Melhoramento genético Bovinos de corte

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Melhoramento Genético 
Bovinos de Corte 
João Gabriel Rossini Almeida
Zootecnista – CRMV/SC 00186
BOVINOCULTURA Introdução 
 Melhoramento animal: inicialmente processado pela seleção
natural, consequência da preferência do macho por
determinada fêmea;
 Continuação: interferência do homem, modo empírico com a
chamada seleção artificial;
 Praticante de cruzamentos consanguíneos fixando características
desejáveis;
 Ponto de partida para a formação de sociedades de raças e criação
de registros genealógicos;
Genótipo e Fenótipo
 Genótipo
 É o potencial genético do animal, a soma de
todos os seus genes;
 Fenótipo
 É a exteriorização do animal;
Constitui a expressão do que se vê ou se mede
em cada característica do indivíduo;
 E influenciado pelo genótipo do animal e pelo
ambiente em que vive;
Ambiente x Produção
 Influências:
Nutrição
 Boas pastagens, fenos e silagens;
 Mineralização adequada do rebanho;
Clima e seus componentes:
 temperatura, umidade, pluviosidade, radiação solar (estresse
térmico, parasitas);
 Sanidade:
 Parasitoses, viroses, doenças;
Herança
 Definida com carga genética do animal, transmitida
dos pais para os filhos por unidades hereditárias
chamadas GENES;
 Ocorrem aos pares;
 50% origem paterna, 50% materna;
 Resulta na diversidade genética: variação entre indivíduos
para uma mesma característica;
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Herdabilidade
 É a transmissão de determinada característica a
descendência, variando a sua proporção
segundo uma escala de 0 a 100%;
 Seleção genética: indicada para características
de herdabilidade média a alta;
 As de menor herdabilidade são passíveis de seleção;
 Levam mais tempo para agregarem ganho genético na
produtividade do rebanho;
Melhoramento Animal 
 O sucesso de qualquer sistema de produção 
de carne bovina depende de três fatores:
 Eficiência reprodutiva;
 Eficiência do ganho de peso;
Qualidade do produto. 
 Como melhorar as características desejadas?
 Cruzamentos;
 Seleção;
Melhoramento Animal Melhoramento Animal 
 Dificuldades encontradas no melhoramento de 
bovinos de corte:
 Pequeno número de filhos;
 Longo período de gestação;
Grande número de animais a ser utilizado;
Custo elevado dos animais;
 Tradição e cultura dos criadores;
 Escrituração zootécnica.
Consanguinidade
 Acasalamento entre indivíduos aparentados entre si;
 Pai com filha, irmão com irmã, avô com neta... etc;
 Maior grau de parentesco dos pais, maior consanguinidade
dos filhos;
 Também chamada de endogamia;
Consanguinidade
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 Desvantagens:
 Os efeitos desfavoráveis da endogamia são
caracterizados pela redução geral da:
 Fertilidade;
 Sobrevivência;
 Vigor dos animais.
 Estes defeitos irão depender da intensidade da
endogamia, característica, raça, sexo e linhagem.
Consanguinidade
Cruzamentos
Consiste no acasalamento de touros e vacas de
raças diferentes;
 Exploram a heterose em características
econômicas;
 Heterose: superioridade dos mestiços obtidos pelo
cruzamento, em relação à média das raças puras;
 Resultante: F1 / mestiço / cruzas;
 Ex: touros europeus sobre vacas zebuínas;
 Animais resistentes, rápido crescimento, ganho de
peso, melhor adaptação as variações de meio;
Cruzamentos
 Objetivos de cruzamento:
 Animais mais produtivos
 Uso de raças melhores em rebanhos inferiores (fêmeas e
machos azebuados);
 Formação de novas raça
 sintéticos ou compostos;
 Complementação entre raças
 Taurinos: transmitem genes responsáveis por maior
precocidade e eficiência econômica;
 Zebus: transferem genes da tolerância às condições
diversas do ambiente;
Cruzamentos
 Consequências desejáveis dos cruzamentos:
 Produção de heterose ou vigor híbrido;
Combinação de méritos genéticos de diferentes
raças em um único indivíduo;
 Possibilidade de incorporação de material
genético desejável de forma rápida;
Cruzamentos
 Sistemas de cruzamento:
Cruzamento simples ou industrial:
 Utiliza touro europeu com vacas azebuadas ou 
comuns;
 Resultante: meio sangue, cruza ou F1 (maior grau de 
heterose);
 Machos para abate, fêmeas para reprodução 
(continuação do programa);
 Raças européias empregadas para carne: Angus, 
Charolês, Limousin, Simental, Hereford;
Cruzamentos
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TERMINAL 
 COM DUAS RAÇAS x
TAURINO CONTINENTAL x MATRIZ ZEBU=
100% dos F1 (machos e fêmeas desse cruzamento)
destinados ao abate
Vantagens:
- 100% de heterose nos produtos
- Elevado potencial de crescimento
- Simplicidade na execução e flexibilidade do sistema
Observações
- Reposição deverá ser comprada no mercado ou incorporado de outros
rebanhos. As fêmeas de reposição não são geradas pelo sistema, pois machos e
fêmeas produtos do cruzamento são comercializados (não há retenção de novilhas
cruzadas para reposição de matrizes).
- Fêmeas de reposição adequadas devem ser compradas. A lucratividade do
sistema é dependente da diferença entre o preço de compra e o de descarte
das fêmeas. Mesmo assim, um cruzamento terminal de 2 raças é ainda
potencialmente mais produtivo do que o de raças puras.
TERMINAL 
 COM DUAS RAÇAS x
- O potencial de crescimento da progênie F1 é aumentado em até 20%,
dependendo do ambiente e do touro da raça terminal usado.
- Assim, quando acasaladas com raças terminais, o mesmo peso total de
vacas Nelore desmamara até 20% a mais de peso total de bezerros
F1, que se fossem filhos de touros de sua mesma raça, diluindo-se os
requerimentos de manutenção do rebanho de vacas Nelore e aumentando-
se a produtividade de todo o sistema.
(Frisch, 2002)
TERMINAL COM 3 RAÇAS
X
X
RED ANGUS MATRIZES NELORE
CANCHIM
TAURINO BRITANICO x MATRIZ
ZEBU = F1 destinada a reprodução
3a RAÇA x MATRIZ F1 = Todos
produtos destinados ao abate
O cruzamento terminal de 3 raças
utiliza a heterose materna da F1,
mas sofre as mesmas limitações
relacionadas à produção de
fêmeas de reposição, como ocorre
no cruzamento terminal de 2 raças.
São indicadas como terceira raça,
as taurinas adaptadas (Caracu) ou
mesmo as raças bimestiças, tais
como; Canchim, Simbrasil, Santa
Gertrudis, Braford e Brangus.
(Franklin)
PRODUTOS
½ CANCHIM+
¼ RED +
¼ NELORE
PRONTOS 
PARA O ABATE
MATRIZES ½ + RED ½ + NELORE
Bandito Seis
Dandy 
 Sistemas de cruzamento:
Cruzamento rotacional:
Utiliza duas a três raças, alternando em cada
geração a raça do pai;
 Exemplo: rodízio de duas raças (européia e zebú);
 Ideal para criadores que desejam usar as fêmeas
produtos do cruzamento para reprodução,
aproveitando o potencial reprodutivo das mesmas;
Cruzamentos
COM 2 RAÇAS (BICROSS)
RED ANGUS NELORE
Vantagens:
• A reposição é produzida dentro do próprio sistema
• Possibilita o aproveitamento da precocidade sexual das fêmeas,
aumentando o desfrute do rebanho.
• Permite execução em rebanhos de menor escala (tamanho de rebanho).
• A partir da segunda geração as matrizes, pelos efeitos da heterose
materna, produzem 15% a mais de Kg de bezerro desmamado/vaca.
COM 3 RAÇAS (TRICROSS)
RED ANGUS
NELORE
CARACU
Vantagens:
• A reposição é produzida dentro do próprio sistema
• Possibilita o aproveitamento da precocidade sexual das fêmeas, aumentando o desfrute do
rebanho.
• A partir da segunda geração as matrizes, pelos efeitos da heterose materna, produzem até
25% a mais de Kg de bezerro desmamado/vaca.
• Na primeira e segunda geração, obtêm-se 100% de heterose. Nas gerações sucessivas este
sistema retém níveis de heterose estabilizados em torno de 87%.
Neste sistema duas raças são
acasaladas e as fêmeas
resultantes (F1) são mantidas
como reposição, estas são
acasaladas com uma terceira
raça não relacionada com as
raças utilizadas anteriormente.
Para que o produto possa
usufruir dos benefícios da
heterose, ele deve ser adaptado
ao meio ambiente. (Frisch, 2002)
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 Sistemas de cruzamento:
Cruzamento contínuo ou absorvente:
 Emprego de touro ou sêmen de raça melhoradora por
várias gerações até atingir animais puro por cruza
(PC);
 Cruzamentocontínuo resulta na formação de gado
puro;
 Puro por cruza na 5° geração;
Cruzamentos Cruzamentos
ASPECTOS PARA TOMADA DE DECISÃO SOBRE O TIPO DE 
CRUZAMENTO A SER ADOTADO (Zadra, 2003)
 O Sul do PR, SC e RS - o grau de sangue ideal para o bovino expressar
seu potencial produtivo com eficácia vai de ½ sangue à 5/8 de europeu em
seu tipo racial (alguns microclimas até ¾);
ASPECTOS PARA TOMADA DE DECISÃO SOBRE O TIPO DE 
CRUZAMENTO A SER ADOTADO (Zadra, 2003)
 Do Norte do Paraná ao Sul do MS - os animais que melhor produzem
apresentam 50% de sangue de raças tropicais (Zebuínos + Taurinos
tropicais);
ASPECTOS PARA TOMADA DE DECISÃO SOBRE O TIPO DE 
CRUZAMENTO A SER ADOTADO (Zadra, 2003)
 Do norte do MS, MT e Norte/Nordeste – Em condições extensivas os
animais cruzados mais eficazes possuem ao menos 62,5%(5/8) à 75% de
sangue de raças tropicais (Zebuínos + Taurinos tropicais).
ASPECTOS PARA TOMADA DE DECISÃO SOBRE O TIPO DE 
CRUZAMENTO A SER ADOTADO (Zadra, 2003)
 Obs.: Caso o produtor faça o superprecoce, confinando 100% dos
produtos após a desmama, aconselha-se 75% de sangue de europeu para
o Centro Oeste e 62,5%(5/8) para o Norte/Nordeste do País, pois sabemos
que esses respondem mais eficazmente à dietas ricas em grãos que
aqueles com menor grau de sangue.
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Seleção
 Os critérios de seleção referem-se às
características com base nas quais os animais
são escolhidos como pais da geração
seguinte.
Meios usados para atingir os objetivos do
melhoramento genético das raças bovinas de
corte.
Seleção
 CARACTERÍSTICAS A SEREM 
SELECIONADAS
 a) Características reprodutivas: perímetro escrotal,
idade ao primeiro parto, intervalo de partos, período
de gestação, tempo de permanência no rebanho e
probabilidade de prenhez aos 14 meses de idade.
Seleção
 CARACTERÍSTICAS A SEREM 
SELECIONADAS
 b) Características de crescimento: pesos ao
nascimento, aos 120 dias de idade, à desmama,
ao ano, ao sobreano e à idade adulta, ganhos de
peso do nascimento à desmama, da desmama
ao sobreano e número de dias para ganhar
determinado peso.
Seleção
 CARACTERÍSTICAS A SEREM 
SELECIONADAS
 c) Características morfológicas: altura no posterior
ao sobreano (frame saze), conformação,
precocidade, musculosidade e tamanho do
umbigo.
Seleção
CARACTERÍSTICAS A SEREM 
SELECIONADAS
d) Características de produtividade: produtividade
acumulada (quilogramas de bezerros
desmamados por ano durante a permanência da
vaca no rebanho).
Seleção
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Principais características
Melhoramento Animal
 Peso ao nascer: consta junto com a identificação
do animal, de sua mãe, data de nascimento, pai
(quando conhecido), raça e sexo, além de
qualquer ocorrência no parto;
 Peso ao nascer serve para identificar touros que
possam provocar distocias ao parto e para cálculo
correto de ganho de peso até o desmame;
Melhoramento Animal
 Peso ao desmame: normalmente ajustado aos 205
dias de idade;
 Animais pesados perto da época de desmame (7 meses);
 Peso ao desmame: evidencia animais promissores no
desempenho e na conversão alimentar;
 Serve para classificar as vacas por habilidade materna;
 Peso ao desmame ideal: 50% do peso médio da vaca para
machos (250Kg) e 45% para as fêmeas (220Kg);
Melhoramento Animal
 Peso ao sobreano: apurado um ano após ao 
desmame, para se ter uma medida real do 
desempenho em exclusivo regime de pasto;
 Normalmente ajustado aos 550 dias de idade;
 Compara-se apenas animais que receberam igual 
tratamento desde o desmame até a data de 
pesagem;
 Identifica aos animais superiores para seleção e 
inferiores para descarte;
Melhoramento Animal
 Habilidade materna: capacidade demonstrada
pela vaca de cuidar seu bezerro, até o desmame;
 Depende da dedicação da mãe à cria e de sua
capacidade leiteira;
 Normalmente considera-se duas crias para confirmar
de fato que a vaca é uma boa mãe devido à
herdabilidade ser média;
 Meta ideal: vaca desmamar um bom terneiro a cada
ano;
Melhoramento Animal
 Circunferência escrotal: tomada na mesma
época da pesagem de sobreano;
 Tira-se a medida do maior perímetro com os dois
testículos juntos;
 Ideal: animais tenham entre 32 a 34 cm ao sobreano;
 Descartados: animais com defeitos tipo hipoplasia,
monorquidismo, degenerações;
 Serve para seleção de animais superiores e
identificar touros melhoradores;
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Melhoramento Animal
 Precocidade sexual:
 Tem herdabilidade média;
 Machos: determinada pela relação obtida entre a
circunferência escrotal e o ganho de peso ao sobreano;
 Fêmeas: pela idade ao primeiro parto ou concepção;
 Identifica as mais precoces quanto à habilidade reprodutiva;
 Ideal de precocidade sexual das fêmeas: atingir a puberdade
aos 12 meses e inicio da reprodução aos 14 meses;
 Possibilita o primeiro parto aos 24 meses de idade;
Melhoramento Animal
 Características de carcaça: alta herdabilidade
e podem ser selecionadas no rebanho
(remuneração);
Maciez da carne: inferior na zebuína do que na
taurina, necessita de seleção genética;
Melhora pelo abate de animais jovens (14-24 meses)
 Ideal carcaças de alto rendimento de carne, bom
peso, boa conformação muscular, adequada
cobertura de gordura, bom marmoreio e cor, brilho;
DEP
Diferença esperada na progênie 
(DEP)
 Características medidas ou avaliadas são
comparáveis com as de outros animais ;
 Obtenção de diferencial de seleção;
 Permite calcular a DEP do animal em questão:
diferença esperada de progênie;
 Levam em conta todas as informações disponíveis
ajustando fatores que possam influir na avaliação
genética;
Diferença esperada na progênie 
(DEP)
 Touro com DEP para peso ao desmame de
12Kg, em média seus filhos serão 12Kg mais
pesados no desmame do que os filhos de um
touro com DEP zero (média);
O uso das DEPs é possível afirmar que ao usar um
touro melhorador o potencial genético dos
bezerros será proporcional à qualidade do
reprodutor;
 Resultado garantido ao dar-se recursos mínimos
para expressão do potencial (água, pasto e
suplementos);
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Emprego das DEPs
João Gabriel Rossini Almeida
Zootecnista CRMV/SC 00186
MSc in Animal Science - Animal Nutrition
DSc in Animal Science - Dairy Science
joao.gabriel@unoesc.edu.br