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Lesão Renal Aguda 1 🚨 Lesão Renal Aguda Prevalência entre 1-25% e mortalidade de 15-60% Insuficiência é um termo que denota falência global do órgão, não da margem pra lesões em porções específicas. Creatinina já é um marcador tardio de lesão renal aguda, quando ela vem se elevar já ocorreu um perda importante Definição LRA é definida como qualquer alteração listada abaixo: Aumento na Creatinina sérica maior ou igual a 0.3 mg/dl (> ou = 26.5 lmol/l) em 48h; ou Aumento na Creatinina sérica maior ou igual a x1.5 do seu valor basal, que presumivelmente tenha ocorrido nos últimos 7 dias; ou Volume urinário < 0.5 ml/kg/h em 6 horas. Lesão Renal Aguda 2 EPIDEMIOLOGIA América do norte: 22-25% — América do Sul: 29-31% — Europa: 15-32% 1/3 dos pacientes hospitalizados vão fazer lesão renal aguda. Desses quase 1/3 (23%) ira vir a óbito. Daqueles que irão precisar de diálise a mortalidade vai girar em torno de 40-60%. 3. A Linha roxa lembra o paciente diabético (paciente tem uma creatinina normal, mas se apresenta proteinúria é considerado de alto risco) 4. Paciente parte de uma LRA para uma Doença renal crônica terminal. A cada década de vida você aumenta a chance em 1.1x de não se recuperar de uma lesão renal aguda, Sepse (risco de 1,5x), Síndrome do desconforto respiratório agudo (1,79x), Falência hepática (1,62x), Trombocitopenia (1,66) em algum momento do internamento associado a LRA, Ureia que a cada 10 mg/dL acrescenta esse risco maior de permanecer em LRA (1,09x), Cr sérica próximo a 2 e permaneceram com função renal alterada (1,99x). Lesão Renal Aguda 3 Causas: drogas (principal), doenças cardíacas com descompensação aguda (leva a baixo débito cardíaco e piora da função renal), cirurgia cardíaca (entra em ECMO), choques, sepse, microangiopatias trombóticas, toxinas, glomerulopatias (pequena parcela)... As lesões podem ocorrer nos diversos compartimentos renais Pré-renal: antes de ocorrer a perfusão renal (hipovolemia, IC, situações de baixo débito, síndrome hepatorrenal, que leva a tanta vasodilatação esplânica que você consegue diminuir o volume arterial efetivo). Intrínseca (intraparenquimatosa): Lesões relacionadas as artérias: HAS, oclusão arterial por estenose (causas ateroscleróticas mais proximais e displasias mais distais), doenças de pequenos vasos (microangiopatia trombótica, ateroembolismo renal, vasculite de pequenos vasos), doenças glomerulares, tubulointersticiais. Pós-renal: nefrolitíase (obstrução a drenagem de urina no rim), lesão da veia renal (obstrução da dranagem venosas: trombose → quando o paciente tem glomerulopatia membranosa) Lesão Renal Aguda 4 PRÉ-RENAL Causada principalmente por hipovolemia: hemorragias, perdas gastrointestinais, terceiro espaço, queimaduras, sobrecarga de diuréticos (BH negativo), febre (principalmente em crianças). Diminuição de débito cardíaco: arritmias, ICC, IAM, tamponamento pericárdico. Vasodilatação periférica: choque anafilático, bacteremia e anti-hipertensivos. Vasoconstricção renal: anestesia, cirurgias, síndrome hepatorrenal → ativa SRAA devido a deslocamento do volume arterial pra determinada região ou para o terceiro espaço. Drogas: AINES, ECA (agem nas arteríolas, o segundo desarmada a arteríola eferente diminuindo a pressão de filtração glomerular). PARENQUIMATOSA Isquemia renais: LRA pré-renal severa acompanhada de hipotensão, sepse ou estados pós-operatórios. Sepse: associado a componente pré-renal de hipotensão, ação de citocinas e ativação de neutrófilos. Nefrotoxinas (lesão direta as estruturas no néfron): vancomicina, aminoglicosídeos, Tenofovir, manitol, cisplatina, contrastes, hemo e mioglobina. Lesão Renal Aguda 5 Concentração de gradiente intramedular alta pra conseguir reabsorver água → as lesões atingem esse mecanismo. Além disso, a PO2 é menor nessa região, por ser menos vascularizada e isso predispõe a isquemia (epitélio simples). ACOMETIMENTO VASCULAR E TUBULAR Lesão endotelial deflagra mecanismo inflamatório (PGI, endotelinas, NO, aumento das moléculas de adesão → neutrófilos, espécies reativas de oxigênio e ⬇ diminuição da TFG) Essa lesão leva a edema nas células endoteliais com consequente congestão da medula renal, levando a hipóxia. Efeito de vasoconstricção renal pela diminuição da disponibilidade de óxido nítrico, o que impossibilita o mecanismo de adaptação do rim pelo aparelho justaglomerular. Além disso a vasoconstricção é incrementada pelo aumento do cálcio intracelular. Necrose por disfunção da polaridade celular, faz com que essas células caiam no túbulo e o obstruam, impedindo o fluxo do filtrado glomerular naquela seção. PÓS RENAL Rim - Cálculo, edema de papila, carcinoma urotelial. Ureter - Cálculo, edema de papila, carcinoma urotelial, turmor extrínseco, fibrose retroperitoneal, infecção, stent obstrutivo, coágulo, trauma e ectopia (ureteres duplos ou posição errada). Lesão Renal Aguda 6 Bexiga - carcinoma urotelial, coágulo, edema, disfunção da bexiga (trauma raquimedular e DM - bexiga neurogênica retém urina, aumentando a pressão e elevando a pressão nos rins), válvula de uretra posterior. Uretra (homens principalmente): aumento prostático, cálculos, lesões estruturais por obstrução (ex: sonda). Mecanismo: obstrução impede saída da urina, aumenta a pressão que é transmitida aos túbulos renais que consequentemente transmite isso para a cápsula de bowman, alterando a hemodinâmica renal (lesão inflamatória com produção de miofibroblastos - depois de um tempo pode evoluir para DRC pela perde de néfrons). Fluxo sanguíneo aumenta nas primeiras horas como mecanismo para vencer obstrução e aumento da pressão → mas não consegue → isso leva a dilatação do ureter e pelve pra acomodar modificação e urina pressa na pelve (isso justifica a imagem). Isso diminui a pressão mas mantém a filtração baixa, porque o fluxo sanguíneo começa a cair. Lesão Renal Aguda 7 DIAGNÓSTICO Critérios KDIGO → Creatinina e Vol. urinário → USG para descartar causas obstrutivas. Biomarcadores: Ngal, KIM-1, liver type fathy acid and binding protein (dano), cistatina C, pro-encefalina (função) → objetivo: marcadores precoces, a creatinina demora a subir. REVISÃO DE FISIOLOGIA Lesão Renal Aguda 8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Solicitar bioquímica urinária → ex: na LRA vamos ter o sódio baixo pela retenção promovida pela ativação do SRAA devido a hipovolemia. Já na NTA o rim não consegue reter nada pela desepitelização (Na normal ou alto). Na IRA pré-renal acontecerá reabsorção da ureia no túbulo proximal (Você retém todos os componentes necessários para salvar o organismo). Quando ureia e creatinina sobrem juntas você tem um valor menor que 15, o que leva a pensar em uma lesão tubular. TRATAMENTO Tratamento semelhante para todos os estágios: Descontinuar agentes nefrotóxicos, assegurar status volêmico adequado, considerar monitoramento hemodinâmico, dosar Cr e volume urinário, evitar hiperglicemia. Lesão Renal Aguda 9 Se o paciente precisou de diálise evitar cateter de veia subclávia (drenam os braços) → é feita uma fístula entre uma veia e artéria na hora da diálise, se a subclávia é obstruída você não consegue fazer essa fístula. Evitar restrição proteica Não usar diurético pra prevenir lesão renal aguda Lesão Renal Aguda 10 Não usar baixa dose de dopamina para prevenir LRA QUANDO E COMO INICIAR TERAPIA RENAL SUBISTITUTIVA? distúrbios refratários ameaçadores a vida: hipercalemia, acidose metabólica, sangramento relacionado a uremia, encefalopatia urêmica, derrame pericárdico. "Não existe um único conjunto de critérios que justifiquem a indicação de diálise" Avaliar ureia, creatinina, presença de DHE ou DAB, Diurese, status volêmico, hipervolemia Curso clínico da patologia de base
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