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Estudo dirigido texto A Exigência de Outorga Conjugal na Prestação do Aval - Discussões sobre o Tema

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UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
Curso de Graduação em Direito
Componente Curricular: Direito Cambiário
PROFESSOR: Etiane Barbi Köhler
Nome: Samara Daiana Rucks
ATIVIDADE PROGRAMADA - ESTUDO DIRIGIDO
Texto objeto de estudo: REIS, Marcelo Terra. A Exigência de Outorga Conjugal na Prestação do Aval: Discussões sobre o Tema. Revista Síntese de Direito Empresarial. Ano 3. N. 19. março/abril de 2011.
1 – Como o Código Civil de 2002 dispõe acerca do aval no que refere à outorga conjugal? Tal regra se coaduna com o Direito Cambial?
O CC mostra a necessidade da prestação de outorga conjugal como validade da garantia no Art. 1.647, a separação obrigatória deve contar com a outorga conjugal, visto que é essencial quando há o regime de separação de bens, onde deve haver a inteiração dos bens adquiridos durante o matrimonio. Contudo, o CC deixa claro a necessidade da outorga para a contribuição do aval, assim faz com que a outorga conjugal se coadune com o Direito Cambial pelo fato de que essa matéria trata também sobre a proteção do patrimônio familiar.
2 – Refere o autor que o aval é instituto eminentemente de direito empresarial, instrumento do Direito Cambiário, e a fiança, outrossim, adstrita ao direito contratual. O que diferencia o aval da fiança segundo o autor?
Segundo o autor, tanto o aval quanto a fiança, representam garantia ao pagamento, contudo, no aval, a responsabilidade do avalista, como regra, é solidaria. Já na fiança, como regra não há a solidariedade, haja vista a existência do benefício de ordem. Tem-se, a viabilidade de renúncia ao benefício conforme o Art. 828 do CC.
3 – O autor comenta que o Código Civil de 2002 teve o condão de disciplinar normas de Direito Empresarial, mas que essa uniformização legislativa em nada altera a autonomia do Direito Empresarial, tecendo uma série de considerações em que fica assente a independência deste com relação ao Direito Civil. Refere ele que o Código Civil, todavia, apresenta conflitos principiológicos, em especial entre o Direito de Família e o Direito Empresarial, comentando dois casos de regramento encontrados no código em que num prepondera o Direito Empresarial e noutro o Direito de Família. Que casos são estes?
No texto o autor verifica a preponderância do direito empresarial sobre o direito de família na regra do Art. 978 do CC, a qual possibilita alienação sem concordância do cônjuge, até mesmo de bens imóveis, desde que os bens estejam registrados sob o nome da empresa. Já o instituo do aval, o qual é passível de anulação pelo cônjuge que não presta a outorga, conforme Art. 1.649, até dois anos do término conjugal, privilegiando o direito de família sobre o direito empresarial.
4 – Por que o autor afirma que a exigência de outorga uxória, ou marital, no aval, causa-lhe embaraço?
A exigência de outorga uxória ou marital causa um certo embaraço no aval, não só pela sua necessidade, mas também pela forma que o diploma civil possibilita a referida anuência. De acordo com o Art. 1.649 do CC, que estabelece a aprovação entendida como outorga, pode ser feita por instrumento público ou particular, com a respectiva autenticação.
5 – O outorgante conjugal, terá responsabilidade cambiária no título de crédito? 
Não, pois a outorga não deve representar a solidariedade do outorgante com o avalizado ou com o avalista.
6 – Por que é importante que se especifique no título que a assinatura posta se trata de outorga conjugal ao aval?
Pois ela pode sofrer a pena de ser considerada como aval simultâneo.
7 – O que o STJ em sua 1ª Jornada de Direito Civil indicou com relação a intepretação e destino da norma do art. 1.647, III, do Código Civil e como os Tribunais de Justiça dos diversos Estados estão se posicionando quanto a isso?
O STJ aprovou o enunciado nº 114, o qual interpreta o Art. 1.647, III do CC, bem como propôs a alteração legislativa, cuja proposição foi registrada sob Enunciado nº 132. O TJ de Minas Gerais, reconheceu o enunciado 114 como fundamento do acordão. Já o TJSP entende possuir sentido privilegiado no enunciado aprovado pelos ministros do STJ. Outros Tribunais pronunciaram-se favoráveis a manutenção do aval como o TJRS, TJRJ, TJPR, TJMP.

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