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Direito empresarial

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2Disciplina: Direito Empresarial Seção 1 – Prof. Esp. Euclydes Guelssi Filho 2018.1
Disciplina: Direito Empresarial
Aula 4
Sujeitos de Direitos: pessoas jurídicas: sociedades
não personificadas e sociedades personificadas
2Disciplina: Direito Empresarial Seção 1 – Prof. Esp. Euclydes Guelssi Filho 2018.1
As sociedades personificadas - arts. 997 a 1.101 do CC/2002 - possuem
personalidade jurídica, que é adquirida com o registro, nos termos do art.
985 e do art. 1.150, ambos do CC/2002.
As sociedades não personificadas - arts. 986 a 996 do CC/2002 -, por sua
vez, não possuem personalidade jurídica, por não possuírem registro.
São espécies de sociedades não personificadas a sociedade em conta de
participação e a sociedade comum, também chamada de irregular ou de
fato.
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Sociedade em Conta de Participação
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida
unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade,
participando os demais dos resultados correspondentes.
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este,
o sócio participante, nos termos do contrato social.
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode
provar-se por todos os meios de direito.
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento
em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não
pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com
este pelas obrigações em que intervier.
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Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da
conta de participação relativa aos negócios sociais.
§ 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios.
§ 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo
saldo constituirá crédito quirografário.
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos
contratos bilaterais do falido.
Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento
expresso dos demais.
Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o
disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na
forma da lei processual.
Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no
mesmo processo.
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A sociedade em conta de participação é, além de despersonalizada também
também chamada de oculta ou secreta, ou seja, o contrato entre os sócios,
que deu início à conjugação de esforços no desenvolvimento de empresa
comum, NÃO PODE SER REGISTRADO NO REGISTRO DAS
EMPRESAS.
Se os credores do sócio ostensivo têm conhecimento da existência da
sociedade em conta de participação, não haverá quebra do seu caráter
secreto, posto que este reside não no desconhecimento que o meio
empresarial tenha da associação, mas, sim na proibição do registro na
Junta Comercial.
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NADA IMPEDE, POR CONSEGUINTE, O REGISTRO do ato constitutivo da
sociedade em conta de participação no REGISTRO DE TÍTULOS E
DOCUMENTOS, para melhor resguardado dos interesses dos contratantes.
Sendo uma sociedade despersonalizada e secreta, não adotará nenhum nome
empresarial.
Os bens empregados no desenvolvimento da empresa compõem um
patrimônio especial.
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Os sócios
Caracteriza-se pela presença de dois tipos de sócios:
SÓCIO PARTICIPANTE (ou OCULTO) e SÓCIO OSTENSIVO.
Ostensivo: Aparente; atuante; entra com trabalho obriga-se perante
terceiros.
Participante/Oculto: desempenha o papel de prestador de capital, com
direito a lucro se tiver. (resguardado o direito de FISCALIZAR)
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A atividade constitutiva do objeto social É EXERCIDA UNICAMENTE PELO
SÓCIO OSTENSIVO, em seu nome individual e SOB SUA PRÓPRIA E
EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE, participando os sócios participantes
(ocultos) dos resultados correspondentes. SÓ O SÓCIO OSTENSIVO É
ATUANTE; só ele aparece e representa a sociedade perante terceiros, ou
seja, o sócio participante não participa das atividades, mas dos lucros.
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Administração da sociedade:
A administração deste tipo de sociedade é exercida pela empresa e/ou
pessoa revestida da condição de sócio ostensivo, ou então as empresas,
pois nada obsta que haja vários sócios ostensivos, como também poderá
haver vários sócios participantes.
É o sócio ou sócios ostensivos – estes em conjunto ou separadamente –
que assumem, como obrigação pessoal, as obrigações da sociedade.
(RESPONDEM ILIMITADAMENTE pelas obrigações contraídas).
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Sociedade Comum, Sociedade irregular ou Sociedade de Fato:
Segundo definição do artigo 981 do Código Civil:
Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade
econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Para a constituição de uma
sociedade basta a pluralidade de pessoas, a atividade a ser exercida e o
animus de estar em sociedade.
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Affectio societatis consiste na intenção dos sócios de constituir uma
sociedade. É a declaração de vontade expressa e manifestada
livremente pelo(s) sócio(s) de desejar(em),estar(em) e permanecer(em)
juntos na sociedade, eis que se a vontade de qualquer deles estiver
viciada não há affectio societatis.
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Ao contrário do que muitos pensam, o registro não é elemento para
constituição da sociedade, mas sim para o nascimento da pessoa jurídica,
nos termos do artigo 45 do Código Civil, que determina que:
“Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-
se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo”.
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As sociedades em comum são aquelas que funcionam no desempenho de
suas atividades negociais, sem contudo terem organização nos moldes
legais, significando o não arquivamento dos atos constitutivos.
A lei tutela essa sociedade em virtude da teoria da aparência. A despeito de,
em virtude da publicidade, todos deverem consultar o registro do
empresário para fins de verificar a sua regularidade, há situação em que a
aparência da organização empresarial é de tal forma convincente que as
pessoas confiam, acreditam que seja regular.
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Em virtude dessa situação de irregularidade e por não haver personalidade
jurídica envolvida, a lei determina que os sócios dessa sociedade
respondem ilimitada e solidariamentepelas dívidas da sociedade, não
havendo qualquer benefício de ordem.
Isso significa que todo e qualquer sócio pode ser acionado para o
pagamento das dívidas contraídas pela sociedade, não necessitando que
seja acionado primeiro quem contratou pela sociedade.
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Entretanto, os artigos 988 e 989 do Código Civil determinam que os bens e
dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são
titulares em comum e que esses bens respondem pelos atos de gestão
praticados por qualquer dos sócios.
Ou seja, eles têm preferência na execução de débitos contraídos pela
sociedade.
A qualquer tempo a sociedade em comum pode se regularizar, bastando
para tanto que haja a inscrição dos seus atos na Junta Comercial.

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