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Módulo-ARMADURAS

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Tecnologia das 
Construções I 
Profª: Engª Tereza Cristina Magalhães, M.Sc. 
terezacristinamagalhaes@yahoo.com.br 
tereza.magalhaes@newtonpaiva.br 
 
 
 
 
CURSO: Engenharia Civil – 6º período 
mailto:terezacristinamagalhaes@yahoo.com.br
mailto:tereza.magalhaes@newtonpaiva.br
4. ARMADURAS 
 
4.1 - Finalidade 
4.2 - Tipos e Materiais Empregados 
4.3 - Preparo 
4.4 - Emendas 
4.5 - Corte, Dobramento, Amarração e 
Colocação 
4.6 - Equipamentos Utilizados. 
4.1- Finalidades. 
 
Armaduras são elementos destinados a dar resistência à 
estrutura de concreto na fase de sua execução, principalmente 
quanto aos esforços de tração e flexão. Elas devem obedecer a 
certos critérios de execução pois podem interferir de madeira 
significativa na estabilidade estrutural do elemento a ser 
concretado (SALGADO, J.). 
4.2- Tipos e materiais empregados. 
 
No mercado da Construção Civil encontramos os seguintes aços: 
 
 CA-25: de grande maleabilidade, utilizado principalmente 
como tirante em formas de concreto armado. 
 CA-50: utilizado como elemento constituinte do concreto 
armado, principalmente nas barras longitudinais. 
 CA- 60: também utilizado no concreto armado, porém 
preferencialmente usado na confecção de estribos. 
AÇO Tensão de escoamento 
CA-25 2.500kg/cm² ou 250 MPa 
CA-50 5.000kg/cm² ou 500 MPa 
CA-60 6.000kg/cm² ou 600 MPa 
Fornecedores mais conhecidos atualmente: 
Armação típica para concreto. 
 
A armação deve estar de acordo com projeto estrutural e já ter 
seus ensaios de dobramento e tração aprovados. 
 
O posicionamento das barras de aço é em função dos diagramas 
de esforços solicitantes, principalmente de flexão e tração. De 
maneira resumida são representados da seguinte forma: 
 
VIGAS: 
 
 
Fonte: Salgado, J. 
Sendo que: 
- Barras de montagem: necessárias para o posicionamento da 
ferragem; 
- Estribos: dimensionados, principalmente para os esforços 
cortantes; 
- Armadura superior: dimensionada, principalmente em 
função dos momentos fletores “negativos”; 
- Armadura inferior: dimensionada, principalmente em função 
dos momentos fletores “positivos”. 
 
PILARES: 
 
 
Armação longitudinal 
Estribos 
Fonte: Salgado, J. 
Interpretação das nomenclaturas em projeto. 
 
Os projetos possuem, além das dimensões do elemento 
estrutural (largura, altura e comprimento) a distribuição da 
armadura de aço no interior da peça. Cada componente da 
armadura recebe uma identificação composta de um desenho 
específico que mostra as dimensões a serem formatadas na 
dobra: 
Fonte: Salgado, J. 
Exemplo de uma viga: 
 
Fonte: Salgado, J. 
Fonte: Salgado, J. 
G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Mãos à Obra - programa 12 - Vigas e lajes.mp4
4.3- Preparo 
 
Organização geral: 
- uma simples camada de ferrugem não causará danos porém, 
a quantidade de ferrugem que possa se desprender necessita 
ser retirada; 
- Após terem as barras cortadas e verificadas devem ser 
separadas em feixes e etiquetadas para empilhamento em 
local adequado. Os feixes devem ter tamanhos e tipos 
idênticos (recomendável peso < 100kg); 
- Amarrar os feixes com arames recozidos nº18; 
- Conferir a ferragem antes do uso para verificar se não há 
presença de lama, ferrugem, argamassa etc. 
 
Os vergalhões não devem ficar em contato direto com o 
solo, nem expostos às intempéries, por muito tempo para 
não sofrer quantidade significativa de corrosão. 
Fonte: JUNIOR, J.A.F. 
4.4- Emenda 
 
As barras de aço (vergalhões) apresentam usualmente o 
comprimento de 12m. Em elementos estruturais como vigas e 
pilares por exemplo, torna-se necessário fazer a emenda das 
barras de aço. A NBR 6118/03 apresenta a emenda das barras 
no item 9.5, segundo um dos seguintes tipos (BASTOS): 
 
a) por traspasse (ou transpasse); 
b) por luvas com preenchimento metálico, rosqueadas ou 
prensadas; 
c) por solda; 
d) por outros dispositivos devidamente justificados. 
 
Por traspasse: 
 
No caso de emenda por transpasse de barras tracionadas, a 
emenda é feita pela simples justaposição longitudinal das barras 
num comprimento de emenda bem definido. 
A NBR 6118/03 (item 9.5.2) estabelece que a emenda por 
transpasse só é permitida para barras de diâmetro até 32mm. 
Tirantes e pendurais também não admitem a emenda por 
transpasse. 
As barras a serem emendadas devem ficar próximas entre si, 
numa distância não superior a 4 φ. 
Fonte: BASTOS,P.S.S. 
A resistência da emenda depende do comprimento de 
transpasse, do diâmetro e espaçamento das barras e da 
resistência do concreto. O aumento do comprimento de 
transpasse não aumenta a resistência da emenda na mesma 
proporção. 
 
A emenda de barras introduz tensões de tração e de 
compressão na região da emenda. Para evitar altas 
concentrações de tensão, deve-se limitar a quantidade de 
emendas numa mesma seção. 
 
O comprimento do traspasse é definido no cálculo estrutural 
(normalmente > que 15cm ou 10 bitolas). 
Por solda podem ser: 
 
• de topo, por caldeamento, para bitola ≥ 10 mm; 
• de topo, com eletrodo, para bitola ≥ 20 mm; 
• por traspasse com pelo menos 2 cordões de solda 
longitudinais, cada um deles com comprimento não inferior a 
5 ∅, afastados no mínimo 5 ∅; 
• com outras barras justapostas (cobrejuntas), com cordões de 
solda longitudinais. 
O desenho apresenta, na sequência, solda no topo (com 
eletrodo), por traspasse e com barras justapostas. 
Fonte: belgo.com.br 
Fonte: belgo.com.br 
Por Luvas: 
 
Fonte: google.com.br 
Sugestão de leitura: 
http://www.rudloff.com.br/do
wnloads/emendas-
mecanicas/catalogo-emendas-
barras-de-aco-2011-01.pdf 
4.5- Corte, Dobramento, Amarração e Colocação 
4.6 – Equipamentos. 
 
 
 
Fonte: JUNIOR, J.A.F. 
Corte da armadura: 
- Cortar manual ou mecanicamente (no canteiro ou na 
fábrica); 
- Seguir orientações e medidas do projeto estrutural; 
- No canteiro, marcar a bancada a cada 10cm para facilitar; 
- Usar trena para evitar erros de medidas. 
 
 
Fonte: JUNIOR, J.A.F. 
Considera-se, normalmente uma perda de 10% da 
quantidade de aço especificada em projeto para os 
elementos estruturais. Por exemplo, numa obra que gaste 
500 toneladas de aço, a perda de 10% equivale à 50 t 
(50.000kg). Se o kg do aço estiver à R$3,80 (aproximadamente), 
a perda será de R$190.000,00!!! 
 
É importante que haja um planejamento de corte para 
evitar perdas maiores que as previstas e gastos superiores 
também. As dobras devem ser minimizadas e o que não 
aproveitar deve ser vendido como sucata. 
 
 
G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/ARMADURA - Sistema de Corte e Dobra - AULA.mp4
Dobramento : 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para entender o esquema de dobramento dos aços na 
construção civil, é importante entender o desenho esquemático 
de uma mesa de dobramento vista de cima: 
Fonte: belgo.com.br 
Pinos suportes: Servem de apoio 
quando se faz força para dobrar a 
barra e impedem que a mesma 
escape da mesa. 
Diâmetro da Barra: É a bitola da 
barra que está sendo dobrada. 
Pino: É o ponto onde se faz o 
dobramento da barra; o diâmetro 
interno da dobra será 
aproximadamente igual ao 
diâmetro do pino. É bom lembrar 
que pino de dobramento é 
diferente de pino suporte. 
Seta ou flecha: Indica o sentido 
em que se faz força para dobrar a 
barra. 
Mesa de dobramento vista de cima: 
G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Armadura - Dobra Vergalhao - AULA.mp4
Em algumas obras são utilizados pinos de 10mm (3/8”) ou 12,5 
mm (1/2”) para dobrar todos os diâmetros de barras. Em outras, 
dobra-se em pinos do mesmo diâmetro da barra a ser dobrada, e, 
ainda em outras é utilizada qualquer medida de pino 
preocupando-se apenas que a barra não se quebre durante a 
execução do dobramento. 
 
Os itens 6.3.4.1 e 10.3 da 
NBR 6118 - “ Projeto e 
execução de obras de 
concreto armado” da ABNT 
informam o diâmetro 
mínimo do pino a se utilizar 
no dobramento de barras 
que são: 
Já transformando em mm, temos. 
Fonte: belgo.com.br 
Cuidados com o dobramento: 
 
Essas indicações de norma visam a obtençãode um produto final 
(aço dobrado) seguro, que não ofereça riscos, prevenindo quebra 
ou fragilidade na região da dobra e não expondo a construção a 
riscos. 
 
O dobramento em condições mais agressivas pode fragilizar o 
material em parte da região da dobra seja por ter utilizado quase 
toda resistência do aço para dobrá-lo em pinos menores, que 
exigem maior esforço, seja por provocar pequenas trincas ou 
fissuras nas bases das nervuras, o que diminui a área resistente da 
barra (se a barra não quebrar é ainda pior!). 
 
Outros cuidados são deixar uma folga entre o pino de dobramento 
e os pinos suportes evitando amassar e estrangular o vergalhão 
durante a execução da dobra e observar o diâmetro dos pinos 
suportes que não devem ser muito finos em relação à bitola do 
aço a ser dobrado. 
 
As nervuras do CA50, por exemplo, são altas e podem “agarrar” 
nos pinos suportes, quando finos, e travar ao fazer o dobramento. 
Como a barra não desliza, acaba “rasgando-se” e provocando 
quebra ou o aparecimento de trincas ou fissuras (isto acontece 
mesmo quando utilizando pino de dobramento correto). Não 
existe nenhuma indicação de norma que determine o diâmetro 
do pino suporte. Este deve ser baseado na observação do 
trabalho e na experiência pessoal. 
Cuidado também deve ser tomado em algumas regiões do Brasil 
com temperaturas mais baixas, onde podem ocorrer quebras de 
material mesmo quando se utiliza pino de diâmetro correto. 
Nestes casos deve-se, quando possível, evitar dobrar o material 
logo de manhã, esperando subir a temperatura do ambiente, ou 
então tentar dobrar o material mais devagar ou em pinos de 
diâmetros maiores. 
Fonte: google.com.br 
G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Armadura - dobra estribo - AULA.mp4
G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Armadura - Dobramento Montagem de uma sapata - AULA.mp4
Montagem : 
 
 
 
 
G:/NEWTON PAIVA/VÍDEOS/Armaduras - Montagem de uma viga armada - AULA.mp4
Cuidados na montagem: 
 
- Atenção para o número de barras e sua bitola definida em 
projeto. Se a ferragem estiver mal posicionada, diminuirá a 
resistência da estrutura; 
- Respeitar o cobrimento; 
- Verificar se as amarrações (emendas) não se deslocaram 
durante ou depois da concretagem; 
- Em pilares, fixa-se totalmente as armações antes de um dos 
lados das formas ser montado; 
- Depois de posicionados os estribos, conferir a quantidade e 
seus afastamentos; 
- O espaço livre entre duas barras NÃO será: 
- Menor que 2cm, 
- Menor que o diâmetro das próprias barras, 
- Menor que 1,2 x a DMC do agregado. 
Referências: 
 
• ABNT NBR 6118 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. 
Rio de Janeiro, 2003. 
• BASTOS, P. S. S. - Ancoragem e emendas de armaduras. Notas de aula 
da Disciplina Estruturas de Concreto II. UNESP. Bauru/SP, 2006. 
Disponível em 
http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto2/Ancoragem.pdf. Acesso 
em Out/13. 
• BELGO. Dobramento de aço para a construção civil. Disponível em 
www.belgo.com.br. Visitado em out/13. 
• BELGO. EMENDAS COM SOLDA. Cuidados e procedimentos básicos na 
confecção de emendas. Disponível em 
https://www.belgo.com.br/solucoes/artigos/pdf/emendas_solda.pdf. Acesso 
em Out/13. 
• SALGADO, J. Técnicas e Práticas Construtivas. 2ª ed. rev. Érica. São 
Paulo, 2009. 
• YAZIGI, W. A técnica de edificar. 10ª ed. Revisada e atualizada. PINI. São 
Paulo, 2009. 
http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto2/Ancoragem.pdf
http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto2/Ancoragem.pdf
http://www.belgo.com.br/
https://www.belgo.com.br/solucoes/artigos/pdf/emendas_solda.pdf
https://www.belgo.com.br/solucoes/artigos/pdf/emendas_solda.pdf

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