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Funções e Princípios do Direito Penal Funções do Direito Penal • Funções do Direito Penal: - Direito Penal como proteção de bens jurídicos - Direito Penal como instrumento de Controle Social - Função ético-social do Direito Penal - Função simbólica do Direito Penal - Função motivadora do Direito Penal Direito Penal como proteção de bens jurídicos: - Proteção de bens jurídicos relevantes (valores ou interesses reconhecidos pelo Direito como importantes para a vida em sociedade) - A proteção fundamenta e legitima o Direito Penal - Apenas os interesses mais relevantes fazem jus à proteção e são considerados bens jurídicos penais. Direito Penal como Instrumento de Controle Social: - Ao Direito Penal é reservado parte do Controle Social - Controle Social Formal - Dirige-se a todas as pessoas, mesmo àquelas que não tendem para comportamentos desviantes. - Modernamente, não tem se mostrado muito eficaz. Função ético-social do Direito Penal: - Também conhecida como função criadora ou configuradora de costumes - Tem origem na estreita vinculação entre a matéria de ordem penal e princípios éticos de uma sociedade - Efeito moralizador, garantindo um “mínimo ético” - Direito Penal como fator educativo, em face do radicalismo da função pedagógico- punitiva da pena. Função simbólica do Direito Penal: - Função inerente à todas as leis. - Evita situações de anomia (ausência de normas regulamentadoras) - Caso excessivamente valorizada, tende a enfraquecer, a longo prazo, a credibilidade do ordenamento jurídico. - Pensamento de Ney Moura Teles: “Combater a criminalidade com o Direito Penal é querer eliminar a gripe com analgésico.” Função motivadora do Direito Penal: - A lei penal incriminadora motiva o potencial delinquente. - Ameaça de sanção cogente na hipótese do cometimento da conduta prevista na lei penal incriminadora. Fontes do Direito Penal - O que é fonte? ◦ Nascedouro ◦ Lugar de onde nascem os regramentos de determinada ciência jurídica. - Para o Direito Penal não é só a origem, mas também a forma de manifestação da legislação penal. - Classificação: ◦ Fontes Materiais (Fontes de Produção) ◦ Fontes Formais (Fontes de Conhecimento) - Fontes Materiais (Fontes de Produção) ◦ São os órgãos constitucionalmente encarregados de elaborar o Direito Penal ◦ União – Constituição. Art. 22, I ◦ Estados, em caráter excepcional – Constituição. Art. 22, § único. - Fontes Formais (Fontes de Conhecimento) ◦ Imediata ◦ Lei – Somente a lei cria novos tipos penais ◦ Mediatas ◦ Constituição ◦ Costumes ◦ Princípios Gerais do Direito – Valores Fundamentais Princípios do Direito Penal - Princípio da Reserva Legal (ou Legalidade Estrita) ◦ Constituição. Art. 5º XXXIX ◦ Código Penal. Art. 1º ◦ “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” ◦ Somente lei cria novos tipos penais ◦ Vedação à criação de tipos penais por Portarias, Medidas Provisórias... - Princípio da Anterioridade ◦ Constituição. Art. 5º XXXIX ◦ Código Penal. Art. 1º ◦ “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” ◦ A lei penal incriminadora produz efeitos a partir da data em que entra em vigor ◦ Não se aplica a fatos pretéritos, salvo para beneficiar o réu (Irretroatividade) - Princípio da Insignificância (criminalidade de bagatela) ◦ Surgido no Direito Civil Romano (Corpus Juris Civilis) ◦ Incorporado ao Direito Penal na década de 70, por Claus Roxin ◦ Os juízes, promotores, defensores não devem movimentar a máquina pública quando a conduta não é capaz de lesar ou, pelo menos, colocar em perigo o bem jurídico tutelado. ◦ Fundamenta-se em valores de política criminal. ◦ Aplicação do Direito Penal em sintonia com os anseios da sociedade. - Princípio da Intervenção Mínima ◦ Direito Penal como ultima ratio ◦ O Estado só deve intervir, através da persecução penal, quando nenhum outro ramo do Direito resolver ◦ Tem como destinatário o legislador e o intérprete da lei ◦ Ampara a corrente do chamado Direito Penal Mínimo - Princípio do Ne bis in idem ◦ Cuida-se da proibição de dupla condenação por fato único. ◦ Uma vez imposta a sanção penal, a função da pena fica esgotada. ◦ Aplicação em casos de extraterritorialidade da lei brasileira. ◦ Fundamenta o instituto da detração penal. (utilização do tempo cumprido de prisão provisória/preventiva na pena privativa de liberdade) - Princípio do Fato ◦ O Estado não pode punir condutas puramente subjetivas, que não reflitam ações concretas. ◦ Sem que haja um comportamento humano doloso ou culposo, não há espaço para o exercício de punir. ◦ Meros pensamentos ficam fora do âmbito da ilicitude penal. - Princípio da Alteridade ◦ O Direito Penal somente pode punir condutas que lesionem bens alheios. ◦ Fatos que não prejudiquem terceiros além do próprio agente, são irrelevantes. ◦ Exemplos: ◦ Auto-lesão ◦ Tentativa de suicídio - Princípio da Adequação Social ◦ Há condutas que por sua adequação social não podem ser consideradas criminosas, apesar de formalmente se adequarem a algum tipo penal. ◦ O comportamento que se amolda a determinada descrição típica formal, porém socialmente irrelevante, adequando-se ao permitido ou tolerado pela sociedade como um todo, não realiza materialmente a descrição típica. ◦ Exemplo: ◦ Mães que furam as orelhas de bebês ◦ Circuncisão.
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