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21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 1/52 Análise aplicada de contingências Prof.º Lincoln Nunes Poubel Descrição As bases filosóficas que sustentam a proposição behaviorista da Psicologia a partir do modelo de seleção por consequências na determinação dos comportamentos nos níveis filogenético, ontogenético e sociogenético que formam a diversidade e complexidade de relações respondentes e operantes humanas. Propósito Os conhecimentos sobre a formação e regência dos processos comportamentais são fundamentais para os profissionais da educação e para os psicólogos para construírem programas e processos de intervenção em cada uma dessas áreas. Objetivos Módulo 1 O estudo do comportamento humano Reconhecer os postulados filosóficos da ciência do comportamento, os níveis de evolução e seleção comportamental, bem como os processos comportamentais derivados. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 2/52 Módulo 2 O modelo da contingência respondente Analisar os processos de pareamento de estímulo condicionadores das relações emocionais e sensoriais, bem como os processos dessensibilizatórios de tais relações. Módulo 3 O modelo da contingência operante Analisar as relações de consequenciação que modelam os comportamentos manejadores das contingências, bem como seus fatores evocativos. Todos reconhecem a abundância, complexidade e, em alguns casos, estranheza das relações comportamentais individuais e coletivas vigentes e extintas. Na busca de compreendermos as diversas forças e energias ocultas que regem nossas condutas, apresentamos uma compreensão sobre os determinantes das relações humanas adotando o método científico para estudá-las. Fica cada vez mais clara a regência exercida por fatores biológicos com origem nos processos evolutivos pelos quais a espécie passou, bem como os processos evocativos e formativos dos comportamentos que ocorrem nas contínuas experiências durante nosso desenvolvimento. São determinantes genéticos e ambientais cujas observações sistemáticas e controles experimentais laboratoriais e de campo têm permitido o mapeamento das interações e extração das leis comportamentais. São princípios como pareamento de estímulos e condicionamento, generalização, extinção, habituação e dessensibilização que governam comportamentos respondentes, tais quais nossas reações sensoriais e emocionais; e princípios como seleção por consequência de reforço e punição, modelagem, controle discriminativo, condicionamento de regras e governo por operações estabelecedoras. Introdução 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 3/52 1 - O estudo do comportamento humano Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os postulados �losó�cos da ciência do comportamento, os níveis de evolução e seleção comportamental, bem como os processos comportamentais derivados. A ciência do comportamento Como pensarmos numa ciência do comportamento? O behaviorismo não é a ciência do comportamento propriamente dita, mas a reunião de um conjunto de postulados e princípios que sustentam a cientifização da Psicologia. Procurando responder o porquê as pessoas pensam, sentem e agem da maneira como o fazem, diversos autores construíram diferentes concepções. A partir de 1913, John Watson (1878-1958) traz o manifesto behaviorista dizendo que poderíamos e deveríamos progredir nessa construção de ciência, dando a base para o desenvolvimento da ciência do comportamento e usando diferentes métodos que foram evoluindo ao longo do tempo. Desde a sua origem, podemos entender que quanto mais experiências conseguirmos mapear e demonstrar por controles experimentais, tais como pensamentos, sentimentos e sensações ou ações, então, faremos uma ciência acontecer, e uma ciência acreditável porque é sustentada por métodos e fatos verificáveis por qualquer um 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 4/52 que os conduza. John Watson. Atenção! Essa é a proposição behaviorista: sair do campo da especulação filosófica de autores meramente pensadores. Não que ela seja contra a atividade intelectual de refletir sobre os objetos e eventos, derivando possibilidades, pois muitos desses pensadores foram perspicazes e dedicados ao construir suas teorizações, acertando ao apontarem relações que hoje, com os métodos que temos, podemos demonstrar. No entanto, sem esse crivo de verificação que nos permite o método científico, teríamos que acreditar e eventualmente aderir a uma corrente psicológica baseada na qualidade do argumento. Muitas vezes essas correntes se valem não de descrições objetivas de relações verificáveis, mas de recursos literários, elementos metafóricos, simbólicos e até anedóticos que tornam as concepções encantadoras e atraentes, levando-nos a aderir a elas porque fomos persuadidos, não porque aqueles postulados ou princípios foram submetidos à verificação. O behaviorismo diz que é possível fazer ciência do comportamento. Mas como isso se daria? Toda ciência natural trabalha com um conjunto de postulados que precisam ser atendidos para a viabilização da aplicação de seus métodos e o comportamento humano os atende a partir de suas dimensões mensuráveis e da investigação das interações entre organismo e ambiente. Isso nos leva à definição do que é comportamento em uma concepção behaviorista. Agora, veremos com mais detalhes dois tipos de comportamentos: 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 5/52 Não podemos conhecer o pensamento de alguém, a menos que ele seja verbalizado. Comportamentos privados São atividades corporais de glândulas, músculos e órgãos internos (sobretudo cerebrais) que são iniciadas por eventos ambientais externos ou internos (outras atividades fisiológicas) e resultam em sensações, emoções e pensamentos, eles são classificados desta forma, porque apenas o próprio indivíduo que os emite pode observá-los, ninguém mais. Conversando com outra pessoa ao celular (verbalizando) e manipulando uma xícara de café. Comportamentos públicos São as atividades fisiológicas propriamente ditas e as ações motoras e verbais de afetação alheia, uma vez que são observáveis por outros indivíduos além do emitente. Então, nós interagimos privadamente pensando; sensorialmente e emocionalmente sentindo os eventos; interagimos publicamente com operantes motores manipulando coisas e verbalmente influenciando pessoas. Todos os comportamentos, nas diversas formas que cada indivíduo pode adquirir (o que é chamado de variabilidade comportamental), precisam ser explicados com princípios demonstráveis de como chegamos ao conjunto de atitudes, crenças, valores e conceitos com os quais estamos raciocinando. As relações emocionais variadas em diferentes circunstâncias que as eliciam; as ações que impetramos; as maneiras como lidamos com as pessoas e com as coisas; como resolvemos problemas e buscamos o que queremos na vida... Tudo isso precisa ser explicado, só que não de um jeito especulativo e teorizado que nos obrigue a acreditar no autor porque nos agradou a forma como ele falou, mas, sim, porque ele demonstrou aquelas alegações. Isso é o que o behaviorismo reconhece como ciência. Saiba mais 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 6/52 Os comportamentos humanos são passíveis de se tornarem objeto de uma ciência porque são próprios de um organismo biológico (todos nós dessa espécie temos atividades de pensar, sentir e agir) na interação com eventos físicos do mundo. Diferentemente de uma ciência exata que pretende quantificarmatematicamente a ocorrência dos fenômenos (e esse não é o objetivo da psicologia comportamental), o behaviorismo busca extrair princípios verificáveis nos estudos dessas interações. Nesse sentido, todo comportamento tem uma base fisiológica (a neuroatividade mínima necessária para a emissão de um comportamento qualquer) “disparada” por algum evento físico. Como não nascemos com todos os comportamentos que hoje exibimos, toda essa evolução comportamental tem que ser mostrada como acontece, e não apenas especulada. Bases �losó�cas do behaviorismo Princípios do behaviorismo Assim, uma vez que o organismo humano é uma espécie da natureza e que as suas relações com o mundo se dão concretamente na interação com os eventos físicos presentes nesse mesmo mundo, então, a ciência pode ser aplicada. Veremos agora algumas bases filosóficas do behaviorismo. É a primeira base filosófica do behaviorismo, ela é a concepção de que tudo acontece em um único universo espaço-temporal físico da matéria e da energia, podendo ser investigado pelas capacidades sensoriais humanas diretamente ou com o auxílio de instrumentos. Monismo Pragmatismo 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 7/52 É a segunda base filosófica. Segundo essa base, qualquer explicação precisa ser passível de verificação e utilizável para gerar efeitos. Ou seja, deve exibir variáveis cuja manipulação possa produzir comportamentos que nos interessam, sejam eles no campo da educação, para melhores processos de aprendizagem; da psicoterapia, para melhores formas de ajudar as pessoas; ou na gestão de comportamentos corporativos, para maior produtividade e felicidade ocupacional dos funcionários. Assim, uma explicação tem que ser aplicável e útil, de tal forma que, se ela for uma ruminação intelectual vazia de aplicação e de verificação, então, o conceito é vazio, descartável, uma mera invenção. Essa outra base filosófica diz respeito à ideia de que estamos em interação contínua enquanto vivemos, desde que nascemos até a hora da morte. Nessas interações, nos modificamos, reagimos aos eventos, formamos e modificamos comportamentos, afetamos o mundo e somos por ele afetados enquanto fazemos isso, sendo essa a dialética comportamental. Essa base filosófica diz que tudo com o que interagimos é ambiente, estando nele a primazia do Interacionismo Ambientalismo 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 8/52 controle do comportamento. Ambiente não são só eventos externos, mas também atividades que acontecem no nosso corpo (por exemplo, uma bexiga cheia serve de estimulação ambiental para que necessitemos ir ao banheiro). Então, interagimos com o mundo interno dos pensamentos, dos sentimentos, das estimulações e sensações corporais por meio de receptores interoceptivos; e interagimos com o mundo externo pelos receptores sensoriais exteroceptivos. Toda essa interação pode ser mapeada de modo a mostrarmos como ela afeta nosso comportamento ao longo do tempo. É o último aspecto muito importante da base filosófica do behaviorismo, ou seja, o ato de se rejeitar o mentalismo (explicações inventadas que supõem que dentro do nosso corpo há locais, agentes, energias, forças imateriais invisíveis e inacessíveis à observação e à verificação científica para constatação e demonstração). Sabemos que tudo o que existe e ocorre no universo físico da matéria e da energia está representado pelos elementos da tabela periódica, em cada um deles individualmente ou por combinações entre eles. Assim, de que é feita uma mente ou suas supostas partes (consciente, pré-consciente, inconsciente), id, ego, superego, índole, arquétipo, dom, essências? Tais conceitos representam, para o behaviorismo, pseudoexplicações criadas pré-cientificamente de que deve haver algo dentro das pessoas fazendo-as reagir de determinada forma. As interações não só eliciam e evocam comportamentos, como também, havendo a continuidade das experiências, vamos sendo transformados ao longo do tempo. A atividade científica é a prática de mostrar quais transformações ocorrem, de que maneira elas ocorrem e, a partir daí, extrair os princípios explicativos válidos. Por mais que o comportamento humano possa se manifestar de formas estranhas e até mesmo Antimentalismo 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 9/52 q p p ameaçadoras, da surpresa deve surgir a curiosidade e a consequente investigação que o explique, que resolva esse mistério. O problema é que os pensadores do passado, ao longo dos séculos e milênios, vêm construindo concepções sobre o comportamento humano de forma que ele seria provocado por forças internas ocultas ou até mesmo por possessões de forças externas fantasmagóricas. Entretanto, nenhuma dessas explicações pode ser demonstrada de fato. A ciência behaviorista abandona essa construção de agentes mentais internos e ocultos em prol do mapeamento das interações e experiências para tentar extrair disso os princípios da evolução dos comportamentos humanos, ainda que sejam experiências indesejáveis que denunciem quadros psicopatológicos. Nessa busca por explicações interacionistas, abandonar o mentalismo se torna extremamente útil por três motivos: O primeiro Quando uma variável interna dessas é apontada, saímos do pragmatismo científico, já que não se pode encontrá-la para verificar e demonstrar que ela está lá dentro realmente e causando aquele comportamento específico. O segundo Não se pode manipular essa variável para afetar os comportamentos (por exemplo, como é que eu tiro a índole ruim que está perturbando a pessoa para colocar uma outra melhor dentro dela?). O terceiro É redundante, pois a única “prova” apresentada para a existência dos agentes internos são os comportamentos que supostamente eles geram, o que representa um retorno ao objeto i ti d ( t t ) “ ” d l t ib íd ( t li ) d 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 10/52 Uma das evidências utilizadas na tentativa de demonstrar a existência do inconsciente são os sonhos, que nada mais são do que atividades cognitivas (pensamentos) que ocorrem enquanto dormimos. Será que não existem outras explicações (que até então não conhecíamos, mas que a ciência hoje pode mostrar) que substitua essa invenção de que há uma força interna invisível e oculta nos fazendo pensar enquanto dormimos, sendo o sonho a sua manifestação? Exemplo Em vigília, podemos imaginar que estamos na praia e, quando dormimos, podemos sonhar que estamos nela. Ambas são atividades cognitivas (pensar) de mesma natureza e podem ter os mesmos determinantes contingenciais (interações ambiente-organísmicas). O que muda é apenas o estado do indivíduo (sono ou vigília), que o capacita ou não a observar as variáveis que são seus determinantes. Nesse sentido, e ainda seguindo o exemplo dado, o simples fato de estarmos numa condição ambiental de calor de um dia ensolarado elicia as atividades sensoriais que compõem a cognição sobre a praia, que age como reforçador devido ao frescor e à diversão que proporciona. Não há por que conceber uma força interna quando há outras maneiras substitutivas de se explicar esses fenômenos por princípios verificáveis e que vão alterando a nossa compreensão de por que as pessoas pensam, sentem e agem como o fazem. Um projeto cientí�co para a Psicologia Ciência não é superstição Agora vamos tratar do que é comportamento propriamente dito e onde vamos buscar as explicações para ele. Com base nos postulados que governam as ciências naturais, vimos a possibilidade de uma ciência natural para a Psicologia, abandonando o mentalismo pelos motivos anteriormente alegados. Paramos, portanto, de considerar a existência,ou mesmo de ficar concebendo novos agentes internos ocultos, para, então, inaugurarmos um projeto científico na Psicologia de mapear as experiências humanas. Para que isso seja feito, é preciso termos uma compreensão clara de como explicar o comportamento humano. Na análise do comportamento, sob efeito da base filosófica do behaviorismo, explicar comportamentos significa estabelecer relações investigado (comportamento) como “prova” da causa a ele atribuída (mentalismo), quando essa última é que deveria ser diretamente demonstrada. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 11/52 , p p g ç de contingência. Esse termo “contingência” significa efetiva relação entre eventos; interação de fato e não uma mera contiguidade, uma correlação apenas. Uma contingência é diferente de uma contiguidade na medida em que esta última é a falsa impressão de relações entre eventos que, na verdade, não se relacionam. Então, é muito comum as pessoas olharem para o mundo, na tentativa de explicar a ocorrência de alguma coisa e, em decorrência disso, verificarem outros eventos próximos no tempo e espaço, o que faz com que elas estabeleçam uma relação de causa e efeito arbitrária entre eles. Isso foi o que fez a especulação filosófica ao longo do tempo (“acho que isso leva àquilo, porque aconteceu próximo”). Só que essa relação de contiguidade, de proximidade temporal, muitas vezes esconde a variável causal de fato. Por isso que em uma ciência conduzem-se testes, controles experimentais, cria-se um experimento para isolar as variáveis e testá-las para ver se aquilo que estamos dizendo que produz determinado efeito é capaz de produzi-lo mesmo. Assim, em ciência, mais do que afirmarmos e tecermos conclusões, queremos demonstrar as alegações. É preciso, portanto, estabelecermos as relações de contingência, as relações de “se, então”: se esta(s) variável(is), então, aquele(s) efeito(s) de fato. Em outras palavras, se este evento ambiental externo ou interno, na interação com tais propriedades do organismo, estiver presente, então, teremos tal atitude, tal reação ou desenvolvimento comportamental humano; se tais interações organismo-ambiente de certo tipo, então, teremos tais formações comportamentais desta maneira. É preciso fazermos a ciência acontecer, o que consiste em irmos até o limite da demonstração para que possamos ter princípios confiáveis. Nesse sentido, relações de contiguidade são relações supersticiosas. Veja uma situação a seguir: Exemplo Imagine que eu diga para você que uma sandália virada de cabeça para baixo leva a uma mãe morta – uma premissa cultural conhecida. Qual é a relação entre uma sandália virada e uma mãe morrer? A não ser que ela tropece na sandália, caia e venha a falecer em decorrência dessa queda, é uma relação supersticiosa. Toda vez que estabelecemos uma relação entre eventos que não se relacionam, construímos uma superstição. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 12/52 A ciência não pode ser construída com pensamento mágico e conter misticismos e superstições, caso contrário, será uma pseudociência. Então, quando um autor não científico fala do comportamento humano, criando uma concepção própria e estabelecendo relações entre eventos, ele pode criar um mito ou uma superstição, caso não tenha demonstrado tudo isso. Por isso a ciência tem esse rigor. Essa é a diferença entre relações de contingência – mapeamento de interações formativas do comportamento, seus eliciadores e seus efeitos mantenedores, intensificadores ou modificadores; de relações de contiguidade – atribuições causais especuladas e não demonstráveis entre eventos que não se relacionam (falácias), criando uma superstiçã. A seguir, temos mais alguns exemplos que são comuns em nosso dia a dia e que possuem uma relação superticiosa. A dialética da vida A importância do controle e manipulação Outro aspecto que devemos entender em relação ao comportamento humano são suas variáveis de controle. Se falamos que o ser humano interage com o ambiente, isso significa dizer que ele estará em contato com propriedades desse ambiente antes de agir, enquanto age e também após essa ação, gerando, portanto, uma consequência, um efeito nele. Nesse processo de afetar o ambiente e ser afetado por ele, B. F. Skinner (1904-1990) afirmou que: os homens agem sobre o mundo, o modificam e são modificados pelos efeitos que produzem. Essa é a dialética da vida, da transformação de tudo que existe, incluindo de nós mesmos. Manipulamos o ambiente para produzir o que precisamos e somos afetados pelos efeitos, mudando de conduta ou do próprio ambiente para fugir-evitar os estímulos aversivos (frustrantes ou punitivos).Também manipulamos aqueles efeitos que nós mesmos produzimos corrigindo-os, e mantemos ou intensificamos ações para conservar ou produzir novamente aquilo que nos favorece e gratifica (reforçador). 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 13/52 B. F. Skinner. E assim evoluímos comportamentalmente junto com o mundo por nós manipulado (na forma de ciências, tecnologias, artes, esportes, construções, produtos, serviços) ao longo do tempo, transformando a sociedade, nosso habitat, a paisagem e o planeta para o bem ou para o mal. Quando fazemos coisas que se mostram danosas em algum momento, mesmo em longo prazo, agimos para transformar isso também e resolver esses problemas. Esse é o contínuo de evolução humana. O processo de interação de afetar e ser afetado acontece na vida particular em experiências únicas que desenvolvem nossa subjetividade comportamental. Mas isso também acontece na vida coletiva ao interagirmos uns com os outros em grupos, comunidades e povos, produzindo comportamentos compartilhados ou divisões e suborganizações comportamentais sociais, o que chamamos de evolução cultural. A seguir, temos uma representação sobre deste processo. A evolução do comportamento pode ser vista sob três pontos de vista: No nível individual chamado de ontogênese É o campo de estudo da Psicologia da Aprendizagem. No nível social chamado de sociogênese É o campo de estudo da Psicologia Social e da Antropologia Comportamental. No nível biológico chamado de �logênese 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 14/52 É o campo da Psicologia Evolutiva e da Genética Comportamental. Assim, vale ressaltar que todo comportamento que evolui na experiência particular ou nas interações de grupos só o faz a partir de: uma base biológica da espécie que é derivada de sua herança evolutiva e é chamada de filogênese. Com isso, podemos entender a filogênese como o estudo das suscetibilidades ou tendenciosidades neurocomportamentais programadas geneticamente e dos processos evolutivos que resultaram nos genes construtores do nosso corpo. Isso inclui nossos centros cerebrais típicos da espécie e as neuroatividades que eventos do ambiente são capazes de induzir de forma incondicionada, ou seja, sem a necessidade de experiências de aprendizado para se formarem e passarem a ocorrer. Saiba mais Isso também vale para outras espécies de animais que aprendem o que lhes é possível dada sua anatomia e tipo de cérebro formado pelos genes que estruturam seu corpo, no histórico do seu ramo evolucionário. Então, todas as espécies viventes desse planeta têm seus comportamentos regidos por princípios derivados das experiências e interações que estabelecem com seus habitats, porém, o que elas são capazes de aprender e emitir em termos de comportamentos é limitado pelas capacidades morfológicas de sua estrutura corporal e neurológica. Cada espécie infra-humana, nos seus limites anatômicos e neurológicos, vai responder ao mundo com base nas suas atividadesde forma cada vez mais complexa e sofisticada. E mais princípios semelhantes aos que regem o comportamento humano serão encontrados governando os deles também. Não chegam a ser os mesmos comportamentos nem o potencial de desenvolvimento do ser humano, mas os princípios podem ser compartilhados. Como todo ser humano ao se deparar com alguma nova experiência, você também a integrará e transmitirá caso ela lhe seja favorável e gratificante. Contudo, se essa experiência lhe for aversiva, você irá se contrapor, se afastando em um processo de transformação do meio. Então, de geração em geração, a cultura forma os indivíduos e esses a transformam. No nível individual, de experiência em experiência, estabelecemos novas relações emocionais e cognitivas, estabelecendo conceitos e relações de atuação com o mundo e com o que há nele e desenvolvendo habilidades e competências em função dos tipos de oportunidades que pudemos ter dentro da realidade na qual nascemos, crescemos e fizemos parte. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 15/52 Portanto, podemos afirmar que as investigações explicativas dos nossos comportamentos devem incidir nesses três tipos de relações humanas: a filogênese, a ontogênese e a sociogênese. Processos comportamentais O que são processos comportamentais? Antes de qualquer outra coisa, precisamos definir claramente o que é uma variável contextual, ou seja, um estímulo antecedente. Resposta Se entramos em contato com alguma coisa – cenário, circunstância, evento, lugar, objeto, outro(s) ser(es) humano(s) etc. –, essa coisa com a qual entramos em contato é considerada um estímulo, que é um termo técnico para se falar de algo capaz de nos eliciar comportamentos. Em outras palavras, qualquer evento com o qual possamos interagir e termos algum comportamento induzido (neuroativado) é chamado de estímulo, que também pode ser compreendido como a propriedade do ambiente que nos incita comportamentos. Então, é preciso especificar as propriedades dos estímulos, ou seja, o que existe no contexto antecedente para que um comportamento aconteça. E, quando o comportamento acontece, também é necessário entender quais as relações de consequência presentes, isto é, que efeitos afetam esse comportamento de volta. Todos os processos comportamentais de pensar, sentir e agir ocorrem sob efeito de circunstâncias, pois nós não estamos no vácuo. Toda vez que nos comportamos, fazemos isso em algum lugar, ou com alguém, ou sob efeito de estados corporais e tantas outras circunstâncias. Ou seja, são reações sob condições específicas. Nossas próprias emoções podem servir de contexto para fazermos alguma coisa. Quando estamos ansiosos, entediados, frustrados ou tristes podemos, por exemplo, comer. Se em minha história pessoal aprendi a suprimir tais reações corporais desagradáveis, regulando esses sentimentos em ambientes que nossos pais ou outras pessoas tentavam nos agradar nos dando algo para 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 16/52 comer, podemos ter aprendido, mesmo sem perceber, a usar a comida como forma de gerar tal consequência. Colocando o exemplo em termos técnicos: um contexto emocional (estimulação ambiental antecedente interoceptiva aversiva) evoca uma resposta operante motora de comer, que tem como consequência a fuga desse estado interno (reforço negativo). Contextos ambientais capazes de evocar comportamento incluem os filogeneticamente determinados ou aqueles que adquiriram tais propriedades durante nossas experiências ontogenéticas. Somente a história diferente dos indivíduos pode explicar suas diferentes relações com os eventos. E é no mapeamento de contextos históricos semelhantes aos contextos atuais que vamos encontrar a explicação do porquê alguém reage (pensa, sente e age) da maneira como reage em determinada circunstância. O que nos leva ao conceito de variabilidade comportamental adquirida. Pensamos, sentimos e fazemos coisas bem distintas em diferentes contextos. Por isso que, quando vamos fazer uma análise de comportamentos, somos bem específicos em mapear as circunstâncias em que eles ocorrem. Exemplo Imagine que um cliente chegue até você dizendo sentir muita ansiedade. Como ansiedade é um tipo de comportamento, uma atividade corporal respondente, ela é, portanto, eliciada. Então precisaremos, junto com ele, mapear as ocasiões que precederam e precipitaram tal eliciação desde a última vez em que se sentiu assim para especificar as propriedades em tais contextos (onde, com quem, em que atividade). Também precisaremos mapear a emoção e sua magnitude, verificando se ela é compatível com o evento, o que demonstrará se existe regulação e ajustamento, ou se há hipo ou hipersensibilidade. Além disso, será necessário analisar os pensamentos que acompanharam tais experiências para ver se eles revelam uma percepção ajustada ou se são distorções cognitivas, isto é, tendências interpretativas formadas em sua história e generalizadas para a situação atual por algum grau de semelhança. Por fim, é preciso investigar as ações que adotou para lidar com as situações e com a própria emoção de ansiedade e se esse é um comportamento habilidoso, deficitário ou um excesso, identificando também as consequências reforçadoras ou punitivas positivas e negativas imediatas e de longo prazo. Esses são os processos comportamentais. Os processos comportamentais e a variabilidade comportamental adquirida 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 17/52 Neste vídeo, o especialista discorre e ilustra os conceitos de processos comportamentais e a variabilidade comportamental adquirida, e sua utilidade. Falta pouco para atingir seus objetivos 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 18/52 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Quanto aos postulados filosóficos que sustentam a cientifização da Psicologia, aquele que alega a existência de um único universo físico da matéria e da energia, onde tudo ocorre e que pode ser investigado pelas capacidades sensoriais humanas, diretas ou com auxílio de instrumentos é o Parabéns! A alternativa A está correta. O próprio conceito de existência depende de propriedades físicas para ser localizado no tempo e espaço; portanto, acessível para ser encontrado e afirmado. A alternativa B trata do que configura uma estimulação comportamental, enquanto C e D se referem aos processos pelos quais os comportamentos ocorrem, variam e são mantidos por seus efeitos. A alternativa E é a rejeição de construtos para explicar as atividades humanas. A monismo B ambientalismo C interacionismo D selecionismo E antimentalismo Questão 2 Quando buscamos cientificamente os determinantes da variabilidade comportamental humana, há três possibilidades de campos investigativos, estando correta a opção que afirma: A A maturação cronológica; a maturação biológica; o surgimento de aptidões cognitivas superiores. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 19/52 Parabéns! A alternativa C está correta. Somente na genética dos organismos e no seu histórico ambiental individual e coletivo podemos encontrar as origens dos comportamentos humanos. A opção A apela para falácias de que certas capacidades comportamentais emergem espontaneamente ou com o envelhecimento e mudanças orgânicas naturais. A opção B nos apresenta construtos pré-científicos rejeitados pelo comportamentalismo, chamados de mentalismos. A opção D são as estruturações e entendimentos propostos por diferentes autores que estudaram o desenvolvimento humano. A letra E se refereaos processos comportamentais respondentes e operantes propriamente ditos, não apresentando nenhuma possibilidade causal para eles. B O inconsciente; o dinamismo psíquico do id, ego e superego; forças arquetípicas do inconsciente coletivo. C Base biológica da espécie derivada de sua herança genética chamada de filogênese; a evolução do comportamento no nível individual, que é chamado de ontogênese; a evolução de comportamento no nível social, chamado de sociogênese. D As fases do desenvolvimento de Piaget; as fases do desenvolvimento de Vygotsky; as fases do desenvolvimento de Wallon. E As emoções; os pensamentos; as ações. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 20/52 2 - O modelo da contingência respondente Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os processos de pareamento de estímulo condicionadores das relações emocionais e sensoriais, bem como os processos dessensibilizatórios de tais relações. Princípios respondentes e �logênese Estímulos e respostas �logenéticos A filogênese – a história evolutiva da espécie – nos deu uma estrutura corporal com a qual interagimos com todos os elementos do ambiente externo e interno, e também nos dotou de comportamentos reflexos e típicos para favorecer a sobrevivência até que nos desenvolvamos ao longo das experiências. Saiba mais Os princípios respondentes explicam esses comportamentos básicos determinados geneticamente – chamados de comportamentos respondentes. O termo “respondente” é utilizado para se referir às reações reflexas e padrões fixos de ação da espécie. Partindo de uma base inata, também ocorre uma evolução do comportamento respondente na experiência de vida de um indivíduo. Isto é, novas relações respondentes vão sendo formadas. O entendimento da realidade comportamental respondente foi sistematizado por meio dos experimentos do fisiologista Ivan Pavlov (1849-1936). 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 21/52 Inicialmente, Pavlov estava interessado no sistema salivar. Então, ele fazia uma incisão na boca dos cães que estudava para examinar o funcionamento de suas glândulas salivares. Tubos eram instalados para coletar a salivação enquanto estímulos alimentícios eram expostos ao animal. Os alimentos são estímulos filogenéticos porque detêm propriedades nutricionais naturais e os organismos são geneticamente determinados a estarem sensíveis a elas. Entretanto, durante esses experimentos repetitivos, Pavlov percebeu que o animal começava a salivar em condições nas quais não havia alimentos. O cão salivava quando o cientista entrava no laboratório, por exemplo. O experimento pavloviano dos reflexos evidenciou que o princípio-chave para explicar um condicionamento respondente (processo de aprendizagem de novos respondentes) é o pareamento ou emparelhamento. Quando um estímulo eliciador é pareado a um estímulo neutro, as propriedades eliciadoras do primeiro estímulo são transferidas ao segundo. O estímulo neutro torna-se, então, eliciador. Pareamento significa exposição simultânea. Neutro significa que antes do pareamento esse estímulo não eliciava a resposta da relação eliciadora original. Exemplo Em termos de neuroplasticidade, o sistema nervoso é programado para associar (formar neuroconexões) áreas que são ativadas ao mesmo tempo. Então, se você pode ver uma pessoa enquanto a escuta, o som da voz dela é pareado à sua imagem. A partir desse pareamento, escutar a voz dela ao telefone em outro momento eliciaria a sensação visual de vê-la. Em nível neurofisiológico houve uma conexão formada entre centros cerebrais visuais e auditivos correspondentes a essa operação reflexa. Há uma distinção entre estímulos incondicionados e condicionados. Alimentos podem ser classificados como estímulos filogenéticos, primários ou incondicionados, porque o seu efeito estimulante é determinado geneticamente, é inato, não depende de aprendizado para o organismo reagir. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 22/52 Nesses casos, já existe um sistema neurocomportamental programado para reagir de um jeito específico. São os reflexos – respostas automáticas e programadas para certos estímulos. Por exemplo, ao sentirmos o cheiro e ao ver comida, nós humanos também aumentamos a nossa salivação. Os estímulos condicionados, por outro lado, são aprendidos. Eles são chamados condicionados porque dependem de uma condição de aprendizagem para serem estabelecidos – o condicionamento respondente, que veremos mais adiante. Saiba mais Durante a história evolutiva, como sempre houve diversidade genética entre os animais, sobreviviam aqueles que tinham genes que programavam de antemão essas respostas de autopreservação ou adaptação ao ambiente. Por exemplo, diante de um estímulo súbito ou intenso como uma explosão, os seres que tinham o sistema reflexo de sobressalto se protegiam de uma ameaça. Imagina um tigre pular de repente na sua frente ou um barulho surgir na mata. O reflexo de sobressalto funcionou como um sistema de alerta e proteção que favorecia a resposta de correr para uma árvore ou toca ou partir para o combate. Os seres que não tinham esse sistema ficavam vulneráveis e tendiam a morrer diante desses perigos, sendo predados. Desse modo, a história evolutiva garantiu uma série de suscetibilidades neurais. Parte desses reflexos duram por toda a vida. Contudo, outra parte pode ser substituída por comportamentos operantes. Assim, tendências primitivas, mesmo aquelas mais problemáticas, podem ser neutralizadas. Nesse sentido, os seres humanos desenvolvem habilidades de autorregulação, autocontrole, moralidade, entre outras, para compensar ou remediá-las. Exemplo Há uma formação cultural e moral para regular as tendências primitivas de busca por parceiros sexuais e acasalamento. Podemos aprender a nos reger por valores ou regras que tornam prioritária alguma coisa na vida, que faz com que a pessoa se regule para suplantar tendências primitivas com formações comportamentais substitutivas. O que a ontogênese (história do indivíduo) faz, muitas vezes, é modificar comportamentos, formando outros substitutivos às tendências biológicas primitivas quando elas são nocivas para sua vida atual e a vida em sociedade. Vejamos agora um exemplo da modificação dos comportamentos ao longo do tempo. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 23/52 Os comportamentos respondentes Re�exos sensoriais e emocionais Filogeneticamente falando, nós temos tendências comportamentais que são disparadas por estímulos que estiveram presentes na história evolutiva. Grande parte desses padrões inatos de ação servem como pontapé para desenvolver repertórios mais elaborados ou reguladores e serão substituídos. Por exemplo, o bebê humano tem o padrão inato de vocalização (emissão aleatória de sons vocais). Esse mecanismo é a base para e formação da comunicação pela fala (verbalizações). Por outro lado, se o mundo em que vivemos reforçasse certas tendências primitivas, poderia colocar em risco a pessoa e a sociedade. Exemplo Se um ambiente incita, instrui, oferece modelos e reforça comportamentos violentos, as tendências agressivas vão sendo acentuadas para conjugar repertórios mais elaborados de confronto, brutalidade e opressão em resposta a ameaças, contrariedades e frustrações. Ao longo do tempo, esse indivíduo vai se tornando bem problemático para a convivência. Existem dois grandes grupos de respondentes reflexos que interessam aos psicólogos. Os reflexos meramente orgânicos, tais como a salivação ou a contração-dilatação pupilar, interessam mais à Medicina. A Psicologia se aproxima mais do estudo dos reflexos sensoriais e emocionais. Então, vamosabordá-los. Primeiro, como funciona o comportamento sensorial? Aplicando a equação básica dos respondentes, em que um estímulo elicia uma resposta, podemos descrever todas as sensações segundo esse modelo. Por exemplo, estímulos luminosos eliciando respostas sensoriais visuais e estímulos sonoros eliciando respostas sensoriais auditivas. Isso permite a formação de atividades cognitivas de imaginação e lembrança. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 24/52 Se você já esteve em uma praia e estimulado pela necessidade de lazer, pode recordar dessa experiência. Então, há uma ocorrência novamente de respostas condicionadas sensoriais de se lembrar visualmente do mar, sentir o frescor do banho, ouvir crianças brincando, pois esses estímulos agora ativam centros cerebrais visuais que você teve quando vivenciou a circunstância de praia. Portanto, lembrar é ter uma sensação novamente, não mais sob controle da estimulação original, mas de outro estímulo pareado com ela. Outros exemplos de reflexos sensoriais são: sentir um odor e lembrar de alguém que usa esse mesmo perfume; ou ver uma rosa e ficar triste porque lembrou do velório de alguém que convivia e amava. Isto é, o estímulo visual “rosas” agora ativa centros neurais emocionais de tristeza porque está condicionado a partir do pareamento com o velório, que significa a ruptura da relação reforçadora com aquela pessoa. As nossas relações sensoriais e emocionais por pareamento são abundantes e ininterruptas, gerando uma cascata incontável de novas relações respondentes. Portanto, os comportamentos emocionais também funcionam sob princípios respondentes, veremos agora alguns exemplos: Estímulos grati�cantes Eliciam emoções de alegria e satisfação. Estímulos agressivos ou violentos Eliciam emoções de raiva. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 25/52 Estímulos de julgamento social Eliciam culpa e vergonha. Estímulos de perda Eliciam tristeza. Estímulos de ameaças 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 26/52 Leis e princípios do comportamento respondente Quais são as leis respondentes? Os comportamentos respondentes são avaliáveis à luz das leis respondentes, veremos agora com mais detalhes cada uma dessas leis: A centopeia se enrosca ao ser tocada (estímulo antecedente que elicia uma resposta). Lei da eliciação Toda resposta depende de um estímulo antecedente para ser eliciada (no inglês, esse paradigma é abreviado como S-R, isto é, estímulo-resposta). A eliciação significa que a resposta ocorre obrigatoriamente e involuntariamente quando o organismo é exposto ao estímulo. Não são relações deliberativas. Por exemplo, se você está diante de uma cadeira, a luz refletida nela permite a eliciação da sensação visual do objeto. Essa resposta sensorial é dependente de um estímulo antecedente eliciador. Eliciam medo e ansiedade. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 27/52 Lei da intensidade-magnitude Ela descreve que a magnitude da resposta é proporcional à intensidade do estímulo. Quanto mais forte o estímulo for, mais intensa também será a resposta, ou seja, há uma relação diretamente proporcional entre eles. Por exemplo, quanto mais alta a temperatura do ambiente, mais sentimos calor e maior é a sudorese; quanto menor o volume do som da televisão, menor a magnitude da sensação auditiva. Lei do limiar Ela estabelece que um estímulo precisa alcançar uma intensidade mínima para que a resposta seja eliciada. Por exemplo, é preciso um mínimo de temperatura a ser alcançada para começar a sudorese. Abaixo desse limiar o organismo permanece em homeostase. Quanto mais a temperatura cai, mais frio começamos a sentir. Frente a um barulho muito forte, apresentamos uma resposta quase imediata de sobressalto. Lei da latência Latência corresponde ao período ou intervalo entre a exposição ao estímulo e a ocorrência da resposta. Essa lei descreve que quanto maior a intensidade do estímulo, menor o intervalo de eliciação, isto é, mais 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 28/52 rapidamente iniciará a ocorrência da resposta. Na prática, todas essas leis operam de acordo com a natureza do comportamento em questão. Por exemplo, uma temperatura de 50ºC elicia mais rapidamente uma sudorese quando comparada a uma temperatura de 35ºC. Outros dois princípios básicos são a habituação e a sensibilização, que operam quando o organismo é exposto continuamente ao mesmo estímulo, a seguir temos um exemplo de sensibilização: Exemplo A sensibilização ocorre quando uma pessoa desenvolve um medo de elevador porque, quando era criança, alguém simulou uma queda desse meio de transporte ou porque ele parou e ela se sentiu ameaçada ali dentro. Depois disso, passou a não conseguir entrar em elevadores sem sentir uma dose de ansiedade. Não obstante, se ela se expuser entrando em um elevador, a ansiedade será disparada até alcançar um pico de atividade fisiológica, pois as reações corporais emocionais têm limite, como hiperventilação pulmonar e taquicardia. Então, a magnitude dessas respostas necessariamente irá se estabilizar e decrescer após esse pico, retornando ao estado basal ou homeostático. Essa diminuição da magnitude da resposta diante da exposição contínua ou sucessiva a um estímulo é chamada de habituação. Se essa exposição é repetida outras vezes, cada vez mais a reação é menor, ao ponto de, em algum momento, após sucessivas exposições sem o pareamento original, não eliciar mais o reflexo condicionado. Aconteceu então uma extinção respondente ou dessensibilização. Isso embasa processos terapêuticos de superação de relações de ansiedade, tensão ou situações emocionais condicionadas que são nocivas aos indivíduos. Por lógica inversa ao pareamento, o princípio da extinção respondente explica a eliminação de uma relação reflexa condicionada. Como já foi apresentado, o pareamento é a exposição simultânea de um estímulo eliciador com um estímulo neutro, que é transformado, após sucessivos pareamentos, em estímulo eliciador condicionado para essa resposta original. Posteriormente, se esse estímulo condicionado for apresentado sucessivas vezes sem a presença do estímulo eliciador original, a relação condicionada tende a ser rompida, o reflexo é extinto e o estímulo é novamente neutralizado perdendo seu controle eliciador sobre o organismo. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 29/52 Desejo ou atração são também exemplos de respondentes, pois são respostas de excitação corporal diante de estímulos reforçadores ou na carência deles. Imagine que você comeu um alimento que achou muito gostoso. Uma resposta condicionada excitatória de desejá-lo pode ser eliciada se alguém te convida para comer esse alimento ou se você vê um anúncio sobre ele. Essa reação excitatória que antecede o pegar e comer o alimento é um desejo. Esses respondentes excitatórios podem ser filogenéticos (inatos), pois nascemos com certos centros cerebrais programados para eliciar reações sob controle de certas propriedades ou eventos do mundo; ou condicionados, porque vamos aprendendo novos reflexos em experiências reforçadoras, planejadas ou não. Processos de condicionamento respondente Como aprendemos novas respostas? Até aqui, vimos a base comportamental dos respondentes sensoriais e dos reflexos emocionais e como vamos construindo relações com uma série de eventos ao longo do tempo. Agora, vamos aprofundar o processo de condicionamento respondente por meio do qual aprendemos novos respondentes.Atenção! Especificamente o condicionamento respondente explica como passamos a gostar do que gostamos, desenvolvemos medos e aprendemos a sentir raiva em certas circunstâncias. As pessoas vão se diferenciando ao longo da vida por experiências distintas. Essa subjetividade vai sendo formada durante a ontogênese – a história particular que desenvolve comportamentalmente o indivíduo. Essas relações únicas podem ser explicadas por observação cuidadosa, sistemática e por princípios válidos extraídos do estudo científico, fazendo um mapeamento comportamental. Portanto, cada pessoa pode viver seus processos de condicionamento respondente, como também vivenciar outros coletivamente. Então, conceituando condicionamento respondente, podemos dizer que ele é: um processo que ocorre por meio de pareamento ou emparelhamento de estímulos – quando dois eventos ocorrem juntos, um deles passa a eliciar a reação que o outro 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 30/52 q j , p ç q eliciava. Em outras palavras, quando dois estímulos são pareados, a neuroatividade que um controla passará a ocorrer sobre controle do outro também. Assim, a pessoa passa a reagir a um evento de um jeito que não reagia antes depois de uma experiência com alguma coisa que a fez reagir daquele modo naquela situação. Veja a situação a seguir que exemplifica o que estamos falando. Exemplo Um indivíduo dirigia seu carro e não sentia medo. Contudo, depois que capotou dentro do carro e sofreu uma ameaça física com sensações de medo e pavor, agora, só de entrar no carro, passou a ter essas eliciações fóbicas e imaginárias do que viu ou ouviu na hora da capotagem. Isto é, toda a atividade neurológica que aconteceu naquele episódio agora está sob controle da estimulação do veículo. Condicionamento tem a ver com aprendizagem em determinadas condições. Tudo que aprendemos nas experiências podemos chamar de condicionado. No contexto dos respondentes, quantos estímulos podem ser condicionados numa mesma experiência? Muitos, ou melhor, todos que estiverem presentes naquela oportunidade de pareamento. Podemos observar esse princípio operando nos quadros de transtorno do estresse pós-traumático (TEPT). Nesses casos, após um trauma, todas as reações ocorridas naquele contexto podem passar a ser eliciadas numa outra situação se estiver presente algum elemento, privado ou externo, que represente a circunstância original traumática. Assim, toda a rede vivencial mnemônica será ativada, ou seja, a pessoa “revive” ou se lembra nitidamente daquela experiência traumática junto com todo o sistema emocional desconfortável. Esse quadro foi muito estudado no pós-guerra com soldados que voltavam dela mutilados ou dispensados por apresentarem sequelas traumáticas. Quando eles ouviam um barulho de rojão, fogos de artifício ou trovão, tudo isso é estímulo generalizado (semelhante) para disparar o efeito do estímulo original. O barulho de trovões e a luz de relâmpagos lembravam o som e o clarão de explosões da guerra. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 31/52 Mas por que algumas pessoas passam por experiências assim e saem afetadas e outras nem tanto? Porque, na prática, existem vários princípios operando simultaneamente, que se sobrepõem. Por exemplo, os processos cognitivos, como o uso da razão, podem neutralizar o pareamento. O fato é que quando alguém desenvolve algum comportamento, os princípios da aprendizagem são inegáveis em sua determinação. Quando não aprende, significa que naquela circunstância aquele princípio não foi suficiente para determinar uma mudança. As memórias e o condicionamento respondente Outra variável que modula a operação dos pareamentos, por exemplo, é o histórico. Quando temos uma experiência, reagimos a ela segundo os aprendizados realizados até ali. Se, por exemplo, uma pessoa cresce em um ambiente de superproteção por pais catastróficos, que protegem de tudo e a ensinam a se sentir ameaçada, ela estará muito mais vulnerável a um pareamento aversivo ansiogênico quando comparada a alguém que vem treinando a tolerância para passar por frustrações e adversidades, superando seus limites e enfrentando seus problemas. Essa segunda pessoa, então, quando passa por situações intensas, encontra-se mais preparada emocionalmente, dotada de repertórios de enfrentamento e de crenças resolutivas, do que alguém que foi poupado de sentir desconfortos e inibia-se desamparada nessas circunstâncias. Prosseguindo, então, podemos explicar lembranças por meio do condicionamento respondente. Dica Imagine um pai que pareia um objeto com um estímulo verbal. Ele mostra ao filho um copo e fala a palavra “copo”. A partir daí, o pai diz “copo” e a criança tem a sensação visual do copo na ausência desse objeto. Funcionalmente, o estímulo verbal já adquiriu a propriedade de eliciar a neuroatividade referente à sensação visual de quando viu o copo durante o pareamento. Dessa maneira, esses pareamentos sensoriais ocorrem a todo momento, gerando processos mnemônicos variados. O mesmo processo vale para as emoções. Por exemplo, as propagandas utilizam muito o pareamento respondente. Veja a seguir um exemplo: 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 32/52 Algumas propagandas de bebidas utilizavam o pareamento de cerveja com mulheres, praia e diversão. Essa estratégia publicitária tem a expectativa de que, ao ver a cerveja no mercado, a pessoa sinta uma atração ou excitabilidade especial em detrimento de outras marcas que não passaram por esse pareamento. Depois que um estímulo é condicionado, na associação com um primeiro, para produzir uma reação que antes não eliciava, o organismo passa a responder a ele e a outros semelhantes. Existe um espectro de generalização entre estímulos. Estímulos que têm alguma propriedade em comum podem compor uma mesma classe funcional que elicia o mesmo tipo de reação. Para ilustrar a generalização de estímulos considere um exemplo em que gritos podem ser estímulos incondicionados para respostas de susto. Imagine pais gritando e assustando um filho na presença de uma barata. Antes, a criança poderia não reagir a ela, mas, depois desse episódio, passa a sentir medo de barata. Como barata se assemelha a besouros e cigarras, a criança também pode se sentir desconfortável diante desses insetos por generalização, baseada na semelhança física. Isso também pode ser visto no clássico experimento do pequeno Albert, conduzido por John Watson (1878- 1958), fundador do behaviorismo metodológico. Embora efetivo, esse experimento foi considerado antiético e abominado pelos cientistas posteriores, que lamentam a negligência do controle ético da época. Em sua pesquisa, primeiro Watson mostrou um rato branco a um bebê, que brincava tranquilamente com ele. Em um segundo momento, ele apresentou o mesmo rato e fazia um barulho estridente que assustava a criança, levando-a a chorar. Após repetir algumas vezes esse pareamento entre barulho e rato, só de apresentar o animal isso já eliciava crises de choro e medo em Albert. A partir daí, sob operação da generalização de estímulos, observou-se que a criança também exibia essas reações na presença de coelhos e gatos brancos, sem nenhum condicionamento adicional com esses outros animais. Às vezes, não sabemos por que temos medo de coisas com as quais não vivenciamos nenhum episódio aversivo, mas que podem ser estímulos generalizados a partir de outra experiência de condicionamento aversivo. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 33/52 Atenção! Em um plano neurofisiológico, uma vez que formou uma relação entre uma neuroatividade que passa a ocorrer na presença de um evento,somente novas experiências com esses estímulos poderão modificá-la. Se não ocorrem novas experiências modificadoras, a relação original se mantém estável. Desse modo, uma relação pode ter sido condicionada na infância e não mudar com a passagem do tempo. A pessoa pode não se lembrar de suas experiências precoces de condicionamento, mas seus centros neuroativadores da emoção permanecem condicionados sob controle da estimulação. Não lembrar não anula o princípio comportamental. Agora, vamos ver um vídeo que fala sobre o papel da História do sujeito no condicionamento respondente e analisar o experimento de Watson do “pequeno Albert”. As diferenças individuais no condicionamento respondente e o experimento do “pequeno Albert” Neste vídeo, o especialista analisa o experimento do pequeno Albert e reflete sobre as diferenças individuais e o papel da história de vida e memórias no condicionamento respondente. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 34/52 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Uma pessoa pode não lembrar ou não saber descrever quando ou como aprendeu um comportamento, então, é correto afirmar que: A O fato de não lembrar pode suspender os efeitos do condicionamento. B Ainda assim, somente novas experiências com esses estímulos poderão gerar modificações. C Especificamente os respondentes dependem das operações cognitivas. D Se a pessoa não lembrar, o pareamento funcionará somente parcialmente com a passagem do tempo. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 35/52 Parabéns! A alternativa B está correta. A pessoa não lembrar não anula a influência dos princípios sobre os comportamentos dela. Respondentes podem ser condicionados diretamente pela operação do pareamento, sem nenhum tipo de racionalização. Por último, a opção E apela a mentalismos, sendo rejeitável pela ciência. E Todas as experiências podem ser lembradas porque estão guardadas no subconsciente. Questão 2 Sobre as leis que regem os comportamentos respondentes é correto dizer: Parabéns! A alternativa E está correta. Quando um respondente é continuamente eliciado, será potenciado (sensibilização) ou atenuado (habituação). A opção A descreve a lei da latência; a B define a lei do limiar e a C caracteriza a lei da intensidade-magnitude. Já a opção D não existe teoricamente. A A lei do limiar descreve que quanto maior a intensidade do estímulo, menor o intervalo de eliciação. B A lei da intensidade-magnitude estabelece que um estímulo precisa alcançar uma intensidade mínima para que a resposta seja eliciada. C A lei da latência descreve que a magnitude da resposta é proporcional à intensidade do estímulo. D A lei da cognição emocional estabelece que a qualidade dos pensamentos é fundamental para um pareamento consistente. E Habituação e sensibilização operam quando o organismo é exposto continuamente ao mesmo estímulo. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 36/52 3 - O modelo da contingência operante Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar e intervir nas relações de consequenciação que modelam os comportamentos manejadores das contingências, bem como em seus fatores evocativos. Processos operantes Vamos tratar agora dos princípios explicativos dos processos operantes, que são as relações de efeitos no mundo que nossos comportamentos têm. As relações operantes não são iguais às reflexas. Relações operantes são atividades musculoesqueléticas, tanto verbais quanto motoras, capazes de gerar mudança no ambiente como consequência de suas ocorrências. O comportamento operante evolui a partir dos movimentos corporais que a estrutura anatômica de uma espécie lhe permite. No caso humano, por sermos móveis da ponta da cabeça aos pés, com toda a nossa articulação corporal nos é possível uma multiplicidade de movimentos que outras espécies não podem ter. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 37/52 Compare-nos com uma tartaruga, por exemplo, cujos únicos movimentos que lhe são possíveis incluem encapsular-se recolhendo cabeça e patas, além de movê-las unidirecionalmente. Já nós, podemos variar movimentos abundantemente tal qual expresso em todas as modalidades esportivas, musicais e artísticas já desenvolvidas, incluindo a construção de objetos aos quais nos acoplamos para atuar, tais como instrumentos musicais, veículos e máquinas. Dessa forma, o ser humano alcança uma variabilidade de movimentos muito grande que se tornam suas habilidades. Uma competência ou inteligência é ter adquirido muitos movimentos e refiná-los para produzir um efeito específico. Por exemplo, se aprendi muitos movimentos de basquete para poder evitar que me tirem a bola por meio dos dribles, avance com ela, faça chegar aos colegas de equipe pelos passes e arremesse na cesta com suficiente precisão para uma taxa de acertos que exceda significativamente os erros, com isso, exibirei uma variabilidade refinada de movimentos para deslocamento corporal no espaço. Dessa forma, podemos dizer que apresento ou exibo uma inteligência cinestésico-espacial, algo que só pode ser declarado por ser capaz de fazer isso tudo nesse nível de desenvolvimento. Então, podemos dizer que ninguém inicia seu desempenho em altos níveis de excelência. As pessoas evoluem e se tornam gradualmente melhores naquilo com o que se envolvem e para o que se dedicam. Isso significa que vão aprendendo mais movimentos e com mais precisão para produzir os efeitos. Agora, veremos alguns conceitos importantes na ciência do comportamento. A modelagem ocorre quando, a partir de variações dos movimentos e cada uma delas produzindo efeitos diferentes, aqueles movimentos frustrados por não produzirem nenhum efeito favorável ao indivíduo ou punidos por produzirem prejuízos vão cessar, enquanto aquelas variações que produzem os efeitos favoráveis ganharão força e se manterão no repertório, continuando no processo até maior refinamento e 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 38/52 expansão. Ou seja, quando variações de comportamento produzem reforço e punição, uma seleção por consequências estará em curso por esses efeitos. Conforme veremos a seguir, temos dois tipos de modelagem: Modelagem arbitrária Ocorre formalmente em ambientes educacionais programados para ensino ou treino, quando o movimento a ser executado é especificado com instruções e exibições para imitação por alguém, que reforça os acertos ou pune os erros. Isso evita que fiquemos explorando frustrantemente ou arriscadamente algo complexo ou perigoso até descobrirmos como atuar ali. Modelagem natural Ocorre quando aprendemos sozinhos, ou seja, quando exploramos autonomamente algo e as consequências dessa exploração aleatória direta selecionam gradualmente os comportamentos que funcionam para determinados efeitos. Esse é o aprendizado por ensaio e erro. Agora podemos destacar o conceito de seleção por consequência, o principal pilar das explicações comportamentalistas. A seleção por consequência durante a filogênese escolheu os organismos que tinham genes estruturantes de uma anatomofisiologia cuja responsividade ao ambiente garantiu sobrevivência ao fugir-esquivar-repelir predadores, obter alimento, abrigo e parceria sexual para acasalamento e reprodução, transmitindo 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 39/52 , g p p p ç , tais genes. A seleção por consequências do comportamento operante garante a manutenção dos comportamentos que nos produzem reforço – são doistipos de reforçamento: Já as punições cessam a atividade, ou resultam em mudança de comportamento ou de ambiente – também são de dois tipos: Perceba que positivo e negativo na ciência do comportamento é um termo algébrico (adição e subtração) e nada tem a ver com juízo de valor. A extinção é outro processo que ocorre quando há diminuição do comportamento porque ele não é mais reforçado e não produz mais o efeito esperado. Reforço positivo, por adição Para que possamos obter algo de que precisamos quando estamos privados. Reforço negativo, por subtração Para que possamos remover algo que nos é aversivo. Punição positiva, por adição Produção de danos. Punição negativa, por subtração Perda de benefícios. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 40/52 Saiba mais Ao longo da vida, sem que possamos perceber e de forma inconsciente (não que fique de fato armazenado em um local chamado inconsciente), isso vai modelando todo o nosso repertório que hoje exibimos, mesmo nos casos de um quadro patológico. Princípios operantes e controle por estímulos consequentes O que são esquemas de reforçamento? Nossa história de vida é repleta de experiências não programadas (naturais) e programadas (artificiais ou arbitrárias) que modelam nossos comportamentos. Em ambos os casos acontecem esquemas de reforçamento, mas, afinal, o que são esses esquemas? Resposta São diferentes maneiras pelas quais o comportamento humano é reforçado. Aqueles que são reforçados todas as vezes que acontecem são chamados de esquemas de reforçamento contínuo. Por exemplo, tocar na tela do celular ou em um aplicativo e ele abrir; apertar o interruptor de luz e ela acender ou apagar; abrir ou fechar a torneira e a água cair ou cessar. São efeitos imediatos seguidos dos nossos comportamentos. Há muitas relações comportamentais de reforço contínuo em que cada movimento produzirá um efeito. Mas nem sempre é assim. Muitas vezes a gente faz e tem que continuar fazendo se quiser ver o efeito acontecer. Quanto mais nos desenvolvemos em diferentes experiências de reforço intermitente, em que a intermitência vai aumentando, mais tolerantes à frustração e perseverantes nos tornamos, pois aprendemos que é preciso continuar se esforçando para que os efeitos desejados ocorram. Quando temos uma educação que ensina gradualmente a aumentar a intensidade, frequência, duração ou velocidade do comportamento (suas unidades de medida), formamos um indivíduo perseverante, motivado, dedicado, responsável. Se a educação é baseada em reforço contínuo, em que um indivíduo é provido prontamente com pouca ou nenhuma emissão comportamental para produzir o resultado que espera, ele se torna “mimado”, intolerante à frustração, impulsivo, procrastinador. Todos os rótulos que identificam a personalidade são tipos de comportamento humano que se formaram à luz de um histórico de reforçamento contínuo ou intermitente. Esquemas intermitentes podem acontecer de diferentes maneiras dependendo do comportamento. Veja a 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 41/52 seguir os tipos existentes: Esquema intermitente de razão �xa É quando existe reforçamento por quantidade �xa Por exemplo: “só quando terminar cinco páginas de leitura poderá sair para brincar.” Esquema intermitente de razão variável É quando existe reforçamento por quantidade variável Por exemplo: um vendedor que aborda clientes, mas a ocorrência de venda se dá aleatoriamente Esquema intermitente de intervalo �xo É quando ocorre por passagem de tempo �xa Por exemplo: como o salário recebido ao final de cada mês independentemente da quantidade 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 42/52 Então, os esquemas variáveis, tanto de reforço por quantidade (razão) quanto por passagem de tempo (intervalo) são mais interessantes na manutenção dos comportamentos. Se tivermos que programar uma formação, um ensino de comportamentos, a regra é: reforço contínuo no início para modelar em pequenos passos o progresso e desenvolver o comportamento, seguido por aumento da intermitência para tornar perseverante. O uso da punição Por exemplo: como o salário recebido ao final de cada mês, independentemente, da quantidade de trabalho, esforço ou resultado produzido. Esquema intermitente de intervalo variável É quando ocorre por passagem de tempo variável Por exemplo: as provas surpresas, em que não se sabe quando vão acontecer, mantendo o indivíduo estudando. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 43/52 No que se refere à punição, sabemos que ela foi muito estudada na análise do comportamento para mostrar seus efeitos colaterais nocivos e podermos propor métodos alternativos substitutivos. Tanto nas empresas, que são muito coercitivas e ameaçam de descontos ou demissão seus funcionários; como na educação, em que professores ameaçam de reprovação por falta ou desempenho seus estudantes; nas políticas públicas que coagem a população por confisco, trabalho forçado ou prisão; quanto na própria disciplina doméstica, em que os cuidadores ameaçam bater, ou colocar de castigo, ou remover benefícios. Por que a punição é tão utilizada? Resposta Primeiro, pelo seu efeito imediato. Como é muita aversiva, o indivíduo tende a variar rapidamente o comportamento para fugir dela. Segundo, porque o reforço positivo para ser usado na modelagem requer tempo, planejamento das etapas do desenvolvimento comportamental para reforçar aproximações sucessivas e as pessoas ignoram como fazer isso ou lhes dá muito trabalho manejá-lo. Terceiro, porque para o reforço funcionar, o indivíduo precisa estar privado dele, e a punição não requer privação. Por que, então, usar reforçamento? Resposta Porque o indivíduo vai querer o reforço que, eliciando prazer pareado com a atividade, faz com que ele passe a gostar da atividade também, bem como do ambiente que o elogia, troca afeto e premia. E aí podemos discutir que tipo de reforçador devemos usar para não gerar problemas também, já que alguns podem produzir armadilhas de reforço. Armadilhas de reforço ocorrem quando um reforçador é imediatamente bom para o indivíduo por ser prazeroso, lhe favorecer de alguma forma ou evitar um estressor; porém, se continuar a produzi-lo, pode lhe trazer danos colaterais a longo prazo, tornando-se autodestrutivo. Por exemplo, as comidas industrializadas e feitas por gourmets que dão prazer intenso, e que quanto mais comemos, mais tendemos ao colesterol e à pressão arterial altos, à obesidade, a problemas cardíacos e até mesmo ao câncer. Outro exemplo são as drogas, cujo efeito imediato sensorial pode ser prazeroso ou entorpecente de certas dores, mas que, a longo prazo, a dessensibilização para a substância eleva a tolerância e requer aumentar a dose até um ponto de overdose e destruição da fisiologia. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 44/52 A análise do comportamento mostra todos esses efeitos para sabermos o que fazer e planejar bem nosso trabalho. Quais são ótimos para cada fase da vida e como devem ser administrados em termos de continuidade e intermitência para substituir a punição e a armadilha de reforço por reforçadores e esquemas de reforçamento interessantes durante o desenvolvimento. Os efeitos da punição incluem: 1. Eliciação de respondentes emocionais aversivos nocivos aos indivíduos; 2. Condicionamento emocional aversivo de medo, raiva, nojo ao agente punitivo (pais, professores, chefes) e local onde a punição ocorre (casa, escola, empresa); 3. Supressão da cadeia ou classe comportamental relacionada ao punido (parar de brincar quandosó queríamos que guardasse os brinquedos); 4. Respostas de reação ao controle coercitivo chamadas de contracontrole (retaliação, boicote, fugas- esquivas, greves, revoltas), tentando se afastar ou equilibrar o poder punitivo. Controle do comportamento operante e estímulos antecedentes Enquanto os estímulos antecedentes dos respondentes os disparam obrigatoriamente, nos operantes, a seleção por consequências punitivas e reforçadoras que foram modelando e dando forma ao comportamento, quando ocorrem apenas em certos contextos, tornam-no ocasião exclusiva para tal comportamento, convertendo-o provável. Em outras palavras, se um comportamento é reforçado apenas no contexto X, sendo frustrado ou punido em qualquer outro, o contexto ou alguma propriedade dele o evocará. Dessa forma, aprendemos a emiti-lo apenas nessa circunstância X, somente no contato com essa estimulação. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 45/52 Você já deve ter ouvido o relato de muitos pais e mães dizendo não saber o que acontece com o filho que é obediente ao outro genitor, mas não com eles. Será que a criança nasceu geneticamente responsiva dessa forma a certas pessoas do seu mundo?Provavelmente isso acontece porque pai e mãe, quando dão suas instruções, o fazem de maneiras distintas e, quando a criança segue ou não suas instruções, eles a consequenciam de maneiras distintas também (se é que uma dessas partes consequencia, pois isso nem sempre ocorre). Então, o que acontece nesse processo é que, se uma das partes prevê consequências que não aplica, cedendo, inclusive, aos desafios e enfrentamentos da criança, isso não se converte em um contexto para o seguimento de regras dali provenientes. Do mesmo jeito, se alguém dá instruções olhando nos olhos, de maneira firme, inteligível, com previsão de consequências aplicáveis e efetivadas, reforçando ou punindo de forma eficaz a criança caso ela não siga as instruções, então, essa pessoa se converte numa autoridade, ou seja, passa a ser contexto para obediência. Atenção! Esse conceito de contexto que passa a evocar comportamento de um jeito que outro não evoca é o que chamamos de controle por estímulo discriminativo. O ambiente no qual um comportamento quando ocorre é reforçado ou quando não ocorre é punido passa a exercer controle sobre a emissão desse comportamento. Isso não acontece por uma relação de obrigação, como é a eliciação dos reflexos, mas, sim, por uma relação de consequenciação histórica. Claro que, nesse sentido, como não é uma relação obrigatória, se as consequências mudarem, um indivíduo pode não responder mais naquele ambiente. Então, as consequências é que “mandam” na relação comportamental operante. Controle discriminativo sobre o comportamento operante acontece todo o tempo, em diferentes ocasiões. Por exemplo, sob o efeito do contexto “sala de aula”, um professor se veste formalmente, aborda assuntos da disciplina, usa uma linguagem técnica da área, coisas que não faria se estivesse no contexto “praia com amigos”. Sendo um outro contexto, o comportamento formado para ele é outro. Por isso nós temos uma variabilidade comportamental, não só para produzir efeitos, mas para diferentes relações com pessoas e instituições. Essa é a história da variabilidade repertorial contextual: amplos repertórios para cada contexto existencial, formando a abundância das relações comportamentais, que de outra maneira seriam inexplicáveis, mas agora são entendidos à luz desse 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 46/52 q p , g processo de interação e seleção por consequência. Além dos eventos ambientais externos, temos o contexto orgânico dos indivíduos. Para onde quer que formos, nossa organicidade vai conosco e o que acontece no organismo é contexto para muitos dos nossos comportamentos. Operações estabelecedoras são variáveis orgânicas derivadas da estimulação aversiva a remover remover (sensações, emoções, estados fisiológicos) e privações a atender (fome, sede, carência afetivas). Então, quanto maior a privação ou aversão, maior a motivação para obter um efeito reforçador que a atenda ou remova, respectivamente, e de buscar contextos em que possam ser produzidos. Por exemplo, privados de convívio com alguém que amamos, maior é a saudade e a motivação para ligar e visitar a pessoa. O conceito de operações motivadoras na Psicologia Comportamental mostra que quanto mais exposto a uma situação aversiva, maior o valor do reforço que a remove, e quanto maior a privação de alguma coisa, maior o valor do reforço que a atende. Essas operações não só aumentam o valor do reforçamento, mas também eliciam as emoções ligadas à privação e à estimulação aversiva. Além disso, elas movem o indivíduo na direção do contexto discriminativo, do ambiente onde ele possa acessar o reforço, assim como aumentam a capacidade evocativa do contexto, deixando-nos mais sensíveis aos estímulos discriminativos que sinalizam a oportunidade a produzir o reforçamento. Re�exão Por tudo isso, as operações estabelecedoras são um poderoso gradiente de análise de comportamentos. As pessoas às vezes fazem coisas de um jeito estranho e em um contexto impróprio porque estão movidas por um estado corporal orgânico derivado de alguma condição aversiva ou de privação que se encontram. Não obstante a invisibilidade dessas variáveis, o comportamento ocorre para atender a esses estados. Sem o conhecimento dessa variável, não sabemos por que as pessoas querem algo, por que aquilo é importante naquele dado momento, por que estão agindo de determinada maneira naquela situação. Por fim, outra variável antecedente são as regras. Um último estímulo antecedente do comportamento operante é o estímulo discriminativo verbal ou regra, que são as instruções. Muitas vezes as instruções são públicas (uma placa de proibido fumar), mas, se você condicionou a regra de que é proibido fumar em ambientes fechados, ao entrar em um deles, por mais que seja fumante, provavelmente inibirá esse comportamento ou irá buscar um ambiente aberto em que possa fazer isso. Porque, tendo condicionado uma regra para um contexto, seu comportamento estará sob controle dela. 21/09/2022 14:28 Análise aplicada de contingências https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7169286/temas/2/conteudos/1 47/52 Os contextos discriminativos passam a evocar privadamente os condicionamentos verbais, ou seja, os conceitos aprendidos de um indivíduo. O controle por regras é o que explica a formação de conceitos e o controle exercido por eles sobre os nossos comportamentos. Formamos conceitos sobre os eventos e sobre como agir em relação a eles. Assim, lemos, percebemos e interpretamos as situações à luz dessas regras, e elas muitas vezes descrevem normas de conduta que orientam sobre qual ação emitir (“tenho que”, “não posso”). Saiba mais Nesse sentido, podemos estar governados por conceitos falaciosos, que é o que chamamos de distorções cognitivas. Muitas psicopatologias exibem interpretações baseadas em conceitos formados em experiências prévias e que são aplicadas à experiência atual, quando poderiam ter outra leitura. Então, ao entrar em contato com determinado ambiente, os processos privados de pensar, interpretar e raciocinar, que são verbalizações privadas derivadas de conceitos condicionados, podem governar. Na avaliação e escolha de intervenções, precisaremos considerar a indução direta do contexto, das regras para ele condicionadas e dos estados corporais derivados das privações e aversões. A depender da variável que esteja evocando o comportamento operante, haverá uma direção de trabalho ou tratamento diferente e também um olhar sobre as consequências que estão sendo produzidas, ainda que punindo o indivíduo, mas mantendo o comportamento, mesmo numa armadilha de danos a longo prazo. Agora, veremos
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