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1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL SGA ASPECTOS GERAIS ....... 4 QUESTÕES FUNDAMENTAIS DO SGA ................................................. 8 A resolução dos custos em função do SGA ......................................... 8 Custos implantação e implementação de um SGA .............................. 9 Elementos chave de um SGA baseado na norma ISO 14001 ........... 10 Implementação e operação ................................................................ 10 Análise crítica pela administração ...................................................... 10 Melhoria contínua ............................................................................... 11 EMPRESA SUSTENTÁVEL E QUESTÃO AMBIENTAL ....................... 11 Planejamento Ambiental .................................................................... 14 Comunicação Ambiental .................................................................... 17 O plano de comunicação ambiental ................................................... 20 As estratégias de comunicação ambiental ......................................... 23 O MERCADO VERDE ........................................................................... 25 Indicadores de sustentabilidade e certificações ................................. 27 O SETOR DE CELULOSE ..................................................................... 29 O mercado internacional .................................................................... 29 O setor no Brasil................................................................................. 30 REFERENCIAS ..................................................................................... 32 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO Atualmente é praticamente obrigatória a utilização de alguma estratégia que reduza os impactos ambientais decorrentes dos processos produtivos dentro das empresas. A sociedade consumidora também está mais consciente, optando por consumir produtos de empresas que tenham uma preocupação com os aspectos ambientais, principalmente com relação à possibilidade de que os produtos lançados no mercado possam ser reaproveitados após o consumo, isto é, que possam ser reciclados e reaproveitados como matérias-primas para novos produtos. No cenário atual as empresas que desejarem sobreviver em um mercado globalizado e cada vez mais complexo, exigente e competitivo, devem preocupar-se com questões fundamentais, o respeito às leis trabalhistas e a preservação do meio ambiente. Quando se trata de processos produtivos, a implantação de Sistemas de Gestão Ambiental (SGAs) permite que as empresas possam obter resultados importantes, como, por exemplo, maior facilidade de acesso a recursos para novos investimentos, melhoria do controle de custos, redução do número de auditorias dos clientes, diminuição dos custos de seguros, dentre outros. A gestão ambiental tem como objetivo adotar práticas que conservem e preservem a biodiversidade, a reciclagem de matérias-primas e a redução dos impactos ambientais sobre os recursos naturais. Ela ainda tem como foco a análise da implantação desses sistemas dentro das empresas e como tais sistemas podem diminuir os custos durante a produção, sejam eles diretos ou indiretos, e se algum fator natural poderá ser reaproveitado em algum processo. 4 O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL SGA ASPECTOS GERAIS Devido à preocupação e à necessidade de as empresas adotem estratégias que possam contribuir para minimizar os impactos decorrentes de seus processos produtivos sobre o meio ambiente, falar em Sistema de Gestão Ambiental – SGA, se tornou rotina. O SGA é um instrumento organizacional que possibilita às instituições fazer a locação de recursos, definição e responsabilidades; bem como também a avaliação contínua de práticas, procedimentos e processos, buscando a melhoria permanente do seu desempenho ambiental. A gestão ambiental integra o sistema de gestão global de uma organização, incluindo, entre outros, a estrutura organizacional, as atividades de planejamento, a definição de responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para implementar e manter uma política ambiental condizente com a realidade atual. Os componentes básicos de um SGA são: . Reconhecer que a gestão ambiental se encontra entre as mais altas prioridades da organização. . Estabelecer e manter comunicação com as partes interessadas, internas e externas. . Determinar os requisitos legais aplicáveis e os aspectos ambientais associados às atividades, produtos ou serviços da organização. . Desenvolver o comprometimento da administração e dos empregados no sentido da proteção ao meio ambiente, com uma clara definição de responsabilidades e responsáveis. . Estimular o planejamento ambiental ao longo do ciclo de vida do produto ou do processo. . Estabelecer um processo que permita atingir os níveis de desempenho visados. . Prover recursos apropriados e suficientes, incluindo o treinamento para atingir, os níveis de desempenho visados, de forma contínua. 5 . Avaliar o desempenho ambiental com relação à política, objetivos e metas ambientais da organização, buscando aprimoramentos, onde apropriado. . Estabelecer um processo de gestão para auditar e analisar criticamente o sistema de gerenciamento ambiental e para identificar oportunidades de melhoria do sistema e do desempenho ambiental resultante. . Estimular prestadores de serviços e fornecedores a estabelecer um sistema de gerenciamento ambiental. Quanto aos benefícios proporcionados pelo SGA às empresas, são vários e todos de grande importância, não apenas para a empresa, mas principalmente para clientes e para a sociedade de uma forma geral. Dentre eles o autor destaca os seguintes: . Garantir aos clientes o comprometimento com uma gestão ambiental; . Manter boas e relações com o público e com a comunidade; . Satisfazer os critérios dos investidores e melhorar o acesso ao capital; . Obter seguro a um custo razoável; . Fortalecer a imagem e a competitividade no mercado; . Aprimorar controle de custos; . Demonstrar atuação cuidadosa; . Conservar matérias-primas e energia; . Facilitar a obtenção de licenças e autorizações; através da certeza do cumprimento da legislação competente . Estimular o desenvolvimento e compartilhar soluções ambientais; . Melhorar as relações entre indústria e o governo; . Diminuir os riscos de poluição ambiental. São váriosos benefícios propiciados pela implantação de um Sistema de Gestão Ambiental para a empresa, principalmente porque facilita uma melhor relação entre essa e seus clientes, governo e a comunidade onde está inserida. Isso é algo relevante nos dias de hoje, já que a sociedade tende a valorizar cada vez mais, 6 as empresas que se preocupam com as questões ambientais em seus processos produtivos. No início da década de 1990 que as organizações responsáveis pela padronização e normalização, principalmente as localizadas nos países industrializados, começaram a atender as demandas da sociedade e as exigências do mercado, no sentido de sistematizar procedimentos pelas empresas que refletissem suas preocupações com a qualidade ambiental e com a conservação dos recursos naturais. Esses procedimentos se concretizaram a partir da criação e desenvolvimento dos Sistemas de Gestão Ambiental, cuja finalidade foi de orientar as empresas a adequarem-se a determinadas normas de aceitação e reconhecimento legal. Estes sistemas, posteriormente, vieram a configurar-se como importantes componentes nas estratégias empresariais. Na Europa, foi onde surgiu os primeiros passos no sentido de criação dos sistemas voltados para a gestão ambiental. No Reino Unido, através do British Standard Institution, foi criado em 1992, a BS 7750 – que constituiu um conjunto de normas compondo um sistema de gestão ambiental aplicável às empresas daquele país. Criou-se, também em 1994, uma legislação própria para os países membros, que estabelecia normas para a concepção e implantação de um sistema de gestão ambiental, como parte de um sistema de gerenciamento ecológico e plano de auditoria conhecido como EMAS – Eco Management and Audit Sheme. Devido à ampla aceitação internacional da norma Série 9000 (Sistema de gestão da Qualidade) e em função do início da proliferação de normas ambientais em todo o mundo, a International Organization for Standardization - ISO iniciou levantamentos visando avaliar a necessidade de normas internacionais aplicáveis à gestão ambiental, culminando com a criação da norma Série ISO 14001. Assim como a BS 7.750 e a EMAS, a Série ISO 14001 é também uma norma de uso voluntário, orientadora da criação e implantação de um sistema de gestão ambiental em nível empresarial, sendo a única norma internacional de amplo aceite e aplicação voltada para sistemas de gestão ambiental. A ISO é uma organização não- governamental que tem sua sede em Genebra, na Suíça, responsável pelo desenvolvimento de normas e padrões internacionais. É constituída pela federação 7 mundial de organismos nacionais de normalização e possui um único membro de cada país. A Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, é a representante oficial do Brasil. As normas da Série ISO 14000 foram desenvolvidas pelo Comitê Técnico 207 da International Organization for Standardization – ISO -TC 2074 e constitui um grupo de normas que fornece ferramentas e estabelece um padrão de Sistema de Gestão Ambiental e abrange seis áreas bem definidas: Sistemas de Gestão Ambiental (Série ISO 14001 e 14004), Auditorias Ambientais (ISO 14010, 14011, 14012 e 14015), Rotulagem Ambiental (Série ISO 14020, 14021, 14021 e 14025), Avaliação de Desempenho Ambiental (Série ISO 14031 e 14032), Avaliação do Ciclo de Vida de Produto (Série ISSO 14040, 14041, 14042 e 14043) e Termos e Definições (Série ISO 14050). No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) oficializou as NBR5 ISO 14001; 14004; 14010; 14011 e 14040. Destas, a NBR Série ISO 14001/1996, trata dos requisitos para implementação do Sistema de Gestão Ambiental e sua aplicação pode ser implementada em qualquer tipo e tamanho de empresa. A Norma NBR Série ISO 14001 especifica as principais exigências para a implantação e adoção de um sistema de gestão ambiental, orientando a empresa na elaboração da política ambiental e no estabelecimento de estratégias, objetivos e metas, levando em consideração os impactos ambientais significativos e a legislação ambiental em vigor no país. As normas que compõem a Série ISO 14000 são dirigidas para a organização e para o produto. As normas dirigidas para o produto dizem respeito à determinação dos impactos ambientais de produtos e serviços sobre o seu ciclo de vida, rotulagem e declarações ambientais. Por sua vez, as normas dirigidas para a organização proporcionam um abrangente guia para o estabelecimento, manutenção e avaliação de um sistema de gestão ambiental. Muitas empresas que elaboravam uma política ambiental e tinham objetivos e metas ambientais a serem perseguidas utilizavam se das análises ou auditorias ambientais com o objetivo de avaliar seu desempenho ambiental, isto é, se os objetivos e metas estavam sendo alcançados. Contudo, essa prática não foi suficiente para garantir que o desempenho ambiental atendesse adequadamente os objetivos e metas ambientais, fundamentados na política ambiental e no consequente 8 atendimento aos requisitos legais com os quais a organização estivesse comprometida. Abaixo, segue um esquema contendo a estrutura, processo, implantação e benefícios do SGA: QUESTÕES FUNDAMENTAIS DO SGA Empresas comprometidas com a conquista da melhoria contínua do seu desempenho ambiental, proporcionada pelo SGA, se norteiam no planejamento estratégico a organização. Essas empresas buscam continuamente soluções para três questões fundamentais, são eles: onde estão; onde querem chegar; como chegar. A resolução dos custos em função do SGA A excelência ambiental vem sendo considerada necessária para o sucesso da empresa, que quando alcançada no momento adequado e bem explorada permite que seja possível converter oportunidades de novos ganhos e crescimento para a organização. Lucros maiores podem decorrer da eliminação de certos custos, novos produtos e serviços e aumento no preço de venda de um produto ou serviço, além da 9 oportunidade da maximização do lucro, em função das seguintes oportunidades para a empresa: . Redução dos custos de gerenciamento de resíduos; . Economia de custos pelo uso racional de insumos e matérias-primas; . Economia de custos com seguro; . Mudanças nos custos associados à qualidade; . Mudanças nos custos de serviços públicos; . Mudanças no trabalho operacional e de manutenção; . Mudança nos custos de suprimentos para operações e manutenção; . Mudanças nas receitas de produtos; . Aumento de receitas de produtos derivados. Ainda que o resultado de pesquisa junto a empresas que adotam sistemas de gestão ambiental em seus processos produtivos, revelou que essas empresas não adotam tais sistema apenas em função da exigência da legislação, mas principalmente porque essa medida propicia a melhoria da qualidade dos produtos, o aumento da competitividade das exportações; o atendimento do consumidor que se preocupa com as questões ambientais; atender às reivindicações da comunidade e às organizações não governamental ambientalistas; estar em conformidade com a prática social da empresa e melhorar a imagem perante à sociedade. Custos implantação e implementação de um SGA Os principais custos são: o tempo utilizado pelos colaboradores da empresa na formatação e implantação do sistema; o tempo utilizado em treinamento e a assistência de uma empresa de consultoria, quando aplicável; custo financeiro das mudanças necessárias ao processo produtivo como adoção de novas tecnologias ou tratamento de resíduos sólidos ou efluentes. 10 Elementos chave de um SGA baseado na norma ISO 14001 Os elementos chave são Implementação e Operação, análise crítica pela administração e melhoria contínua. Implementação e operação Trata-se de:implementação e organização dos processos para controlar e melhorar as atividades operacionais que são críticas do ponto de vista ambiental; verificação e Ação Corretiva (Inclui monitoramento), medição e registro das características e atividades que podem ter um impacto significativo no ambiente. Análise crítica pela administração Análise crítica do SGA pela administração para assegurar a contínua adequação e efetividade do sistema. 11 Melhoria contínua Componente chave do sistema de gestão ambiental, pois através dele a norma ISO 14001 estimula a melhoria do desempenho. EMPRESA SUSTENTÁVEL E QUESTÃO AMBIENTAL A questão ambiental está cada vez mais ganhando espaço na sociedade e nas organizações, devido à globalização dos negócios, à conscientização dos consumidores e à disseminação da Educação Ambiental (EA), fazendo com que as empresas incorporem a variável ambiental em seus cenários de tomada de decisão e de posicionamento frente aos recursos naturais, tornando-se verdadeiras empresas sustentáveis. Empresa sustentável é aquela que está engajada com os conceitos e objetivos referentes à questão ambiental em suas políticas e práticas de modo consistente. Na implementação desses conceitos e objetivos deve-se adotar um planejamento estratégico ambiental que priorize as necessidades da empresa e de seus stakeholders, à medida que garantem a preservação dos recursos naturais. As expectativas desses stakeholders (grupo de interesse composto por clientes, colaboradores, acionistas, fornecedores e sociedade em geral) estão mudando as oportunidades de negócios, fazendo com que as empresas, cada vez mais, invistam em rigor no cumprimento da legislação, novas tecnologias e no bem-estar social, visando à mitigação de impactos e a substituição de produtos ou serviços. Hoje o consumidor é quem define regras, padrões e qualidade fazendo com que as empresas se adaptem às mudanças, melhorem seu processo produtivo e implementem a qualidade ambiental. Por isso, há uma ampla necessidade de se divulgar que a empresa atende, rigorosamente, à legislação vigente, contando, assim, com o apoio da população para o enfrentamento da problemática ambiental, pois a participação da sociedade vem aumentando em decorrência de um maior acesso às informações e, em virtude de uma maior divulgação dessas informações 12 Elementos estratégicos específicos ambientais por parte das empresas. O atual cenário organizacional tem sua dinâmica determinada por vários fatores, tais como, novos hábitos e atitudes do consumidor, o questionamento do papel das organizações na sociedade e, novos valores e dimensões sociais. A questão ambiental, torna- se, enfim, um importante instrumento de gerenciamento e comunicação organizacional, agregando competitividade e um melhor desempenho, pois o desempenho organizacional inferem, por isso é composto por estratégias ambientais e ecológicas que serão adotadas pela organização em relação ao meio ambiente, conforme mostrado na figura a seguir. A sociedade, cada vez mais, exige das empresas uma atitude de maior responsabilidade e transparência. Sendo a responsabilidade ambiental o ponto de partida para se alcançar a sustentabilidade empresarial, ou seja, orientar a gestão para obter resultados positivos e alinhados com a política estabelecida. Assim, as empresas necessitam definir sua política ambiental e as diretrizes sustentáveis para com o meio ambiente, tais medidas necessitam de clareza e objetividade, além de comprometimento organizacional, para nortear as atividades e finalidades da gestão ambiental. Isto pode ser obtido com a implantação de um sistema de gestão ambiental, que envolve planejamento, responsabilidades e padronização de procedimentos, visando implementar e manter sua política ambiental estabelecida. Complementando o sistema de gestão ambiental é o conjunto de responsabilidades organizacionais, procedimentos, processo e meios que se adotam para a implantação de uma política ambiental em uma determinada empresa ou unidade produtiva. Um SGA é a sistematização da gestão ambiental por uma organização determinada. É o método empregado para levar uma organização a atingir e manter-se em funcionamento de acordo com as normas estabelecidas e dirigido a alcançar os objetivos definidos na política ambiental da organização. Estratégia singular de cada organização Elementos estratégico s genéricos 13 A implantação e operacionalização de um SGA visam uma abordagem preventiva aos impactos ambientais, aliando responsabilidade socioambiental e estímulo ao uso de tecnologias que não agridam o meio ambiente. Uma vez que, a sociedade começou a compartilhar problemas comuns, como a poluição e a deterioração dos recursos naturais, tais modificações trouxeram às empresas desafios como a globalização das soluções ambientais e o domínio de novas tecnologias. O SGA deve ter como um de seus objetivos o aprimoramento contínuo das atividades da organização, em harmonia com o meio ambiente. Para tanto, ao cotidiano das empresas, segundo esclarece Almeida, é necessário que sejam inseridos instrumentos que possibilitem pôr em prática os conceitos de sustentabilidade, como forma de promover um comportamento empresarial sustentável. Do ponto de vista empresarial, a gestão ambiental é a expressão utilizada para se denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível, problemas para o meio ambiente. Em outros termos, é a gestão cujo objetivo é conseguir que os efeitos ambientais não ultrapassem a capacidade de carga do meio onde se encontra a organização, ou seja, obter-se um desenvolvimento sustentável. A partir de estratégias a serem empregadas, ao modelo de negócios de cada organização, agregando credibilidade e transparência. Estes conceitos inferem que “os novos tempos se caracterizam por uma rígida postura dos clientes, voltada à expectativa de interagir com organizações que sejam éticas, com boa imagem institucional no mercado, e que atuem de forma ecologicamente responsável. Pois, a responsabilidade empresarial está relacionada com a ética e a melhoria da qualidade de vida, sendo o comprometimento das organizações com a proteção ao meio ambiente e o bem- estar social. As questões ambientais alinhadas com as estratégias empresariais compõem os conceitos e práticas da responsabilidade empresarial que fazem parte das medidas para se alcançar o desenvolvimento sustentável. A meta do desenvolvimento sustentável engloba três dimensões sendo elas: econômica, social e ambiental, requerendo das empresas a capacidade de operar tais 14 dimensões em conjunto, tanto na sua gestão como no planejamento a longo prazo, indicando, assim, um caminho sustentável de sobrevivência. Portanto, o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança do uso dos recursos naturais, dos investimentos institucionais e das estratégias organizacionais, satisfazendo as necessidades presentes sem prejuízo às gerações futuras. Planejamento Ambiental Nas empresas, o planejamento ambiental surgiu devido ao aumento das exigências da sociedade em relação à preservação dos recursos naturais, decorrentes de uma maior conscientização ambiental. Pois, as preocupações com o meio ambiente não param de crescer e redesenham-se constantemente, seja porque a proteção ao meio ambiente hoje é vista mais como oportunidade do que como ameaça, seja pela crescente exigência do mercado consumidor, seja permanência ou saída das empresas frente à concorrência. A globalização das atividades, a concorrência e os consumidores fazem com que as empresas se adaptem às mudanças, melhorando os seus processos e atividades e, implementando a qualidade ambiental. Assim, planejar é tomar decisões antecipadas em busca de uma posição competitiva favorável, emtermos de lucratividade e sustentabilidade. A estratégia competitiva é a identificação e a busca de uma posição competitiva favorável em um segmento, local onde se trava a concorrência. A estratégia competitiva objetiva estabelecer uma posição sólida, em termos de lucratividade, e simultaneamente sustentável contra os fatores que determinam a concorrência no segmento. Essa adaptação a mudanças só pode ser alcançada na prática, se compor o planejamento estratégico da organização, para tanto, o planejamento ambiental necessita percorrer todos os níveis da empresa, para o alcance dos objetivos propostos e, para informar adequadamente aos colaboradores sobre a atuação da empresa em relação à proteção ambiental. O planejamento: é um método de ordenamento do processo decisório dentro das organizações, preparando-se para o futuro, facilitando a convergência de objetivos. É, portanto, 15 a exposição ampla e abrangente de objetivos, metas e ações que serão engendradas para que a organização saia de um patamar e chegue a outro. O planejamento em nível estratégico envolve as decisões da alta administração, as quais se refletem em todos os níveis da organização, a curto, médio e longo prazos, a fim de comprometer pessoas e recursos para que as decisões sejam executadas de forma correta e em conformidade com o que foi previamente estabelecido, nesse o planejamento estratégico em uma organização pode ser entendido como o conjunto de decisões programadas previamente, relativas ao que deve ser feito na organização a longo prazo. Para tanto, é necessária a elaboração de um plano de ação empresarial e um cronograma de atividades a serem executadas. Já o nível tático integra o estratégico e o operacional, fazendo uma ligação entre as decisões tomadas e entre o que está sendo executado no nível operacional. A figura a seguir contempla o planejamento ambiental em relação aos três níveis citados. Sendo que, uma estratégia empresarial requer em sua implementação estrutura, sistemas e recursos humanos, formando dessa forma, um conjunto integrado. Cabe ao gestor ambiental investigar os aspectos ambientais significativos e propor soluções pertinentes, tornando a organização capaz de enfrentar mudanças provenientes das exigências do mercado consumidor e da legislação ambiental vigente e, agir com maior eficiência em relação às atividades potencialmente causadoras de degradação aos recursos naturais. Corrigindo o Planejamento Ambiental Operaciona l Tático Estratégico 16 rumo do desenvolvimento atual, ou seja, a redefinição dos objetivos do desenvolvimento econômico e social em harmonia com os recursos naturais. Pois, do ponto de vista empresarial, considerando a questão ambiental, é necessário transformar restrições e ameaças em oportunidades de negócios, como infere o mesmo autor. Nesse contexto, a nova visão de mercado demanda por um modelo ambiental preventivo em detrimento ao modelo ambiental corretivo. O método preventivo remete a uma política ambiental proativa, na qual a análise dos aspectos ambientais visa eliminação dos impactos na origem, ou seja, busca as causas. O método corretivo remete a política ambiental reativa, ou seja, solucionar problemas, já existentes, provenientes das atividades desenvolvidas pela empresa. Por isso, a gestão ambiental necessita ocorrer como um processo contínuo e permanente como mostrado na figura a seguir, por se tratar de um importante instrumento gerencial que remete à competitividade, ao desempenho e à forma de comunicar as ações ambientais realizadas. A análise dos aspectos ambientais tem o propósito de minimizar riscos ambientais e encaminhar soluções pertinentes à preocupação com os recursos naturais e, a preocupação com o meio ambiente torna-se, enfim, um valor da empresa, explicitado publicamente como um dos objetivos principais a ser perseguido pelas organizações. A partir dessa perspectiva, as organizações necessitam aperfeiçoar a qualidade ambiental para a mitigação de impactos significativos e para a veiculação de uma mensagem ambiental ética e positiva em relação a sua imagem institucional junto ao mercado consumidor. A gestão ambiental engloba os recursos naturais e o bem-estar social, com o intuito de preservar e manter o equilíbrio entre as atividades, os processos e os objetivos da organização para uma melhor qualidade de vida e do meio ambiente. Já a política ambiental traduz o compromisso com a melhoria contínua Análise dos Aspectos Ambientais Gestão Ambiental Política Ambiental 17 na atuação ambiental, materializando-se na implantação de um SGA e na consequente comunicação ambiental das ações realizadas. A política ambiental deve refletir o compromisso da alta administração de atender à normalização legal e obter a melhoria contínua, tendo como base os objetivos e metas da empresa. Comunicação Ambiental A comunicação é a interação entre emissor e receptor, com o intuito de obter uma resposta com o menor ruído possível, como ilustra a figura a seguir. Para tanto, deve-se levar em consideração o tipo de mensagem e a linguagem mais adequada, além de definir a informação a ser disponibilizada e o veículo de comunicação apropriado. Pois, se tratando de comunicação ambiental, seu objetivo não é apenas informar, mas motivar, conscientizar e persuadir. A mensagem é um dos elementos mais importantes no processo de comunicação, pois é a partir dela que a sociedade recebe a imagem que a organização pretende projetar ao mercado. Projetar uma boa imagem da organização é dar elementos ao mercado para que tenha conhecimento, opinião e avaliação positiva da empresa e, portanto, dos produtos e serviços oferecidos pela mesma. 18 A comunicação ambiental, atualmente, desempenha um papel significativo na constituição e na difusão de informações das ações praticadas pelas empresas à sociedade. Atuando como elemento de formação de opiniões, interferindo e reorientando as relações entre sociedade, empresas e natureza, com grande influência dos meios de comunicação que a humanidade, hoje, toma contato com os problemas ambientais e procura rediscutir os seus modelos de desenvolvimento e sua atuação no meio ambiente. Uma vez que, o agravamento dos problemas ambientais está no foco da opinião pública, devido aos impactos negativos gerados, como a degradação e o esgotamento dos recursos naturais, a comunicação ambiental surge para forjar uma sociedade sustentável, apoiada na qualidade da informação ambiental veiculada pelas empresas. Inserindo parâmetros éticos que envolvem qualidade de vida e melhoria do meio ambiente, torna-se capaz de influenciar as escolhas da sociedade. A ética ambiental é, portanto, a preocupação e o cuidado com o meio ambiente, necessitando permear todo o processo de comunicação evidenciando que a política ambiental adotada e as atividades implementadas estão de acordo com o realizado e o difundido. Nesse sentido, as empresas necessitam reconfigurar sua face social e ambiental, buscando a sobrevivência sustentável, para tanto, o modelo de negócios necessita percorrer toda a hierarquia da empresa, para que a política ambiental adotada produza resultados e atinja todos os interessados, como demonstra a figura a seguir. A conscientização ambiental dos dirigentes de uma empresa pode provocar alterações em suas prioridades estratégicas e algumas mudanças de abordagem que poderão modificar as atitudes e o comportamento de todos os funcionários. Desafios Envolvim ento dos colaboradores e sociedade Bem- estar social Sustentabilidade e Gestão Ambiental Lucrativ idade 19 O mercado exige das empresas uma atuação transparente, em relação ao meio ambiente, que se traduz em atividades e processos que representem o mínimo impactoambiental possível. Por isso, a difusão dos conceitos de desenvolvimento sustentável aliada à preocupação ecológica da sociedade fez com que as empresas tivessem uma nova visão em relação à gestão dos recursos naturais, gestão essa entendida como medida de proteção ambiental e da qualidade de vida das populações. Assim, a comunicação ambiental necessita estar diretamente apoiada em preceitos de sustentabilidade, evidenciando uma atitude empresarial proativa e transparente, pois, os valores e demandas da sociedade em geral estão mudando rapidamente, assim como mudarão as oportunidades para as atividades empresariais. O ambiente das empresas tem passado por mudanças de ordem socioambiental, tais como preocupações com o meio ambiente, qualidade dos produtos e serviços, satisfação dos consumidores, sendo assim, as empresas, gradualmente, passaram a incluir na gestão de seus negócios a dimensão ecológica, incorporando a questão ambiental. Há necessidade de uma atuação que evidencie mudanças rumo a uma cultura de gestão empresarial, que implica na definição e incorporação de uma política de atuação ambiental na empresa, fortemente integrada com a política global de gestão empresarial. Desta forma, o marketing ecológico ou ambiental surgiu nas empresas como uma preocupação mercadológica de atender às especificações da legislação ambiental e às expectativas do mercado consumidor, como cidadão consciente e atuante nas questões que envolvem a preservação do meio ambiente. O marketing ambiental é uma mudança de paradigmas na arte de negociar, pois necessita aliar responsabilidade e compromisso com oportunidades de crescimento e fidelização de clientes. Nesse sentido, complementa-se que se o marketing busca atender às necessidades dos clientes e construir um relacionamento lucrativo com eles, o marketing ecológico pode ser definido como a construção e manutenção de relacionamentos sustentáveis com os clientes, o meio ambiente social e natural. Já que o desafio contemporâneo das empresas é conjugar melhoria contínua, de seus produtos e serviços, satisfação dos clientes e redução de 20 custos o marketing ambiental promove o estabelecimento de políticas e estratégias de comunicação visando a diferenciação da empresa em relação a seus concorrentes, de forma a incrementar sua participação no mercado e agregar vantagem competitiva. Em virtude disso, a comunicação ambiental é utilizada como uma ferramenta que dá visibilidade às ações realizadas pela empresa em prol da proteção aos recursos naturais, junto a colaboradores e mercado consumidor. Seu objetivo é informar sobre o que foi e está sendo realizado em relação ao meio ambiente, e transmitir uma imagem positiva e transparente no que diz respeito aos valores ambientais já incorporados, ou seja, entre o que está sendo comunicado e as ações desempenhadas. A comunicação ambiental é uma ferramenta estratégica de sustentabilidade, focando o desenvolvimento sustentável a partir da preservação ambiental e de uma atuação empresarial responsável, aliando questão econômica e conscientização da degradação ambiental para tornar o desenvolvimento econômico sustentável. Em suma, a comunicação ambiental possibilita reforçar uma imagem positiva e transparente da empresa perante seus colaboradores e mercado consumidor, agregando valor a bens e serviços, conjugando a melhoria da qualidade ambiental com a economia de custos e, atuando de forma a comunicar e conscientizar de maneira eficaz e contínua. A variável comunicação deve ser capaz de projetar e sustentar a imagem da empresa, destacando seu diferencial ecológico junto à sociedade. O plano de comunicação ambiental O plano de comunicação ambiental na maioria das vezes constitui uma intervenção para o aprimoramento do SGA já implantado, e justifica-se à medida que, a comunicação dos aspectos ambientais visa transmitir uma imagem positiva à reputação corporativa da empresa, de credibilidade e transparência, projetando e sustentando essa imagem como um diferencial junto às partes 21 interessadas, no âmbito interno (colaboradores, e no âmbito externo) e no mercado consumidor. Para uma efetiva aplicação prática das sugestões abordadas, o plano de comunicação ambiental necessita englobar três principais escopos corporativos, descritos do quadro abaixo: Escopos Descrição 1) Identidade corporativa histórico da empresa, seus objetivos, princípios, política ambiental, SGA, ou seja, os atributos ecológicos implementados pela empresa e que necessitavam de visibilidade 2) Imagem atual como a empresa é percebida ambientalmente por seus colaboradores e pelo mercado consumidor, ou seja, como essas variáveis avaliam a responsabilidade e o envolvimento da empresa com a causa ambiental 3) Imagem ideal estabelecida no planejamento estratégico ambiental, que imagem a empresa quer transmitir e a partir de que ações de comunicação ambiental. Estes escopos são sugeridos em virtude da constante necessidade de aperfeiçoamento das práticas, métodos e informações a serem disponibilizadas ao público-alvo, interno e externo, o qual contempla colaboradores e mercado consumidor. Pois, o diferencial é considerar o contexto atual e projetar um contexto ideal, ampliando as possibilidades de tomada de decisão em relação às práticas de gestão e comunicação ambiental, integrando teoria e prática. Outro aspecto relevante foi a definição dos objetivos ambientais da empresa, os quais englobaram a preservação dos recursos naturais e a responsabilidade ecológica, visando o equilíbrio e a racionalização no uso dos recursos naturais, de forma a minimizar danos ao meio ambiente. Para a comunicação desses objetivos foram sugeridos os meios e as mensagens mais adequados para a divulgação, valendo-se de instrumentos como, campanha publicitária, composta por propaganda e publicidade e, relações públicas, através dos seguintes meios de comunicação: televisão, rádio, revista e jornal. E comunicação digital, com destaque para a internet. Sugere-se que a empresa estabeleça também um cronograma de atuação e abrangência, a avaliação dos custos das ações a serem implementadas. 22 Dentre os resultados, apresenta-se o mix de comunicação proposto, o qual está detalhado no quadro a seguir, sendo concebido como um canal de transmissão de mensagens dos anúncios publicitários com conteúdo ecológico. Pois, em tempos de economia e mercados globalizados se faz necessária uma maior inovação por parte das empresas, mediante campanhas publicitárias atuais e atraentes. Modalidade de Comunicação Principal Característica Meio usual de comunicação Propaganda Criação de imagem /posicionamento Televisão, rádio, revista, jornal Publicidade Criação de imagem /posicionamento Televisão, rádio, revista, jornal Relações Públicas Imagem na sociedade (opinião pública) Televisão, rádio, revista, jornal Comunicação digital Flexibilidade, rapidez e baixo custo Internet A partir dos resultados visualizados no quadro acima, observou-se a necessidade de se elaborar uma campanha publicitária voltada para a comunicação dos aspectos ambientais da empresa, como forma de melhor difundir as práticas existentes a partir da implantação do SGA na concessionária. A campanha publicitária idealizada para a empresa abrange um conjunto de mensagens (informações) com o intuito de sensibilizar o mercado consumidor, gerando uma expectativa de compra, ou seja, comunicar e informar sobre as ações ambientais realizadas, construindo uma imagem positiva junto a esse público-alvo externo. Bem como conscientizar e capacitar seus colaboradores, pois conforme esclareceu o gestor do SGA, o público-alvo interno (colaboradores), recebem treinamento e capacitação periódica, como forma de aperfeiçoar as práticas e políticas já implantadas. A propaganda ea publicidade, propostas compreendem as atividades de informar e influenciar colaboradores e mercado consumidor, a partir de mensagens orais ou visuais, provocando a venda de um produto, o uso de um serviço ou a incorporação de uma ideia. Pois, a campanha publicitária é a principal conexão entre a venda e o consumo. 23 A abordagem publicitária remete à divulgação dos principais propósitos da empresa, descritos no quadro acima. Com o intuito de gerar resultados significativos, decorrentes de boas ações publicitárias, como o aumento da demanda por bens e serviços, a fidelização de clientes e a personalização do negócio e da marca. As estratégias de comunicação ambiental A estratégia de comunicação ambiental mais adequada para uma empresa seria a de veicular junto às partes interessadas (colaboradores e mercado consumidor) as ações ambientais implementadas, para manter a credibilidade em relação à correta atuação ambiental da empresa e disseminar a noção de que a mesma agrega valor ambiental às suas atividades. As estratégias de comunicação ambiental são efetivas quando alguns instrumentos gerenciais são direcionados corretamente. Esses instrumentos se compatibilizam com os escopos corporativos, já estabelecidos no plano de comunicação (identidade corporativa, imagem atual e imagem ideal), ou seja, os valores e a política de atuação da empresa. E também com os objetivos ambientais definidos (preservação dos recursos naturais e responsabilidade ecológica). Comunicação Ambiental Pro paganda Publicid ade 24 Instrumentos Objetivos Norma ISO 14001 Dispor orientações para implementar e manter sistemas de gestão, programas e atividades, facilitando a comunicação dos resultados Global Reporting Iniciative (GRI) Garantir a transparência da comunicação ambiental às partes interessadas A Norma ISO 14001, é um instrumento gerencial já consolidado na empresa e que estabeleceu os requisitos para a implantação do SGA. Permitindo à concessionária controlar seus impactos significativos ao meio ambiente e melhorar continuamente suas operações e negócios, a partir da padronização de processos e atividades, do estímulo à prevenção da poluição e da rigorosa observância à legislação ambiental. Em virtude de melhor gerenciar o uso e a disposição dos recursos, esta norma é um eficiente meio para controlar custos, reduzir riscos e melhorar o desempenho organizacional, além de disponibilizar informações corretas e atualizadas sobre as práticas sustentáveis realizadas pela empresa. Em relação à utilização da Norma ISO 14001 como estratégia de comunicação ambiental, esta justifica-se por ser um instrumento já implantado na empresa e aplicado de forma correta e adequada, podendo tornar-se, a partir da comunicação pretendida, um modelo para outras empresas, obtendo credibilidade junto às partes interessadas (colaboradores e mercado consumidor e, opinião pública). O Global Reporting Iniciative (GRI) se trata de outro instrumento, por ser um conjunto de indicadores e recomendações para padronizar a divulgação de informações sobre o desempenho econômico, social e ambiental da empresa, com a vantagem de ter adesão voluntária, gratuita e de livre acesso. Permitindo às partes interessadas (colaboradores e mercado consumidor) a possibilidade de avaliar e comparar o desempenho ambiental da empresa ao longo do tempo, segundo normas de transparência, prestação de contas e desenvolvimento sustentável. A elaboração deste relatório de sustentabilidade é um eficiente meio para divulgar as ações sustentáveis realizadas pela empresa, pois reflete o real valor que seu modelo de negócios agrega à sociedade, criando uma comunicação transparente e confiável em relação às suas práticas organizacionais. O relatório 25 pode conter indicadores-chave do desempenho da empresa, as suas melhorias operacionais, o adequado cumprimento de leis e normas, melhorando a reputação corporativa da empresa perante as partes interessadas internas e externas. Em virtude de ser uma importante ferramenta de comunicação com o público externo o GRI necessita apresentar consistência de dados, informações fidedignas e de fácil compreensão, mantendo o equilíbrio entre os fatores positivos e negativos praticados no desempenho das atividades inerentes à organização, com o intuito da melhoria contínua do desempenho organizacional e ambiental e, do alcance das metas declaradas publicamente. Em suma, o GRI foi proposto à empresa por ser um modelo completo de prestação de contas das ações socioambientais e por possibilitar a comunicação dos indicadores-chave de sua evolução ambiental, evidenciando as práticas sustentáveis realizadas pela empresa, comunicando- as às partes interessadas (colaboradores e mercado consumidor) e, estabelecendo um equilíbrio entre o que é praticado e o que é informado/relatado. Assim, sugere-se que empresa siga as orientações propostas, implementando as propostas em seu planejamento organizacional, agregando às suas práticas a tendência do mercado, que é a de proporcionar transparência e qualidade de informações. O MERCADO VERDE As empresas que buscam adequar-se ao Desenvolvimento Sustentável, não o fazem apenas para assumir suas responsabilidades com a natureza e o social, mas também para atender aos consumidores que reconhecem as causas ambientais, a ONU (2012) discorre quanto as empresas e seus consumidores na economia verde, que agem para diminuir os impactos ao meio ambiente, mas questiona o posicionamento dos consumidores. A Economia Verde pode ser definida como aquela que resulta em melhoria do bem-estar das pessoas devido a uma maior preocupação com a equidade social, com os riscos ambientais e com a escassez dos recursos 26 naturais. Mercado verde é uma mudança no comportamento do mercado e do consumidor. O primeiro, na mudança do processo produtivo, tornando-o mais sustentável, com menos impactos ao meio ambiente, menos custo energético, mais responsabilidade social. O segundo, na opção por produtos mais sustentáveis, saudáveis. Porém, há questionamentos se existe uma economia verde ou apenas medidas de mitigação de impactos ambientais que não seriam efetivamente sustentáveis no longo prazo. Se, por um lado, existe consenso no empenho das empresas em buscar soluções para construir um mercado mais “verde” e na mudança progressiva do mercado global, surgem controvérsias quanto ao papel do consumidor nesse novo mercado. Entende-se com isso, que falta uma maior cobrança por parte dos consumidores àquelas organizações que insistem em produzir de maneira predatória. Porém, o segmento de consumidores que buscam produtos cada vez mais naturais, pouco processados ou que impactem o mínimo possível a natureza, e ainda que, promova também avanços sociais. Esse é o tipo de comportamento que é atribuído aos consumidores verdes. Os consumidores verdes remetem a ideia de se tratar de pessoas que, ao comprarem produtos, demonstram preocupação com questões da deterioração ambiental e que, por causa disso, mostram-se dispostas a tomar medidas a fim de resolver ou pelo menos amenizar o problema, inclusive modificar hábitos de consumo pessoal. A educação ambiental atual colabora para a formação dos novos consumidores, que desde a pré-escola até os estudos interdisciplinares do ensino médio ensinam como os nossos hábitos de consumo interferem no equilíbrio do ambiente, contribui, ainda para isso, a internet que propiciou as novas gerações o acesso a um maior conteúdo de dados sobre a devastação ambiental, tendo um campo para o debate de ideias e a consequente formação de opinião. Além disso, mesmo aqueles de outras gerações que assumiram a cultura do consumismo como natural têm se questionado onde será o limite de exploração e transformação praticadas pelas nossas indústrias,pois os efeitos climáticos já são perceptíveis e indicam uma rotina de catástrofes como sendo o que se estabelecerá como usual, se tudo continuar como está. 27 Por tudo isso o mercado tido como verde cresce tão rapidamente, se considerarmos que todas essas questões estão desde a década de 60 sendo difundidas ao redor do mundo, mas só a partir de 2000 esse público de fato aumentou expressivamente. E se há um mercado de demanda há, obviamente, o de oferta, surgindo uma nova oportunidade de empresas surgirem com uma proposta que de fato supra o que o mercado verde anseia, produtos de qualidade que respeitem social e ambientalmente os limites éticos e de capacidade do planeta. Indicadores de sustentabilidade e certificações Para se avaliar o quanto as metas de Desenvolvimento Sustentável estão sendo cumpridas, ou não, é necessário um sistema de aferição, sendo usado um indicador para este fim, este refere-se a uma medida que resume informações importantes sobre determinado fenômeno. Em outras palavras, os indicadores servem para transmitir informações complexas de forma mais simples, e enfatiza que aqueles que se referem ao Desenvolvimento Sustentável deveriam ser de caráter qualitativo, pela relevância da natureza dos dados, além disso diz de ser necessário a interligação com outros indicadores. Ao apontar que para os indicadores são essenciais a escolha das variáveis, que podem ser mensuráveis quando quantitativas e observáveis quando qualitativas, e que, os sistemas de indicadores ambientais fazem uso de indicadores quantitativos, em sua maioria. As variáveis devem ser selecionadas de acordo com o que se espera dos indicadores e de acordo com o que é primordial para o usuário potencial, devendo este ser identificado antecipadamente pela área de comunicação para traçar suas expectativas a serem consideradas nessa formulação. Como exemplo tem-se o índice Dow Jones de Sustentabilidade, criado em 1999, é utilizado para medir desempenho financeiro e de sustentabilidade de ações das empresas listadas nessa bolsa, através de comprovação do seu comprometimento com objetivos sociais e ambientais positivos e da saúde econômica da empresa. Essas organizações conseguem um melhor valor de 28 mercado pela valorização de preço das suas ações, o índice tem em média vinte por cento a mais de desempenho se comparado a bolsa comum. Já a certificação ambiental ajuda aos stakeholders identificar as empresas comprometidas em preservar o meio ambiente, de adesão voluntária, ela pode ser concedida por ONGs, instituições governamentais, ou até mesmo por organismos internacionais. Ela pode ser definida como procedimento de verificação e produção de atestado que indica o grau de consciência ambiental de uma organização refletido na qualidade de determinado produto, processo, sistema ou serviço. Faz-se através da aplicação do selo verde e garante a observância às exigências, instruções, normas técnicas e legislação vigentes para o tipo de atividade e região específicas. A certificação ambiental é a garantia da qualidade do produto para o consumidor que compartilha de preocupações com o meio ambiente. Assim sendo, tem-se como exemplo do Instituto Chico Mendes que concede o Selo Verde às empresas comprometidas com a sustentabilidade, que são avaliadas após o parecer de um relatório feito a partir de questionários e inspeção física. Nesse processo é considerado o que é proposto pela Gestão Ambiental da empresa, além de seu consumo de recursos naturais e a sua auto avaliação. Tanto os indicadores ambientais como as certificações acabam por auxiliar a organização nos seus objetivos ambientais, permitindo o registro e acompanhamento dos indicadores, e, trazendo esses resultados ao ambiente externo à organização. Ambos aferem aos stakeholders confiança na seriedade ambiental da empresa, o que contribui positivamente para as organizações que se internacionalizam e aquelas que atuam em um nicho de alta concorrência, que enfrentam os desafios da Competitividade Global. 29 O SETOR DE CELULOSE O setor tem aspectos marcantes como ter um número limitado de empresas que atuam nesse ramo, devido às necessidades para a produção da celulose serem peculiares, por exemplo, grandes quantidades de terras para o plantio das árvores, a média de tempo para a colheita, o regime de chuvas e o clima, a tecnologia essencial para o processamento da madeira até sua transformação em celulose, entre outros. Tudo isso confere barreiras de entrada e torna o setor altamente globalizado. Entre os atributos do setor, que podemos destacar como os mais importantes, trata-se da presença da economia em escala, intensidade de capital, mercados internacionais importantes com flutuações de preços e pressões tecnológicas e comerciais oriundas do vetor ambiental. O mercado internacional Tem sido marcante a alta concorrência do setor de papel e celulose mundial, por ser um setor concentrado e com produção em escala. Por se tratar de comodities também sofre variação em sua cotação, tendo um modo padrão de ciclo de investimentos pesados e de diminuição de seu ritmo com baixa capacidade produtiva em momentos de crises nos mercados mundiais. O fator ambiental tem sido cobrado dessas indústrias em toda a cadeia produtiva, desde o projeto até os pós consumo. Para isso foram concretizadas mudanças nos processos produtivos com uso de tecnologia. As barreiras à novos concorrentes no mercado de celulose são as seguintes: . elevada necessidade de recursos financeiros, visto que algo entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões são necessários para construir uma unidade industrial, dada a existência de escala mínima de eficiência produtiva (atualmente em cerca de dois milhões t/ano); . o longo prazo necessário para a maturação dos investimentos (no Brasil é necessário começar o plantio da base florestal sete anos antes do projeto 30 industrial ter início, em função do ciclo de crescimento da árvore, ao passo que, em países menos produtivos, esse prazo pode se estender a até quarenta anos); . necessidade de larga extensão de terras disponíveis para a formação da base florestal que abastece a indústria (para uma planta de dois milhões de t/ano, pode ir de cerca de 150 mil hectares no Brasil, 300 mil se considerada a área destinada à preservação permanente e reserva legal a até um milhão de hectares em países com condições climáticas não tão favoráveis. Em 2015 foram exportadas 53,8 toneladas de papel e celulose, o que rendeu 30,8 bilhões de dólares. A concentração do setor se configura por 85% da fabricação mundial de papel e celulose ter origem nos países EUA, Canadá, China, Brasil, Suécia, Finlândia, Indonésia, Japão, Chile e Rússia. O ranking dos maiores produtores de celulose do mundo listados a seguir em ordem: China, Estados Unidos, Japão, Alemanha, República da Coréia do Sul, Brasil, Finlândia, Canadá, Suécia e Itália. O setor no Brasil O setor de papel e celulose no Brasil começou a exportar a partir da década de 70, tendo incentivos e maiores investimentos a partir da década de 80. Em 2015, o Brasil assumiu a primeira posição no ranking mundial, sendo responsável por exportar mais de 10,6 milhões de toneladas de celulose, consolidando-se como um grande fornecedor global desse insumo, mas, por outro lado, como exportador de papel ainda há muito o que se avançar. Uma situação bastante distinta é a do segmento de papéis no Brasil. O país responde por apenas 2,5% da produção mundial de papéis (contra cerca de 40% de participação na celulose de mercado de eucalipto). Essa baixa participação pode ser atribuída a: . infraestrutura logística deficitária; . elevada e complexa carga tributária; . estrutura produtiva fragmentada, com maquinário de alta idade tecnológica e de baixa escala; 31 . empresas mal estruturadasorganizacionalmente e de reduzido porte; . competição por recursos com a celulose, que tem melhores margens e possibilidade de expansão da produção destinada à exportação; . desvios de finalidade do papel imune que facilitam a importação de papéis gráficos e papéis-cartão; . custos elevados de energia e químicos; . baixo consumo per capita de papéis no Brasil e no restante da América Latina, principal mercado para as exportações brasileiras. O Brasil, em 2015, contava com 74 empresas de celulose e 301de papel, os dois segmentos juntos geraram 57.891 empregos e 7,4 bilhões de dólares em exportações. 32 REFERÊNCIAS CELULOSE ONLINE. Top 10 maiores países produtores de papel no mundo. Disponível em: < https://www.celuloseonline.com.br/top-10-maiores-paises- produtores-de-papel-do-mundo/ >. Acesso: em 27 set.2020. SOUZA, Raquel. Gestão ambiental nas empresas. 2011. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) – Curso de graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2011. ALVES, Aline. Análise do Sistema de Gestão ambiental empresarial para o desenvolvimento sustentável. 2019. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) – Administração, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2019. EGESTOR. O que é gestão ambiental empresarial e como aplicar na sua empresa. Disponível em: < https://blog.egestor.com.br/o-que-e-a-gestao- ambiental-empresarial-e-como-aplicar-a-sua-empresa/ >. Acesso em: 28 set.2020. VERDE GHAIA. Como tornar a gestão ambiental das empresas relevante? Disponível em: < https://www.consultoriaiso.org/gestao-ambiental-das- empresas >. Acesso em: 29 set.2020. EMPRESAS COOPERATIVAS. A importância da gestão ambiental para as empresas. Disponível em: < https://empresasecooperativas.com.br/gestao- ambiental/ >. Acesso em: 29 set.2020.
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