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Complicações na Gravidez Disciplina Materno Infantil Prof. Adriane Bernardi SEG 2022 Complicações na Gravidez Mola Hodatiforme Placenta prévia Descolamento prematuro de placenta (DPP) Fatores de risco Rotura uterina Toxemia gravídica Pré-eclâmpsia Gravidez ectópica CIVD M o la h id at ifo rm e Mola Hidatiforme •Conceito: • Tumor usualmente benigno que se desenvolve a partir de tecido placentário em fases precoces de uma gravidez em que o embrião não se desenvolve normalmente. • A mola hidatiforme, que se assemelha a um pequeno cacho de uva, é causada por uma degeneração das vilosidades coriônicas (projeções minúsculas, semelhantes a dedos, existentes na placenta). Desconhece-se a causa da degeneração. Mola Hidatiforme Mola Hidatiforme • Incidência: • A mola hidatiforme é a forma mais comum de tumor trofoblástico (massa formada a partir da proliferação anormal das células do tecido embrionário). • Nos países desenvolvidos, ocorre em cerca de uma em cada 2000 gravidezes; a incidência é muito mais elevada em alguns países em vias de desenvolvimento. • Em cerca de 3% das gravidezes afetadas, o tumor transforma-se em coriocarcinoma, um tumor maligno que pode invadir as paredes do útero se não for tratado e metastizar para outros órgãos. Mola Hidatiforme • Sintomas: • São comuns, semelhantes à de uma gestação normal: enjoos matinais excessivos e perdas sanguíneas vaginais. • Pode apresentar também sinais de toxemia gravídica precoce, como hipertensão, edema e proteinúria • Diagnóstico: • Ecografia; • Níveis elevados de HCG (sangue e urina). Mola Hidatiforme • Tratamento: • Consiste em retirar a massa tumoral, que pode ser feita por curetagem. • Em casos mais extremos necessita-se de histerectomia. • Prognóstico: • Exames de HCG devem ser realizados com frequência, evitar gestação até nível normalizar. • Uma em cada 75 gravidezes futuras corre o risco de ser novamente afetada. CIVD (Coagulação intravascular disseminada) A Síndrome de Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) é caracterizada por alteração das vias de ativação e controle da coagulação sanguínea gerando acúmulos de fibrina na micro-vasculatura, com consumo de plaquetas e fatores de coagulação. Pode resultar em falência orgânica múltipla e sangramento anormal. A gravidez caracteriza-se por estado de hipercoagulabilidade e por complicações como descolamento prematuro de placenta, pré-eclâmpsia e síndrome HELLP que representam algumas das condições associadas à CIVD CIVD (Coagulação intravascular disseminada) Placenta prévia Disciplina: Materno infantil Prof. Enf. Adriane SEG 2022 Placenta prévia • Conceito: • Trata-se de uma implantação anormal da placenta cobrindo totalmente o colo do útero. • Ocorre principalmente em mulheres com cirurgias anteriores. • Sintomas: • O primeiro sintoma é uma hemorragia vaginal repentina e indolor nas últimas fases da gravidez, que se pode tornar abundante; o sangue pode ser de cor vermelha viva. • A ecografia é útil para efeitos diagnósticos e para diferenciar uma placenta prévia de uma que se desprendeu prematuramente Placenta prévia • Causas: • As possíveis causas da placenta prévia incluem endométrio (revestimento do útero) com cicatrizes, placenta grande ou formação anormal da placenta. • Incidência: • É de cerca de 1 em cada 200 nascimentos, mas aumenta a cada gestação da mulher. • Estima-se que a incidência em mulheres que tenham tido seis ou mais partos possa ser de 1 em cada 20 nascimentos. • Além disso, é duplicada em gestações múltiplas (como gêmeos ou trigêmeos). Placenta prévia • Fatores de risco: • Multiparidade (partos anteriores), gestação múltipla e cesariana anterior, se a cicatriz estiver baixa e próxima à região cervical vaginal). • Tratamento: • Se a hemorragia for abundante, podem ser necessárias várias transfusões de sangue. • Se a perda de sangue for pouco importante e o nascimento não estiver iminente, normalmente recomenda-se o repouso na cama. Placenta prévia • Tratamento: • No caso de a hemorragia se deter, pede-se à mulher que comece a caminhar. Se a hemorragia não se repetir, geralmente dá-se-lhe alta, desde que lhe seja fácil voltar de novo ao hospital no caso de ser necessário. • Quase sempre se faz uma cesariana, porque, se se deixar que chegue ao parto, a placenta tem tendência para se desprender com muita antecipação e isso pode impedir o fornecimento de oxigênio ao feto. Além disso, a mãe pode sofrer uma hemorragia maciça. Placenta prévia Descolamento prematuro de placenta (DPP) Disciplina: Materno infantil Prof. Enf. Adriane Bernardi SEG 2022 Deslocamento Prematuro de Placenta (DPP) • Conceito: • Separação intempestiva e prematura da placenta implantada no corpo do útero, depois da 20ª semana de gestação. • Fatores de risco: • Hipertensão; • Idade avançada; • Multiparidade; • Raça negra; • Trauma; • Gravidez gemelar; • Tabagismo; • Alcoolismo. DPP •Classificação: • Grau Zero Diagnóstico Retrospectivo • Grau I – Leve(40% dos casos) • Leve sangramento vaginal, irritabilidade uterina mínima, não existe desconforto fetal ou coagulopatia materna, PA geralmente normal. • Grau II – Moderado (45% dos casos) • Maior quantidade de sangramento vaginal, hipofibrinogenemia materna e desconforto fetal, PA mantida, geralmente há taquicardia. • Grau III – Grave(15% dos casos) • Sangramento vaginal maciço, hipertonia uterina intensa, hipotensão materna, CIVD com hipofibrinogenemia trombocitopenia, morte fetal. DPP • Sintomas: • Dor abdominal aguda em pontada; • Perda sanguínea vaginal; • BCF alterados; • Contrações uterinas. • Diagnóstico: • Exame físico; • Ultra-sonografia. • Tratamento: • No caso de feto morto ou inviável a amniotomia é o procedimento usualmente empregado no tratamento da DPP. • Estando o feto vivo, deve ser empregada quando não há risco maior de prolapso de cordão. • Cesariana de urgência. Rotura uterina Disciplina: Materno infantil Prof. Enf. Adriane Bernardi SEG 2022 Rotura Uterina • É a rotura/ruptura completa ou incompleta da parede uterina. • É mais frequente após a 28ª sem. Conceito: • Hipercontratilidade uterina; • Cliente com cirurgias uterinas prévias (cesariana corporal); • Falha no diagnóstico de DPP; • Manobras de versão interna e externa; • Traumas externos. Causas: Rotura Uterina • Cicatrizes uterinas secundárias a cesariana (90%) • Cicatrizes uterinas decorrentes de outras causas • Adenomiose • Passado de infecção puerperal • Multiparidade Fatores Predisponentes • Sinais de Iminência • Contrações subentrantes, intensas e dolorosas • Sinais de Distensão Segmentar • Sinal de Bandl - anel próximo ou contíguo à cicatriz umbilical separando o corpo do segmento inferior do útero • Sinal de Frommel - Ligamentos redondos retesados e desviados para frente Diagnóstico Rotura Uterina • Rotura Uterina Instalada • Dor • Hemorragia • Choque • Sinais de irritação peritoneal • Parada da progressão do trabalho de parto • Deformidades abdominais • Útero vazio • Feto superficial • BCF´s Ausente Diagnóstico Rotura uterina •Tratamento: •Cirúrgico: •Cesárea de emergência •Histerorrafia ou histerectomia. Toxemia Gravídica Eclampsia Pré Eclampsia Disciplina: Materno infantil Prof. Enf. Adriane Bernardi SEG 2022 T o x e m ia G ra v íd ic a •Conceito: •A toxemia gravídica ou doença hipertensiva específica da gravidez compreende um conjunto de problemas que só acontece durante a gravidez, depois da 20ª semana. •Ela engloba desde os casos leves de hipertensãoarterial e o inchaço no início da gestação até os quadro de pré-eclâmpsia, eclampsia e síndrome HELLP. Toxemia Gravídica • Pré-eclâmpsia: • Os vasos sanguíneos da mãe se contraem (tornam-se estreitos), diminuindo o suprimento de sangue ao feto, à placenta, aos rins, ao fígado, aos olhos, ao cérebro e a outros órgãos da mulher. • Eclâmpsia: • É uma complicação da pré- eclâmpsia combinada a ataques epiléticos ou coma. O problema pode afetar tanto a mãe quanto o bebê. Categorias de HAS na Gestação • Hipertensão Crônica – estado pré existente a gestação • Pré Eclampsia – síndrome multissistemica caracterizada por Hipertensão e Proteinúria surgida após 20 semanas Toxemia Gravídica • Incidência: • A pré-eclâmpsia e a eclampsia são as principais causas de doença e morte para mães e recém- nascidos. • A pré-eclâmpsia acontece em aproximadamente cinco a oito por cento das mulheres grávidas. • A eclampsia acontece em uma a cada 200 mulheres com pré-eclâmpsia, e é frequentemente fatal se não é tratada. Toxemia Gravídica • Fatores de risco: • Ser diabética com problemas vasculares; • Ter obesidade; • Ser portadora de hipertensão arterial crônica; • Ter problemas renais; • Estar abaixo dos 15 ou acima dos 35 anos de idade; • Ter gestações múltiplas (gêmeos, trigêmeos ou mais); • Ser da raça negra; • Ser portadora de Lúpus Eritematoso ou outra doença vascular do colágeno; • Ter uma história familiar de toxemia gravídica (mãe, irmã, filha, avó, tia, etc). T o x e m ia G ra v íd ic a •Quadro clínico: •Pré-eclâmpsia leve •A mulher com pré-eclâmpsia leve pode não ter nenhum sintoma, ou pode ter só um leve inchaço das mãos ou dos pés. •Entretanto, muitas mulheres grávidas têm algum grau de inchaço sem que isso indique pré-eclâmpsia. T o x e m ia G ra v íd ic a •Quadro clínico: •Pré-eclâmpsia grave •Dor de cabeça; •Alterações Visuais; •Náuseas, vômitos e dor abdominal, normalmente acima do umbigo; •Falta de ar; •Dor pélvica; •Sangramento vaginal; •Hematúria (presença de sangue na urina). T o x e m ia G ra v íd ic a •Quadro clínico: •Eclâmpsia •A eclâmpsia causa ataques epiléticos que se caracterizam por perda de consciência (desmaios) com contrações sem controle dos braços e das pernas; com ou sem liberação de urina ou fezes. T o x e m ia G ra v íd ic a • Diagnóstico: • O pré-natal é a melhor forma de ter a toxemia gravídica diagnosticada e tratada antes dela tornar-se grave. • O obstetra, durante a consulta pré- natal, irá medir a pressão arterial e solicitará um exame de urina para ver se há perda de proteína porque os resultados alterados são os sinais mais precoces e comuns da toxemia gravídica. Toxemia Gravídica • Caracterização da pré-eclâmpsia leve: • Pressão diastólica (menor valor) igual ou menor que 100 mmHg, • Elevação de 30 pontos no valor sistólico da pressão arterial (número superior) ou 15 pontos de elevação no diastólico (número inferior) em sua pressão sanguínea habitual, até mesmo se os valores não superarem 140 x 90 mmHg • Inchaço ou ganho de peso de mais que um quilo em uma semana ou um ganho de peso súbito. (Inchar na área de tornozelo é considerado normal durante gravidez) • Presença de proteína na urina, porém não superior a cinco gramas em 24 horas, • Exame de fundo de olho mostrando a retina borrada, além de evidência de arterioloespasmo. Toxemia Gravídica • Caracterização da pré-eclâmpsia grave: • Pressão sanguínea diastólica superior a 110 mmHg, • Dor de cabeça ou distúrbios visuais associados à pressão alta, • Proteína na urina superior a cinco gramas por um período de 24 horas, • Baixo volume urinário (oligúria) - inferior a 600 ml em 24 horas, • Dor abdominal ou pélvica, • Inchaço nos pulmões, • Sangramento vaginal, • Sinais da Síndrome "HELLP" - A síndrome HELLP acontece em aproximadamente 10 por cento das pacientes com pré-eclâmpsia grave e caracteriza-se pelo mal funcionamento do sistema de coagulação do fígado e do sangue. HELLP significa: Hemolysis (hemólise – destruição das células vermelhas do sangue), enzimas do fígado elevadas (Elevated Liver enzymes), e Low Platelets (baixa quantidade de plaquetas - células que ajudam o sangue a se coagular). T o x e m ia G ra v íd ic a • Caracterização da eclâmpsia: • O aparecimento de crises convulsivas ou coma numa mulher com pré- eclâmpsia grave define eclâmpsia. • Porém, tais crises convulsivas podem também acontecer na pré-eclâmpsia leve. • Quase 50% das pacientes com eclâmpsia têm também a síndrome HELLP. • A eclâmpsia pode aparecer durante o período pós-parto imediato. Toxemia Gravídica •Prevenção: •Pré-natal; •Manutenção dos níveis pressóricos normais; •Manutenção peso adequado; •Dieta balanceada. Toxemia Gravídica • Tratamento: • O parto é a única forma de tratar a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia de forma definitiva. • O ideal é que se retarde o parto até o feto estar suficientemente desenvolvido para nascer com segurança. To xe m ia G ra ví d ic a • Tratamento da pré-eclâmpsia leve: • Retardar o parto até que o bebê esteja maduro o bastante; • Repouso da mãe na cama com o corpo voltado para o lado esquerdo a maior parte do tempo; • Controle diário da pressão sanguínea, se possível mais de uma vez ao dia; • Controle do peso diariamente (valorizar o ganho de peso de 1 Kg por semana como piora); • Não fazer uso de diuréticos; • Não tomar remédios para a pressão a menos que a paciente tenha pressão arterial crônica ou que o repouso não diminua os níveis de pressão; • Dosagem das proteínas na urina a cada três dias; • Dosar as enzimas hepáticas e a coagulação do sangue pelo menos uma vez por semana; • Avaliar o crescimento ponderal e a vitalidade do feto semanalmente; • Hospitalização para tratamento adequado e monitoramento, quando necessário. Toxemia Gravídica • Tratamento pré-eclâmpsia grave: • Induzir o parto assim que for possível (a saúde e o bem-estar da mãe voltarão ao normal assim que o bebê nascer); • Medicamentos anti- hipertensivos de ação rápida como a Hidralazina (endovenosa) ou Nifedipina (sub-lingual); • Hospitalização de todas as pacientes com pré- eclâmpsia grave; • Uso de anticonvulsivante (Sulfato de magnésio) para diminuir o risco de crises convulsivas; • Controle da pressão sanguínea com medicamentos até o parto. Toxemia Gravídica • Tratamento da eclâmpsia • Controle das crises convulsivas com sulfato de magnésio intravenoso ou IM profundo; • Anticonvulsivantes como os Benzodiazepínicos e a Fenil- hidantoína (Hidantal) também podem ser usados; • Medicamentos hipotensores como a hidralazina e a nifedipina poderão ser usados para corrigir a hipertensão arterial; • Indução do parto tão logo as crises convulsivas forem controladas e a pressão sanguínea da mãe se estabilize; • Antibióticos podem ser recomendados pelo risco de infecção pulmonar e pela possibilidade da paciente ficar inconsciente e respirando por aparelho por longos períodos. To xe m ia G ra ví d ic a • Prognóstico: • A pré-eclâmpsia geralmente atinge o último trimestre de gravidez, mas pode iniciar a partir do 3° mês. Se a doença piora e ameaça a saúde da mãe o parto normalmente é induzido. • Os sintomas da pré-eclâmpsia regridem em geral de 1 a 2 dias após o parto e a pressão sanguínea volta aos valores normais após 1 a 3 meses. Se a eclâmpsia se desenvolve, o melhor tratamento para a mãe é a indução do parto. • O tratamento pré-natal pode reduzir drasticamente as complicações e mortes na pré-eclâmpsia e eclâmpsia. CIVD • A coagulação intravascular disseminada (CIVD) é uma síndrome adquirida caracterizada pela ativação descontrolada da coagulaçãono espaço intravascular que pode levar à oclusão vascular e consequente comprometimento do fluxo sanguíneo para diversos órgãos, o que em conjunto com alterações metabólicas e hemodinâmicas pode contribuir para a falência de múltiplos órgãos. Gravidez ectópica Disciplina: Materno infantil Prof. Adriane Bernardi SEG 2022 G ra vi d ez e ct ó p ic a • Conceito: • Implantação do óvulo fecundado fora da cavidade endometrial (tubas, ovários, intraligamentar e locais anômalos do útero). • A incidência é de 0,3 a 3% das gestações, sendo responsável por 6 a 10% de toda a mortalidade materna. • Pode causar ainda, dificuldade para nova fertilização e episódios repetidos de gravidez ectópica em até 25% das pacientes que conseguem novas gestações. Gravidez Ectópica • Fatores de risco: • Doença inflamatória pélvica; • Multiparidade; • Uso de DIU; • Cirurgias pélvicas extra-genitais; • Curetagens; • Insucesso de laqueadura tubária; • Anomalias tubárias; • Cirurgias tubárias conservadoras; • Idade maior que 30 anos; • Endometriose e • Uso de indutores de ovulação. G ra vi d ez e ct ó p ic a • Quanto à localização: • A maioria dos episódios (96%) ocorre nas tubas; • Sendo em ordem decrescente nas regiões: • Ampolar (73%); • Ístmica (24%) e • Intersticial (3%); • Gravidez ectópica extratubária tem uma frequência de apenas 4%. Gravidez ectópica Gravidez ectópica • Diagnóstico: • Dor abdominal; • Sangramento vaginal; • Massa palpável na região da tuba uterina; • Ultrassonografia. • Conduta: • Salpingotomia; • Salpingectomia. Complicações Reabsorção local Aborto espontâneo Aborto tubário completo ou incompleto Ruptura tubária Podendo levar a abdômen agudo, choque hipovolêmico e óbito. Obrigada! adribester@gmail.com
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