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Manual Basico de Cuidados com Animais de Companhia e Pets exoticos

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1
2
20-49080 CDD-636.089
 NLM-SF-745
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Cunha, Erika Zanoni Fagundes
 Manual básico de cuidados com animais de companhia
e pets exóticos [livro eletrônico] / Erika Zanoni
Fagundes Cunha. -- 1. ed. -- Ponta Grossa, PR : Ed.
da Autora, 2020.
 PDF 
 Bibliografia
 ISBN 978-65-00-12289-3
 1. Animais (zoologia) 2. Animais exóticos 3.
Animais - Cuidados 4. Cães 5. Medicina veterinária I.
Título.
Índices para catálogo sistemático:
1. Medicina veterinária 636.089
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
3
Sumário
A AUTORA: ........................................................................................................................................ 4
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 5
1 - RELAÇÃO HOMEM ANIMAL ............................................................................................. 5
CÃES E GATOS ............................................................................................................................... 5
1 - CUIDADOS COM A FÊMEA GESTANTE ...................................................................... 5
1.1 - SANIDADE: ........................................................................................................................... 7
1.2 - NUTRIÇÃO: ......................................................................................................................... 7
1.3 - DESENVOLVIMENTO FETAL ........................................................................................ 7
1.4 - PREPARO DA FÊMEA: TERÇO FINAL DA GESTAÇÃO ......................................... 7
1.4.1 - FORNECER ALIMENTAÇÃO EM MENOR QUANTIDADE E COM MAIS FRE-
QUÊNCIA ................................................................................................................................................... 7
1.4.2 - EVITAR SUPLEMENTAÇÃO DE CÁLCIO ............................................................... 8
1.4.3 - TOSA HIGIÊNICA ........................................................................................................... 8
1.4.4 - TEMPERATURA 1 SEMANA ANTES .......................................................................... 8
1.4.5 - CAIXA MATERNIDADE ................................................................................................. 8
1.4.6 - SINAIS QUE ANTECEDEM O PARTO ...................................................................... 8
1.5 - PARTO ....................................................................................................................8
CUIDADOS E PROBLEMAS ....................................................................................................... 10
RELACIONADOS COM O PARTO: .......................................................................................... 10
PÓS PARTO .................................................................................................................................... 10
2 - CASTRAÇÃO ....................................................................................................................... 10
3 - MANEJO DOS FILHOTES ÓRFÃOS ............................................................................. 11
4 - MANUAL DA PEDIATRIA ..................................................................................................12
5 - COMO TREINAR O ANIMAL PARA URINAR E DEFECAR NO LOCAL DE-
SEJADO .......................................................................................................................... 13
6 - MANUAL DO CÃO E GATO IDOSO .............................................................................. 14
7 - DISFUNÇÃO COGNITIVA DE IDOSOS ........................................................................15
8 - ALGUMAS PARTICULARIDADES DE FELINOS ....................................................... 16
9 - O QUE NÃO PODEMOS DAR AOS CÃES ...................................................................17
10 - CUIDADOS COM AS PLANTAS TÓXICAS EM CASA .............................................17
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL ........................................................................................... 20
Como começar o Enriquecimento ambiental? ...........................................................21
PETS EXÓTICOS ..........................................................................................................................24
Legislação (Brasil) ...................................................................................................................24
TARTARUGA-TIGRE-D’ÁGUA ..................................................................................................25
Possíveis enfermidades .......................................................................................................25
HAMSTER ....................................................................................................................................... 26
FERRET.............................................................................................................................................27
CHINCHILA .................................................................................................................................... 28
SERPENTES .................................................................................................................................. 29
PORQUINHO DA ÍNDIA (CAVIINAE) .......................................................................................31
COELHOS .......................................................................................................................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS: .......................................................................................................33
REFERÊNCIAS: ..............................................................................................................................33
4
A AUTORA:
Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Paraná (2003), especialização em Neurociência Clínica pela Unyleya 
(2019), mestrado em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do 
Paraná (2005) e doutorado em Zoologia pela Universidade Federal do Pa-
raná (2019). Tem experiência na área de comportamento, atuando prin-
cipalmente nos seguintes temas: neurogestão, neurociência, estresse, 
transtornos mentais, intervenções assistidas por animais e meio ambien-
te. Atua como docente no ensino superior desde 2006. Escreveu um dos 
capítulos do livro “As vinte melhores estratégias do ensino do bem-estar 
animal” publicado pela World Animal Protection:” em 2015. Publicou o capí-
tulo “Ensaios de uma cosmovisão teleológica para uma elaboração de uma 
legislação específica da TAA” que foi a base do novo projeto de Lei sobre 
Intervenção Assistida por Animais no Congresso Nacional. É membro da 
Animal Behavior Society, da Sociedade Brasileira de Neurociência e Com-
portamento e Sociedade Brasileira de Etologia. Atualmente atua como Dire-
tora das Relações Institucionais do Centro Superior de Ensino dos Campos 
Gerais (CESCAGE). Coordenadora de extensão universitária do grupo Mas-
cotes da Alegria, que realiza intervenções assistidas por animais há 9 anos. 
Na pós-graduação é coordenadora da Residência de Saúde Coletiva em 
Medicina Veterinária. Atua também na gestão do Colégio Vila Militar CESCA-
GE e como docente da disciplina Cuidar de animais, ministrado aos alunos 
do Ensino Fundamental II. 
5
INTRODUÇÃO 
1 - RELAÇÃO HOMEM ANIMAL 
A domesticação é um processo que envolve um grande número de ani-mais que foram selecionados por muitas gerações até intensificar algu-
mas características e tornar outras secundárias. O resultado é uma espécie 
com morfologia, fisiologia e comportamento alterados. Compreendera do-
mesticação e as suas implicações é fundamental para se cuidar bem uma 
espécie que vive sob cuidados humanos. 
Antigamente acreditava-se que para cuidar bem de um animal bastava 
apenas dar-lhes água, comida e sanidade. Entretanto, hoje sabemos que 
animais possuem necessidade internas e ambientais complexas, que quan-
do não atendidas, podem comprometer a qualidade de vida. 
O animal é senciente, ou seja, é capaz de sentir dor, medo, prazer e feli-
cidade. Por meio de sinais fisiológicos ou comportamentais, eles demons-
tram o que estão sentindo. Se o animal não pode manifestar sua motivação 
interna e seu comportamento natural a qual foi predestinado, seu bem-es-
tar está comprometido e o relacionamento com o meio fica prejudicado.
O objetivo deste trabalho é fornecer informações básicas sobre cuida-
dos sanitários, de bem-estar e manejo ambiental através da análise da rela-
ção social entre animais e seus tutores. Falaremos inicialmente sobre como 
essas questões se aplicam a cães e gatos, animais mais comuns nos lares. 
Em seguida, abordaremos sobre esse tipo de relação em pets exóticos. 
CÃES E GATOS 
1 - CUIDADOS COM A FÊMEA GESTANTE 
E xistem diferentes manejos para as diferentes fases da vida do animal (pré-natal, parto, pós-parto e desmame) e o sucesso ou fracasso de-
penderá do comprometimento do cuidador da fêmea. O diagnóstico de 
gestação deve ser realizado o mais precocemente possível para orientar o 
criador, racionalizar serviços, aumentar a eficiência reprodutiva e produtiva 
e adotar procedimentos de manejo (FEITOSA, 2017). 
O parto normal que transcorre regularmente é chamado de eutocia e 
as dificuldades encontradas durante a expulsão do feto é chamada de dis-
tocia. Nestes casos, o médico veterinário precisa estar atento, monitorar o 
parto e se necessário, realizar a manobras obstétricas. 
6
O primeiro cio das cadelas e gatas ocorre a partir do sexto mês de vida, 
sendo que nos caninos ele pode ser do tipo “silencioso” (quando não há si-
nais) ou com corrimento sanguinolento que persiste por sete dias. O perí-
odo fértil da cadela está compreendido entre o oitavo ao décimo segundo 
dia. Nessa fase a cadela aceita o macho e pode ocorrer a cópula. O intervalo 
entre cios é em média de 180 dias. As fêmeas de felinos podem ter altera-
ções no cio de acordo com a luminosidade e possuem a particularidade da 
ovulação induzida. 
No caso de algumas raças de cães, como por exemplo o buldogue inglês, 
existe a necessidade de inseminação artificial. Para identificar o período 
correto da inseminação deve-se fazer o exame de citologia vaginal. A capa-
cidade de descamação epitelial permite a observação e tipificação celula-
res características de cada momento hormonal do ciclo estral. 
Quando existe a intenção por parte dos tutores de que ocorra a repro-
dução da fêmea são necessários cuidados especiais para que os filhotes 
nasçam saudáveis e que o animal possa se recuperar plenamente.
Importante ressaltar que é indicado o cruzamento a partir do terceiro 
cio. Apesar do útero apresentar ampla capacidade de distensão, permitin-
do a gestação; contrair-se fortemente no momento do parto, e involuindo 
rapidamente no puerpério, recomenda-se dar intervalo entre um cio e ou-
tro para uma nova gestação. A castração precoce é sempre mais indicada 
do que a reprodução, dada a vastidão de estudos publicados em artigos 
7
que relatam uma menor incidência de tumores e infecções em animais cas-
trados. 
1.1 - SANIDADE:
O manejo sanitário é importante para que os filhotes fiquem livres de 
endoparasitas, que recebam o colostro de qualidade com imunidade pas-
siva para os próximos 45 dias e que ganhem peso com o desenvolvimento. 
• O que devemos fazer: 
– Realizar desverminação antes da gestação;
– Fêmea deve estar com todas as vacinas em dia para que os filhotes 
recebam a imunidade passivamente através da amamentação;
– Usar antipulgas próprios para animais gestantes ou lactantes. 
– Realizar tosa higiênica alguns dias antes do parto. 
1.2 - NUTRIÇÃO: 
A nutrição é essencial para que o desenvolvimento dos fetos seja 
adequado e para que a mãe não sofra nenhuma deficiência, doença, 
abortos, reabsorção embrionária, e demais problemas que possam surgir 
na gestação. 
• O que devemos fazer: 
– Utilizar ração de filhote ou alimentação natural própria para gestantes;
– Fornecer alimentação em menor quantidade e com mais frequência;
– Evitar suplementação de cálcio. 
1.3 - DESENVOLVIMENTO FETAL 
A gestação ocorre no período de 57 a 65 dias. O diagnóstico é feito a 
partir do trigésimo dia com o auxílio do aparelho de ultrassom, assim como 
a observação do aumento gradual do abdome e do volume das glândulas 
mamarias. 
O mais forte indicativo da gestação nessa espécie é o não retorno ao cio, 
após a cobertura natural ou inseminação artificial. 
Na Figura 1 pode-se acompanhar como é o desenvolvimento dos fetos 
no útero da cadela. 
1.4 - PREPARO DA FÊMEA: TERÇO FINAL DA GESTAÇÃO 
Ao final da gestação o ideal é realizar um planejamento de manejo para 
maior conforto, bem-estar e sanidade da gestante e dos filhotes. 
1.4.1 - FORNECER ALIMENTAÇÃO EM MENOR QUANTIDADE 
E COM MAIS FREQUÊNCIA
Se faz recomendável não fornecer grandes quantidades de alimento nas 
fases finais da gestação, uma vez que nelas o útero aumenta consideravel-
8
mente de volume, por conta de problemas, como a torção gástrica e dificul-
dade respiratória, que podem acometer o animal. 
1.4.2 - EVITAR SUPLEMENTAÇÃO DE CÁLCIO 
Estudos científicos apontam que o funcionamento do paratormônio 
pode ser prejudicado pela aplicação da suplementação de cálcio no animal. 
1.4.3 - TOSA HIGIÊNICA 
Algumas fêmeas possuem muitos pelos na região da vagina e mamas. O 
ideal seria uma tosa para facilitar a amamentação. 
1.4.4 - TEMPERATURA 1 SEMANA ANTES
Alguns dias antes do parto, as fêmeas animais sofrem uma alteração da 
temperatura em espaços muito curtos de tempo. Antes das 24 horas ocor-
re a hipertermia e horas antes do parto, hipotermia. 
1.4.5 - CAIXA MATERNIDADE
A Caixa Maternidade é uma alternativa interessante para dar conforto e 
segurança para a fêmea em um local próprio para o parto.
1.4.6 - SINAIS QUE ANTECEDEM O PARTO
A gestação da cadela compreende um período de 57 a 65 dias. Existem 
alguns sinais que antecedem o parto, que em 90% das vezes ocorre à noite. 
Na lista abaixo é possível observar quais são. 
O médico veterinário é essencial para observar e intervir em caso de in-
tercorrências antes e durante o nascimento dos filhotes. 
SINAIS: 
• Queda de Temperatura 
• Mudança de comportamento (ninho)
• Anorexia
• Tremores
• Presença de corrimento vaginal
• Mamas edemaciadas
• Falta de apetite
• Lambedura insistente no flanco e vagina
1.5 - PARTO 
O momento do parto é marcado pela liberação de vários hormônios no 
organismo do animal. O aumento do cortisol materno e fetal estão envol-
vidos no desencadeamento do parto. A prostaglandina também aumenta 
antes do parto provocando a queda de progesterona durante 24 horas. A 
ocitocina, responsável pelas contrações, aumenta e a prolactina é induzida 
pela sucção. 
9
O parto inicia com a saída da bolsa fetal. A fêmea deve romper a placen-
ta e o cordão umbilical. Em seguida, deve secar o filhote e estimular a respi-
ração através de lambidas. 
O intervalo entre os nascimentos dos filhotes pode ser de 20 a 60 minu-
tos. Deve-se aguardar 6 horas antes de indicar cesariana. 
Consegue-se observar as contrações logo no início do parto. Os tipos de 
contração que o corpo do animal realiza são: 
• Contrações Primárias: antecedem o parto 
• Contrações Secundárias: ocorrem durante a fase de expulsão 
– Importante salientar que só se deve interferir no processo se a fêmea 
não executar as funções inerentes ao instinto materno. 
o Manobra obstétrica e secagem do filhote com toalha limpa.
o Cortar o cordão umbilical. 
o Caso tenha aspirado líquido, realizar manobra da figura com cuidado
Figura 1. Mãe deve romper a bolsa, o cordãoe secar o filhote.
Figura 2. O intervalo de nascimento dos filhotes deve ser de 20 a 60 minutos. Exceto em 
primíparas que pode ter intervalo maior. 
10
CUIDADOS E PROBLEMAS
RELACIONADOS COM O PARTO:
• Inércia Uterina
• Inibição do trabalho de parto por estresse
• Morte fetal (figuras 6, 7, 8 e 9)
• Fêmea que não come a placenta 
• Não rompe o cordão 
• Filhote não respira- ***usar doxapram 
• Fêmea não limpa o filhote 
• Filhote preso na vulva 
PÓS PARTO 
E ste é o período pós nascimento dos filhotes. Ele se estende até o des-mame, que pode ocorrer de 45 a 60 dias. Os cuidados com a mãe e as 
crias não podem parar nesta fase, pois ainda há o risco de complicações de 
saúde. Abaixo estão listados alguns destes problemas.
• Prolapso uterino: quando o útero sofre protrusão através da vagina. 
• Retenção de placenta: quando a placenta não é totalmente elimina-
da e pode resultar em infecção. 
• Hemorragia: diversas doenças podem resultar em hemorragia pós-
-parto. (Diferenciar de secreção normal até 15 dias pós-parto). 
• Tetania hipocalcêmica puerperal: ocorre normalmente entre os 12 
a 14 dias pós-parto. A fêmea apresenta tremores e estupor. Constitui uma 
emergência médica e há necessidade da aplicação de cálcio endovenoso. 
• Canibalismo e Agressividade: Algumas fêmeas apresentam agressi-
vidade e tentam ingerir seus filhotes. Nesse caso o ideal é separar a fêmea 
dos filhotes e criá-los como órfãos. 
2 - CASTRAÇÃO 
É um procedimento cirúrgico realizado para esterilizar os animais. A lite-
ratura descreve inúmeros benefícios de fazer o procedimento, em especial 
nos casos em que é feito antes do primeiro cio. Foram listados alguns deles:
- Diminui a chance de câncer de mama e de próstata
- Diminui os riscos de brigas com outros animais
- Reduz risco de fugas em busca de parceiros na época da reprodução 
- Reduz comportamentos agressivos 
- Impede gestação indesejada 
11
- Evita marcação territorial de machos 
- Reduz o abandono de animais
- Aumenta expectativa de vida.
*** Vale ressaltar que a castração é um procedimento doloroso para o 
animal e deve-se tomar muito cuidado em seguir todas recomendações 
médicas no pós-operatório, tais como uso de antibiótico, analgésicos, an-
tissépticos, assim como a roupa cirúrgica e colar elisabetano (para se evitar 
automutilação). Configuram-se como maus tratos a negligência e a não re-
alização do manejo da dor e dos ferimentos. 
3 - MANEJO DOS FILHOTES ÓRFÃOS 
A morte da mãe logo após o nascimento dos filhotes, seu adoecimento 
ou abandono das crias após cesariana, que desenvolve pouco os instintos 
maternos, são as causas de filhotes órfãos. Para suprir a falta da mãe, de-
vem-se estabelecer medidas substitutivas através de um programa de ma-
nejo apropriado, de forma a evitar a chamada tríade neonatal: hipotermia, 
hipoglicemia e desidratação.
A primeira medida a ser tomada é com relação ao aquecimento: utilizar 
lâmpadas, garrafas do tipo pet ou bolsas com água morna.
Quanto à alimentação, podem ser utilizadas formulações comerciais 
(observar Kcal contidas no produto) ou caseiras, tomando-se o cuidado de 
esterilizar todo o material e utilizar água fervida ou filtrada. Após o preparo, 
o leite deve ser armazenado por no máximo 24 horas à 4ºC. O volume para 
cada 100g de peso vivo é de: primeira semana 13 ml; segunda semana 17 ml; 
terceira semana 20 ml; quarta semana 22 ml. Dividir a cada 3 horas.
Existem diversas formulações caseiras, por exemplo:
85 ml de leite condensado (glicose);
85 ml de água;
160 ml de iogurte (gordura);
3 a 4 gemas de ovo.
Nos trabalhos publicados a respeito do uso de formulações caseiras 
para filhotes órfãos, observa-se que nestas fórmulas contém menos prote-
ína, calorias, cálcio e fósforo do que no leite da cadela. Além disso, o índice 
do colesterol é maior. Por este motivo, é recomendável o uso das formula-
ções comerciais que são mais próximas do leite da cadela.
Outra questão importante de observar é o reflexo ano-genital. A cadela 
lambe seu filhote para estimular a defecação e a liberação da urina. Na falta 
dela deve-se, com o auxílio de um algodão úmido, passar delicadamente na 
região da genital e no ânus do filhote para estimulação e liberação de fezes 
e urina.
Os neonatos necessitam de acompanhamento 
constante do profissional da área de medicina 
12
veterinária pois são muito sensíveis e a taxa 
de mortalidade por erro de manejo é alta.
4 - MANUAL DA PEDIATRIA 
Criar um cão ou gato requer amor, muito empenho e também muita fir-
meza! A decisão de ter um animal deve ser bem estudada já que não é ape-
nas uma questão de escolher e sim, aprender a viver com ele.
Preparo do leito
É necessário preparar um lugar protegido das correntes de ar, fácil de 
limpar, não muito distante do ambiente no qual se desenvolve a vida do-
méstica para que o filhote tenha contato com a família, pois ele assim como 
as crianças pode sofrer acidentes dentro de casa.
O Médico veterinário
A visita ao veterinário é uma das primeiras coisas que o novo proprietá-
rio de filhote deve colocar como prioridade. O veterinário se certificará do 
estado de saúde do filhote e aplicar as vacinas necessárias.
Alimentação
A partir da terceira semana de vida, o leite materno não satisfaz mais 
as necessidades do filhote. Deve-se oferecer um alimento específico e de 
boa qualidade, pois uma nutrição equivocada pode levar a consequências 
para toda a vida do animal. Deve-se evitar alimentos feculentos, ossos de 
animais pequenos, temperos fortes, gorduras, frituras, manteiga, enlatados 
e embutidos e principalmente os doces. Muito cuidado com cebola e cho-
colate pois estes alimentos podem intoxicar os cães.
Água
A água deve estar sempre à disposição do cão. Troque-a frequentemen-
te, de modo que esteja fresca e limpa.
Vacinações
As vacinações ajudam a prevenir doenças contagiosas, algumas delas 
fatais. Filhotes de cães começam um programa de vacinação a partir dos 
45 dias de vida, sendo uma dose a cada 21 dias, totalizando 3 injeções. Nos 
filhotes de gatos, o processo de imunização tem início aos 60 dias de vida. 
Vale lembrar que os adultos precisam de reforço anual das vacinas. 
Banhos
Filhotes com menos de dois meses não devem tomar banho. Para eles, 
aconselha-se o uso de lenços umedecidos ou gel de banho a seco. E após 
essa idade, o banho deve ser dado com água morna e secagem dos pelos 
com secador.
Vermes
As infestações por vermes intestinais nos cães são um grave problema. 
Eles podem se contaminar facilmente quando frequentam praças públicas, 
parques ou qualquer outro lugar que tenha contato com outros cães. A con-
13
taminação se dá pela ingestão de ovos de parasitas encontrados nas fezes 
de cães contaminados. Isso porque estes animais têm o hábito de farejar 
muitas áreas, inclusive fezes de outros da mesma espécie. 
O problema aumenta quando os parasitas em questão são transmissí-
veis ao homem. Adultos e crianças podem desenvolver uma zoonose ao 
entrar em contato com um cão contaminado.
Comportamento
Os filhotes são lindos e suas travessuras 
são motivo de muitas risadas, mas assim 
como crianças devem ser educados para 
que quando adultos se tornem amáveis e 
simpáticos e, portanto, mais felizes e sociáveis.
5 - COMO TREINAR O ANIMAL PARA URINAR E DEFECAR 
NO LOCAL DESEJADO
Essa é uma dúvida mais frequente dos proprietários inexperientes de 
cães. É muito mais fácil começar o treinamento do animal a partir das 8 se-
manas de idade. Antes disso as expectativas se farão frustradas. A paciência 
dos donos, nesses casos, é fundamental. Em idosos a perda do treinamento 
é a causa mais comum de problemas de eliminação. O que precisa saber é 
se o animal apresenta algum problema de ordem médica que ocasiona essa 
urgência de eliminação fora do local designado. 
Dicas para evitar eliminação em locais não convencionais: 
- Levar o animal para defecar e urinar após acordar, comer e tomar água.
- Não deixar o animal preso por muito tempo, pois fatalmente ele não iráconseguir conter sua necessidade. 
- Se for utilizar medidas de punição (logicamente para os que controlam 
e não possuem problema de saúde), realizar segundos após a eliminação. 
Deve-se ter cuidado para que o animal não interprete a mensagem de outra 
forma, como um incentivo para urinar ao invés de não urinar ali.
- Cuidado com as superfícies preferidas para eliminação para não gerar 
constrangimentos futuros. Os tapetes são locais preferidos pelos cães para 
urinar, visto que o líquido é rapidamente absorvido. É preferível evitar o uso 
deles, ou realizar um treinamento firme. 
- A caixinha de areia dos gatos deve estar sempre limpa e, para garantir 
que ele a use, longe da comida. 
- Micção territorial; Mesmo cães castrados e bem treinados acabam se 
rendendo à prática. O instinto é mais forte que eles!
- Conflitos sociais entre gatos, estresse generalizado e frustração po-
dem estimular a marcação inapropriada por borrifamento da urina. Para 
14
combater o problema, a solução é resolver o conflito entre os animais ou 
intervir através de farmacos.
6 - MANUAL DO CÃO E GATO IDOSO
Cães e gatos passam pelo mesmo processo de envelhecimento que os 
humanos. O espaço de tempo, porém, é muito mais curto. Quando o animal 
de estimação alcança a meia idade, ao redor de seis ou sete anos, é acon-
selhável que os tutores levem-no ao veterinário pelo menos duas vezes ao 
ano.
Parâmetros etários
O processo de envelhecimento varia com a raça:
– Cães pequenos (menos de 9 Kg) .........................................9 a 13 anos
– Cães médios (9,5 a 22,5 Kg) ...................................................9 a 11,5 anos
– Cães grandes (23 a 40 Kg ) .....................................................7,5 a 10,5 anos
– Cães gigantes (mais de 40 Kg) ..............................................6 a 9 anos
– Gatos (maioria das raças).......................................................10 a 17 anos
Nutrição
À medida que o cão ou o gato vai se aproximando dos seus anos sênior, 
é importante levar em consideração adaptações em sua dieta, de modo 
a fornecer um equilíbrio nutricional mais adequado às alterações de nível 
corporal.
O tecido muscular precisa ser mantido em boa forma através de prote-
ínas de alta qualidade, enquanto que um reduzido nível de atividade física 
significa que há necessidade de uma dieta de menor teor calórico. Além dis-
so, à medida que o seu sistema digestivo se torna cada vez mais sensível, 
ele passa a necessitar de nutrientes especiais para apoiar a saúde intestinal 
do animal. Devem-se evitar mudanças súbitas na rotina diária ou na dieta, 
proporcionar um alimento facilmente digerível e encontrar determinadas 
formas de produtos que sejam mais suaves para os dentes e gengivas e 
quando necessário, fornecendo uma dieta terapêutica adequada para tra-
tar ou adaptar o animal a uma doença.
Problemas específicos dos cães e gatos geriátricos
À medida que os cães e gatos envelhecem, seus órgãos ficam menos 
eficientes e eles ficam menos resistentes a infecções e a problemas como:
– Obesidade
– Tumores
– Halitose (oropatia)
– Alterações dermatológicas
– Artrite
– Diminuição ou perda da audição e visão
15
– Doenças crônicas como insuficiência renal, hepática e cardíaca e en-
docrinopatias
– Tosse
– Incontinência urinária
Mas alguns desses problemas podem ser evitados ou adiados com um 
programa especial de saúde para cães e gatos idosos, realizado por seu mé-
dico veterinário.
Comportamento
 Cães e gatos idosos podem ter um decréscimo na sua capacidade de 
lidar com o estresse e isto também pode resultar em mudanças compor-
tamentais. Ansiedade da separação, agressão, irritabilidade, fobias (princi-
palmente a barulhos) e crescente vocalização podem aparecer ou torna-
rem-se mais agudas, em cães idosos. Vários medicamentos combinados 
com técnicas amorosas de modificação comportamental podem ajudar a 
resolver ou diminuir alguns destes problemas.
Alterações para se observar em casas com animais idosos
– Consumo de alimento (apetite)
– Consumo de água
– Micção e defecação
– Alterações de peso corporal
– Odores anormais
– Calombos e feridas que não cicatrizam
– Tosse e espirros
– Vômito e diarreia
À medida em que o animal envelhece, sua saúde precisa ser monitorada 
mais atentamente. Mudanças na atividade e no comportamento são sinais 
que não podem ser ignorados. Muitas destas mudanças podem ser indicar 
doenças sérias. Em caso de dúvida, um veterinário deve ser consultado. 
Animais idosos devem ser encaminhados para, pelo menos, um exame de 
check-up anual.
7 - DISFUNÇÃO COGNITIVA DE IDOSOS
Esse é um problema que se assemelha muito ao mal de Alzheimer em 
humanos e o diagnóstico precoce é muito importante, pois permite a pos-
sibilidade de intervenções terapêuticas mais eficazes. Existe um manejo 
ambiental, nutricional e farmacológico adequado para melhorar a qualida-
de de vida desses animais. Para isso, os tutores precisam estar atentos aos 
sinais: 
Cães (acima de 9 anos): 
-Diminuem as saudações. Ou seja, o animal não se comove com a che-
gada do tutor em casa.
-Desorientação
-Trocam o dia pela noite
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-Excreção de urina e fezes em locais não habituais
-Latir para o “além”. Pessoas supersticiosas encaram este comporta-
mento como avistamento de fenômenos sobrenaturais
- Problemas de memória e aprendizado
- Redução da interação social
- Entrar em lugares dos quais não consegue sair. 
Gatos (acima de 11 anos): 
- Vocalização excessiva (miar sem estímulos para este comportamento).
- Aumento da necessidade por atenção
- Desorientação 
- Apatia 
- Alteração no ciclo sono-vigília. 
Existe tratamento para esse problema e a melhora dos sinais ocorre en-
tre duas a quatro semanas após o início deste. O tratamento de problemas 
em animais idosos deve ser iniciado o quanto antes, mais uma vez reforçan-
do a necessidade de leva-los constantemente ao médico veterinário.
8 - ALGUMAS PARTICULARIDADES DE FELINOS 
Gatos são criaturas maravilhosas, entretanto possuem muitas particu-
laridades fisiológicas e comportamentais que os tornam animais singulares, 
tornando necessários os cuidados ao manejá-los. Os felinos têm suas ne-
cessidades nutricionais específicas, apresentam diferenças em seu me-
tabolismo e apresentam uma sensibilidade aos medicamentos. Na clínica 
veterinária observam-se vários casos de intoxicações e reações adversas 
após uso de determinados fármacos. 
Gatos mostram-se um desafio quando necessitam de cuidados mé-
dicos. Eles apresentam deficiência de glicuronil transferase, um grupo de 
enzimas responsáveis pela metabolização de medicamentos, o que torna, 
portanto, parte dessas drogas tóxicas para os bichanos, como a aspirina, o 
paracetamol, a morfina, etc. Em gatos, a avaliação da hipoperfusão secun-
dária a hipovolemia é difícil, pois a coloração normal das membranas mu-
cosas é mais pálida do que em cães e a qualidade do pulso é mais difícil de 
ser avaliada. Apresentam também uma alta susceptibilidade do eritrócito 
(hemoglobina) em se oxidar, ocorrendo reações adversas. Um dos alimen-
tos que podem produzir reações como esta citada é a cebola, que deve ser 
evitada a qualquer custo na alimentação dos gatos. 
Medicamentos que NÃO DEVEM SER DADOS AOS GATOS !!!
● Acetominofen (Tylenol);
● Benzocaina (Andolba);
● Hidrocarbonetos clorados (como Lindane, Clordane);
● Hexaclorofeno (agente germicida, encontrado em xampus, desinfe-
tantes e sabonetes, como o Phisiohex); 
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● Carbaril (Carbamato = usado em remédios contra pulgas como Talco);
● Azul de Metileno;
● Aspirina (AAS, Melhoral); 
● Sulfonamidas (Sulfas);
● Sulfoetoxipiridazina (Bactrin); 
● Cloranfenicol;
● Lidocaína;
● Tetraciclina; 
*** Intoxicação por cebola em gatos
Mecanismo: O princípio tóxico (n-propil dissulfito) presente na cebola 
causa a transformação da hemoglobina em metemoglobina.
Achados laboratoriais: anemia hemolítica, corpúsculos de Heinz e 
metemoglobinemia. 
Sinais: urina escura e fadiga. 
9 - O QUE NÃO PODEMOS DAR AOS CÃES 
Cães tambémapresentam algumas particularidades que tornam peri-
gosos medicamentos ou até mesmo itens nutricionais aparentemente ino-
fensivos para seres humanos, podendo custar a vida de um animal. 
O que NÃO DEVEMOS DAR AOS CÃES !!!
● Acetominofen (Tylenol);
● Aspirina (AAS, Melhoral); 
● Diclofenaco
● Chocolate
● Bebidas alcóolicas 
● Cebola 
10 - CUIDADOS COM AS PLANTAS TÓXICAS EM CASA 
Muitas plantas que possuímos nos vasos e jardim podem causar trans-
tornos na saúde dos pets e algumas são capazes de matar cães e gatos por 
envenenamento!
Dieffenbachia picta (Comigo-ninguém-pode)
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– Monstera sp (Costela-de-adão, Dragão-fedorento, 7 facadas). 
– Abrus precatorius (Olho-de-cabra): causa diarréia sanguinolenta, 
anemia severa.
- Lilium (Lírio): resulta em síndrome nefrótica grave- apenas 2 a 3 fo-
lhas podem ser letais. 
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11 - O ESTRESSE NOS ANIMAIS
Estresse pode ser definido como a soma de respostas físicas e mentais 
causadas por determinados estímulos externos que permitem ao indivíduo 
superar determinadas exigências do meio ambiente e o desgaste físico e 
mental causado por esse processo. 
Estímulos externos que geram estresse podem ser agrupados em três 
categorias:
1-Agentes que causam estresse físico, como por exemplo, a dor.
2-Agentes que provocam o estresse psicológico, como o medo e o iso-
lamento.
3-Agentes desencadeados pela contenção física, barulho e pela pre-
sença de odores.
E quando um agente estressor é percebido por algum animal como uma 
ameaça, podem ocorrer três tipos de reações biológicas: 
1-Comportamental 
2-Autonômica 
3-Neuroendócrina
Existem algumas diferenças entre os tipos de estresse e como eles afe-
tam o organismo animal: 
“Estresse bom”
É aquele que prepara o animal para lutar por sua vida. Alguns sistemas 
fisiológicos são ativados para preparar o animal para as situações normais 
da vida: dilatação de pupilas, inibição de processos digestivos, aumento da 
frequência cardíaca, dilatação de brônquios, aumento da pressão arterial, 
quebra das reservas de glicose, aumento do catabolismo proteico e ativa-
ção de sistema neuroendócrino. Dependendo da espécie e de sua posição 
na natureza, executa também comportamentos compatíveis com sua es-
pécie na tentativa de sobrevivência, como lutar, fugir ou se fingir de morto.
“Estresse ruim” 
O estresse se torna prejudicial ao animal quando mecanismos fisiológi-
cos e comportamentais são insistentemente utilizados para tentar manter 
o organismo em equilíbrio. É um esforço contínuo, árduo e pesado ao qual 
o corpo do animal não consegue sustentar essa situação por muito tempo. 
O estresse crônico pode desencadear consequências terríveis no animal, 
como doenças físicas ou morte. 
A definição de bem-estar animal segundo o autor Donald Broom (1942) 
é o estado de um animal em relação às suas tentativas de se relacionar 
com o meio ambiente. É um conhecimento científico que está se desen-
volvendo constantemente e seu objeto de estudo é identificar o estresse e 
sofrimento animal, para encontrar formas de desativar esses mecanismos, 
20
evitando-se doenças e aumentando a produtividade (nos casos de animais 
de produção). 
Os primeiros sinais de estresse são os comportamentais. Em caso de 
animais de produção, observa-se apatia e falta de motivação. Em cães, ob-
servamos vocalização excessiva, micção e defecação em locais não habi-
tuais e agressividade. Em felinos, percebe-se uma diminuição em seu com-
portamento de autolimpeza, ingestão de alimentos e isolamento profundo. 
Em animais silvestres e equinos, observam-se movimentos estereotipados, 
ou seja, movimentos repetitivos como andar de um lado para outro ou ba-
lançar a cabeça, respectivamente. 
Se as necessidades de adaptação de um animal forem exigentes de-
mais, ele passará a utilizar mecanismos fisiológicos com efeitos deletérios 
para si, na tentativa de garantir a homeostase. Claro, existem as respostas 
individuais, ou seja, diferentes reações comportamentais e fisiológicas a 
mesma situação, principalmente no contato com humanos. De qualquer 
forma, o estresse sempre é prejudicial. 
Já dizia Hipócrates, o pai da Medicina, aos seus discípulos na Grécia An-
tiga, que a doença não era apenas sofrimento, era também a luta do corpo 
para se restabelecer. Traduzindo em miúdos: Estresse crônico é estar no lu-
gar errado e com as companhias erradas. 
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL
O meio ambiente considerado apropriado é aquele que satisfaça as ne-
cessidades dos animais que nele vivem. Após a identificação de problemas 
relacionados com o bem-estar animal é preciso planejar e executar uma 
estratégia no manejo do habitat. O enriquecimento ambiental é uma forma 
de melhorar o funcionamento biológico do animal e de proporcionar bem-
-estar psicológico. Por definição, de acordo com Newberry (1995), existem 
cinco tipos, sendo eles:
- Físico: está relacionado à estrutura física do recinto. Consiste na intro-
dução de aparatos que deixam o ambiente semelhante ao habitat natural 
da espécie;
- Sensorial: consiste em estimular os cinco sentidos do animal. Sons 
como vocalização e odores de fezes e urina, por exemplo; 
- Cognitivo: objetiva a capacidade mental do animal. Ocorre com dis-
positivos mecânicos a serem manipulados;
- Social: caracterizado pela interação intra e interespecífica que pode 
ser criada no ambiente. 
- Alimentar: pode-se fazer variações na alimentação, de acordo com o 
hábito de cada espécie, com a finalidade de promover um ambiente mais 
próximo do natural. 
21
Atender às necessidades ambientais é essencial (não opcional) para 
bem-estar ideal de cães e de gatos. As necessidades ambientais incluem 
aquelas relacionadas não apenas ao ambiente físico (ambiente interno ou 
externo, no ambiente doméstico ou na clínica veterinária) mas também 
aqueles que afetam a interação social, incluindo respostas ao contato hu-
mano. Fonseca e Genaro (2015) investigaram os parâmetros mínimos para 
a manutenção de gatos domésticos confinados. Os resultados revelaram 
que os felinos necessitam da presença de uma área elevada sugerindo um 
design mais apropriado para que as necessidades comportamentais des-
ses animais sejam garantidas, o que pode influenciar significativamente no 
seu bem-estar.
Para ELLIS et all (2013) um ambiente para os felinos deve seguir os 5 pi-
lares:
Pilar 1
Forneça um lugar seguro
Pilar 2
Fornecer múltiplas e separadas alas ambientais
recursos: alimentos, água, áreas de higiene, áreas de coçar,
áreas de jogo, e áreas de descanso ou de sono
Pilar 3
Dar oportunidade para o jogo e comportamento predatório
Pilar 4
Fornecer uma interação com humanos positiva, consistente e previsível
Pilar 5
Proporcionar um ambiente que respeite a importância
do olfato do gato
Como começar o Enriquecimento ambiental?
- Fornecer esconderijos individuais para o gato;
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- Gatos amam caixas de papelão;
- Poleiros que permitam que o gato se sinta seguro 
- Se possível, gatos de estimação devem ter acesso para lugares seguros 
ao ar livre; 
- Troncos de árvores ou um poste coberto com corda de sisal; 
23
 - Esconder comida em vários locais;
- Espalhar alimentos secos ou ração, ou misturar croquetes para os ga-
tos perseguirem; 
-Fornecer alimentadores de quebra-cabeças, feitos à mão, ou alimenta-
dores cronometrados comprados em lojas, para promover pequenas refei-
ções frequentes;
-Deixar o gato pegar o brinquedo no final da haste ou varinha para simu-
lar uma captura;
- Recompensar o gato com um petisco depois do jogo ou interação com 
o proprietário. 
-Usar brinquedos que os gatos possam manipular com suas patas ou 
boca e aqueles que podem conter alimentos; 
-Usar brinquedos de plumas, fitas e peles que possam ser atacadas e jo-
gadas no ar para imitar presas voadoras ou terrestres. 
-Usar brinquedos grandes e macios que possam ser varridos e mordido.
- Criar um jardim sensorial é uma alternativa a ser avaliada e explorada 
pelo tutor! 
 
 
24
E quais os estímulos que os cães necessitam? 
****Na prática, existem brinquedos e labirintos para estimular as brinca-
deiras. No site da Pet Games pode-se encontrar alternativas:
http://www.petgames.com.br/
Outras formas possíveis e viáveis são: 
- Passear com o animal;
- Identificar o papel do dono ansioso, reforçando a ideia de que o animal 
possui uma conexão sentimental muito grande com o dono;
- Estimular atividades recreativas com crianças e outros animais; 
- Se for bem aceito pelo animal, introduzir outro animal de estimação na 
casa. 
***Em casos extremos, além do aconselhamento psicológico, utiliza-se 
a terapia farmacológica.
PETS EXÓTICOS 
A clínica médica e cirúrgica de animais silvestres vem adquirindo cres-
cente destaque na prática veterinária. A consciência a respeito da pro-
blemática ambiental cresceu significativamente nos últimos anos. Assim, 
questões como desmatamento, manejo sustentável e conservação de 
florestas passaram a ter grande destaque, inclusive na mídia internacional. 
Alguns autores apontam que as piores ameaças à fauna silvestre brasileira 
são a perda de hábitats e o tráfico. Cerca de 90% das vendas de animais 
silvestres são ilegais. 
Para compreender este assunto complexo, que envolve diversos seto-
res sociais, é preciso entender o que são animais selvagens nativos e exóti-
cos.
Animal selvagem ou silvestre: são animais da fauna local, não poden-
do ter em casa como animal de estimação. 
Animal exótico: são animais que não são pertencentes à fauna do Bra-
sil. Necessita-se de registro para ter alguns animais, sob pena de responder 
juridicamente no descumprimento da lei. 
Legislação (Brasil)
Animais da fauna nativa são permitidos com documentação específica: 
nota fiscal de compra (onde está explícito o nome popular e científico), in-
formando o número do animal gravado, o certificado de origem, número da 
http://www.petgames.com.br/ 
25
nota fiscal e o número do criadouro comercial de fauna silvestre brasileira 
registrado pelo IBAMA. Deve constar ainda o nome do proprietário, RG, CPF 
e endereço.
A nota fiscal deve sempre estar disponível em caso de fiscalização ou 
transporte. É proibida a soltura de animais na natureza, estando sujeito a 
penalidades previstas nas Leis n° 6.938/81 e n° 9.605/98. Caso o proprie-
tário não possa mais mantê-lo, a loja que efetuou a venda deve receber o 
animal a qualquer momento.
Existem alguns animais exóticos que podem ser legalmente criados 
como pets e que necessitam de cuidados ao manejá-los. Veja abaixo alguns 
exemplos de animais silvestres criados como pets e os devidos cuidados 
necessários.
TARTARUGA-TIGRE-D’ÁGUA
Características: 
A tartaruga-tigre-d ’água brasileira é encontrada no estado do Rio Gran-
de do Sul. Esta espécie, bem como a subespécie norte-americana, surge 
em lugares fora do seu habitat natural, possivelmente, oriundas de aban-
dono dos donos. 
Alimentação 
- Alimentá-las de 2 a 3 vezes ao dia
- Colocar a Tartaruga em uma bacia para ajudar na limpeza do aquário
- Oferecer Ração comercial e petiscos, como camarão, legumes, frango, 
ovos e frutas, que devem ser descascadas devido aos agrotóxicos
- Sempre oferecer a comida em temperatura ambiente
Desverminação
Pode ser feita a cada 6 meses com a prescrição de médico veterinário 
especialista. Alguns autores, porém, não concordam com a utilização de 
vermífugos em caráter preventivo e sim, quando o exame de fezes for posi-
tivo para presença de ovos dos invasores. 
Possíveis enfermidades
Salmonelose: A presença de salmonelas sem manifestação clínica é 
frequente e é relevante para a saúde pública. E as manifestações clínicas 
quando presentes são: diarreia, anorexia, letargia. Normalmente não se 
aconselha tartarugas filhotes como animais de estimação para pessoas 
imunodeprimidas, como bebês, idosos, gestantes e soropositivos para HIV. 
Retenção de Ovo: Muito frequente e os sinais clínicos são edema e pa-
ralisia de membros. O diagnóstico é através de raio-X. 
Hipovitaminose A: Caracteriza-se por olhos fechados e aumento de 
volume e crescimento córneo no bico
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Pneumonia: A tartaruga permanece em estado flutuante no aquário. 
Secreção nasal e ocular. O tratamento é a base de antibióticos e inalações 
com prescrição veterinária. 
Casco Mole: Deficiência de cálcio e vitamina D. A tartaruga deve tomar 
o sol de manhã e à tarde por 10 minutos. Aplicação de Aderogyl D3 ( 1 gota/ 
Kg) uma vez ao dia, ao longo de um mês (30 dias).
Envenenamento por Azaléia: É necessário tratamento suporte da in-
toxicação.
Ataques de outros animais: Pode ser por cães, gatos ou ratos. É consi-
derada emergência médica e necessita de cuidados veterinários. 
HAMSTER
Características
São pequenos roedores, muito populares como animais de estimação, 
pelo comportamento dócil e por exigir pequeno espaço físico. Eles pos-
suem grandes dentes incisivos que estão em constante crescimento, por 
isso necessitam roer constantemente para evitar seu crescimento exces-
sivo. 
O tempo de vida médio dos hamsters é de dois anos, contudo alguns 
podem viver até três ou quatro anos, dependendo da espécie. Os hamsters 
são animais noturnos e preferem dormir durante o dia, que costuma ser 
mais quente e são ativos à noite, quando está mais frio. Muitas espécies de 
hamsters têm as bochechas dilatáveis, isto é, que aumentam de tamanho. 
Nelas, eles podem carregar comida e forragem para armazenar em suas to-
cas.
Reprodução:
A idade ideal para iniciar o acasalamento é de 4 meses. O Período de 
gestação varia de acordo com a espécie podendo ser de 16 a 21 dias e o des-
mame dos filhotes pode-se iniciar a partir de 3 semanas.
Doenças mais comuns: 
Em todos os casos, deve-se levar o animal para o médico veterinário. As 
doenças mais observadas em hamster são:
- Gastroenterites: principalmente quando alimentados exclusivamente 
com sementes muito gordurosas, como a de girassol.
- Resfriados: Uma gripe que parece inofensiva para humanos pode ser 
fatal para o hamster. 
- Tumores: É o problema de saúde mais observado em hamsters
- Poxvírus (varíola): Não há tratamento, considere a eutanásia. Possível 
fonte de zoonose.
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- Poliomavírus do Hamster (HaPV, papovirus): Não há tratamento, ape-
nas suporte. 
- Dermatofitose: O tratamento consiste em aplicar Itraconazol 5mg/Kg 
SID por 30 dias 
- Sarnas: Aparece como falhas no pelo do animal e muita coceira 
- Diabettes Mellitus: mudança na dieta e uso de hipoglicemiantes orais, 
tais como glibenclamida. 
- Falta de higiene : amônia: doenças respiratórias 
- Obesidade 
- Corpo estranho
- Má oclusão dos incisivos
Alimentação:
- Ração própria para Hamster
- É comum o hamster ter preferência por algum grão, geralmente as se-
mentes de girassol. Mas deve-se tomar cuidado com a Obesidade.
- Na falta de ração para hamster, o proprietário pode fazer a mistura em 
casa com sementes de girassol e abóbora, aveia, milho, sorgo, trigo, ervilha, 
amendoim, castanhas, e outros grãos crus. 
- Podem ser oferecidas frutas secas como banana, maçã, uva.
- Biscoito para cães
- Sucrilhos, de preferência sem açúcar
FERRET
Os ferrets são mamíferos carnívoros da família dos Mustelídeos. Ao con-
trário do que alguns pensam, os ferrets não são roedores e são parentes 
próximos das doninhas, texugos e as lontras. Existem diversas espécies de 
mustelídeos, sendo a mais conhecida o furão-doméstico (Mustela putorius 
furo), utilizado como animal de estimação em vários países do mundo. 
Como Animal de estimação
A expectativa de vida pode ser muito variável, mas é habitual centrar a 
esperança média de vida entre os três e os seis anos, embora em raros ca-
sos possam chegar até aos treze anos. Com relação ao comportamento, os 
ferrets podem ser descritos como animais pequenos, ágeis, curiosos e dó-
ceis. Eles também são silenciosos, calmos, sensíveis e inteligentes. 
Devem ser criados soltos, como cães e gatos, ou terem um cômodo da 
casa reservado a estes. Tal como o gato, o furão pode usar uma caixa para 
suas funções de excreção com um pouco de treinamento. Aoserem leva-
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dos para fora, necessitam sempre de vigilância, de preferência sendo pre-
sos por coleiras especialmente preparadas para furões.
Alimentação
O furão é um animal carnívoro, mas também come frutos secos, cereais 
e nozes. Existe no mercado uma grande variedade de comidas para furões 
comercializadas. Quando não há disponível a ração para ferret, uma segun-
da alternativa é a ração para gatos. Estes animais apresentam trânsito in-
testinal curto, com cerca de 3 horas. Devem ser alimentados com dieta rica 
em proteína e gordura, pobre em carboidratos. 
Estes animais possuem necessidades proteicas de 30 a 40% de prote-
ína de boa qualidade e digestibilidade (80 a 90%). Dietas ricas em proteína 
de origem vegetal predispõe à formação de cálculos urinários.
Vacinação
A vacina para o ferret deve ser anual contra os vírus da cinomose e da 
raiva. Por enquanto apenas uma empresa fabrica a vacina exclusiva para os 
furões, não podendo ser a utilizada para outras espécies.
Doenças
Cegueira: devido a deficiência do aminoácido Taurina. É preciso realizar 
a suplementação na dieta. 
Cardipatias: também decorrente da deficiência da Taurina na dieta. 
Ulceras: muito comuns, principalmente nos animais que ficam muito 
presos na gaiola. 
Bloqueios intestinais: decorrentes da ingestão de corpo estranho. O 
tratamento é cirúrgico. 
Infecção urinária: também é um problema bem comum, que se carac-
teriza por hematúria e disúria (sangue na urina e dificuldade para urinar). 
CHINCHILA
São pequenos roedores que também conquistaram espaço como Pets 
por sua beleza. Sua pelagem é 30 vezes mais macia que o cabelo humano. 
Normalmente ficam em gaiolas, mas devem ser soltas para se exercitarem. 
O tempo médio de vida da Chinchila vai de 10 a 12 anos. 
Alimentação
As chinchilas têm um sistema digestivo bastante sensível devido a sua 
alimentação muito equilibrada. Elas devem comer uma ração própria para a 
espécie. A alimentação diária consiste basicamente de uma colher de sopa 
de ração, alfafa seca e 3 uvas passas
Alimentação complementar: almeirão, cereais secos como sucrilhos, 
uma vez por semana, e frutas como pera e maçã.
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Higiene
Elas são roedores muito asseados, com comportamento similar ao dos 
coelhos e hamsters. As chinchilas não se dá banho com água. A sua pelagem 
é muito sensível e exige uma areia especial, bastante fina, para se higienizar. 
No seu habitat natural, na Cordilheira dos Andes, elas esfregam-se na terra 
das montanhas. Em cativeiro, precisam ter esta oportunidade de tirar a gor-
dura e sujidade do pelo recriada pelo dono. 
 Na gaiola, é aconselhável colocar serradura no fundo que deve ser reti-
rada à medida que forem sujas com urina. Os absorventes à base de milho 
captam mais urina, neutralizam mais o odor e não precisam ser trocados 
com tanta frequência. No entanto, não é tão econômico. Outra alternativa 
são as aparas de madeira com aroma a maçã e a limão.
Doenças
Crescimento excessivo dos dentes: A maioria dos problemas de saú-
de das chinchilas prende-se com o fato dos donos não lhes fornecerem ma-
teriais para elas desgastarem os dentes. Estes dentes crescem entre 4 a 6 
cm por ano e continuamente durante toda a vida do animal. As chinchilas 
bebês já nascem com dentadas, que curiosamente não têm raízes. Assim, 
convém dar à chinchila brinquedos para roer, pois se a sua dentição che-
gar ao ponto de sobrecrescimento, ele não só dificilmente fechará a boca, 
como não conseguirá comer, causando uma morte lenta e dolorosa. 
Diarréia: procurar tratamento suporte e mudança na alimentação. 
Constipação: Alimentação incorreta. Rever alimentação e em casos 
mais graves, utilizar óleo mineral (0,2 ml por animal 3 x ao dia). 
Tricofagia: Desencadeada por deficiências nutricionais ou estresse. 
Realizar investigação e diminuir agentes estressores. 
Hipovitaminose A: É receitada a aplicação de Aderogyl D3 2 em gotas 
duas vezes ao dia. 
Obstrução: Normalmente o tratamento é cirúrgico.
Reprodução:
A idade ideal para iniciar o acasalamento é em torno de 7 meses de ida-
de e a gestação dura em torno de 111 dias.
SERPENTES 
As serpentes pertencem a um grupo animal com a qual a grande maioria 
das pessoas não está habituada e isso dificulta a empatia. São animais que 
muitas vezes causam medo e aversão nas pessoas!
Características Gerais: São animais ectotérmicos, ou seja, a temperatu-
ra corporal varia conforme a temperatura do ambiente. Realizam respira-
ção pulmonar (não tem diafragma, por isso a troca gasosa é menor que em 
mamíferos). Possuem poucas glândulas. A ausência da enzima proteolítica 
30
lisozima determina a formação de um exsudado caseoso e abscessos que 
dificilmente fistulam.
O principal objetivo da medicina aplicada dos répteis é a medicina pre-
ventiva. Os cuidados com o manejo são muito importantes pois cerca de 75 
% dos óbitos em répteis são causados por erros em sua manipulação, tais 
como:
- Erro no ajuste de temperatura
- Excesso de umidade
- Estresse
- Poluição no recinto: água, calor e umidade
- Traumas ocasionados por tentativas de fugas, contenções inadequa-
das e hematomas
Alimentação: Os alimentos das serpentes são roedores, pequenos rép-
teis, anfíbios, outras serpentes e mamíferos. A alimentação depende da es-
pécie e seu habitat.
Aquecimento: O sistema imune das cobras depende da temperatura 
externa. Para manter um equilíbrio na saúde do animal, é recomendável 
colocar um aquecedor no recinto e um termômetro de máxima e mínima 
temperatura para registrá-la. Lâmpadas incandescentes, infravermelha, luz 
branca ou até aquecedor de aquário podem ser usadas. Mas muito cuida-
dos pois se as serpentes encostarem nas lâmpadas podem sofrer graves 
queimaduras. 
 A temperatura deve ter uma variação ao longo do dia, para evitar ano-
rexia, perda de peso e danos na espermatogênese. A temperatura ótima é 
entre 25 e 27 ºC. A cada 10 ºC as reações aumentam em 3 vezes e a cada 
1ºC a taxa metabólica aumenta 20 vezes. Os raios UV são bem vindos para 
serpentes na obtenção de provitaminas D, que garantem bom desenvolvi-
mento ósseo e prevenção de doenças osteometabólicas.
Entre as doenças mais comuns que atingem as serpentes estão: 
- Problemas nutricionais: causados pela temperatura e enzimas di-
gestivas.
- Estomatites: trata-se de uma afecção comum em serpentes. Ocor-
re com a parada alimentar e discreto aumento de salivação. Geralmente é 
antecedido por traumatismo. O perigo está na propagação das lesões para 
esôfago e intestinos, levando a septicemia.
- Parasitoses: coccidioses e helmintoses (endo) e piolhos são comuns 
em serpentes de cativeiro e carrapatos comuns em silvestres (ecto).
- Conjuntivites: Pode ser confundida com a situação fisiológica da 
muda, mas precisa ser tratada para não causar problemas de bloqueio no 
ducto lacrimal.
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- Problemas da muda: Decorre principalmente de erros na tempera-
tura e umidade. A muda ocorre periodicamente e consiste na esfoliação da 
capa. Ela abrange todo o corpo do animal. Cerca de uma semana antes da 
muda os olhos ficam opacos. Neste período dificilmente a serpente se ali-
menta.
- Dermatite úmida: Muito comum e tem tratamento fácil. 
PORQUINHO DA ÍNDIA (CAVIINAE)
O Porquinho da Índia é um animal cada vez mais popular como animal 
de estimação, graças à sua atitude calma e carinhosa, além de ser um ani-
mal que exige cuidados simples.
Informações Gerais: 
- Peso: O macho pode chegar de 1.000 a 1.200 g, já a fêmea de 750 a 
1.000 g.
- Temperatura Corporal: 38,6ºC – 39,5 ºC
- Média de Vida: 4 a 8 anos
- Período de Gestação: 59 a 72 dias
- Maturidade Sexual: O macho de 9 a 10 semanas e a fêmea de 4 a 6 semanas
- Frequência cardíaca: 190 a 300 batimentos/minuto
- Tamanho da ninhada: 1 a 6 filhotes
Cuidados Básicos:
Local de permanência: O mais utilizado é a gaiola, mas o Porquinho-da-
-Índia pode e deve ficar um tempo solto para se exercitar com supervisão 
permanente para evitar acidentes. O local deve ser bem higienizado, longe 
de correntes de are da exposição ao Sol, que pode desidratar o animalzi-
nho.
Desverminações: Os porquinhos devem ser desverminados a cada 4 
meses e passar pelo controle e remoção de ectoparasitas a cada 4 sema-
nas.
Alimentação: A base da alimentação é a ração específica, que pode ser 
suplementada com o feno, muito importante para o animal, frutas frescas, 
legumes, sobretudo cenouras, e verduras, de preferência as verde-escuras.
Doenças: 
- Sarna: Falhas na pelagem e muito prurido 
- Endoparasitoses: O animal pode ser acometido por vermes intesti-
nais. Deve-se procurar médico veterinário especializado para passar proto-
colo nestes casos. 
- Escorbuto: Decorrente da falta de Vitamina C. O animal precisa diaria-
mente de suplementos com essa vitamina. 
32
COELHOS 
O coelho é um animal muito dócil, carinhoso, entretanto muito arisco. 
Na natureza é base da cadeia alimentar e passa a maior parte do tempo 
escondido em tocas. Eles têm a fama de reproduzirem-se rapidamente. O 
tempo de gestação é de 30 dias e cada fêmea pode ter até 5 filhotes. Estes 
nascem frágeis, exigindo cuidados extremos das coelhas, que são conside-
radas boas mães. Elas tiram tufos dos seus pelos para aquecer os filhoti-
nhos. Atualmente tem aumentado a procura destes como animais de esti-
mação pela beleza, manejo fácil e afetuosidade. 
Entre as doenças que podem atingi-los, temos duas afecções importantes: 
Má oclusão: 
Os dentes dos lagomorfos (coelhos e lebres) e roedores crescem cons-
tantemente e necessitam de desgaste. As principais causas do supercres-
cimento e má oclusão dos dentes são: erro nutricional, má oclusão con-
gênita, tumores e infecções. Além disso, esses animais, que normalmente 
são criados como mascotes, permanecem muito tempo em gaiolas sem ter 
com que interagir e roer, aumentando as chances de desenvolver o proble-
ma. 
Os sinais são edema, salivação intensa, presença de emaranhados de 
pelos no meio dos dentes, perda de peso, ulcerações na língua e gengiva. 
O maior problema é que quando o proprietário percebe, os dentes já estão 
perfurando a mucosa oral do animal, provocando muita dor e sofrimento. 
Para prevenir esse problema, deve-se oferecer uma dieta rica em fibras, uti-
lizar produtos próprios para o desgaste dos dentes que são vendidos em 
Pet Shop e observar constantemente. O tratamento é feito apenas pelo 
médico veterinário e caso observe algum desses sinais, leve seu animal o 
mais rápido possível para consulta.
Sarna: 
 É um problema de pele que aparece com lesões sem pelo e muito 
prurido. Deve-se procurar ajuda com o médico veterinário o mais rápido 
possível. 
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Animais não são coisas. É preciso reconhecer suas necessidades físicas, 
emocionais e ambientais. Tutores devem sempre observar o surgimento de 
problemas comportamentais, de cognição ou físico e, assim que são identi-
ficados, é necessário buscar ajuda especializada de um médico veterinário. 
REFERÊNCIAS:
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hypothesis. Am. J. Primatol. 4:399-418 1987.
BROOM, D.M ; MOLENTO, C.F.M. Bem estar animal: Conceito e questões 
relacionadas-revisão. Archives of Veterinary Science v.9, n.2, p.1-11, 2004. 
CARVALHO CF. Ultra-sonografia em pequenos animais. São Paulo: Roca, 
2004.
DARWIN, C. A expressão das emoções no homem e nos animais. São 
Paulo: Companha das letras, 1872. Tradução publicada em 2009. 
DOLAN, R.J. Emotion, cognition and behavior. Science, 298, p. 19191-
1194, 2002. 
DURHAM, E.R. Chimpanzés também amam: a linguagem das emoções 
na ordem dos primatas. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, 2003, v.46 
n 1 p. 85-142. 
FEITOSA, Francisco Leydson F. (Org.). Semiologia veterinária: a arte do 
diagnóstico. 3. ed. ed. São Paulo: Roca, 2017. 
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meses. 2.ed. Interlivros editora, Rio de Janeiro, 1997.
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evolutivas para a educação e a ética ambiental. Revista Lusófona de Educa-
ção, 2010, 15. P.113-124. 
MASSON, J. M.; MCCARTHY, S. Quando os elefantes choram: A vida emo-
cional dos animais. São Paulo: Geração Editorial, 2001.
34
Contra
Capa
“Os animais não são propriedades ou 
coisas, mas organismos vivos, sujeitos a 
uma vida, que merecem nossa compaixão, 
respeito, amizade e apoio”
Marc Bekoff.

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