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Nivelamento Técnico GESTÃO ÁGIL Autoria: Sandro Costa Mesquita Seja bem-vindo!Seja bem-vindo! ReitoR: Prof. Cláudio ferreira Bastos Pró-reitor administrativo financeiro: Prof. rafael raBelo Bastos Pró-reitor de relações institucionais: Prof. Cláudio raBelo Bastos Pró-reitor acadêmico: Prof. HerBert Gomes martins direção ead: Prof. riCardo deiBler ZamBrano Júnior Gerente PedaGóGica ead: Profa. luCiana rodriGues ramos Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autoriza- ção escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Reitoria. expediente Ficha técnica autoria: sandro Costa mesquita suPervisão de Produção ead: franCisCo Cleuson do nasCimento alves desiGn instrucional: emanoela de araúJo Projeto Gráfico e caPa: ismael ramos martins diaGramação e tratamento de imaGens: ismael ramos martins revisão textual: emanoela de araúJo Ficha catalogRáFica catalogação na publicação biblioteca centRo univeRsitáRio ateneu MESQUITA; Sandro Costa. NIVELAMENTO TÉCNICO - Gestão Ágil. Sandro Costa Mesquita – Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2022. 92 p. ISBN: 978-85-5468-366-5 1. Framework scrum. 2. Kanban. 3. Tipos de frameworks. 4. Agile coaching. Centro Universitário Ateneu. II. Título. Seja bem-vindo!Seja bem-vindo! Caro estudante, É com grande satisfação que apresentamos o material didático da disciplina Gestão Ágil. As metodologias ágeis são essenciais para qualquer empresa, pois elas têm a função de agilizar os processos e proporcionar clareza ao sistema organizacional, aumentando a produtividade e a comunicação com o cliente. Ao ler este material, você terá noções sobre modelos que aplicam metodologias ágeis e estudos de casos. Este livro está dividido em quatro capítulos de acordo com a ementa da disciplina. Iniciaremos nossos estudos com uma introdução sobre agilidade e conheceremos o framework Scrum, uma ferramenta desenvolvida para organizar as equipes de gestão e desenvolvimento, com o objetivo de o trabalho em equipe ser executado com mais agilidade. Posteriormente, veremos o Kanban, uma ferramenta mais voltada para a administração da produção, sendo ela baseada em um quadro de sinalização que controla os fluxos de produção de uma indústria. Ainda estudaremos outros frameworks, como o PDC, o Nexus, o Disciplined Agile (DA), o eXtreme Programming (XP) e a metodologia Lean, aprofundando nosso conhecimento com o Lean Startup e o modelo Canvas. Para finalizar, estudaremos escalada ágil, um conjunto de ações ágeis que estão em ascensão de uso por um número maior de equipes, além do agile coach, alguém que desenvolve uma cultura ágil na empresa, trazendo maturidade às pessoas e transformando o modo de pensar e trabalhar em equipe. Durante este curso, portanto, você conhecerá ferramentas de trabalho que são fundamentais para serem aplicadas em equipes de trabalho, com tempo crítico. Nesse sentido, incentivamos que você também pesquise e aumente seu conhecimento sobre o assunto nos sites dos frameworks, pois vale muito a pena aprofundar os estudos em metodologias ágeis. Bons estudos! SumárioSumário Anotações Espaço para anotar suas ideias. Conecte-se Convocar o estudante para interagir no fórum tira-dúvidas. Curiosidade Informação curiosa relacionada ao contéudo. Exercícios resolvidos Atividade explicativa para guiar o estudante. Fique atento Informação complementar ao texto principal. Link web Indicação de sites. Material Complementar Texto ou mídias complementar ao assunto da aula. Memorize Tópico ou fato importante de lembrar. Objetivos de aprendizagem Objetivo de estudo do capítulo ou unidade. Pratique Exercícios para fixar os conteúdos. Referências Fontes de pesquisa citadas no texto. Relembre Resumo do conteúdo estudo. Estes ícones aparecerão em sua trilha de aprendizagem e significam: SumárioSumário 1. Tecnologia x Agilidade ..............................................................................8 1.1. As tecnologias que estão mudando o mundo .................... 9 2. Histórico da agilidade .............................................................................. 16 3. Introdução ao Manifesto Ágil ........................................................... 20 3.1. Valores e princípios do Manifesto Ágil .................................. 20 4. O que é Scrum? ...........................................................................................22 4.1. As cerimônias do Scrum .................................................................23 4.2. Os artefatos do Scrum .....................................................................27 INTRODUÇÃO À AGILIDADE E AO FRAMEWORK SCRUM CAPÍTULO 01 1. Ferramentas e métodos ágeis ............................................................32 2. Mindset Ágil ...................................................................................................33 3. Times Ágeis .................................................................................................... 36 3.1. Gerir o processo com a participação do cliente ..............37 3.2. Documentar métricas de desempenho ..............................37 3.3. Nem sempre é preciso seguir frameworks ágeis ........ 38 3.4. Possuir um líder forte ...................................................................... 39 3.5. Ter mentalidade ágil ....................................................................... 39 4. Kanban ............................................................................................................. 39 4.1. História do método Kanban........................................................40 4.2. Tipos de Kanban .................................................................................. 41 4.3. Motivos para aplicar o Kanban ................................................. 42 4.4. Como implementar o Kanban na empresa....................46 KANBAN E FERRAMENTAS ÁGEIS CAPÍTULO 02 SumárioSumário 1. Ciclo PDCA – do inglês (PLAN, DO, CHECK, ACT)...................52 2. Nexus ...................................................................................................................53 3. Disciplined agile (DA) .............................................................................. 54 4. Extreme programming (XP) ...............................................................57 5. Lean ...................................................................................................................60 5.1. Onde e como aplicar a metodologia Lean ....................... 63 OUTROS TIPOS DE FRAMEWORKS CAPÍTULO 03 1. Escalada ágil ...................................................................................................70 2. Frameworks para ágil escalado ........................................................73 2.1. SAFe .............................................................................................................74 2.2. Scrum@Scale ...................................................................................... 77 2.3. Nexus ......................................................................................................... 77 2.4. LeSS ............................................................................................................ 78 3. Agile coaching ............................................................................................. 78 3.1. Funções e local de atuação do agile coach .................... 79 3.2. Tipos de agile coach e média salarial .................................80 3.3. Diferenças entre o agile coach e o Scrum master ..... 81 3.4. Etapas do trabalho do agile coach ....................................... 81 3.5. Habilidades necessárias paraser um agile coach ..... 82 4. Agile soft skills .............................................................................................. 83 4.1. Soft skills no contexto de trabalho ........................................ 83 4.2. As 25 soft skills mais importantes para a carreira ......84 Referências ..........................................................................................................88 ESCALADA ÁGIL E AGILE COACHING CAPÍTULO 04 SumárioSumário Sandro Costa Mesquita Objetivos de aprendizagem • Conhecer a Metodologia Ágil; • Compreender a importância dessa metodologia nas empresas; • Analisar a evolução das tecnologias que usam metodologias ágeis; • Desenvolver um pensamento ágil de trabalho em equipe. Introdução à agilidade e ao Introdução à agilidade e ao framework scrumframework scrum CAPÍTULO 01 8 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| 1. Tecnologia x Agilidade 1. Tecnologia x Agilidade Para dar início aos estudos sobre gestão ágil, será apresentada a definição dos dois nomes que formam essa área tão promissora. Gestão é aplicar as práticas de organização para administrar um meio ou pessoas, o termo "administração" significa direção, gerência. Logo, pode-se concluir que gestão é o ato de administrar e gerir negócios, pessoas e recursos, com o objetivo de alcançar metas pré-definidas. Ser ágil é possuir a habilidade de mudar a posição em que se encontra de maneira rápida e eficaz. Essa qualidade ágil não é um termo novo, já atribuída a pessoas que detêm o controle total de seus movimentos ou tarefas executadas. Então, trazendo esse termo para o contexto deste livro, uma pessoa ágil é aquela que sabe manusear as ferramentas de sua profissão com destreza. Sendo assim, gestão ágil é um conjunto de técnicas e práticas que tem por objetivo otimizar o processo de entrega de um projeto, produto ou serviço de forma rápida, sem perder a eficiência e a eficácia. Nos dias atuais, está bastante nítido que, quando a empresa aplica o método Scrum com seus desenvolvedores ou até mesmo em projetos pessoais, ela obtém excelentes resultados, os quais impressionam e cativam tanto a empresa como os clientes, ou seja, os resultados positivos obtidos com a aplicação da metodologia Scrum afetam diretamente os investidores, os clientes e os usuários do projeto. Por isso, a cada ano, a Metodologia Ágil vem sendo muito utilizada e aderida em várias áreas de atuação pelo mundo todo, como tecnologia da informação, administração de empresas, indústria, saúde, construção civil e pedagogia. As principais tecnologias que usam metodologias ágeis de desenvolvimento de softwares e produtos serão apresentadas adiante. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 9| 1.1. As tecnologias que estão mudando o mundo1.1. As tecnologias que estão mudando o mundo Nos últimos anos, o mundo passou por um período decisivo para a tecnologia, principalmente durante a pandemia que se iniciou em 2020, pois as empresas viram a necessidade de uma evolução tecnológica exponencial. A empresa PwC, situada a 100 anos no Brasil, observou esse cenário e realizou um estudo com mais de 250 tipos de tecnologias que apresentaram potencial para influenciar negócios e relações comerciais. A conclusão da pesquisa gerou uma lista de oito tecnologias essenciais para a evolução de negócios globais nos próximos cinco anos, devendo ser consideradas para o crescimento do mercado mundial. As oito tecnologias essenciais para os negócios globais atualmente são as seguintes: blockchain, drone, impressora 3D, inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT), realidade aumentada (RA), realidade virtual (RV) e robótica, as quais serão pontuadas a seguir. 1.1.1. Blockchain Provavelmente, você já tenha ouvido falar sobre blockchain, mas sabe realmente do que se trata? Se não sabe, você está no lugar certo para aprender. Blockchain, traduzindo literalmente do inglês, significa uma “cadeia de blocos”, ou seja, é um banco de dados digital distribuído em blocos ou, explicando de modo mais genérico, é basicamente um livro, em formato digital, que possui todas as informações de seus usuários, organizadas em “blocos”, formando uma “cadeia”. Assim, por meio de algoritmos de softwares, a cadeia blockchain pode registrar e confirmar transações com confiabilidade e anonimato. Figura 01: Blockchain, a internet do dinheiro. Fonte: https://bit.ly/3Oj3LgZ. 10 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| O registro desses eventos gerados será compartilhado entre várias partes (mais uma vez, a alusão a blocos), e as informações, uma vez inseridas, não poderão em hipótese alguma serem alteradas. Projetando o futuro da tecnologia, o sistema blockchain tem o potencial ideal para fazer surgir a era, ainda não explorada, do comércio digital totalmente autônomo se a Metodologia Ágil estiver atrelada à evolução da tecnologia, a fim de garantir um padrão evolutivo e de qualidade. 1.1.2. Drone A tecnologia dos drones é outra que deve ser analisada. Como há muitos modelos, a capacidade de cada um varia, por exemplo, alguns drones precisam de grandes áreas para decolar, outros, como os quadricópteros, necessitam apenas de um pequeno espaço. Alguns drones têm a capacidade de operar na água, já outros podem operar e navegar de forma semiautônoma, usando um controle remoto, ou de forma totalmente autônoma, por meio de algoritmos de inteligência artificial embarcados em computadores de bordo. Figura 02: Já imaginou quantos serviços podem ser realizados com drones? Fonte: https://bit.ly/3xeu94a. Os drones são usados por empresas para vários propósitos, como vigilância, pesquisa, esporte, cinematografia e entregas. Sendo que, no momento do desenvolvimento ou da gestão da frota de drones, o conhecimento de metodologias ágeis é fundamental para o sucesso do negócio. Uma simples pesquisa no Google, e você verá várias empresas e pesquisas que adotam os métodos ágeis. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 11| 1.1.3. Impressora 3D A impressora 3D é uma tecnologia que chegou para revolucionar a cultura maker e os protótipos de projetos de objetos tridimensionais, com base em modelos digitais. Seu funcionamento consiste em superpor ou “imprimir” camadas sucessivas de material PLA, ABS, sintético e até orgânico. Além dos materiais citados, uma impressão 3D também pode ser realizada utilizando metal, vidro e madeira, tendo, assim, o potencial de transformar grandes empresas e pequenos negócios com o auxílio das metodologias ágeis. Figura 03: Impressora 3D, a possibilidade de materializar tudo que você imaginar. Fonte: https://bit.ly/3O2BTxb. 1.1.4. Inteligência artificial Algoritmos de software que usam técnicas de aprendizado de máquina estão automatizando complexas tarefas de decisão “imitando”, a cada dia, o pensamento humano com mais realidade. A inteligência artificial (IA) não é uma tecnologia construída apenas com o auxílio de uma área, sendo necessários diversos subconjuntos para sua formação, como o aprendizado de máquina, o qual se concentra no desenvolvimento de programas de computador que podem aprender continuamente, compreender, raciocinar, planejar e agir após intensa análise de diversos dados. 12 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Esse aprendizado de máquina citado agrega um enorme potencial para a criação de produtos e serviços relevantes para a ciência e para a sociedade, como hospitais que usam datasets de imagens digitalizadas para identificar e diagnosticar tipos de câncer de forma rápida e precisa; companhias de seguros que identificam e avaliam os danos causados a veículos usando softwares com IA; e empresas de segurança que substituem senhas digitadas por reconhecimento de voz, face ou biometria digital. Figura 04: Debates Temáticos no Senado Federal – Inteligência Artificial (IA). Fonte: https://bit.ly/3H50fUM. 1.1.5. Internet das Coisas A Internet das Coisas (IoT), é uma área que gera muitas dúvidas e, principalmente, uma interpretaçãoerrada de seu conceito fundamental. Por exemplo, não basta estar conectado à internet para ter uma rede IoT, e sim uma rede de objetos físicos, como dispositivos vestíveis, veículos, eletrodomésticos incorporados com sensores, softwares e capacidade de computação para permitir coletar e trocar dados sem a necessidade de intervenção humana. Há, ainda, a Internet das Coisas Industrial (IIoT), que nada mais é do que uma rede IoT com uso específico no setor industrial, também conhecido como Indústria 4.0. Integra a Quarta Revolução Industrial e é marcada por uma maior interação entre processos humanos e robóticos, o que demanda um prazo muito reduzido para implementação e uma tolerância muito menor para erros. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 13| Figura 05: Hoje, praticamente todas as coisas estão interconectadas, trocando dados. Fonte: https://bit.ly/39d8X6L. 1.1.6. Realidade aumentada A realidade aumentada (RA) é uma “sobreposição” visual do mundo físico. Tecnologia que usa informações digitais contextualizadas, ampliando, assim, a visão do usuário do dispositivo sobre o mundo real. Os óculos inteligentes, que possuem tecnologia de realidade aumentada, ajudam funcionários da indústria petrolífera a simular ambientes de manutenção, sem a necessidade de construí-los, já vivenciando a experiência in loco, de forma virtual, em 3 dimensões. O poder de levar o usuário à experiência 3D no ponto de ação, de maneira transparente e decisiva, é irrefutável. Com essa combinação entre o mundo físico e o virtual, as empresas estão tendo a oportunidade de conhecer outra dimensão da tecnologia, que hoje também chega com o metaverso. Figura 06: Óculos de realidade aumentada. Fonte: https://bit.ly/3QgBQzM. 14 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| 1.1.7. Realidade virtual Já as tecnologias que usam realidade virtual (RV) detêm o poder de eliminar as limitações logísticas e geográficas, pois, devido à simulação de uma imagem tridimensional ou de um ambiente, os usuários podem interagir de maneira realista. As indústrias de jogos, petrolíferas, saúde e entretenimento são uma prova evidente do valor da realidade virtual, visto que ela proporciona uma oportunidade de viver o ambiente a ser desenvolvido antes que o físico seja construído. " As indústrias de jogos, petrolíferas, saúde e entretenimento são uma prova evidente do valor da realidade virtual... " Essa tecnologia também é utilizada em treinamentos, quando há a possibilidade de os trabalhadores serem colocados em situações de perigo, difíceis ou de custo proibitivo. Portanto, não proporciona nenhum risco de vida ao profissional em treinamento, já que essas atividades são primeiramente simuladas para depois serem executadas no mundo físico. Figura 07: Realidade virtual sendo utilizada na Petrobrás. Fonte: https://bit.ly/3bwno6A. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 15| Fique atento Desde 2018 que a gigante Petrobrás amplia seus times ágeis. O CDO global, Robert Nunes, em uma entrevista, informou que a empresa sempre investiu muito alto em práticas de gerenciamento ágil de projetos, mas que, nos últimos anos, os responsáveis perceberam com mais força que as tecnologias e os modelos de trabalhar estavam em evolução exponencial e logo criaram a diretoria de transformação digital e inovação, uma aceleradora interna de projetos cujo foco é formar, capacitar e aplicar técnicas de metodologias ágeis nas atividades desenvolvidas em todos os setores. 1.1.8. Robótica Os robôs são as máquinas que detêm uma capacidade avançada de sensoriamento, controle e inteligência para a tomada de decisão, sendo muito usados para automatizar, ampliar ou apoiar as atividades dos homens. O mercado de robôs está crescendo e apresentando uma ampla variedade de aplicações, de áreas de atuação e de serviços que estão transformando as operações industriais e comerciais com novos recursos. Essa tecnologia aborda os desafios dos seres humanos de trabalhar em ambientes que estão em constante mudanças, incertos e não controlados, com o objetivo de evitar acidentes e gerar prejuízos para esses trabalhadores e para o ambiente ao redor. " O mercado de robôs está crescendo e apresentando uma ampla variedade de aplicações... " 16 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Figura 08: A interação entre robótica e seres humanos. Fonte: https://bit.ly/3xqA87x. 2. Histórico da agilidade2. Histórico da agilidade A linha do tempo da agilidade pode ser observada a seguir: • 1968 - Conway’s Law No artigo intitulado How do committees invent?, Melvin Conway propõe: “Qualquer empresa que projeta um sistema (definição mais ampla aqui do que apenas sistemas de informação), inevitavelmente produz um projeto cuja estrutura é uma cópia da estrutura de comunicação da organização.” (ARAÚJO, 2019). Curiosidade Grandes empresas como a Netflix e a Amazon são estruturadas em pequenos times, microsserviços, tendo total independência e autonomia de decisão, porém, para um benefício maior, ou seja, o crescimento da instituição, visto que esses microsserviços garantem entregas mais ágeis que transformam o negócio. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 17| • 1970 - Wideband Delphi O método Wideband Delphi foi proposto por volta de 1970 pelo engenheiro de software americano Barry Boehm. O método gera estimativas a partir do consenso de especialistas, assim como ocorre no Planning Poker, uma técnica atual utilizada em reuniões de planejamento de projetos (sprint), tendo como objetivo realizar as mencionadas estimativas de forma consensual entre todos os membros do time de desenvolvimento. • 1976 - Testes Unitários Automatizados David Panzl, cientista da computação, no artigo Test procedures: A new approach to software verification, propôs um método para testes de software que é utilizado até hoje, o intitulado Agile Testing. • 1976 - Make Tool Stuart Feldman, outro cientista da computação, desenvolveu a ferramenta ágil denominada Make em abril de 1976. Trata-se de uma ferramenta que compila um código fonte de forma automática, a partir de um arquivo com instruções. O mesmo princípio utilizado nos atuais builds automáticos. Segundo Martin Fowler (2006, on-line), a: Integração Contínua é uma prática de desenvolvimen- to de software onde os membros de um time integram seu trabalho frequentemente, geralmente cada pessoa integra pelo menos diariamente – podendo haver múlti- plas integrações por dia. Cada integração é verificada por um build automatizado (incluindo testes) para detectar erros de integração o mais rápido possível. Muitos times acham que essa abordagem leva a uma significante re- dução nos problemas de integração e permite que um time desenvolva software coeso mais rapidamente. • 1980 - Visual Controls Na década de 80, surgiu a noção de controle visual com o Sistema Toyota de Produção, por meio das técnicas de Kanban, apresentando o planejamento das atividades em quadros. 18 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| • 1984 - Prototipação e Factoring O engenheiro de software americano Barry W. Boehm fez um estudo empírico que compara implementações de um mesmo problema usando duas abordagens distintas, uma com técnica de especificação e outra com prototipação. O resultado comprovou a teoria do pesquisador de que, por meio da prototipação, o desenvolvedor tem um menor esforço, apresentando produtos menos robustos e mais fáceis de usar, surgindo daí uma das primeiras menções ao que se conhece atualmente como Design Thinking. No mesmo ano, Leo Brodie lançou e publicou pela primeira vez o livro Thinking Forth, o qual fala sobre como resolver problemas na linguagem de programação Forth, cujos princípios apresentados são a base do que hoje é conhecido como refactoring, o processo de alterar o script de código com o objetivo de melhorar sua estrutura interna, porém sem alterar seu comportamento externo. • 1986 - Modelos Interativos Em 1986, Barry W. Boehm publicou o artigo A spiral model ofsoftware development and enhancement, no qual propõe uma abordagem que se baseia na interação constante de uma equipe multidisciplinar, trabalhando junto do início ao fim do projeto. O referido artigo tornou-se a base fundamental da Metodologia Ágil Scrum. • 1988 - Timebox O pesquisador Scott Schultz desenvolveu o Timebox, uma estratégia de gestão do tempo baseada em metas para ajudar a aumentar a produtividade e a reduzir a procrastinação. Esse método é descrito como um fundamento do Rapid Iterative Production Prototyping, uma estratégia ágil utilizada atualmente durante todo o processo de desenvolvimento de produtos e de protótipos tridimensionais para testar e otimizar características como forma, tamanho e usabilidade geral. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 19| • 1990 – Vários tipos de modelos ágeis Vários modelos de métodos ágeis foram propostos e implementados durante toda a década de 90, por exemplo, o Rapid Application Development (RAD), ou Desenvolvimento Rápido de Aplicação, em 1991; o Dynamic Duo, em 1992; o StandUpMeeting pattern, apresentado por James Coplien em 1993; o Scrum, apresentado no mesmo ano por Jeff Sutherland como um processo na Easel Corporation; e o Continuous Integration, apresentado por Grady Booch em 1994 , no livro Object-Oriented Analysis and Design with Applications. • 2000 - eXtreme Programming Líderes do eXtreme Programming (XP) reuniram-se para discutir o método e sua relação com os lightweight methods (metodologias leves), métodos de desenvolvimento de software que possuem apenas algumas regras básicas, sendo, portanto, fáceis de seguir, diferentemente dos métodos complexos, que possuem muitas regras, sendo considerados, portanto, "metodologia pesada". São exemplos de lightweight methods: Scrum, DSDM, ASD, Crystal, FDD, PP. A partir dessa discussão, Robert C. Martin (Uncle Bob) fundou um evento que reunia anualmente os interessados nos referidos métodos. • Fevereiro de 2001 - Manifesto for Agile Software Development O ano de 2001 foi o marco da Metodologia Ágil, quando diversas pessoas proeminentes no universo do desenvolvimento de software foram contactadas e 17 delas se reuniram em um resort de ski, nas montanhas de Utah, e escreveram os quatro valores e os doze princípios do que foi batizado como Manifesto Ágil para Desenvolvimento de Software. 20 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| 3. Introdução ao manifesto ágil 3. Introdução ao manifesto ágil Há duas décadas, várias referências e publicações que citam processos de desenvolvimento e gestão leves se intensificaram, tornando-se recorrentes, sendo vistos pela academia como uma resposta aos constantes fracassos de projetos que utilizam abordagens tradicionais. Então, em fevereiro de 2001, um grupo de profissionais extraordinários no desenvolvimento de softwares se reuniu em um resort de ski em Wasatch Range para debater sobre as melhores maneiras de se desenvolver e gerir projetos de softwares. Foi esse encontro que deu origem ao Manifesto Ágil, uma declaração com os princípios que regem o desenvolvimento ágil. " Há duas décadas, várias referências e publicações que citam processos de desenvolvimento e gestão leves se intensificaram... " 3.1. Valores e princípios do Manifesto Ágil3.1. Valores e princípios do Manifesto Ágil Os valores do Manifesto Ágil podem ser vistos adiante: Estamos descobrindo maneiras melhores de desen- volver softwares, fazendo-os nós mesmos e ajudando outros a fazerem o mesmo. Através desse trabalho, passamos a valorizar: • Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas; • Software em funcionamento mais que documenta- ção abrangente; • Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos; • Responder a mudanças mais que seguir um plano. Ou seja, mesmo havendo valor nos itens à direita, valori- zamos mais os itens à esquerda. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 21| Figura 09: Valores do Manifesto Ágil. Fonte: https://bit.ly/3NmkjUR. Já os 12 princípios são os seguintes: I. Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente através da entrega contínua e adiantada de software com valor agregado. II. Mudanças nos requisitos são bem-vindas, mesmo tardiamente no desenvolvimento. Processos ágeis tiram vantagem das mudanças visando vantagem competitiva para o cliente. III. Entregar frequentemente software funcionando, de poucas semanas a poucos meses, com preferência à menor escala de tempo. IV. Pessoas de negócio e desenvolvedores devem traba- lhar diariamente em conjunto por todo o projeto. V. Construa projetos em torno de indivíduos motivados. Dê a eles o ambiente e o suporte necessário e confie neles para fazer o trabalho. VI. O método mais eficiente e eficaz de transmitir infor- mações para e entre uma equipe de desenvolvimen- to é através de conversa face a face. VII. Software funcionando é a medida primária de progresso. VIII. Os processos ágeis promovem desenvolvimento sus- tentável. Os patrocinadores, desenvolvedores e usu- ários devem ser capazes de manter um ritmo cons- tante indefinidamente. 22 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| IX. Contínua atenção à excelência técnica e bom design aumenta a agilidade. X. Simplicidade - a arte de maximizar a quantidade de trabalho não realizado é essencial. XI. As melhores arquiteturas, requisitos e designs emer- gem de equipes auto-organizáveis. XII. Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar mais eficaz e então refina e ajusta seu com- portamento de acordo. Ao longo deste livro, será observado como esses valores e princípios são colocados em prática nas atividades cotidianas das equipes ágeis. Lembrando que as metodologias ágeis não são restritas ao desenvolvimento de softwares. Hoje em dia, elas se aplicam a todas as áreas que têm como objetivo a agilidade como garantia de qualidade. 4. O que é 4. O que é ScrumScrum?? O Scrum é uma estrutura que ajuda os times a trabalharem juntos, sendo comparado ao futebol americano, devido se tratar de um esporte coletivo de intenso contato físico. Figura 10: O Scrum é equiparado ao futebol americano. Fonte: https://bit.ly/3bq2KFf. O objetivo do Scrum é estimular as equipes de desenvolvimento ou gestão a aprenderem com experiências e erros, buscando se organizar enquanto resolvem um problema, ou seja, capacidade de refletir sobre acertos e erros para manterem o foco na melhoria contínua. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 23| Apesar de o Scrum ser mais aplicado por equipes de desenvolvimento de softwares, os princípios e as lições dessa estrutura podem ser aproveitados em todos os tipos de trabalho em equipe, independentemente da área de atuação, um dos motivos de ser tão popular, sendo muitas vezes considerado uma estrutura de gestão de projetos de agilidade, pois consiste em um conjunto de reuniões, ferramentas e cargos que atuam juntos para ajudar as equipes a se organizarem e a gerenciarem o trabalho. 4.1. As cerimônias do 4.1. As cerimônias do ScrumScrum O Scrum possui três papéis bem definidos, os quais são os seguintes: o proprietário do produto (product owner), o mestre do Scrum (Scrum master) e a equipe de desenvolvimento (development team). É importante salientar que o papel no Scrum não é necessariamente o cargo do profissional, sendo essa associação um pouco confusa. Assim, se o profissional exerce o cargo de desenvolvedor na empresa, mas assumiu o papel de Scrum master no projeto, não significa que ele foi promovido a gestor; logo, os cargos não são mudados quando se adota o Scrum. Uma vez que a equipe já esteja definida, com cada um dos três papéis devidamente representados (proprietário do produto, mestre do Scrum e time de desenvolvimento), é hora de observar como funciona a dinâmica de desenvolvimento interativo-incremental dentro dos prazos do projeto utilizando o Scrum. O segredo do Scrum é a técnica chamada sprint. Uma sprint é um período que varia de 15 a 30 dias em que a equipe precisará desenvolverum incremento de software, ou solução, potencialmente entregável, com o objetivo principal de entregar valores ao cliente o mais rápido possível, evitando a “ansiedade” que surge quando só se recebe algo no fim do projeto. Esse método é excelente, pois falhas podem ser descobertas e relatadas para que as alterações sejam realizadas o quanto antes. Assim, o cliente acompanha o desenvolvimento e os resultados do início ao fim do processo. 24 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Nesse sentido, um projeto pode necessitar de várias sprints para que seja entregue, ao invés de seguir o modelo Waterfall de entregar tudo de uma vez só no final do projeto. No Scrum, o time entrega uma parte que o cliente necessita e que poderá ser utilizada ao final de cada sprint. A figura adiante mostra o desenrolar de uma sprint a partir do product backlog, artefato que contém os requisitos do software a ser desenvolvido. Figura 11: Sprint realizada a partir do product backlog. Fonte: https://bit.ly/3aEqGEI. Durante o tempo de uma sprint, acontece uma série de cerimônias que tem como objetivo garantir a transparência do desenvolvimento por meio da comunicação, proporcionando momentos de testes, verificação, inspeção e adaptação, tal qual fundamentam os pilares do Scrum. As referidas cerimônias são estas: sprint planning, daily meeting, sprint review e sprint retrospective. Na cerimônia sprint planning, o product owner (proprietário do produto) apresenta o product backlog (lista de pendências do produto) com prioridades para execução, explicando aos membros da equipe quais são os objetivos de curto prazo do projeto e o que eles deveriam entregar primeiro para gerar valor ao cliente o mais rápido possível. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 25| Baseando-se nessas explicações, o development team (time de desenvolvimento) detalha todos os itens que são prioridades e que serão especificados em nível de negócio e em nível técnico, permitindo, assim, que a equipe consiga gerar as estimativas de tempo de execução, facilitando o desenvolvimento futuro do produto. Assim que as estimativas da equipe forem definidas e alinhadas, preenchendo todo o tempo de desenvolvimento da sprint, o time fecha o escopo do projeto, apresenta o planejamento ao product owner e, caso não haja objeções, o desenvolvimento do produto ou serviço se inicia. O Scrum master é o profissional responsável por gerir e conduzir essa cerimônia e fazer com que as responsabilidades de cada membro do time sejam respeitadas. Da sprint planning (planejamento da sprint) até a entrega do artefato, haverá, no mínimo, 15 dias de desenvolvimento. Logo, o Scrum master deve garantir que a equipe faça reuniões diárias, daily meeting ou daily Scrum, de até 15 minutos para observar o que cada membro está fazendo em prol do objetivo da sprint atual e se existe algum problema que esteja impedindo a equipe de avançar. Após as reuniões diárias, caso seja levantado algum impedimento, este será a prioridade do Scrum master, buscar uma solução para desbloquear o desenvolvimento. Além disso, caso seja detectado algum desvio de objetivo, o product owner será o encarregado de consertar e alinhar esse problema, devendo ser rápido e objetivo. Curiosidade As reuniões diárias acontecem com o time em pé para que não se estendam muito. 26 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| No último dia da sprint, acontece a sprint review, cerimônia de prestação de contas, ou seja, quando a equipe apresenta os avanços da sprint atual para o product owner e demais stakeholders do projeto. Fique atento Stakeholder é qualquer indivíduo ou organização que é direta ou indiretamente influenciado pelas ações de uma determinada empresa. Na cerimônia sprint review, a equipe irá receber o feedback do projeto, servindo de base para corrigir algum desvio de objetivo e, consequentemente, para fomentar melhorias no projeto que não foram previstas inicialmente na sprint planning. Essa dinâmica torna o Scrum o método perfeito para gerenciamento de desenvolvimento de produtos inovadores e complexos, pois a equipe está em constante ajuste. Após a sprint review, é hora de realizar a sprint retrospective, cerimônia de adaptação do processo de desenvolvimento da equipe, promovendo, assim, a melhoria contínua do processo e do produto. Na sprint retrospective, a equipe irá debater os pontos bons e ruins levantados na última sprint, o que envolve pessoas, práticas, ferramentas e tudo o que tiver margem para melhorias, ou seja, se você observar, o objetivo final de todas as cerimônias é o mesmo, melhoria contínua do início ao fim do projeto. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 27| Figura 12: Ciclo de uma sprint. Fonte: Elaborada pelo autor. 4.2. Os artefatos do 4.2. Os artefatos do ScrumScrum Além das cerimônias, existe outra característica bem peculiar dos métodos ágeis, são os artefatos, que, dentro do Scrum, são apenas quatro, já citados no tópico anterior, o product backlog, o sprint backlog, o incremento e a definição de pronto. Os artefatos são fundamentados em três pilares do Scrum: transparência, inspeção e adaptação, sendo as ferramentas de apoio ao time Scrum que estão por toda parte e são símbolos do informalismo criativo e colaborativo, a base da transformação cultural que o Scrum traz para as empresas. Vale observar que, ao contrário do que muitos acreditam, os artefatos Kanban, Planning Poker, Burndown Chart e muitos outros não compõem o framework Scrum, inclusive, o próximo capítulo desta obra será destinado ao estudo do Kanban e de suas ferramentas ágeis. 28 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| O product backlog é a "lista de tarefas prioritárias", requisitos que o product owner afirma que haverá no produto/projeto; ele é quem tem a palavra final dentro do time Scrum. O product backlog não precisa estar 100% completo no início de um projeto, muitas vezes um projeto inicia com o que é mais óbvio no primeiro momento e depois, com o tempo, o product backlog evolui recebendo requisitos à medida que o product owner se familiariza com o produto e seus usuários. O sprint backlog é formado por itens mais priorizados, retirados do product backlog durante as discussões da sprint planning, formando o escopo a ser trabalhado pelo time de desenvolvimento na próxima interação. O incremento é um artefato que provém do resultado dos esforços do time de desenvolvimento durante a sprint. Ele é composto por propostas de novas funcionalidades e por melhorias sobre o que foi produzido anteriormente, oriundas de itens do backlog do produto. Quando é verificada a necessidade de alterações, um novo item relativo a essa atividade é criado no backlog do produto, porém, caso o item anterior não esteja “pronto” ao final da sprint, essa alteração não é considerada um artefato de incremento do produto e deve voltar ao backlog do produto, a critério e à escolha do product owner. A avaliação do incremento ocorre no momento da sprint review, visto ser a fase de inspeção do desenvolvimento da sprint. É importante salientar que apenas os resultados obtidos pela equipe podem ser tomados como base para análises e decisões futuras. A definição de pronto, definition of done (DoD), é um documento que contém uma definição comum e clara do que o DONE (pronto) significa para o time. Esse artefato deve ser bem entendido por todos os papeis envolvidos no projeto, product owner, Scrum master, time de desenvolvimento e demais stakeholders, para ser claro o momento de entrega de uma sprint ou produto. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 29| Pratique 1. Cite e explique as tecnologias essenciais para o crescimento dos ne- gócios que utilizam metodologias ágeis em seus processos. 2. Quando e como o Manifesto Ágil foi criado? 3. Quantos e quais são os princípios do Manifesto Ágil? 4. Qual é o significado de Scrum? 5. Qual é a função do Scrum master? 30 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Relembre Neste capítulo, conhecemosas metodologias ágeis, origem e desenvolvimento, sendo elas ferramentas para conduzir projetos de forma mais rápida e eficaz, desde sua ideação, passando pelos processos, até a conclusão das tarefas. O agile baseia-se em um fluxo de trabalho ágil, flexível, sem obstáculos nas decisões e nos processos, e com total interatividade. Aprendemos também sobre o Manifesto Ágil, uma declaração de valores e princípios fundamentais para a manutenção e desenvolvimento de softwares, produtos ou processos. O documento foi desenvolvido em fevereiro de 2001 por 17 profissionais que já aplicavam metodologias ágeis como XP, DSDM, Scrum e FDD. Por fim, estudamos o framework Scrum, compreendendo que ele é muito mais do que um simples método, ou seja, uma estrutura para organizar as demandas e executar as tarefas a fim de gerar uma entrega rápida e de alta qualidade do produto ou serviço. Além disso, o Scrum incentiva o trabalho em equipe, a auto-organização, a comunicação frequente, o foco no cliente e a entrega de valor. Anotações Objetivos de aprendizagem • Conhecer as principais ferramentas ágeis usadas pelas empresas; • Aprender sobre a técnica Kanban; • Compreender e aplicar o mindset ágil nas próprias ações; • Desenvolver técnicas de trabalho ágil em indústrias. KanbanKanban e ferramentas e ferramentas ágeiságeis CAPÍTULO 02 32 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| 1. Ferramentas e métodos ágeis1. Ferramentas e métodos ágeis Ferramentas ágeis são recursos que contribuem para o aumento da produtividade, qualidade e rapidez nas entregas de softwares, produtos e na gestão empresarial. Uma delas é o Kanban, um quadro de sinalização que controla o curso da produção ou transportes em uma indústria, por exemplo. Figura 01: Agilidade na gestão de empresas e na entrega de produtos e serviços. Fonte: https://bit.ly/3zniZgo. O Manifesto Ágil, ocorrido em fevereiro de 2001, é o fundamento filosófico de todos os métodos ágeis, sendo que eles devem possuir ciclos curtos de duração de poucas semanas para garantir um feedback frequente e respostas rápidas às mudanças. Vários métodos de desenvolvimento de software, produtos e serviços estão alinhados a ele. Cada interação, ou seja, ciclos de processos, contém todas as etapas necessárias para que se realize um incremento no produto, software ou negócio, como o planejamento, a análise, o design, a codificação (no caso de desenvolvimento de software), testes e documentação. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 33| Já nos métodos não ágeis, também conhecidos como métodos tradicionais, geralmente se encontra um processo em cascata, do inglês Waterfall Model, em que todas as etapas citadas são executadas uma única vez e em sequência, assim como ocorre em uma cascata, também tendo fases de análise de requisitos, projeto, implementação, validação, integração e manutenção, porém sem a agilidade de etapas que não necessariamente precisariam ser realizadas sequencialmente, o que engessa o desenvolvimento. Alguns exemplos de métodos ágeis são o Scrum (estudado no Capítulo 01), o Kanban (o qual ainda será estudado neste capítulo), o eXtreme Programming (XP) e o Lean (o qual ainda será estudado no Capítulo), o Crystal Clear e o Feature Driven Development. Cada um deles traz questionamentos diferentes, tendo inclusos diversos valores, práticas e reuniões. Por exemplo, no método Scrum, foi observado que sua abordagem é mais voltada para a gestão, com maior foco nas reuniões, nos planejamentos e na melhoria contínua do processo ou produto. Já o XP, assunto de nosso próximo capítulo, traz maior enfoque nas práticas técnicas. " ...métodos tradicionais, geralmente se encontra um processo em cascata, do inglês Waterfall Model... " 2. Mindset Ágil 2. Mindset Ágil Nos dias atuais, observa-se a existência de processos que estão em constante transformações e mudanças, exigindo extrema agilidade. Devido a isso, gerenciar times de desenvolvimento e gestão exige que o gestor possua uma mentalidade flexível, dinâmica e inovadora. Nesse contexto, o mindset ágil é um método que envolve uma nova maneira de pensar, surgindo como uma importante ferramenta para construir uma gestão que impulsione resultados melhores como resultado de time alinhado, motivado e empenhado na colaboração, autonomia e inovação do processo. 34 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Figura 02: Mindset ágil, mentalidade que agrega valor. Fonte: https://bit.ly/3y2cFIU. Atualmente, muitas empresas, blogs e profissionais falam muito em gestão de equipes como se fosse uma área nova, surgida nos anos de 2020, no entanto, esse processo já existia nas empresas tradicionais e passava por transformações antes mesmo do século XXI. Já se observava que os processos e as metodologias tradicionais eram os responsáveis pelo insucesso das empresas. Nesse sentido, os estudiosos se empenhavam em provar a eficiência de novas técnicas, sendo esse processo acelerado devido à pandemia que assolou o mundo em 2020, por isso que o termo “gestão de equipes” passou a ser falado com maior frequência, o home office ficou mais intenso, as ferramentas digitais se popularizaram, e os esforços dos estudiosos quanto ao assunto se intensificaram, acelerando uma série de mudanças que estavam em curso e concretizando uma tendência que já estava em eminência. Diante desse cenário, apresenta-se o mindset ágil neste livro, porque ele auxilia lideranças na gestão de times de qualquer área de atuação, ou seja, em cursos de tecnologia da informação, saúde, gestão, humanas ou engenharias. O objetivo é um só, manter as equipes coesas e focadas na melhoria contínua de desempenhos e processos. Deseja-se que, com este livro, você entenda o conceito mindset, saiba quais são as vantagens de aplicar essa mentalidade e como ela está ligada às metodologias ágeis que foram estudadas no Capítulo 01. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 35| O mindset ágil é uma mentalidade que abandona o conceito de gestão centralizada, burocrática e cheia de hierarquias, isto é, a nova mentalidade ágil sempre busca inovação, colaboração, aumento de valor do produto ou serviço para o cliente e uma adaptação rápida a mudanças propostas ou impostas durante o processo de desenvolvimento ou gestão, ou seja, o objetivo do time passou a ser trabalhar de maneira acelerada, interativa e em melhoria contínua. Conclui-se, então, que o mindset é uma forma de refletir e conduzir pessoas e processos com flexibilidade, estimulando sempre a auto-organização do time, o crescente avanço de entregas e uma mente e visão que acompanhem as constantes transformações do mundo mutável atual. " ...O mindset ágil é uma mentalidade que abandona o conceito de gestão centralizada... " O Manifesto Ágil que foi criado há mais de 20 anos não menciona o mindset ágil. Porém, o manifesto já provocava a convivência de pessoas entre setores, a colaboração contínua com o cliente, o foco em respostas rápidas às transformações e em fluxos contínuos de processos, o estímulo ao autoconhecimento e uma série de outros hábitos que transformaram para sempre a maneira de gerir times e processos. Para mudar a mentalidade de todo um time, primeiro o líder precisa abraçar a ideia de como funciona uma mentalidade ágil; a partir daí, os líderes podem transmitir e replicar para suas equipes as práticas ágeis, evangelizando e alcançando sempre um maior número de pessoas até mudar toda a mentalidade da empresa, não havendo mais espaço para um papel engessado e tradicional de chefia. 36 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| O mindset ventila com as habilidades modernas de futuro, envolvendo a metodologia ativa de ensino e aprendizagem, a resolução de problemas críticos e a criatividade, tudo isso já enraizado em startups, visto serem empresas emergentes que têm como principal objetivo desenvolver um modelo de negócio escalável, disruptivo e repetível, trazendo o conceito de errar e aprender rápido, característica primordialdesse novo modelo de empresas. Portanto, como as startups estão em ascensão, as organizações tradicionais começaram a fomentar, desenvolver e aplicar o mindset ágil para poder obter vantagens e diferenciais que aumentem as possibilidades de crescimento, tornando-se competitivas no mercado. 3. Times Ágeis3. Times Ágeis Outro papel fundamental para o sucesso das empresas são os times ágeis, estes formados por pessoas com habilidades e autonomias distintas, com mentalidade de adaptação, com comunicação assertiva e completamente alinhadas com o objetivo da empresa. Figura 03: Representação de um time ágil. Fonte: https://bit.ly/3Os2nZC. Empresas com times ágeis e com a aplicação de metodologias ágeis saem na frente, pois terão uma vantagem competitiva em relação às organizações que não conhecem esses princípios. Por isso é importante conhecer as diferenças entre times ágeis e times tradicionais, o que pode ser observado no quadro a seguir: NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 37| Quadro 01: Comparação entre times ágeis e times tradicionais. TIMES ÁGEIS TIMES TRADICIONAIS Propósito e direcionamento claros Têm medo de se expor Autonomia e capacidade de autogerenciamento Carga burocrática grande Transparência em fluxos de trabalho Fluxo de trabalho exclusivo do líder Feedback e validações em menor tempo Feedback e validação em longo tempo Orientação a dados e a resultados Orientação à experiência e à cultura Concentrados em entregas Concentrados em cronogramas Possuem líderes que confiam nas pessoas Possuem líderes que não confiam nas pessoas Fonte: Elaborado pelo autor. Neste tópico, serão apresentadas 5 técnicas aplicadas por times ágeis que estão alinhadas com o Manifesto Ágil, com o intuito de aumentar a produtividade e a efetividade dos processos. 3.1. Gerir o processo com a participação do cliente3.1. Gerir o processo com a participação do cliente Para compreender as reais necessidades do cliente e sugerir soluções personalizadas eficazes que atendam aos requisitos do projeto, os times ágeis devem colocar os clientes no centro dos negócios, a fim de trabalharem lado a lado, desenvolvendo seus trabalhos bem próximos, alinhando os objetivos com frequência para garantir melhorias constantes e assertividade nas entregas. 3.2. Documentar métricas de desempenho3.2. Documentar métricas de desempenho Equipes ágeis devem medir seu desempenho constantemente para gerenciá-lo com base nos dados levantados. Uma das métricas ágeis usadas para esse propósito é o cumulative flow diagram (CFL), no português, diagrama de fluxo cumulativo, uma ferramenta analítica utilizada para fornecer às equipes uma visualização da estabilidade do fluxo de trabalho, a fim de que seja possível antecipar gargalos e ajustar o fluxo, tornando os processos mais previsíveis e produtivos. 38 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Outra métrica utilizada é o lead time, que faz parte do Scrum e tem como objetivo calcular o tempo total entre a solicitação do cliente e a entrega do projeto concluído. 3.3. Nem sempre é preciso seguir 3.3. Nem sempre é preciso seguir frameworksframeworks ágeis ágeis Isso parece meio contraditório no início, afinal foram definidas 12 “leis” para se ter uma consonância do que seja agilidade. Então, como um time ágil não é obrigado a seguir frameworks ágeis? Simples, uma equipe, quando é considerada ágil, deve possuir como principal característica a agilidade, sendo importante a capacidade de transformação, visto que, como o mundo está em constante mutação, as equipes e as empresas também devem estar abertas a mudanças, característica denominada kaizen ou melhoria contínua. Portanto, seguir os frameworks à risca não garante a aplicação de agilidade, mas usar as metodologias para obter um resultado melhorado, sim. Lembre-se, o importante é gerar valor para o cliente, e não seguir uma regra que poderá prejudicar o resultado esperado. Por exemplo, nem sempre uma cerimônia Scrum, assunto estudado no Capítulo 01, se mostra apropriada a determinada empresa. Assim, a equipe pode decidir se renuncia a ela ou se a adota de modo diferenciado. Link web Aprenda mais sobre o assunto acessando o link a seguir: https:// bit.ly/3QTOAwA. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 39| 3.4. Possuir um líder forte3.4. Possuir um líder forte Muitos acham que, devido ao fato de um time ágil possuir membros com autoconhecimento e autossuficiência, o papel do líder se torna dispensável. Contudo, ocorre o contrário, a presença de um líder forte e influente é essencial, pois, na prática, ele irá conduzir várias mentes brilhantes com ideias inovadoras e distintas, sendo uma espécie de guru. Assim, mesmo que o time tenha inteligência, ele será consultado e terá sabedoria para debater ideias. Dentro dessa responsabilidade do líder de inspirar o time para que os membros sejam missionários dos objetivos do projeto, é necessário que cada um deles tenha uma ideia clara do que sejam esses objetivos. Portanto, o time precisa ter uma visão concreta do produto, levantando em consideração a estratégia para alcançar o produto, os princípios do produto e as prioridades do produto, a fim de fazer sua defesa. 3.5. Ter mentalidade ágil 3.5. Ter mentalidade ágil Sabe-se que mudar a cultura de uma empresa é algo desafiador. Uma cultura só muda com atitudes, sendo necessárias regras para transformar a mentalidade da empresa, principalmente dos gestores, pois é bastante complicado tentar aplicar metodologias ágeis para obter um resultado acelerado se for preciso pedir autorização da gestão, o que atrasaria todo o processo. Portanto, a cultura agile deve ser promovida em todos os níveis e setores da empresa. Não adianta implementar metodologias ágeis se isso não for feito em todos os níveis organizacionais, da produção à presidência. 4. 4. KanbanKanban Kanban ou gestão visual é um método que controla e administra o fluxo de produção em empresas, indústrias e projetos usando cartões coloridos, postites, como sinalizadores de processos. 40 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Figura 04: Aplicação do método Kanban. Fonte: https://bit.ly/3OytbY3. Kanban é uma palavra de origem japonesa que pode ser traduzida como “cartão” ou “sinalização”. Ele é essencial na atualidade e tem como objetivo aumentar a eficiência do processo produtivo de uma empresa, muito usado em startups. Desenvolvido pela Toyota e aplicado no Sistema Toyota de Produção em 1953, teve um resultado surpreendente na redução de desperdício de tempo e de matéria-prima, alcançando um nível de excelência em suas atividades, transformando-se em um dos métodos mais utilizados no mundo por empresas de todos os segmentos. No Brasil, ele é aplicado desde a década de 80. 4.1. História do método 4.1. História do método KanbanKanban Quando uma empresa tem muitos produtos armazenados no estoque, significa que está acumulando produtos que deveriam estar no mercado, porém, por alguma razão, não estão. A Toyota, fabricante de automóveis, desenvolveu o método Kanban na década de 1940 com o intuito de equilibrar sua produção e, assim, evitar excesso de produtos no estoque ou falta de produtos na prateleira, sendo classificado como parte do Sistema Toyota de Produção. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 41| Hoje em dia, o quadro Kanban deixou de ser um sistema limitado para aplicação na indústria e passou a ser utilizado em várias áreas, como em cursos de marketing e gestão, no desenvolvimento de softwares e nas pesquisas da área da saúde, funcionando também como uma ferramenta de gestão de tarefas. 4.2. Tipos de 4.2. Tipos de KanbanKanban Existem dois tipos de Kanban, o de movimentação, usado por departamentos que recebem notificações para iniciarem a produção, e o de produção, cujo objetivo é fazer com que todos os colaboradores participantes do projeto possam visualizar a sequência das tarefas a serem realizadas, seja por meio de softwares especializados seja por meio de murais.No caso dos murais, eles são divididos da seguinte forma: • to do: o que deve ser feito; • doing: tarefas em execução; • done: tarefas concluídas. Figura 05: Modelo de preenchimento das etapas do Kanban. To Do (Fazer): Doing (Fazendo): Done (Feito): Aprender a usar o Kanban Usar Kanban Tentar a ferramenta Kanban Obter algumas notas adesivas Obter um quadro branco Fonte: Arte UniATENEU. 42 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Todas as atividades que estiverem em desenvolvimento devem ser anexadas em cada uma destas seções (to do, doing, done). Em cada coluna deve ter uma descrição resumida da tarefa a ser realizada, do horário de início e fim dessa tarefa e do colaborador que será responsável por ela. Como o método tem como característica as referências visuais, os cartões coloridos são afixados nos produtos em desenvolvimento, em lugares comuns da empresa, em grandes murais e até em telas de computadores que possuem o sistema Kanban. O importante é estar visível, para que todos os envolvidos possam ver as tarefas que precisam ser executadas, as que estão em execução e as que já foram executadas, facilitando, assim, a comunicação e a interpretação do processo. Todo o método é baseado no sistema de “produção puxada” da Toyota, aconselhando que uma nova tarefa só seja iniciada quando a anterior for concluída, ou seja, baseia-se no sistema produtivo de carros, em que uma nova peça só é produzida quando a anterior for vendida e sair da prateleira, muito diferente do modelo fordista de produção continuada. Como dito anteriormente, o Kanban pode ser utilizado para o acompanhamento de qualquer estratégia ou setor empresarial, podendo ser aplicado desde o controle de estoque até a elaboração e criação de projetos de marketing, por exemplo. 4.3. Motivos para aplicar o 4.3. Motivos para aplicar o KanbanKanban Sabe-se que várias empresas utilizam o Kanban em todo o mundo para melhorar sua produtividade, mantendo-se contínuas e com menos falhas. Desse modo, serão citados a seguir alguns motivos e exemplos de aplicação da técnica Kanban nas empresas. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 43| 4.3.1. Evitar que os funcionários fiquem ociosos Ter membros do time ociosos é um problema real enfrentado por todas as empresas. Nesse sentido, os gestores têm a missão de manter todos alocados e produzindo durante o horário de trabalho, pois isso, além de significar um prejuízo financeiro, também gera impactos na motivação e no engajamento do time. Figura 06: Não deixe os funcionários ociosos. Fonte: https://bit.ly/3QXjVhC. Quando se utiliza o método Kanban, com as tarefas de todos os funcionários no mural, devendo ser de fácil visualização, eles podem sempre observar essas tarefas e as ações necessárias para executá-las o quanto antes, tendo seus nomes registrados como tarefa concluída no referido mural. 4.3.2. Reduzir o tempo de execução dos processos Esse motivo é um reflexo do anterior. Como todos estão de olho no quadro que delimita as tarefas e os prazos de execução, o time tende a produzir mais rápido, reduzindo o tempo necessário para finalizá-las, sendo muitas vezes concluídas antes do prazo final. 44 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Figura 07: Tempo é dinheiro, mas é preciso observar a qualidade do processo. Fonte: https://bit.ly/3OrYi7N. Porém, é preciso ter atenção para que as tarefas não se transformem em uma corrida, e a qualidade do serviço seja comprometida. 4.3.3. Ser simples e fácil de implementação A metodologia Kanban é bastante simples e fácil de ser aplicada. Além disso, possui investimento baixo e elimina toda a burocracia de um processo produtivo, pois as demandas são facilmente identificadas, sem a necessidade de analisar relatórios, ofícios e memorandos. Figura 08: Kanban, uso simples como o apertar de uma tecla. Fonte: https://bit.ly/3A9t2Wy. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 45| 4.3.4. Evitar atividades que não agregam valor ao time O foco é um ponto crucial em qualquer equipe. Sendo assim, a técnica Kanban garante que os processos estejam claramente delimitados e devidamente gerenciados, fazendo com que a equipe se ocupe com aquilo que realmente traz resultados, eliminando tarefas e obrigações que não contribuem para o sucesso da atividade. Figura 09: Adicione valor ao time. Fonte: https://bit.ly/3OKNXn0. 4.3.5. Reduzir os custos e desperdícios na empresa Qualquer empresa tem um objetivo em comum, a redução de custos. Nesse sentido, você poderá justificar o uso do Kanban para o diretor de uma empresa, devido esse método ser um modo de reduzir os gastos operacionais, ou seja, você estará na metade do caminho para a aprovação e para a mudança de cultura em uma empresa usando o Kanban, visto que ele reduzirá o índice de estoque máximo, em caso de aplicação na indústria, por exemplo, e limitará os gastos dispensáveis ou que poderiam ser realizados em outro momento, principalmente durante o desenvolvimento de produtos. " ...Qualquer empresa tem um objetivo em comum, a redução de custos... " 46 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Figura 10: Evite desperdícios na empresa. Fonte: https://bit.ly/3OImgeM. 4.4. Como implementar o 4.4. Como implementar o Kanban Kanban na empresana empresa Para implementar o Kanban em uma empresa, faz-se necessário primeiramente identificar quais os projetos que estão em desenvolvimento e analisar quais deles podem ser adaptados para a metodologia ágil. Em seguida, é preciso analisar o projeto como um todo e listar as atividades compatíveis, sempre alinhado com o cronograma e com os prazos propostos para conclusão. A seguir serão detalhados os 5 passos de implantação do Kanban. 4.4.1. Prepare a equipe Toda mudança gera resistência dentro da empresa, situação que não seria diferente no caso da implementação do Kanban, especialmente se a nova ferramenta a ser implementada sirva para avaliar a produção do time. Desse modo, para garantir uma boa aceitação do Kanban, o primeiro passo é listar e apresentar seus benefícios, explicando que a ferramenta não tem o objetivo de fiscalizar a improdutividade, e sim de auxiliar na melhoria do desempenho da equipe. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 47| Figura 11: Treine a equipe constantemente. Fonte: https://bit.ly/3ytIXxJ. 4.4.2. Identifique etapas de trabalho O significado dos termos to do, atividade a ser executada, e done, tarefa finalizada, é primordial, visto que irá definir as etapas de trabalho do projeto até a conclusão. O quadro deve ser criado com essas etapas, sendo importante adicionar tags coloridas de identificação para qualificar a tarefa em questão, por exemplo, “urgente”, “prioridade”, “retrabalho”, “reotimização” etc. Defina os limites de tempo de cada tarefa no estágio to do, principalmente quando a tarefa tiver alto grau de urgência. Figura 12: Planeje as ações. Fonte: https://bit.ly/3OuOSIp. 48 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| 4.4.3. Defina tarefas prioritárias Até aqui, a equipe já foi treinada, já foram definidas as regras e já foram criados os quadros de tarefas, agora é hora de definir quais serão as tarefas com maior prioridade, posicionando-as por ordem, de cima para baixo, e separando-as por categoria. Se esse passo for bem executado, isso irá evitar a insatisfação dos clientes em relação a atrasos ou a entregas fora do tempo apropriado, também irá ajudar a atingir metas e a realocar o time com base nas habilidades de cada membro. Figura 13: Defina as prioridades. Fonte: https://bit.ly/3OIsCe8. 4.4.4. Mensure o processo constantemente Para garantir a melhoria contínua, é preciso ter em mãos os dados acerca do que aconteceu a fim de realizar os ajustes necessários e melhorar o que ainda acontecerá. Por isso é tão importante mensurar todo o processo, pois isso evitará a incidência de erros. Existem vários métodos de medição, um deles é o Burndown Chart, um gráfico utilizado por times que usam o Scrum, o qual tem como objetivo apresentaro progresso diário do projeto que está em desenvolvimento. Com ele, você poderá identificar falhas, propor alterações e evitar erros futuros. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 49| Figura 14: Mensure o progresso do projeto. Fonte: https://bit.ly/3NwW8Ce. Pratique 1. Qual é o significado de mindset ágil? 2. Cite e explique as 5 técnicas aplicadas por times ágeis. 3. Qual é o significado de Kanban? 4. Como um mural básico de Kanban é dividido? Explique. 5. Cite os motivos para aplicar o Kanban em uma organização. 50 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Relembre Neste capítulo, estudamos as ferramentas ágeis abordando os métodos ágeis, métodos de desenvolvimento de softwares, produtos e serviços. Aprendemos o conceito de mentalidade ágil, as técnicas aplicadas por um time ágil e as diferenças entre as empresas que aplicam as metodologias ágeis e as que aplicam as metodologias tradicionais. Estudamos com maior profundidade a metodologia ágil denominada Kanban, conhecendo sua história, os tipos existentes e o porquê de aplicá-la em uma empresa. Nesse sentido, vimos o passo a passo para a implementação, os resultados esperados e o propósito maior da referida ferramenta. Anotações Objetivos de aprendizagem • Conhecer os principais frameworks ágeis usados pelas empresas; • Entender a metodologia Lean; • Desenvolver técnicas de gestão de startups; • Desenvolver técnicas de uso do quadro Canvas. Outros tipos de Outros tipos de frameworksframeworks CAPÍTULO 03 52 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| 1. Ciclo PDCA – do inglÊs1. Ciclo PDCA – do inglÊs ((PLAN, DO, CHECK, ACTPLAN, DO, CHECK, ACT)) Frameworks ágeis são metodologias que usam quadros de trabalho para ajudar as equipes de gestão, negócios e desenvolvimento a experimentarem, na prática, o mindset ágil, tornando, assim, os processos organizacionais mais ativos, graduando os valores e a produtividade. Assim, o conteúdo será iniciado com o ciclo PDCA, framework que tem o objetivo de promover a melhoria constante dos processos. Trata-se da realização das seguintes ações: Planejar (Plan), Realizar (Do), Conferir (Check), Agir (Act), para planejar, implementar e checar as mudanças, verificando se elas tiveram o efeito desejado. Em caso negativo, deve-se corrigir e alinhar novas metas. Figura 01: Fluxograma PDCA. Fonte: https://bit.ly/2Jr18JD. Os princípios do PDCA são os seguintes: • Plan (Planejamento): momento em que é definida a missão, elaborados os objetivos e escolhidas as ferramentas que serão usadas para atingir o resultado esperado. • Do (Execução): após o planejamento, chega o momento de iniciar as atividades. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 53| • Check (Verificação): durante a execução das atividades, o time fica constantemente monitorando e validando os processos. • Act (Ação): proceder conforme o que foi validado na fase Check e, se necessário, deliberar melhorias para corrigir falhas e alcançar a qualidade desejada. Esse ciclo pode ser implantado em qualquer área de atuação, como bancos, indústrias, engenharia, tecnologia, gestão, educação e outros. 2. 2. NexusNexus Quando existem várias equipes dentro de uma indústria desempenhando funções similares de desenvolvimento de um mesmo produto, usa-se o framework Nexus para escalar esse desenvolvimento. Figura 02: Exoesqueleto do desenvolvimento Scrum escalado – framework Nexus. Fonte: https://bit.ly/3mMmk0V. 54 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| O framework Nexus foi lançado em 2015. Trata-se uma metodologia Agile (ágil) em escala de produtos, sendo ideal para os cursos de Engenharia, pois procura sintetizar as dificuldades e as dependências para gerir múltiplas equipes no processo de desenvolvimento de um produto. A metodologia Nexus é formada por um grupo de 3 a 9 equipes Scrum, método já estudado no Capítulo 01, com um único product owner e um único product backlog. Caso tenha alguma dúvida sobre esses termos, sugiro que leia o referido conteúdo novamente. Após a formação dos times, é introduzido um time de integração Nexus, uma espécie de equipe líder/mediador, para executar um refinamento cruzado dos times e gerir o trabalho e as vinculações entre eles. A sua missão é tratar das questões de integração que possam vir a impedir o incremento do produto integrado entre as equipes. A Equipe de Integração Nexus é formada por product owner, mestre Scrum e membros das equipes que estão no desenvolvimento. Observando a imagem no início deste tópico, você entenderá como funciona o Nexus. Ele está fora das equipes Scrum com o objetivo de favorecer uma ação contínua de refinamento, a partir das informações cruzadas dessas equipes, para identificar suas dependências e detectar antecipadamente qual equipe irá trabalhar em uma tarefa específica, com foco no incremento de um único produto integrado. 3. 3. DisciplinedDisciplined agileagile ( (DADA)) O Disciplined Agile iniciou-se como Disciplined Agile Delivery (DAD). Assim como o Nexus, também tem como foco a entrega de produtos. A verdadeira agilidade nos negócios vem da liberdade, não de estruturas. O DAD ajuda você a aprender sobre as opções e orienta a realizar um passo de cada vez. Tra- ta-se de um kit de ferramentas que utiliza centenas de práticas ágeis para guiá-lo para a melhor maneira de tra- balhar e entregar valor. (PROJECT MANAGEMENT INSTI- TUTE, 2022, ON-LINE). NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 55| Com sua evolução, em 2017, foi renomeado para Disciplined Agile, a fim de ecoar seu propósito cada vez mais, ganhando, assim, destaque entre as funções empresariais por ser leve. A princípio, o Nexus clareia “o quê” fazer e “quais” são as ferramentas indispensáveis para que a escalada do projeto suceda. Ele referencia vários fatores de escala como o tamanho do time, a distribuição geográfica, a distribuição organizacional, o compliance, a complexidade técnica e a complexidade de domínio. Em se tratando do “como”, essa resposta fica por conta da equipe, ganhando total autonomia sobre o como proceder. Figura 03: Disciplined Agile (DA). Fonte: https://bit.ly/3bCdhgx. O DAD propõe 7 princípios balizadores para ecoar a mentalidade de escalar uma agilidade produtiva dentro da organização, são elas: delight customers (encantar o cliente), be awesome (seja incrível), optimize flow (otimizar o fluxo), choice is good (escolha é boa), awareness (conhecimento), pragmatism (pragmatismo) e context counts (contagens de contexto). 56 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Há uma breve explicação de cada um desses princípios a seguir: • O delight customers é o princípio que objetiva encantar e surpreender positivamente os clientes com soluções consumíveis. • Os princípios be awesome, optimize flow e choice is good replicam os princípios fundamentais do Agile, por exemplo, faça o melhor, no menor tempo, com a melhor qualidade. • O enterprise awareness é o princípio que estimula o time a olhar para o mundo e a identificar quais são as iniciativas que estão em alta e que são similares ao produto em desenvolvimento. Claramente o meio exterior irá influenciar o resultado de seu desenvolvimento. • O pragmatism é o princípio que declara que as metodologias eficazes vão além das ágeis. • O context counts é o princípio que alerta para o entendimento de não haver a possibilidade de um framework normativo se adequar em todas as circunstâncias, principalmente naquelas de maior complexidade. Figura 04: Os princípios do Disciplined Agile (DA). Fonte: DISCIPLINED AGILE CONSORTIUM (2017). NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 57| 4. 4. ExtremeExtreme programming programming ((XPXP)) O framework eXtreme Programming (XP) também foi criado em 1997 para resolver problemas de risco de projetos. Por exemplo, no caso de um cliente contactar um profissional ou uma empresa para desenvolver um novo sistema até uma data específica, com prazo curto, o projeto apresenta um alto risco. Se esse sistema é um desafio inovador para o timede desenvolvimento, o risco é ainda maior. Se esse sistema é um novo desafio para toda a indústria de software, o risco cresce ainda mais. As práticas XP são criadas para abrandar o risco e aumentar a probabilidade de sucesso dos projetos. O framework XP, que tem muita semelhança com o Scrum, é um método ágil leve de desenvolvimento de software que tem como objetivo principal elevar ao extremo uma série de ações, por exemplo, em um teste em que muitos observam que procurar defeitos é uma perda de tempo, o time XP faz isso ao extremo. Então, ele eleva a performance do que é dito como uma maneira de assegurar projetos de software valiosos, ou seja, o time XP leva uma série de ações ao limite, por exemplo, testar, revisar, desenvolver, integrar, simplificar e realizar iterações curtas, como é possível observar a seguir: • Já que testar é bom, que os testes sejam feitos o tempo todo. • Já que revisar é bom, que as revisões sejam realizadas todo o tempo. • Já que projetar é bom, então, refatorar é melhor ainda, refatore o tempo todo. • Já que fazer testes de integração é bom, então, que se integre o tempo todo. • Já que ser simples é bom, desenvolva soluções que sejam o mais simples possível. • Já que interações curtas são boas, então, mantenha-as sempre assim. 58 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Este framework assegura a eficiência ao antecipar as mudanças necessárias para reduzir os custos referentes ao ciclo de vida do produto, sendo aprovado pelo cliente durante seu desenvolvimento. Os princípios existem para servirem de pontes entre os valores e as práticas dentro do desenvolvimento. Logo, com base nessa filosofia, os princípios primordiais da metodologia XP são os seguintes: apresentar uma boa comunicação, aderir a simplicidade, ofertar feedback rápido, ter coragem para assumir as mudanças e mostrar um trabalho de qualidade. • Comunicação é um princípio essencial em qualquer time. Ter conversas pessoais e em equipe entre o time de desenvolvimento e o cliente garante uma clareza nos processos e confiança entre os envolvidos no desenvolvimento. Nesse sentido, existem algumas técnicas que são eficientes para a troca de ideias e priorizações, como as histórias de usuários, clientes on-site (CCC), programação em pares e planning poker. • Simplicidade é desenvolver somente o que será utilizado, retirando os processos difíceis. • Feedbacks contínuos consistem em ter reuniões diárias (dailies), retrospecção e revisões do produto (review). Esses feedbacks constantes garantem ao cliente a informação de que o produto em desenvolvimento irá funcionar no prazo. • Coragem, no caso, significa mostrar transparência, sem maquiar os problemas que surgiram durante o desenvolvimento, deixando o cliente ciente de todos os percalços do processo. • Trabalho de qualidade, nesse sentido, pode ser a presença de um coach para garantir que a equipe siga, na prática, todos os princípios do XP. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 59| Figura 05: XP-Loop, com prazos. Pl an o de la nç am en to Plan o de inte raçã o Teste de aceitação Reunião rápida N egociação de pares Teste de unidade P rogram ação em pares C ó d ig o semanas dias meses horas minutos Fonte: https://bit.ly/3OcWWgs (Adaptada). O XP é bem implementado em empresas de grande porte que trabalham com uma base de dados quantioso. Diferentemente do que muitos pensam, ele também pode ser adotado por desenvolvedores e por empresas médias. Um caso de sucesso que pode ser citado é o da grande montadora de automóveis Chrysler, nos Estados Unidos. Como ela possuía um sistema de folha de pagamento de 90 mil funcionários ao redor do mundo, contratou Kent Beck, Ward Cunningham e Ron Jeffries, que aplicaram práticas XP para gerenciar essa folha de pagamento. Outro caso de sucesso foi o da Ford Motors Company, com o VCAPS System, que usava métodos tradicionais e passava por diversos problemas. Assim, depois de um tempo de desgastes, a empresa começou a adotar testes automatizados, integração contínua e outros valores do XP, e, em menos de um ano, o sistema passou a rodar sem maiores problemas. 60 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Não existe uma regra geral de como deve ser adotado o XP em organizações. Uma dica é: se você não tiver experiência com a metodologia XP e deseja implementá-la para um cliente, pessoa física ou jurídica, deve fazer isso de forma gradual, tanto com o cliente quando com a equipe, ou seja, comece a estudar e a aplicar os valores e as práticas do XP aos poucos, desenvolvendo softwares para testes automatizados gradualmente com as partes mais importantes do sistema. Nesse aspecto, comece a convidar o cliente para participar de todas as reuniões e apresente a importância delas para o próprio cliente, para a equipe, para a empresa, para a chefia, a fim de o projeto ter sucesso. Agora, se você está iniciando um novo projeto e quer utilizar o XP desde o princípio, trata-se de um processor mais simples. Basta começar a utilizar e a envolver a equipe e o cliente no processo de desenvolvimento, seguindo sempre os valores e as práticas do XP. Link web Saiba mais sobre Extreme Programming (XP), acessando o link a seguir: https://bit.ly/3tCi3Rx. 5. 5. Lean Lean A metodologia Lean é um tipo de gerenciamento que tem como objetivo principal evitar desperdícios de tempo, dinheiro, mão de obra e recursos, utilizando apenas os recursos mínimos para executar um bom trabalho, etapa ou processo. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 61| Uma das ações para reduzir os desperdícios é priorizar o contato com o cliente dentro do processo de desenvolvimento, um princípio XP já estudado. Nesse contexto, um time que aplica o framework Lean tem a possibilidade de, continuamente, validar o método que se estar usando no momento ou, se assim for necessário, eliminar o produto. Essa técnica de errar rápido para corrigir cedo tem a capacidade de reduzir significativamente desperdícios dentro do processo de desenvolvimento em longo prazo. Outra característica é trabalhar de forma enxuta e desenvolver produtos minimamente viáveis, do inglês Minimum Viable Product (MVP). Com os protótipos MVP, as possíveis falhas são corrigidas a tempo de reconstrução, agora com novas implementações para sua melhoria contínua. Figura 06: Um mínimo produto viável é obtido após análises e estudos. Fonte: https://bit.ly/3NTMXNi. A ideia começou a ser usada por volta de 1980, com o termo “Lean Manufacture” (Manufatura Enxuta, em português). Na época, a filosofia consistia em otimizar o sistema produtivo de veículos fabricados pela Toyota, grande marca da indústria japonesa. Porém, o termo só ficou mundialmente conhecido quando o professor James P. Womack, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), publicou o livro A Máquina, em 1990, difundindo o conceito Lean pelo mundo, que perdura até a atualidade, sendo o modelo de gestão mais empregado em diversos tipos de empresas de produtos e serviços, quando combinado a frameworks ágeis. 62 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Já o Lean Startup foi introduzido por Eric Ries em 2011, um empreendedor do Vale do Silício, por meio da publicação do livro A Startup Enxuta, que se tornou um best seller nos Estados Unidos. O livro baseia-se na experiência e nos conhecimentos acumulados por Ries durante sua carreira profissional, combinando técnicas de marketing, tecnologia, gestão e, principalmente, em virtude de sua vivência com as startups. Basicamente, o Lean Startup é um conjunto de ações que são implementadas por empreendedores, com foco em desenvolvimento de produtos e mercados, combinando desenvolvimento ágil de software, desenvolvimento de clientela e plataformas existentes de software. O objetivo era desenvolver uma metodologia que fosse mais universal e que pudesse ser aplicada a qualquer tipo de empresa, desde organizações de grande porte até pequenas startups, fazendo uso de uma poderosaferramenta Lean (enxuta), a fim de otimizar os resultados das empresas. O termo Lean Marketing, também conhecido como Agile Marketing, provém do Lean Startup e emprega o mesmo fundamento, que seria a aplicação do pensamento enxuto aos processos desenvolvidos pela equipe de marketing, inclusive no curso de Marketing Digital, são estudados os conceitos das metodologias ágeis aplicadas à profissão. Os objetivos são os mesmos, otimizar o uso de recursos financeiros, humanos e de tempo no time. Figura 07: Ciclo do Lean Startup. Fonte: https://bit.ly/3tz6LgH. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 63| São 3 as ações desenvolvidas dentro do ciclo Lean Startup: I. Construir (Build): criar um protótipo de um produto que seja simples e que atenda às necessidades básicas do cliente. II. Mensurar (Measure): após o protótipo ser construído, o próximo passo é validar a ideia com um grupo seleto de personas semelhantes aos clientes finais, para observar se o produto está em conformidade com o que foi planejado no início do projeto. III. Aprender (Learn): após a mensuração, é necessário fazer o levantamento das métricas para dar continuidade ao projeto, incrementando-o ou reiniciando um novo. 5.1. Onde e como aplicar a metodologia 5.1. Onde e como aplicar a metodologia LeanLean Diferentes áreas de atuação podem se privilegiar do método Lean Startup, pois ele é largamente utilizado por empreendedores para desenvolver produtos e mercados, expandindo suas aplicabilidades para além do nicho de alta tecnologia. Assim, pode ser aproveitado por qualquer empresa que necessite de uma gestão de negócios com foco na minimização de desperdícios. Os princípios do método Lean devem ser aplicados por líderes e gestores para otimizar o tempo dos colaboradores e aumentar a produtividade, sendo que o time deve seguir algumas ações, como: • Identificar e resolver problemas que constantemente estão travando os processos do projeto. • Garantir que o fluxo das atividades esteja transparente para todos, eliminando todos os ruídos na comunicação. • Identificar e indicar, durante todo o processo, quais as demandas e as entregas que são prioritárias. 64 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| • Prover todo o apoio necessário para que o time possa garantir entregas contínuas e com máxima qualidade. Após a leitura desse tópico, se você ficou convencido e acredita na filosofia da metodologia Lean, ou seja, que ela irá funcionar bem, otimizando os processos de sua empresa ou de seu cliente, e deseja implementá-la, existem alguns passos que você precisa executar para uma implementação completa e eficiente do método em sua gestão. O artigo de Steve Blank, publicado em 2013, no Harvard Business Review, com o título Why the Lean Start-Up Changes Everything, mostra que existem três princípios que devem ser seguidos. Contudo, aqui será analisada a aplicação do Canvas. 5.1.1. Enxugar o modelo de negócio com o Canvas Conforme Steve Blank (2013), mesmo que seu plano de negócios seja baseado e fundamentado em meses de pesquisa e estudo, ele não passa de hipóteses e boas suposições que precisam ser comprovadas na prática. O autor sugere que seja montado um Business Model, usando a ferramenta Canvas, antes de escrever e documentar um extenso relatório de negócios. O Canvas trata-se, basicamente, de um quadro que apresenta, de forma visual e colorida, todos os aspectos relevantes do projeto e da empresa, servindo, assim, como um ponto de referência e de linguagem comum na hora de trabalhar cada nova hipótese sugerida pela equipe. O exemplo do Canvas que será apresentado é dividido em treze blocos; cada um acompanhado com algumas perguntas que ajudam a definir seu conteúdo. Observe a figura adiante e as definições de cada bloco logo depois: NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 65| Figura 08: Modelo Canvas. Strategic Project Management Canvas Projeto: Elaborado por: Data: Visão O quê? Por quê? Como? Valor (Para a empresa) Aderência Estratégica Stakeholders Benefícios Forças Oportunidades Entregáveis Fraquezas Ameaças Recursos Inter-reação com outros projetos Riscos Fonte: Arte UniATENEU. I. Visão: O que você quer desenvolver? Por que esse projeto é importante e necessário? Como você pretende alcançar esse objetivo? II. Stakeholders: Quem são seus clientes? Quais são seus principais parceiros e fornecedores? Quais atividades vocês podem desenvolver juntos? Em quais pontos eles podem ajudar ou atrapalhar no desenvolvimento desse projeto? III. Valor: Qual é o valor que esse projeto trará para a empresa? IV. Benefícios: Qual problema está sendo resolvido? Qual necessidade está sendo suprida por meio de seu produto ou serviço? V. Aderência estratégica: Quais são as atividades mais relevantes de seu negócio? Qual é a real aderência desse projeto aos objetivos da empresa, como o retorno sobre o investimento, a lucratividade, a rentabilidade ou a receita por produto? 66 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| VI. Forças: Como é importante reconhecer os pontos fortes para crescer como time, quais são as melhores habilidades de seu time? Quais são os pontos fortes da empresa, do negócio e da equipe que esse projeto propõe? VII. Fraquezas: Como é importante reconhecer os pontos fracos para crescer como time, quais são as piores habilidades de seu time? Quais são os pontos fracos da empresa, do negócio e da equipe que esse projeto propõe? VIII. Oportunidades: Como o método proposto para esse projeto pode ajudar a conquistar novas oportunidades para o crescimento da empresa? IX. Ameaças: são os aspectos que estão fora do controle da equipe, os quais podem trazer, no futuro, impactos negativos ao produto desenvolvido. Consegue identificar esses fatores? X. Recursos: Quais são os principais recursos que seu negócio requer? Por quais canais seus clientes querem ser alcançados? Quais são os custos mais importantes dentro de seu negócio? XI. Inter-relação com outros projetos: Qual é a dependência ou o impacto que seu projeto terá com outros da mesma empresa ou da concorrência? Existe uma coordenação entre todos os outros projetos que são necessários para o sucesso desse empreendimento? XII. Riscos: Quais são as incertezas que podem contribuir, de forma negativa, para o futuro do projeto? XIII. Entregáveis: Quais etapas de entregáveis foram definidas? Quem irá participar, só a equipe ou o cliente também? Qual é o tempo do sprint? NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 67| Pratique 1. Qual é o significado PDCA? 2. Cite os princípios do PDCA e explique cada um de forma sucinta. 3. Cite os princípios do Disciplined Agile (DA) e explique cada um de forma sucinta. 4. Cite os princípios do eXtreme Programming (XP) e explique cada um de forma sucinta. 5. Cite os princípios do Lean Startup e explique cada um de forma su- cinta. 68 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Relembre Neste capítulo, estudamos os frameworks que usam os princípios das metodologias ágeis, como o PDCA, o Nexus, o Disciplined Agile (DA), o eXtreme Programming (XP) e o Lean. Aprendemos, com mais profundidade, o Lean Startup, método que ensina como conduzir e gerenciar uma startup e seus projetos. Além disso, explica aos jovens empreendedores acerca do quando e do como criar uma startup, bem como dos métodos de como fazer um negócio crescer e perseverar com a máxima aceleração, uma das principais características de uma startup. Por último, conhecemos o Canvas, um quadro que expõe perguntas e incita o time a pensar criticamente sobre o processo de desenvolvimento do projeto ou da gestão da empresa em questão. Anotações Objetivos de aprendizagem • Conhecer os princípios e a história da escalada ágil; • Conhecer os principais frameworks de escada ágil; • Entender o funcionamento do agile coaching; • Aprender a desenvolver soft skills. Escalada ágil eEscalada ágil e agileagile coachingcoaching CAPÍTULO 04 70 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| 1. Escaladaágil1. Escalada ágil Hoje, as empresas adotam o desenvolvimento de projetos pilotos, POCS e MVPS, antes de desenvolver determinado produto e/ou serviço. Essa nova cultura gera ganhos que concedem aprendizados e ajustes rápidos diante das dúvidas pertinentes de projetos de inovação, tendo o poder de validar o planejamento em relação aos seguintes aspectos: modelo de negócio, processo de desenvolvimento de produto e/ou serviço. Outra característica das empresas da atualidade é o conhecido go/no go, isto é, deve-se seguir com o projeto/empresa em questão ou não. Essa decisão provém de estudos e análises de uma sequência de experimentos a fim de obter indícios robustos que validem a decisão de dar continuidade a um projeto. Nesse aspecto, vale ressaltar que o requisito financeiro, ou seja, o lucro, não é o mais importante e muito menos o único a ser avaliado. Contudo, o erro de muitas empresas, em alguns casos, é não levar esse indicador em consideração, principalmente quando tais empresas são da área da tecnologia e utilizam modelos de negócios disruptivos, pois projetos dessa natureza geralmente levam tempo para amadurecer e começar a gerar lucros. Logo, neste capítulo, será estudada a escalada ágil, ou seja, onde e quando se deve incitar o desenvolvimento contínuo e quem seria o líder ideal para essa ação. Também conhecido como ágil escalado ou agile at scale, consiste em ações que são aplicadas em ambientes com vários perfis de equipes, até mesmo em nível corporativo, sempre com práticas focadas no macroambiente e nas personas que envolvem o projeto, e não apenas em times, uma vez que a metodologia ágil em escala é um nicho de valores e produtos que agem em conjunto com equipes integradas, tendo como finalidade alcançar os objetivos da empresa, ou seja, o intuito é criar uma associação entre todas as estruturas da organização e responder, de forma eficaz, a todas as mudanças e riscos procedentes do mercado. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 71| Essa técnica gera uma sequência de benefícios para a empresa, tornando-a mais competitiva em relação àquelas que adotam técnicas tradicionais. Porém, chegar a esse nível, alcançar agilidade em escala, não é uma tarefa fácil, já que a empresa precisa ter um sistema bastante avançado para levar as práticas ágeis a todos os times, inclusive, em nível de diretoria. Resumindo, o escalar ágil não ocorre apenas em processos ou metodologias, também influenciando a cultura da empresa, em nível de gestão de produtos e serviços. Para isso, é fundamental examinar como escalar os valores e princípios do Manifesto Ágil dentro das organizações. Por isso, é necessário se aprofundar no agile at scale, conhecendo seus princípios essenciais, os quais são: mudanças nos pápeis e na estrutura organizacional; regularidade nas entregas; foco no cliente; resolução de pendências e barreiras organizacionais; sincronização de iniciativas bottom-up & top-down; maturidade e fluência; e, por último, pensamento e pessoas lean. Cada um deles serão vistos a seguir: • Mudanças nos papéis e na estrutura da organização Pessoas com domínio e especialização em determinada área cooperam para o empoderamento do time, obtendo, dessa forma, soluções rápidas, quando diante de problemas; logo, são elementos- chaves para liderar equipes ágeis em escala nas organizações. • Regularidade nas entregas É necessário um cronograma regular de entrega das fases do projeto e dos resultados. Essa regularidade fará com que a compreensão acerca do valor da entrega final pelo cliente seja estimulada. • Foco no cliente Durante todo o processo, o foco deve ser gerar valor para o cliente. Assim, todo o time, desde a base até a direção, precisa ter ações alinhadas para atender o cliente da melhor forma o possível. 72 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| • Resolução de pendências e barreiras organizacionais A presença de problemas, pendências e barreiras é comum em qualquer organização, não sendo diferente no caso daquelas com times ágeis em escala, porém a equipe precisará ter habilidade para resolvê-los de forma rápida, pois, caso contrário, isso irá prejudicar a entrega final de toda a equipe. • Sincronização de iniciativas bottom-up & top-down Independente do framework agile scale adotado pela organização, é de extrema importância que se tenha o apoio de toda a equipe, algo essencial para o sucesso do projeto. Para obtê- lo, é preciso sincronizar o engajamento entre os bottom-up (times de entrega), abordagem que afirma ser o time, muitas vezes, de TI, quem toma a iniciativa de implementar uma maneira mais ágil de trabalhar, e os top-down (executivos), quando essa iniciativa vem do gerente, CEO ou CIO, tendo como foco a transformação de uma grande parte da organização, tornando-a mais ágil. Então, qual seria a melhor abordagem de implementação? Não existe uma resposta pronta, cada caso é um caso, mas, na prática, uma abordagem bottom-up geralmente terá mais chances de sucesso, funcionando muito bem em equipes de TI que possuem mentalidade ágil de berço. Porém, observa-se que uma iniciativa com os dois métodos funciona bem melhor do que ter que escolher um ou outro, sendo simples a distribuição das tarefas, por exemplo, uma equipe tem a iniciativa de implementar uma maneira mais ágil de trabalhar e, logo em seguida, encontra um patrocinador que abraça a ideia no topo da organização, sendo, então, difundida para toda a empresa. • Maturidade e fluência Aqui se encontra uma característica contraditória em relação ao movimento ágil, sendo, possivelmente, o único item em que não se aplica a velocidade, já que, para alcançar maturidade e fluência em qualquer área, é necessário tempo. Contudo, isso não quer dizer que NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 73| será preciso um prazo de 10 anos para implantar a metodologia ágil em escala na empresa; é preciso começar e, para começar a adquirir fluidez, basta implantar mudanças e mostrar as transformações geradas no ambiente, de comportamentos tradicionais para ágeis. A agilidade não é um produto, é uma ferramenta de transformação de mentalidades e ações, é isso que precisa ser entendido. • Pensamento e pessoas lean O último princípio refere-se à presença de uma cultura saudável, com pensamento e pessoas lean. No entanto, mudar a cultura de qualquer organização não é uma tarefa simples, pois ela é o resultado de anos de prática. Sendo assim, o pensamento consiste em transformar a cultura da empresa acrescentando novas práticas, tecnologias, ferramentas e conhecimentos, e, aos poucos, com a obtenção de resultados positivos, a cultura antiga naturalmente será substituída pela nova, sem imposição. 2. 2. FrameworksFrameworks para ágil escalado para ágil escalado Primeiro, é preciso entender o significado de framework. Framework é a união de códigos comuns, tendo como objetivo prover uma funcionalidade genérica ou específica, a depender da aplicação. Em se tratando do desenvolvimento de softwares, existe uma confusão entre os conceitos de framework e de bibliotecas. A diferença está no fato de que, ao contrário das bibliotecas, o framework tem a função de ditar a fluência de controle da aplicação, conhecido como inversão de controle. Há, no mercado, diversas opções de frameworks para ágil escalado, como o Scaled Agile Framework (SAFe), Scrum@Scal (SaS), Nexus e Large Scale Scrum (LeSS), entre eles, o SAFe será visto mais a fundo, mas é importante pesquisar e se aprofundar nos outros que foram citados. 74 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| 2.1. SAFe2.1. SAFe O SAFe, que significa Scaled Agile Framework, criado por Dean Leffingwell, é o framework mais popular de agile scale. Assim, como toda a metodologia ágil, o SAFe possui uma filosofia com um combo de valores, princípios e práticas que norteiam as empresas, atuando na identificação dos problemas presentes nas atividades dos times ágeis e realizando a gestão do programa, resolvendo as demandasde uma maneira lean. 2.1.1. Filosofia do SAFe O principal diferencial do SAFe é a filosofia lean, a implementação saudável de um ágil escalado na cultura da empresa, sem disputar com os papéis que já existem nela, fazendo com que o agile scale possa ser adotado em setores que nunca foram conquistados antes. O SAFe irá ajudar as empresas a implementar o ágil nesses setores, sendo envolvidas várias equipes no processo, inclusive, de áreas diferentes, contanto que todos trabalhem com o mesmo foco, objetivo e cadeia de valor, como: • ser lean e ágil; • estar de acordo com os modelos de governança; • trabalhar em sincronização; • priorizar demandas de produtos dinâmicos e de qualidade; • tratar, de maneira lean e ágil, os riscos de uma demanda complicada. 2.1.2. Valores do SAFe O scaled agile framework possui quatro importantes valores que devem ser seguidos pelas organizações, a saber: NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 75| I. Alinhamento constante entre os membros da equipe: toda a equipe deve ter uma visão comum acerca dos objetivos do processo desde o início, com a ideação da estratégia. II. Qualidade entranhada no processo e no produto: valor que garante os padrões de qualidade desde o início do processo. III. Transparência: valor que deve estar presente principalmente em momentos de dificuldade, sendo baseado na confiança. IV. Execução e entrega contínua do programa. 2.1.3. Princípios do SAFe Os princípios do SAFe giram em torno da necessidade de a organização ter uma visão econômica e financeira para entregar valor de forma sustentável. É preciso inserir um pensamento sistêmico a fim de resolver e administrar os problemas que surjam. Portanto, as ações a seguir são fundamentais: • tenha um panorama econômico; • implemente uma visão estruturada; • considere a variabilidade preservando sempre as opções; • edifique sua organização incrementalmente com ciclos rápidos e conhecimento integrado; • fundamente seus landmarks na análise objetiva dos sistemas de trabalho; • observe e limite o Work in Progress (WIP), trabalho em progresso, moderando o tamanho de lotes e administrando o tamanho de filas; 76 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| • implemente harmonia entre os processos e as tarefas, sincronizando-os com planejamento de domínio cruzado; • desperte a motivação particular dos colaboradores do conhecimento; • descentralize todas as decisões; • concentre-se com foco no valor. A filosofia, os princípios e os valores do SAFe podem fundamentar o ágil escalado em quatro níveis organizacionais: nível de equipes, nível de programas, nível de cadeia de valor e nível de portfólio, sendo que cada um deles possui práticas e objetivos distintos; porém, cuidado para não confundir o objetivo pontual de uma ação com o objetivo global do projeto ou da organização, portanto, de nível macro. 2.1.4. Como implementar o SAFe Roadmap, visão sistemática para implantação do SAFe, consiste em: • capacitação dos executores da transformação dentro da organização; • capacitação dos executivos, gerentes e líderes das equipes; • identificar o value streams (fluxo de valor); • desenvolver o planejamento para implementação da metodologia; • identificar as ARTs (Agile Release Train) e a menor organização essencial SAFe; • preparar o lançamento dos ARTs; NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 77| • coach de execução dos ARTs; • lançar as ARTs; • ampliar o portfólio; • acelerar o processo. 2.2. 2.2. Scrum@ScaleScrum@Scale O Scrum@Scale, ou S@S, é baseado nos fundamentos do Scrum e da teoria de sistemas adaptativos complexos. Foi criado para escalar em grandes empresas por meio de um consórcio entre a Scrum Inc. e a Scrum Alliance, sob a supervisão do Dr. Jeff Sutherland, um dos cocriadores do Scrum e coautor do Manifesto Ágil. Basicamente, o princípio do S@S é unir equipes e organizações para que todos os envolvidos façam parte de uma equipe permutável de Scrum, formando, assim, um grande ecossistema. Link web Saiba mais sobre o Scrum@Scale acessando o link a seguir: https://bit.ly/3A2xfLH. 2.3. Nexus2.3. Nexus O Nexus é um framework formado por papéis, eventos, artefatos e regras que os unem e os cruzam com o trabalho de até nove times Scrum em um único backlog do produto, a fim de desenvolver um incremento integrado que alcance determinado objetivo. 78 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Link web Saiba mais sobre o Nexus com o “Guia do Nexus” desenvolvido por Ken Schwaber e Scrum.org., por meio do link adiante: https://bit. ly/3y3BBj7. 2.4. LeSS2.4. LeSS O LeSS, Large Scale Scrum ou Scrum em Larga Escala, é um conceito que trata da implementação, em um contexto de larga escala, dos princípios, regras, elementos e propósitos do Scrum, sendo voltado totalmente para o produto. Esse framework é baseado em PBLs DONE (Problem Based Learning ou Problema Baseado no Aprendizado, que representa a construção do conhecimento a partir da discussão de um problema), ciclos de trabalho curtos, trabalho em equipe e definições comuns entre as equipes. 3. 3. AgileAgile coachingcoaching Agile Coaching consiste em um processo de aceleração de soluções que ocorre entre um coachee (cliente) e um coach, profissional que ensina, orienta, aconselha e treina alguém para atingir um objetivo profissional ou pessoal. O coachee pode ser uma pessoa ou uma equipe de pessoas que receberão treinamentos, muitas vezes, não técnicos, de um coach, por meio da utilização de ferramentas oriundas de diversas áreas como psicologia, administração, contabilidade, gerenciamento de projetos, matemática e psicanálise. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 79| Por ser uma tendência que vem se expandindo por todas as áreas nos últimos anos, as organizações estão contratando esses profissionais com mais frequência, com o objetivo de obter, em um menor tempo possível, todos os resultados referentes à implantação de novos processos e à motivação de indivíduos e equipes. O objetivo final de um agile coach é alcançar melhores resultados na organização por intermédio de uma equipe bem preparada, capacitada e disposta a utilizar as metodologias ágeis, principalmente no processo de implantação destas. 3.1. Funções e local de atuação do 3.1. Funções e local de atuação do agileagile coachcoach A seguir vou citar algumas das ações que são desempenhadas pelo profissional agile coach: • auxiliar times e profissionais em relação a um melhor entendimento sobre a noção de prazos, estimativas e previsões; • auxiliar o profissional que ficou responsável por avaliar todas as necessidades do cliente (product owner) e coordenar as perspectivas do público-alvo; • orientar os líderes sobre seu papel de liderança; • auxiliar na manutenção de um alto nível de rigor dos padrões e critérios adotados pela organização; • garantir um progresso contínuo; • auxiliar o time de recursos humanos da empresa a manter um relacionamento alinhado com as metodologias ágeis entre os colaboradores. Os principais locais de atuação do agile coach são estabelecimentos que necessitam de alinhamento entre as equipes e a implantação das metodologias ágeis, podendo exercer suas atividades em organizações, corporações, startups e em qualquer outro modelo corporativo, independentemente do tamanho da empresa ou da quantidade de colaboradores. 80 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| 3.2. Tipos de 3.2. Tipos de agileagile coachcoach e média salarial e média salarial Os tipos de agile coach são como níveis e estão relacionados com a experiência de cada profissional e o tempo de atuação deles dentro de uma corporação, sendo eles: • Agile coach de um time: profissional responsável por todas as funções de adaptação e implantação das metodologias da organização em um time específico, podendo haver mais de um desses profissionais atuando, mas com cada um focando em um time específico. • Agile coach de times: com o crescimento da organização e, consequentemente, com a contrataçãode mais pessoas para auxiliar na implementação das metodologias ágeis, é necessária a contratação de um agile coach mais experiente que possa atender à gestão de vários times, e não de apenas um. Em tal cenário, entra o papel do agile coach de times. • Agile coach especialista: profissional que já adquiriu experiência em uma área específica, tornando-se, portanto, um agile coach especialista. Nesse caso, sua atuação não será mais voltada para um ou mais times, seu foco não está mais nas pessoas, mas sim na área de atuação, a qual deve estar bem delimitada, como produto, desenvolvimento ou qualidade. • Agile coach corporativo: o último nível que pode ser alcançado por um agile coach. Esse profissional irá trabalhar na mentoria de cargos mais elevados da organização, atuando na criação de processos, ferramentas e metodologias de negócios. Logo, precisará ter um conhecimento elevado na área de negócios e empreendedorismo. Em relação ao salário médio do profissional agile coach, conforme o nível de experiência e tipo de atuação, segundo pesquisas em sites de vagas no Brasil, ele pode variar entre R$ 10.000,00, tendo como piso salarial o valor de R$ 7.979,00 e R$ 13.000,00 mensais. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 81| 3.3. Diferenças entre o 3.3. Diferenças entre o agileagile coachcoach e o e o ScrumScrum master master A metodologia Scrum possui um personagem específico, o Scrum master, pessoa responsável por implementar o framework Scrum nas organizações e auxiliar os times na execução das atividades. Devido à confluência das atividades entre o Scrum master e o agile coach, existe uma certa confusão acerca do papel de ambos, porém, na realidade, os dois profissionais exercem atividades distintas dentro da empresa. Observe o quadro adiante: Quadro 01: Principais diferenças entre o agile coach e o Scrum master. AGILE COACH SCRUM MASTER Pode trabalhar em diversas posições den- tro da organização, a depender de seu tipo. Está atrelado necessariamente à equipe de Scrum. Sabe mais de uma metodologia ágil de maneira geral, incluindo ou não a Scrum. É especialista no framework Scrum so- mente. É responsável por orientar uma equipe ou mais, além de poder se especializar em uma área. É responsável somente por orientar a equipe Scrum. A duração do cargo pode variar de tempo- rário a permanente. A duração do cargo depende de quanto tempo será necessário à equipe de Scrum. Fonte: Elaborado pelo autor. 3.4. Etapas do trabalho do 3.4. Etapas do trabalho do agileagile coachcoach Observe como funciona a rotina de trabalho do agile coach depois de ser contratado por uma empresa para implantar uma metodologia ágil: • Passo 1: compreender como a organização funciona, como os times trabalham, o que já foi realizado e o que ainda pode ser adotado para melhorar o processo. • Passo 2: após uma análise profunda sobre a organização que irá trabalhar, o agile coach precisa ser empático e se colocar no lugar das pessoas colaboradoras da organização para identificar quem pode estar com sentimentos de resistência, barreira ou medo. 82 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| • Passo 3: momento em que o agile coach projeta um plano de ação e decide qual a metodologia é mais indicada para cada time da organização. • Passo 4: com o projeto concluído, o agile coach vai implementar aos poucos as mudanças necessárias e a nova metodologia, auxiliando os colaboradores e a liderança em cada ponto do processo e aplicando, no caso, os treinamentos dentro da organização. • Passo 5: consiste em coletar os feedbacks dos colaboradores e analisar os indicadores para levantar os ajustes necessários às próximas ações. • Passo 6: esse último passo só deve ser implementado quando o agile coach identificar que o time está pronto para seguir por conta própria a partir da nova estratégia; logo em seguida, a função do agile coach será de monitorar e garantir que tudo continue a funcionar como planejado. 3.5. Habilidades necessárias para ser um 3.5. Habilidades necessárias para ser um agile coachagile coach São quatro as principais habilidades necessárias a um agile coach, sendo elas: I. Dominar e saber tudo sobre o Manifesto Ágil. II. Resolver situações difíceis. III. Como o profissional agile coach irá atuar diretamente com a organização corporativa da empresa, essa pessoa deve ter um vasto conhecimento acerca de negócios e de como funcionam todos os processos de uma organização, além das melhores técnicas e métodos que podem ser aplicados para melhorar o negócio da organização. IV. O agile coach precisa ter conhecimentos em Scrum, Kanban e outras metodologias ágeis. Não é necessário ser especialista em cada uma delas, mas é obrigatório ter uma noção do funcionamento de todas as metodologias usadas, pois conviverá com pessoas que são especialistas ou focadas nelas. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 83| 4. 4. AgileAgile soft skillssoft skills Como mencionado no capítulo anterior, os profissionais que detêm conhecimento técnico estão sendo cada vez mais requisitados devido ao avanço de novos modelos organizacionais como as startups. Contudo, são solicitadas pessoas com habilidades que vão além do conhecimento técnico, como as habilidades comportamentais, mesmo que a área dê bastante importância às habilidades técnicas, no caso da engenharia de software. Essas habilidades não técnicas são conhecidas como soft skills. Resumindo, soft skills (habilidades macias, em tradução literal) são aptidões, competências ou qualidades comportamentais que estão em conexão com a maneira como uma pessoa se comporta ou trabalha em diferentes cenários, ou seja, são pessoas com habilidades interpessoais, capacidade de se comunicar bem, ter empatia, resiliência e pensamento crítico. 4.1. 4.1. SoftSoft skills skills no contexto de trabalhono contexto de trabalho As soft skills se destacaram muito no mercado de trabalho nos últimos anos. Esse sucesso tem como motivo a garantia de melhores resultados para os negócios, gerando um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, com uma melhor relação interpessoal entre os colaboradores. A cultura atual das organizações é totalmente oposta à de anos atrás, quando o foco era a produção, com equipes constituídas por excelentes profissionais de perfil técnico, pois perceberam que o foco principal devia estar na relação entre pessoas, e não em máquinas programadas para produzir. Nesse cenário, a busca por profissionais com habilidades na área da psicologia, por exemplo, começou a se intensificar, provando que ter habilidades comportamentais, emocionais e sociais em qualquer área de atuação agora é tão importante quanto dominar a técnica. 84 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Com o avanço dos estudos sobre comportamento, as empresas passaram a ver seus colaboradores como profissionais que carregam uma bagagem de qualidades e experiências que acabam afetando seu dia a dia no trabalho. Desse modo, passaram a se empenhar para identificar ou aprimorar essas características de seus colaboradores, sempre em alinhamento com as atividades e com a cultura ágil do ambiente, garantindo, assim, equipes mais comprometidas, produtivas e bem-sucedidas. 4.2. As 25 4.2. As 25 softsoft skills skills mais importantes para a carreiramais importantes para a carreira A coleção de soft skills é bem ampla. Por isso, é pouco provável que um profissional consiga desenvolver e dominar todas elas. Adiante, serão apresentadas as 25 soft skills mais utilizadas no mercado atualmente, sendo observadas no momento de selecionar os candidatos às vagas de emprego. • Comunicação: a comunicação é essencial para todo profissional que almeje trabalhar em um ambiente coletivo, pois ajuda a melhorar o relacionamento com o time, os clientes e os gestores. • Liderança: ter espírito de líder é fundamental, visto que bons líderes influenciam os colaboradores a darem sempre o seu melhor pela organização. • Criatividade:consiste em um diferencial, uma vez que o mercado busca constantemente pessoas com capacidade de achar novas soluções quando ninguém mais conseguiu. • Inteligência emocional: pessoas perdem o controle da situação com facilidade; desse modo, hoje, quem tem inteligência emocional, habilidade para tomar decisões críticas e enfrentar adversidades com mais controle, calma e clareza consegue se sobressair no mercado. • Colaboração: soft skill muito requisitada atualmente, ou seja, pessoas com afinidade para o trabalho colaborativo ao invés do individualista. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 85| • Pensamento crítico: soft skill que complementa a criatividade, pois quem tem pensamento crítico enxerga problemas e oportunidades que ninguém mais consegue visualizar. • Empatia: qualidade de quem tem o poder de desenvolver outras soft skills. • Atitude: característica que todos observam como fundamental nas empresas, pois quem tem atitude faz as coisas acontecerem. • Flexibilidade no trabalho: ter flexibilidade é essencial para que o profissional possa se adaptar a diferentes cenários. • Tomada de decisão: todo profissional precisa saber tomar decisões, devendo ser, portanto, uma capacidade fundamental do ser humano. • Capacidade de resolução de problemas: problemas surgem em todos os lugares, todos os dias. Desse modo, o indivíduo que sabe lidar com eles, sem se deixar abalar, é um colaborador valorizado dentro da organização. • Negociação: em todo processo, é preciso conciliar e negociar, pois todos os indivíduos são diferentes, logo, as opiniões e os interesses também são. Saber negociar, com certeza, será um diferencial. • Adaptação: como o cenário está mudando rapidamente, principalmente após a pandemia do novo coronavírus, a capacidade de adaptação é extremamente importante. • Ética no trabalho: o profissional que exerce suas atividades com ética sempre busca fazer o que é correto, sem abandonar seus valores ou lesar colegas de trabalho a favor de interesses próprios. • Honestidade: é a honestidade que entrelaça a relação de confiança entre o time e a chefia. 86 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| • Aprender a aprender: parece retórico não acha? Mas não é, essa soft skill é importantíssima para o desenvolvimento pessoal, haja vista manter os colaboradores sempre interessados em aprender coisas novas em seu dia a dia. • Autogestão: outra soft skill rara, pois poucas pessoas conseguem gerir suas atividades e prazos sem a necessidade de um “fiscal” cobrando o tempo todo. • Planejamento: essa soft skill é mal interpretada por muitos que usam a filosofia da metodologia ágil de errar cedo para corrigir logo, visto que usam esse lema para justificar atividades sem planejamento, e isso não é certo, não é um princípio da metodologia ágil. Logo, saber planejar é fundamental para alcançar os objetivos da organização, sem desperdiçar tempo, recursos e dinheiro. • Organização: complemento do planejamento, já que é natural uma ação planejada ter atividades organizadas. • Resiliência: termo “novo” e muito usado em palestras atualmente; é a capacidade de não se deixar abalar pelas adversidades, caso contrário, serão perdidas muitas oportunidades. • Trabalhar sob pressão: saber trabalhar sob pressão é necessário, pois as empresas, a cada dia que passa, são pressionadas a entregar cada vez mais, no menor intervalo de tempo. • Desenvolvimento pessoal: soft skill importantíssima para que se consiga alcançar os objetivos de vida. • Autoconfiança: outra soft skill bastante confundida e mal interpretada. Autoconfiança não significa ser relapso e acreditar que tudo vai dar certo, pois sempre será necessário agir da melhor maneira possível, porém ela é importante para enfrentar as dificuldades da vida de forma otimista. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 87| • Iniciativa própria: soft skill que também tem o poder de gerar outras, como a liderança, por exemplo. • Motivação: importante na liderança de equipes, pois faz com que o time se mova para alcançar seus objetivos. Pratique 1. Cite os princípios da escalada ágil e explique cada um de forma su- cinta. 2. Qual é o fundamento da filosofia SAFe? 3. Quais são as funções do agile coach? 4. Cite os tipos de agile coach e explique cada um de forma sucinta. 5. Dê o significado de soft skills, escolha as que você achou mais inte- ressantes e fale sobre elas de forma sucinta. 88 NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL| Relembre Neste capítulo, estudamos a metodologia ágil escalado, que tem como objetivo alinhar investimentos estratégicos e ferramentas ágeis de trabalho para alcançar o valor ideal. Conhecemos 4 tipos de frameworks ágil escalado e nos aprofundamos no SAFe, framework, que transforma a forma como se trabalha para melhorar o engajamento dos funcionários, o tempo de mercado, a produtividade da equipe e a qualidade dos produtos e soluções. Também lemos sobre o profissional agile coach, o qual tem como finalidade estimular, motivar, alinhar e desenvolver habilidades humanas nos colaboradores da organização. Por último, conhecemos o conceito de soft skills e vimos quais são os principais, aqueles que todo colaborador deveria ter. Referências ARAÚJO, Gomes. A linha do tempo da agilidade: Como chegamos até aqui? DTI, 2019. Disponível em: https://www.dtidigital.com.br/ blog/a-linha-do-tempo-da-agilidade/. Acesso em: 16 abr. 2022. DEVMEDIA. Extreme Programming – Conceitos e Práticas. 2006. Disponível em: https://www.devmedia.com.br/extreme- programming-conceitos-e-praticas/1498. Acesso em: 09 jun. 2022. GOMES, André Faria. Agile: Desenvolvimento de software com entregas frequentes e foco no valor de negócio. São Paulo: Casa do Código, 2014. NIVELAMENTO TÉCNICO - GESTÃO ÁGIL/ 89| KANBANIZE. Kanban explicado para iniciantes. 2022. Disponível em: https://kanbanize.com/pt/recursos-kanban/primeiros-passos/o- que-e-kanban. Acesso em: 10 jun. 2022. LEAN INSTITUTE BRASIL. Definição e Aplicações: Lean é uma filosofia de gestão inspirada em práticas e resultados do Sistema Toyota. Disponível em: https://www.lean.org.br/o-que-e-lean.aspx. Acesso em: 09 jun. 2022. MILANI, Fabiano. O que é Coaching? Agile Trends, 2022. Curso de Treinamento. Disponível em: https://agiletrendsbr.com/agile- coaching/. Acesso em: 18 jun. 2022. PMI DISCIPLINED AGILE. Disponível em: https://www.pmi.org/ disciplined-agile. Acesso em: 08 jun. 2022. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE. Guia PMBOK®: Um Guia para o Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos. 6. ed. Pennsylvania: PMI, 2017. PWC BRASIL. As oito essenciais. 2022. 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