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cápsulas e comprimidos

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CURSO DE FARMÁCIA
DISCIPLINA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA I
 
CÁPSULAS E COMPRIMIDOS 
 
2019
 
CÁPSULAS E COMPRIMIDOS 
 
 
2019
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	3
2.	CÁPSULAS	5
2.1	Cápsulas Duras	5
2.2	Cápsulas Moles	5
2.3	Uso de Cápsulas Duras	6
2.4	Preparação das Cápsulas Gelatinosas Duras	7
2.4.1 Escolha do Excipiente	8
2.4.2 Pesagem 	9
2.4.3 Determinação do Volume Aparente e Escolha do Tamanho da Cápsula	9
2.4.4 Mistura	10
2.4.5 Enchimento das Cápsulas	10
3.	COMPRIMIDOS	12
3.1	Adjuvantes Utilizados em Comprimidos	12
3.2	Obtenção de Comprimidos	13
3.2.1 Granulação Úmida	13
3.2.2 Granulação Seco	13
3.2.3 Granulação Direta	13
3.3	Etapas de Produção do Comprimido	14
3.3.1 Mistura dos Componentes	14
3.3.2 Granulação à Seco	14
3.3.3 Granulação Úmida	14
3.3.4 Compressão	15
3.4	Ensaios Físico-químicos dos Comprimidos	15
4.	COMPRIMIDOS REVESTIDOS E DRÁGEAS	17
4.1	Propriedades dos Comprimidos (Núcleos)	17
4.2	Tipos de Revestimentos	17
4.2.1 Revestimento com Açúcar	17
4.2.2Revestimento com Polímeros (Película)	18
4.3	Polímeros Empregados no Revestimento	18
5.	CONCLUSÃO	20
REFERÊNCIAS	21
1. INTRODUÇÃO
O uso de cápsulas e comprimidos remonta aos primórdios da farmácia e, desde os primórdios, eles evoluíram significativamente para atender às necessidades atuais do paciente e da indústria farmacêutica. Alguns dos primeiros desenvolvimentos na tecnologia de medicamentos ocorreram à medida que a farmácia evoluiu da distribuição de medicamentos compostos para a distribuição de produtos manufaturados. Durante esta mudança, houve numerosos avanços na gelatina, no design de cápsulas e comprimidos e no equipamento de fabricação de alta velocidade. Atualmente, a indústria farmacêutica está passando por uma grande mudança, à medida que as drogas campeãs de vendas se tornam cada vez mais difíceis de encontrar, mais do valor de um medicamento vem de uma forma farmacêuticacom capacidades avançadas de entrega que podem melhorar os resultados terapêuticos. 
As cápsulas (Figura 1) foram desenvolvidas para o fabrico de sistemas de distribuição multiparticulados, sistemas de formas de dosagem múltiplas tais como um comprimido numa cápsula, produtos de combinação e sistemas de distribuição com taxas de libertação multifásica. Além disso, as cápsulas sempre desempenharam um papel importante no processo de desenvolvimento de medicamentos, porque as formulações de enchimento manual ou cápsulas de preenchimento semiautomáticas têm requisitos mínimos e podem ser rapidamente desenvolvidas1.
Figura 1. Cápsulas.
Já os comprimidos (Figura 2) apresentam inúmeras vantagens, não só para a indústria (boaestabilidade físico-química; simplicidade e economia na preparação; boa apresentação;etc), como também para o paciente (precisão na dosagem, fácil administração; fácilmanuseio; etc). Por estes e outros motivos, os comprimidos são considerados, hoje, amais popular forma farmacêutica2. 
Figura 2. Comprimidos.
14
2. CÁPSULAS
As cápsulas são formas farmacêuticas sólidas no qual o princípio ativo e os excipientes estão em uminvólucro de diferentes tamanhos, que conforme a composição pode ser rígida ou mole. Os invólucros podem ser de diferentes materiais, comumente são formadas de gelatinas,mas também são encontrados de amido, celulose, polissacarídeo entre outros.
2.1. Cápsulas Duras
As cápsulas duras são formadas por dois invólucros que são duas seções cilíndricas pré-fabricadas, sendo o corpo e tampa com as extremidades arredondadas (Figura 3), que se encaixam,geralmente de gelatina, mas podem ser de outros materiais. O preenchimento das cápsulas duras é “com princípios ativos e excipientes naforma sólida”3.
Figura 3. Cápsula dura.
2.2. Cápsula Mole
As cápsulas moles são constituídas por “um invólucro de gelatina, de vários formatos, maismaleável do que o das cápsulas duras”, o seu conteúdo é preenchido por “conteúdoslíquidos ou semissólidos, mas podem ser preenchidas também com pós e outros sólidossecos” (Figura 4)3.
Figura 4. Cápsulas mole.
2.3. Uso da Cápsula Dura
As cápsulas de gelatina dura são as formas farmacêuticas mais preparadas em farmáciasde manipulação, e uma das formas de medicamentos de maior frequência nasadministrações orais.
O uso das cápsulas de gelatina duras apresenta diversas vantagens para o paciente epara o preparo, conforme a tabela 1.
Tabela 1 Vantagens das cápsulas gelatinosas duras.
Há diferentes tamanhos disponíveis paras as cápsulas duras e de acordo com o volumedesejado os invólucros são escolhidos. O volume doprincípio ativo utilizado depende de sua densidade e compressibilidade.
Os tamanhos dos invólucros podem variar de acordo com a Tabela 2, no entanto, os volumes podem variarconforme o fabricante.
Tabela 2 Volume das cápsulas duras5.
	Número da cápsula
	000
	00
	0
	1
	2
	3
	4
	5
	Volume (mL)
	1,40
	0,95
	0,68
	0,5
	0,37
	0,30
	0,21
	0,13
Para evitar que as cápsulas gelatinosas duras apresentem aspecto quebradiço, excesso dedureza e dificuldade de manipulação, alterando até mesmo a dissolução e biodisponibilidadedo medicamento, os invólucros devemapresentar certa porcentagem de água, usualmente 10 a 15%.
O uso de porcentagem de água superiores aquelas sugeridas, promovem ao amolecimento dos invólucros ea adesão das cápsulas. Logo, os invólucros devem serarmazenados em recipientes que proporcionem uma umidade relativa constante eadequada, bem como que as cápsulas fornecidas pela indústria em caixas de papelãodevem ser transferidas para frascos de vidro ambarou outro recipiente hermético6.
2.4. Preparação das Cápsulas Gelatinosas Duras 
No preparo de cápsulas duras gelatinosas faz-se necessário preencher os invólucros, noentanto, para isso é preciso saber o volume que será ocupado. O volume de princípio ativo prescrito normalmente não preenche oinvólucro completamente, havendo necessidade de completar o volume do invólucro comum pó inerte (excipiente).
	
2.4.1. Escolha do Excipiente
A complementação do volume faltante para encher as cápsulas com excipiente, garante:“boa homogeneidade durante o enchimento, facilidade na manipulação, aumento daestabilidade da formulação e até mesmo por razões estéticas”.
O excipiente escolhido de acordo deve atender as seguintes funções:“permitir uma correta liberação, proporcionar uma cápsula com uniformidade de peso e teore garantir a estabilidade da preparação durante todo o prazo de validade”.
A escolha de excipientes para o preparo das cápsulas deve estar de acordo com asinformações presentes nos estudos disponíveis nas Farmacopeias e/ou em estudosespecíficos publicados. Também é utilizado, para escolha deexcipientes pelas farmácias de manipulação, o Sistema de Classificação Biofarmacêutico(SCB).
No entanto, o SCB não informa sobre: a utilização de um mesmo excipiente para dois princípios ativos de classificação biofarmacêutica diferentes;dados sobre fluxo, o ângulo de repouso, a densidade aparente e a granulometria; eestabilidade. OSistema de Classificação Biofarmacêuticoé uma ferramenta importante, mas não pode ser determinante da escolha do excipiente enem sequer será o único fator a ser considerado.
O processo de manipulação de cápsulas duras em farmácias de manipulação envolve osseguintes procedimentos:
· Pesagem;
· Moagem ou tamisação dos pós;
· Mistura;
· Enchimento das cápsulas;
· Limpeza externa;
· Acondicionamento;
· Rotulagem.
Contudo, os procedimentos de moagem etamisação dos pós, conforme as “características específicas dos componentes dasformulações ou determinado processo ou produto”, podem ser opcionais.
2.4.2. Pesagem
Deve-se realizar pesagem individual dos componentes da fórmula a ser manipulada embalança, que deve está isolada em local sem correntes de ar e vibrações, para evitarcomprometimento de precisão.
Na pesagem deve-se levar em consideração as conversões(diluição, fator de correção e fator de equivalência) e do número de cápsulas (quantidadeprescrita na receita).
2.4.3. Determinação do Volume Aparente e Escolha do Tamanho da Cápsula
Para escolha correta do tamanho da cápsula a ser utilizada,faz-se necessário realizarpreviamente a determinação do volume aparente do pó, através da conversão da unidadede massa, grama para volume, mililitro. O volume aparente do pó podeser verificado utilizando uma proveta graduada.
Pode-se seguir os seguintes procedimentos para a determinação do volume aparente:
· Pesar a quantidade de matéria-prima, correspondente ao pedido [receita médica], em proveta graduada, utilizar proveta depequeno diâmetro, como de dez mililitros;
· Elevar a proveta a uma altura de 2 cm e soltá-la, deixando-a bater na bancada. Verificar o volume e escolher o tamanho da cápsula correspondente ao mesmo;
· A densidade aparente é obtida ao se dividir a massa correspondente do pó pelo seuvolume aparente e é expressa em g/mL.
A escolha do tamanho da cápsula éfeita pela soma das densidades aparentes de todos os componentes da formulação.
2.4.4. Mistura
A mistura dospós tem a finalidade de obter um pó no qual, teoricamente, cada partícula de um dosconstituintes esteja junto às partículas dos outros, resultando em um produto comdistribuição homogênea dos constituintes da formulação6.
Nas farmácias magistrais normalmente são realizados a mistura dos pós pelo uso de sacosplásticos, misturadores automáticos e em gral de porcelana. No entanto, apenas a mistura em gral de porcelana é o únicodescrito na literatura.
Para realizar a mistura apenas com gral e pistilo, deve-se realizar movimentos circularescom o pistilo do centro à periferia e da periferia ao centro.
	
2.4.5. Enchimento das Cápsulas
Para o enchimento das cápsulas podem ser utilizados diversas técnicas, utilizando diversosmodelos de encapsuladoras manuais, semiautomáticas e automáticas5.
Geralmente as encapsuladorasmanuais são utilizados para o enchimento de poucas cápsulas ou pelas farmáciasmagistrais de pequeno porte. As farmácias de médio e grande porte utilizam encapsuladoras semiautomáticas ou automáticas, que podem produzir de2000-10000 cápsulas/hora.
As encapsuladoras manuais (Figura 5) de policloreto de polivinila (PVC)podem se danificar conforme o tempo de uso, pois as bandejas de PVC podem empenar ousofrer abaulamento, fazendo com que os invólucros não mais se adaptem perfeitamente,faceando os orifícios, dificultando o espalhamento do pó, gerando falta de uniformidade depeso entre as unidades de cápsulas e, consequentemente, em falta de uniformidade dedose.
Já as encapsuladoras manuais de acrílico podem se tornaropacas devido às esponjasutilizadas para lavagem e ao uso do álcool para sanitização.
As encapsuladoras semiautomáticas ou automáticas podemcontaminar tanto os componentes da encapsuladora como também o ar do ambientequando uma grande quantidade de partículas sólidas é liberada dos discos daencapsuladora.
Figura 5.Encapsuladora manual.
3. COMPRIMIDOS
Comprimidos são formas farmacêuticas sólidas que possuem formato bastantevariável geralmente obtidas pela compressão, em equipamento específico, do(s)fármaco(s) e de adjuvantes (excipientes) adequados.
3.1. Adjuvantes Utilizados em Comprimidos
Adjuvantes são os ingredientes "inertes" dos comprimidos, pois não possuematividade terapêutica. Porém, exercem influência marcante sobre a estabilidade, abiodisponibilidade, etc. Os principais adjuvantes utilizados em comprimidos são:
Tabela 3. Adjuvantes utilizados em comprimidos.
	Tipo
	Função
	Exemplo
	Diluentes
	Aumentar o volume de pós,permitindo a obtenção de uma formafarmacêutica detamanho adequado;permitir a compressãodireta
	Lactose, lactose spray-dried,manitol, amido, celulosemicrocristalina, fosfato decálcio dibásicodiidratado
	Aglutinante(umectante)
	Obter uma liga dos pós, permitindo aformação de grânulos
	PVP, amido (goma), derivadosda celulose, gelatina, amidopré-gelatinizado
	Desagregante (desintegrante)
	Promover ou acelerar a ruptura da forma farmacêutica, após contato com a água
	Amido, celulose microcristalina, PVP modificado, amido pré-gelatinizado
	Lubrificante
	Facilitar a compressão,promover umamelhor ejeção do comprimido,diminuira adesão do material às matrizes epunções e melhorar o escoamento depós e granulados
	Ácido esteárico, talco, estearatode magnésio
	Promotores de reologia
	Melhorar o escoamento dos pós egranulados
	Derivados da sílica
	Molhantes
	Permitir um melhor contato da águacom a forma farmacêutica,favorecendo a sua entrada para ointerior e contato com odesintegrante
	Lauril sulfato de sódio,polissorbatos
3.2. Obtenção de Comprimidos
A produção de comprimidos pode ser executada por tres processos diferentes:granulação úmida, granulação a seco ou compressão direta, como se descreve a seguir.
3.2.1. Granulação Úmida
Este processo é ainda muito utilizado na indústria farmacêutica e baseia-se naobtenção de granulado a partir da adição de um agente aglutinante. Este processopermite a produção de comprimidos com dureza e friabilidade, em geral, mais adequadose permite, ainda, a compressão de fármacos com elevadas concentrações na formulação,sendo esta a sua principal vantagem. Por outro lado, suas principais limitações estãorelacionadas com fármacos hidrolisáveis, termolábeis e o tempo requerido pelo processo.
3.2.2. Granulação Seco
O processo de produção de comprimidos por via seca é utilizado como alternativaà granulação por via úmida e baseia-se na produção de granulado por intermédio dacompactação dos pós.
Suas vantagens são o não emprego do aglutinante, o que viabiliza a produção decomprimidos que contenham fármacos hidrolisáveis, a eliminação da etapa de secagem eo menor tempo de processo. Como desvantagens, o aspecto dos comprimidos, comfriabilidade alta e dureza baixa, é inferior àqueles obtidos pelos outros processos, além danecessidade de equipamento específico para compactação.
3.2.3. Granulação Direta
É o processo mais moderno e uma tendência na Indústria Farmacêutica, pois sebaseia na utilização de adjuvantes que permitem uma compressão direta de uma simplesmistura de pós (eliminação da etapa de granulação). Assim, suas vantagens são aeliminação do aglutinante (fármacos hidrolisáveis), eliminação da etapa de secagem, omenor número de etapas no processo, menor tempo de processo, obtenção decomprimidos com bom aspecto, bons resultados de dissolução do fármaco, além de nãorequerer equipamentos específicos.
3.3. Etapas de Produção do Comprimido
3.3.1. Mistura dos Componentes
Uma mistura adequada dos pós irá garantir uma uniformidade na sua distribuição,evitando problemas de variação de teor dos comprimidos.É feito, previamente, uma tamização dos pós.Os equipamentos mais usados para a mistura dos componentes são: misturadorde pós (masseira); misturador planetário; misturador em "V"; misturador cúbico;
3.3.2. Granulação à Seco
Na granulação à seco temos duas etapas distintas: a pré-compressão e acalibração.
Na pré-compressão é promovida a compactação dos pós e o objetivo é apenas aagregação dos pós, para possibilitar uma posterior granulação. São usadoscompactadores específicos para esta operação. Nesta fase pode ser adicionado parte dolubrificante, para facilitar o escoamento do pó.
A calibração visa a obtenção de grânulos de tamanho uniforme, para que, nacompressão final, os comprimidos possuam homogeneidade de peso. Utiliza-se para istoum granulador oscilante. Na fase de calibração é que, normalmente, se adiciona olubrificante, utilizando-se um misturador.
3.3.3. Granulação Úmida
As etapas da granulação à úmido são: preparo da "solução" do aglutinante,umectação dos pós, granulação da massa, secagem, calibração.
Sendo o aglutinante um composto sólido, normalmente é necessário preparar uma"solução". É o caso da dissolução do PVP em água ou álcool, do preparo da goma deamido, etc. Estando o aglutinante devidamente preparado, procede-se à uma umectaçãodos pós, que é efetuada com o equipamento, normalmente uma masseira, em movimento,espalhando-se de maneira uniforme a solução de umectante sobre os pós. O ponto idealé aquele em que ocorre a "quebra de massa".
A granulação da massa é feita em seguida, fazendo-se esta passar por um tamis,em um granulador oscilante.O granulado obtido é coletado em tabuleiros euniformemente espalhado e levado à estufa.
Na secagem, o tempo e a temperatura utilizados irão variar de acordo com aconstituição do produto. Normalmente utilizam-se estufas com circulação forçada do ar ouequipamentos de leito fluidizado, considerados mais modernos. Deverá ser deixada umaumidade residual (2 ou 3%), que é fundamental para a etapa de compressão.
Após a secagem, procede-se a calibração do granulado, pois este se apresentamuito irregular.
3.3.4. Compressão
O produto, convenientemente preparado, é submetido à uma pressão, exercidaentre duas punções no interior de uma câmara, denominada matriz. O peso doscomprimidos é determinado pelo volume de granulado que fica dentro da matriz , daí, aimportância das características físicas do granulado.
O peso e a dureza dos comprimidos são características reguláveis. Não é raroocorrerem durante esta etapa muitos problemas. Os mais comuns são: variação do pesoe da dureza dos comprimidos, defeitos, tais como comprimidos lascados, descabeçados(caping), exfoliados e o excesso ou falta de umidade, dentre outros.
3.4. Ensaios Físico-químicos dos Comprimidos
Os comprimidos devem satisfazer a algumas especificações, tais como:
· Dureza– Ocomprimido deve ter uma dureza adequada para que este possa resistir às operações de transporte e armazenamento. Para que se possa avaliar a dureza doscomprimidos utiliza-se um aparelho chamado durômetro;
· Friabilidade – É a resistência de um comprimido ao choque e ao atrito. Também é importante para verificar a resistência do comprimido às operações de transporte e armazenamento.Para realização deste teste utiliza-se um equipamento chamado friabilômetro;
· Desagregação– Oscomprimidos devem "desfazer-se", pois esta é condição "sinequa non" para a liberação do P.A. O tempo de desagregação varia de acordo com a classe domedicamento;
· Dissolução– Oscomprimidos podem, em determinados casos, desagregar-se, mas o P.A. pode não se apresentar dissolvido. Por isso, é necessário a realização do teste de dissolução, que irá "medir" a capacidade do comprimido em ceder ou não o P.A., na quantidade etempo necessários;
· Outros ensaios - Doseamento do fármaco; umidade; uniformidade de peso; etc.
4. COMPRIMIDOS REVESTIDOS E DRÁGEAS
O revestimento é uma operação que consiste no recobrimento da formafarmacêutica (em geral comprimido), a partir da utilização de açúcar (drágeas) oupolímeros (comprimidos revestidos).
As principais finalidades do revestimento são a proteção do fármaco contra açãoda umidade, da luz e do oxigênio, além da finalidade estética e para encobrir eventuaisodores e sabores desagradáveis.
O revestimento também pode ser utilizado para controlar a liberação do fármaco,porém, neste caso específico, o polímero empregado é especialmente designado paraatuar como agente capaz de regular a dissolução do fármaco.
4.1. Propriedades dos Comprimidos (Núcleos)
Os comprimidos que se destinam ao revestimento devem possuir característicasfísicas especiais, uma vez que o processo submete os comprimidos à rolagem e promoveintenso atrito entre comprimidos e entre estes e as paredes do equipamento. Portanto, oscomprimidos devem apresentar resistência mecânica adequada (dureza e friabilidade),além de tamanho e formato também adequados.
4.2. Tipos de Revestimentos
4.2.1. Revestimento com Açúcar
Baseia-se na aplicação de sucessivas camadas de açúcar, na forma de xarope, àsuperfície dos comprimidos.
É considerado um processo tecnologicamente ultrapassado, em função dosseguintes aspectos:
· Bastante demorado;
· Dependente do operador (experiência);
· Processo de difícil validação;
· Resulta em comprimidos de peso e tamanho bastante alterados;
· Dificulta a dissolução;
· Variação intra lote e inter lotes;
· Não permite o aproveitamento de gravações dos comprimidos;
· A película formada é mais frágil, etc.
 Diante deste quadro, o que se verifica é que as drágeas estão,gradativamente,sendo substituídas pelos comprimidos revestidos.
4.2.2. Revestimento com Polímeros (Película)
Baseia-se na aplicação de uma fina camada de polímero, especialmenteformulado, sobre a superfície dos comprimidos, por aspersão, através de um sistemaespecialmente desenvolvido para a operação (pistola). Neste caso, o processo pode serautomatizado, transcorrendo sem grandes intervenções do operador.
Assim, suas principais vantagens são a rapidez do processo, a possibilidade devalidação, não produzir grandes alterações à superfície dos comprimidos e o peso etamanho dos comprimidos ao final do processo, que são mantidos praticamenteinalterados.
O revestimento pode ser aquoso (utiliza polímeros dispersíveis em água), que éconsiderado mais moderno. Porém, existem polímeros que são dispersos apenas emsolventes orgânicos, o que facilita a operação, em função da volatilidade do solvente,porém, este processo está em desuso.
4.3. Polímeros Empregados no Revestimento
· Hidroxipropilmetilcelulose (HPMC)
· Polímero derivado da celulose; 
· Utilizado com água ou solventes orgânicos;
· É considerado um excelente material para revestimento;
· Comercialmente: Opadry.
· Polímeros do ácido acrílico
· Constituem uma série de compostos específicos para revestimento de comprimidos;
· Comercialmente são denominados Eudragit;
· Exemplos: Eudragit E; Eudragit RL e RS (gastroresistentes).
· Alcoolpolivinílico
· Utilizado em combinação com o polietilenoglicol;
· Aplicado na forma de dispersões aquosas;
· Produto comercial: Kollicoat
· Acetoftalato de celulose
· Utilizado para revestimento gastro-resistente
· Produto comercial: Aquateric (aquoso)
5. CONCLUSÃO
A utilização de formas sólidas de fármacos é uma das muitas formas de produção destes medicamentos. Cada uma delas possuem características diferentes pra aplicações distintas, tendo em vista que o organismo possui diversas vias em que o medicamento precisa chegar para efetuar sua ação terapêutica. Por isso é importante o conhecimento de meios distintos de produção. 
REFERÊNCIAS
[1] DUTRA, V. C.Dossiê Técnico: Manipulação de cápsulas.Serviço Brasileiro de Respostas Técnicos, 2012.
[2] FERRAZ, H. G.Formas farmacêuticas sólidas: comprimidos ecomprimidos revestidos.UFC/USP.
[3] AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA).Farmacopeia Brasileira.Anvisa, v 1, 524.
[4] PETRY, R.D. et al.Influência de adjuvantes e técnica de enchimento sobre ascaracterísticas farmacêuticas de cápsulas de gelatina dura contendo teofilina. Caderno deFarmácia, v 14, n 1/2,1998, 13-19.
[5] PINHEIRO, G.M.Determinação e avaliação de indicadores da qualidade em farmáciamagistral: preparação de cápsulas gelatinosas duras Fisiopatología de la preeclampsia y papel de la serotonina. Dissertação(Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Faculdade de Farmácia, Universidade Federal doRio de Janeiro (UFRJ),2008.
[6] BENETTI, V.M.Comparação entre dois métodos manuais de obtenção de cápsulasrígidas de gelatina. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdadede Farmácia, Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS), 2010.

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