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Enfermagem-em-UTI-Pediátrica

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PÓS-GRADUAÇÃO 
DISCIPLINA: 
 
Enfermagem em UTI 
Pediátrica 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 UTI PEDIÁTRICA ................................................................................................................................... 4 
2 REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA UTI PEDIÁTRICA ................................................................... 8 
2.1 Dimensionamento e estimativa de internações e leitos ...................................................................................... 11 
2.2 Estrutura da UTI ................................................................................................................................................. 11 
3 AMBIENTES DE APOIO: .................................................................................................................... 14 
4 GESTÃO DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA ................................................................... 15 
4.1 Critérios de prioridade para admissão em UTI .................................................................................................... 16 
4.2 Referencial quantitativo para equipe de enfermagem ........................................................................................ 16 
4.3 Atribuições da equipe de enfermagem em UTI ................................................................................................... 17 
5 A ADMISSÃO DE CRIANÇA NA UTI PEDIÁTRICA ...................................................................... 23 
5.1 Critérios para admissão do paciente em UTI....................................................................................................... 25 
6 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA INTERNADA ................................................... 26 
6.1 Suporte ventilatório ........................................................................................................................................... 26 
6.1.1 Cânula orofaríngea ou de Guedel: ................................................................................................................... 31 
6.1.2 Cânula nasofaríngea ........................................................................................................................................ 32 
7 SEDAÇÃO E ANALGESIA EM PEDIATRIA .................................................................................... 40 
7.1 Avaliação da Dor................................................................................................................................................. 41 
8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SEPSE ............................................................................... 45 
8.1 Desenvolvimento e características da sepse ....................................................................................................... 46 
8.2 Triagem e definições segundo o ILAS – Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse ............................. 48 
 
3 
 
8.3 Tratamento de Sepse preconizado pelo ILAS Pacote de 1 hora: ...................................................................... 52 
8.4 Condutas de Enfermagem no tratamento da Sepse ............................................................................................ 56 
8.5 Intervenções e condutas de Enfermagem controle da sepse em UTI ................................................................... 57 
9 PLANOS DE AÇÕES PARA PREVENIR INTERCORRÊNCIAS EM PROCEDIMENTOS 
INVASIVOS EM PEDIATRIA ..................................................................................................................... 59 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................... 62 
 
 
4 
 
1 UTI PEDIÁTRICA 
 
No início da década de 70, no Brasil, ocorreram surtos de doenças com alto potencial 
mórbido (sarampo, poliomielite, difteria, meningococo, etc.), que exigiram uma nova estratégia de 
assistência à saúde: reunir tecnologia e recursos, disseminar novos conceitos em todo o país de modo 
a facilitar e otimizar a reanimação inicial, atendimento de emergência e transferência do paciente 
crítico e a formação de uma sociedade de profissionais com interesse especial em intensivismo 
pediátrico. 
 
O avanço e desenvolvimento da tecnologia no âmbito da saúde, levou ao surgimento e a 
melhoria, de serviços de assistência terciária altamente equipados. Nesse cenário, destacam-se as 
UTIs e os CTIs: um conjunto de Unidades de Terapia Intensiva agrupadas no mesmo local. 
 
Nesses ambientes, concentram-se pacientes graves, equipamentos técnicos mais dispendiosos 
e sofisticados, além de uma equipe com conhecimento e experiência para assistir esses pacientes e 
lidar com essa aparelhagem própria. 
 
A UTI Pediátrica é uma unidade do hospital com equipe especializada e suporte avançado 
para atendimento das crianças que necessitam cuidados intensivos. O ECA – Estatuto da Criança e 
do Adolescente, garante o direito à criança e ao adolescente, a ter acompanhamento dos pais ou 
 
5 
 
responsáveis durante sua internação hospitalar. Quando não houver possibilidade da permanência do 
acompanhante, a situação deverá ser discutida com a equipe multiprofissional da Unidade. 
 
O Ministério da Saúde publicou a Resolução nº 7, de 24 de fevereiro de 2010 que dispõe 
sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras 
providências. Dentre as orientações e instruções que essa Resolução expõe, ela possui objetivos e 
normas a respeito das UTI’s gerais e pediátricas, destacando: 
 
 
Art. 2º Esta Resolução possui o objetivo de estabelecer padrões mínimos para o 
funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva, visando à redução de riscos aos 
pacientes, visitantes, profissionais e meio ambiente. 
XXX - Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P): UTI destinada à 
assistência a pacientes com idade de 29 dias a 14 ou 18 anos, sendo este limite 
definido de acordo com as rotinas da instituição. 
XXXI - Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTIPm): UTI 
destinada à assistência a pacientes recém-nascidos e pediátricos numa mesma sala, 
porém havendo separação física entre os ambientes de UTI Pediátrica e UTI 
Neonatal. 
 
Com relação aos recursos humanos e equipe que irá atuar na UTI, a 
Resolução nº 7 diz: 
 
Art. 12. As atribuições e as responsabilidades de todos os profissionais que atuam na 
unidade devem estar formalmente designadas, descritas e divulgadas aos 
profissionais que atuam na UTI. 
Art. 13 Deve ser formalmente designado um Responsável Técnico médico, um 
enfermeiro coordenador da equipe de enfermagem e um fisioterapeuta 
coordenador da equipe de fisioterapia, assim como seus respectivos substitutos. 
 
§ 1º O Responsável Técnico deve ter título de especialista em Medicina Intensiva para 
responder por UTI Adulto; habilitação em Medicina Intensiva Pediátrica, para 
responder por UTI Pediátrica; título de especialista em Pediatria com área de 
atuação em Neonatologia, para responder por UTI Neonatal; 
§ 2º Os coordenadores de enfermagem e de fisioterapia devem ser especialistas em 
terapia intensiva ou em outra especialidade relacionada à assistência ao paciente 
grave, específica para a modalidade de atuação (adulto, pediátrica ou neonatal); 
Art. 14. Além do disposto no Artigo 13 desta RDC, deve ser designada uma equipe 
multiprofissional, legalmente habilitada, a qual deve ser dimensionada, 
quantitativa e qualitativamente, de acordo com o perfil assistencial, a demanda da 
 
6 
 
unidade e legislação vigente, contendo, para atuação exclusiva na unidade, no 
mínimo, os seguintes profissionais: 
I - Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos 
turnos matutino e vespertino, com título de especialista em Medicina Intensiva 
para atuação em UTI Adulto; habilitação em Medicina Intensiva Pediátrica para 
atuação em UTI Pediátrica; título de especialista em Pediatriacom área de atuação 
em Neonatologia para atuação em UTI Neonatal; 
II - Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou 
fração, em cada turno. 
III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 08 (oito) leitos ou 
fração, em cada turno. 
IV - Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, 
nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total de 18 horas diárias 
de atuação; 
V - Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) leitos em 
cada turno, além de 1 (um) técnico de enfermagem por UTI para serviços de apoio 
assistencial em cada turno; 
VI - Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da unidade; 
VII - Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em cada 
turno. 
Art. 15. Médicos plantonistas, enfermeiros assistenciais, fisioterapeutas e técnicos 
de enfermagem devem estar disponíveis em tempo integral para assistência aos 
pacientes internados na UTI, durante o horário em que estão escalados para 
atuação na UTI. 
Art. 16. Todos os profissionais da UTI devem estar imunizados contra tétano, 
difteria, hepatite B e outros imunobiológicos, de acordo com a NR 32 - Segurança 
e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde estabelecida pela Portaria MTE/GM 
n.º 485, de 11 de novembro de 2005. 
Art. 17. A equipe da UTI deve participar de um programa de educação continuada, 
contemplando, no mínimo: 
I - normas e rotinas técnicas desenvolvidas na unidade; II incorporação de 
novas tecnologias; III - gerenciamento dos riscos inerentes às atividades 
desenvolvidas na unidade e segurança de pacientes e profissionais. IV - prevenção 
e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. 
§ 1º As atividades de educação continuada devem estar registradas, com data, 
carga horária e lista de participantes. 
§ 2º Ao serem admitidos à UTI, os profissionais devem receber capacitação para 
atuar na unidade 
 
O tratamento e rotina do paciente, o processo de trabalho, entre 
outros é definido e especificado conforme a Seção V: 
 
Art. 21. Todo paciente internado em UTI deve receber assistência integral e 
interdisciplinar. 
Art. 22. A evolução do estado clínico, as intercorrências e os cuidados prestados 
 
7 
 
devem ser registrados pelas equipes médica, de enfermagem e de fisioterapia no 
prontuário do paciente, em cada turno, e atendendo as regulamentações dos 
respectivos conselhos de classe profissional e normas institucionais. 
Art. 23. As assistências farmacêuticas, psicológica, fonoaudiológica, social, 
odontológica, nutricional, de terapia nutricional enteral e parenteral e de terapia 
ocupacional devem estar integradas às demais atividades assistenciais prestadas ao 
paciente, sendo discutidas conjuntamente pela equipe multiprofissional. 
Parágrafo único. A assistência prestada por estes profissionais deve ser registrada, 
assinada e datada no prontuário do paciente, de forma legível e contendo o número 
de registro no respectivo conselho de classe profissional. 
Art. 24. Devem ser assegurados, por todos os profissionais que atuam na UTI, os 
seguintes itens: 
I - preservação da identidade e da privacidade do paciente, assegurando um 
ambiente de respeito e dignidade; 
II - fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, 
em linguagem clara, sobre o estado de saúde e a assistência a ser prestada desde a 
admissão até a alta; 
III - ações de humanização da atenção à saúde; IV - promoção de ambiência 
acolhedora; 
V - incentivo à participação da família na atenção ao paciente, quando pertinente. 
Art. 25. A presença de acompanhantes em UTI deve ser normatizada pela 
instituição, com base na legislação vigente. 
Art. 26. O paciente consciente deve ser informado quanto aos procedimentos a 
que será submetido e sobre os cuidados requeridos para execução dos mesmos. 
Parágrafo único. O responsável legal pelo paciente deve ser informado sobre as 
condutas clínicas e procedimentos a que o mesmo será submetido. 
Art. 27. Os critérios para admissão e alta de pacientes na UTI devem ser 
registrados, assinados pelo Responsável Técnico e divulgados para toda a 
instituição, além de seguir legislação e normas institucionais vigentes. 
Art. 28. A realização de testes laboratoriais remotos (TLR) nas dependências da 
UTI está condicionada ao cumprimento das disposições da Resolução da Diretoria 
Colegiada da Anvisa - RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005. 
 
 
 
8 
 
2 REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA UTI PEDIÁTRICA 
A Resolução nº 7, possui seções especificando os recursos materiais direcionados para 
cada tipo de Unidade de Terapia Intensiva: adulto, pediátrica, pediátrica mista e neonatal 
Para a UTI pediátrica os recursos materiais obrigatórios são: 
 
Art. 61. Devem estar disponíveis, para uso exclusivo da UTI Pediátrica, materiais e 
equipamentos de acordo com a faixa etária e biotipo do paciente. 
 
Cada leito de UTI Pediátrica deve possuir, no mínimo, os seguintes equipamentos e materiais: 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
11 
 
2.1 DIMENSIONAMENTO E ESTIMATIVA DE INTERNAÇÕES E LEITO S 
 
O Ministério da Saúde descreve sobre a definição de tipologia dos leitos, dentre outros. 
 
As taxas de internação são definidas a partir de vários critérios. 
 
Ao se definir as taxas de internação por especialidade deve-se lembrar, em primeiro lugar, 
que a taxa de Internação é resultante de fenômenos complexos. É consequência da distribuição das 
doenças na população e de sua estrutura etária, da cultura das escolas médicas locais que modula a 
indicação de internações hospitalares, da oferta anterior de leitos e da existência de critérios 
condensados (protocolos) para internação e funcionamento das Centrais de Regulação, além de 
traços culturais da população que podem modificar os comportamentos relativos e as demandas à 
hospitalização. Isso sem falar de fenômenos bem estabelecidos pelos estudos de economia da saúde 
como risco moral e seleção adversa. 
 
A proporção esperada de internação com UTI em determinada especialidade é estimada a 
partir dos dados do SIH – Sistema de Informações Hospitalares sobre número de internações com 
UTI naquela especialidade e número total das internações na mesma especialidade. 
 
2.2 ESTRUTURA DA UTI 
Uma estrutura de UTI para ser projeta, construída ou modificada, requer um conhecimento 
das normas e resoluções disponibilizadas pelos órgãos regulamentadores e experiência dos 
profissionais de terapia intensiva, que estão familiarizados com as necessidades específicas da 
população de pacientes Revisões periódicas devem ser consideradas na medida que a prática da terapia 
intensiva evolui. 
 
O projeto deve ser acompanhado por um grupo multidisciplinar de profissionais que tanto 
vivenciam e atuam em ambiente de UTI, quanto entendem das normas e resoluções para construção 
de um espaço desses: enfermeiros, médicos, arquiteto principal, administrador hospitalar e 
engenheiros. 
 
 
12 
 
Esse grupo deve avaliar a demanda esperada da UTI baseado na avaliação dos pontos de 
fornecimento de seus pacientes, nos critérios de admissão e alta, e na taxa esperada de ocupação. 
Além dessa demanda é necessária a análise dos recursos médicos, pessoal de suporte (enfermagem, 
fisioterapia, nutricionista, psicólogo e assistente social) e pela disponibilidade dos serviços de apoio 
(laboratório, radiologia, farmácia e outros). 
 
O Ministério da Saúde publicou, em 2002, uma RDC – Resolução da Direção Colegiada nº 50 
que “Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação 
de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.” 
 
Essa RDC instrui sobre os projetos para a construção, complementação, reforma ou ampliação 
de uma edificação ou conjunto de edificações serão desenvolvidos, basicamente, em três etapas: 
estudo preliminar, projeto básico e projetoexecutivo. 
 
O desenvolvimento consecutivo dessas etapas terá, como ponto de partida, o programa de 
necessidades (físico-funcional) do EAS onde deverão estar definidas as características dos ambientes 
necessários ao desenvolvimento das atividades previstas na edificação. 
 
Resumidamente, temos:
 
13 
 
 
 
14 
 
3 AMBIENTES DE APOIO: 
 
 Sala de utilidades 
 Sala de espera para acompanhantes e visitantes 
 Quarto de plantão 
 Secretaria 
 Rouparia 
 Depósito de material de limpeza 
 Depósito de equipamentos e materiais 
 Copa 
 Banheiro para quarto de plantão 
 Sanitários com vesti rios com vestiários para rios para funcionários. (masculino e 
feminino) 
 Sanitário para pacientes (geral). Pode ser substituído, quando se fizer uso de quartos 
individuais, por equipamento ou bancada contendo lavatório e bacia sanitária juntos. 
 Área de estar para equipe de saúde 
 Sanitário para público (junto à sala de espera) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
4 GESTÃO DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA 
 
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um espaço no qual se convive com pacientes em 
estado grave e que muitas vezes estão em risco iminente de morte. 
 
A rotina e as atividades desempenhadas em uma Unidade de Tratamento Intensivo – UTE é 
complexo e intenso, devendo o enfermeiro estar preparado para a qualquer momento, atender 
pacientes com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento específico e 
grande habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil. Portanto, a atuação do 
enfermeiro nessa rotina de cuidados, desempenha importante papel no âmbito da Unidade de Terapia 
Intensiva. 
 
Enfermagem possui multifunções que abrange, primordialmente, a função de cuidar e de 
administrar, além de organizar, controlar e favorecer as práticas de cuidado. Quando se trata do 
trabalho exercido pelo enfermeiro intensivista, ele é cercado por múltiplas demandas de atenção 
decorrentes da complexidade do cuidado prestado, do próprio ambiente de trabalho e das exigências 
provenientes, tanto da prestação de cuidado aos pacientes quanto da própria instituição de saúde. 
 
O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos, torna-se mais eficaz quando desenvolvido 
em unidades específicas, que propiciam recursos e facilidades para a sua progressiva recuperação. 
Com relação ao ambiente das Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), são 
desenhadas para proporcionar cuidados e tratamentos complexos para as crianças criticamente 
enfermas. Possuem recursos humanos, máquinas, equipamentos e dispositivos complexos para cumprir 
esses objetivos. 
 
Especificamente no que diz respeito aos recursos humanos, profissionais se organizam em um 
trabalho interdisciplinar e especializado para oferecer adequada assistência às crianças e familiares 
durante a internação. 
 
 
 
16 
 
4.1 CRITÉRIOS DE PRIORIDADE PARA ADMISSÃO EM UTI 
 
O CFM – Conselho Federal de Medicina, publicou no DOU – Diário Oficial da União a 
Resolução 2.156/16, que define os critérios para admissão de pacientes em UTI visando nortear as 
decisões na seleção de pacientes para ocupação desses leitos. Esses critérios foram baseados em 
princípios científicos éticos para orientar e nortear quanto a eleger quais pacientes devem ser ou não, 
internados na UTI, de acordo com seu quadro. 
 
Segundo o CFM, as prioridades para admissão são: 
 
1) Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com alta probabilidade 
de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico. 
 
2) Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de 
intervenção imediata, e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico. 
 
3) Pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com baixa 
probabilidade de recuperação ou com limitação de intervenção terapêutica. 
 
4) Pacientes que necessitam de monitorização intensiva, pelo alto risco de precisarem de 
intervenção imediata, mas com limitação de intervenção terapêutica. 
 
5) Pacientes com doença em fase de terminalidade, ou moribundos, sem possibilidade de 
recuperação. Em geral, esses pacientes não são apropriados para admissão na UTI (exceto se forem 
potenciais doadores de órgãos). No entanto, seu ingresso pode ser justificado em caráter excepcional, 
considerando as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico intensivista. 
 
4.2 REFERENCIAL QUANTITATIVO PARA EQUIPE DE ENFERMAGEM 
 
O Cofen – Conselho Federal de Enfermagem, elaborou a Resolução 543/2017 que estabelece 
os parâmetros mínimos para dimensionar o quantitativo de profissionais de enfermagem, em suas 
diferentes categorias, nos locais onde irão atuar. 
 
Dentre os critérios e requisitos estabelecidos, essa resolução determina: 
Art. 3º O referencial mínimo para o quadro de profissionais de enfermagem, para 
 
17 
 
as 24 horas de cada unidade de internação (UI), considera o SCP, as horas de 
assistência de enfermagem, a distribuição percentual do total de profissionais de 
enfermagem e a proporção profissional/paciente. Para efeito de cálculo, devem ser 
consideradas: 
I – como horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas: 
1) 4 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado mínimo; 
2) 6 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intermediário; 
3) 10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado de alta dependência 
(2); 
4) 10 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado semi-intensivo; 
5) 18 horas de enfermagem, por paciente, no cuidado intensivo. 
II – A distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem, deve 
observar: 
a) O SCP e as seguintes proporções mínimas: 
1) Para cuidado mínimo e intermediário: 33% são enfermeiros (mínimo de 
seis) e os demais auxiliares e/ou técnicos de enfermagem; 
2) Para cuidado de alta dependência: 36% são enfermeiros e os demais 
técnicos e/ou auxiliares de enfermagem; 
3) Para cuidado semi-intensivo: 42% são enfermeiros e os demais técnicos 
de enfermagem; 
4) Para cuidado intensivo: 52% são enfermeiros e os demais técnicos de 
enfermagem. 
 
III – Para efeito de cálculo devem ser consideradas: o SCP e a proporção 
profissional/paciente nos diferentes turnos de trabalho respeitando os percentuais 
descritos na letra “a” do item II: 
1) cuidado mínimo: 1 profissional de enfermagem para 6 pacientes; 
2) cuidado intermediário: 1 profissional de enfermagem para 4 pacientes; 
3) cuidado de alta dependência: 1 profissional de enfermagem para 2,4; 
4) cuidado semi-intensivo: 1 profissional de enfermagem para 2,4; 
5) cuidado intensivo: 1 profissional de enfermagem para 1,33. 
 
 
4.3 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UTI 
 
O enfermeiro é responsável pela assistência na avaliação, sendo que o resultado desta 
avaliação implica muitas vezes na decisão sobre a assistência no dia seguinte. Portanto se no decorrer 
do dia houver falhas em uma decisão, isto ocasionará uma situação grave. Portanto, nesse campo, os 
enfermeiros têm profundo conhecimento das necessidades dos pacientes no que abrange o processo 
patológico e suas consequências. 
 
Para se atuar em um UTI o profissional precisa ter um conhecimento profundo e científico em 
vários aspectos. O papel do enfermeiro na UTI abrange obter a história do paciente, fazer exame 
físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde e orientando os 
 
18 
 
enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas. Além da assistência voltada aopaciente, ao 
enfermeiro compre coordenar e gerências a equipe de enfermagem, sendo que isto não significa 
distribuir tarefas e sim o conhecimento de si mesmo e das individualidades de cada um dos 
componentes da equipe. 
 
Conforme estabelecido pela lei do exercício profissional 7.498/86, DE 25 de Junho de 1986, 
que dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências, as 
atribuições da equipe de Enfermagemem UTI são definidas em: 
 
 
ENFERMEIRO COORDENADOR 
 Normatizar e fazer cumprir as normas e rotinas na unidade de terapia intensiva, de forma 
democrática, mantendo-as sempre atualizadas e disponíveis à equipe e estudantes; 
 Participar, em conjunto com a Coordenação de Enfermagem, na seleção dos técnicos de que irão 
compor o quadro da equipe de enfermagem da Semi- intensiva; 
 Confeccionar escala mensal do pessoal de Enfermagem Auxiliar/Técnico e Enfermeiro; 
 Confeccionar escala anual de férias da equipe de enfermagem; 
 Integrar a Semi-intensiva com os demais serviços da instituição, priorizando a ética profissional 
e zelando pelo trabalho multiprofissional; 
 Assessorar a direção do hospital nos assuntos referentes à sua área de atribuição; 
 Manter a equipe de enfermagem atualizada, organizando ciclos de atualizações, em consonância 
com a equipe Médica e registrando informes em livro de relatório; 
  Convocar e presidir reuniões com funcionários do setor, registrando cuidadosamente todos os 
assuntos discutidos em livro ata destinado exclusivamente a este fim; 
 Organizar, incentivar e participar de confraternizações em datas especiais e aniversários, de 
todos os membros da equipe; 
 Encaminhar comunicações de troca à coordenação de Enfermagem seguindo sempre as 
determinações desta; 19 
  Prever e prover os recursos materiais, garantindo uma assistência adequada, sem quebra da 
continuidade, registrando pendências ou problemas relacionados no livro de relatório; 
 Supervisionar o adequado uso dos recursos materiais; 
  Coordenar, supervisionar e avaliar periodicamente as atividades da equipe de enfermagem; 
 
19 
 
  Supervisionar a arrumação do armário de reserva de medicamentos e materiais; 
 Supervisionar manutenção preventiva e limpeza de equipamentos de reserva;  Controlar saída e 
recebimento de materiais para manutenção ou reposição; 
  Manter lista de equipamentos existentes na unidade devidamente atualizada; 
  Zelar pela garantia da sistematização da assistência de enfermagem; 
 Providenciar a realização de exames complementares a serem realizados fora da instituição; 
  Ter resolubilidade frente aos problemas detectados para o bom funcionamento da unidade; 
  Fazer censo mensal; 
  Realizar relatório, anualmente e sempre que necessário, para a Coordenação de Enfermagem, 
documentando fatos, atividades e desempenho anual, sugerindo atitudes em conformidade com a 
equipe de enfermagem; 
 Estimular, facilitar e participar da elaboração de trabalhos científicos; 
 Zelar pela manutenção de comportamento ético, juntamente com todos os membros da equipe, 
frente a familiares e funcionários de outros setores do hospital; 
 Coordenar e supervisionar estágios de profissionais de saúde no seu serviço; 
  Prestar assistência direta ao paciente conforme necessidade do mesmo. 
 
 
 
ENFERMEIRO ASSISTENCIAL 
 
 Realizar escala diária dos técnicos de enfermagem, para o período posterior; 
 Participar, em conjunto com o Enfermeiro Coordenador, no processo de avaliação dos técnicos do 
setor, e da seleção de novos funcionários; 
 Participar do processo de integração, junto aos demais serviços da instituição, priorizando a ética 
profissional e zelando pela unidade profissional; 
 Colaborar com a atualização dos profissionais que compõem a equipe de enfermagem; 
 Participar de reuniões, sempre que convidado;  
 Primar pela continuidade da passagem de plantão de forma sistematizada; 20 
 Realizar a evolução e prescrição de enfermagem de forma completa, precisa e legível; 
  Comandar, supervisionar e avaliar as atividades desenvolvidas pela equipe de técnicos de 
enfermagem no cuidado diário prestado aos clientes; 
 
20 
 
 Prestar assistência de enfermagem de forma sistematizada; 
  Prestar cuidados diretos ao cliente, de maior complexidade técnica, que exijam conhecimento 
científico e capacidade de tomar decisões imediatas, com observância à legalização das ações e 
rotinas institucionais; 
 Manter familiares atualizados acerca da evolução clinica, com base nos princípios do Código de 
Ética dos Profissionais de Enfermagem; 
 Esclarecer aos clientes dúvidas e indagações necessárias; 
  Supervisionar e observar a realização de controles gerais, a cada 02 (duas) horas, ou antes, se 
necessário através da equipe de técnicos de enfermagem e/ou, estudantes, sistematicamente: 
 
1) Temperatura; 
 2) Frequência cardíaca; 
3) Frequência respiratória; 
4) Pressão arterial; 
5) Pressão Venosa Central (a cada 04 horas), em clientes com acesso venoso central, e quando 
necessário; 
6) Líquidos infundidos via parenteral; 
7) Líquidos infundidos via enteral; 
8) Líquidos eliminados; 
9) Oximetria de pulso. 
 
 Providenciar a realização de exames complementares solicitados para o cliente; 
 Supervisionar e checar os aparelhos em uso e carro de emergência a cada período de trabalho e 
após uso diante de intercorrências; 
  Fechar censo diário à meia noite e abrir censo do dia seguinte; 
 Manter atualizado o livro de registro de clientes; 
 Realizar relatório diário das ocorrências do plantão; 
 Participar, estimular, colaborar e realizar trabalhos científicos; 
 Controlar entorpecentes; 
 Testar os aparelhos a cada período de trabalho e a cada preparo para utilização: desfibriladores; 
respiradores; eletrocardiograma; oxímetros; 
 Preparar e administrar medicamentos, atentando para possíveis efeitos adversos; 21 
 
21 
 
 Zelar pela manutenção de comportamento ético, juntamente com todos os membros da equipe, 
frente a familiares e funcionários de outros setores do Hospital; 
 Prover o setor de recursos materiais quando necessários; 
 Prestar orientações após alta dos clientes; 
 Orientar e supervisionar os visitantes quanto à lavagem das mãos e cumprimento de medidas de 
controle de infecção hospitalar. 
 
AUXILIARES E TÉCNICOS DE ENFERMAGEM 
Assistir e passar plantão de forma sistematizada; 
 Prestar assistência integral ao cliente, sob supervisão do enfermeiro; 
 Fazer controle geral do cliente a cada duas horas, comunicando ao enfermeiro ou ao médico 
intensivista quaisquer alterações; 
 Auxiliar o enfermeiro na assistência ao cliente grave; 
 Executar prescrições de enfermagem; 
 Participar ativamente no processo de admissão de clientes, conforme rotina; após alta do cliente, 
por transferência ou óbito: 
 Retirar materiais utilizados e encaminhá-los ao expurgo, colocando-os em recipiente adequado 
para encaminhamento a CME: 
 Solicitar ao funcionário da higienização a limpeza do leito; 
 Arrumar o leito; 
 Encaminhar os pertences do cliente à família, ou, em caso de transferência, encaminhar pertences 
e medicação a unidade receptora, juntamente com exames de RX e tomografia; 
 Manter a organização do setor; 
 Realizar desinfecção das lâminas do laringoscópio, após o seu uso, e repô-las à bandeja; 
 Controlar materiais, repondo quando utilizado; 
 Observar os aparelhos em uso, a cada período de trabalho; 
 Cumprir escalas mensal e diária; 
 Manter comportamento ético junto aos membros da equipe, familiares e outros setores do hospital; 
 Respeitar hierarquia; 
 Participar das reuniões, quando convidado; 
 Colaborar, incentivar e participar das confraternizações em datas especiais e aniversários; 22 
 
22 
 
 Encaminhar os materiais utilizados no período para CME, a fim de serem esterilizados; 
 Buscar materiais esterilizados na CME e arrumá-los nos armários específicos; 
 Responsabilizar-se, conforme escala, pelos encaminhamentos, controle e arrumação dos materiais 
estéreis, obedecendo ao fluxo: CME-UNIDADE-CME. 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
5 A ADMISSÃO DE CRIANÇA NA UTI PEDIÁTRICA 
 
A admissão do paciente na UTI, é o ato de admitir pacientes para ocupar um leito hospitalar 
por um período no mínimo de 24 horas, devendo ser recebidopor um profissional de enfermagem da 
unidade, que prestará todos os cuidados referentes ao ato da internação e o encaminhará ao leito. Essa 
primeira etapa é fundamental para se estabelecer os cuidados e a assistência que será dispensada ao 
paciente, através do conhecimento de sua patologia e as condições em que o mesmo se encontra para 
internação. 
 
Algumas orientações e objetivos, auxiliam para nortear essa admissão: 
 
 Receber a criança e o familiar transmitindo gentileza e cordialidade; 
 Aliviar as tensões causadas por uma internação hospitalar; 
 Colher as primeiras informações acerca da criança; 
 Ambientar criança e responsável, de modo a facilitar a adaptação ao ambiente 
hospitalar; 
 Traçar o plano inicial dos cuidados de enfermagem 
 
 
 
MATERIAIS A SEREM UTILIZADOS 
Prontuário e exames pré-existentes; 
 Aparelho de PA; 
 Estetoscópio; 
 Termômetro digital; 
 Balança digital de bebê ou de adulto (dependendo da idade da criança); 
 Caneta; 
 Papel; 
 Antropômetro vertical ou Régua antropométrica ou Régua fixa na parede (dependendo da idade 
da criança); 
 Material para banho de leito, ou de imersão (dependendo da idade e das condições de saúde da 
criança); 
 
24 
 
 Roupas próprias para idade da criança 
PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS 
1. Higienizar as mãos; 
2. Identificar a criança com pulseira colocada preferencialmente em pulso direito, constando nome 
completo da criança, nome completo da mãe, data de nascimento e prontuário; 
3. Providenciar as aferições de peso, estatura, TPR e PA, conforme POPs para cada procedimento; 
4. Aferir perímetros: cefálico, torácico e abdominal, em caso de crianças com até 05 anos de idade; 
5. Encaminhar ao banho de aspersão ou imersão caso condições da criança permitam; 
6. Providenciar banho no leito em caso de impossibilidade de banho de aspersão ou imersão; 
7. Encaminhar a criança ao leito já arrumado para a sua admissão; 
8. Apresentá-los as demais crianças internadas na enfermaria; (Quando a condição da mesma 
permitir) 
9. Orientar a criança de acordo com sua idade e ao responsável as normas e rotinas do hospital, tais 
como: horário de visitas; uso da televisão; recreação 24 e repouso; (Quando a condição da mesma 
permitir, caso não, orientar aos responsáveis) 
10. Orientar quanto à localização das instalações sanitárias, horário de alimentação, localização do 
refeitório para as refeições do acompanhante e o horário máximo de entrar na enfermaria para o 
acompanhamento da criança no horário noturno. (Bem como as demais atividades e rotinas do 
hospital, no que concerne ao acompanhante enquanto estiver no hospital) 
11. Colocar- se a disposição para esclarecimentos das dúvidas e auxílio no que for necessário; 
12. Apresentar a equipe de plantão identificando todos os profissionais de saúde; 
13. Identificar o leito da criança; 
14. Providenciar os registros constando todos os dados encontrados no exame físico, evolução de 
enfermagem, aferição de perímetros, TPR e PA; 
15. Aprazar a prescrição médica e encaminhar à farmácia; 
16. Comunicar a nutrição a admissão da criança; 
17. Iniciar tratamento prescrito, de acordo com as prioridades do estado da criança; 
18. Registrar no Censo Hospitalar; 
19. Registrar no Livro de Admissões, transferências e altas da enfermaria 
 
 
 Fonte: adaptado de SANTOS et al, 201 
 
 
25 
 
5.1 CRITÉRIOS PARA ADMISSÃO DO PACIENTE EM UTI. 
O CFM – Conselho Federal de Medicina, elaborou uma resolução – Resolução CFM nº 
2.156/2016 – que estabelece os critérios para alta e admissão do paciente em Unidade de Terapia 
Intensiva. Essa resolução tem o intuito de orientar quanto a decisão de internar o paciente ou não em 
uma UTI, visto que a realidade do Brasil mostra que não há quantidade de leitos suficientes para toda 
a população. Portanto são necessários critérios para definir quais pacientes devem ser tratados na UTI 
de forma que sua melhora e consequente alta, seja eficaz. 
 
Conforme descrito na Resolução nº 2.156/2016, os critérios para admissão são: 
 
Art. 1º 
As admissões em unidade de tratamento intensivo (UTI) devem ser baseadas em: 
I) diagnóstico e necessidade do paciente; 
II) serviços médicos disponíveis na instituição; 
III) priorização de acordo com a condição do paciente; 
IV) disponibilidade de leitos; 
V) potencial benefício para o paciente com as intervenções terapêuticas e 
prognóstico 
 
Art. 3º 
As solicitações de vagas para unidade de tratamento intensivo (UTI) deverão ser 
justificadas e registradas no prontuário do paciente pelo médico solicitante. 
Art. 4º 
A admissão e a alta do paciente da unidade de tratamento intensivo (UTI) devem ser 
comunicadas à família e/ou responsável legal. 
Art. 5º 
São considerados critérios de admissão em unidade de tratamento intensivo 
(UTI) instabilidade clínica, isto é, necessidade de suporte para as disfunções 
orgânicas, e monitoração intensiva. 
 
 
 
26 
 
6 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA INTERNADA 
 
6.1 SUPORTE VENTILATÓRIO 
O gerenciamento seguro das vias aéreas é essencial para garantir a viabilidade anestésica e, 
em casos de insuficiência respiratória de difícil tratamento, pode salvar a vida do paciente. Assim, a 
falha no reconhecimento e os manejos inadequados da via aérea podem ter consequências 
desastrosas. 
 
A ventilação em pacientes pediátricos cujo quadro apresenta esforço respiratório a VOF – Via 
Aérea Orofaríngea é uma forma benéfica, a qual também é conhecida como Cânula de Guedel. 
 
 
 
27 
 
 
Permeabilização das vias aéreas 
As vias aéreas da criança diferem da do adulto e sofrem alterações significativas desde o 
nascimento até a idade escolar. 
 
 Via aérea mais estreita e curta 
 Língua grande em relação à orofaringe 
 Laringe cefalizada 
 Área cricóide estreita 
 
Os procedimentos para realização da permeabilização das vias aéreas: 
 
1) Posicionamento: Pode ocorrer obstrução de vias aéreas pelo posicionamento 
inadequado da cabeça devido à flexão do pescoço e, em crianças sonolentas ou inconscientes, em 
decorrência de relaxamento da mandíbula, deslocamento posterior da língua em direção à parede 
posterior da faringe e colapso da hipofaringe. Por isso, é importante que se posicione corretamente a 
cabeça da criança, de forma a alinhar os eixos oral, traqueal e faríngeo. 
 
28 
 
Esta posição é adquirida colocando-se um coxim em baixo dos ombros (crianças < 2 anos) 
para evitar flexão do pescoço ou um coxim abaixo do occipício (a partir de 2 anos), alinhando-se a 
parte anterior do ombro com o meato auditivo. 
 
 
29 
 
2) Aspiração: Se necessário, deve-se fazer a limpeza das vias aéreas por meio da 
aspiração de secreção, muco ou sangue. 
 
3) Abertura das vias aéreas : Realiza-se a abertura das vias aéreas com manobra 
manual de inclinação da cabeça e elevação do queixo. Se houver suspeita de lesão de coluna cervical, 
deve-se elevar a mandíbula, sem inclinação da cabeça; caso esta manobra não seja efetiva, pode-se 
fazer uma leve extensão da cabeça, pois a abertura das vias aéreas é prioridade. 
 
 
30 
 
4) Dispositivos adicionais: Em situações onde os procedimentos e manobras 
anteriores não forem efetivas, alguns dispositivos podem ser utilizados para ajudar a permeabilizar as 
vias aéreas, tais como: a cânula orofaríngea e a cânula nasofaríngea. 
 
 
 
 
 
CÂNULA OROFARÍNGEA OU 
DE GUEDEL 
 
 
 
Pode ser usada em pacientes inconscientes e 
serve para aliviar a obstrução causada pela 
língua. A cânula deve ser de tamanho adequado, 
ou seja, deve preencher a distância desde o 
canto da boca até a porção cefálica do ângulo da 
mandíbula. 
 
 
 
 
 
CÂNULA NASOFARÍNGEA 
Pode ser usada em crianças conscientes, com 
reflexo de tosse intacto, e em crianças com 
comprometimento do nível de consciência 
apresentando diminuição dos tônus faríngeos ou 
dacoordenação, que causam obstrução das vias 
aéreas superiores. O tamanho adequado do 
comprimento da cânula é aproximadamente a 
distância entre a ponta do nariz até o lóbulo da 
orelha, e seu diâmetro externo não deve ser 
volumoso a ponto de empalidecer as aletas 
nasais 
 
 Fonte: adaptado de Matsuno, 2012
 
31 
 
6.1.1 Cânula orofaríngea ou de Guedel: 
 
 
 
 
 
 
32 
 
6.1.2 Cânula nasofaríngea 
 
 
Oxigenação e ventilação 
 
Dispositivos de fornecimento de oxigênio: Podem ser divididos em sistemas de 
baixo fluxo e de alto fluxo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS DE BAIXO FLUXO 
Máscara simples de oxigênio: Fluxos de O2 de 
6 a 10 L/min fornecem 35-60% de oxigênio, 
devido à entrada de ar pelos orifícios laterais de 
escape (aberturas de exalação). A concentração 
será reduzida se a necessidade de fluxo 
inspiratório for alta, a máscara estiver solta ou o 
fluxo fornecido for muito baixo. 
Cânula ou cateter nasal: Dispositivo adequado 
para crianças que requerem baixas 
concentrações de oxigênio suplementar. A 
concentração de oxigênio fornecida depende da 
frequência respiratória, do esforço e do tamanho 
corporal; quanto menor a criança, maior a 
 
33 
 
quantidade de oxigênio fornecida relativa ao 
fluxo. A concentração de oxigênio também 
depende de outros fatores, como a resistência 
nasal e de orofaringe, o volume corrente, o 
fluxo inspiratório e o tamanho da nasofaringe. 
O fluxo máximo de O2 utilizado por este 
dispositivo é de 4 L/min; fluxos maiores podem 
provocar irritação da nasofaringe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS DE ALTO FLUXO 
Tenda facial: É um compartimento plástico 
flexível que pode ser mais tolerado do que a 
máscara facial, mesmo com altos fluxos de 
oxigênio (10 a 15 L/min). As concentrações de 
oxigênio, porém, não ultrapassam 40%. Uma 
das vantagens desta tenda é que permite o 
acesso para aspiração de vias aéreas sem 
interrupção do fluxo 
Capacete ou capuz de oxigênio: Invólucro de 
plástico transparente que abrange a cabeça do 
paciente. Bem tolerado em lactentes pequenos 
abaixo de 1 ano e permite fácil acesso ao tronco 
e às extremidades do paciente. Pode-se também 
controlar a concentração de gás inspirado, sua 
temperatura e umidade. Fluxos de O2 de 10- 15 
L/min fornecem 80 – 90% de concentração de 
oxigênio. 
Máscara com reinalação parcial: Consiste em 
uma máscara com uma bolsa reservatório. Com 
fluxos de O2 de 10-12 L/min fornece 
concentração inspirada de 50-60% de oxigênio, 
pois durante a exalação, uma parte do ar 
exalado penetra na bolsa reservatório 
misturando-se com o oxigênio. 
 
 
34 
 
Máscara não reinalante: Consiste em uma 
máscara com uma bolsa reservatório e duas 
válvulas: Uma válvula é incorporada em um ou 
ambos os orifícios de exalação para evitar a 
entrada de ar ambiente durante a inspiração, e a 
outra válvula localiza-se entre a bolsa 
reservatório e a máscara para evitar fluxo de ar 
exalado para dentro do reservatório. Assim, 
uma fração inspirada de oxigênio de 95-100% 
pode ser atingida com taxa de fluxo de O2 de 
10- 15 L/min e o uso de máscara facial bem 
acoplada à face do paciente. 
Máscara de Venturi: É um sistema capaz de 
fornecer concentrações de oxigênio inspirado 
baixas a moderadas (25-60%). Há um 
dispositivo na máscara que cria uma pressão 
subatmosférica e permite a entrada de uma 
quantidade específica de ar ambiente junto com 
o O2. Devem-se utilizar os dispositivos 
adequados e os fluxos de oxigênio indicados de 
acordo com a concentração de oxigênio 
desejada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 Concentrações e o fluxo de oxigênio de acordo com a cor do conector da Máscara de Venturi: 
 
 Fonte: unasus2.moodle.ufsc.br apud McGloin (2008) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Diferenças entre o fluxo e a FiO2 (Fração Inspirada de O2) ofertada de acordo com os 
diferentes dispositivos: 
 
 
Segundo a American Association for Respiratory Care (AARC), as indicações básicas de 
oxigenoterapia são: 
 
• PaO2 < 60 mmHg ou Sat O2 < 90 % (em ar ambiente) 
• Sat O2 < 88% durante a deambulação, exercício ou sono em portadores de doenças 
cardiorrespiratórias. 
 
37 
 
• IAM 
• Intoxicação por gases (monóxido de carbono) 
• Envenenamento por cianeto 
 
 
Manifestações Clínicas de Hipoxemia: 
 
LEVE A MODERADA GRAVE 
Taquipnéia/Dispnéia Taquipnéia/Dispnéia 
Palidez Cianose 
Taquicardia Taquicardia/bradicardia/arritmias 
Agitação Sonolência 
Desorientação Confusão mental/tempo de reção lenta 
Cefaléia Hispertensão e hipotensão eventual 
Hipertensão Leve Perda da coordenação 
Vasoconstricção periférica Baqueteamento (Hipocrastismo digital) 
 Coma 
 
Condutas de enfermagem : 
O cuidado com o paciente que possui um tubo endotraqueal ou traqueostomia necessita de 
algumas medidas adicionais para enfrentar os efeitos associados à colocação de tubo no sistema 
respiratório e outros sistemas. Dentre esses cuidados, as autoras definem algumas prioridades: 
 
Fornecer umidificação: A umidificação do ar normalmente é realizada pela camada 
mucosa do trato respiratório superior. Quando esta área está coberta pelo TET e a cânula de 
traqueostomia, ou quando é fornecido suplemento de oxigênio, a umidificação por dispositivos 
externos se faz necessária. Vários dispositivos de umidificação adicionam água ao gás inalado para 
evitar o ressecamento e irritação do trato respiratório, para evitar a perda excessiva de água no corpo, 
 
38 
 
e para facilitar a remoção de secreção. O dispositivo de umidificação deve fornecer gás inspirado 
aquecido à temperatura corporal e contendo vapor de água. 
 
Proceder a manutenção do cuff (balonete): Como o balonete do tubo TET ou 
traqueostomia é uma das principais fontes das complicações associadas às vias aéreas artificiais, a 
adequada manutenção do balonete é essencial. Para prevenir as complicações associadas ao formato do 
balonete, apenas tubos com balonetes de baixa pressão e alto volume são utilizados na prática 
clínica. Mesmo com estes tubos, as pressões que podem ser geradas pelos balonetes são elevadas o 
sufi ciente para levar à isquemia traqueal e lesões. Balonetes e técnicas de insuflação inadequadas e, 
ainda, monitoração da pressão do balonete, são fundamentais no cuidado do paciente com uma via 
aérea artificial. Aspirar: A aspiração é muitas vezes necessária para manter a via permeável com 
um TET ou traqueostomia. A aspiração é um procedimento estéril que é realizado apenas quando 
o paciente necessita e não é um procedimento de rotina. Indicações para aspiração incluem tosse, 
secreções nas vias aéreas respiratórias, presença de dispneia, de roncos na ausculta, aumento dos picos 
de pressão das vias aéreas no ventilador e diminuição da saturação do oxigênio. Complicações 
associadas à aspiração incluem a hipoxemia, atelectasia, broncoespasmo, arritmias, aumento da 
pressão intracraniana e trauma das vias aéreas. 
 
A hipoxemia pode ser minimizada ao hiperoxigenar o paciente imediatamente antes de 
realizar a aspiração com FiO 2 a 100% após cada aspiração. A atelectasia pode ser evitada pelo uso 
de um cateter de aspiração com um diâmetro externo de menos de metade do diâmetro interno do 
TET (Tubo Endotraqueal). Usando pressão não superior a 120 mmHg de sucção ocorre redução das 
chances de hipoxemia, atelectasia e trauma das vias aéreas. Limitar a duração de cada aspiração para 
dez a 15 segundos e o número de passagens para um máximo de três, também ajuda a minimizar a 
hipoxemia, trauma das vias aéreas, e arritmias cardíacas. 
 
Estabelecer um método de comunicação: Um dos principais fatores de estresse para o 
paciente com uma via aérea artificial é a comunicação prejudicada. Métodos para facilitar a 
comunicação nessa população de pacientes incluemo uso da linguagem verbal e não verbal e uma 
variedade de dispositivos para auxiliar o paciente na comunicação enquanto encontra-se no 
ventilador. A comunicação não verbal pode incluir o uso da linguagem de sinais, gestos, leitura labial, 
apontar, expressões faciais, ou piscar os olhos. Alguns dispositivos simples disponíveis incluem lápis 
e papel; lousas mágicas; placas magnéticas com letras de plástico; imagem, alfabeto, símbolos, placas 
 
39 
 
e cartões brilhantes. 
 
Fornecer a higiene oral: Pacientes com vias aéreas artificiais são extremamente 
suscetíveis ao desenvolvimento de HAP (Pneumonia Hospitalar Adquirida) devido à microaspiração 
de secreções subglóticas. O cuidado com a higiene oral deve consistir em escovar os dentes do 
paciente com uma escova macia para reduzir a placa bacteriana, escovação da língua e gengivas com 
uma compressa de espuma para estimular o tecido, e realização da aspiração orofaríngea profunda 
para remover quaisquer secreções que se acumularam acima do balonete do paciente. 
 
40 
 
7 SEDAÇÃO E ANALGESIA EM PEDIATRIA 
 
Em pediatria, quando ocorre queixa de algum tipo de dor por parte do paciente, em 
consequência de um procedimento, ou pela patologia em si a anestesia geral em crianças resulta na 
sedação, ou seja, na depressão ou perda de consciência, que pode ser usada para qualquer 
procedimento que demande relaxamento muscular profundo. 
 
Quando se trata de analgesia e sedação, algumas definições são essenciais. Dessas definições: 
 
Dor: experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesões reais ou potenciais. 
No entanto, cada vez mais tem se caracterizado a dor como tudo aquilo que o paciente refere como 
dor. 
 
Sedação: estado de depressão do nível de consciência induzido por drogas, em diferentes 
níveis de intensidade. De acordo com as doses administradas e respostas individuais, o resultado varia 
desde a consciência com leve tranquilidade até a inconsciência. 
 
Sedação mínima: estado induzido por drogas durante o qual o paciente responde 
normalmente ao comando verbal, porém com algum comprometimento na coordenação e funções 
cognitivas, mantendo preservadas as funções cardiovasculares e respiratórias. 
 
41 
 
Sedação moderada (“sedação consciente”): estado induzido por drogas no qual o 
paciente responde ao comando verbal com ou sem leve estímulo táctil. A via aérea está preservada 
bem como a ventilação espontânea. A função cardiovascular está normalmente mantida. 
 
Sedação profunda: estado de inconsciência induzido por drogas no qual o paciente não 
apresenta resposta ao comando verbal e perde os reflexos protetores. Só há resposta a estímulos 
dolorosos profundos. As funções cardiovasculares estão geralmente mantidas, enquanto que o 
suporte respiratório é necessário. 
 
Anestesia: é um estado induzido por drogas em que há perda total da consciência. Ocorre 
depressão respiratória e ausência de atividade neuromuscular, sendo mandatório suporte respiratório. 
As funções cardiovasculares podem estar comprometidas. 
 
Analgesia : alívio ou supressão da dor, associada à lesão tecidual real ou potencial. 
 
Bloqueio neuromuscular: usado para conseguir relaxamento dos músculos esqueléticos 
através da abolição ou redução da transmissão nervosa entre nervos motores e músculo esquelético na 
placa motora. 
 
Tolerância: diminuição no efeito da droga com o passar do tempo, ou a necessidade de um 
aumento na dose do fármaco para obter o mesmo efeito. 
 
Abstinência: aparecimento de sintomas e sinais físicos (taquicardia, sudorese, agitação, 
tremores, febre, entre outros) em resposta à retirada ou à redução abrupta da droga. 
 
Dependência física: refere-se à necessidade do organismo em continuar a receber a droga, 
para evitar os sinais de abstinência 
 
7.1 AVALIAÇÃO DA DOR 
A necessidade de avaliação e quantificação da dor referida pelo paciente é imprescindível, 
devendo ser realizada de forma sistemática, contínua, para que seja possível a instalação da terapêutica 
e avaliação da eficácia da mesma. 
 
42 
 
Os pacientes internados em UTI, geralmente, apresentam um quadro de dor aguda. Tais 
quadros podem ser avaliados deforma efetiva e completa através das escalas análogo-visual, 
numérica-visual e descritiva-verbal. 
 
A dor por ser uma condição subjetiva, possui uma avaliação complexa de difícil medição. Para 
objetivá-la e torna-la passível de medição, foram criadas as escalas de dor. As escalas de dor são 
instrumentos utilizados e recomendados para pacientes hospitalizados no reconhecimento, 
quantificação e tratamento da dor, inclusive com escalas específicas para crianças. 
 
Todas as escalas de dor são de difícil utilização em algumas situações clínicas, como nas 
crianças sedadas, com restrição de movimentos ou submetidas à intubação traqueal. 
 
Algumas escalas de dor utilizadas em pediatria: 
Para crianças maiores de 3 anos de idade, pode ser utilizada a Escala de Avaliação da Dor de 
Faces, que consiste em seis faces desenhadas, variando desde a face sorrindo para “sem dor”, até a 
face chorosa para “piora da dor”. 
 
 
Escala de Sedação Comfort : tem sido empregada em crianças submetidas à ventilação 
mecânica para avaliar o grau de sedação. Consideram- se oito parâmetros de desconforto fisiológico 
ou ambiental. 
 
A escala COMFORT avalia oito parâmetros, sendo dois fisiológicos [pressão arterial média 
(PAM) e frequência cardíaca (FC)] e seis comportamentais (alerta, calma/agitação, resposta 
respiratória, movimentos, tônus muscular e expressão facial). Cada parâmetro é pontuado de 1 a 5, 
de acordo com os valores e comportamentos exibidos pelo paciente. A pontuação total varia de 8 a 
 
43 
 
40, sendo que um escore de 17 a 26 indica, em geral, sedação e analgesia adequados. 
 
 
 Fonte: scielo.br 
 
 
Escala Visual Analógica (EVA): consiste numa linha horizontal ou vertical com 10 cm 
de comprimento que tem assinalada, numa extremidade, a classificação “sem dor” e, na outra, a 
classificação “dor máxima”. O paciente deve fazer uma cruz ou um traço perpendicular à linha, no 
ponto que representa a intensidade de sua dor. Há, por isso, uma equivalência entre a intensidade da 
dor e a posição assinalada na linha. Mede-se, posteriormente e em centímetros, a distância entre o 
início da linha, que corresponde a zero, e o local assinalado, obtendo-se, assim, uma classificação 
numérica. 
 
 
44 
 
 
Escala numérica : consiste em uma linha crescente, em que a criança diz se sua dor tem valor 
igual a zero até 10, sendo que zero corresponde a classificação“ sem dor” e 10 à classificação “dor 
máxima” (dor de intensidade máxima imaginável). 
 
 
 
45 
 
8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM SEPSE 
 
 
Sepse pode ser definida como a resposta sistêmica a uma doença infecciosa, seja ela causada 
por bactérias, vírus, fungos ou protozoários. Manifestando-se como diferentes estágios clínicos de 
um mesmo processo fisiopatológico. 
 
Por serem quadros patológicos de grande incidência, acometendo milhões de pessoas em todo 
o mundo, a sepse grave e o choque séptico se igualam aos politraumas, infarto agudo do miocárdio 
(IAM) e acidente vascular encefálico (AVE). 
 
Com essa situação agravante, foi criado, em 2002, um comitê internacional visando implantar 
protocolos evidenciados cientificamente, com análise beira do leito, criando a campanha de 
sobrevivência a sepse, tendo como o objetivo final a redução dos óbitos em 25%. No Brasil este 
programa é gerenciado pelo Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse (ILAS), e tem maior 
atuação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). 
 
A UTI é um local destinado, em sua maioria, a pacientes graves que necessitam de 
assistência integral e continua. Dessa forma observa-se maior incidência da sepse nesses locais. 
 
 
46 
 
As IRAS - Infecção relacionada à Assistênciaà Saúde, nas UTIs, vêm tendo um enfoque 
ainda maior, pois constitui de 24% a 32% das infecções notificadas no âmbito hospitalar no 
Brasil e 37% a nível mundial pois são pacientes graves, que necessitam da realização de 
processos invasivos constantemente. Dentre as infecções que podem ocorrer, as que possuem maior 
prevalência são: do trato respiratório devido à intubação, do trato urinário ocasionado pelo cateter 
vesical e da corrente sanguínea causada pelo cateter venoso. 
 
O Instituto Latino Americano de Sepse – ILAS (2018) diz que a sepse é uma síndrome 
extremamente prevalente, com elevada morbidade e mortalidade e altos custos. A implementação de 
protocolos clínicos gerenciados é uma ferramenta útil neste contexto, auxiliando as instituições na 
padronização do atendimento ao paciente séptico, diminuindo desfechos negativos e proporcionando 
melhor efetividade do tratamento. 
 
As definições e os planos de cuidados relacionados as intervenções de enfermagem voltadas 
ao controle da Sepse, foram fundamentadas nas diretrizes da campanha de sobrevivência a sepse, e 
fiscalizada pela ILAS, que implementou o pacote de medidas do combate a sepse. Este pacote refere-
se a um conjunto de intervenções clínicas baseadas em evidências. 
 
8.1 DESENVOLVIMENTO E CARACTERÍSTICAS DA SEPSE 
A sepse foi conhecida pela primeira vez, em 1914, definindo-a com o aparecimento de sinais 
e sintomas e a presença de micro-organismos na corrente sanguínea. Entretanto atualmente, a sepse 
define-se como uma síndrome clínica onde a síndrome de resposta infamatória sistêmica (SIRS) está 
associada à infecção. 
A sepse tem início quando um micro-organismo fica alojado em determinado órgão e se não 
for combatido, se espalha acometendo vários outros órgãos e até mesmo vasos sanguíneos. Como 
consequência, desenvolve-se um processo inflamatório em vários vasos e órgãos caracterizando 
então a sepse, que quando não diagnosticada no início, o paciente tem uma grande chance de evoluir 
para um estágio avançado da doença. 
 
47 
 
 
As principais bactérias notificadas nos casos de sepse são: Staphylococcu ssp, coagulase-
negativo, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), E. Coli, 
enterobacter spp, bulkoderiacepacia, stenotrophomona smaltrophilia, acineto 
bacterbaumani, pseudômonas aeruginosa, sheplococus do grupo viridamis e morganela 
morgani, pois elas são altamente patogênicas devido à resistência aos antibióticos. 
 
A sepse é identificada por estadiamentos: 
Primeiro: é definida pela Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS), mais a 
presença do foco infeccioso; 
 
Segundo: a evolução da SRIS para a sepse grave, sendo identificado por disfunção orgânica 
ou hipoperfusão tecidual; 
 
Terceiro: o choque séptico, sendo a sepse grave com hipotensão não revertida após 
reposição volêmica. 
 
 
48 
 
 
8.2 TRIAGEM E DEFINIÇÕES SEGUNDO O ILAS – INSTITUTO LA TINO 
AMERICANO PARA ESTUDOS DA SEPSE 
O ILAS (2018) estabeleceu um protocolo com definições e parâmetros para reconhecimento e 
tratamento da Sepse, que direcionam nas triagens e tratamento dos pacientes. As recomendações 
contidas neste documento estão baseadas nas diretrizes da Campanha de Sobrevivência a Sepse 
(SSC, Surviving Sepsis Campaign) e visam o tratamento de pacientes adultos nas unidades de 
urgência e emergência, nas unidades de internação e nas unidades de terapia intensiva. 
 
49 
 
1. SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA 
A síndrome da resposta inflamatória sistêmica é definida pela presença de no mínimo dois 
dos sinais abaixo: 
 
• temperatura central > 38,3º C ou < 36ºC OU equivalente em termos de temperatura axilar; 
• frequência cardíaca > 90 bpm; 
• frequência respiratória > 20 rpm, ou PaCO2 < 32 mmHg 
• leucócitos totais > 12.000/mm³; ou < 4.000/mm³ ou presença de > 10% de formas jovens 
(desvio à esquerda). 
 
A SRIS não faz mais parte dos critérios para definição da presença de sepse mas continua 
tendo valor como instrumento de triagem para a identificação de pacientes com infecção e, 
potencialmente, sob risco de apresentar sepse ou choque séptico. 
 
2. INFECÇÃO SEM DISFUNÇÃO 
Entende-se como paciente com infecção sem disfunção aquele que, tendo ou não os critérios de 
SRIS, possui foco infeccioso suspeito ou confirmado (bacteriano, viral, fúngico, etc.) sem apresentar 
disfunção orgânica. 
 
3. SEPSE 
Presença de disfunção ameaçadora à vida em decorrência da presença de resposta 
desregulada à infecção 
As principais disfunções orgânicas são: 
 
• hipotensão (PAS < 90 mmHg ou PAM < 65 mmHg ou queda de PA > 40 mmHg) 
• oligúria (≤0,5mL/Kg/h) ou elevação da creatinina (>2mg/dL); 
• relação PaO2/FiO2 < 300 ou necessidade de O2 para manter SpO2 > 
90%; 
• contagem de plaquetas < 100.000/mm³ ou redução de 50% no número 
 
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de plaquetas em relação ao maior valor registrado nos últimos 3 dias; 
• lactato acima do valor de referência; 
• rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium; 
• aumento significativo de bilirrubinas (>2X o valor de referência). 
 
 
A presença de disfunção orgânica na ausência dos critérios de SRIS pode representar 
diagnóstico de sepse. Assim, na presença de uma dessas disfunções, sem outra explicação plausível e 
com foco infeccioso presumível, o diagnóstico de sepse deve ser feito, e o pacote de tratamento 
iniciado, imediatamente após a identificação. 
 
4. CHOQUE SÉPTICO 
Segundo a SSC, choque séptico é definido pela presença de hipotensão não responsiva à 
utilização de fluídos, independente dos valores de lactato. A SSC não adotou o novo conceito de 
choque, que exige a presença concomitante de lactato acima do valor de referência mesmo após 
reposição volêmica inicial. 
 
Conceitos utilizados pelo Instituto Latino Americano de Sepse na implementação de 
protocolos gerenciados de sepse: 
 
51 
 
 
A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária define a sepse como uma resposta 
sistêmica, sem outra causa reconhecida que não a infecciosa, associada, pelo menos, a dois ou mais 
dos seguintes sinais e sintomas: instabilidade térmica, bradicardia, apneia, intolerância alimentar, 
piora do desconforto respiratório, intolerância à glicose, Instabilidade hemodinâmica, hipoatividade 
e letargia. 
 
Os principais sinais e sintomas que o paciente apresentará logo no início da sepse são: 
 Taquicardia > 90 bpm (aumento dos batimentos cardíacos) 
 Temperatura > 38ºC ou < 36ºC e Taquipnéia > 20ipm (aumento da frequência 
respiratória) 
 Contagem leucocitária >12.000 ou < que 4.000 
 Acúmulo de ácido lático no organismo. 
 
Apresentando dois ou mais desses sinais e sintomas, considera-se esse paciente com suspeita 
de sepse, iniciando assim o tratamento precoce. Esse tratamento que consiste em administração de 
antibióticos e a solicitação de exames confirmatórios é realizado na primeira hora, período 
determinado “hora de ouro” onde o processo e intervenções devem ser realizadas em até 6 horas após 
a suspeita, com o intuito de prevenção do agravamento do quadro do paciente. 
 
 
52 
 
Após identificação do paciente com suspeita de sepse os seguintes passos devem ser 
cumpridos: 
 
1. Registre o diagnóstico no prontuário ou na folha específica de triagem do 
protocolo institucional. Todas as medidas devem ser tomadas a partir do 
momento da formulação da hipótese de sepse. 
2. Todos os pacientes com protocolos de sepse abertos devem ter seu 
atendimento priorizado com o objetivo de otimizar a coleta de exames, o início 
de antibioticoterapia e a ressuscitação hemodinâmica; 
3. Realize anamnese e exame físico dirigidos, com atenção especial aos sinais 
clínicos de disfunção orgânica; 
4. Pacientes com disfunção orgânica grave e ou choque devem ser alocados em 
leitos de terapia intensiva assim que possível, a fim de garantir o suporte clínico 
necessário. Caso não seja possível a alocação em leito de terapiaintensiva, deve-se 
garantir o atendimento do paciente de maneira integral, independente do setor em 
que o mesmo se encontre; 
5. A ficha do protocolo de sepse deve acompanhar o paciente durante todo o 
atendimento de tratamento das 6 primeiras horas, a fim de facilitar a comunicação nos 
pontos de transição entre as equipes de diferentes turnos ou setores e resolver pendências 
existentes para o atendimento 
 
8.3 TRATAMENTO DE SEPSE PRECONIZADO PELO ILAS PACOTE DE 1 HORA: 
Para todos os pacientes em que a equipe médica optou por dar seguimento ao protocolo, o 
pacote de 1 hora deve ser executado. O mesmo é composto dos seguintes itens: 
 
1. Coleta de exames laboratoriais para a pesquisa de disfunções orgânicas: gasometria e 
lactato arterial, hemograma completo, creatinina, bilirrubina e coagulograma. 
2. Coleta de lactato arterial o mais rapidamente possível, mas dentro da primeira hora, que 
deve ser imediatamente encaminhado ao laboratório, afim de se evitar resultado falsos positivos. O 
objetivo é ter resultado deste exame em 30 minutos. 
3. Coleta de duas hemoculturas de sítios distintos em até uma hora, conforme rotina 
específica do hospital, e culturas de todos os outros sítios pertinentes (aspirado traqueal, líquor, 
 
53 
 
urocultura) antes da administração do antimicrobiano. Caso não seja possível a coleta destes exames 
antes da primeira dose, a administração de antimicrobianos não deverá ser postergada; 
4. Prescrição e administração de antimicrobianos de amplo espectro para a situação clínica, 
por via endovenosa, visando o foco suspeito, dentro da primeira hora da identificação da sepse. A 
utilização de antimicrobianos deve seguir a orientação do serviço de controle de infecção hospitalar 
da instituição, que deverá definir com o corpo clínico local as recomendações para o tratamento 
empírico conforme o foco de infecção identificado e a característica da infecção, comunitária ou 
associada a assistência à saúde. 
5. Princípios de farmacocinética e farmacodinâmica devem ser seguidos por todas as 
instituições. Todas as recomendações visando otimização da terapia antimicrobiana devem ser feitas 
com auxílio do farmacêutico e da enfermagem e estarem amplamente disponíveis para todos os 
profissionais. As principais recomendações estão listadas: 
 
 Utilizar dose máxima para o foco suspeito ou confirmado, com dose de ataque nos casos 
pertinentes, sem ajustes para a função renal ou hepática. As doses devem ser plenas visando 
otimização da redução da carga bacteriana ou fúngica. Embora seja discutível, pode-se manter doses 
sem ajuste para função renal pelas primeiras 24 horas. Isso é de suma importância para os 
antimicrobianos hidrofílicos dado ao aumento do volume de distribuição dos mesmos em decorrência 
da ressuscitação volêmica. 
 Atentar para a diluição adequada de forma a evitar incompatibilidade e concentração 
excessiva. Utilizar a infusão estendida de antibióticos betalactâmicos como piperacilina-tazobactam e 
meropenem, com exceção da primeira dose, que deve ser administrada, em bolus, o mais rápido 
possível. 
 Utilizar terapia combinada, com duas ou três drogas, quando existir suspeita de infecção 
por agentes multidrogas resistentes. Considerar o uso de diferentes classes de antibióticos, para um 
mesmo agente, em pacientes com choque séptico. 
 Restringir o espectro antimicrobiano quando o patógeno for identificado e a sensibilidade 
conhecida; terapia combinada pode ser de-escalonada conforme evidência de resposta clínica ou 
resolução da infecção. 
 
6. Para pacientes hipotensos (PAS< 90mmHg, PAM <65mmHg ou, eventualmente, redução 
da PAS em 40mmHg da pressão habitual) ou com sinais de hipoperfusão, entre eles níveis de lactato 
acima de duas vezes o valor de referência institucional (hiperlactemia inicial), deve ser iniciada 
 
54 
 
ressuscitação volêmica com infusão imediata de 30 ml/Kg de cristaloides dentro da 1ª hora do 
diagnóstico da detecção dos sinais de hipoperfusão. Embora classicamente não sejam considerados 
com parte do pacote de ressuscitação, sinais de hipoperfusão podem incluir oligúria, presença de 
livedo, tempo de enchimento capilar lentificado e alteração do nível de consciência. Coloides 
proteicos, albumina ou soro albuminado, podem fazer parte dessa reposição inicial. O uso de amidos 
está contraindicado, pois está associado a aumento da incidência de disfunção renal. Esse volume 
deve ser infundido o mais rápido possível, considerando-se as condições clínicas de cada paciente. 
Pacientes cardiopatas podem necessitar redução na velocidade de infusão, conforme a presença ou 
não de disfunção diastólica ou sistólica. Nos casos em que foi optado por não realizar reposição 
volêmica, parcial ou integralmente, após avaliação de fluido responsividade, esta decisão deve estar 
adequadamente registrada no prontuário. Nesses pacientes, o uso de vasopressores para garantir 
pressão de perfusão adequada necessita ser avaliado. 
7. Uso de vasopressores para pacientes que permaneçam com pressão arterial média (PAM) 
abaixo de 65 (após a infusão de volume inicial), sendo a noradrenalina a droga de primeira escolha. 
Não se deve tolerar pressões abaixo de 65 mmHg por períodos superiores a 30-40 minutos. Por isso, o 
vasopressor deve ser iniciado dentro da primeira hora nos pacientes em que ele está indicado. Em casos 
de hipotensão ameaçadora a vida, pode-se iniciar o vasopressor mesmo antes ou durante a reposição 
volêmica. É fundamental garantir pressão de perfusão enquanto se continua a reposição volêmica. 
Assim, o vasopressor pode ser iniciado em veia periférica, enquanto se providencia o acesso venoso 
central. O uso de outros vasopressores pode ser necessário. Dentre os disponíveis, a recomendação é 
o uso de vasopressina, com intuito de desmame de noradrenalina ou como estratégia poupadora de 
catecolaminas, ou a adrenalina, preferível em pacientes que se apresentem com débito cardíaco 
reduzido. A dobutamina pode ser utilizada quando exista evidência de baixo cardíaco ou sinais 
clínicos de hipoperfusão tecidual, como livedo, oligúria, tempo de enchimento capilar lentificado, 
baixa saturação venosa central ou lactato aumentado. 8. Nos pacientes com lactato alterado acima de 
duas vezes o valor de referência, a meta terapêutica é o clareamento do mesmo. Assim, como um 
complemento ao pacote de 1 hora, dentro de 2 a 4 horas após o início da ressuscitação volêmica, 
novas dosagens devem ser solicitadas. Nem sempre se obtem a normalização do lactato, haja vista 
existirem outras causas para a hiperlactatemia que não a hipoperfusão tecidual. A busca pela 
normalização deve ser feita cuidadosamente, sob risco de intervenções terapêuticas desnecessárias, e 
potencialmente deletérias. A hiperlactatemia residual isolada, sem outros sinais clínicos de 
hipoperfusão ou má evolução, não necessariamente precisa ser tratada. 
 
55 
 
Reavaliação das 6 horas 
A reavaliação das 6 horas deve ser feita em pacientes que se apresentem com choque séptico, 
hiperlactatemia ou sinais clínicos de hipoperfusão tecidual. A continuidade do cuidado é importante, 
por isso entende-se que durante as seis primeiras horas o paciente deve ser reavaliado periodicamente. 
Para isso é importante o registro da reavaliação do status volêmico e da perfusão tecidual. 
 
1. Reavaliação da continuidade da ressuscitação volêmica, por meio de marcadores do 
estado volêmico ou de parâmetros perfusionais. 
As seguintes formas de reavaliação poderão ser consideradas: 
 
 Mensuração de pressão venosa central 
 Variação de pressão de pulso 
 Variação de distensibilidade de veia cava 
 Elevação passiva de membros inferiores 
 Qualquer outra forma de avaliação de responsividade a fluídos (melhora da pressão 
arterial após infusão de fluidos, por exemplo) 
 Mensuração de saturação venosa central 
 Tempo de enchimento capilar 
 Presença de livedo 
 Sinais indiretos(por exemplo, melhora do nível de consciência ou presença de diurese) 
 
2. Pacientes com sinais de hipoperfusão e com níveis de hemoglobina abaixo de 7 mg/dL 
devem receber transfusão o mais rapidamente possível. 
3. Idealmente, os pacientes com choque séptico devem ser monitorados com pressão arterial 
invasiva, enquanto estiverem em uso de vasopressor. A aferição por manguito não é fidedigna nessa 
situação, mas pode ser utilizada nos locais onde a monitorização invasiva não está disponível. 
4. Pacientes sépticos podem se apresentar hipertensos, principalmente se já portadores de 
hipertensão arterial sistêmica. Nesses casos, a redução da pós carga pode ser necessária para o 
restabelecimento da adequada oferta de oxigênio. Não se deve usar medicações de efeito prolongado, 
pois esses pacientes podem rapidamente evoluir com hipotensão. Assim, vasodilatadores 
endovenosos, como nitroglicerina ou nitroprussiatos são as drogas de escolha 
 
56 
 
8.4 CONDUTAS DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA SEPSE 
Ao ser preparado os materiais utilizados no paciente deve-se realizar a lavagem das mãos, 
usar material sempre estéril, máscara e touca. Para coleta de exames deve ser preparada a cuba rim 
com frascos de hemocultura, agulhas e seringas, algodão, álcool e após a coleta é importante 
identificar os frascos com a data, hora da coleta, nome e leito do paciente além do nome do 
profissional que estará fazendo a coleta, administrando os medicamentos e cuidando do paciente. 
 
A lavagem das mãos deve ser realizada antes e depois de qualquer procedimento realizado no 
paciente é necessário um comprometimento da equipe de enfermagem com o paciente, a partir da 
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), onde se identifica possíveis falhas. Além disso, 
esta sistematização permite identificar manobras realizadas erroneamente, direcionando o que seria 
correto, sendo possível que o indivíduo acometido pela sepse tenha um melhor atendimento. 
 
Na sepse é também competência do profissional de enfermagem processos de intervenções 
como manter a cabeceira elevada a 45° para repouso do paciente, aferir sinais vitais a cada hora, com 
monitorização de 24 horas, checar a glicemia capilar no mínimo de quatro em quatro horas. Também 
é importante que se monitore a ventilação e se instale o O2 a 5ml/min, com acesso venoso calibroso. É 
importante realizar uma avaliação do nível de consciência do paciente, pois, quanto mais avançada a 
infecção, maior serão as alterações, que normalmente apresentam-se como uma confusão mental, 
onde aparentemente o paciente apresenta-se agitado e desorientado, alterações importantes que a 
enfermagem deve estar atenta, pois quanto maior o grau destas alterações, maior a gravidade da 
sepse. 
 
O processo de enfermagem é importante para a manutenção do nível de saúde estável do 
paciente, pois diante desta prática promove-se a saúde do indivíduo, tendo como destaque a qualidade 
do atendimento que lhe é prestado. 
 
57 
 
8.5 INTERVENÇÕES E CONDUTAS DE ENFERMAGEM CONTROLE DA S EPSE EM 
UTI 
Como os índices de IRAS nas UTIs são agravantes, ocasionados na maioria das vezes por 
uma falha na assistência, a Organização Mundial de saúde (OMS) criou os bundles de prevenções, 
para atuar nos sítios mais críticos que provoca à IRAS, que são: Bundle de prevenção a Pneumonia 
associada à ventilação mecânica - PAV, Bundle de prevenção a infecção primária da corrente 
sanguínea -IPCS e Bundle de prevenção a Infecção no trato urinário - ITU. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 PLANOS DE AÇÕES PARA PREVENIR INTERCORRÊNCIAS EM 
PROCEDIMENTOS INVASIVOS EM PEDIATRIA 
A eficácia do tratamento de pacientes com procedimentos invasivos requer a elaboração de 
um plano de cuidados da equipe multidisciplinar. Uma abordagem coordenada do cuidado é útil para 
a coordenação do cuidado com o paciente, além de aperfeiçoar os resultados. O plano de cuidados é um 
processo específico do diagnóstico e faz com que toda a equipe multidisciplinar esteja focada nos 
resultados esperados para o paciente. 
 
A enfermagem deve estar sempre atenta para minimizar os riscos de segurança inerentes ao 
ambiente hospitalar. É necessário considerar todos os aspectos que envolvem o ambiente, como o 
uso inadequado de um equipamento, trilhos da cabeceira e cabos e tubulações no chão. Além disso, a 
equipe multidisciplinar deve manter uma comunicação efetiva com o paciente e a sua família. 
 
O paciente doente já é predisposto a várias complicações fisiológicas e patológicas, sendo 
assim, a função da equipe que atua junto a ele é prevenir complicações associadas à doença crítica e 
aos procedimentos invasivos a que ele é submetido. 
 
Dessa forma, faz-se necessário entender que todo cuidado com o paciente pediátrico envolve 
também o cuidado com a sua família, sendo assim, é imprescindível que a equipe desenvolva uma 
parceria e um relacionamento de confiança com a família. Ressalta-se que o plano de cuidados ao 
paciente em uso de procedimentos invasivos inclui lavar as mãos antes de manipular quaisquer 
procedimentos invasivos. 
 
60 
 
 
 
 
 
 
 
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62 
 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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