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Epidemiologia É o estudo da distribuição de doença ou de uma condição fisiológica nas populações humanas e dos fatores que influenciam esta distribuição Informação deve ir além de uma mera descrição da distribuição da doença. Assim, a pesquisa epidemiológica em periodontia precisa (1) atender à incumbência de fornecer dados sobre a prevalência das doenças periodontais (a frequência com que ocorrem) em diferentes populações, bem como a gravidade de tais condições, ou seja, a magnitude das alterações histopatológicas; (2) esclarecer aspectos relativos à etiologia e aos fatores determinantes dessas doenças (fatores de risco e causais); e (3) proporcionar a documentação referente à efetividade das medidas preventivas e terapêuticas em nível populacional. Doenças periodontais 2000 a.c. Egípcios e Chineses 400 a.c. Hipócrates – etiologia e patogênese 1746 Pierre Fauchard – remoção de cálculo dentário 1882 J. Riggs – Pyorrhea alveolaris 1889 W. Mller – bactérias e doenças periodontais 1933 Stilman -Trauma de Oclusão 1960 -1980 – Placa bacteriana não- específica e específica. Identificação de bactérias específicas 1990 – Fatores modificadores sistêmicos Estágio Atual – Evolução Genética: Virulência dos Microrganismos e Susceptibilidade do Hospedeiro. Dados globais sobre periodontite 3,5 bilhões de pessoas com doenças orais Periodontite: 6ª doença mais prevalente (11,2%) Incidência de periodontite em 2015: 126 milhões de casos Epidemiologia Por que uma doença se desenvolve em algumas pessoas e em outras não? Interação de fatores genéticos e ambientais. Estabelecer a etiologia de uma doença através da combinação de dados epidemiológicos com informações obtidas de outras disciplinas Avaliar a consistência dos dados epidemiológicos com hipóteses desenvolvidas clínica e experimentalmente Proporcionar a base para o desenvolvimento de medidas preventivas e práticas de saúde pública PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA EM PERIODONTIA: Fornecer dados sobre a prevalência, extensão e severidade das doenças periodontais nas diferentes populações Esclarecer aspectos relativos a etiologia e fatores de risco das doenças Documentar a eficácia de medidas preventivas e terapêuticas EPIDEMIOLOGIA PERIODONTAL OBJETIVOS: Descrição da distribuição Identificação das causas Aplicação das informações obtidas através dos estudos epidemiológicos para o controle das doenças periodontais PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA EM PERIODONTIA: Prevalência Incidência Extensão Severidade PREVALÊNCIA - É a proporção de pessoas afetadas por uma doença num dado momento, determinada pela avaliação de um grupo representativo. (quantidade total da doença). INCIDÊNCIA - É a taxa de ocorrência de uma nova doença em uma população durante um determinado intervalo de tempo. (NOVOS CASOS DA DEONÇA); EXTENSÃO – quantidade de dentes que apresentam destruição periodontal SEVERIDADE - quantidade de perda de inserção nos sítios doentes Exame periodontal Inflamação dos tecidos periodontais Profundidade de sondagem e níveis de inserção clínico Avaliação radiográfica Necessidades de tratamento periodontal Inflamação dos tecidos periodontais: Sondagem periodontal: Índice Gengival 0: ausência total de sinais visuais de inflamação gengival 1: ligeira alteração na cor e textura gengival 2: inflamação visível e tendência ao sangramento da margem gengival, após leve deslizamento da sonda periodontal 3: inflamação patente com tendência ao sangramento espontâneo Índice de placa: 0: ausência de depósitos de placa 1: placa visível através da remoção com a sonda periodontal sendo deslizada pela margem gengival 2: placa clinicamente visível 3: placa abundante Índice Gengival e Índice de Placa: Presença ou ausência de inflamação ou placa Padrão binomial: 1: sangramento da margem gengival e placa visível 0: ausência de sangramento e nenhuma placa visível Para fora: vestibular Para dentro: lingual Fórmula para os índices de sangramento e placa bacteriana: Todos os dentes do paciente x 4 ---------100 Quantidade de placa ---------------- X Avaliação da perda do tecido periodontal de sustentação Índice Periodontal (PI): O mais amplamente empregado até os anos 1980 Critérios aplicados para cada dente isoladamente: 0: dente com periodonto saudável 1: dente com gengivite somente em parte de sua circunferência 2: gengivite em toda a circunferência do dente 6: formação de bolsa 8: perda de função devido a mobilidade excessiva do dente Sistema de registro reversível, um dente ou um indivíduo pode, após o tratamento, apresentar grau mais baixo ou até mesmo reduzido para 0. Índice de Doença Periodontal (PDI): Avaliar a doença destrutiva Mede perda de inserção Um sistema irreversível Scores variam de 0 a 6: 0-3: saúde periodontal ou gengivite 4-6: variados níveis de perda de inserção Estudo epidemiológico contemporâneo Profundidade de sondagem Nível clínico de inserção Profundidade de sondagem: Distância (em mm) que vai da margem gengival até ao ponto em que a extremidade de uma sonda periodontal inserida na bolsa com força moderada encontra resistência. Nível clínico de inserção: Distância (em mm) que vai da Junção Cemento-Esmalte até a posição em que a ponta da sonda encontra resistência. Sonda periodontal UNC HIPERPLASIA GENGIVAL: margem gengival coronária até a JCE RECESSÃO GENGIVAL: margem gengival até a JCE. Hiperplasia gengival: P.S – hiperplasia=PIC. Recessão gengival: P.S + recessão gengival=PIC Avaliação radiográfica em estudos epidemiológicos Avaliar efeitos da doença periodontal sobre os tecidos de sustentação Fornecem estimativas válidas da extensão e da gravidade da periodontite destrutiva. A avaliação da perda óssea nas radiografias intraorais é em geral realizada analisando- se a profusão de características qualitativas e quantitativas do osso interproximal observado, incluindo (1) a presença de uma lâmina dura intacta, (2) a extensão do espaço do ligamento periodontal, (3) a morfologia da crista óssea (aparência “plana” ou “angular”) e (4) a distância entre a CEJ e o nível mais coronal no qual o espaço do ligamento periodontal exibe sua espessura normal. Avaliação das necessidades de tratamento periodontal Índice Comunitário das Necessidades de Tratamento Periodontal (CPITN): Iniciativa da OMS Dentição dividida em 6 sextantes Sonda OMS Dois ou mais dentes presentes (não indicados à extração) Se apenas um dente permanecer incluir no próximo sextante Sondagem ao redor de todo o dente ou de dentes índices (levantamentos epidemiológicos). Medição mais grave representa o sextante SONDA: OMS Código 1: sextante sem bolsa, cálculo ou restaurações com sobrecontorno, mas com sangramento após sondagem Código 2: ausência de bolsas que excedem 3mm. Presença de cálculo dental e fatores retentivos de placa. Código 3: sextante com bolsas de 4-5mm de profundidade. Código 4: sextante com bolsas de 6mm ou mais de profundidade. Necessidades de tratamento: TN 0: gengiva sadia TN1: necessidade melhora na higiene bucal (código 1) TN 2: necessidade de raspagem, remoção dos excessos de restaurações e melhoria na higiene bucal (códigos 2 e 3) TN 3: tratamento complexo (código 4) Bastante utilizado em estudos epidemiológicos. Países em desenvolvimento Índice Periodontal Comunitário (CPI) (OMS, 1997). Maior ênfase à avaliação da condição periodontal do que à avaliação da necessidade de tratamento. Índice Periodontal Simplificado (PSR): Bastante utilizado em estudos epidemiológicos Ênfase à condição periodontal; Código 1: sextante sem bolsa, cálculo ou restaurações com sobrecontorno, mas com sangramento após sondagem Código 2: ausência de bolsas que excedem 3mm. Presença de cálculo dental e fatores retentivos de placa. Código 3: sextante com bolsas de 4-5mm de profundidade. Código 4: sextante com bolsas de 6mm ou mais de profundidade. Presença de recessão gengival maior do que 3mm, mobilidade, envolvimento de furca e problemas mucogengivais X: sextante ausente 1° sextante: 14-18; 2° sextante: 13 – 23; 3° sextante: 24-28; 4° sextante: 34-38 5° sextante: 33-43 6 sextante: 44-48; Exame periodontal padrão ouro atual: Exame periodontal completo (PERIOGRAMA) Profundidade de Sondagem (PS) Perda de inserção Mobilidade Sangramento à sondagem Envolvimento de furca Posição Gengival: Recessão - Hiperplasia 6 sítios por dente, em toda a dentição Nem sempre é viável - regiões com recursos escassos Sonda: UNC Índice parcial X Índice total: Exame parcial: Menor tempo - Menor custo - Útil em estudos populacionais - Não determina de forma precisa a presença de doença periodontal. Exame total: Fornece melhores meios de avaliar de forma precisa a prevalência e a gravidade da doença periodontal em um população - Maior custo - Maior habilidade profissional - Maior tempo. Epidemiologia das doenças periodontais Existem diferenças na qualidade de dados epidemiológicos disponíveis entre países desenvolvidos e em desenvolvimento: Registro completo – CPITN/PSR SB Brasil 2010 Exame periodontal Índice Periodontal Comunitário (CPI) Exame da Perda de Inserção Periodontal (PIP) População adulta e idosa Sonda OMS VER SLIDE 62- 65; Fatores de risco na doença periodontal São variáveis como comportamentos, agentes ou condições que podem ser associados com aumento da prevalência, extensão ou severidade da doença periodontal É uma exposição ambiental, aspecto do comportamento ou característica inerente associada a uma doença Idade - Sexo - Raça - Sócio-econômicos - Genéticos - Fumo - Diabetes - AIDS - Psico- sociais - Higiene oral – Microbianos Principais fatores de riscos: BIOFILME TABAGISMO DIABETES IDADE: Acúmulo de destruição periodontal ao longo do tempo - Perda de inserção cumulativa. SEXO: Perda de inserção em todos os níveis de severidade é maior em homens do que em mulheres – Relacionado a má higiene oral e consultas ao dentista Condições relacionadas aos hormônios sexuais – Fatores temporários – Relacionados principalmente ao sexo feminino RAÇA: Periodontite Agressiva: Escandinávia - 0% – Negros americanos – 13% Componente racial Componente sócio-econômico de cada grupo social. SÓCIO-ECONÔMICOS: Altos níveis educacionais estão relacionados com melhores níveis de saúde Populações de países ricos apresentam menor prevalência de doença periodontal. TABAGISMO: Fator de risco significativo para a doença periodontal Efeitos prejudiciais sobre o periodonto Terapia periodontal menos efetiva e aumento do risco de recorrência da doença CIGARRO: Fumantes apresentam um risco 2,5 a 7 vezes maior de apresentar doença periodontal severa do que não fumante. PERIODONTITE E DIABETES sintomas clínicos: Pacientes com diabetes geralmente apresentam sinais clínicos e radiográficos pronunciados de periodontite Inflamação gengival Aumento da Profundidade de sondagem Aumento da perda de inserção Perda óssea Perda dentária Doença periodontal é sexta maior complicação do diabetes. Os efeitos adversos do DM no estado periodontal parecem ser particularmente pronunciados em indivíduos com DM de longa data e controle metabólico insatisfatório HIGIENE ORAL: A má higiene oral pode favorecer a recolonização bacteriana por periodontopatógenos Métodos adequados podem prevenir a ocorrência das doenças periodontais. FATORES DE RISCO MICROBIANOS: Aggregatibacter actinomycetemcomitans - Porphyromonas gingivalis - Tannerella forsythia. Como fatores causais da periodontite CONCLUSÕES: Dados epidemiológicos fornecem informações importantes sobre o perfil periodontal de uma população Existem diferenças na qualidade de dados epidemiológicos disponíveis entre países desenvolvidos e em desenvolvimento – Registro completo – CPITN Métodos de avaliação total fornecem dados mais confiáveis sobre o padrão de destruição periodontal O controle dos fatores de risco envolvidos é parte fundamental no processo de prevenção e tratamento das doenças periodontais
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