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MORFOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

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Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Portuguesa
Profª. Rosangela Marçolla
3a Edição
Morfologia da 
língua
Elaboração:
Profª. Rosangela Marçolla
Copyright © UNIASSELVI 2021
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
M321m
 Marçolla, Rosangela
 
 Morfologia da língua portuguesa. / Rosangela Marçolla – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 
 214 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-685-6
 ISBN Digital 978-65-5663-684-9 
 
 1. Língua portuguesa. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
 CDD 469
Caro acadêmico! Estamos iniciando os estudos de Morfologia da Língua 
Portuguesa, na modalidade de ensino a distância, em nível de graduação. É uma ótima 
oportunidade para você ter uma formação acadêmica de alta qualidade, dominando os 
conteúdos necessários para o seu campo de aprendizagem.
O estudo traz os conceitos fundamentais para a compreensão dos aspectos 
morfológicos da Língua Portuguesa, com leituras e atividades que auxiliarão na fixação 
do conteúdo.
O material será apresentado em três unidades, contendo três tópicos em 
cada uma delas e ainda as divisões por assunto. Todos os pontos serão explicados, 
exemplificados para que você entenda de modo fácil, principalmente, na hora de resolver 
as questões relativas ao conteúdo.
A Unidade 1 apresenta os conceitos de Morfologia, o significado dos termos 
palavra e vocábulo, os estudos de morfologia gerativa, que alterou a forma que se 
conhecia tradicionalmente e encerramos essa parte com os neologismos, a dinâmica 
da nossa língua sempre se atualizando.
A Unidade 2 aborda as classes gramaticais: substantivo, adjetivo, verbo e 
advérbio, seus conceitos, flexões, gênero, número e grau. É de suma importância, nessa 
parte, o conhecimento detalhado dessas classes de palavras e o acompanhamento de 
leituras e práticas para o melhor entendimento.
A Unidade 3 traz mais classes gramaticais: numeral, artigo, pronome, preposi-
ção, conjunção e interjeição e, da mesma forma, o estudo minucioso de cada elemento, 
seus conceitos, tipos, formas, flexões e classificações. Mais uma vez, lembramos que 
fazem parte do aprendizado as práticas e as leituras para a fixação do conteúdo.
Temos a certeza de que vamos caminhar muito bem, lado a lado. Aproveite a leitura!
Bons estudos!
Profª. Rosangela Marçolla
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
QR CODE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - ESTRUTURA DAS PALAVRAS: PROCESSOS DE FORMAÇÃO
DE PALAVRAS ........................................................................................................................ 1
TÓPICO 1 - ESTUDOS DE MORFOLOGIA ...............................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 CONCEITOS DE MORFOLOGIA ............................................................................................3
2.1 PALAVRA E VOCÁBULO .......................................................................................................................8
3 MORFOLOGIA GERATIVA E TEORIA GERATIVA TRANSFORMACIONAL ..........................11
4 NEOLOGISMO .................................................................................................................... 15
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 19
TÓPICO 2 - APORTES TEÓRICOS DE MORFOLOGIA .......................................................... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 23
2 FORMAÇÃO DE PALAVRAS ............................................................................................. 23
3 MORFEMA ......................................................................................................................... 24
3.1 TIPOS DE MORFEMAS ....................................................................................................................... 27
3.2 MORFEMA, MORFE E ALOMORFE ...................................................................................................28
4 FORMAS LIVRES, FORMAS PRESAS E FORMAS DEPENDENTES ................................. 29
5 ELEMENTOS MORFOLÓGICOS ........................................................................................32
5.1 RADICAL E RAIZ ...................................................................................................................................32
5.1.1 Radicais gregos e latinos ..........................................................................................................32
5.2 VOGAIS TEMÁTICAS ...........................................................................................................................34
5.3 DESINÊNCIAS ......................................................................................................................................35
5.4 VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO (INFIXOS) ......................................................................36
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 38
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 40
TÓPICO 3 - PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS ................................................. 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 43
2 COMPOSIÇÃO ................................................................................................................... 44
2.1 OUTROS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS ...............................................................44
2.1.1 Hibridismo ....................................................................................................................................44
2.1.2 Onomatopeias ............................................................................................................................45
2.1.3 Sigla ..............................................................................................................................................46
3 DERIVAÇÃO .......................................................................................................................47
3.1 TIPOS DE DERIVAÇÃO ........................................................................................................................49
3.1.1 Afixos: prefixos e sufixos ...........................................................................................................49
3.1.2 Parassíntese ...............................................................................................................................52
3.1.3 Derivação regressiva ................................................................................................................53
3.1.4 Derivação imprópria .................................................................................................................53
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................57
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 58
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................59
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62
UNIDADE 2 — CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO,
VERBO E ADVÉRBIO .............................................................................................................67
TÓPICO 1 — SUBSTANTIVO E ADJETIVO ........................................................................... 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 69
2 FLEXÃO NOMINAL ............................................................................................................ 69
2.1 MORFEMAS FLEXIONAIS (DESINÊNCIAS) ...................................................................................... 72
3 SUBSTANTIVO...................................................................................................................75
3.1 CONCEITO DE SUBSTANTIVO ........................................................................................................... 75
3. 2 FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS ....................................................................................................... 76
3.3 GRAU DOS SUBSTANTIVOS .............................................................................................................78
4 ADJETIVO ..........................................................................................................................79
4.1 CONCEITO DE ADJETIVO .................................................................................................................. 80
4.2 FLEXÃO DOS ADJETIVOS .................................................................................................................82
4.3 GRAU DOS ADJETIVOS .....................................................................................................................83
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................87
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 88
TÓPICO 2 - VERBO: ESTRUTURA, FLEXÃO E CONJUGAÇÃO ............................................ 91
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 91
2 ASPECTO VERBAL ............................................................................................................ 91
3 ESTRUTURA VERBAL ...................................................................................................... 94
4 FLEXÃO VERBAL ...............................................................................................................96
5 PADRÃO GERAL DE FLEXÃO VERBAL ........................................................................... 101
6 FORMAS NOMINAIS DOS VERBOS .................................................................................103
7 CONJUGAÇÃO VERBAL ..................................................................................................105
 7.1 VERBOS REGULARES ...................................................................................................................... 107
8 MODO INDICATIVO ..........................................................................................................109
9 MODO SUBJUNTIVO ....................................................................................................... 110
10 VERBOS IRREGULARES ................................................................................................ 113
11 VERBOS REGULARES E IRREGULARES: TEMPOS COMPOSTOS ................................ 114
12 MODO IMPERATIVO ....................................................................................................... 116
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................120
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................122
TÓPICO 3 - ADVÉRBIO: VALORES MORFOLÓGICOS E SEMÂNTICOS .............................125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................125
2 CONCEITO DE ADVÉRBIO ...............................................................................................125
3 CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS ................................................................................129
4 O GRAU DO ADVÉRBIO ................................................................................................... 131
5 LOCUÇÃO ADVERBIAL ...................................................................................................132
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................134RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................135
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................136
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................138
UNIDADE 3 — CLASSES DE PALAVRAS: NUMERAL, ARTIGO, PRONOME,
PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO E INTERJEIÇÃO .................................................................. 141
TÓPICO 1 — NUMERAL E ARTIGO ......................................................................................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................143
2 NUMERAL ........................................................................................................................143
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS NUMERAIS ..................................................................................................146
2.2 FLEXÃO DOS NUMERAIS ................................................................................................................ 147
2.3 UTILIZAÇÃO DOS NUMERAIS .........................................................................................................148
3 ARTIGOS ..........................................................................................................................150
3.1 ARTIGOS DEFINIDOS ..........................................................................................................................151
3.2 ARTIGOS INDEFINIDOS .................................................................................................................... 152
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 157
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................158
TÓPICO 2 - PRONOMES ..................................................................................................... 161
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 161
2 CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES ................................................................................ 161
2.1 PRONOMES INDEFINIDOS ...............................................................................................................167
2.2 PRONOMES PESSOAIS ....................................................................................................................168
2.3 PRONOMES POSSESSIVOS ............................................................................................................ 171
2.4 PRONOMES DEMONSTRATIVOS .................................................................................................... 172
2.5 PRONOMES DE TRATAMENTO ....................................................................................................... 175
2.6 PRONOMES INTERROGATIVOS .......................................................................................................177
2.7 PRONOMES RELATIVOS ................................................................................................................... 178
3 PRONOMES ADJETIVOS E PRONOMES SUBSTANTIVOS ............................................. 179
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................182
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................183
TÓPICO 3 - PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO E INTERJEIÇÃO ...............................................187
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................187
2 VALORES SEMÂNTICOS DAS PREPOSIÇÕES ...............................................................187
2.1 TIPOS DE PREPOSIÇÕES ................................................................................................................188
2.2 LOCUÇÕES PREPOSITIVAS .............................................................................................................191
2.3 USO DAS PREPOSIÇÕES ................................................................................................................. 192
3 CONJUNÇÕES .................................................................................................................195
3.1 CONCEITO DE CONJUNÇÕES ......................................................................................................... 195
3.2 TIPOS DE CONJUNÇÕES ................................................................................................................ 197
3.2.1 Conjunções coordenativas e subordinativas ................................................................... 197
4 INTERJEIÇÕES ...............................................................................................................201
4.1 CONCEITO ............................................................................................................................................201
4.2 TIPOS DE INTERJEIÇÕES............................................................................................................... 202
4.3 UTILIZAÇÃO DE INTERJEIÇÕES NO TEXTO ............................................................................... 203
4.4 INTERJEIÇÕES COMO MARCADORES ORAIS ........................................................................... 204
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 206
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 207
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 208
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 211
1
UNIDADE 1 - 
ESTRUTURA DAS PALAVRAS: 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO 
DE PALAVRAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o significado da Morfologia e sua evolução dentro do campo científico;
• aprender a estrutura de palavras da Língua Portuguesa, diferenciando os processos 
de flexão, composição e derivação;
• entender os fundamentos da classificação de palavras, formação de palavras e dos 
morfemas e conseguir analisar morfologicamente as palavras;
• dominar o conteúdo para utilizá-los em atividades práticas. 
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ESTUDOS DE MORFOLOGIA
TÓPICO 2 – APORTES TEÓRICOS DE MORFOLOGIA
TÓPICO 3 – PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
ESTUDOS DE MORFOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Iniciaremos nossos estudos de morfologia para que você 
entenda a dinâmica de nossa língua, perceba a evolução das pesquisas nessa área do 
conhecimento, partindo de apontamentos tradicionais até chegar à morfologia gerativa.
Para cumprir a proposta deste tópico, vamos conhecer as características dos 
termos “palavra” e “vocábulo”, mostrando suas diferenças e suas especificidades e, em 
seguida, mostrar a atualização do modo de expressão da língua portuguesa por meio de 
neologismos.
Esperamos que você perceba a importância desses estudos de Morfologia da 
Língua Portuguesa e aproveite ao máximo as indicações de leituras para complementar 
os conceitos, além de refletir sobre eles por meio dos exercíciospropostos.
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
2 CONCEITOS DE MORFOLOGIA
FIGURA 1 – ESCRITA ANTIGA
FONTE: <https://bit.ly/38Eqi4A>. Acesso em: 2 fev. 2021.
4
A língua portuguesa é dinâmica e se modifica de tempos em tempos. A lín-
gua falada tem uma evolução mais rápida, atualiza-se por meio de expressões novas 
com o intuito de comunicar-se com seu público determinado, ao passo que a língua 
escrita permanece mais arraigada às suas origens, apesar de também sofrer algumas 
mudanças.
É importante lembrar, caro acadêmico, que conhecer o passado das estruturas 
formais da língua faz parte da compreensão da forma como nos expressamos hoje. Com 
isso, vamos dar início aos nossos estudos.
A morfologia é um campo diferente na área da Linguística porque seu estudo 
deriva não só dos fatos da morfologia em si mesma, mas da maneira como ocorre a 
interação com os outros ramos da Linguística como o Léxico, a Fonologia e a Sintaxe.
O estudo da morfologia e sua relação com outras áreas da Gramática, como 
a Fonologia, a Sintaxe e a Semântica tem sido o principal motivador pelos estudos 
morfológicos nos últimos anos. Isso se deve ao fato de não entender o morfema como 
elemento isolado sem relacioná-lo a outros termos de diversas naturezas.
Pesquisadores se debruçam sobre os estudos para facilitar a compreensão 
dessa interação de áreas, o que faz que surjam controvérsias. Como consequência, 
ressalta-se a questão da existência da morfologia como componente autônomo ou 
dependente de outros componentes gramaticais. Vamos entender a morfologia como 
uma área de estudos da Linguística, com suas ideias tradicionais e, posteriormente, 
suas mudanças de concepções.
Morfologia significa morphe, ‘forma’ (do grego) e logos, ‘estudo’, ‘tratado’. 
Morfologia é o estudo da forma e, no campo linguístico, a forma das palavras. O termo 
morfologia tem registro no século XIX, apesar de a palavra sempre se posicionar no 
centro da gramática, principalmente nos estudos tradicionais.
A Morfologia tem uma história recente no Brasil. A sua relevância se dá pela 
influência do Estruturalismo, que coloca a morfologia como objeto de estudo de 
forma sistêmica, valorizando sua importância na compreensão da língua portuguesa.
5
Para entender o estruturalismo: O Estruturalismo surge nas primeiras décadas do século 
XX como uma teoria que interpreta os elementos da cultura humana como unidades que 
se relacionam entre si em uma estrutura sistêmica. Uma característica que distingue o 
estruturalismo de outras propostas teóricas está em ter sido utilizado em vários campos 
das ciências humanas, tais como a antropologia e a sociologia, além, naturalmente, da 
linguística. Ademais, a concepção estruturalista do mundo e dos fenômenos atinentes à 
vida humana deu oportunidade para que suas teses também fossem agasalhadas 
nas artes visuais, de tal sorte que hoje se pode entender o estruturalismo como 
um efetivo movimento filosófico que integra a episteme do século XX. Embora 
as bases do estruturalismo linguístico tenham-se fundado nas primeiras 
décadas do século, sobretudo com as teses de Ferdinand de Saussure (1857-
1913) e os trabalhos subsequentes da Escola de Praga – notadamente 
Roman Jakobson (1896- 1982) e Nikolai Trubetzkoy (1890-1938) –, o 
estruturalismo somente chegou ao Brasil nos últimos anos da década 
de 1930, mais especificamente em 1938, quando Joaquim Mattoso 
Câmara Júnior (1904-1970) ministra o primeiro curso de linguística 
geral na universidade brasileira – Universidade do Distrito Federal. 
Com a publicação do volume Princípios de linguística geral (1941), 
Mattoso Câmara consolida em órbita bibliográfica a inserção das teses 
estruturalistas no cenário acadêmico brasileiro, inspirado, sobretudo, 
em Roman Jakobson e em Leonard Blomfield (1887-1949). A partir desse 
momento, os estudos linguísticos brasileiros cingem-se em uma bifurcação que 
põe em caminhos distintos, de um lado, os estudos histórico-comparativos, de 
base diacrônica e caráter empírico, que vinham predominando na descrição 
do português desde as últimas décadas do século XIX, e, de outro, os estudos 
estruturalistas, de base sincrônica e caráter formal, pautados na concepção 
sistêmica da língua. Ao longo de pelo menos três décadas, vários textos 
sobre linguística geral e descrição do português, inspirados nas teses 
estruturalistas, multiplicaram-se de maneira tão avassaladora que muitos 
linguistas contemporâneos chegam a afirmar equivocadamente que se 
deve a Joaquim Mattoso Câmara Jr. a introdução da ciência linguística no 
Brasil (CAVALIERE, 2018, p. 1-2).
NOTA
A morfologia ganhou espaços nos estudos formais, em termos linguísticos, e 
passou a ser estudada com mais afinco. Para se entender melhor, é o momento de se 
conceituar as denominações que serão utilizadas ao longo deste material didático.
Os estudos da língua portuguesa evoluíram ao longo das décadas, mostrando 
caminhos diferentes de entendimento em todos os níveis. Aprendemos que a língua 
escrita é diferente da falada, pois segue preceitos rígidos aprendidos principalmente 
nas escolas.
Apesar da mudança de pensamento dos linguistas e de suas pesquisas mais 
atuais, ainda se preserva certo engessamento no ensino da língua. A norma culta aos 
poucos vai dividindo seu espaço com outras formas de expressão.
6
No campo da morfologia, as classes de palavras são estudadas e utilizadas 
para fins didáticos para facilitar a classificação dos vocábulos. Hoje, sabe-se que essa 
classificação não é mais tão hermética assim, verificando-se termos em deslocamento: 
verbos, adjetivos que ocupam o lugar de substantivos, por exemplo.
O pesquisador Marcos Bagno (2013) partilha seus conhecimentos dizendo que 
o professor deve ser um profundo conhecedor da gramática normativa para poder 
mediar a análise linguística de maneira apropriada. Verifica que: 
É essa necessidade semântico-pragmática o motor de tudo quanto 
fazemos com a linguagem. Por esse caráter, é que as classificações 
gramaticais da língua não devem ser tomadas como fixas e defini-
tivas. ‘Teorias linguísticas contemporâneas tentam mostrar que as 
palavras navegam pela nebulosa da língua sem respeitar frontei-
ras rígidas, sem se encaixar nessa ou naquela classe gramatical’. 
[...] As classes gramaticais não são mesmo campos fechados, ‘mas, 
sim, domínios conceituais com um centro definido e bordas fluidas, 
por onde as palavras podem entrar e sair sem dificuldade’ (BAGNO, 
2013, p. 108-109).
Essa ideia mostra que há abertura para entendermos as palavras não apenas 
a partir de classificações como se dá em outras áreas de estudos. As ciências naturais 
definem as classificações de animais, vegetais e minerais, por exemplo.
Nos estudos de língua portuguesa, percebemos mobilidade nos termos já 
classificados morfologicamente, que podem ser utilizados pelos seus sentidos, pela sua 
função em uma frase etc.
Quando se trata do ensino da gramática nas escolas, principalmente para os 
alunos de educação básica, que estão recebendo as primeiras noções, é importante 
prestar atenção nas palavras do pesquisador Fábio Araújo Oliveira (2021, p. 3).
Para um ensino de morfologia bem-sucedido, é necessário considerar 
vários fatores, e um deles diz respeito à formação do professor 
e ao seu letramento profissional, ou seja, as práticas de leitura e 
escrita que o auxiliam no exercício profissional. Ensinar morfologia 
é ensinar gramática, e para ensinar gramática é necessário tanto um 
conhecimento de mundo e interdisciplinar, quanto ter acesso a teorias 
e documentos que orientam ou regulam o ensino de língua. Além 
disso, é preciso ter acesso a conhecimentos específicos, a saber: a 
gramática normativa; teorias linguísticas que descrevem a língua e o 
seu uso, e que normalmente contribuem para aprimorar o conteúdo 
da gramática normativa; teorias linguísticas sobre a construção do 
sentido etc. Tais conhecimentos devem ser mobilizados para orientar 
o aluno no uso da língua oral ou escrita, em suas práticas de escuta, 
leiturae produção, bem como de reflexão gramatical propriamente 
dita, considerando o nível de aprendizagem do aluno.
 
E, ainda, nas palavras de Oliveira (2021, p. 8), os alunos devem ter mais 
informações sobre todos os fatos que o cercam, ler, buscar saber, pesquisar, pois:
7
saber gramática normativa não garante que se saiba trabalhar a 
gramática funcionando no texto em sala de aula. É preciso mais. É 
preciso conhecimento de mundo, de análise de textos, de análise de 
discursos etc. É preciso conhecimento de Literatura, Artes em geral, 
História, Antropologia, Sociologia etc. É preciso ter um letramento 
profissional realmente amplo, elástico, com circuito em várias áreas. 
A perspectiva da gramática funcionando no texto também se aplica 
para a produção de textos, pelos mesmos motivos que abordamos 
quanto à interpretação textual.
A morfologia antes ensinada de maneira desvinculada das outras áreas ganhou 
enfoques mais amplos. Partiremos da base, das conceituações necessárias para o 
entendimento da estrutura da língua portuguesa. Vamos conferir o que diz o pesquisador 
Coneglian (2020, p. 6) sobre os estudos de gramática numa abordagem mais atual.
As definições das classes, como observam Croft (2001) e Neves 
(2016), são, em sua maioria, nocionais, fundamentadas em critérios 
de ordem semântica e não em seu comportamento morfossintático, 
fato do qual decorrem a impropriedade e a inadequação desse tipo 
de definição na caracterização das classes.
Um exemplo de definição nocional das classes de palavras é oferecido 
em: 
(01)
Substantivos denotam pessoas, coisas ou lugares.
Adjetivos denotam propriedades.
Verbos denotam ações. 
Guiando-se pelos critérios em (01), uma palavra como sonegação 
não denota nenhuma das propriedades que lá vêm postas, no 
entanto seria errôneo afirmar que essa palavra não pertence à classe 
dos substantivos. De semelhante modo, um verbo como considerar, 
que não expressa nem uma ação nem um evento, não pertenceria à 
classe dos verbos. No caso de palavras como cadeira e correr, que, 
respectivamente, denotam uma coisa e uma ação, elas pertencem às 
classes dos substantivos e dos verbos. Ora, as definições nocionais 
geralmente captam as propriedades dos membros prototípicos 
de uma determinada classe, isto é, aqueles membros que melhor 
representam uma determinada classe de palavras, e, a todos os 
membros da classe são atribuídas as propriedades dos protótipos. 
[ ...]
Ainda que dominantes na caracterização das classes de palavras, 
as definições nocionais podem ser acompanhadas por definições 
funcionais, que privilegiam justamente o papel que as palavras 
desempenham na construção da oração. 
Os estudos de gramática têm sido direcionados para uma nova visão dos 
termos que compõem uma frase. Trata-se de análise e de reflexão das palavras para a 
compreensão das mensagens. Assim, autores se debruçam em pesquisas que tentam 
explanar conceitos, principalmente para os profissionais que se encaminham para a 
docência da língua portuguesa.
Uma ideia para quem ensina língua portuguesa é trabalhar todos os conceitos 
utilizando textos próprios para cada faixa etária, principalmente estabelecendo 
comunicação com os alunos a partir do grau de interesse que se pode oferecer a eles.
8
Os textos eleitos para o trabalho em sala de aula devem ser textos 
autênticos, falados ou escritos. Textos produzidos para uma dada 
finalidade. Textos funcionais. Textos facilmente encontrados em 
diversificados suportes porque “toda manifestação real da língua se 
dá na forma de textos” (BAGNO, 2012, p. 78), que se apresentam de 
diferentes formas e estilos e que passamos a tomar consciência deles 
na educação básica como gêneros textuais, uns mais monitorados 
que outros porque assim exige o gênero. São esses textos que devem 
servir de base para as reflexões, levantadas pelo professor nas aulas 
de português (GOMES, 2019, p. 48).
Oferecemos aqui as classificações das palavras, que partem dos estudos da 
gramática normativa, para o encontro de outras linhas de pensamento, pois facilitam 
o trabalho se partirmos de um ponto já determinado outrora para entendermos os 
novos caminhos. 
A ideia é fazer com que não nos apeguemos exclusivamente ao ensino das 
classes de palavras, percebendo a sua fruição livre dentro do texto. E que você possa 
conhecer a língua portuguesa e transformar os seus ensinamentos em atividades 
dinâmicas e interessantes para seus alunos. 
Como sugestão, indicamos o texto Como as palavras se organizam 
em classes, de Maria Helena de Moura Neves, resultado de palestra 
proferida no Museu da Língua Portuguesa. Acesse em: <https://bit.
ly/3zIbi1r>. 
Sugerimos, também, assistir à entrevista com a pesquisadora Maria 
Helena de Moura Neves sobre sua atuação nos estudos linguísticos do 
Brasil, incluindo seu papel como funcionalista e suas contribuições para 
o ensino e a pesquisa. Acesse em: <https://www.youtube.com/watch?v=_
O9CW7fSmDk>.
DICAS
Para avançar nos conhecimentos linguísticos é importante resgatar os estudos 
que deram sustentação a novos conceitos. Vamos ver como se definem palavra e 
vocábulo, essenciais para a compreensão da análise morfológica.
2.1 PALAVRA E VOCÁBULO
Segundo o dicionário Michaelis (PALAVRA..., 2021, s.p.), a definição de palavra:
https://www.youtube.com/watch?v=_O9CW7fSmDk
https://www.youtube.com/watch?v=_O9CW7fSmDk
9
1 LING. Unidade mínima com som e significado que, sozinha, pode 
constituir um enunciado; vocábulo.
2 Unidade da língua composta de um ou mais fonemas que, em 
língua escrita, se transcreve entre dois espaços em branco, ou entre 
um espaço em branco e o sinal de pontuação.
3 GRAM. Unidade que pertence a uma das grandes classes 
gramaticais, como substantivo (quando expressa um objeto), verbo 
(quando expressa uma ação), adjetivo (quando expressa uma 
qualidade), preposição (quando expressa relação) etc. Considerando 
apenas seu significado, sem levar em conta as modificações que nela 
ocorrem com as marcações flexionais; vocábulo. 
A palavra serve para expressar uma ideia. Pensamos em uma mesa. Aí vem a 
imagem desse objeto imediatamente.
FIGURA 2 – MESA
FONTE: <https://bit.ly/3kUHjx0>. Acesso em: 2 fev. 2021.
Então, podemos entender que a palavra nomeia os objetos e as pessoas. É uma 
forma de facilitar o entendimento das conversas e a comunicação entre as pessoas. E, 
mais importante que isso, permite o reconhecimento dos objetos, das pessoas e assim 
por diante.
A palavra é o primeiro sentido da evolução humana. Não apenas emitimos sons, 
mas pronunciamos palavras e nos comunicamos por meio delas, o que nos difere dos 
outros animais. Está muito fácil de entender até agora. E quando definimos vocábulo?
 
Vocábulo é a palavra considerada apenas quanto à sua forma, 
independentemente da significação que nela se encerra.
[Gramática] Cada uma das partes átonas que fazem referência ao 
léxico, nomeadamente as conjunções, as preposições, os pronomes 
oblíquos e os artigos que, não possuindo a capacidade de formar um 
enunciado, se juntam a outros dando origem a um termo fonético.
Gramática] Unidade linguística com significado; palavra.
[Linguística] Entrada de dicionário; termo, verbete (VOCÁBULO..., 
2021, s.p.). 
10
O vocábulo é a palavra usada para demonstrar objetos, pessoas, sentimentos. 
O ato de atribuir um nome é o que significa etimologicamente um vocábulo. Vem do 
latim vocare e quer dizer chamar ou dar um nome. Melhor dizendo, o vocábulo equivale 
a uma palavra. 
Os dois termos têm semelhanças e causam dúvidas sempre. Podemos dizer 
que toda palavra é um vocábulo, mas nem todo vocábulo é uma palavra, isto é, só são 
palavras os vocábulos que apresentam significação lexical. O vocábulo é neutro e a 
palavra pode ser flexionada.
O vocábulo é uma palavra que pode ser nome ou verbo. Quando acrescentamos 
uma desinência, nem que seja apenas “s” formador de plural, criamos uma nova palavra, 
mas não um novo vocábulo.
Quando consultamos o dicionário não o fazemos por palavras, e sim porvocábulos. Não procuramos a palavra “cantassem” e sim o vocábulo "cantar”.
Vocabulário seria, então, o conjunto de vocábulos. E dizemos que conhecer 
uma quantidade razoável de vocábulos facilita a dinâmica da comunicação 
entre as pessoas, enriquecendo o diálogo.
IMPORTANTE 
Há dois tipos de vocábulos, o lexical e o gramatical. Vocábulos lexicais são 
aqueles que representam ideias e vocábulos gramaticais os que não traduzem ideias, 
mas, servem para estabelecer relações entre as palavras, o que chamamos também 
de funções dentro de um contexto. Temos o seguinte exemplo: O copo é de cristal. 
Entendemos o que significa copo, cristais separadamente, mas o, de não carregam 
significados por si só. Eles ligam os termos para a compreensão da mensagem. No 
caso, o artigo o é definido e significa que estou falando de um determinado copo e a 
preposição de leva a pensar no material de que o copo é feito.
 
 Vamos ainda esclarecer mais alguns pontos. A  palavra  é constituída de 
elementos materiais (vogais, consoantes, semivogais, sílabas, acento tônico) a que se 
dá um sentido e que se permite uma classificação.
Representamos graficamente cada palavra separada por um espaço. Exemplo: 
“o menino ganhou uma bola”, temos cinco palavras, ou seja, o, menino, ganhou, uma, 
bola, mas, podemos ver outro exemplo: meu guarda-chuva é preto. Nesse caso, temos 
cinco palavras, porém com o sentido de quatro. Assim: meu, guarda-chuva, é, preto. 
Portanto, se estudarmos as palavras apenas no seu sentido morfológico não teremos a 
clara noção do contexto. O direcionamento para que se entenda essa questão é agregar 
a função da palavra à morfologia.
11
Outro ponto importante diz respeito à fonologia. Ao dizer detergente (produto) e 
deter gente (prender gente), molho (de tomate), molho (de molhar), os sons ou as grafias 
podem ser iguais ou parecidos restando entender o contexto em que se inserem para 
que percebam a diferenças entre elas.
Vamos avançar mais, entendendo os meandros da nossa língua portuguesa, 
passando para o estudo da morfologia gerativa e teoria gerativa transformacional, que 
vai nos mostrar como se reformulam as ideias dentro do campo científico.
3 MORFOLOGIA GERATIVA E TEORIA GERATIVA 
TRANSFORMACIONAL
Dando início aos estudos de gramática, que por definição tratam de um 
sistema de regras, unidades e estruturas de que o falante de uma língua (emissor) tem 
conhecimento e a utiliza para expressar suas ideias. A partir da leitura do artigo de Lima 
e Neves (2019), podemos conceituar os tipos de gramática: 
• Normativa: tem como regra algo que deve ser seguido como norma geral. Não se 
admite variações linguísticas, pois serão consideradas como erros gramaticais. 
São regras ensinadas nas escolas de uma forma geral e encontradas nos textos 
acadêmicos, científicos e etc.
• Descritiva: a sua utilização deve corresponder à fala dentro de um grupo específico. 
A forma como as pessoas se expressam são variáveis, específicas que devem 
ser respeitadas dentro desses limites, pois o que não faz parte do vocabulário da 
comunidade transforma-se em erro. Aqui podemos realçar os regionalismos, a 
forma de expressão e as palavras utilizadas em locais diferentes, como mandioca, 
macaxeira, aipim, que são conhecidas por seus nomes em cada região determinada.
• Internalizada: considerada a forma nata de linguagem, a forma inicial de expressão 
que se aprende e se consolida com o passar do tempo. É a forma como o indivíduo, 
principalmente a criança, se comunica com as pessoas em seu entorno apenas 
pelo conhecimento básico de sua língua materna. Exemplo: eu cabo no carrinho, eu 
sabo... Esse tipo de conhecimento deve ser ampliado por meio da aprendizagem de 
outros vocábulos, sua construção dentro de um pensamento lógico e o domínio da 
expressão de seu próprio idioma.
QUADRO 1 – TIPOS DE GRAMÁTICA
12
FONTE: <https://bit.ly/3td8abo>. Acesso em: 14 jun. 2021.
Vamos, em primeiro lugar, falar de gramática normativa: aquela que prescreve as 
regras, normas gramaticais de uma língua. Serve-se das regras gramaticais tradicionais 
e o uso da língua utilizando termos considerados clássicos e formais, encontrados em 
obras literárias mais antigas, textos científicos, discursos de autoridades etc.
 
A gramática normativa é um conjunto de conhecimentos, para 
construir e interpretar unidades como, frases, orações e períodos. 
Entretanto, essas instruções, isto é, as regras são distinguidas em 
quatro tipos tais como: regras fonológicas, é que descrevem a pro-
núncia das formas da língua; regras morfológicas, que descrevem a 
estrutura das palavras; regras sintáticas, que descrevem a organiza-
ção das sentenças; regras semânticas (ou regras de interpretação), 
que relacionam as formas descritas pelas regras morfológicas e sin-
táticas com seus respectivos significados (BEZERRA, 2013, p. 5-6).
Dentro dessa linha de raciocínio, tudo o que foge das regras da gramática 
normativa se considera forma errada. Sabemos hoje que evoluímos nossa maneira 
de ver a comunicação entre pessoas e passamos a aceitar formas diferentes de fala, 
expressões regionais, neologismos. A escrita é mais inflexível, pois exige de quem 
escreve certos conhecimentos da norma tradicional, mesmo que informal. Essas 
concepções relacionam-se aos estudos do que denominamos de gramática funcional, 
a que tem por finalidade facilitar o intercâmbio de ideias entre os interlocutores.
Com o avanço dos estudos nessa linha, podemos observar que a simples 
classificação das palavras de maneira definida perde o sentido para as novas descobertas 
nessa área de conhecimento. Temos, então, as  gramáticas descritivas que surgiram, 
principalmente, pela limitação da  gramática normativa  em descrever a realidade de 
um idioma, uma vez que as pessoas se comunicam de forma diferente da tradicional, 
da normativa e, ainda, a internalizada, que nasce com o indivíduo como forma de 
comunicação natural de sua língua materna.
13
E, assim, as pesquisas evoluem e se direcionam para outros caminhos. Os es-
tudos linguísticos ditos tradicionais realizados até o século XVIII mantêm o foco na gra-
mática tradicional. Já no século XIX, a novidade passa a ser com a fonologia, por conta 
da similaridade entre as línguas e isso terá continuidade com os estudos estruturalistas 
(da primeira metade deste século). 
As pesquisas relacionadas à linguística moderna foram muito importantes e 
decisivas para o estudo dos conceitos de gramática e apresentaram novos métodos 
de análise dentro da ciência da linguística, discutindo ideias, buscando a interpretação 
em pontos ainda incompreensíveis. É o caso dos estudos da linguagem que passam a 
contribuir para o entendimento da gramática gerativa.
A aquisição da linguagem, bastante estudada por pesquisadores de vários 
campos do conhecimento, é o fator importante nessa linha de entendimento. Um dos 
estudiosos dessa área e defensor da linguagem como instinto humano foi o linguista 
Noam Chomsky. Na década de 1950 criou a Teoria Gerativa, afirmando que a aquisição 
da língua vem de um órgão mental, tal qual uma faculdade psicológica já existente 
nas pessoas. A ideia da gramática gerativa era mesmo a de gerar frases com inúmeras 
possibilidades de sentidos e entendimentos de acordo com a criatividade de cada um. 
 
A proposta de Chomsky era entender uma gramática universal como o fun-
cionamento das estruturas linguísticas da aquisição e a capacidade de uso da língua 
através do estudo das faculdades mentais. A partir desse pensamento, nasce a ideia 
do gerativismo, que se define como um modelo teórico capaz de descrever e explicar a 
natureza e o funcionamento da construção de sentidos por meio das palavras. 
A gramática gerativa pressupõe dois pilares: a competência e o desempenho 
dos indivíduos. Por competência, entende-se a habilidade inata do ser humano, o saber 
interiorizado e o desempenho, o desenvolvimento de uma habilidade e armazenamento 
desses conhecimentos em sua memória ao longo do tempo.A pesquisa de Chomsky ainda pressupõe a existência de uma Gramática 
Universal (GU), inata no ser humano, possibilitando a aquisição de uma ou mais línguas. 
Para ele, seria possível investigar esse estado inicial, geneticamente determinado, com 
o objetivo de descobrir a base sobre a qual a língua se desenvolve, para entender como 
se dá o processo de aquisição de língua.
Para Chomsky e sua gramática universal, a atividade do linguista 
é descrever a competência do falante. Com esse foco, o mesmo 
considera que a língua é um conjunto infinito de frases e que se 
define não só por essas já existentes, mas também pelas possíveis, 
ou aquelas que se podem criar a partir da interiorização das regras da 
língua, tornando os falantes aptos a produzir frases que até mesmo 
nunca foram ouvidas por ele. 
14
Isso significa que, para ele, o termo gramática é usado de forma dupla: 
é o sistema de regras possuído pelo falante e, ao mesmo tempo, é o 
artefato que o linguista constrói para caracterizar esse sistema. As-
sim, a gramática é ao mesmo tempo, um modelo psicológico da ativi-
dade do falante e uma máquina de produzir frases (SILVA, 2020, p. 37).
A gramática transformacional  é uma teoria da gramática  que explica as 
construções de uma  língua  por meio de  transformações  linguísticas  e estruturas de 
frases. Também conhecida como gramática geradora transformacional.  
Para Chomsky, todas as línguas apresentam uma estrutura superficial ou 
aparente, representando a forma em que aparece a oração, e outra estrutura profunda 
ou latente, que vai de encontro ao conteúdo semântico da oração e, a partir daí, forma 
o corpo gramatical básico pertencente ao falante de uma língua.
Nada mais interessante que saber do próprio pesquisador o que realmente ele 
pensa em relação à morfologia gerativa e à teoria gerativa transformacional. Com você, 
Noam Chomsky, em texto compilado de entrevista e publicado por Adriano e Corôa 
(2010, s.p.) no blog #Linguística:
Como aprendemos uma língua? A grande pergunta de Noam 
Chomsky. Você provavelmente já passou anos lendo livros ou tendo 
aulas sobre como aprender uma língua estrangeira. Morar num país 
estrangeiro ajuda, mas ainda assim o processo de organização 
mental das palavras e estruturas da língua é bem demorado. Mas e 
as crianças? Você já parou para se perguntar como elas conseguem 
organizar mentalmente o funcionamento de sua língua de maneira 
tão rápida e inconsciente? Reparem que elas não têm ainda uma 
primeira língua pra se basear e que, por não estarem em um curso de 
línguas com evidências e instruções concretas, elas têm evidências 
bem limitadas de como funciona a estrutura das línguas que as 
pessoas falam a sua volta. Assim, surge o argumento da pobreza 
de estímulo, que, basicamente, afirma que os dados disponíveis à 
criança na língua que a rodeia não são suficientes o bastante para 
definir uma gramática.
Por muitos anos, Noam Chomsky, linguista americano nascido em 7 
de dezembro de 1928, na Filadélfia, tentou responder a tal pergunta, 
conhecida como Problema lógico da aquisição da linguagem 
(também chamado de problema de Platão). Esse problema é baseado 
no  diálogo Ménon, de Platão, na qual o personagem Sócrates 
demonstra para Ménon que, se desafiado de maneira correta, mesmo 
um escravo sem instrução possui noções inatas de matemática. 
Esses conhecimentos permitiriam que o escravo fizesse, de maneira 
intuitiva, alguns cálculos geométricos. Essa pergunta continua sendo 
o elemento norteador das investigações científicas assumidas por 
Chomsky desde a sua graduação na Universidade de Pennsylvania. 
A contribuição de Noam Chomsky foi fundamental para a mudança de 
pensamento dos estudiosos, pois ao iniciar as pesquisas sobre a Teoria Gerativa, 
mostra a pertinência dos símbolos e regras para a análise das estruturas de frases. Para 
Chomsky, segundo Adriano e Corôa (2020), as regras dividem as sentenças em partes 
menores e, quando se combinam essas partes por meio de transformações (nome dado 
15
às regras), é possível gerar todas e apenas as sentenças gramaticais (válidas) de uma 
dada língua, que são ilimitadas em número. Esse estudo denominou-se Gramática 
Gerativo-Transformacional.
 
Os estudos de gramática evoluem em cada pesquisa em que a inserem como 
objeto, mostrando a sua versatilidade nas formas de comunicação contemporâneas. A 
evolução das pesquisas desde a utilização das normas cultas às novas possibilidades de 
expressão se tornou presente neste momento dos nossos estudos.
Vimos, também, por meio desta abordagem, o processo dinâmico da língua 
falada e escrita. É claro que a falada permite maior agilidade e formação de palavras 
novas de acordo com o cotidiano e isso explica a importância e a funcionalidade dos 
estudos que permitem a compreensão dessas atualizações linguísticas sem ficar 
aprisionado aos modelos tradicionais. 
Indicamos a leitura de textos para ampliar o conhecimento a respeito 
do assunto: Gramática normativa: movimentos e funcionamentos do 
“diferente” e “do mesmo”, de autoria de Márcia Ione Surdi. Acesse em: 
<https://bit.ly/38G9Px0 e Gramática normativa: ensino, consciência 
e liberdade, artigo das pesquisadoras Neusa Maria Oliveira Barbosa 
Bastos e Regina Pires de Brito, publicado em 2018. Acesse em: 
<file:///D:/Meus%20Documentos/Downloads/274-931-1-PB%20(1).
pdf>. Além desses, temos A gramática gerativa na escola: o pensar 
linguisticamente, de Ronald Taveira da Cruz, publicado em 2017. Acesse 
em: file:///D:/Meus%20Documentos/Downloads/51981-Texto%20do%20
Artigo-184235-1-10-20180109%20(1).pdf.
DICA
Vamos aos neologismos; criação de palavras novas ou nova roupagem para pala-
vras antigas, com alteração de sentido. O dinamismo da língua traz novidades a todo ins-
tante, principalmente, nos dias de hoje, com o vocabulário próprio das tecnologias digitais. 
4 NEOLOGISMO
Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora (BANDEIRA, 2002)
16
Você se lembra de termos falado sobre a língua ser dinâmica? Principalmente 
a língua falada? Agora, nós veremos isso mais a fundo conhecendo os estudos sobre o 
neologismo.
Para começar, neologismo pode ser uma palavra nova, criada ou uma palavra 
que já existe com significado diferente, adaptado. E aí vem a pergunta: por que usamos 
neologismos durante as nossas conversas? Principalmente para melhorar o nível de 
diálogo, para simplificar ideias etc. Um primeiro exemplo: vossa mercê – vosmeçê – você 
– cê – vc...
Na figura a seguir, você pode ver um exemplo de neologismo, quer por meio de 
palavras ou por interpretação de símbolos, que percebemos como a nossa língua vai se 
alterando a todo instante.
FIGURA 3 – NEOLOGISMO
FONTE: <https://bit.ly/3sL9Rgj>. Acesso em: 5 fev. 2021.
O neologismo pode ser comparado à informalidade da língua, em que as palavras 
não são as mesmas que encontramos nos dicionários, ou se as encontramos podem ter 
significados diferentes. 
Exemplos de neologismos: dar um google, deletar, escanear, clicar, linkar, site 
(esses termos são conhecidos por pessoas que utilizam computadores, notebooks, 
celulares) petista, mensalão, panelaço, showmício, mimimi, lacração, cancelamento da 
pessoa, bioterrorismo, skate, shopping, arara (ficar uma arara). 
Neste tópico, nós apresentamos os conceitos básicos da morfologia e sua 
evolução considerando-se novos aspectos na redefinição das ideias iniciais, a partir 
dos estudos de morfologia gerativa, que nos explica as mudanças de abordagens e 
classificações das palavras. 
 
É importante também entender as definições de palavra e vocábulo, além 
de saber como a nossa língua se altera com o tempo, principalmente em grupos 
específicos da sociedade. O neologismo tem seu espaço aqui por ser uma das formas 
de transformação da nossa língua. 
RESUMO DO TÓPICO 1
17
Neste tópico, você aprendeu:
RESUMO DO TÓPICO 1
• Morfologia define-secomo: o estudo da forma e, no caso da linguística, a forma das 
palavras; o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A palavra 
fica em evidência por si mesma, sem que se analise as suas funções em períodos.
• A palavra serve para expressar uma ideia; nomeia os objetos e as pessoas. É uma 
forma de facilitar o entendimento das conversas e a comunicação entre as pessoas. 
E, mais importante que isso, permite o reconhecimento dos objetos, das pessoas e 
assim por diante.
• O vocábulo é neutro e a palavra pode ser flexionada; é a palavra usada para demons-
trar objetos, pessoas, sentimentos.  O ato de atribuir um nome é o que significa eti-
mologicamente um vocábulo. 
• Há dois tipos de vocábulos: o lexical e o gramatical. Vocábulos lexicais representam 
ideias e vocábulos gramaticais os que não traduzem ideias.
• A gramática normativa tem como regra algo que deve ser seguido como norma geral. 
Não se admite variações linguísticas, pois serão consideradas como erros gramaticais.
• A utilização da gramática descritiva deve corresponder à fala dentro de um grupo 
específico. A forma como as pessoas se expressam são variáveis específicas e devem 
ser respeitadas dentro desses limites.
• A gramática internalizada: considerada a forma nata de linguagem, a forma inicial de 
expressão que se aprende e se consolida com o passar do tempo.
• A Teoria Gerativa compreende que a aquisição da língua vem de um órgão mental, 
tal qual uma faculdade psicológica já existente nas pessoas. A ideia da gramática 
gerativa era mesmo a de gerar frases com inúmeras possibilidades de sentidos e 
entendimentos de acordo com a criatividade de cada um.
• A gramática gerativa apresenta dois pilares: competência: a habilidade inata do ser 
humano e desempenho: o desenvolvimento de uma habilidade. 
18
• A gramática universal compreende o funcionamento das estruturas linguísticas da 
aquisição e a capacidade de uso da língua através do estudo das faculdades mentais. 
• A Gramática transformacional é uma teoria da gramática que explica as construções 
de uma língua por meio de transformações linguísticas e estruturas de frases.  
• Neologismo é criação de palavras ou expressões novas ou a atribuição de um novo 
sentido a uma palavra já existente. É um exemplo do dinamismo de nossa língua, 
sobretudo a falada.
19
1 (ENADE, 2010) Para preservar a língua, é preciso o cuidado de falar de acordo com 
a norma padrão. Uma dica para o bom desempenho linguístico é seguir o modelo 
de escrita dos clássicos. Isso não significa negar o papel da gramática normativa; 
trata-se apenas de ilustrar o modelo dado por ela. A escola é um lugar privilegiado 
de limpeza dos vícios de fala, pois oferece inúmeros recursos para o domínio da 
norma padrão e consequente distância da não-padrão. Esse domínio é o que levará 
o sujeito a desempenhar competentemente as práticas sociais; trata-se do legado 
mais importante da humanidade.
PORQUE
 A linguagem dá ao homem uma possibilidade de criar mundos, de criar realidades, de 
evocar realidades não presentes. E a língua é uma forma particular dessa faculdade 
[a linguagem] de criar mundos. A língua, nesse sentido, é a concretização de uma 
experiência histórica. Ela está radicalmente presa à sociedade.
XAVIER, A. C.; CORTEZ, S. (Orgs.). Conversas com Linguistas: 
virtudes e controvérsias da Linguística. Rio de Janeiro: 
Parábola Editorial, 2005, p. 72-73 (com adaptações).
Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção 
CORRETA:
a) ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa 
correta da primeira.
b) ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma 
justificativa correta da primeira.
c) ( ) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposi-
ção falsa.
d) ( ) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição 
verdadeira.
e) ( ) As duas asserções são proposições falsas.
2 Leia o trecho a seguir:
[...] Mas D. Pequitibota bancava milionários trens de vida ante a crise começada para 
fazendeiros comprometidos [...] Enquanto nos casarões ramazevedos das avenidas, 
despeitadas solitárias metiam ronca nas de morfino viver que parisiavam aventuras com 
velhos meninos domésticos e outros. [...]
ANDRADE, O. Memórias Sentimentais de João Miramar, 2001.
AUTOATIVIDADE
20
O autor utilizou a palavra “parisiavam” no texto. Essa palavra corresponde a um(a):
a) ( ) Estrangeirismo: uso de termos emprestados de outra língua para designar 
termos que não existem na nossa própria língua, como exemplo: parisiar.
b) ( ) Neologismo: criação de termos novos na língua, usando o verbo “parisiar”, que 
deriva do nome próprio “Paris”, para dar a ideia desse cenário rico e luxuoso.
c) ( ) Gíria: uma forma de colocar termos falados em uma comunidade para o enten-
dimento da mensagem, como no caso de “parisiar”.
d) ( ) Regionalismo: uso de termos próprios de uma região geográfica, como por 
exemplo “parisiar”, utilizados apenas por essa população determinada. 
e) ( ) Termo técnico: uso de palavras definidas por determinada área específica de 
conhecimento, como exemplo: “parisiar”.
3 Nos estudos da linguagem, a morfologia destaca-se como uma das áreas da 
linguística que se detém mais especificamente sobre o estudo da forma das palavras. 
A partir dessa reflexão, é correto afirmar que:
a) ( ) Embora seja um campo de estudos da linguística, a morfologia prescinde de 
qualquer relação com outras áreas da linguagem.
b) ( ) Tendo sua origem etimológica no verbete grego "morphe", tal fato confere 
à morfologia um viés filosófico que a torna autônoma em relação aos outros 
estudos gramaticais.
c) ( ) Por ser uma área da linguística, a morfologia deve se relacionar com a dinâmica 
da própria língua que se modifica continuamente, embora jamais se modifiquem 
as estruturas das palavras.
d) ( ) Ao refletir sobre as estruturas das palavras, os estudos de morfologia devem 
observar as modificações da linguagem relacionando a dinâmica das estruturas 
das palavras com outras áreas da linguística, como a sintaxe, a semântica e a 
fonologia.
4 (ENADE, 2017) Esteticar (Estética do Plágio)
 Tom Zé
 Pense que eu sou um caboclo tolo boboca
 Um tipo de mico cabeça-oca
 Raquítico típico jeca-tatu
 Um mero número zero um zé à esquerda
 Pateta patético lesma lerda
 Autômato pato panaca jacu
 Penso dispenso a mula da sua ótica
 Ora vá me lamber tradução interssemiótica
21
 Se segura milord aí que o mulato baião
 (tá se blacktaiando)
 Smoka-se todo na estética do arrastão
 [...]
Com base no trecho da letra da música, faça o que se pede nos itens a seguir.
a) Explique a formação dos neologismos “esteticar¨, ¨blacktaiando¨ e ¨smoka-se¨.
b) Explique o modo como a formação dos neologismos contribui para a construção de 
sentidos na letra da música. 
5 Leia o texto a seguir, explique a evolução dos estudos de morfologia, a partir dos 
estudos do estruturalismo em face das novas abordagens sobre a morfologia gerativa.
 
 “No início do século XX, surge uma nova corrente linguística – o estruturalismo. As 
bases sistemáticas e objetivas dessa nova corrente foram fornecidas por Saussure 
(1916), que rejeita a precedência da língua escrita sobre a língua falada e a relação 
língua/pensamento, distingue a gramática normativa da gramática descritiva e 
assume a primazia da Linguística sincrônica sobre a diacrônica. Apesar da ampla 
aceitação desses princípios defendidos no âmbito da obra saussuriana, surgem 
várias escolas estruturalistas (ou, como tem sido referido na literatura mais recente, 
vários estruturalismos), entre as quais se destaca o descritivismo americano – a 
escola contra a qual surge, então, na década de 50, a Gramática Gerativa” (NICOLAU; 
LEE, 2004, p. 122-123).
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23
APORTES TEÓRICOS DE MORFOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Vimos, no Tópico 1, os conceitos básicos de morfologia, sua evolução de pen-
samentos críticos,até chegar aos estudos de morfologia gerativa e, por fim, o uso de 
neologismo na nossa língua.
Agora, você vai conhecer um pouco mais sobre a palavra, sua formação, os 
conceitos de morfema, como unidade mínima da palavra, seus tipos e classificações, 
além das definições de morfe, alomorfe e as formas livres, presas e dependentes. 
Vamos, por fim, conhecer os elementos morfológicos, raiz e radical, para a 
compreensão do processo de formação das palavras e sua utilização no sentido prático.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
2 FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Para Evanildo Bechara (2000, p. 333), “toda palavra deve ser classificada: 
a) pelo seu aspecto material, fônico; b) pela sua significação gramatical; c) pela sua 
significação lexical”.
Há palavras primitivas, palavras derivadas, palavras simples e palavras compostas.
Entendemos palavras primitivas como aquelas que não vêm de outra palavra. 
Ex.: flor, dor, pedra.
Palavras derivadas são as que vêm de outra palavra. Ex.: floricultura, dolorido, 
pedreiro.
Palavras simples são as que possuem um só radical. Ex.: cavalo.
Palavras compostas são as que possuem mais de um radical. Ex.: beija-flor, 
aguardente.
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A palavra não pode ser observada apenas pela sua constituição formal, melhor 
dizendo, somente as letras ou os fonemas que a formam. Faz-se necessário entender 
as unidades mínimas significativas para o estudo do vocábulo. Essas unidades são 
denominadas de morfemas.  Isso significa que ele é a menor unidade de sentido que 
constitui a estrutura de uma palavra. 
As palavras são formadas e estruturadas por elementos mórficos: radical, raiz, 
tema, afixos (prefixos e sufixos), desinências (nominais e verbais), vogal e/ou consoante 
de ligação e vogal temática.
Cada elemento ou partícula é importante para a compreensão das palavras, 
uma vez que representa uma unidade mínima de significação chamada de morfema.
3 MORFEMA
Radical é o elemento comum às palavras da mesma família, as palavras 
cognatas. É o radical a parte que dá o significado básico da palavra. O radical é a parte 
fixa, para fins de conjugação, de um verbo, ou seja, não há radical em formas nominais: 
substantivo, adjetivos etc.
A vogal temática é uma das partes que formam as palavras e tem a função de 
ligar o radical às desinências, constituindo o tema. A vogal temática é um morfema que 
liga o radical às desinências que formam as palavras. Essa união constitui o tema (radical 
+ vogal temática), ao qual são acrescentadas as desinências.  
Tanto os verbos quanto os nomes apresentam vogais temáticas. Por isso, elas 
podem ser classificadas em nominais e verbais.
Vogais temáticas nominais: quando são átonas e se encontram no final das 
palavras, as vogais /A/, /E/ e /O/ são consideradas nominais. As  vogais temáticas 
nominais juntam-se à desinência indicadora de plural.
Vogais temáticas verbais: há três grupos de  conjugações verbais, sendo 
a primeira marcada pela Vogal Temática –A, a segunda é marcada pela Vogal Temática –E, 
e a terceira, pela Vogal Temática –I. 
No campo da morfologia, os vocábulos são decomponíveis em morfemas. 
Vamos ver esse exemplo: criança pula.
Exemplos:
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Os morfemas se organizam e cumprem papel importante no processo de 
formação de um vocábulo. Assim, a palavra, aqui com a ideia de vocábulo:
a) deve ser observada como significante ou expressão material da língua (falada ou 
escrita);
b) apresenta-se sob o seu aspecto formal, isto é, deve ser observada segundo uma 
classificação morfológica;
c) deve ser observada em relação a outra.
Vamos conhecer outras formas de definição de morfema: 
LING Unidade linguística mínima que tem significado.
EXPRESSÕES 
Morfema derivacional, LING: elemento que modifica, de modo preciso, 
o sentido do radical ao qual se une, criando uma nova palavra. São 
morfemas derivacionais os prefixos, como, por exemplo,  re-  na 
palavra renovar, e os sufixos -eria, em leiteria, e -oso, em leitoso.
Morfema flexional,  LING: morfema empregado na flexão dos 
substantivos, adjetivos e verbos, não alterando a classe da palavra, 
como, por exemplo, o sufixo -mos, nos verbos estudamos e visitamos, 
que indicam apenas a primeira pessoa do plural.
Morfema gramatical,  LING: morfema que tem significação interna, 
porque se origina nas relações e categorias gramaticais que fazem 
parte da língua. São morfemas gramaticais o -a, como marca de 
feminino, em palavras como bela, e o -s, como marca de plural, em 
palavras como pás e dias.
Morfema lexical,  LING: elemento invariável, que é responsável pela 
base do significado. A significação do morfema lexical diz respeito 
aos fatos do mundo extralinguístico; radical.
Morfema livre, LING: aquele que tem existência autônoma, figurando 
sozinho como um vocábulo, como, por exemplo, as palavras pá e dia.
Morfema preso, LING: aquele que não tem existência independente, 
como o -s nas palavras pás e dias (MORFEMA..., 2021, s.p.).
Morfema é a menor partícula com significado existente de uma palavra e, que se 
acoplada a um radical lhe confere outro sentido. Os morfemas podem ser classificados 
em dois grupos: morfemas gramaticais e morfemas lexicais. 
Morfemas lexicais: os substantivos, os adjetivos, os verbos e os advérbios de 
modo. São aqueles cuja significação nos remete a noções do mundo objetivo e subjetivo 
(ações, estados, qualidades, seres). Representam a própria significação externa dos 
vocábulos e é encontrado no seu núcleo de significação, denominado radical. Exemplos: 
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o verbo beber apresenta o morfema lexical (beb-): beb-er, beb-ida, beb-errão. Todas as 
derivações do vocábulo recorrem a um mesmo morfema lexical, e diz-se então que o 
radical da palavra beber é sua parte invariável (beb-).
Morfemas gramaticais: os artigos, os pronomes, os numerais, as preposições, 
as conjunções e os advérbios, bem como os elementos mórficos que indicam número, 
gênero, modo, tempo e aspecto verbal. São aqueles que só possuem significação no 
universo da língua. Representam um contexto semântico específico interno à enunciação. 
Exemplo: o morfema lexical do vocábulo “casa”, independentemente de suas variações, 
é cas-: cas-a, cas-arão, cas-ebre, cas-inha. Enquanto o morfema lexical permanece o 
mesmo, os morfemas gramaticais variam de acordo com a significação específica que 
atribuem ao vocábulo.
Morfemas, por definição, são as unidades mínimas de significação, sendo 
elementos constituintes dos vocábulos. São os elementos que compõem a estrutura 
lexical e gramatical dos vocábulos. 
As palavras são constituídas de morfemas que, por sua vez, possuem 
classificações distintas. Os morfemas são a unidade mínima de significação, ou seja, o 
elemento significativo que não pode ser decomposto. Vamos apresentar os conceitos 
de morfema, morfe e alomorfe, que, apesar da estreita relação de sentido, representam 
noções distintas.
Sabemos que a morfologia estuda a forma ou a estrutura dos vocábulos. A 
estrutura é constituída de unidades formais menores reunidas e com significados que 
se denominam morfemas.
Os morfemas são formados por um ou mais fonemas, mas se diferenciam 
deles por apresentarem significado. Os fonemas, quando pronunciados isoladamente, 
não possuem significado. Por fonema entende-se o menor elemento sonoro capaz de 
estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. 
QUADRO 2 – FONEMA, LETRAS E MORFEMAS
FONTE: <https://bit.ly/3zObVGU>. Acesso em: 3 fev. 2021.
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3.1 TIPOS DE MORFEMAS 
Há duas unidades distintas que compõem o centro de interesse dos estudos da 
Morfologia: o morfema ou a palavra. A noção de morfema relaciona-se com o estudo das 
técnicas de apresentação de palavras em unidades constitutivas mínimas, enquanto os 
estudos que destacam a conceituação da palavra preocupam-se com o modo pelo qual 
a forma das palavras reflete suas interações com outras palavras dentro de contextos 
mais complexos. Os morfemas são as unidades de significação que formam as palavras. 
Podemos entender os morfemas sob dois modos: os gramaticais que só apresentamsignificação no universo da língua ao passo que os lexicais apresentam significação no 
contexto objetivo e subjetivo, que envolve ações, estados, qualidades etc. São eles:
• Morfemas gramaticais: são aqueles que possuem um significado interno à sua 
estrutura gramatical. Exemplo: s é o morfema gramatical que dá a ideia de plural. Os 
morfemas gramaticais também podem ter a função de reunir, nas frases, os vocábulos 
constituintes. Exemplo: cadeira de rodas. Os morfemas gramaticais relacionam-se às 
funções gramaticais dos vocábulos e podem ser divididos em três grupos:
 ◦ morfemas derivacionais: são os afixos (prefixos e sufixos) que permitem a forma-
ção de novas palavras. Exemplos: (gato) gatinho, (casa) casarão, (responsável) 
irresponsável.
 ◦ morfemas flexionais: são os que carregam as flexões (gênero e número nos nomes; 
modo/tempo e número/pessoa nos verbos). Exemplos: menino (masculino), meni-
na (feminino), comprei (verbo no pretérito perfeito do indicativo, 1ª pessoa do sin-
gular), andariam (verbo no pretérito imperfeito do indicativo, 3ª pessoa do plural).
 ◦ morfemas classificatórios: são as vogais temáticas dos verbos e dos nomes. 
Exemplos: cadeira (substantivo), sair (verbo).
• Morfemas lexicais: apresentam o sentido básico da palavra e gramaticais: quando 
indicam noções gramaticais. Expressam uma significação diferente, com um contexto 
de mundo fora do eixo linguístico. Exemplo: amor, flor. Podemos, ainda, exemplificar 
com o vocábulo livro, livr é o morfema lexical que traz a significação do vocábulo livro. 
As formas se relacionam ao sentido transmitido em uma mensagem, tanto externo 
à língua (morfemas lexicais), quanto interno (morfemas gramaticais). Por léxico, 
entendemos o sentido básico que se repete em todas as palavras a partir de um 
mesmo radical. Temos, por exemplo: belo, bela, belos, belas, embelezar, embelezo, 
embelezas, embeleza, embelezamento, beleza, beldade, belamente etc., dependendo 
do sentido modificado pelos prefixos e sufixos. Por forma gramatical, compreendemos 
o sentido que distingue os diversos termos, como o número: singular e plural, gênero: 
masculino e feminino, além das pessoas e os tempos, no caso dos verbos.
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3.2 MORFEMA, MORFE E ALOMORFE
Vamos ver agora os três conceitos básicos e fundamentais em Morfologia: 
morfema, morfe e alomorfe.
 
Morfema, como já dissemos, é a unidade básica da Morfologia, sendo uma forma 
significativa recorrente mínima abstrata, melhor dizendo, apresenta um traço semântico 
que se repete em outras estruturas e não pode ser dividida em formas menores. É abstrato 
porque é representado por um morfe, o segmento mínimo significativo recorrente. 
Morfe constitui a concretização do morfema. Muitos morfemas são resultados 
de um único  morfe; por exemplo, na palavra  comer, temos o  morfe  {com-} que se 
mantém ao longo da conjugação: como, comi, comia; na palavra cantar, temos o morfe 
{cant-}, que se desenvolve assim: canto, cantei, cantava.
Alomorfe seria, então, a ocorrência de dois morfes que indicam um único mor-
fema – duas formas para um único significado. Define-se alomorfia como a alteração na 
forma de um morfema, conservando-se o seu significado. Alomorfes seriam, então, as di-
ferentes formas que um morfema pode apresentar quando sofre o processo de alomorfia.
Veja o exemplo citando o caso dos prefixos IN-infeliz e I-irresponsável. São 
palavras que começam com “in” e “i” indicando negação. Uma observação a ser feita nos 
casos de “i” no início da palavra que só ocorrem diante de determinadas consoantes (l-, 
m- ,r-, como nas palavras ilegítimo, imoral e irresponsável), portanto, “in” é considerada 
a forma básica. Assim sendo, “i” é alomorfe da forma básica (morfema) “in”. Outro 
exemplo: as variadas formas de plural, como mesa/mesas e “raiz/raízes”, em que há 
alomorfes do plural, sendo um -s e o outro -es.
Vamos conhecer outros casos de alomorfia:
Alomorfia na raiz. Os morfemas lexicais. Exemplos: ordem, orden- , ordin- têm 
a mesma significação em ordem, ordenar e ordinário; ouro / áureo: our ~ aur são duas 
formas para um significado da palavra ouro; cabra / caprino: [cabr] ~ [capr].
 
Alomorfia no prefixo. O prefixo / in / passa a / i / em inapto / ilegal ou injusto / 
ilegal: [in] ~ [i] → duas formas para um significado (algo negativo).
Alomorfia no sufixo. Aqui temos casinha / xícara: [inha] ~ [zinha] duas formas 
para um significado que indica algo que é menor. Casarão / vidraça: [arão] ~ [aça] são 
duas formas para representar objetos de tamanho grande.
Alomorfia na vogal temática. Em pão / pães, a vogal temática /o /transforma-se 
em/ e /; em mar / mares:  as duas formas são distintas, mas não modificam a definição 
da palavra  mar. Oferecimento / oferecer:  temos as duas formas distintas, mas não 
modificam a definição da palavra oferecer.
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Alomorfia na desinência de gênero. Em avô ≠ avó, os traços distintivos / ô / e / ó 
/ podem ser considerados alomorfes das desinências: masculino e feminino.
Alomorfia na desinência modo-temporal. Em faláramos / faláreis, a desinência 
modo-temporal / ra / passa a/ re /. Alomorfia na desinência verbal. Temos canto / 
sou: [o] ~ [ou]: duas formas para indicar a primeira pessoa do singular.
 
Vamos passar para os conceitos das formas livres, presas e dependentes que 
possibilitam acrescentar informações para os estudos da análise morfológica.
4 FORMAS LIVRES, FORMAS PRESAS E FORMAS 
DEPENDENTES
Para dar início a essas definições de formas devemos saber que unidades 
formais de uma língua são livres e presas. Definem-se livres as unidades formais que 
podem funcionar isoladamente como meio de comunicação eficiente. São formas 
independentes que podem constituir frase sem precisar de outros elementos.
A ideia de forma diretamente nos leva à ideia de estrutura das palavras, isto é, 
um leque de interações que fornece a cada elemento sua função e sentido. Nos estudos 
de Morfologia, temos as formas livres, presas e dependentes.
FIGURA 4 – FORMAS
FONTE: <https://bit.ly/3kV4ozK>. Acesso em: 2 fev. 2021.
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• Formas livres são vocábulos formais que podem ser pronunciados isoladamente 
e mesmo assim expressam ideias são considerados palavras. Elas têm autonomia 
semântica. Podem ser utilizadas de forma isolada, pois mesmo assim estabelecem 
comunicação entre as pessoas. Podemos dizer, ainda, que se encaixam nessa 
classificação os substantivos, adjetivos, verbos, advérbios e numerais. Exemplos: Se 
alguém disser em voz alta a palavra bala, as pessoas entenderão a palavra por si só, 
apesar de seus significados. Ou ainda, a palavra fogo, que sabemos o que significa: 
incêndio, tiroteio, e assim por diante.
• Formas presas  só têm valor quando combinadas com outras formas livres ou 
presas. Não têm sentido sozinhas. Formas que se apresentam fixas a um vocábulo, 
pois não existem isoladamente em enunciados. São também chamadas de não-
vocábulo. São os afixos, os radicais, as desinências, as vogais temáticas. Exemplo: O 
prefixo “re”, que precisa de palavras como: fazer, criar, agir para adquirir sentido e criar 
outras palavras como: refazer, recriar, reagir, que traz um sentido de repetição. 
Então, nos lembramos da música Refazenda, de Gilberto Gil.
Refazenda (Gilberto Gil)
Abacateiro acataremos teu ato
Nós também somos do mato como o pato e o leão
Aguardaremos brincaremos no regato
Até que nos tragam frutos teu amor, teu coração
Abacateiro teu recolhimento é justamente 
O significado da palavra temporão
Enquanto o tempo não trouxer teu abacate
Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão
Abacateiro sabes ao que estou me referindo
Porque todo tamarindo tem o seu agosto azedo
Cedo, antes que o janeiro doce manga venha ser também
Abacateiro serás meu parceiro solitário
Nesse itinerário da leveza pelo ar
Abacateiro saiba que na refazenda
Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar
Refazendo tudo
Refazenda
Refazenda toda
Guariroba
FONTE: <https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/16131/>. Acesso em: 28 jun.

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