips também nos permite pensar na taxa natural de desemprego como a taxa de desemprego não aceleradora da inflação ou ainda como a NAIRU (Non Accelerating Inflation Rate of Unemployment). • Ou ainda, a NAIRU é a taxa de desemprego necessária para manter a taxa de inflação constante. • Assim como a un essa taxa não é necessariamente constante. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 40 / 49 exchange rate, which reduced import prices (for example, Gordon, 1998). Yet the period after 1998 did not see additional favorable shocks, and indeed, energy prices moved back up. Because unemployment was low through 2000 without accelerating inèation, a consensus emerged that the NAIRU had fallen. On the other hand, the magnitude of the NAIRU decrease is hard to estimate. As illustrated above, it depends on an arbitrary decision about how much to smooth the NAIRU series. The precise timing of movements in the NAIRU is also unclear. Our estimated movements are smooth, with the decrease occurring slowly over almost two decades. Yet this is an artifact of our smoothing procedure. A number of authors have suggested that the NAIRU was fairly constant from the 1980s to the mid-1990s and then fell sharply in the late 1990s “New Economy.” Perhaps this is true, and our procedure artiécially smoothes out the fall in U*. There are limits to how much one can learn about the NAIRU from unemployment and inèation data alone. The Falling NAIRU: A More Employable Labor Force? Many authors have sought to explain the movements in the U.S. NAIRU. This section and the next review some of the leading hypotheses, with a focus on those that might explain thedeclining NAIRU of the 1990s. Some of these theories also help explain the earlier NAIRU increase. We begin in this section by reviewing stories that focus on the changing composition of the labor force. Economists have long recognized that unemploy- ment rates are different for different kinds of workers, depending, for example, on Figure 1 Time Varying NAIRUs, 1960–2000 124 Journal of Economic Perspectives Fonte: Ball and Mankiw, 2002, JEP Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 41 / 49 Fonte: Portugal e Madalozzo (2000) Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 42 / 49 Qual a utilidade da NAIRU? Ball and Mankiw (2002) argumentam que a maneira mais óbvia, é que ela é uma ferramenta de previsão. 1 Quando ut > un ) inflação é esperada cair. 2 Quando ut < un ) inflação é esperada subir. Mesmo em um regime de metas de inflação, o Banco Central deveria manter um olho na taxa de desemprego e na NAIRU. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 43 / 49 Curva de Phillips com Expectativas Racionais Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 44 / 49 Curva de Phillips com Expectativas Racionais Permita-nos reformular a curva de Phillips como: ⇡t = ⇡ e t + ↵(yt � yn) onde agora yt é o produto em t, yn é o produto natural ou o ńıvel de produto associado com un. Note que assim como un, yn não é necessariamente constante. Na versão com expectativas adaptativas: ⇡et ⌘ ✓⇡t�1 ) ⇡t = ✓⇡t�1 + ↵(yt � yn) Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 45 / 49 Curva de Phillips com Expectativas Racionais Com expectativas racionais teŕıamos: ⇡et = Et�1[⇡t|⌦t�1] Onde ⌦t�1 representa todo o conjunto de informações dispońıveis até t� 1. Na ausência de inflação inercial, teŕıamos: ⇡t = ⇡ e t + ↵(yt � yn) A questão é quem é ⇡et = Et�1[⇡t|⌦t�1]? Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 46 / 49 Curva de Phillips com Expectativas Racionais Imagine que o Banco Central tenha uma meta de inflação, ⇡Tt , e que ele seja cŕıvel. Então na hipótese das expectativas racionais: ⇡et = Et�1[⇡t|⌦t�1] = ⇡Tt Ou ainda ⇡t = ⇡ T t + ✏t onde ✏t ⇠ i.i.d(0,�) representa um processo de choque aleatório. Portanto Et�1⇡t = Et�1[⇡ T t + ✏t] ) Et�1⇡t = ⇡Tt Portanto, a expectativa racional para a inflação seria igual a meta estabelecida pelo BC. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 47 / 49 Curva de Phillips com Expectativas Racionais A curva de Phillips com expectativas racionais se tornaria: ⇡t = ⇡ T t + ↵(yt � yn) + ✏t Outra forma de perceber esta relação é reescrevendo de tal forma que: yt = yn + 1 ↵ (⇡t � ⇡Tt � ✏t) yt = yn + 1 ↵ (⇡t � Et�1⇡t) O produto seria maior que o produto natural, apenas com surpresas inflacionárias. Esta é uma versão da curva de oferta de Lucas (1972). Voltaremos a este modelo mais na frente. Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 48 / 49 • Ball, L and Mankiw, N. G. The NAIRU in Theory and Practice. Journal of Economic Perspectives, Volume 16, Number 4, Fall 2002, Pages 115-136. • Blanchard (2010) Macroeconomia, Cap. 8. • Friedman, M. Inflação e desemprego: A novidade da dimensão poĺıtica. Em: IPEA, Clássicos da Literatura Econômica. • Phillips, A. W. (1958) - The Relation Between Unemployment and the Rate of Money Wage Rates in the United Kingdom, 1861-1957, Economica, V. 25, N. 100. • Portugal e Madalozzo (2000) Um modelo de NAIRU para o Brasil. Revista de Economia Poĺıtica, V.20, N. 4 . Silva (UFPE) Inflação e Curva de Phillips 2016 49 / 49 Motivação
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