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ÉPICA CAMONIANA E BOOKTUBE

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Monumento erguido em comemoração às Grandes Navegações, em Lisboa, Portugal.
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A épica camoniana: a alma de um povo
A obra épica mais importante de Luís Vaz de Camões é Os Lusíadas. 
Ela narra a viagem de Vasco da Gama à Índia e glorifica os feitos heroicos 
portugueses no passado e na época das Grandes Navegações. É consi-
derada a maior a epopeia em língua portuguesa por seu inquestionável 
valor poético. 
As epopeias são obras narrativas em versos, as quais têm como as-
sunto grandes realizações humanas. As personagens são heróis de eleva-
do caráter, com grandeza, força e coragem para vencer todos os obstácu-
los que a empreitada lhes impõe. O texto épico de Camões foi inspirado 
na poesia épica de Homero e Virgílio, um modelo de perfeição literária da 
Antiguidade clássica.
Nesta unidade você 
vai estudar:
A épica camoniana: a alma 
de um povo
Os Lusíadas: composição 
temática 
A estrutura formal de Os 
Lusíadas
Booktube e o estímulo à 
leitura
hǀőƫ�ßÿǭ�ģĪ� ÿŰƛĪƫ᠁�FƣĪŏ�NĪŲƣŏƢǀĪ� ÿƣǜÿŧŊż᠁�tǀŲż�GżŲğÿŧǜĪƫ�Ī�żǀƸƣÿƫ�ǿŃǀƣÿƫ�
históricas no Monumento do Descobrimento, em Lisboa, Portugal.
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Habilidades da BNCC
EM13LP01, EM13LP45, 
EM13LP46, EM13LP48, 
EM13LP49, EM13LP52
Inicie a jornada!
4
Unidade Épica camoniana
e booktube
28
Literatura
MAXI_EM22_1S_LIT_C2_CA_U4_P6.indd 28 29/07/21 08:47
Não só na lírica, mas também na épica o seu tema é plural, 
pois o povo é seu herói e protagonista, se fazendo presente, 
através desses argonautas atrevidos, que rasgaram o mar, des-
pegados de tudo, até do seu próprio viver. O convite à viagem é 
uma convocação ao sonho, mas torná-la real é uma aventura 
infinita. Assim, Camões é um eterno viajante, tanto nos ca-
minhos do mar, que ele perseguiu, seguindo, no plano real, a 
mesma rota de Vasco da Gama, seu protagonista imortal. Em 
Os Lusíadas, há versos que retratam a experiência de quem 
viveu realmente os fatos narrados.
GOMES, Valderez Cardoso. O eterno viajante. Entre Livros: Entre Clássicos,
São Paulo, n. 4, p. 9-10, jun. 2005.
O título da obra Os Lusíadas antecipa a intenção do poeta de contar 
a história heroica de um povo, já que usa um substantivo que equivale a 
“lusitanos”. O grande herói dessa epopeia é, portanto, o povo português, 
com sua alma e sua postura de coragem para navegar em mares nunca 
navegados e descobrir novos mundos. Para isso, Vasco da Gama encarna 
a alma dos navegantes portugueses que existiram antes e depois dele.
Conheça a adaptação completa do texto Os lusíadas em quadrinhos, por Fido 
Nesti, publicado pela Editora Peirópolis.
Vá além
Converse com seus colegas sobre as adaptações recentes 
de histórias épicas para o cinema, como Troia, por exemplo. 
Comentem o enredo e os recursos cinematográficos utilizados.
Os Lusíadas: composição temática 
Camões, já no início do seu grande poema, expressa claramente o 
tema de sua epopeia. Ele propõe cantar a história de grande valor do 
povo português ao navegar os mares desconhecidos para ampliar sua 
fé e seu império e ao construir uma história que lhes possibilitou chegar 
a essa façanha. Leia as três primeiras estrofes da epopeia, onde o poeta 
declara sua intenção temática. 
Canto I
As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mi um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mi vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloco e corrente,
Por que de vossas águas Febo ordene
Que não tenham inveja às de Hipocrene.
Dai-me uma fúria grande e sonorosa,
E não de agreste avena ou flauta ruda,
Mas de tuba canora e belicosa,
Que o peito acende e a cor ao gesto muda;
Dai-me igual canto aos feitos da famosa
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
Que se espalhe e se cante no universo,
Se tão sublime preço cabe em verso. [...]
CAMÕES, Luís Vaz de. Os lusíadas. Disponível em: www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000162.pdf. 
Acesso em: 19 abr. 2021.
A narrativa tem como eixo central a viagem de Vasco da Gama à Índia. 
Ao longo do trajeto, conta-se a história de Portugal pelo resgate da memória 
dos seus reis. As façanhas do herói coletivo se relacionam à história do ex-
pansionismo europeu nos séculos XV e XVI, que deu início ao colonialismo.
O enredo não segue uma ordem cronológica. Isso é comprovado logo 
no início do texto, porque a narração começa quando os portugueses estão 
em Melinde, no oceano Índico. Como uma expressão do “Maravilhoso pa-
gão”, uma das características do texto clássico ou de inspiração clássica du-
rante a história, há a intervenção de deuses e de outros seres sobrenaturais.
Os deuses clássicos que aparecem na história — Vênus, Marte, Júpi-
ter, Mercúrio, Baco, Netuno e as Nereidas (ninfas marinhas) — simboli-
zam a contradição entre os desejos de ampliar os limites do mundo e de 
preservar os limites existentes, marcados por forças poderosas.
Vênus, Marte, Júpiter e Mercúrio estão a favor dos portugueses e em-
preendem grandes esforços para que cumpram sua missão. Baco e Netuno 
são contrários a essa façanha, principalmente o primeiro, por temor de per-
der sua glória como senhor dos mundos a serem descobertos no Oriente.
Em Melinde, Vasco da Gama narra ao rei local partes da história de 
Portugal. Nessa parte da epopeia, aparecem os episódios de Inês de Cas-
tro, do Velho do Restelo e do Gigante Adamastor, três episódios muito 
conhecidos do texto de Camões. Na travessia do oceano, as embarca-
29
Unidade 4
MAXI_EM22_1S_LIT_C2_CA_U4_P6.indd 29 29/07/21 08:47
ções dos portugueses sofrem muitas avararias antes de chegarem a Ca-
lecute, onde eles não serão bem recebidos.
Vasco da Gama e sua tripulação conseguem se desvencilhar das ar-
madilhas que lhes foram impostas e seguem viagem de regresso a Por-
tugal, fazendo uma escala na Ilha dos Amores como prêmio de Vênus 
pelo empreendimento lusitano.
Na parte final do texto, a mesma deusa mostra a Vasco da Gama a 
maravilhosa máquina do mundo, fazendo previsões sobre o futuro. Ca-
mões narra o retorno tranquilo dos portugueses à Europa, expressando 
certo pessimismo em relação aos incrédulos acerca da expansão do rei-
no português e da fé católica. *
Incentive os alunos a conhecer epopeia 
Os Lusíadas integralmente.
Faça em sala: 1 a 2 | Faça em casa: 1 a 6
A estrutura formal de Os Lusíadas
A epopeia Os Lusíadas se estrutura em dez cantos, da seguinte forma:
• Canto 1: a narração se inicia com um conselho de deuses em que Vê-
nus e Marte estão a favor dos portugueses, mas Baco está contra e 
inicia uma série de ações tentando desfavorecer os navegantes. Vas-
co da Gama chega a Moçambique.
• Canto 2: Vasco da Gama segue para Melinde por inspiração de Mer-
cúrio. Vênus e Júpiter continuam intercedendo em favor dos portu-
gueses para protegê-los das artimanhas de Baco.
• Canto 3: Vasco da Gama conta episódios da história de Portugal ao rei 
de Melinde. Nesse canto, descreve-se o episódio de Inês de Castro.
• Canto 4: os relatos sobre a história de Portugal continuam. Vasco da 
Gama conta como ocorreusua partida e fala sobre o episódio do “Ve-
lho do Restelo”.
• Canto 5: Vasco da Gama continua seu relato ao rei de Melinde e con-
ta sobre o episódio de uma tempestade que envolve o Gigante Ada-
mastor (representação do Cabo da Boa Esperança).
• Canto 6: a frota deixa Melinde e parte para Calicute, na Índia. Antes 
disso, passa por uma tempestade encomendada por Netuno. Mais 
uma vez, Vênus intervém, solicitando que ninfas seduzam os ventos 
e impeçam a tempestade.
• Canto 7: nessa parte da narrativa, descreve-se a Índia.
• Canto 8: conta-se sobre vultos históricos portugueses. Vasco da Gama 
ī�ƠƣĪƫż᠁�Ơżƣ�ŏŲǵŧǀįŲĜŏÿ�ģĪ��ÿĜż᠁�Űÿƫ�ƫżŧƸż�ĪŰ�ƸƣżĜÿ�ģĪ�ŰĪƣĜÿģżƣŏÿƫ᠇
• Canto 9: os navios começam o caminho de volta. Vênus premia os 
seus protegidos com uma parada na Ilha dos Amores. Tétis e muitas 
ninfas recebem os navegadores.
• Canto 10: Tétis antecipa a Vasco da Gama o futuro de Portugal e lhe 
apresenta a máquina do mundo. Os portugueses continuam sua tra-
jetória de volta.
A seguir, apresentamos um mapa do trajeto percorrido por Vasco 
da Gama e sua relação com cada canto da obra. Lembre-se de que a 
narrativa não segue cronologicamente o percurso da viagem.
Equador
Espanha
Lisboa
4
5
6
3
9
8
2
1
7
Congo
Melinde
Goa
Calicute
Mombaça
Moçambique
Cabo da Boa
Esperança
ARÁBIA
ÁFRICA
ÁSIA
ÍNDIA
Arquipélago
dos Açores
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Canto I - Naus portuguesas
estão na costa de Moçambique
Canto I - Bons ventos de Vênus
e chegam à Mombaça
Canto II - Rei de Melinde
conversa com Vasco da Gama
Canto III - Gama descreve a 
Espanha como cabeça da Europa
Canto IV - Ele fala da partida das
naus e do velho do Restelo
1
2
3
4
5
Canto V - Narra: chegada ao Congo
fogo-de-santelmo e tempestade
Canto V - Aparição do Gigante
Adamastor no Cabo das Tormentas
Canto VI, VII, VIII - Naus partem de
Melinde e tempestade as leva à Calicute
Canto IX, X - Começam a voltar e
Vênus os conduz à ilha dos Amores
6
7
8
9
2080 km0
N
S
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A viagem de Vasco da Gama
Fonte: EntreLivros – cadernos: Literatura Portuguesa. São Paulo, s.d. p. 27.
Três partes:
1ª parte:
Introdução: contempla dezoito estrofes iniciais do Canto I. Subdi-
vide-se em:
• Proposição: o poeta apresenta o assunto e o herói (constituem as 
três primeiras estrofes do Canto I).
• Invocação: o poeta invoca as Tágides, ninfas do rio Tejo, pedindo-
-lhes inspiração para fazer o poema (constituem as estrofes 4 e 5 
do Canto I).
• Dedicatória: o poeta dedica o poema a dom Sebastião, rei de Por-
tugal (constituem as estrofes 6 a 18 do Canto I).
2ª parte:
Narração (estrofe 19 do Canto I até a estrofe 144 do Canto X): Vasco da 
Gama relata a viagem dos portugueses à Índia e conta a história de Portugal.
3ª parte:
Epílogo: é a conclusão do poema (estrofes 145 a 156 do Canto X). O 
poeta pede às musas que o inspiraram que calem a voz de sua lira para 
concluir seu texto, pois está desiludido com a pátria.
Não se esqueca de que o poema completo está constituído por 
1 102 estrofes regulares de oito versos cada uma, 8 816 versos decassíla-
bos, e o esquema de rimas é ABABABCC.
Booktube e o estímulo à leitura
A leitura sempre gerou grande interesse, mas tem sido um tema de 
crescente busca. Por meio de vídeos, os booktubers, considerados espe-
cialistas na indicação de livros, oferecem dicas de leitura, preferencial-
mente a jovens, porque é o público que está em formação no processo 
de leitura e se mostra aberto para viver uma experiência nova. 
Os dados sobre acesso e número de seguidores confirmam que é 
um empreendimento que tem gerado mudanças nos hábitos de leitura 
e consumo de livros, sejam impressos ou digitais.
30
Literatura
MAXI_EM22_1S_LIT_C2_CA_U4_P6.indd 30 29/07/21 08:47
No entanto, mesmo assim, os booktubers denunciam o preconceito 
que sofrem, que é expresso por uma crítica preconceituosa e defensora 
da sacralidade da leitura. Essa crítica os acusa de uma abordagem 
supostamente superficial ou simplória de temas literários.
A atividade dos booktubers é relativamente recente e ainda gera 
polêmica. É claro que a experiência nasceu da vontade de compartilhar 
leituras, mas é notório que essa ação influencia a decisão de compra ou 
não de determinada obra. Esse poder de influência faz com que a ação 
dos booktubers esteja relacionada à comercialização. 
A partir dessa afirmação, comente sobre suas experiências 
com booktubes e opine sobre essa ferramenta que visa ao 
estímulo à leitura.
Veja um booktuber em ação: Mell Ferraz, do canal Literature-se, 
comenta Os Lusíadas, de Luís de Camões. 
Faça em sala: 3 e 4 | Faça em casa: 7 a 12
1. Leia o poema a seguir, de um dos maiores poetas modernos de Portugal. 
Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, F. Mensagem. São Paulo: Difel, 1986.
a) O poema, escrito no século XX, tem uma relação direta com 
o contexto do século XVI em Portugal. Relacione seu título a 
esse contexto, enfatizando a importância do adjetivo usado na 
expressão.
O título, “Mar português”, faz uma referência direta ao expansionismo
português conseguido por meio do domínio do mar durante o período 
das Grandes Navegações. O adjetivo “português” especi�ca esse mar,
que passa a ser, simbolicamente, dos portugueses, por suas conquistas.
b) Comente a primeira estrofe do poema e use um verso dessa estrofe 
Ơÿƣÿ�ĪǢĪŰƠŧŏǿĜÿƣ�ƫǀÿ�żƠŏŲŏĘż᠇
A primeira estrofe expõe o preço que o povo português teve que
pagar para as conquistas de sua nação: o sofrimento de sua gente. Esse
sofrimento tem uma causa, revelada pela primeira parte do verso:
“Por te cruzarmos [...]”. 
2. (Enem) Nos versos 1 e 2, a hipérbole e a metonímia foram utilizadas 
para subverter a realidade. Qual o objetivo dessa subversão para a 
constituição temática do poema? 
a) Potencializar a importância dos feitos lusitanos durante as Grandes 
Navegações. Resposta: A.
b) ƣŏÿƣ�ǀŰ�łÿƸż�ǿĜĜŏżŲÿŧ�ÿż�ĜżŰƠÿƣÿƣ�ż�ĜŊżƣż�ģÿƫ�ŰĘĪƫ�ÿż�ĜŊżƣż�ģÿ�
natureza.
c) ¦ĪĜżŲŊĪĜĪƣ�ÿƫ�ģŏǿĜǀŧģÿģĪƫ�ƸīĜŲŏĜÿƫ�ǜŏǜŏģÿƫ�ƠĪŧżƫ�ŲÿǜĪŃÿģżƣĪƫ�
portugueses.
d) Atribuir as derrotas portuguesas nas batalhas às fortes correntes 
marítimas.
e) Relacionar os sons do mar ao lamento dos derrotados nas batalhas 
do Atlântico.
3. Leia o excerto da matéria “Quem são os booktubers e influenciadores 
que agitam o mercado de livros”. 
O assunto da vez pode ser Machado de Assis ou uma nova 
série estrangeira de romances adolescentes. Uma lista com re-
comendações dos melhores escritores russos ou apenas dicas 
para conseguir ler ao menos 30 minutos por dia. Todos esses 
são temas que antes ficavam restritos às aulas de literatura ou 
clubes de leitura tradicionais. Mas a divulgação literária encon-
trou novos caminhos nas redes sociais, numa teia que envolve 
(e aproxima) leitores, escritores, editoras, lojas e quem apenas 
se interessa por boas histórias.
Quem pensa no youtuber como sinônimo de uma pessoa 
jovem falando — ou gritando — sobre trivialidades, moda ou 
tentando fazer humor, não navegou o suficiente pelo site de 
vídeos, onde a literatura também tem seu espaço. Há alguns 
anos, usuários de variados perfis vêm criando canais para fa-
lar sobre aquilo que mais amam: os livros. São os chamados 
booktubers, tendência também no exterior, conforme destacou 
recentemente o diário The New York Times, em reportagem so-
bre a Vidcon, conferência de produtores de vídeo on-line reali-
zada na Califórnia. Os booktubers ampliam cada vez mais seu 
nicho, embora seu alcance ainda seja tímido, se comparado ao 
das web celebridades.
Faça em sala
31
Unidade 4
MAXI_EM22_1S_LIT_C2_CA_U4_P6.indd 31 29/07/21 08:47No Brasil também é por aí. Quem fala sobre livros no You-
Tube pode até não ostentar os milhões de seguidores que um 
Felipe Neto ou um Whindersson Nunes têm, mas não deixa 
de ter a relevância necessária para participar da Bienal do Li-
vro de São Paulo. É o caso de Tatiany Leite, conhecida pelo Vá 
Ler Um Livro, canal que administra ao lado de Augusto Assis. 
Assim como ele, ela era professora. Hoje, os dois têm em seu 
canal 95 mil inscritos.
“O booktuber está aí há um tempo, mas somos um dos 
poucos canais que dá aula de literatura. A gente entendeu 
que muita gente deixava a literatura de lado na hora de es-
tudar, por achá-la um bicho de sete cabeças. Nosso objetivo é 
desmistificar isso, facilitar e mostrar que é possível ter tempo 
para a leitura”, afirma Tatiany.
No Vá Ler Um Livro a proposta é bem didática. Muitos ví-
deos falam sobre obras cobradas em provas de vestibular pelo 
Brasil, em uma resenha descontraída, com aproximadamente 
15 minutos de duração, e usando recursos de edição estimu-
lantes, além de outros artifícios comuns no YouTube. O con-
teúdo da dupla também inclui dicas de como otimizar a lei-
tura, aulas sobre um determinado autor ou estilo literário e 
séries temáticas, como literatura negra. [...] 
Disponível: www.crb8.org.br/quem-sao-os-booktubers- 
e-in�uenciadores-que-agitam-o-mercado-de-livros. 
Acesso em: 25 maio 2021.
a) De acordo com o texto, pode-se confundir youtuber com booktuber? 
Comente.
De acordo com o texto, não se pode confundir, porque eles fazem
trabalhos diferentes. Essas diferenças são perceptíveis na forma de
apresentar os temas, na postura mais centrada dos apresentadores,
no tipo de público que cativam.
b) Os booktubers�ƸįŰ�ƠĪƣǿƫ�ǜÿƣŏÿģżƫ᠁�ģĪ�ÿĜżƣģż�ĜżŰ�ż�ƠǁěŧŏĜż�ƢǀĪ�
querem alcançar. Cite os aspectos que diferenciam o canal Vá ler um 
livro de outros booktubers.
O canal é administrado pelos professores Tatiany Leite e Augusto
Assis. Isso faz com que eles acrescentem aos comentários sobre os
livros algumas aulas de Literatura para desmisti�car a disciplina, que
parece difícil para muitas pessoas. 
6. O aspecto que distingue o trabalho dos booktubers citados no texto do 
trabalho dos demais é: 
a) falar sobre obras cobradas em vestibular.
b) apresentar uma proposta bem didática. Resposta: B.
c) realizar resenhas descontraídas e breves.
d) empregar recursos comuns no YouTube.
Faça em casa
1. (Enem) Leia o excerto a seguir.
LXXVIII (Camões, 1525?-1580)
Leda serenidade deleitosa,
Que representa em terra um paraíso;
Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;
Presença moderada e graciosa,
Onde ensinando estão despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
como por natureza, ser fermosa;
Fala de quem a morte e a vida pende,
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
Repouso nela alegre e comedido:
Estas as armas são com que me rende
E me cativa Amor; mas não que possa
Despojar-me da glória de rendido.
CAMÕES, Luís Vaz de. Obra completa. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 2008.
SANZIO, R. 
(1483-1520) A mulher 
com o unicórnio. Roma, 
Galleria Borghese. 
Disponível em: 
www. arquipelagos.pt. 
Acesso em: 
29 fev. 2012.
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.
A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artís-
ticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de 
produção pelo fato de ambos: 
a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio 
presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema.
b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e 
ŲÿᡰǜÿƣŏÿğĘż�ģĪ�ÿƸŏƸǀģĪƫ�ģÿ�ŰǀŧŊĪƣ᠁�ĪǜŏģĪŲĜŏÿģÿƫ�ƠĪŧżƫ�ÿģšĪƸŏǜżƫ�
ģżᡰƠżĪŰÿ᠇
c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade 
e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta 
da moça e os adjetivos usados no poema. Resposta: C.
32
Literatura
MAXI_EM22_1S_LIT_C2_CA_U4_P6.indd 32 29/07/21 08:47
d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base 
da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema.
e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela 
ĪŰżƸŏǜŏģÿģĪ�Ī�ż�ĜżŲǵŧŏƸż�ŏŲƸĪƣŏżƣ᠁�ĪǜŏģĪŲĜŏÿģżƫ�ƠĪŧÿ�ĪǢƠƣĪƫƫĘż�ģÿ�
moça e pelos adjetivos do poema.
2. (Unesp) Leia as estrofes do Canto IV de Os Lusíadas, referentes ao episó-
dio do Velho do Restelo, para responder à questão.
Dura inquietação d’alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo digna de infames vitupérios1;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio2 engana!
A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos e de minas
De ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?
(Luís de Camões. Obra completa, 2005, p. 112. Adaptado)
A segunda estrofe destaca uma das motivações das navegações portu-
guesas, em busca de novas terras. Trata-se do interesse: 
a) mercantilista, simbolizado, no poema, pelas promessas de 
encontrar minas de ouro. Resposta: A.
b) religioso, simbolizado, no poema, pelo desejo de conhecer novas 
histórias e novos credos.
c) diplomático, simbolizado, no poema, pelo empenho em auxiliar 
reinos decadentes.
d) arqueológico, simbolizado, no poema, pela intenção de conhecer 
antigos impérios.
e) belicoso, simbolizado, no poema, pelo intuito de se responder a 
insultos e ameaças.
3. (Fuvest-SP) Leia o excerto a seguir.
Canto IV
Mas um velho, d’respeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco levantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
Cum saber só d’experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
1 insultos
2 estúpido, ignorante
— Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
como aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
Dura inquietação d’alma e da vida
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios!
Amam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo digna de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!
A que novos desastres determinas
De levar estes Reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas,
Debaixo dalgum nome preeminente?
Que promessas de reinos e de minas
D’ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?
Mas, ó tu, geração daquele insano
Cujo pecado e desobediência
Não somente do Reino soberano [...]
[...] Te pôs neste desterro e triste ausência,
Mas inda doutro estado mais que humano,
Da quieta e da simples inocência,
Idade d’ouro, tanto te privou,
Que na de ferro e d’armas te deitou [...]
CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas, Canto IV. Disponível em: www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000162.pdf.
Sobre o episódio do Velho do Restelo, assinale a alternativa correta.
a) ��ģŏƫĜǀƣƫż�ģż�ǜĪŧŊż�ģż�¦ĪƫƸĪŧż�ƸĪŰ�ƫŏŃŲŏǿĜÿģż�ĜżŰƠŧĪǢż᠁�Ųÿ�
medida em que sua opinião se apresenta de maneira obscura: 
ele condena certos aspectos da expansão ultramarina ao mesmo 
tempo em que exalta o poderio bélico de Portugal.
b) Trata-se de um episódio de intensidade dramática, dadas as 
ĜŏƣĜǀŲƫƸĈŲĜŏÿƫ�ĪŰ�ƢǀĪ�ÿ�ĜĪŲÿ�żĜżƣƣĪ�Ī�ż�ĜżŲƸĪǁģż�ģż�ģŏƫĜǀƣƫż�
proferido pela personagem, que nada mais é do que a opinião do 
próprio autor da epopeia.
c) A veemência do discurso do velho do Restelo reside no apelo feito 
pelo próprio aspecto físico da personagem, que indica a sabedoria 
acumulada por quem se tornou, com o decorrer dos anos, humilde 
e resignado.
d) Embora surjacomo uma voz discordante em relação ao propósito 
de exaltação das Navegações apresentado pelo narrador épico, 
o discurso do velho do Restelo mostra-se coerente com uma 
ideologia defensora da vida junto à Pátria e à Família. Resposta: D.
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e) A opinião do velho do Restelo em relação às navegações é, ao mesmo 
tempo, reacionária, uma vez que defende a conservação dos valores 
humanitários e familiares, e arrojada, já que a personagem prevê 
com sabedoria os desastres que resultariam das viagens.
4. O excerto a seguir é um exemplo da presença do lirismo no gênero épi-
co. Ele faz parte de um episódio de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. 
Tu só, tu, puro amor, com força crua
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
Estavas, linda Inês, posta em sossego
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas,
O nome que no peito escrito tinhas.
A qual episódio o texto faz referência? Resposta: C.
a) O Velho do Restelo.
b) A Ilha dos Amores
c) A morte de Inês de Castro.
d) O Gigante Adamastor.
As questões 5 e 6 devem ser respondidas a partir da leitura do poema 
“Mar português”, de Fernando Pessoa.
Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Disponível em: http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/v302.txt. 
Acesso em: 30 maio 2021.
5. No início da segunda estrofe, há uma pergunta: “Valeu a pena?”. De 
acordo com o sentido do texto e o tema da epopeia Os lusíadas, ela:
a) foi respondida, a partir de uma condição: a grandeza de alma.
b) ǿĜÿ�ĪŰ�ƫǀƫƠĪŲƫż᠁�ƠżƣƢǀĪ�ÿ�ŏģĪŏÿ�ŲĘż�ī�ƣĪƫƠżŲģįᠵŧÿ᠇
c) tem resposta negativa, porque o preço pago foi alto.
d) ŲĘż�łżŏ�ƣĪƫƠżŲģŏģÿ᠁�ƠżƣƢǀĪ�Ųÿģÿ�šǀƫƸŏǿĜÿ�ż�ƫżłƣŏŰĪŲƸż�ģż�Ơżǜż᠇
Resposta: A.
6. A palavra “Bojador”, no contexto do poema, simboliza: 
a) o rompimento com a história heroica dos reis portugueses que 
apoiaram as conquistas.
b) o respeito aos valores católicos, enfraquecidos pelo advento da 
Reforma Protestante.
c) as terras descobertas por Portugal na África, na América e na Ásia, 
transformadas em colônias.
d) żƫ�ģĪƫÿǿżƫ�ƢǀĪ�ģĪǜĪŰ�ƫĪƣ�ǜĪŲĜŏģżƫ�Ơÿƣÿ�ƫĪ�ÿŧĜÿŲğÿƣ�ǀŰ�żěšĪƸŏǜż᠁�
mesmo com sofrimento. Resposta: D.
7. (UFRGS-RS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a se-
guir, relacionadas aos Cantos I a V da epopeia Os Lusíadas, de Camões:
A presença do elemento mitológico é uma forma de reconhecimento 
da cultura clássica, objeto de admiração e imitação no Renascimento.
A disputa entre os deuses Vênus e Baco, da mitologia clássica, é um 
recurso literário de que Camões faz uso para criar o enredo de Os Lusíadas.
Do Canto I ao Canto V leem-se as peripécias da viagem dos portugueses 
até a sua chegada à Índia, quando eles tornam posse daquela terra.
No Canto II, lê-se a narração da viagem dos portugueses a Melinde, 
cujo rei pede a Camões que conte a história de Portugal.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para 
baixo, é: Resposta: E.
a) V – V – V – F.
b) V – F – F – V.
c) F – V – F – V.
d) F – F – V – F.
e) V – V – F – F.
8. A introdução de Os Lusíadas é dividida em três partes. Assinale a alter-
nativa que contém comentário correto em relação à parte indicada. 
a) Proposição: o poeta apresenta o assunto da epopeia: a viagem 
marítima. Resposta: A.
b) Proposição: o poeta apresenta o grande herói da história: Vasco 
ģÿᡰGÿŰÿ᠇
c) Invocação: o poeta invoca as ninfas do rio Tejo para inspirar a viagem.
d) Dedicatória: o poeta dedica o poema a dom Pedro I e a Inês de Castro.
9. Depois de reler o primeiro parágrafo do texto “Quem são os booktubers 
e influenciadores que agitam o mercado de livros”, pode-se afirmar que 
a temática que foge ao que é abordado pelos booktubers, em geral, é:
a) obras de autores tradicionais, pertencentes ao cânone da literatura 
nacional.
b) os livros de uma nova série estrangeira de romances adolescentes. 
c) uma lista com recomendações de escritores de determinado país. 
d) dicas para conseguir escrever, produzir e comercializar seu próprio 
livro. Resposta: D.
10. O booktube é uma ferramenta que se caracteriza: 
a) pelo estímulo à leitura. Resposta: A.
b) pela indicação de vídeos.
c) pela ausência de curadoria. 
d) ƠĪŧÿ�ÿƸĪŲğĘż�ÿż�ƠǁěŧŏĜż�ÿģǀŧƸż᠇�
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Literatura
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Observe, com atenção, o esquema que sintetiza os principais aspectos dos conteúdos trabalhados. Em seguida, responda às questões propostas.
Épica camoniana e booktube
A obra Os Lusíadas
Maior epopeia em
língua portuguesa.
Inspirada na obra de 
Homero e Virgílio.
Herói plural: o povo português.
Tema e estrutura
Tema: história de Portugal
Enredo não segue ordem cronológica.
Maravilhoso pagão: intervenção de seres 
sobrenaturais.
Passagens mais conhecidas: Inês de Castro, 
O Velho do Restelo e O Gigante Adamastor.
Estrutura formal
Dez cantos
Três partes:
Introdução 
(proposição, invocação e dedicatória);
narração;
epílogo.
1102 estrofes com oito versos.
8 816 versos decassílabos.
Rimas: ABABABCC.
Booktube
Estímulo à leitura.
Preconceitos em
relação à abordagem.
Público jovem.
Poder de influência e
comercialização.
1. A introdução da epopeia Os Lusíadas�ÿƠƣĪƫĪŲƸÿ�Ƹƣįƫ�ƠÿƣƸĪƫ᠇� ŏƸĪ�Ƣǀÿŏƫ�ƫĘż�Ī�ĜżŰĪŲƸĪ�ƫżěƣĪ�ż�ƫĪǀ�ĜżŲƸĪǁģż᠇
Na proposição, o poeta apresenta o assunto (história de Portugal) e o herói da epopeia (o povo português); na invocação, o poeta chama as Tágides, ninfas
do rio Tejo, para inspirá-lo a fazer o poema; na dedicatória, o poeta dedica o poema a dom Sebastião, rei de Portugal.
2. Comente em que consiste o preconceito em relação ao booktube.
O preconceito em relação ao booktube refere-se a sua abordagem super­cial, porque geralmente não é feita por um especialista em literatura, e por sua
natureza comercial, já que in�uencia na decisão de compra do espectador.
 
Junte os pontos
11. No início da epopeia Os Lusíadas, o poeta invoca as Tágiges. Assinale a 
alternativa que apresenta o nome da parte em que ele revela desilusão 
e pede para que as musas calem a voz de sua lira. 
a) Introdução.
b) Invocação.
c) Narração.
d) Epílogo. Resposta: D.
12. Assinale a alternativa que apresenta informação equivocada sobre um 
aspecto formal de Os Lusíadas. 
a) ᙷᡱᙷᙶᙸ�ĪƫƸƣżłĪƫ�ƣĪŃǀŧÿƣĪƫ�ģĪ�żŏƸż�ǜĪƣƫżƫ�Ĝÿģÿ�ǀŰÿ᠇
b) Esquema de rimas: ABABABCC.
c) Oito cantos originais e dois agregados em versão recente. Resposta: C.
d) 8 816 versos decassílabos.
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Literatura
Leia o excerto da matéria sobre Lavinia Fontana, uma das expoentes da arte renascentista.
Lavinia Fontana não foi apenas uma pintora profissional num período em que isso não era comum, mas também uma 
celebridade em sua pátria. Era amada e considerada exemplar em suas maneiras, erudição e comportamento. Apesar de não 
ter origem nobre, casou-se com um homem que elevava seu status social, sendo querida e admirada por nomes como o cardeal 
Gabriele Paleotti, autor de umas das mais importantes obras a respeito da importância das imagens para o cristianismo após 
o Concílio de Trento. Ainda, seu nome consta de uma lista de laureadas pela Universidade de Bolonha, publicada em 1666. Em-
bora não tenhamos certeza sobre sua ligação institucional com a universidade, isso certamente significaque foi educada em 
nível alto o suficiente para que assim fosse vista socialmente. Lavinia Fontana foi capaz não só de prover sua família com seu 
trabalho, mas o fez sendo uma figura respeitada, acolhida e apoiada pela sociedade de Bolonha. 
Poderíamos pensar estar diante de uma contradição — como poderia uma mulher que estava ultrapassando limites não ser 
vista como transgressora, mas, pelo contrário, como parte orgânica da sociedade que estaria tensionando? Da maneira como 
vejo, o cuidado de Lavinia com as balizas sociais e seu sucesso se integram num todo coerente. Tudo indica que sua carreira 
bem-sucedida de artista se deva também à impecável administração de sua imagem pública e rede de contatos, engendradas 
ambas em sua família. 
A formação tradicional de um artista exigia do aluno grande frequência no ambiente masculino do ateliê do mestre, duran-
te períodos longos. Essa prática dificilmente poderia ser considerada apropriada para uma adolescente virginal. Isso explica por 
que a biografia de Lavinia e de várias outras artistas legadas a nós pelo Renascimento tem em comum a figura do pai artista. 
Sem sair de casa, a filha de um artista tinha acesso à aprendizagem do ateliê e provavelmente também (ainda que de forma 
fragmentária) a aspectos práticos do métier, como negociação de preços, gestão de encomendas e formação de clientela.
O pai de Lavinia, Prospero Fontana, foi um dos pintores bolonheses mais importantes de sua geração. A família da mãe 
de Lavinia, Antonia de Bonardis, possuía uma das mais importantes tipografias de Bolonha no período, o que lhes assegurava 
trânsito e contato com a intelectualidade ligada a universidade. Prospero não tinha origem aristocrática, mas era um homem 
habilidoso e conseguiu conquistar uma posição respeitável na cidade. Os Fontana moravam numa grande casa, decorada com 
esmero numa das ruas mais elegantes da Bolonha quinhentista. O endereço e a qualidade da habitação certamente visavam 
manter na residência uma frequência importante de acadêmicos de destaque, mercadores abastados e nobres, de forma a 
garantir uma rede de contatos que propiciasse as encomendas de que o pintor necessitava. Por outro lado, por conta disso seu 
estilo de vida era bastante custoso. Chama a atenção na trajetória de Lavinia que seus primeiros quadros assinados sejam de 
quando ela já estava com 23 anos, idade um tanto tardia para uma profissão que em geral começava na adolescência. Neste 
momento, Prospero estava longe do auge de sua carreira. Após o casamento da artista, aos poucos o trabalho de Lavinia se 
constituiu na fonte de sustento da família, incluindo seus pais, até a morte de ambos. Seu marido, Gian Paolo Zappi, era parte 
de um dos muitos braços de uma numerosa família nobre de Imola.
GUIDE, Juliana Ferrari. Mulheres do Renascimento: Lavinia Fontana. Estadão, 17 out. 2019. Disponível em: 
https://estadodaarte.estadao.com.br/mulheres-do-renascimento-lavinia-fontana. Acesso em: 19 abr. 2021. 
1. Comente como o texto evidencia a questão da autonomia feminina durante o Renascimento e relacione o tema aos dias atuais. Indique outro 
valor percebido para o alcance da autonomia da pintora.
Espera-se que os alunos comentem sobre a exceção apresentada pelo texto, porque, na época, a mulher não tinha autonomia para ter uma carreira, 
até então ocupada exclusivamente por homens. A autonomia e o reconhecimento alcançados por Lavinia (e outras poucas artistas da época) por meio 
de seu trabalho é louvável e foi possível por meio de uma rede de cooperação, que administrou sua trajetória e a protegeu de situações de violência 
contra a mulher. Os alunos possivelmente comentarão que, infelizmente, até os dias atuais, essa questão ainda não está completamente resolvida, 
porque, mesmo que as mulheres sejam muito mais autônomas do que já foram no passado, ainda sofrem as pressões de uma cultura machista, 
pouco solidária e cooperativa.
AUTONOMIA RESPONSABILIDADE CRIATIVIDADE EMPATIA SOLIDARIEDADECOOPERAÇÃO COMUNICAÇÃO
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37
Estude
Nome do aluno: 
Data: Turma: 
1. (Unicamp-SP) Os excertos foram extraídos do Auto da barca do inferno, 
de Gil Vicente.
[...] FIDALGO: Que leixo na outra vida
quem reze sempre por mi.
DIABO: [...] E tu viveste a teu prazer,
cuidando cá guarecer
por que rezem lá por ti!...[...]
ANJO: Que querês?
FIDALGO: Que me digais,
pois parti tão sem aviso,
se a barca do paraíso
é esta em que navegais.
ANJO: Esta é; que me demandais?
FIDALGO: Que me leixês embarcar.
sô fidalgo de solar,
é bem que me recolhais.
ANJO: Não se embarca tirania
neste batel divinal.
FIDALGO: Não sei por que haveis por mal
Que entr’a minha senhoria.
ANJO: Pera vossa fantesia
mui estreita é esta barca.
FIDALGO: Pera senhor de tal marca
nom há aqui mais cortesia? [...]
ANJO: Não vindes vós de maneira
pera ir neste navio.
Essoutro vai mais vazio:
a cadeira entrará
e o rabo caberá
e todo vosso senhorio.
Vós irês mais espaçoso
com fumosa senhoria,
cuidando na tirania
do pobre povo queixoso;
e porque, de generoso,
desprezastes os pequenos,
achar-vos-eis tanto menos
quanto mais fostes fumoso. [...]
SAPATEIRO: [...] E pera onde é a viagem?
DIABO: Pera o lago dos danados.
SAPATEIRO: Os que morrem confessados,
onde têm sua passagem?
DIABO: Nom cures de mais linguagem!
Esta é a tua barca, esta!
[...] E tu morreste excomungado:
não o quiseste dizer.
Esperavas de viver,
calaste dous mil enganos...
tu roubaste bem trint’anos
o povo com teu mester. [...]
SAPATEIRO: Pois digo-te que não quero!
DIABO: Que te pês, hás-de ir, si, si!
SAPATEIRO: Quantas missas eu ouvi,
não me hão elas de prestar?
DIABO: Ouvir missa, então roubar,
é caminho per’aqui.
(VICENTE, Gil. Auto da barca do inferno. In: BERARDINELLI, 
Cleonice. (org.). Antologia do teatro de Gil Vicente. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira; Brasília: INL, 1984, p. 57-59 e 68-69.)
a) £żƣ�ƢǀĪ�ƣÿǭĘż�ĪƫƠĪĜőǿĜÿ�ż�ǿģÿŧŃż�ī�ĜżŲģĪŲÿģż�ÿ�ƫĪŃǀŏƣ�Ųÿ�ěÿƣĜÿ�ģż�
inferno? E o sapateiro?
A “razão especí�ca” pela qual o �dalgo é condenado ao inferno
resume-se na palavra “tirania”, que pode ser entendida como 
autoritarismo arrogante (“desprezastes os pequenos”), pretensioso 
(“generoso”, “fumoso”) e abusivo em seus privilégios (“cadeira”, 
“rabo”, “senhorio”). O sapateiro é condenado por sua desonestidade: 
“tu roubaste bem trint’anos / o povo com teu mester”.
b) �ŧīŰ�ģÿƫ�łÿŧƸÿƫ�ĪƫƠĪĜőǿĜÿƫ�ģĪƫƫĪƫ�ƠĪƣƫżŲÿŃĪŲƫ᠁�ŊĀ�ǀŰÿ�żǀƸƣÿ᠁�
comum a ambos e bastante praticada à época, que Gil Vicente 
ĜżŲģĪŲÿ᠇�SģĪŲƸŏǿƢǀĪ�Īƫƫÿ�łÿŧƸÿ�Ī�ŏŲģŏƢǀĪ�ģĪ�ƢǀĪ�Űżģż�Īŧÿ�ÿƠÿƣĪĜĪ�
em cada um dos personagens.
A falta comum a ambas as personagens é a crença de que a devoção 
religiosa, ainda que alheia (Fidalgo: “[...] leixo na outra vida / quem reze 
sempre por mi”), desonera o pecador de seus pecados e lhe franqueia 
o paraíso (Sapateiro: “Quantas missas eu ouvi, / não me hão elas 
de prestar?”).
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Estude
38
Literatura
2. (Fuvest-SP)
Tu, só tu, puro amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
(Camões, Os Lusíadas - episódio de Inês de Castro)
Molesta: lastimosa; funesta. 
Pérfida: desleal; traidora. 
Fero: feroz; sanguinário; cruel.
Mitiga: alivia; suaviza; aplaca.
Ara: altar; mesa para sacrifícios religiosos.
a) Considerando-se a forte presença da cultura da Antiguidade 
clássica em Os Lusíadas, a que se pode referir o vocábulo “Amor”, 
Ńƣÿłÿģż�ĜżŰ�ŰÿŏǁƫĜǀŧÿ᠁�Ųż�ƢǀŏŲƸż�ǜĪƣƫż᠈
Refere-se ao deus Amor, da mitologia clássica (Eros pelos gregos 
antigos, Cupido pelos romanos da Antiguidade).
b) Explique o verso “Tuas aras banhar em sangue humano”, 
relacionando-o à história de Inês de Castro.
Conta-nos a história que dom Pedro I, príncipe de Portugal em meados 
do século XIV, tinha como amante Inêsde Castro. O rei, dom Afonso IV 
ordenou, por razões de Estado, o assassinato da amante do �lho. 
Assim, o verso “Tuas aras banhar em sangue humano” signi�ca que 
o deus Amor exigiu o sacrifício da vida de Inês em seu altar (“ara”).
3. (Ufscar-SP) A questão seguinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, 
de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.
Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto)
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C’um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
“Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
Dura inquietação d’alma e da vida
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios!
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo digna de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana.”
Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como 
O Velho do Restelo. Nela, o velho: 
a) abençoa os marinheiros portugueses que vão atravessar os mares à 
procura de uma vida melhor.
b) critica as navegações portuguesas por considerar que elas se 
baseiam na cobiça e busca de fama. Resposta: B.
c) emociona-se com a saída dos portugueses que vão atravessar os 
mares até chegar às Índias.
d) destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de 
tão importante empresa.
e) adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem 
encontrar para buscar fama em outras terras.
4. Leia as afirmações sobre booktube:
I. Apresenta formato diferenciado de outras mídias veiculadas nas 
redes sociais.
II. É visualizado ocasionalmente por jovens.
III. FżƣŰÿ�ĜżŰǀŲŏģÿģĪƫ�ÿěĪƣƸÿƫ�Ī�ƠżǀĜż�ǿīŏƫ᠇
IV. Gera polêmicas em relação às editoras e ao mundo acadêmico.
São corretas as afirmações: Resposta: C.
a) I e II. b) II e III. c) I e IV. d) II e IV.
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