Buscar

RESUMO DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (DIREITO CIVIL II) DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DA TRANSMISSÃO DAS 
 OBRIGAÇÕES 
 É quando o credor ou devedor transfere seu 
 crédito ou dívida para alguém que assume a 
 posição daquele na obrigação, sem alteração da 
 obrigação inicial. 
 Credor é a parte na relação obrigacional que 
 cede o crédito (cessão de crédito). 
 Devedor é a parte na relação obrigacional que 
 cede a dívida (assunção de dívida). 
 O crédito é um elemento inserido no patrimônio 
 do credor, suscetível de transmissão, tal como 
 qualquer outro bem jurídico. A operação de 
 crédito envolve uma troca de um valor presente 
 por um valor futuro. 
 Mesmo antes do momento da exigibilidade da 
 prestação, normalmente no momento do 
 vencimento, o crédito já representa um elemento 
 atual do patrimônio do credor. 
 O credor já detém o direito subjetivo ao crédito 
 desde o tempo da constituição válida do negócio 
 jurídico, apenas não poderá exercitar a sua 
 pretensão contra o devedor, pois carece de 
 exigibilidade. 
 CESSÃO DE CRÉDITO 
 A cessão de crédito é um negócio jurídico 
 bilateral pelo qual o credor transfere a terceiro a 
 sua posição patrimonial na relação 
 obrigacional, sem que com isso se crie uma nova 
 situação jurídica. 
 O termo cessão significa transferência onerosa 
 ou gratuita de bens imateriais e intangíveis. 
 A cessão de crédito surge como um negócio 
 jurídico que envolve: 
 O cedente é aquele que transfere total ou 
 parcialmente o seu crédito. 
 O cessionário é aquele que adquire o crédito 
 parcial ou total, preservando a mesma posição 
 do cedente na relação obrigacional. 
 O cedido é o devedor que terá de adimplir a 
 obrigação em favor do cessionário. 
 A vontade do cedido não participa da validade 
 do negócio jurídico, pois ele não desfruta de 
 legitimidade para se opor à transmissão do 
 crédito. 
Em regra, a modificação da pessoa do credor 
não lhe acarreta prejuízo, à medida que a 
prestação que terá de cumprir objetivamente se 
mantém idêntica. 
O credor poderá ceder, total ou parcialmente, 
seus créditos em precatórios a terceiros, 
independentemente de concordância do 
devedor. 
O credor não precisa consultar e ser autorizado 
pelo devedor para ceder o crédito, ele possui 
liberdade para dispor do seu crédito ao 
cessionário. 
Porém, é fundamental que o devedor seja 
informado e notificado sobre a realização da 
cessão para fins de eficácia e para que, em 
relação ao devedor, a cessão produza efeitos. 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em 
relação ao devedor, senão quando a este 
notificada; mas por notificado se tem o devedor 
que, em escrito público ou particular, se 
declarou ciente da cessão feita. 
A notificação do devedor quanto à cessão de 
crédito será expressa quando o cedente ou o 
cessionário tomar a iniciativa de comunicar 
àquele que transferiu o crédito a determinada 
pessoa. 
Há a possibilidade, também, de notificação 
presumida, quando resulta de espontânea 
declaração de ciência do devedor, em escrito 
público ou particular. 
A cessão de crédito implica tão somente a 
substituição subjetiva no pólo ativo da 
obrigação, pois o seu objeto remanesce intacto, 
abrangendo ainda todos os seus acessórios, 
como juros e cláusula penal. 
A notificação não objetiva a obtenção do 
consentimento do devedor, mas o simples 
conhecimento, pois ele sofrerá os efeitos do 
negócio jurídico. 
A notificação vincula o devedor cedido ao 
cessionário, impedindo assim que pague ao 
credor primitivo. Se assim o fizer após a ciência 
da cessão, pagará mal e, portanto, duas vezes. 
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes 
de ter conhecimento da cessão, paga ao credor 
primitivo, ou que, no caso de mais de uma 
cessão notificada, paga ao cessionário que lhe 
apresenta, com o título de cessão, o da 
obrigação cedida; quando o crédito constar de 
 escritura pública, prevalecerá a prioridade da 
 notificação. 
 Caso o devedor pague ao cedente pelo fato de 
 não ter sido notificado da cessão, poderá o 
 devedor de boa-fé obter eficácia liberatória, 
 restando ao cessionário apenas o direito de 
 regresso em face do cedente para evitar o seu 
 enriquecimento sem causa. 
 Devedor pagou pessoa que ainda parecia ser o 
 credor (primitivo), porque não foi notificado para 
 saber ao certo, ou que, no caso de mais de uma 
 cessão notificada, paga ao cessionário que lhe 
 apresenta, com o título de cessão, o da 
 obrigação cedida, ficará desobrigado → TEORIA 
 DA APARÊNCIA. 
 Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão 
 de um crédito abrangem-se todos os seus 
 acessórios. 
 Exceto cláusula limitativa inserta na convenção, 
 o cessionário assume idêntica situação jurídica 
 ativa à do cedente, com seus cômodos e 
 incômodos. Acompanham a mutação subjetiva 
 da obrigação todas as cauções reais, pessoais, 
 juros, cláusula penal e mesmo situações 
 potestativas. 
 Os requisitos da cessão de crédito são os 
 seguintes: um negócio jurídico que estabeleça 
 transmissão da totalidade ou de parte do 
 crédito; a inexistência de impedimentos legais ou 
 contratuais a esta transmissão; e a não ligação 
 do crédito à pessoa do credor como decorrência 
 da própria natureza da prestação. 
 Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a 
 isso não se opuser a natureza da obrigação, a 
 lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula 
 proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao 
 cessionário de boa-fé, se não constar do 
 instrumento da obrigação. 
 Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a 
 transmissão de um crédito, se não celebrado 
 mediante instrumento público, ou instrumento 
 particular revestido de solenidades... 
 Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem 
 o direito de fazer averbar a cessão no registro 
 do imóvel. 
 Obs: caso a cessão envolva crédito hipotecário 
 do cedente em face do devedor, deverá o 
 cessionário averbar a cessão da escritura 
 pública, no registro imobiliário. Trata-se de um 
ônus ao cessionário, pois, se não averbar a 
cessão, sua proteção perde eficácia. 
Exige-se também a outorga do cônjuge do 
cedente, cuidando-se o ônus real que incide 
sobre o bem imóvel, excepcionando-se o regime 
da separação convencional de bens. 
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo 
crédito, prevalece a que se completar com a 
tradição do título do crédito cedido. 
Art. 293. Independentemente do conhecimento 
da cessão pelo devedor, pode o cessionário 
exercer os atos conservatórios do direito cedido. 
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as 
exceções que lhe competirem, bem como as que, 
no momento em que veio a ter conhecimento da 
cessão, tinha contra o cedente. 
Deverá o cedido, tão logo notificado, comunicar 
as exceções pessoais oponíveis ao cedente, sob 
pena de perda da faculdade, caso demore em 
agir. As exceções pessoais devem ser afirmadas 
na primeira oportunidade. 
Já as exceções pessoais contra o cessionário 
poderão ser invocadas a partir da notificação, 
pois antes dela a cessão lhe era indiferente, e a 
qualquer tempo antes do adimplemento. 
Com relação às exceções objetivas que 
concernem à própria prestação, poderão ser 
opostas ao cessionário, mesmo que em momento 
posterior à época da transmissão, mesmo 
porque a posiçãodo cessionário deriva da 
própria posição do cedente. 
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, 
ainda que não se responsabilize, fica 
responsável ao cessionário pela existência do 
crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma 
responsabilidade lhe cabe nas cessões por título 
gratuito, se tiver procedido de má-fé. 
Responsabilidade ou cessão pro soluto: o 
cedente responde pela existência e legalidade 
do crédito, mas não responde pela solvência do 
devedor. 
Responsabilidade ou cessão pro solvendo: o 
cedente responde também pela solvência do 
devedor. 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o 
cedente não responde pela solvência do 
devedor. 
 A regra geral é a de que o cedente garanta 
 apenas a existência do crédito cedido; todavia, 
 se, por norma expressa, além de garantir a 
 existência do crédito, também pode garantir a 
 solvência do devedor. 
 Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário 
 pela solvência do devedor, não responde por 
 mais do que daquele recebeu, com os 
 respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as 
 despesas da cessão e as que o cessionário 
 houver feito com a cobrança. 
 Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode 
 mais ser transferido pelo credor que tiver 
 conhecimento da penhora; mas o devedor que o 
 pagar, não tendo notificação dela, fica 
 exonerado, subsistindo somente contra o credor 
 os direitos de terceiro. 
 Obs: após a intimação do credor sobre a 
 penhora de seu crédito, fica o mesmo 
 impossibilitado de praticar atos de disposição 
 do referido crédito, inviabilizando-se a sua 
 cessão, doravante vinculada ao processo de 
 execução contra ele instaurada, qualificando-se 
 o crédito como intransmissível. 
 ASSUNÇÃO DE DÍVIDA 
 É quando um devedor cede a obrigação de 
 débito para um novo devedor que vai entrar na 
 relação obrigacional sem alterar a estrutura 
 obrigacional. 
 A posição do devedor primitivo é cedida a novo 
 devedor (assuntor), mas sempre com anuência 
 do credor. 
 Na assunção de dívidas, a identidade do 
 devedor é fator fundamental para o suporte do 
 credor, principalmente, quanto às suas 
 condições de solvabilidade. 
 É imprescindível o consentimento do credor para 
 que se concretize a transmissão do débito. 
 Art. 299. É facultado a terceiro assumir a 
 obrigação do devedor, com o consentimento 
 expresso do credor, ficando exonerado o devedor 
 primitivo, salvo se aquele, ao tempo da 
 assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
 Parágrafo único. Qualquer das partes pode 
 assinar prazo ao credor para que consinta na 
 assunção da dívida, interpretando-se o seu 
 silêncio como recusa. 
 Assunção liberatória (privativa ou exclusiva): a 
 transmissão da obrigação propicia a liberação 
do devedor originário, sem perda de identidade 
do vínculo, que se mantém inalterado. 
Assunção cumulativa: o novo devedor assume o 
débito conjuntamente ao devedor primitivo. Não 
há substituição do polo passivo, mas uma 
ampliação, a qual poderá exigir a prestação de 
um ou de outro. 
Apenas existirá solidariedade entre os devedores 
na assunção cumulativa quando houver cláusula 
expressa nesse sentido. 
Sendo certo que a solidariedade não se 
presume, no silêncio do contrato a obrigação 
poderá ser exigida de cada um dos devedores na 
integralidade - ampliando a garantia de crédito. 
Mas sem a possibilidade de um se voltar em face 
do outro em sede regressiva para a restituição 
de uma fração, nem de aplicação das demais 
regras voltadas às relações internas entre os 
devedores solidários. 
Assunção por expromissão: é celebrada 
diretamente entre o credor e o novo devedor 
(expromitente), mesmo sem a anuência ou 
qualquer participação do devedor primitivo. 
Assunção por delegação: há um acordo entre o 
devedor primitivo e o novo devedor, para a 
delegação do débito. Porém, tal delegação, por si 
só, não aperfeiçoa a assunção da dívida, sendo 
ainda necessário o expresso consentimento do 
credor àquele acordo. 
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor 
primitivo, consideram-se extintas, a partir da 
assunção da dívida, as garantias especiais por 
ele originariamente dadas ao credor. 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser 
anulada, restaura-se o débito, com todas as suas 
garantias, salvo as garantias prestadas por 
terceiros, exceto se este conhecia o vício que 
inquinava a obrigação. 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao 
credor as exceções pessoais que competiam ao 
devedor primitivo. 
As exceções pessoais são aquelas defesas que se 
referem a fatos inerentes à própria pessoa do 
devedor. Nada obstante, poderá se servir das 
suas próprias exceções pessoais, bem como das 
exceções concernentes à relação obrigacional 
que lhe foi transmitida. 
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado 
pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito 
 garantido; se o credor, notificado, não impugnar 
 em trinta dias a transferência do débito, 
 entender-se-á dado o assentimento. 
 DA CESSÃO DO CONTRATO 
 Não é regulamentada por lei, a cessão é um 
 negócio jurídico atípico. Art. 425: é lícito às 
 partes estipular contratos atípicos, observadas 
 as normas gerais fixadas neste código. 
 Em regra, o cedente não se responsabiliza pelo 
 adimplemento do contrato-base após a cessão. 
 A cessão do contrato ou cessão da posição 
 contratual é a transferência da inteira posição 
 ativa ou passiva da relação contratual, incluindo 
 o conjunto de direitos e deveres de que é titular 
 uma determinada pessoa. 
 Ela quase sempre está relacionada com um 
 negócio cuja execução ainda não foi concluída. 
 É necessária a autorização do outro contratante 
 para que ocorra a cessão da posição contratual.

Continue navegando