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PROSA E POESIA Introdução A Ilíada, primeira obra literária do ocidente, é um poema épico, logo foi escrita em versos. A Literatura, como a conhecemos hoje, nasceu como Poesia. Os primeiros textos em prosa só foram surgir por volta do Século I d.C., em obras como Satíricon, de Petrônio, e Dáfnis e Cloé, de Longo, que escreviam de um modo mais próximo da fala das pessoas. Em Latim, prosa significa fala livre, texto em linha reta. E o dialeto popular do Latim que foi utilizado nesses textos chamava-se Romanço, daí a origem do nome “Romance”. Gêneros Textuais Antes de começarmos a falar sobre prosa e poesia, é necessário fazer um rápido preâmbulo sobre Gêneros Textuais. Quando nos comunicamos, seja em meio oral ou escrito, nós produzimos diversos textos que acabam por reunir características de conteúdo, linguagem e estrutura que acabam por se repetir. São essas características, próprias de cada texto, que nos permitem distinguir um gênero textual do outro. Assim, conseguimos reconhecer que um texto que apresenta uma lista de ingredientes e suas quantidades, junto com orientações para a mistura deles, é uma receita culinária. Ou que um texto com informações escolares e profissionais de uma pessoa é um Currículo. Ou ainda, que um texto que orienta uma pessoa sobre como utilizar determinado equipamento é um Manual de Instruções ou um Tutorial. Claro que esses gêneros textuais não são estruturas fixas, pois é comum que eles se ajustem às necessidades comunicativas, aos avanços tecnológicos e às mudanças na sociedade. Assim, o gênero textual “Carta”, que hoje em dia é muito pouco usado, foi se adaptando à tecnologia até originar os e-mails. No campo da oralidade, as conversas telefônicas, por exemplo, se adaptaram à era dos aplicativos para smartphones e hoje estão perdendo espaço para a troca de mensagens de Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 1 http://www.seliganessahistoria.com.br/ áudio. As mesmas conversas telefônicas, ao serem transferidas para o meio escrito, deram origem aos chats. Você pode conferir aqui no “Se Liga” aulas mais aprofundadas sobre os Gêneros Textuais. Essa pequena introdução serve apenas para você entender o nosso assunto principal, que são os gêneros textuais Literários, próprios das esferas artística e cultural e que são utilizados com finalidade estética. Gêneros Textuais Literários As primeiras tentativas de classificação dos gêneros literários foram feitas por Platão e Aristóteles, na Grécia Antiga. Segundo essa concepção clássica, existem três gêneros literários básicos: o Lírico, o Épico, e o Dramático. O detalhe é que todos os três eram escritos em versos, ou seja, eram poesias. Mas, à medida que esses gêneros básicos foram se renovando, novos gêneros textuais foram surgindo. O Gênero Lírico é escrito em versos que representam a manifestação do Eu- Lírico, nome que se dá à voz do poema e não é necessariamente a voz do poeta. São textos subjetivos, geralmente em primeira pessoa e que explora a musicalidade das palavras. Tem esse nome porque os gregos tinham o hábito de recitar as poesias acompanhados de um instrumento musical, às vezes uma flauta, mas geralmente uma lira. Embora também seja escrito em versos, no Gênero Épico o “Eu-Lírico” sai de cena para a entrada de um “Narrador” que conta, em terceira pessoa, uma história que ressalta a figura de um herói, de um povo ou de uma nação. É um poema longo, dividido não em Capítulos, mas em Cantos, porque as epopeias também eram cantadas por pessoas conhecidas como Aedos. Homero, que escreveu a Ilíada, primeira obra literária do ocidente, era um Aedo. Já Luís de Camões não era um aedo, mas escreveu a principal epopeia da Língua Portuguesa: Os Lusíadas. O herói desse poema épico é o povo de Portugal, cuja história de conquistas e grandes feitos é narrada tendo a primeira viagem de Vasco da Gama para as Índias como pano de fundo. Confira só o início da narrativa, Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 2 http://www.seliganessahistoria.com.br/ quando a esquadra portuguesa estava já no meio do caminho e os deuses do Olimpo resolvem confabular e interferir na viagem. OS LUSÍADAS (Canto I, estrofes 19-20) Já no largo Oceano navegavam, As inquietas ondas apartando; Os ventos brandamente respiravam, Das naus as velas côncavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos, onde as proas vão cortando As marítimas águas consagradas, Que do gado de Próteu são cortadas, Quando os Deuses no Olimpo luminoso, Onde o governo está da humana gente, Se ajuntam em consílio glorioso, Sobre as cousas futuras do Oriente. Pisando o cristalino Céu formoso, Vêm pela Via Láctea juntamente, Convocados, da parte de Tonante, Pelo neto gentil do velho Atlante. A primeira edição de “Os Lusíadas” foi lançada em 1572 e, pelos versos que acabamos de ver dá pra perceber que tudo é tratado com grandiosidade para exaltar o herói português. Enquanto o Épico exalta as realizações humanas e os grandes feitos de heróis, o Gênero Dramático coloca o dedo na ferida das mazelas humanas, expondo os conflitos da sociedade e do mundo. Os textos também eram escritos em versos. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 3 http://www.seliganessahistoria.com.br/ É importante citar que o Gênero Dramático se subdividia em duas categorias na Grécia Antiga. A Tragédia buscava despertar o terror e a compaixão no público contando histórias de deuses, semideuses e heróis, que não tinham como evitar o seu destino de sofrimento. Já a comédia, falava de homens comuns, que faziam o público rir com um comportamento comum às plateias, como a avareza do patrão, a esperteza do servo, os conflitos matrimoniais, entre outros. Gêneros Literários Modernos Durante a Idade Média, os textos em prosa se consolidaram com algumas crônicas que misturavam fatos históricos e ficção, com histórias das vidas dos santos católicos que tinham cunho religioso e moral, além das Novelas de Cavalaria que contavam grandes feitos de heróis e cavaleiros junto com histórias de amor. Já a poesia medieval foi representada pelo Trovadorismo, que trazia poemas bem mais simples que os líricos e os épicos. O motivo é que pouquíssimas pessoas na Idade Média sabiam ler e os versos mais simples, em linguagem mais popular, eram mais fáceis de serem transmitidos de forma oral. Daí por diante, foram surgindo novas formas de escrever, originando os Gêneros Literários Modernos. As narrativas foram classificadas de acordo com seu tamanho, tempo, espaço, número de personagens e de conflitos, entre outros quesitos, nascendo assim o Romance, a Crônica, o Conto e a Novela. Mais recentemente surgiram outros gêneros narrativos como as histórias em quadrinhos e os microcontos. Agora dá só uma olhada nesses três poeminhas de Paulo Leminski Esta vida é uma viagem pena eu estar só de passagem. Essa ideia ninguém me tira matéria é mentira. Rosa (que exibida!) que posa assim toda prosa é prova de vida. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 4 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Esses poemas curtinhos, com apenas três versos, são chamados de Haikais. Eles surgiram no Japão, por volta do século XVI, e se difundiram pelo mundo. O Haikai é um gênero poético Moderno, assim como a balada, o vilancete, o rondó, e o Soneto, que nasceu na Itália por volta do século XIII. O Soneto acabou se consolidando como o gênero mais erudito da poesia moderna, devido à sua perfeição métrica e de rimas. Basicamente, um soneto é um poema com 14 versos, divididos em 4 estrofes, sendo duas com quatro versos, os quartetos, e duas com três versos, ou tercetos. Na Língua Portuguesa, Camões foi o seu introdutor. Alma MinhaGentil, que te Partiste (Luís Vaz de Camões) Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida descontente, Repousa lá no Céu eternamente, E viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento Etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente, Que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te Algũa cousa a dor que me ficou Da mágoa, sem remédio, de perder-te, Roga a Deus, que teus anos encurtou, Que tão cedo de cá me leve a ver-te, Quão cedo de meus olhos te levou. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 5 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Também são Gêneros Poéticos Modernos, o RAP, o Cordel e o Repente. Características da Poesia Acho que você não deve ter entendido muito algumas palavras que eu falei agora há pouco, como estrofe, métrica, rima. Bem essas são algumas das características da Poesia. Para não ficar nenhuma dúvida, vamos falar agora desses aspectos. O primeiro deles é que toda Poesia é escrita em versos, agrupados em estrofes. Cada linha do poema é um verso. Cada grupo de versos é uma estrofe. Quanto ao número de versos, as estrofes podem ser classificadas em: - Dístico, com dois versos; - terceto, com três versos; - quarteto ou quadra, com quatro versos; - quintilha, com cinco versos; - sexteto ou sextilha, com seis versos; - sétima ou septilha, com sete versos; - oitava, com oito versos; - nona, com nove versos; - e décima, com dez versos. Se a estrofe tiver mais de dez versos, ela é chamada de “Estrofe Irregular” ou “Estrofe Bárbara”. Se uma ou mais estrofes são repetidas no mesmo poema, elas são chamadas de Refrão ou Estribilho. Um exemplo é o trecho do Hino Nacional Brasileiro que diz: “Ó, Pátria Amada, Idolatrada, Salve, Salve! Outro aspecto da poesia é a Métrica, que classifica os versos conforme o número de sílabas poéticas de cada um. A divisão em sílabas poéticas não é igual a divisão silábica gramatical. As sílabas poéticas são contadas só até a última sílaba tônica do verso. Além disso, sempre que, entre o final de uma sílaba e o início de Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 6 http://www.seliganessahistoria.com.br/ outra, há o encontro de duas ou mais vogais, as duas sílabas são consideradas como uma só. Quanto à sua métrica, os versos são classificados com a mesma nomenclatura da divisão silábica gramatical: Monossílabo, com uma sílaba; dissílabo, com duas; trissílabo, com três, e assim por diante. A diferença está nos versos com cinco e sete sílabas, que também são chamados, respectivamente, de Redondilha Menor e Redondilha Maior, e dos versos com 12 sílabas, chamados de Versos Alexandrinos. Quando um verso tem treze ou mais sílabas, é chamado de Verso Bárbaro. Quando a métrica se repete dentro da mesma estrofe ou no poema inteiro, os versos são chamados de regulares. Se a métrica varia, eles são Versos Livres, bastante popularizados no século XX por poetas modernistas como Manuel Bandeira.. Arte de amar (Manuel Bandeira) Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus — ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não. O Ritmo é outra característica da Poesia e que se dá pela alternância de sílabas acentuadas e não acentuadas dentro do verso. Veja como as sílabas mais fortes ditam o ritmo no poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, neste trecho: Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 7 http://www.seliganessahistoria.com.br/ I-JUCA PIRAMA (Gonçalves Dias) (...) Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci; Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi. (...) A semelhança sonora entre as sílabas do final de cada verso, ou mesmo no meio, é chamada de Rima, outra característica da Poesia. Por exemplo: Alma minha gentil, que te partiste - A Tão cedo desta vida descontente, - B Repousa lá no Céu eternamente, - B Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 8 http://www.seliganessahistoria.com.br/ E viva eu cá na terra sempre triste. - A Dependendo do esquema de rimas, elas podem ser classificadas como: Interpoladas - ABBA Alternadas - ABAB Emparelhadas - AABB Mas isso não se aplica muito à poesia moderna, que prefere a liberdade de expressão em vez do rigor estético. Precisamos agora falar de Figuras de Linguagem. Aqui na plataforma do “Se Liga Nessa História”, você vai encontrar uma aula inteira sobre elas, com cada Figura de Linguagem sendo explicada de modo bem detalhado. Mas existem algumas que são muito características da Poesia, as chamadas Figuras de Linguagem Sonoras, ou de Som. A primeira delas é a Aliteração. Veja o exemplo desse trecho do poema “Violões que Choram”, do poeta Cruz e Souza. Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. Percebeu a repetição da letra V? Viu como essa repetição se torna envolvente para o leitor ou para o ouvinte do poema? É essa repetição de sons de consoantes que se chama Aliteração. Outro exemplo está em Navio Negreiro de Castro Alves, no trecho “Auriverde pendão da minha terra, que a brisa do Brasil beija e balança.” Quando a repetição de sons ocorre com as vogais, a figura de Linguagem se chama Assonância. Como acontece em “Infinitos espíritos dispersos”, com a repetição do som de I, e com a repetição do som de EI, na música de Chico Buarque “Atrás da Porta” Juro que não acreditei Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 9 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Eu te estranhei Me debrucei Sobre teu corpo e duvidei E me arrastei e te arranhei E me agarrei nos teus cabelos Outra Figura de Linguagem Sonora é a Paronomásia, que emprega palavras semelhantes na forma ou no som, mas com sentidos diferentes. Por exemplo, você pode usar as palavras “Iminente e Eminente”, “Fluvial e Pluvial”, “Fragrante e Flagrante”, combinadas em uma mesma estrofe ou verso. Em um dos seus sermões de exéquias, ou seja, de um funeral, o Padre Antonio Vieira disse: “Que a morte apressada seja tributo do entendimento, e a vida larga atributo da ignorância.” E, por fim, temos o Paralelismo, que consiste na repetição de palavras ou estruturas maiores como expressões ou frases, como na canção “Sem Fantasia”, também de Chico Buarque. Vem que eu te quero fraco Vem que eu te quero tolo Vem que eu te quero todo meu Características da Prosa Agora vamos falar das características da Prosa. Como já dissemos antes, nesta aula, o texto em Prosa é escrito de forma ininterrupta, até o final de uma linha e continuando nas linhas seguintes. Na Literatura, o texto em prosa é utilizado nos diálogos das peças de teatro e nas narrativas. E as narrativas têm características que precisam ser observadas. Vamos usar como exemplo esse microconto de terror. “Jéssica colocou um rock alto para fugir da família. Pena que ela não os ouviu gritar enquanto eram retalhados por um louco.” (Yuri Szirovicza) Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 10 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Toda Narrativa é uma sequência de fatos numa relação de causa e efeito. Ou seja, um fato causa um efeito que, por sua vez, causa outro fato e, assim, sucessivamente. No microconto acima, o fato de Jéssica colocar a música alta, teve o efeito de ela não ouvir os pais. Esseefeito provocou o fato de ela não ouvir os gritos dos pais. Dá até pra inferir que a história continua e que a própria Jéssica será a próxima vítima. Outra característica da narrativa em prosa é que os fatos narrados acontecem com um personagem, em um determinado lugar e num certo espaço de tempo. No conto que estamos analisando, a personagem principal é a Jéssica, a história se passa na casa dela e dura algumas horas ou até menos. Agora vamos falar de um dos elementos mais importantes da narrativa: O Narrador, que é quem conta a história. Existem dois tipos de narradores. Quando a história é contada por alguém que não participa dela, ou seja, quando a história é contada em 3ª pessoa, temos o chamado Narrador-Observador. Quando a história é contada por um dos seus personagens, ou seja, em 1ª pessoa, temos o Narrador- Personagem. Vou usar como exemplo, dois romances da Literatura Brasileira com os quais, certamente, você já teve contato: Dom Casmurro, de Machado de Assis, e O Cortiço, de Aluízio Azevedo. Enquanto em “O Cortiço”, as muitas histórias que se cruzam naquela habitação coletiva são contadas por um Narrador-Observador, que não participa da trama. Já em Dom Casmurro, a história é contada pelo protagonista Bentinho, que desenvolve a história conforme suas opiniões e impressões. Bentinho é um Narrador-Personagem. É bom lembrar que essas características da Prosa e da Poesia acabaram se misturando durante o Modernismo e é possível encontrarmos textos que transitam muito bem entre os dois gêneros, como no exemplo de Prosa-Poética a seguir. Por Não Estarem Distraídos (Clarice Lispector) Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 11 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos. Dica de Leitura: Procure ter contato com textos poéticos. Conheça a obra dos principais poetas brasileiros e tente encontrar neles as características que você aprendeu aqui. Muitos têm dificuldade em compreender a linguagem poética, mas isso acontece por falta de contato, por falta de leitura. Exercite também sua compreensão dos textos em prosa. Afinal, a leitura ainda é o melhor instrumento para se adquirir conhecimento. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 12 http://www.seliganessahistoria.com.br/ Referências Bibliográficas CEREJA, William. Literatura Brasileira em diálogo com outras literaturas e outras linguagens. 5.ed. São Paulo: Atual, 2013. NICOLA, José de. Literatura Brasileira das origens aos nossos dias. 5.ed. São Paulo: Scipione, 1992. Todos direitos reservados www.seliganessahistoria.com.br Página 13 http://www.seliganessahistoria.com.br/
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