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E-book 2 LÍNGUA INGLESA: GRAMÁTICA DO TEXTO Mariana Eunice Alves de Almeida Neste E-Book: INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3 GÊNEROS TEXTUAIS: UMA ABORDAGEM DE ESTUDO DA LÍNGUA ����������������������������������������������������������4 GÊNEROS TEXTUAIS MAIS COMUNS DA LÍNGUA INGLESA ������������������������������� 22 E-mail ��������������������������������������������������������������������� 22 Notícia �������������������������������������������������������������������� 25 Resenha crítica ������������������������������������������������������ 28 Manual de instruções ������������������������������������������� 32 Artigo científico ����������������������������������������������������� 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������39 SÍNTESE ������������������������������������������������������ 40 2 INTRODUÇÃO Neste e-book, vamos conhecer uma abordagem prá- tica de estudo da língua: os gêneros textuais� Vamos estudar alguns gêneros textuais e de que maneira podem nos ajudar a entender melhor nossos pro- cessos comunicacionais� Na primeira seção, a discussão se volta ao enten- dimento do que é um gênero textual, assim, vamos saber como conhecemos os mais variados gêneros, mesmo que de forma intuitiva, além de estudar quais os principais tipos textuais existentes� Na segunda seção, faremos um apanhado de gêneros textuais em língua inglesa, que são mais comuns em nosso cotidiano, ou seja, aqueles que temos mais contato� Abordaremos quais são seus objetivos, estrutura e características principais� 3 GÊNEROS TEXTUAIS: UMA ABORDAGEM DE ESTUDO DA LÍNGUA A fim de compreendermos um texto, é fundamental que ele seja bem escrito, correto? Mas não é somen- te a precisão gramatical e lexical que deve existir: é preciso dar atenção também ao tipo de texto, seu objetivo e sua função� Estamos lendo um romance? Estamos lendo a descrição de um experimento cien- tífico? O texto que temos em mãos é uma informa- ção sobre um fato que acaba de acontecer? São as funções e os objetivos dos textos que moldam o que chamamos de gêneros textuais. Observe a Figura 1: 4 Figura 1: Exemplo de propaganda. Fonte: Unsplash. Quando observamos a Figura 1, reconhecemos imediatamente que se trata de uma propaganda� Primeiro porque conhecemos a marca (Pepsi); se- gundo porque ela utiliza uma linguagem injuntiva (Hit the spot é uma expressão da língua inglesa que significa “Acerte em cheio”), isto é, que estimula o leitor (no caso, o consumidor) a tomar determinada atitude – aqui, “acertar em cheio” é tomar uma bebida refrescante como o refrigerante Pepsi� 5 https://unsplash.com/photos/e4T-y340YQM Note que é comum fazermos esse tipo de “rotulação” para os diferentes textos que lemos no dia a dia� Fazemos isso quase que de forma automática, sem nem mesmo pensar que estamos classificando os textos� A essa capacidade de reconhecer os diferen- tes textos com os quais nos deparamos, Koch e Elias (2011, p. 54) dão o nome de competência metagené- rica, a qual “diz respeito ao nosso conhecimento de gêneros textuais, sua caracterização e sua função”. Essa competência faz com que nós saibamos a forma adequada de produzir textos necessários às situações comunicativas diversas de que participa- mos� Assim sabemos, quase que intuitivamente, que não devemos esperar uma conferência acadêmica durante um jogo de futebol, ou mesmo uma piada em um velório� Ela faz com que saibamos diferenciar os diversos gêneros, ou seja, sempre conseguimos identificar quando estamos lendo um bilhete, uma receita culinária, um poema, uma receita médica ou quando estamos assistindo a uma aula ou um show de comédia (KOCH; ELIAS, 2011). Se, por um lado, a competência metagenérica “orienta a produção de nossas práticas comunicativas, por outro lado, é essa mesma competência que orienta a nossa com- preensão sobre os gêneros textuais efetivamente produzidos” (KOCH; ELIAS, 2008, p. 103). Todas nossas produções comunicativas, orais ou escritas, têm por base diferentes formas e padrões, considerados relativamente estáveis de estrutura, que denominamos gêneros. Os gêneros textuais são o resultado das práticas comunicativas modeladas 6 e remodeladas de uma determinada cultura ou so- ciedade, isto é, são produções de uma coletividade (KOCH; ELIAS, 2011). Podemos entender os gêneros textuais como uma forma de classificar o texto. Essa classificação con- sidera o conjunto de semelhanças que os textos apresentam, como assunto, papel dos interlocutores, situação de comunicação em que o texto ocorre e estilo de escrita e estrutura do texto� Um dos primeiros pesquisadores a aprofundar e es- truturar o estudo sobre os gêneros foi o russo Mikhail M. Bakhtin (1895-1975). O pensador argumenta que, em todas as nossas atividades de fala ou escrita, sempre há exigência, para quem produz a comuni- cação, de utilizar uma forma padrão, uma estrutura para a fala (ou escrita)� Tal estrutura constitui um amplo repertório de gêneros do discurso� A ideia de Bakhtin é que, no cotidiano, aprendemos a moldar nossa fala e escrita aos gêneros existentes (KOCH; ELIAS, 2008). 7 Figura 2: O pensador russo Mikhail M. Bakhtin. Fonte: Wikimedia. De acordo com a perspectiva bakhtiniana, os gêneros apresentam as seguintes características: plano com- posicional, conteúdo temático e estilo. Os gêneros possuem uma forma própria de composição, ou seja, o seu plano composicional� Por exemplo, um cartão- -postal apresenta os seguintes elementos: destina- tário, saudação inicial, mensagem, saudação final e assinatura. O conteúdo temático refere-se ao tema que o texto apresenta� Por exemplo, esperamos de um contrato que ele apresente as cláusulas sobre os direitos e deveres das partes envolvidas (conteúdo 8 https://commons.wikimedia.org temático), o tipo de escrita, mais formal, típico de um contrato, seria o seu estilo (KOCH; ELIAS, 2011). Podcast 1 Os gêneros textuais são construídos e reconstruídos ao longo do tempo em decorrência das nossas prá- ticas sociais, que são infinitas e estão em constante processo de mudança� Por essa razão, podemos di- zer que há uma infinidade de gêneros textuais, porque as intenções e os contextos comunicativos também são praticamente infinitos. Porém, como uma tenta- tiva de classificar os gêneros textuais, temos dois grandes grupos: os gêneros escritos e os orais� Dentre os gêneros tipicamente escritos, temos ro- mance, bilhete, histórias em quadrinhos, receita culi- nária, bula de remédio, cardápio, manuais de instru- ções, boletins de ocorrência, editais de concursos, artigos científicos, dissertações e teses, e até mesmo sinalizações de trânsito, só para listar alguns� Dentre os gêneros considerados orais, temos telefonema, sermão, aula, reunião de condomínio, conversação espontânea, conferências, entre outros (MARCUSCHI, 2010). 9 https://famonline.instructure.com/files/168622/download?download_frd=1 Figura 3: Sinalização de trânsito “Via de mão única”. Fonte: Unsplash. Você sabia que, antes da prática de registrar os tex- tos por escrito, como em livros, era comum os textos literários serem compartilhados somente pela ora- lidade? É isso mesmo! A prática de escrever textos de ficção e não ficção é algo recente na história da humanidade� Podcast 2 Percebemos, então, que os gêneros são escolhidos em conformidade com as nossas práticas sociais, sempre considerando as necessidades e as vontades dos interlocutores� Podemos, portanto, entender os gêneros como ferramentas essenciais à comunica- ção� Se os gêneros não existissem e não tivésse- mos domínio (ou ao menos conhecimento) deles, a comunicação seria algo extremamente difícil de ser 10 https://unsplash.com/photos/pKeF6Tt3c08 https://famonline.instructure.com/files/168623/download?download_frd=1 realizada, pois precisaríamos criar as nossas estru- turas de fala e escrita a cada situação comunicativa (KOCH; ELIAS, 2011). Os gêneros textuais são formadospor sequências textuais chamadas de tipos textuais (ou tipologias)� Para Travaglia (2007), os tipos de texto mais utiliza- dos são: a narração, a descrição, a dissertação e a injunção, considerados os modelos para todos os textos que lemos e elaboramos� O tipo de texto considerado mais antigo é a narração, já que os homens contam histórias desde o início de sua vida em sociedade� A narrativa, de acordo com Barthes (1971), está presente em todos os lugares e em todas as sociedades, desde que o homem se entende como um ser que vive em grupos� Dentro da narração, encontramos subdivisões, como as nar- rativas de ficção e as biografias. O objetivo do texto narrativo é contar os fatos e acontecimentos, além de relatar ações ou diálogos (TRAVAGLIA, 2007). A narração é um tipo textual dinâmico, no qual pre- dominam os verbos de ação� Um texto narrativo ge- ralmente busca responder as seguintes questões (ainda que nem sempre responde a todas): o que aconteceu? (o fato a ser narrado), quem participou da ação (personagens), onde o fato ocorreu, quando a ação ocorreu (ou quando ocorrerá, se a narração é sobre algo que ainda vai acontecer), como e por que aconteceu, quais os resultados da ação e quem conta o acontecimento (o narrador é conhecido ou desconhecido?)� 11 Segundo Koch e Elias (2011), as sequências narrati- vas apresentam uma sucessão temporal ou mesmo causal dos eventos, isto é, apresenta uma situação inicial e uma situação final, e no intervalo há mudan- ças de estado das coisas� Além dos verbos de ação, nos textos narrativos existe também a predominância de advérbios temporais e causais e dos discursos direto, indireto e indireto livre� Alguns exemplos de gêneros textuais em que pre- domina a narrativa são os romances, as crônicas, os contos e até mesmo alguns textos jornalísticos, como a notícia� Por exemplo, observe um trecho da obra de Charles Dickens: The sound resounded through the house like thunder. Every room above, and every cask in the wine-merchant’s cellars below, appeared to have a separate peal of echoes of its own. Scrooge was not a man to be frightened by echoes. He fastened the door, and walked across the hall, and up the stairs; slowly too: trimming his candle as he went. (Fonte: DICKENS, Charles. A Christmas Carol, 1843, p. 19. Disponível em: Domínio Público. Acesso em: 26 ago. 2019. Observe a forma que o trecho narra dois aconteci- mentos provocados por dois personagens (the sound – o som, e Scrooge)� Este é um trecho em que pre- domina a narração dos acontecimentos feita pelo narrador da história; ele utiliza os tempos verbais no passado para narrar e detalhar o que aconteceu� 12 http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/pp000013.pdf A descrição é o tipo de texto que retrata pessoas (reais ou imaginárias), objetos, ambientes, paisagens, as mais diversas cenas e até mesmo pensamentos e outras subjetividades. O texto descritivo funciona como uma espécie de fotografia, que permite ao lei- tor construir em sua imaginação os detalhes que o autor de um determinado texto construiu. O objetivo do texto descritivo é caracterizar, contar como é algu- ma coisa; para isso, utiliza adjetivos e comparações (TRAVAGLIA, 2007). De acordo com Koch e Elias (2011, p. 65), a sequên- cia descritiva caracteriza-se “pela apresentação de propriedades, qualidades, elementos componentes de uma entidade, sua situação no espaço, etc.”. No texto descritivo, há predominância de verbos de liga- ção (ser, estar) para que a coordenação das ideias aconteça mais facilmente. Os tempos verbais mais utilizados são o presente do indicativo (em inglês, o simple present) e o pretérito imperfeito (em inglês, há a predominância do uso do simple past, do present perfect e do past perfect)� Um texto descritivo busca responder, geralmente, às seguintes questões: qual o objeto, ser ou situação a se descrever? O que precisa ser destacado na descri- ção? Qual ordem será utilizada na descrição – lógica, cronológica, afetiva? Além de outros aspectos que só podem ser estabelecidos pelas intenções do autor ou pelo público-alvo a quem se destina o texto� Vamos observar mais um trecho da obra Christmas Carol, de Charles Dickens: 13 Oh! But he was a tight-fisted hand at the grind- -stone, Scrooge! A squeezing, wrenching, grasping, scraping, clutching, covetous, old sinner! Hard and sharp as flint, from which no steel had ever struck out generous fire; secret, and self-contained, and solitary as an oyster. The cold within him froze his old features, nipped his pointed nose, shrivelled his cheek, stiffened his gait; made his eyes red, his thin lips blue; and spoke out shrewdly in his grating voice. A frosty rime was on his head, and on his eyebrows, and his wiry chin. He carried his own low temperature always about with him; he iced his office in the dog days; and didn’t thaw it one degree at Christmas. (Fonte: DICKENS, Charles. A Christmas Carol, 1843, p. 4-5. Disponível em: Domínio Público. Acesso em: 26 ago. 2019). Conseguiu identificar a sequência de adjetivos, logo no início do parágrafo, que o autor utiliza para descre- ver o personagem Scrooge? Este é um parágrafo todo dedicado à descrição deste personagem� Mesmo que utilize um trecho de narração, como em “He carried his own low temperature always about with him”, sua função ainda é de descrição� A dissertação visa a explicar, apresentar conceitos e ideias sobre um tema a fim de levar o leitor a re- fletir. Geralmente, apresenta uma introdução com a ideia central, um desenvolvimento dessa ideia, com explanações e exemplos, e uma conclusão com a exposição dos argumentos do autor� A maioria dos autores argumenta que a dissertação se divide em dois tipos: a dissertação argumentativa e a disser- tação expositiva (TRAVAGLIA, 2007). 14 http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/pp000013.pdf A dissertação argumentativa busca comprovar se alguma ideia tem ou não validade� É um tipo de texto que tem por objetivo convencer, influenciar ou per- suadir o leitor; para isso, utiliza argumentos, provas, relatos de testemunhas e até mesmo técnicas de convencimento� A seguir, temos um trecho retirado de um artigo de opinião do jornal britânico The Guardian: To beat Trump in 2020, Democrats will need to get down and dirty To prepare for 2020 the Democrats must hold their noses and wade into the immigration and race me- lee. They must do it with conviction, consistency and emotional resonance, rather than with a sort of competent, managerial presence that frowns upon engaging with Trump on his own terms as unruly. Being reactive and “fact-checking” Trump can only get us so far. The fight must be both dirty and inspiring. It needs to get to a point where a Democratic presidential candidate can say: “The longer Trump and the Republicans talk about iden- tity politics, I got ’em.” (Fonte: The Guardian. Acesso em: 26 ago. 2019). Mesmo sem saber que o texto é um artigo de opinião (gênero textual essencialmente voltado à argumenta- ção), notamos que o trecho expõe as ideias do autor e que ele tem por objetivo fazer com que o leitor concorde com ele, ao indicar o que os democratas precisam fazer com vistas a se prepararem para as eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos� 15 https://www.theguardian.com/commentisfree/2019/aug/26/trump-2020-democrats-identity-politics A dissertação expositiva apresenta uma ideia, um assunto, de forma demonstrativa� Não há intenção de convencer o leitor� Para demonstrar suas ideias, o autor constrói uma espécie de amplificação de sua ideia central, na qual busca demonstrar origem, antecedência, causas e consequências, sempre uti- lizando uma linguagem denotativa e objetiva� Os textos jornalísticos são, em geral, classificados na categoria dissertação expositiva, quando buscam apresentar dados, informar e explicar� Vamos obser- var um exemplo retirado do site da rede britânica de notícias BBC: Indonesiapicks Borneo Island as site of new capital Indonesia’s capital city is to be relocated to the pro- vince of East Kalimantan on the island of Borneo, President Joko Widodo has said. The current capital, Jakarta, home to more than 10 million people, sits on swampy land. Parts of the city are sinking by as much as 25cm (10in) a year and almost half now sits below sea level. No name was given for the capital’s planned replacement. The new city will straddle two relatively undeve- loped regions, Kutai Kertanegara and Penajam Paser Utara. (Fonte: BBC News. Acesso em: 26 ago. 2019). Perceba que, mesmo utilizando estruturas narrativas e descritivas, o objetivo do texto é expor informa- 16 https://www.bbc.com/news/world-asia-49470258 ções e dados, ou seja, informar, o que o caracteriza como uma tipologia textual dissertativa, de caráter expositivo� Segundo Koch e Elias (2011, p 68), a injunção apre- senta “prescrições de comportamentos ou ações sequencialmente ordenadas, tendo como principais marcas os verbos no imperativo”. A tipologia injunti- va busca informar, ajudar, aconselhar, recomendar, propor a ação do leitor/receptor da mensagem� Um texto injuntivo pode ter um caráter mais instru- cional ou prescritivo� A diferença está na essência coercitiva, ou seja, na possibilidade de escolha, por parte do leitor, do receptor da mensagem, em seguir ou não as instruções, o comando� A instrução está relacionada a informar, ajudar, aconselhar, recomen- dar, propor a ação� Já a prescrição estabelece uma relação mais impositiva, em que existe uma obriga- ção, exigência, ordenamento� Os textos injuntivos que mais comumente circulam na sociedade são os panfletos, cartazes, bulas de remédio, embalagens de produtos, receitas culiná- rias, manuais de instrução, leis e regulamentos, e até mesmo os guias de localização que usamos no telefone celular, como o exemplo abaixo: Your confidence should be running at an all-time high right now, but is it? If you’re feeling shaky, or like too much is being expected of you, draw your attention inward. Pay attention to your inner life. Yes, this is a social time of year for you, and you may be getting more attention than usual. You 17 might go in the opposite direction: stay in rather than go out; invest time reading and thinking rather than in any concerns about your appearance; and relate directly to the one person who appreciates and respects you the most. When you attend to your true spiritual and emotional needs for a little while, you’ll feel a new kind of confidence that is based on self-worth. You might start with food. Eating well, and at home, is a resounding message of self-love. (Fonte: Revista Marie Claire. Acesso em: 26 ago. 2019 - Adaptado). Que tipo de texto é esse? Se você achou que é a previsão astrológica de um dos signos do zodíaco (ou seja, as previsões do horóscopo), acertou! Essas são as previsões para o signo de áries� Veja que é um texto tipicamente injuntivo, pois aconselha quem lê sobre o que é melhor fazer (ou não fazer) naquele determinado período� É importante ressaltar que um determinado gênero pode apresentar mais de um tipo de texto� Por exem- plo, um artigo de opinião é um texto do tipo disser- tativo, que tem por objetivo demonstrar a opinião do autor para o leitor e, para isso, o texto pode apre- sentar uma história em formato narrativo� Segundo Koch e Elias (2011), cada gênero vai eleger um ou mais desses tipos textuais para a sua composição� Em outras palavras, [...] por exemplo, num conto ou num romance, va- mos encontrar, a par das sequências narrativas, responsáveis pela ação propriamente dita (enre- do, trama), sequências descritivas (descrições 18 https://www.marieclaire.com/horoscopes/weekly-horoscopes/news/a17783/aries-weekly-horoscope/ de situações, ambientes, personagens) e exposi- tivas (intromissões do narrador); peças jurídicas como a petição inicial ou a contestação vão conter, normalmente, sequências narrativas, descritivas, expositivas e argumentativas; num manual de ins- truções encontrar-se-ão, pelo menos, sequências injuntivas e descritivas, e assim por diante (KOCH; ELIAS, 2011, p. 73). Quando afirmamos que um texto de determinado gênero pode conter uma ou mais tipologias textuais, pode surgir a dúvida se os gêneros e os tipos textuais são a mesma coisa, não é? Pois não são� Vamos esclarecer� Enquanto as tipologias (os tipos textuais, que acabamos de estudar, como narração, descrição, dissertação, injunção) funcionam como molde, os gêneros textuais são o conteúdo desse molde� Assim, temos uma gama de exemplos de gêneros textuais que podem ser observados em nosso coti- diano: a mensagem que mandamos pelo Whatsapp, o e-mail que enviamos a algum cliente ou colega de tra- balho, o contrato que assinamos, a notícia que lemos no jornal, entre tantos outros exemplos de gêneros de textos que a sociedade utiliza mais comumente� Para melhor entender a diferença entre tipo e gênero, vamos observar a Tabela 1 elaborada por Marcuschi (2010). Tipos textuais Gêneros textuais Construtos teóricos de- finidos por propriedades linguísticas intrínsecas� Realizações linguísticas concre- tas definidas por propriedades sociocomunicativas� 19 Tipos textuais Gêneros textuais Constituem sequências linguísticas ou sequências de enunciados e não são textos empíricos� Constituem textos empiricamente realizados, cumprindo funções em situações comunicativas� Sua nomeação abrange um conjunto limitado de cate- gorias teóricas determina- das por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal� Sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ili- mitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função� Designações teóricas dos tipos: narração, argumenta- ção, descrição, injunção e exposição� Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, car- dápio, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concurso, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais etc� Tabela 1: Diferenças entre tipos e gêneros textuais. Fonte: Marcuschi (2010, p. 24). Podemos observar, portanto, que nós moldamos a estrutura dos gêneros textuais de acordo com a funcionalidade que temos para a situação de co- municação, isto é, são a finalidade e o contexto da comunicação que determinam qual o gênero a ser utilizado e o seu conteúdo; para que se faça uma boa utilização do gênero, o autor da comunicação utiliza as sequências textuais (tipos) mais adequados para a situação em que se encontra� 20 Chegamos ao fim desta seção com algumas consi- derações sobre os gêneros textuais feitas por Koch e Elias (2008, p. 113): ● A noção de gêneros textuais é respaldada em práticas sociais e em sua unidade temática, forma composicional e estilo� ● Todo e qualquer gênero textual possui estilo; em alguns deles, há condições mais favoráveis (gêneros literários), em outros, menos favoráveis (documentos oficiais, notas fiscais), para a manifestação do estilo individual� ● Os gêneros não são instrumentos rígidos e estan- ques [���] ● Os gêneros não se definem por sua forma, mas por sua função� Nesta seção, começamos nossos estudos sobre os gêneros e os tipos textuais� Na seção seguinte, va- mos continuar o estudo dos gêneros de forma mais aprofundada, isto é, vamos observar alguns textos e mais detalhes sobre alguns dos gêneros textuais mais comuns na língua inglesa� 21 GÊNEROS TEXTUAIS MAIS COMUNS DA LÍNGUA INGLESA Sabemos que, ao estudar uma língua estrangeira, um dos principais desafios é se manter em conta- to com essa língua com frequência, não é mesmo? Antigamente, para ter contato direto com uma língua estrangeira, as pessoas tinham que viajar ao exterior,ou ter algum amigo ou conhecido estrangeiro em seu círculo próximo de relacionamento. Felizmente, hoje, com a ajuda da internet, as distâncias estão cada vez mais curtas: a um clique temos acesso a uma infinidade de textos, áudios e vídeos e podemos até mesmo conversar com pessoas que moram do outro lado do mundo� Pensando nesse acesso rápido e variado a textos que a internet nos proporciona, neste tópico, abor- daremos alguns gêneros textuais na língua inglesa que são mais frequentes no nosso dia a dia (traba- lho, estudos ou lazer): e-mail, notícia, resenha crítica, manual de instruções ou tutorial e artigo científico. E-mail Vamos começar com a leitura do texto a seguir� Preste atenção, em primeiro lugar, na distribuição das informações ao longo do espaço que o texto ocupa� 22 To: j.black@central-school.co.uk Subject: English courses Dear Ms Black, I am writing in response to the advertisement I saw for your English school in ‘World Teens Today’ magazine. I am inte- rested in doing one of your courses and I would be grateful if you could provide some further information. Firstly, it says in the advertisement that the courses are two weeks long. Would it be possible to do a three-week course? I would also like to know how much your courses cost exactly. Secondly, your advert mentions accommodation with host families. Could you tell me if I would be staying on my own with the host family or if there would be other students staying there as well? Finally, I have a question about the social programme. Would you mind sending me more details about this? I am very keen on sport and I would like to know if there are any sports ac- tivities included in the social programme� I look forward to hearing from you. Yours sincerely, Lili Song (Fonte: A more formal email. Disponível em: Learn English Teens� Adapatado)� Esse texto é um e-mail� Se olharmos apenas o início do texto com a saudação “Dear Ms Black” e que termi- na com “Yours Sincerely, Lili Song”, conseguimos en- tender, tranquilamente, que o texto em questão é uma 23 https://learnenglishteens.britishcouncil.org/skills/writing/upper-intermediate-b2-writing/more-formal-email mensagem direcionada a algum leitor específico, vis- to que é a característica de uma carta� Antigamente, antes da disseminação da internet, as cartas eram escritas em papel, mas hoje, a mensagem ou correio eletrônico (e-mail) tornou-se a maneira mais prática e rápida (podemos dizer até mesmo mais segura) de se comunicar com as pessoas, seja na esfera pessoal ou profissional. O que caracteriza esse gênero textual é a sua função (fazer com que uma pessoa se comunique com ou- tra), além de sua estrutura padrão: temos a saudação inicial, ou seja, uma espécie de cumprimento para quem vai receber a mensagem� Na sequência, temos a própria mensagem (não há limite de tamanho para o texto), e logo depois a saudação final, momento em que o autor do texto se despede do leitor e, ge- ralmente, assina com o seu nome� As saudações iniciais e finais costumam seguir alguns padrões� Em inglês, quando a escrita é in- formal, é bastante comum as pessoas saudarem o destinatário do e-mail com “Hey”, “Dear”, “My dear”, “My love”, ou até mesmo o primeiro nome ou apelido de quem vai receber a mensagem. Como forma de despedida informal, as possibilidades são diversas, por exemplo, “Talk to you soon”, “Write me as soon as you can”, “Yours Sincerely”, “Cheers”, e até mesmo “XOXO” (beijos e abraços). Já para uma mensagem formal, as saudações ini- ciais costumam ser: “Dear Mr”, “Dear Ms”, seguidos dos sobrenomes do homem ou da mulher, “Good 24 morning/ afternoon”, “Dear Sir”, “Dear Madam”, para quando você não conhece o destinatário, ou mesmo “To whom it may concern”. Para a saudação final, as mais comuns são: “Kind regards”, “Best regards”, “Sincerely”, “Thank you”, e até mesmo “Looking fo- ward to receiving/reading a response/your answer”. O e-mail é um gênero textual que tem uma es- trutura, no que diz respeito às seções do texto e à distribuição do conteúdo no espaço, relativamente fixa, mas que tem uma maior liberdade quanto à men- sagem que transmite, pois o autor do texto é total- mente livre para escrever o que quiser� No quesito linguagem, ela pode ser mais informal, se estamos escrevendo para um amigo ou alguém próximo, ou formal, quando escrevemos e-mails de trabalho, por exemplo� Notícia A notícia é o gênero jornalístico mais frequente em nosso dia a dia. Outros gêneros da esfera jornalísti- ca são a reportagem, a resenha crítica, o editorial, o artigo de opinião e hoje até mesmo os infográficos (jornalismo de dados)� Vamos voltar nossa atenção à leitura da notícia abaixo� 25 Air conditioner thefts reported on South Side: police Police are warning South Side residents of air conditioner thefts reported in Brainerd, Longwood Manor, Morgan Park and Beverly. In each case, someone entered backyards and took parts from central air conditioning units or the entire appliance, Chicago police said in a community alert. The thefts happened: • Between June 28 and June 30 in the 9400 block of South Normal Avenue • Between July 27 and July 29 in the 9000 block of South Bishop Street • Aug. 2 in the 9800 block of South Halsted Street • Between Aug. 7 and Aug. 17 in the 2500 block of West 109th Place • Aug. 12 in the 1400 block of West 108th Street • Aug. 15 in the 9800 block of South Emerald Avenue • Between Aug. 18 and Aug. 20 in the 10600 block of South Drew Street Police didn’t have a description of any suspects but said a white work van was seen on surveillance cameras in one incident� Anyone with information about the thefts is asked to con- tact Area South detectives at 312-747-8273. (Fonte: Chicago Sun Times. Acesso em: 26 ago. 2019 – Adaptado)� 26 https://chicago.suntimes.com/crime/2019/8/26/20832953/air-conditioner-thefts-reported-brainerd-longwood-manor-morgan-park-beverly Mesmo sem saber que se trata de uma notícia, infe- rimos que o texto vai relatar algo que aconteceu, no caso, o roubo de ar condicionado� Essa é a função primordial da notícia: informar� Percebemos tam- bém que a linguagem é objetiva e os parágrafos são curtos, o que facilita a leitura e faz com que o leitor saiba prontamente quais são as informações mais relevantes do tema� Outra característica da notícia é sua estrutura de lide. O lide (versão aportuguesada de lead, que significa “conduzir”, “levar”, ou seja, levar ao leitor à informa- ção principal) é uma parte da notícia, localizada em seu primeiro parágrafo, que tenta responder às se- guintes perguntas: o que, como, por que, onde, quem, quando. Ou seja, tenta apresentar, logo no início do texto, as principais informações sobre o fato, que podem, ou não, ser aprofundados nos demais pa- rágrafos do texto� É no lide, portanto, que sabemos o que aconteceu, como esse fato aconteceu, qual seu motivo, onde aconteceu, quem é o autor do fato (quando existe), e quando aconteceu� A linguagem da notícia, além de ser objetiva e con- cisa, também é marcada pelo tempo verbal no pas- sado (pretérito), por relatar algo que já aconteceu� Há também, em geral, o uso de estruturas de voz passiva, especialmente quando não se conhece o(s) autor(es) do fato, além do uso de verbos no futuro para indicar se haverá ainda mais desdobramentos do caso� A narração e a descrição são os tipos tex- tuais predominantes neste gênero� 27 De todos os gêneros do universo jornalístico, a notí- cia é o mais presente em nosso cotidiano: estamos sempre expostos a ela, seja no rádio, no jornal im- presso, na televisão ou mesmo nas mídias digitais� Ela também é a que apresenta uma estrutura mais fixa, e que, justamente por sua constante exposição em nosso cotidiano, é a mais fácil de reconhecer� Resenha crítica Vamos estudar aqui outro gênero jornalístico: a re- senha crítica� Pode ser que você não tenha muita familiaridade com essa nomenclatura de gênero tex- tual, mascertamente já leu ou ouviu alguém falar de uma resenha crítica em seus momentos de lazer e entretenimento� Vamos ler o exemplo abaixo e já voltamos a falar sobre ela� 28 Bohemian Rhapsody is a standard rock biopic with a great lead: EW review Rhapsody may be a conventional rock biopic in nearly every res- pect, but it has the gift of an utterly unconventional star in Rami Malek. Known for his coiled portrayal of a painfully interior cyber- security expert on USA’s Mr. Robot, he is completely transformed in the title role — a human unicorn made almost entirely of id, wild hair, and spandex� More than mere good acting, though, Malek has the ineffable pixie dust the part requires (if not the teeth; the famous Freddie overbi- te is prosthetic). It’s that inborn charisma that makes his Mercury, born Farrokh Bulsara in Zanzibar, entrancing from the moment he steps on screen, even as an anonymous London loner casually denigrated by passersby with the ethnic slur “Paki.” And it’s what makes the marks the movie hits so hard — a boilerplate Behind the Music arc of humble beginnings and meteoric rise, druggy downfall and final triumph — feel less bog-standard than they are. Where the movie stops short, bizarrely, is at Freddie’s bedroom door. Instead, screenwriter Anthony McCarten (The Theory of Everything) leaves much of his true sexuality in the margins, lea- ning heavily instead on his lone heteronormative romance (a love- ly Lucy Boynton). That may just be the calculations of commercial moviemaking, or some misguided sense of legacy protection on the part of surviving bandmates Brian May, Roger Taylor, and John Deacon, all of whose avatars come off uniformly well, if ancillary, on screen� There’s an unfortunate silliness, too, in the script’s training-wheels approach to storytelling, as when the band’s label head (a bluste- ring, ginger-bearded Mike Myers) loudly insists that teenagers in cars will never bang their heads to “Bohemian Rhapsody,” or when “We Will Rock You” materializes in a single gee-whiz moment, seemingly conjured whole from handclaps and studio air. Much smarter is the use of Queen’s legendary 1985 Live Aid performance as a framing device: all four members locked in a sort of mesmeric trance on stage, with Malek as Mercury at the center — aware that the end was coming for him, but still singing the band into immortality with every ecstatic, electric note. (Fonte: Entertainment Weekly. Acesso em: 26 ago. 2019 – Adaptado)� 29 https://ew.com/movies/2018/11/01/bohemian-rhapsody-review/ De que se trata o texto? Bem, ele faz uma crítica ao filme Bohemian Rhapsody, certo? Essa é a função da resenha crítica: apresentar uma crítica, um comentá- rio sobre uma determinada obra de entretenimento, como filme, peça de teatro, apresentação de dan- ça, exposição de arte, livro, apresentação musical ou novo álbum de um determinado cantor ou grupo de música� Viu como você já conhecia esse gênero, mesmo sem, talvez, saber o nome dele? A razão de ser da resenha crítica é dar dicas, guiar o leitor do veículo de comunicação (jornal, revista, blog, rádio, canal de televisão etc�) sobre as opções de entretenimento existentes� Podemos perceber que a resenha crítica também segue uma estrutura: desde o título, que já apresenta uma opinião, até o desenvolvimento dos parágrafos, o autor do texto (resenhista) vai apresentado sua opinião sobre a obra de entretenimento� A resenha crítica é um gênero que nem sempre se- gue uma sequência fixa de conteúdo ao longo do texto, como acontece com o e-mail e a notícia, por exemplo� No entanto, é comum sempre apresentar os seguintes conteúdos (nem sempre nesta ordem): pensando no texto que temos de exemplo, o rese- nhista apresenta, descreve o filme, fala sobre os tra- balhos anteriores do diretor do filme ou dos atores, comenta a história que o filme conta (neste caso, há ainda mais assuntos a tratar, já que o filme é uma biografia da megafamosa banda britânica Queen), e geralmente termina o texto com um juízo de valor, 30 que vai ser demonstrado com a recomendação sobre se o leitor deve ou não assistir ao filme. Não há como afirmar com total certeza qual é o tipo textual predominante em uma resenha crítica, pois todos são possíveis: a narração e a descrição servem para contar sobre o objeto a ser resenhado e para traçar um histórico do autor da obra� Já a dissertação e a injunção podem apresentar razões e indicar qual atitude o leitor do texto pode (ou deve) tomar� A lin- guagem utilizada nem sempre é tão objetiva quanto a da notícia, pois o resenhista pode apresentar muitas informações técnicas referentes ao universo das obras do autor resenhado� E isso pode fazer com que o leitor tenha que ativar seus conhecimentos prévios no momento da leitura� 31 Manual de instruções Um dos gêneros textuais com que mais temos con- tato em nosso dia a dia, mesmo sem perceber, é o manual de instruções� Sempre que compramos um novo aparelho eletrônico ou eletrodoméstico, uma das primeiras coisas que devemos fazer é ler o ma- nual de instruções� Embora quase ninguém o faça, não é mesmo? No entanto, o manual de instruções não é exclusivi- dade de aparelhos elétricos e eletrodomésticos� Sabe aquele tutorial de maquiagem que você consulta no YouTube ou aquele vídeo que explica como passar de fase no jogo de videogame? Tem também aquela ajudinha básica que a internet dá quando você quer tirar o passaporte, por exemplo� Todos esses textos ensinam como fazer algo, ou seja, são manuais que dão instruções de como agir, sua função primordial� Vamos ler um tutorial sobre como apagar a sua conta do Facebook. 32 How to delete your Facebook account 1. Download your Facebook data If you’ve been using Facebook for a while, you might have hundre- ds of photos and videos saved on its servers, as well as thousan- ds of posts and comments. Facebook also stores information about where you’ve logged in, dates and times you’ve clicked on ads, and your account status history. Before you delete Facebook, save a copy of all this by clicking the down arrow in the Facebook title bar, selecting ‘Settings’ and clicking ‘Download a copy of your Facebook data’. You won’t be able to retrieve this once your account is gone. 2. Delete your photos and posts After you delete your Facebook account, it can take up to 90 days for all your posts and photos to be removed. If you don’t want your information to hang around, get a head start by erasing everything yourself first. Social Book Post Manager is a plugin for Chrome that enables you to delete multiple Facebook posts at once. Back up your data using the instructions above, then install the plugin, navigate to your Facebook Activity Log and choose a specific filter (such as ‘posts you’re tagged in’). Then, just click the Social Book Post Manager icon and search for a particular text string and/or date range. Posts that match your criteria will be highlighted in yellow, and clicking the ‘Delete’ button will erase them. Take care – there’s no way to restore them once they’re deleted. 3. Delete Facebook for good Ready to banish Facebook to the annals of your personal his- tory? Well, once you’ve backed up all your data, visit Facebook’s account deletion page (Facebook isn’t keen on letting you do this, so it isn’t easily accessible through the settings menu) and select “Delete my account’ It can take 90 days for everything to be erased from Facebook’s servers, but it will be inaccessible from the moment you click the button� (Fonte: TECHRADAR, 2019. – Adaptado). 33 https://www.techradar.com/how-to/how-to-delete-facebook O que nos chama a atenção em um tutorial como esse, logo de início, é que as informações são dis- postas em etapas (muitas vezes até em tópicos, se for um manual escrito)� Elas são organizadas desta forma para que o leitor saiba como e quando proce- der para solucionar o que precisa� O tipo textual predominante em manuaisde instru- ções é o injuntivo, pois sua função é dar conselhos, ordens, orientar o leitor. Isso só pode ser feito uti- lizando verbos no modo imperativo. O texto argu- mentativo também é utilizado, na maioria das vezes, para fornecer explicações sobre o motivo de se ado- tar uma determinada ação em detrimento de outra, ou para explicar detalhes sobre o funcionamento do objeto, serviço ou procedimento que é alvo das instruções� A linguagem do manual, mais formal ou informal, vai depender do que está sendo orientado� Por exemplo, é natural que um tutorial sobre como tirar o título de eleitor apresente uma linguagem mais formal do que um vídeo tutorial sobre qual é a melhor cor de esmalte para usar em um casamento� 34 Artigo científico O último gênero textual que vamos estudar aqui é do universo acadêmico: o artigo científico. Trata-se do gênero acadêmico mais comum, pois é um texto mais curto do que uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado, além de ser constantemente publicado sempre que há uma descoberta científi- ca, ou uma nova contribuição é feita para a área de estudo em questão� A função primordial do artigo científico é divulgar as descobertas de uma pesquisa ou partes relevantes de uma pesquisa maior em andamento. Os artigos são geralmente escritos para serem divulgados em revistas científicas especializadas (temos diversas revistas científicas no Brasil, nas mais diversas áreas do conhecimento) ou para serem apresentados como comunicação oral em eventos científicos (congres- sos, seminários, conferências etc�)� O artigo científico é um dos gêneros textuais que apresentam uma das estruturas mais fixas: sem- pre começa com o título, seguido dos nomes dos autores e sua filiação (a qual universidade eles es- tão vinculados)� Na sequência, temos o resumo e as palavras-chave� No exemplo abaixo, temos essa primeira parte de um artigo� Vamos ler o trecho para entender melhor� 35 Searching for Explanations: How the Internet Inflates Estimates of Internal Knowledge Matthew Fisher, Mariel K. Goddu, and Frank C. Keil Yale University As the Internet has become a nearly ubiquitous resource for acquiring knowledge about the world, questions have arisen about its potential effects on cognition. Here we show that searching the Internet for explanatory knowledge creates an illusion whereby people mistake access to infor- mation for their own personal understanding of the infor- mation. Evidence from 9 experiments shows that searching for information online leads to an increase in self-assessed knowledge as people mistakenly think they have more kno- wledge “in the head,” even seeing their own brains as more active as depicted by functional MRI (fMRI) images. Keywords: transactive memory, explanation, knowledge (Fonte: AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION� – Adaptado)� Conforme podemos observar, o resumo (abstract) do artigo apresenta uma breve descrição do seu conte- údo: qual o tema, qual o objetivo, qual a metodologia usada na pesquisa e qual o principal resultado que os autores alcançaram� Por questão de espaço, não colocamos aqui o artigo na integra, mas você pode consultá-lo acessando o link� Assim, você vai perce- ber que tudo é descrito resumidamente no abstract, mas é apresentado em detalhes ao longo do artigo� Após o resumo, o artigo contém uma introdução, na qual apresenta o tema, o problema de pesquisa que tentou responder – aqui, é comum apresentar dados para situar o leitor no contexto da pesquisa� A intro- dução pode apresentar, ainda, uma fundamentação teórica, isto é, definições e contribuições de outros 36 https://www.apa.org/pubs/journals/releases/xge-0000070.pdf autores que pesquisam o mesmo tema ou temas correlatos� Alguns artigos podem apresentar essa fundamentação teórica em uma seção separada da introdução� Na sequência, especialmente em artigos da área de exatas e da saúde, em que são apresentados muitos estudos de caso e experimentos, há uma seção que apresenta os métodos, os resultados e a discussão dos resultados da pesquisa. O artigo termina com uma discussão geral (comumente chamada de “con- siderações finais”) sobre a pesquisa e com as refe- rências das obras citadas ao longo do texto� No que diz respeito aos tipos textuais mais comuns em um artigo científico, a narração, a descrição e a dissertação são as mais recorrentes� A linguagem, como você já deve imaginar, é formal, e há uma aten- ção especial quanto ao uso da terceira pessoa do plu- ral ou da voz impessoal� As citações são recorrentes, para não haver plágio, e os autores se preocupam também em preservar a identidade das pessoas en- trevistadas ou que participaram do estudo, quando é o caso� SAIBA MAIS Saiba mais de gêneros textuais, visitando o por- tal Writing Commons, site que reúne diversas in- formações e dicas de escrita� Na seção de gêne- ros, há diversos textos sobre o estudo de gêneros textuais, bem como dicas sobre como melhorar a escrita� 37 https://writingcommons.org/chapters/academic-writing/understanding-writing-genres Com os textos aqui apresentados, pudemos conhecer um pouco mais sobre os gêneros textuais da língua inglesa com que temos mais contato em nosso dia a dia: e-mail, notícia, resenha crítica, manual de ins- truções e artigo científico. É claro que, dependendo da sua vivência, você pode ter contato com vários outros gêneros, mas o objetivo aqui foi apresentar as características dos gêneros mais recorrentes� 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao fim deste módulo dedicado ao estu- do dos gêneros textuais� Estudamos que nós, seres humanos, adaptamos nossa fala (e escrita) às mais diversas situações de comunicação, sempre guiados pelo objetivo que temos ao nos comunicarmos com nossos pares� Por isso, criamos e recriamos diferen- tes estruturas para nossos momentos de interação, estruturas diferentes que consistem em gêneros textuais� Estudamos ainda que, mesmo sem ter um conheci- mento mais formal da língua, sabemos reconhecer e construir diversos textos (orais ou escritos) dos mais variados gêneros� Estamos sempre expostos a uma infinidade de textos, sobretudo com a internet possibilitando a troca de informações instantânea e globalmente� Por isso, tentamos apresentar aqui os principais gêneros textuais com que temos contato na língua inglesa e abordamos um pouco das suas características� Fica aqui, então, a proposta para que você aprofunde ainda mais os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais: quais são os outros gêneros que você mais produz ou lê/ouve? Com que nós estudamos aqui, você está apto a reconhecer a estrutura e as prin- cipais características desses gêneros? Give it a try! 39 SÍNTESE Língua Inglesa: Gramática do Texto O ESTUDO DA LÍNGUA POR MEIO DOS GÊNEROS TEXTUAIS • O que são gêneros textuais? • Gêneros textuais: guiados pelas funções e objetivos das situações de comunicação. • Gêneros textuais: resultado das nossas práticas comunicativas. • Competência metagenérica: capacidade de conhecer os diversos gêneros textuais, suas características e funções. • Gêneros orais: telefonema, sermão, aula, reunião, conversas, bate-papo. • Gêneros escritos: romance, bilhete, receita culinária, história em quadrinhos, bula, cardápio, leis e decretos etc. • Tipos textuais: modelos para todos os nossos textos (orais e escritos). • Tipos textuais mais comuns: narração, descrição, dissertação, injunção. • Os gêneros com que temos mais contato na língua inglesa: e-mail, notícias, resenha crítica, manual de instruções, artigo científico. Referências Bibliográficas & Consultadas BARTHES, R. Análise estrutural da narrativa� 2� ed� Petrópolis: Vozes, 1971. DAIJO, J. Morfologia da língua inglesa� Porto Alegre: Sagah, 2017 [Minha Biblioteca]. FERRO, J. Around the world: introdução à leitura em língua inglesa. Curitiba: InterSaberes, 2012 [Biblioteca Virtual]� KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. SãoPaulo: Contexto, 2011 [Biblioteca Virtual]� KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2008 [Biblioteca Virtual]� LAPKOSKI, G. A. O. Do texto ao sentido: teoria e prática de leitura em língua inglesa. Curitiba: InterSaberes, 2012 [Biblioteca Virtual]. LIMA, T. C. S. Língua estrangeira moderna: inglês� Curitiba: InterSaberes, 2016 [Biblioteca Virtual]. MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão� São Paulo: Parábola, 2010. PINTO, F. Tradição oral e a preservação das culturas� Capitolina. [s.l.] v. 2, n. 24, mar. 2016. 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Língua Portuguesa: pesquisa e ensino� São Paulo: EDUC, 2007. p. 97-117. INTRODUÇÃO GÊNEROS TEXTUAIS: UMA ABORDAGEM DE ESTUDO DA LÍNGUA GÊNEROS TEXTUAIS MAIS COMUNS DA LÍNGUA INGLESA E-mail Notícia Resenha crítica Manual de instruções Artigo científico CONSIDERAÇÕES FINAIS Síntese
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