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Elisa Figueiredo APG S8P1 - Insuficiência renal aguda (IRA) Etiologia - Insuficiência renal é a condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas. A insuficiência renal pode ser aguda (IRA), quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica (IRC), quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível - Insuficiência renal aguda: ocorre quando há alguma lesão nos rins provocando rápida queda nas suas funções - Principais causas: * choque circulatório; * sepse (infecção generalizada); * desidratação; * queimaduras extensas; * excesso de diuréticos; * obstrução renal; * insuficiência cardíaca grave; * glomerulonefrite aguda (inflamação nas unidades filtrantes do rim, chamadas glomérulos) * antiinflamatórios; * antibióticos; * alguns quimioterápicos; * contraste à base de iodo para exames radiológicos - Pré-renal (50 a 60% dos casos)-> hipoperfusão renal -> redução do volume intravascular, r e d u ç ã o d o d é b i t o c a r d í a c o , I C C , hipoalbuminemia (diminui pressão oncótica), sepse - Renal (35 a 40% dos casos) -> afeta vasos (trombose de artér ia renal), glomérulo (glomerulonefrite), túbulos (necrose tubular aguda - isquemia prolongada, nefrotoxinas) e interstício (nefrites intersticiais agudas) - Pós-renal -> causada por obstrução do fluxo -> geralmente baixa -> bexiga ou uretra -> aumento da pressão Fisiopatologia - Pré-renal: redução da perfusão renal * pode ser por depleção do volume intravascular (choque hemorrágico, vômitos incoercíveis) * por diminuição do volume circulante efetivo ou vasodilatação (choque anafilático, sepse) * Por diminuição do débito cardíaco (ICC, choque obstrutivo) * Perda da autorregulação renal Mecanismos de autorregulação: * R e f l e x o m i o g ê n i c o : q u a n d o o c o r r e hipopeperfusao renal, ocorre liberação de substancias como prostaglandina e vasodilata arteíola aferente para facilitar passagem de sangue e pressão osmótico para a filtração * Aumento do SNS-> liberação de catecolaminas na corrente sanguínea para vasoconstrição periférica -> manter a pressão arterial e mandar sangue para órgãos nobres * Liberação de vassopressina -> vasocontrição e reabsorção de sódio (eleva água) Isquemia renal prolongada -> necrose tubular aguda Urina hiperconcetrada (muitos eletrólitos e pouca agua) com baixa fração de sódio Oligúria - Renal ou intrínseca: isquemia prolongada -> necrose tubular aguda * Agressão de toxinas endógenas e exógenas: diminui ATP intracelular e despolarização da células tubular -> descolamento dos canais de sódio -> parada da reabsorção adequada * Desorganizacao do citoesqueleto que mantém a célula e canais organizados * Morte celular -> obstrução dos túbulos * Perda de sódio -> estímulo à mácula densa (inibe SRAA para reduzir filtração glomerular e aumenta adenosina para fechar arteríola aferente -> nao chega sangue) = Feedback túbulo glomerular * Reducão da TFG * Urina diluída com alta fração de excreção de sódio - Pós-renal ou obstrutiva: * Obstrução do fluxo do filtrado glomerular * Aumenta pressão hidrostática das vias urinárias e chega até os túbulos * Nos túbulos -> aumento da pressão da capsula de Bowman-> pressão no filtrado é maior do que a pressão que chega do vaso sanguíneo -> desfavorece filtração * Redução da TFG Elisa Figueiredo Fatores de risco - Doença renal - Doença hepática - Diabetes - HAS - Obesidade - ICC manifestaçÕes clínicas - Paciente pode ser assintomático - Aumento da creatinina - Redução do fluxo urinário - oligúria - Instalação súbita de anúria - Mal-estar inespecífico -> náuseas, vômitos, p ru r ido , sangramento GI , pe r i ca rd i te , plaquetopenia, alteração do nível de consciência e neurológicas - Sobrecarga de volume -> dispneia, edema periférico, sinais de congestão pulmonar, ascite, distensão de veias jugulares - Arritmias e parada -> inibição do SRAA -> diminui excreção de potássio - Sinais de hipocalcemia -> sinal de Chvostek e Trousseau O sinal de Chvostek é uma torção involuntária dos músculos faciais desencadeada por d iscre to toque sobre o nervo fac ia l , anteriormente ao meato auditivo externo O sinal de Trousseau consiste no espasmo carpal, isto é, flexão do pulso e articulações metacarpo fa langeanas , ex tensão das articulações interfalangeanas distais e proximais, e adução do polegar e dedos, em resposta à compressão do braço por meio de esfigmomanômetro insuflado 20 mmHg acima da pressão sistólica Complicações - Hiperpotassemia - Insuficiência cardíaca congestiva Diagnóstico - História clínica - Exame físico - Eletetrólitos sódio e potássio na corrente sanguínea - Concentração de cálcio e fósforo - Medição da fração de excreção de sódio - Creatinina e diurese - Exame de urina: densidade, presença de cristais e cilindros, coloração - US de vias urinárias: presença de obstrução, paciente agudizado - Biópsia para diagnosticas doenças sistêmicas que cursam com IRA Tratamento - Tratar a causa - Corrigir distúrbios eletrolíticos e ácido básico - Evitar sobrecarga hídrica - Na pós renal: cateter vesical, tubo percutâneo de nefrostomia - Renal: imunossupressores - Diálise Intoxicação e IRA - A IRA é a principal complicação nos pacientes que sobrevivem às ações iniciais da peçonha crotálica, sendo considerada a principal causa de óbito nestes acidentes - A IRA após acidente crotálico pode ocorrer poucas horas após a picada, sendo geralmente diagnosticada nas primeiras 24 a 48 horas - As lesões histológicas mais comumente encontradas são a necrose tubular aguda e nefrite intersticial - a patogênese da insuficiência renal aguda (IRA) por peçonha crotálica está relacionada a rabdomiól ise, vasoconstr icção e efe i to nefrotóxico direto -> A crotoxina é provavelmente o principal componente responsável pela lesão renal -> induz lesão muscular sistêmica e seletiva nos músculos ou grupos musculares esqueléticos compostos de fibras oxidativas tipo I e IIa, bastante vascularizadas e ricas em mioglobina
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