FALHAS DE MERCADO EXTERNALIDADES E BENS PÚBLICOS E A TEORIA DA REGULAÇÃO

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3 FALHAS DE MERCADO: EXTERNALIDADES E BENS PÚBLICOS E A TEORIA DA REGULAÇÃO
3.1 As falhas de mercado
Por meio dos fundamentos econômicos sobre a presença do Estado, percebemos que o sistema
econômico não é completo, isto é, há falhas de mercado presentes na economia, o que por sua vez,
pode gerar um baixo nível de bem-estar econômico e social. 
Na teoria tradicional do bem-estar social – welfare economic’s –, temos os mercados competitivos, em
que a alocação de recursos gera um maior grau de satisfação para uma parte dos agentes econômicos e
reduz e/ou exclui essa possibilidade de satisfação de uma parte da sociedade.
Sobre esse ponto, o welfare economic´s utiliza um conceito conhecido como ótimo de Pareto. Esse
conceito versa que “para um ganhador tem-se um perdedor”. A partir desse conceito, temos também o
Pareto eficiente sendo a máxima eficiência quando temos os pressupostos: a) a não-existência de
progresso técnico; b) ambiente de concorrência perfeita atomizado; c) informações simétricas e d)
Estado mínimo. 
Esses pressupostos revelam que dentro de um contexto de escassez, com a participação de um grande
número de pequenas empresas participando de vários mercados, cujas informações são transparentes,
sendo o Estado apenas um agente econômico que cuida da moeda, educação, saúde e segurança
públicas, podemos ter um resultado satisfatório pela ótica do ótimo Pareto, isto é, os agentes
econômicos, dentro desse contexto, conseguem tomar a melhor decisão para a elevação do seu bem
estar econômico e social.
Entretanto, sabe-se que há falhas de mercado e que as mesmas impedem que os agente econômicos
otimizem suas ações e se aproximem do Ótimo de Pareto. Podemos afirmar isso devido em grande parte
da estrutura real dos mercados, ou seja, há na maioria das economias a existência das falhas de
competição ou a existência de monopólios, de mercados incompletos, de informações assimétricas,
entre outras, fato que exige uma participação do Estado por meio da oferta de bens públicos, sendo
esse um dos principais meios para combater a desigualdade social, a concentração de renda, o
desemprego, a corrupção, a inflação, além de estruturas dualistas, entre outros problemas econômicos e
sociais.
3.2 Bens públicos
Os bens públicos são aqueles cujo consumo é socializado para toda a população. Esses bens são
também conhecidos como bens não-rivais e podem ser divididos em: a) bens tangíveis, como ruas; e b)
bens intangíveis, como leis.
Os bens públicos seguem o princípio da não-exclusão. Por exemplo, o comércio não pode ocorrer sem
que haja o direito de propriedade que depende da aplicação do princípio de exclusão.
Esses tipos de bens públicos têm, em contrapartida, a cobrança de impostos da sociedade, mas, em
alguns casos, há os agentes caronas, que são aqueles que não pagam os impostos, porém, utilizam o
serviço público e, sendo assim, há a cobrança compulsória de impostos.
3.2.1. Existência de monopólios naturais
Existem, em toda economia, setores com retornos crescentes de escala, isto é, quanto maior a
produção, menor será o custo da mesma. Um bom exemplo é o setor de energia elétrica, pois, dado um
custo fixo elevado, será mais racional ter uma empresa no setor de energia elétrica, para a redução dos
custos. O governo passa a ter um papel de regulador.
3.2.2. Externalidades
As externalidades são resultados das ações de alguns agentes que têm impacto direto ou indireto na
sociedade. Elas podem ser positivas, como elevação da educação da sociedade, ou negativas, como a
poluição dos rios e/ou a elevação do desmatamento.
3.2.3. Os mercados incompletos
Podemos definir um mercado incompleto quando este apresenta um bem ou serviço que não é ofertado
mesmo com o seu custo de produção sendo menor que o preço de venda. Geralmente isso s dá devido à
falta de infra-estrutura, que pode ser solucionada por financiamentos de longo prazo. No Brasil, temos o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de outros bancos. Porém, o
BNDES tem um papel mais focado em financiar infra-estruturas para a produção no longo prazo.
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3.3 Informações assimétricas
Existem, nas economias, as informações incorretas ou imperfeitas, que são conhecidas nas teorias
econômicas como informações assimétricas. As informações assimétricas podem causar um estado de
mal econômico ao fazerem as pessoas tomarem decisões erradas.
Um bom exemplo de informações assimétricas são os balanços de empresas que apresentam lucros e
levam vários agentes a comprar as suas ações na bolsa, mas, na verdade, essas empresas estão
insolventes, prejudicando as decisões dos agentes econômicos e destruindo parte ou toda a riqueza
acumulada pelos mesmos.
Geralmente, elas são causadas por indivíduos com o objetivo de levar a melhor no mercado, seja
praticando o exemplo acima ou concentrando a informação. Portanto, é dever do Estado tornar a
informação um bem público e socializá-la para o maior bem-estar econômico e social. Sendo assim, é
papel do Estado:
a) fiscalizar todos os setores produtivos, inclusive o setor privado, e acompanhar a produção dos bens e
serviços, além de verificar várias informações, entre elas o tamanho/quantidade/peso dos produtos
ofertados pelo mesmo; 
b) exigir a publicação de balanços contábeis das empresas; 
c) implantar e implementar políticas públicas de combate à exclusão digital.
A Manutenção do pleno emprego e estabilidade da moeda é papel do Estado implementar políticas
públicas através de investimentos, corte de impostos ou gastos do governo para retomar o crescimento
da demanda efetiva e o PIB e fazer a manutenção do pleno emprego e da estabilidade de preços.
Exercício 1:
Sobre as externalidades podemos afirmar que 
I surgem problemas quando as empresas, ou indivíduos, realizam suas ações considerando somente os benefícios e custos privados,
desconsiderando os benefícios e custos sociais. 
II os agentes econômicos não recebem do mercado a sinalização correta de custos e/ou benefícios de suas ações. 
III são causadas por imperfeições do mercado.
Está correto o afirmado em
A)
I, II e III.
B)
I e II. 
C)
III.
D)
I e III.
E)
II e III.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
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Exercício 2:
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O conceito de bens públicos é de difícil compreensão, pois demanda conhecimentos sobre a dinâmica da
economia e sobre a produção de produtos que está tornando-se privada com características públicas.
Para melhor compreender esse conceito convém utilizar um método de trabalho que inclua as
polaridades rivalidade/não rivalidade e facilidade de excluir/dificuldade de excluir. 
Considera-se bens públicos puros os caracterizados por não rivalidade e dificuldade de excluir. São eles:
I a água, a defesa nacional e o ar, entre outros.
II os softwares e a TV a cabo, entre outros.
III as ruas, os viadutos e os shows, entre outros.
IV os vestuários, os automóveis e as moradias, entre outros.
Está correto o afirmado em
A)
 I somente.
B)
II somente.
C)
III somente. 
D)
IV somente.
E)
II e IV.
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Exercício 3:
Entre os problemas do sistema tributário brasileiro, podemos destacar:
I A taxação recai com maior peso sobre a renda dos fatores de produção e não sobre a produção e
circulação de bens e serviços.
II Elevada equidade ao “buscar receita” por meio de impostos regressivos.
III A bitributação - tributos incidem sobre a produção e a circulação de bens e serviços em toda cadeiaprodutiva - encarece os produtos e serviços nacionais e prejudica a competitividade no comércio
internacional. 
Está correto o afirmado em 
A)
I, II e III.
B)
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I e II.
C)
I e III.
D)
II e III.
E)
(Nenhuma das afirmativas está correta).
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Exercício 4:
A teoria tradicional do bem-estar social ou welfare economic’s utiliza o conceito de ótimo de Pareto para
explicar como agentes econômicos podem otimizar suas condições de vida. Mas para que isso seja
viável, não pode haver falhas de mercado, isto é, não pode haver condições que impeçam os agentes
econômicos de otimizar suas ações e inviabilizem sua aproximação ao Ótimo de Pareto.
Podemos afirmar que essa condição não é atendida no dia a dia de indivíduos e de organizações porque 
 
I na maioria das economias há as falhas de competição ou a existência de monopólios, de mercados
incompletos. 
II o elevado nível de informações assimétricas exige regulação do Estado. 
III a oferta de bens públicos é um dos principais mecanismos de combate à desigualdade social, à
concentração de renda, ao desemprego, à corrupção e à inflação. Soma-se a esses fatores as estruturas
dualistas, entre outros problemas econômicos e sociais. 
 
Está correto o afirmado em 
A)
I, II e III.
B)
I somente.
C)
II somente.
D)
III somente.
E)
I e III.
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