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Nome: Lyncoln Justino Correa Matrícula: 202121541 Disciplina: Administração Data de Entrega: 18/09/2022 Curso: Sociologia ATPS – ATIVIDADE TEÓRICO-PRÁTICA SUPERVISIONADA "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria". Célebre frase de Brás Cubas, defunto-autor de Machado de Assis, em suas "Memórias Póstumas", perceberia, hoje, acertada sua decisão de não ter tido filhos, em virtude da sociedade decadente pós-modernista, onde há a valorização e a elevação do eu em detrimento do outro. Logo, esse modelo de sociedade se torna um problema, impulsionado pelas redes sociais, onde a alteridade e empatia ficam de lado enquanto o medo, por conta de um cenário instável, e busca do reconhecimento de sua individualidade se tornam um mecanismo de manutenção desse modelo. Zygmunt Bauman, em sua teoria "O medo líquido", pontua que em uma época cheia de incertezas, como o desemprego e a falta de transparência governamental, o medo pode afligir qualquer um, principalmente em relação a sua posição social. Logo, para afastar esse medo, o indivíduo busca grupos que compartilhem de suas ideias, em que são aceitas e compartilhadas, mesmo sendo excludentes, assim como é percebido com a intolerância religiosa, em que indivíduo ou grupo é marginalizado, as vezes até agredido, por possuirem crenças diferentes. Portanto, esse cenário social de incerteza, principalmente com relação a possibilidade de desemprego, que não recebe a devida atenção do estado, funciona como um chamariz para um. Paralelo a isso, vale ressaltar que o mesmo comportamento acontece nas redes sociais, sendo muito mais abrangente devido a possibilidade do anonimato, onde discursos de ódio em relação ao outro são disseminados sem que o agressor seja identificado, lugar onde racismo e a intolerância ganham força. Conforme previsto no livro "sobre o behaviorismo", de Frederic Skinner, todo comportamento que continua a receber estímulos positivos, isso é, reforçado por algum tipo de recompensa, no caso, a aceitação e reconhecimento de pessoas compartilham dessas ideias, tende a ser reforçado e mantido, fazendo com que esses comportamentos acabem ganhando força, abusando do direito de liberdade de expressão, ferindo-o com atos preconceituosos e discriminatórios. Percebe-se, então, que em um cenário de instabilidade e incerteza tem um grande impacto social, onde a elevação do eu e a necessidade de exprimir a indivualidade são ainda mais acentuados, mesmo ocorrendo em detrimento do outro, facilitado também pela impunidade dos infratores, que continuam livres porque não podem ser identificados. Desse modo, é imprescindível a tomada de medidas por parte do Estado, em conjunto com o Ministério do Trabalho, que promovam a estabilidade social, como maior transparencia governamental e projetos que promovam a empregabilidade, como obras e concursos públicos e, em conjunto com empresas privadas, reduzir os impostos, para que essas empresas possam aumentar seu quadro de funcionários, tornando o cenário estável e acabando com o medo da perda de seu status social. Além disso, o Estado, em conjunto com as empresas provedoras de internet, criar e implantar um número de identificação do internauta que possa ser solicitado por órgãos do Poder Judiciário quando houver esse tipo de infração que identificará e aplicará as devidas medidas punitivas, fazendo com que esse comportamento diminua. Assim, com a identificação dos infratores e a estabilidade desse cenário, será possível dizer que Brás Cubas estava errado, visto que a sociedade marcha rumo ao progresso ao invés da decadência.
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