Buscar

Fatores que interferem na cicatrização e técnicas para evitar complicações na cicatrização

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fatores que interferem na cicatrização
Alguns fatores podem interferir na cicatrização tecidual e consolidação óssea, isso pode ocorrer de forma indireta ou direta e tornar o processo mais demorado e podendo causar complicações e prejuízos estéticos e funcionais. O ideal é que eles sejam identificados e sempre que possível corrigidos ou evitados. 
· Idade: Animais idosos possuem a resposta imunológica mais lenta, resultando no retardo da cicatrização tecidual. 
· Localização e tipo de ferida: Feridas em áreas mais vascularizadas e áreas de menor mobilidade e tensão cicatrizam mais rapidamente 
· Nutrição: Pacientes subnutridos apresentam dificuldade de cicatrização tecidual e consolidação óssea, pois gera diminuição da qualidade e da síntese tecidual e redução da resposta imunológica. As deficiências de proteínas e de vitamina C são as mais importantes, pois afetam diretamente a síntese de colágeno.
· Medicamentos: Medicamentos imunossupressores como anti-inflamatórios esteroides e quimioterápicos reduzem a resposta imunológica o que consequentemente reduz a taxa de cicatrização. Outros medicamentos como como ciclosporina e itraconazol, também podem causar retardo na cicatrização. 
· Afecções prévias ou crônicas: doenças preexistentes como diabetes, hemoparasitoses, alterações no sistema circulatório e nos fatores de coagulação interferem no processo cicatricial, pois podem reduzir a oxigenação tecidual e a produção de colágeno. 
· Hematoma, edema, alteração linfática: Reduzem o fluxo sanguíneo local, dificultando a cicatrização 
· Infecção: Aumenta a produção de citocinas pró-inflamatórias, impede a epitelização, prolonga a fase inflamatória e retarda a síntese de colágeno. 
· Uremia: Além de interferir na síntese de colágeno, reduz a velocidade de formação de tecidos de granulação e divisão epitelial. 
· Hiperatividade/ estresse: A movimentação excessiva dificulta a aproximação das bordas e a aderência da pele com a fáscia muscular necessária para a redução de espaço morto. Já o estresse diminui a resposta imunológica. 
· Corpo estranho: Corpos estranhos ou lesões inflamatórias persistentes ou necróticas debaixo de uma ferida retardarão a cicatrização. 
· Radioterapia: Interfere primariamente com a fase proliferativa da cicatrização
· Quimioterapia: Os protocolos quimioterápicos não afetam necessariamente a cicatrização da ferida diretamente, mas os efeitos colaterais, como neutropenia, caquexia e desnutrição proteica, podem ser importantes.
Técnicas para evitar complicações na cicatrização da ferida cirúrgica
Uma técnica asséptica, hemostasia, manuseio atraumático dos tecidos, evitação de material estranho, aposição tecidual e conduta da tensão, que fazem parte de uma boa técnica cirúrgica é extremamente importante para evitar complicações na cicatrização de feridas cirúrgicas. Isso fará com que a fase inflamatória seja curta e que a proliferação esteja em andamento dentro de 24 horas. 
A conduta pós-operatória de uma ferida recém-suturada também é importante e inclui:
· Deixar que a ferida vede antes de se tornar contaminada: A pele ao redor da ferida em precisa ser limpa antes da recuperação. É importante que o produto usado não seja irritante e que a superfície da incisão por si não seja limpa. A ferida deve ser coberta com um curativo estéril leve por 6 a 12 h de pós-operatório. Isso permite que a ferida vede e previne a contaminação bacteriana do coágulo sanguíneo entre as margens de pele no período pós-operatório inicial.
· Uso apropriado de antibióticos: Deve ser administrado apenas quando apropriado. Quando forem administrados devem ser escolhidos de acordo com natureza da bactéria envolvida em níveis terapêuticos. 
· Manutenção da perfusão vascular: Uma boa perfusão da pele é essencial para a cicatrização normal e diminuições sutis da vasoconstrição podem constituir a perfusão ruim devido à tensão na ferida, resultando em mau início do processo de cicatrização e finalmente na abertura da ferida. A manutenção da perfusão vascular durante e depois da cirurgia é importante e pode ser auxiliada evitando hipotermia, contusão, hipotensão, estresse, dor e medo. Muitas respostas fisiológicas causam a redução da perfusão da pele, tanto durante a cirurgia quanto no pós-operatório.
· Assegurar tensão apropriada da pele: A cicatrização normal e rápida de uma ferida cirúrgica ocorre quando há aposição precisa das margens da pele com suturas adequadas e nenhuma tensão. A tensão reduz a perfusão vascular das margens da pele e provavelmente resulta também em ruptura repetida do tecido de granulação conforme ele se forma entre as margens da pele. Isso prolonga o processo de cicatrização e aumenta o risco de abertura da ferida.
· Prevenção do trauma e da tensão até que a ferida tenha resistência à tensão: Todos os donos de animais de estimação devem receber instruções por escrito relacionadas com os cuidados com a ferida, que devem incluir restrição de atividades até que a ferida cicatrize.
OLIVEIRA, André Lacerda de A. Cirurgia veterinária em pequenos animais. Editora Manole, 2022.. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555763195/. Acesso em: 06 mar. 2022.
BAINES, Stephen J.; LIPSCOMB, Vicky; HUTCHINSON, Tim. Manual de Cirurgia em Cães e Gatos. Grupo GEN, 2014. 978-85-412-0449-1. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-412-0449-1/. Acesso em: 06 mar. 2022.

Continue navegando