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SIMULADO IV - TJSP 
 
Bloco I 
 
DIREITO CIVIL 
 
1- Assinale a alternativa correta, sobre a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: 
I- O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do 
país de apenas um dos nubentes. 
II- O regime de bens do casamento, legal ou convencional, obedece à lei do país de celebração do 
casamento. 
III- A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem 
modifica a lei anterior. 
a) I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas III está correta. 
 
Gabarito: D 
I- Incorreta. Art. 7º, § 2º, LINDB: “O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades 
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.” 
II- Incorreta. Art. 7º, § 4º, LINDB: “O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.” 
III- Correta. Art. 2º, §2º, LINDB. 
 
02. Assinale a alternativa correta: 
I- Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que 
reverteu em proveito dele a importância paga. 
II- O CC/02 é norteado pelos princípios da eticidade, operabilidade e socialidade. 
III- São absolutamente incapazes os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua 
vontade. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenais I e III estão corretas. 
 
Gabarito: B 
I- Correta. Art. 181, CC. 
II- Correta. Conforme expresso na exposição de motivos do CC. 
III- Incorreta. São relativamente incapazes. 
 
03: Assinale a alternativa correta: 
I- Em princípio, não caracteriza hipótese de responsabilidade civil a publicação de matéria jornalística 
que narre fatos verídicos ou verossímeis, embora eivados de opiniões severas, irônicas ou impiedosas, 
sobretudo quando se trate de figuras públicas que exerçam atividades tipicamente estatais, gerindo 
interesses da coletividade, e a notícia e crítica referirem-se a fatos de interesse geral relacionados à 
atividade pública desenvolvida pela pessoa noticiada. Nessas hipóteses, principalmente, a liberdade de 
expressão é prevalente, atraindo verdadeira excludente anímica, a afastar o intuito doloso de ofender a 
honra da pessoa a que se refere a reportagem. 
II- O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação permanente, desde que voluntária. 
III- São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela imprensa, 
tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de divulgação. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
 
Gabarito: C 
I- Correta. “RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DANOS MORAIS. MATÉRIA JORNALÍSTICA OFENSIVA. LEI DE 
IMPRENSA (LEI 5.250/67). ADPF N. 130/DF. EFEITO VINCULANTE. OBSERVÂNCIA. LIBERDADE DE 
IMPRENSA E DE INFORMAÇÃO (CF, ARTS. 5º, IV, IX E XIV, E 220, CAPUT, §§ 1º E 2º). CRÍTICA 
JORNALÍSTICA. OFENSAS À IMAGEM E À HONRA DE MAGISTRADO (CF, ART. 5º, V E X). ABUSO DO 
EXERCÍCIO DA LIBERDADE DE IMPRENSA NÃO CONFIGURADO. RECURSO PROVIDO. 
1. Na hipótese em exame, a Lei de Imprensa foi utilizada como fundamento do v. acórdão recorrido e o 
recurso especial discute sua interpretação e aplicação. Quando o v. acórdão recorrido foi proferido e o 
 
recurso especial foi interposto, a Lei 5.250/67 estava sendo normalmente aplicada às relações jurídicas a 
ela subjacentes, por ser existente e presumivelmente válida e, assim, eficaz. 
2. Deve, pois, ser admitido o presente recurso para que seja aplicado o direito à espécie, nos termos do 
art. 257 do RISTJ, sendo possível a análise da controvérsia com base no art. 159 do Código Civil de 1916, 
citado nos acórdãos trazidos como paradigmas na petição do especial. 
3. A admissão do presente recurso em nada ofende o efeito vinculante decorrente da ADPF 130/DF, pois 
apenas supera óbice formal levando em conta a época da formalização do especial, sendo o mérito do 
recurso apreciado conforme o direito, portanto, com base na interpretação atual, inclusive no resultado 
da mencionada arguição de descumprimento de preceito fundamental. Precedente: REsp 945.461/MT, 
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/12/2009, DJe de 26/5/2010. 
4. O direito à imagem, de consagração constitucional (art. 5º, X), é de uso restrito, somente sendo 
possível sua utilização por terceiro quando expressamente autorizado e nos limites da finalidade e das 
condições contratadas. 
5. A princípio, a simples utilização de imagem da pessoa, sem seu consentimento, gera o direito ao 
ressarcimento das perdas e danos, independentemente de prova do prejuízo (Súmula 403/STJ), exceto 
quando necessária à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública (CC/2002, art. 20). 
6. Tratando-se de imagem de multidão, de pessoa famosa ou ocupante de cargo público, deve ser 
ponderado se, dadas as circunstâncias, a exposição da imagem é ofensiva à privacidade ou à 
intimidade do retratado, o que poderia ensejar algum dano patrimonial ou extrapatrimonial. Há, 
nessas hipóteses, em regra, presunção de consentimento do uso da imagem, desde que preservada a 
vida privada. 
7. Em se tratando de pessoa ocupante de cargo público, de notória importância social, como o é o de 
magistrado, fica mais restrito o âmbito de reconhecimento do dano à imagem e sua extensão, 
mormente quando utilizada a fotografia para ilustrar matéria jornalística pertinente, sem invasão da 
vida privada do retratado. 
8. Com base nessas considerações, conclui-se que a utilização de fotografia do magistrado 
adequadamente trajado, em seu ambiente de trabalho, dentro da Corte Estadual onde exerce a função 
judicante, serviu apenas para ilustrar a matéria jornalística, não constituindo, per se, violação ao direito 
de preservação de sua imagem ou de sua vida íntima e privada. Não há, portanto, causa para 
indenização por danos patrimoniais ou morais à imagem. 
9. Por sua vez, a liberdade de expressão, compreendendo a informação, opinião e crítica jornalística, por 
não ser absoluta, encontra algumas limitações ao seu exercício, compatíveis com o regime democrático, 
 
quais sejam: (I) o compromisso ético com a informação verossímil; (II) a preservação dos chamados 
direitos da personalidade, entre os quais incluem-se os direitos à honra, à imagem, à privacidade e à 
intimidade; e (III) a vedação de veiculação de crítica jornalística com intuito de difamar, injuriar ou 
caluniar a pessoa (animus injuriandi vel diffamandi). 
10. Assim, em princípio, não caracteriza hipótese de responsabilidade civil a publicação de matéria 
jornalística que narre fatos verídicos ou verossímeis, embora eivados de opiniões severas, irônicas ou 
impiedosas, sobretudo quando se trate de figuras públicas que exerçam atividades tipicamente estatais, 
gerindo interesses da coletividade, e a notícia e crítica referirem-se a fatos de interesse geral 
relacionados à atividade pública desenvolvida pela pessoa noticiada. Nessas hipóteses, principalmente, 
a liberdade de expressão é prevalente, atraindo verdadeira excludente anímica, a afastar o intuito 
doloso de ofender a honra da pessoa a que se refere a reportagem. Nesse sentido, precedentes do 
egrégio Supremo Tribunal Federal: ADPF 130/DF, de relatoria do Ministro CARLOS BRITTO; AgRg no AI 
690.841/SP, de relatoria do Ministro CELSO DE MELLO. 
11. A análise relativa à ocorrência de abuso no exercício da liberdade de expressão jornalística a ensejar 
reparação civil por dano moral a direitos da personalidade depende do exame de cada caso concreto, 
máxime quando atingida pessoa investida de autoridade pública, pois, em tese, sopesados os valores em 
conflito, mostra-se recomendável quese dê prevalência à liberdade de informação e de crítica, como 
preço que se paga por viver num Estado Democrático. 
12. Na espécie, embora não se possa duvidar do sofrimento experimentado pelo recorrido, a revelar a 
presença de dano moral, este não se mostra indenizável, por não estar caracterizado o abuso ofensivo 
na crítica exercida pela recorrente no exercício da liberdade de expressão jornalística, o que afasta o 
dever de indenização. Trata-se de dano moral não indenizável, dadas as circunstâncias do caso, por 
força daquela "imperiosa cláusula de modicidade" subjacente a que alude a eg. Suprema Corte no 
julgamento da ADPF 130/DF. 
13. Recurso especial a que se dá provimento, julgando-se improcedentes os pedidos formulados na 
inicial.” REsp 801.109/DF, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 12/06/2012, DJe 
12/03/2013. 
II- Incorreta. Enunciado 4° da JDC: “O exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação 
voluntária, desde que não seja permanente nem geral.” 
III- Correta. Súmula 221, STJ. 
 
 
 
4- Assinale a alternativa correta: 
a) Para dar ensejo à anulação do negócio jurídico a coação deve ser direcionada a pessoas e não a 
objeto. 
b) O temor reverencial pode dar causa a anulação do negócio jurídico. 
c) Ocorre o estado de perigo quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se 
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
d) Não se decretará a anulação do negócio, em virtude de lesão, se for oferecido suplemento suficiente, 
ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. 
 
Gabarito: d 
Comentários: 
a) Incorreta. Art. 151, CC: “A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao 
paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus 
bens.” 
b) Incorreta. Art. 153, CC: “Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem 
o simples temor reverencial.” 
c) Incorreta. Art. 157, §1º, CC: “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.” 
d) Correta. Art. 157, §2º, CC. 
 
5- Assinale a alternativa correta: 
I- A renúncia à decadência legal pode ser expressa ou tácita. 
II- A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a 
interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. 
III- Prescreve em um ano a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, 
contado o prazo para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado 
para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este 
indeniza, com a anuência do segurador. 
a) I, II e III estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas I e III estão corretas. 
 
Gabarito: C 
I- Incorreta. Art. 209, CC: “É nula a renúncia à decadência fixada em lei.” 
II- Correta. Art. 204, CC. 
III- Correta. Art. 206, § 1º, II, “a”, CC. 
 
6- Assinale a alternativa correta: 
a) Em regra, efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, caso em que se diz que a dívida é 
portable ou portável. 
b) Designados dois ou mais lugares para pagamento, cabe ao devedor escolher entre eles. 
c) Presumem-se a cargo do credor as despesas com a quitação. 
d) As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a 
prova de que deste teve ciência o devedor. 
Gabarito: D 
Comentários: 
a) Incorreta. Em regra, efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, caso em que se diz que a 
dívida é quérable ou quesível. 
b) Incorreta. Art. 327, Parágrafo único, CC: “Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher 
entre eles.” 
c) Incorreta. Art. 325, CC: “Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a 
quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.” 
d) Correta. Art. 332, CC. 
 
7- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e 
por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, 
salvo as exceções previstas em lei. 
b) Será ineficaz a cláusula penal fixada em ato posterior à obrigação. 
c) Considera-se em mora o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a 
convenção estabelecer. 
d) A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, 
obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela 
 
estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e 
o da sua efetivação. 
 
Gabarito: B 
a) Correta. Art. 392, CPC. 
b) Incorreta. Art. 409, CC: “A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato 
posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou 
simplesmente à mora.” 
c) Correta. Art. 394, CC. 
d) Correta. Art. 400, CC. 
 
8- Assinale a alternativa correta, quanto aos vícios redibitórios: 
I- O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a 
coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo 
conta-se da alienação, reduzido à metade. 
II- Não pode o donatário reclamar vício redibitório, ainda que se trate de doação onerosa. 
III- Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o 
não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas I e III estão corretas. 
 
Gabarito: D 
I- Correta. Art. 445, CC. 
II- Incorreta. Art. 441, CC: “A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por 
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.” 
III- Correta. Art. 443, CC. 
 
9- Assinale a alternativa incorreta: 
 
a) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem 
obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Esta indenização deverá ser equitativa e 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
b) São objetivamente responsáveis pela reparação civil os donos de hotéis, hospedarias, casas ou 
estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, 
moradores e educandos. 
c) No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações na prestação de 
alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da 
vítima. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. 
d) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a 
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no 
juízo criminal. 
 
Gabarito: C 
a) Correta. Art. 928, CC. 
b) Correta. Art. 932, IV, e 933, CC. 
c) Incorreta. Essa faculdade de a indenização ser pago de uma só vez, apenas é conferida para o caso do 
art. 950, CC. 
“Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração 
provável davida da vítima. 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do 
tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o 
ofendido prove haver sofrido. 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, 
ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros 
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para 
que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de 
uma só vez.” 
d) Correta. Art. 935, CC. 
 
 
10- Assinale a alternativa correta: 
I- O compossuidor não tem direito à proteção possessória contra outro compossuidor. 
II- O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto 
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, 
ou restituição da posse. 
III- O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos e pendentes. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas II e III estão corretas. 
d) Apenas II está correta. 
 
Gabarito: D 
I- Incorreta. “Cinge-se a questão em saber se o compossuidor que recebe a posse em razão do 
princípio saisine tem direito à proteção possessória contra outro compossuidor. Inicialmente, 
esclareceu o Min. Relator que, entre os modos de aquisição de posse, encontra-se o ex lege, visto que, 
não obstante a caracterização da posse como poder fático sobre a coisa, o ordenamento jurídico 
reconhece, também, a obtenção desse direito pela ocorrência de fato jurídico – a morte do autor da 
herança –, em virtude do princípio da saisine, que confere a transmissão da posse, ainda que indireta, 
aos herdeiros independentemente de qualquer outra circunstância. Desse modo, pelo mencionado 
princípio, verifica-se a transmissão da posse (seja ela direta ou indireta) aos autores e aos réus da 
demanda, caracterizando, assim, a titularidade do direito possessório a ambas as partes. No caso, há 
composse do bem em litígio, motivo pelo qual a posse de qualquer um deles pode ser defendida todas 
as vezes em que for molestada por estranhos à relação possessória ou, ainda, contra ataques 
advindos de outros compossuidores. In casu, a posse transmitida é a civil (art. 1.572 do CC/1916), e não 
a posse natural (art. 485 do CC/1916). Existindo composse sobre o bem litigioso em razão do droit de 
saisine é direito do compossuidor esbulhado o manejo de ação de reintegração de posse, uma vez que a 
proteção à posse molestada não exige o efetivo exercício do poder fático – requisito exigido pelo 
tribunal de origem. O exercício fático da posse não encontra amparo no ordenamento jurídico, pois é 
indubitável que o herdeiro tem posse (mesmo que indireta) dos bens da herança, independentemente 
da prática de qualquer outro ato, visto que a transmissão da posse dá-se ope legis, motivo pelo qual lhe 
assiste o direito à proteção possessória contra eventuais atos de turbação ou esbulho. Isso posto, a 
 
Turma deu provimento ao recurso para julgar procedente a ação de reintegração de posse, a fim de 
restituir aos autores da ação a composse da área recebida por herança. Precedente citado: REsp 
136.922-TO, DJ 16/3/1998.” REsp 537.363-RS, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador 
convocado do TJ-RS), julgado em 20/4/2010. 
II- Correta. Art. 1210, §1º, CC. 
III- Incorreta. Art. 1.214, CC: “O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos 
percebidos. 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de 
deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com 
antecipação.” 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
11- Os seguintes foros podem ser competentes para ação de inventário e partilha, EXCETO: 
a) O foro de situação dos bens imóveis. 
b) O foro de situação dos bens móveis. 
c) O foro de domicílio do autor da herança. 
d) O foro do local do óbito. 
Gabarito: D 
CPC: “Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a 
partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de 
partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido 
no estrangeiro. 
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
I - o foro de situação dos bens imóveis; 
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.” 
 
12- Assinale a alternativa incorreta, quanto às intervenções de terceiro: 
 
 
a) Feita a denunciação da lide pelo réu, se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de 
prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à 
ação regressiva. 
b) Se o denunciante da lide for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem 
prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do 
denunciado. 
c) O chamamento ao processo somente pode ser promovido pelo réu. 
d) A instauração do incidente de desconsideração de personalidade jurídica não enseja na suspensão do 
processo. 
Gabarito: D 
a) Correta. Art. 128, II, CPC. 
b) Correta. Art. 129, parágrafo único, CPC. 
c) Correta. Art. 130, CPC: “É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu”. 
d) Incorreta. Art. 134, § 3º, CPC: “A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese 
do § 2o.” 
 
13- Assinale a alternativa correta, quanto à intervenção de terceiros: 
I- Caberá agravo de instrumento apenas da decisão do juiz que julgar procedente o pedido de 
desconsideração da personalidade jurídica. 
II- O incidente de desconsideração da personalidade jurídica pode ser instaurado a pedido do Ministério 
Público. 
III- Não é possível que o juiz promova intervenção de terceiros de ofício. 
a) Apenas I e II estão corretas. 
b) Apenas I e III estão corretas. 
c) Apenas I está correta. 
d) Apenas II está correta. 
Gabarito: D 
I- Incorreta. Art. 1.015, CPC: “Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre: 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica”. 
II- Correta. Art. 133, CPC. 
 
III- Incorreta. Art. 138, CPC: “O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade 
do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, 
de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a 
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade 
adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.” 
 
14- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Suspendem-se os prazos durante a execução de programa instituído pelo Poder Judiciário para 
promover a autocomposição, incumbindo aos tribunais especificar, com antecedência, a duração dos 
trabalhos. 
b) A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação. 
c) Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão 
prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento. Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 réus, 
é oferecida defesa por apenas um deles. 
d) Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo a data de cumprimento do 
mandado, quando a citação ou a intimação for por oficial dejustiça. 
Gabarito: D 
a) Correta. Art. 221, parágrafo único, CPC. 
b) Correta. Art. 224, §3º, CPC. 
c) Correta. Art. 229, CPC. 
d) Incorreta. Art. 231, CPC: “Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: 
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial 
de justiça”. 
 
15- Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará 
liminarmente improcedente o pedido que contrariar, EXCETO: 
a) Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
b) Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência. 
c) Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento 
de recursos repetitivos. 
 
d) Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal em controle concreto ou difuso de 
constitucionalidade. 
Gabarito: D 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, 
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento 
de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.” 
 
 
16- Assinale a alternativa correta: 
a) Com o advento do Novo CPC, não mais persiste o interesse no ajuizamento de ação declaratória 
incidental. 
b) Para que a questão prejudicial incidental faça coisa julgada, é imprescindível pedido da parte nesse 
sentido. 
c) Não é título constitutivo de hipoteca judiciária a decisão judicial que condena à entrega de coisa 
distinta de dinheiro. 
d) Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte 
responderá, provada culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição de 
hipoteca judiciária, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos. 
Gabarito: C 
a) Incorreta. Enunciado 111, FPPC: “Persiste o interesse no ajuizamento de ação declaratória quanto à 
questão prejudicial incidental.” 
b) Incorreta. Enunciado 165, FPPC: “A análise de questão prejudicial incidental, desde que preencha os 
pressupostos dos parágrafos do art. 503, está sujeita à coisa julgada, independentemente de 
provocação específica para o seu reconhecimento.” 
c) Correta. Enunciado 310, FPPC. 
d) Incorreta. Art. 495, §5º, CPC: “Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o 
pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra 
 
parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e 
executado nos próprios autos.” 
 
 
17- Assinale a alternativa incorreta: 
a) No litígio coletivo pela posse de imóvel, os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política 
urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio 
poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e 
sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório. 
b) Segundo o STJ, a notificação prévia dos ocupantes não é documento essencial à propositura da ação 
possessória. 
c) É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem público 
dominical. 
d) O processo deve ser extinto sem resolução de mérito, por falta de interesse processual, caso o autor 
de ação de reintegração de posse não comprove ter possuído a área em litígio. 
Gabarito: D 
a) Correta. Art. 565, §4º, CPC. 
b) Correta. “A notificação prévia dos ocupantes não é documento essencial à propositura da ação 
possessória. Cingiu-se a controvérsia devolvida ao STJ, entre outras questões, a verificar a necessidade 
de notificação dos ocupantes do imóvel como condição da ação de reintegração de posse. A presente 
demanda teve fundamento nos arts. 920 a 931 do CPC/73, que regulam as ações possessórias e a 
reintegração de posse em geral. Não se trata, portanto, de ações com efeitos práticos similares, como a 
busca e apreensão no caso de alienação fiduciária, em que há exigência prevista de notificação para a 
propositura da demanda. Delineado o campo normativo, faz-se necessário interpretar os arts. 924, 927 
e 928 da antiga lei adjetiva civil. O art. 927 elencava os elementos necessários para a propositura da 
demanda possessória. Essa norma deve ser interpretada em conjunto com o art. 924 do código 
revogado, cujo texto especificava que à posse nova, de menos de um ano e dia, aplicava-se o rito da 
reintegração - especificamente, a tutela prevista no artigo 928 do mesmo codex. Consoante o art. 924, 
ainda, passado o prazo da posse nova tem-se a chamada "posse velha" e o rito para o procedimento de 
reintegração de posse seria o ordinário, sem perder o caráter possessório. Da exegese conjugada dos 
dois artigos, tem-se que a notificação tem uma função muito clara: estabelecer a data da turbação ou 
esbulho de modo a autorizar o juiz a conceder liminarmente a reintegração. Tem-se, desse modo, que 
 
a notificação não é documento essencial à propositura da ação possessória, embora seja 
determinante para a concessão de reintegração em caráter liminar.” REsp 1.263.164-DF, Rel. Min. 
Marco Buzzi, por unanimidade, julgado em 22/11/2016, DJe 29/11/2016. 
Entendimento ainda válido na vigência do CPC 15. 
c) Correta. “É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem 
público dominical. Ambas as Turmas da Seção de Direito Privado vinham privilegiando o entendimento 
de que, quando se estivesse diante de área pública, por se tratar de mera detenção, não seria possível a 
arguição de proteção possessória, ainda que entre particulares. No entanto, recentemente, a Terceira 
Turma, revendo seu posicionamento, reconheceu a possibilidade da tutela da posse de litigantes situada 
em bem público. Com efeito, duas são as situações que devem ter tratamentos bem distintos: i) aquela 
em que o particular invade imóvel público e almeja proteção possessória ou indenização/retenção em 
face do ente estatal e ii) as contendas possessórias entre particulares no tocante a imóvel situado em 
terras públicas. O particular, perante o Poder Público, exerce mera detenção e, por consectário lógico, 
não haveria falar em proteção possessória. Já no que toca às contendas entre particulares, a depender 
do caso concreto, é possível o manejo de interditos possessórios. De fato, o Código Civil tratou no 
Capítulo III, do Livro II, dos bens públicos, sendo aqueles "bens do domínio nacional pertencentes às 
pessoas jurídicas de direito público interno" (art. 98), classificando-os quanto à destinação ou finalidade 
em: bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens dominicais. Estes últimos pertencem ao 
acervo estatal, mas se encontram desafetados, sem destinação especial e sem finalidade pública, ou 
pertencem às pessoas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado (art. 98, 
parágrafo único do CC). São disponíveis e podem sem alienados (art. 101). Nessa ordem de ideias, tendo 
sempre em mente que a posse deve ser protegida como um fim em si mesma, exercendo o particular o 
poder fático sobre a res e garantindo sua função social, é que se reconhece, de forma excepcional, a 
posse pelo particular sobre bem público dominical. O critério para aferir se há posse ou detenção não é 
o estrutural e sim o funcional. É a afetação do bem a uma finalidade pública que dirá se pode ou não ser 
objeto de atos possessórios por um particular. Dessarte, com relação aos bens públicosdominicais, 
justamente por possuírem estatuto semelhante ao dos bens privados, não sendo considerados res extra 
commercium, tem-se que o particular poderá manejar interditos possessórios contra terceiros que 
venham a ameaçar ou violar a sua posse. A exegese que reconhece a posse nos bens dominicais deve 
ser conciliada com a regra que veda o reconhecimento da usucapião nos bens públicos (STF, Súm 340, 
CF, arts. 183, § 3°; e 192; CC, art. 102), permitindo-se concluir que, apenas um dos efeitos jurídicos da 
posse - a usucapião - é que será limitado, devendo ser mantido, no entanto, a possibilidade de 
 
invocação dos interditos possessórios pelo particular.” REsp 1.296.964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
por unanimidade, julgado em 18/10/2016, DJe 7/12/2016, informativo 594. 
d) Incorreta. “O processo deve ser extinto com resolução de mérito - e não sem resolução de mérito, 
por falta de interesse processual - caso o autor de ação de reintegração de posse não comprove ter 
possuído a área em litígio. De fato, a condição da ação denominada interesse processual, ou interesse 
de agir, surge da necessidade de se obter, por meio de um provimento jurisdicional, a proteção a 
determinado interesse substancial. Situa-se, portanto, na necessidade do processo e na adequação do 
remédio processual eleito para o fim pretendido. Dessa forma, se houver alegação de posse anterior e 
de esbulho, acompanhadas de suas delimitações temporais, a ação de reintegração de posse torna-se a 
via adequada e necessária para a retomada do imóvel, não havendo falar, portanto, em ausência de 
interesse de agir. Situação diversa ocorre se intentada a ação de reintegração de posse por quem 
declaradamente nunca exerceu a posse sobre o bem pretendido. Nessa hipótese, será manifestamente 
incabível a possessória que tem como pressuposto básico a alegação de posse anterior. Conclui-se, 
portanto, que o fato de o autor, na fase instrutória, não se desincumbir do ônus de provar a posse 
alegada - fato constitutivo do seu direito - só pode levar à extinção do processo com resolução de 
mérito. Há de se ressaltar, a propósito, que o elenco do art. 927 do CPC, em seus quatro incisos, 
demarca o objeto da prova a ser feita de plano a fim de obter o provimento liminar, dentre eles a 
comprovação da posse. Nada impede, contudo, que, sendo insuficiente a prova trazida com a inicial, ela 
seja feita ao longo do processo, em audiência de justificação prévia de que trata o art. 928 do CPC, ou, 
posteriormente, na fase instrutória própria, de modo a alcançar o juízo de procedência da ação. 
Colaciona-se, em reforço, julgado da Terceira Turma que, julgando a causa sob o prisma da teoria da 
asserção, concluiu que "se o juiz realizar cognição profunda sobre as alegações contidas na petição, após 
esgotados os meios probatórios, terá, na verdade, proferido juízo sobre o mérito da questão". (REsp 
1.125.128/RJ, DJe 18/9/2012).” REsp 930.336-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 
6/2/2014. 
Entendimento válido sob à égide do CPC atual. 
 
 
18- Assinale a alternativa correta, quanto aos embargos à execução 
a) A oposição de embargos à execução depende de garantia do juízo. 
b) Ao opor embargos, o executado mediante depósito de parcela da dívida, poderá requerer o 
parcelamento desta. 
 
c) Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado da juntada, na carta, da certificação da 
citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação 
dos bens. 
d) Os embargos à execução terão efeito suspensivo. 
Gabarito: C 
a) Incorreta. Art. 914, CPC: “O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá 
se opor à execução por meio de embargos.” 
b) Incorreta. Art. 916, CPC: “No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e 
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários 
de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) 
parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês. 
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor 
embargos.” 
c) Correta. Art. 915, §2º, I, CPC. 
d) Incorreta. Art. 919, CPC: “Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.” 
 
19- Assinale a alternativa incorreta: 
a) Se o imóvel penhorado estiver arrendado, o inquilino pagará o aluguel diretamente ao exequente, 
salvo se houver administrador. 
b) No leilão judicial, não será aceito lance que ofereça preço vil, que é aquele inferior ao mínimo 
estipulado pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, considera-se vil o 
preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação. 
c) Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje 
expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada. 
d) São títulos executivos extrajudiciais: o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao 
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. 
Gabarito: D 
a) Correta. Art. 869, §3º, CPC. 
b) Correta. Art. 891, CC. 
c) Correta. Art. 85, §7o, CPC. 
d) Incorreta. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os 
artigos previstos neste Título: 
 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos 
sucessores a título singular ou universal”. 
 
20- Assinale a alternativa correta: 
I- caso os embargos de declaração sejam acolhidos, e a decisão embargada seja modificada, se o 
embargado já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária, terá o direito de complementar 
ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação verificada, no prazo de 15 dias, contados da 
intimação da decisão dos embargos. 
II- Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatórios. 
III- É cabível recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de 
intervenção estadual em Município. 
a) Apenas I e II estão corretas. 
b) Apenas I e III estão corretas. 
c) Apenas I está correta. 
d) Apenas II está correta. 
Gabarito: A 
I- Correta. Art. 1.024,§ 4°, CPC. 
II- Correta. Súmula 733, STF. 
III- Incorreta. Súmula 637 STF: Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de tribunal de justiça 
que defere pedido de intervenção estadual em município. 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
21- Assinale a alternativa correta: 
I- Aplica-se o CDC às relações entre contribuinte e fisco. 
II- Prevalece no STJ, que o CDC aplica-se a atividade notarial em relação aos usuários do serviço. 
III- Aplica-se o CDC nas relações de trabalho. 
a) Todas as alternativas estão incorretas. 
b) Apenas I e II está correta. 
c) Apenas I e III está correta. 
d) Apenas II está correta. 
 
 
Gabarito: D 
I- Incorreta. “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. 
NÃO OCORRÊNCIA. REQUISITOS DA CDA. SÚMULA 7/STJ. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR 
HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO DO CONTRIBUINTE. DESNECESSIDADE DE PROCEDIMENTO FORMAL. 
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CITAÇÃO POSTAL. ENTREGA NO ENDEREÇO DO 
CONTRIBUINTE. VALIDADE. ART. 52, § 1º, DO CDC. NÃO APLICAÇÃO ÀS RELAÇÕES TRIBUTÁRIAS PARA 
FINS DE REDUÇÃO DA MULTA. ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. 1. A 
aferição da presença ou não dos requisitos da CDA importa análise de matéria fática, o que é vedado 
nesta seara recursal, ante o óbice da Súmula 7/STJ. 2. Em se tratando de tributo sujeito a lançamento 
por homologação, a declaração feita pelo contribuinte afasta a necessidade de homologação formal 
pelo fisco, sendo o tributo exigível independentemente de procedimento administrativo fiscal. 3. Resta 
prejudicada a tese de que a notificação por editalfoi irregular, uma vez que o crédito foi devidamente 
constituído quando da entrega da declaração pelo contribuinte. 4. "Na execução fiscal é válida a citação 
postal entregue no domicílio correto do devedor, mesmo que recebida por terceiros" (REsp 989.777/RJ, 
Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe de 18.8.2008). 5. Segundo disposto no art. 174, 
parágrafo único, I, do CTN, com redação anterior à LC n. 118/2004, o prazo de cinco anos para cobrança 
do crédito tributário é contado da data da sua constituição definitiva, e se interrompe pela citação 
pessoal feita ao devedor. Na espécie, conforme consignado pelo Tribunal de origem, a constituição 
definitiva do crédito tributário se deu em 29.5.1998, mediante a entrega da declaração, e a citação da 
executada ocorreu em 22.2.2002, quando ainda não transcorrido o lustro prescricional. 6. Quanto à 
aplicabilidade do art. 940 do Código Civil, é assente o entendimento segundo o qual o disposto no 
referido artigo somente é aplicável quando comprovada a má-fé do credor, o que importa o exame de 
matéria probatória constante nos autos. Incide, portanto, a Súmula 7/STJ. 7. O art. 52, § 1º, do CDC 
somente se aplica às relações de direito privado, não alcançando as relações tributárias, pelo que 
incabível a redução da multa para o percentual máximo de 2% (dois por cento). 8. O recurso especial 
que aponta contrariedade ao art. 535 do CPC, mas não demonstra especificamente como ocorreu tal 
violação, apresenta-se de forma deficiente, o que atrai, por analogia, a incidência da Súmula 284 do STF. 
9. Agravo regimental não provido.” STJ - AgRg no Ag: 1318384 RS 2010/0109270-9, Relator: Ministro 
MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 26/10/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de 
Publicação: DJe 10/11/2010. 
II- Correta. STJ. 2ª Turma. REsp 1163652/PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 01/06/2010. 
 
III- Incorreta. Art. 3°, CDC: “Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou 
comercialização de produtos ou prestação de serviços. 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive 
as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter 
trabalhista.” 
 
22- Assinale a alternativa correta: 
a) Não é possível a aplicação do CDC, se o fornecedor de um serviço é entidade sem fins lucrativos. 
b) Não sendo o vício do produto imediatamente sanado pelo fornecedor, pode o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha: a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas 
condições de uso; a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de 
eventuais perdas e danos; o abatimento proporcional do preço. 
c) A reclamação obstativa da decadência, prevista no art. 26, § 2º, I, do CDC deve ser feita por escrito. 
d) O comerciante não tem o dever de receber e de encaminhar produto viciado à assistência técnica, a 
não ser que esta não esteja localizada no mesmo município do estabelecimento comercial. 
Gabarito: D 
a) Incorreta. “(...) a relação de consumo caracteriza-se pelo objeto contratado, no caso, a cobertura 
médico-hospitalar, sendo irrelevante a natureza jurídica da entidade que presta os serviços, ainda que 
sem fins lucrativos, quando administra plano de saúde remunerado a seus associados”. STJ. Agravo em 
Resp n. 642.409 – SC. Rel. Min. Raul Araújo. DJe. 30.04.2015. 
O STJ já decidiu que mesmo as entidades sem fins lucrativos, de caráter beneficente e filantrópico, 
poderão ser consideradas fornecedor, caso desempenhem atividade no mercado de consumo mediante 
remuneração. 
b) Incorreta. Art. 18, §1º, CDC: “Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o 
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: 
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; 
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos; 
III - o abatimento proporcional do preço.” 
 
c) Incorreta. “A reclamação obstativa da decadência, prevista no art. 26, § 2º, I, do CDC pode ser feita 
documentalmente ou verbalmente. Na origem, trata-se de ação redibitória – extinta com resolução do 
mérito, ante o reconhecimento da decadência – por meio da qual se buscava a rescisão do contrato de 
compra e venda de veículo defeituoso. Nesse contexto, discute-se a forma pela qual o consumidor deve 
externar a reclamação prevista no art. 26, § 2º, I, do Código de Defesa do Consumidor. Nos termos do 
dispositivo supracitado, é causa obstativa da decadência, a reclamação comprovadamente formulada 
pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, 
que deve ser transmitida de forma inequívoca. Infere-se do preceito legal que a lei não preestabelece 
uma forma para a realização da reclamação, exigindo apenas comprovação de que o fornecedor tomou 
ciência inequívoca quanto ao propósito do consumidor de reclamar pelos vícios do produto ou serviço. 
Com efeito, a reclamação obstativa da decadência pode ser feita documentalmente – por meio físico ou 
eletrônico – ou mesmo verbalmente – pessoalmente ou por telefone – e, consequentemente, a sua 
comprovação pode dar-se por todos os meios admitidos em direito. Afinal, supor que o consumidor, ao 
invés de servir-se do atendimento atualmente oferecido pelo mercado, vá burocratizar a relação, 
elaborando documento escrito e remetendo-o ao Cartório, é ir contra o andamento natural das relações 
de consumo.” REsp 1.442.597-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 24/10/2017, 
DJe 30/10/2017, informativo 
d) Correta. “O comerciante não tem o dever de receber e de encaminhar produto viciado à assistência 
técnica, a não ser que esta não esteja localizada no mesmo município do estabelecimento comercial . 
De acordo com o caput do art. 18 do CDC, todos os que integram a cadeia de fornecimento respondem 
solidariamente pelos produtos defeituosos. Dessa forma, se o comerciante opta por ofertar a seus 
clientes produtos fabricados por terceiros, não pode eximir-se da responsabilização pelos produtos 
defeituosos inseridos no mercado por ele próprio. Nesse contexto, não se olvida a infindável busca do 
legislador em proteger o consumidor da inserção irresponsável de produtos viciados no mercado. 
Todavia, o mesmo legislador obtempera a proteção da boa-fé do consumidor com a impossibilidade 
fática de se garantir de forma absoluta e apriorística a qualidade dos produtos comercializados. 
Reconhecendo, portanto, que falhas acontecem, insere-se o direito subjetivo dos fornecedores de 
corrigir os vícios, como uma demonstração inclusive de sua própria boa-fé objetiva. Envolvida nessa 
atmosfera ética, exige-se de ambos os contratantes a atuação leal e cooperada, atuação estendida, no 
âmbito do CDC, a todos os integrantes da cadeia de fornecimento. Nessa ordem de ideias, a 
disponibilização pelo produtor de um serviço especializado, a fim de dar o necessário suporte aos 
consumidores na hipótese de os produtos comercializados apresentarem vícios, em princípio, não 
 
representa qualquer prejuízo ou desvantagem ao consumidor. Ao contrário, representa o cumprimento 
de um dever de lealdade e cooperação que subsiste para além da conclusão do contrato, concretizando 
o ideal ético do CDC, devendo, por essa mesma razão, ser observada pelos consumidores. Claro que essa 
observância apenas poderá ser exigida na medida em que o serviço seja disponibilizado de forma 
efetiva, eficaz e eficiente. Do contrário, acabaria por representar uma dificuldade excessiva, 
caracterizandoo exercício abusivo de um direito do produtor. Ora, disponibilizado serviço de assistência 
técnica de forma eficaz, efetiva e eficiente na mesma localidade do estabelecimento do comerciante, a 
intermediação do serviço apenas acarretaria delongas e acréscimo de custos. Desse modo, existindo 
assistência técnica especializada e disponível na localidade de estabelecimento do comerciante (leia-se, 
no mesmo município), não é razoável a imposição ao comerciante da obrigação de intermediar o 
relacionamento entre seu cliente e o serviço disponibilizado, visto que essa exigência apenas dilataria o 
prazo para efetiva solução e acrescentaria custos ao consumidor, sem agregar-lhe qualquer benefício.” 
REsp 1.411.136-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 24/2/2015, DJe 10/3/2015, informativo 
557. 
 
23- Assinale a alternativa incorreta: 
a) A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional de 5 
anos, estabelecido no CDC. 
b) Segundo o STJ, inexiste a obrigação legal de se inserir nos rótulos dos vinhos informações acerca da 
quantidade de sódio ou de calorias presente no produto. 
c) Na vigência dos contratos de plano ou de seguro de assistência à saúde, a pretensão condenatória 
decorrente da declaração de nulidade de cláusula de reajuste nele prevista prescreve em 3 anos, na 
vigência do CC/2002. 
d) Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, 
o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: exigir o cumprimento forçado da 
obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; aceitar outro produto ou prestação de 
serviço equivalente; rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente 
antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. 
Gabarito: A 
a) Incorreta. Súmula 412, STJ: “A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao 
prazo prescricional estabelecido no Código Civil.” 
 
b) Correta. “RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. VINHO. RÓTULO. LEGISLAÇÃO 
ESPECÍFICA. ARTIGO 2º DA LEI Nº 8.918/1994. DECRETO Nº 6.871/2009. OBSERVÂNCIA. CÓDIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR. NÃO APLICABILIDADE. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. DIREITO DE GARANTIA 
DECORRENTE DE LEI OU DE CONTRATO. INEXISTÊNCIA. 
1. À luz do art. 70, III, do CPC/1973, é imprescindível que o litisdenunciado esteja obrigado, pela lei ou 
pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a demanda, o que não ocorre 
na hipótese. 
2. O artigo 2º da Lei nº 8.918/1994, que prevê o registro necessário para a comercialização de bebidas, e 
o seu decreto regulamentador (Decreto nº 6.871/2009) não se aplicam às bebidas derivadas da uva. 
3. Inexiste a obrigação legal de se inserir nos rótulos dos vinhos informações acerca da quantidade de 
sódio ou de calorias (valor energético) presente no produto. 
4. Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor ao caso concreto ante o princípio da especialidade. 
5. A rotulagem dos produtos que a recorrente fabrica atende estritamente às normas administrativas 
impostas pelos órgãos de fiscalização governamentais, tendo obtido sua aprovação junto ao Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
6. Recurso especial provido.” REsp 1605489/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 04/10/2016, DJe 18/10/2016. 
c) Correta. “Na vigência dos contratos de plano ou de seguro de assistência à saúde, a pretensão 
condenatória decorrente da declaração de nulidade de cláusula de reajuste nele prevista prescreve 
em 20 anos (art. 177 do CC/1916) ou em 3 anos (art. 206, § 3º, IV, do CC/2002), observada a regra de 
transição do art. 2.028 do CC/2002. Inicialmente, afasta-se a prescrição anual para pretensões 
deduzidas em contratos de seguro saúde, por se enquadrar como plano privado de assistência à saúde, 
nos termos do art. 2º da Lei n. 10.185/2001, bem como a aplicação do prazo prescricional disposto no 
art. 27 do CDC, haja vista não se tratar, na espécie, de acidente de consumo. Pois bem, a locução 
"indevidamente auferido", constante do art. 884 do CC/2002, admite interpretação ampla, no sentido 
de albergar não só o termo causa como atribuição patrimonial (simples deslocamento patrimonial), mas 
também no sentido de causa negocial (de origem contratual, por exemplo), cuja ausência, na 
modalidade de enriquecimento por prestação, demandaria um exame subjetivo, a partir da não 
obtenção da finalidade almejada com a prestação, hipótese que parece mais adequada à prestação 
decorrente de cláusula indigitada nula (ausência de causa jurídica lícita). Sob esse prisma, nota-se que o 
exame de pretensões fundadas no enriquecimento sem causa não é novidade no âmbito da Segunda 
Seção, conforme se verifica em alguns julgados, proferidos em âmbito de recurso especial repetitivo 
 
(REsp 1.220.934-RS, DJe 12/6/2013; REsp 1.249.321-RS, DJe 16/4/2013), nos quais a relação jurídica 
base estabelecida entre as partes também possuía natureza contratual e a demanda visava exatamente 
a declaração de nulidade de cláusula tida por abusiva, casos em que foi aplicado o prazo prescricional 
trienal previsto no art. 206, § 3º, IV, do CC/2002. Acrescente-se, por oportuno, que, havendo pretensão 
de reconhecimento do caráter abusivo de cláusula contratual, sua invalidação tem como consequência o 
desaparecimento da causa lícita do pagamento que foi efetuado a tal título, caracterizando, assim, o 
enriquecimento indevido daquele que o recebeu. Estar-se-á, nessas hipóteses, diante de 
enriquecimento sem causa derivado de pagamento indevido, tendo em vista que, por invalidação, no 
todo ou em parte, do negócio jurídico que o embasava, o pagamento perdeu a causa que o autorizava. 
Provavelmente em razão dessa lógica jurídica, é que os arts. 182 e 876 do CC/2002 disciplinam, 
respectivamente: "Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes 
dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente [...] Art. 876. 
Todo aquele que recebeu o que não lhe era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe 
àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição". A respeito do tema, há julgados do 
STJ que, levando em consideração o enriquecimento sem causa até mais como princípio do que como 
instituto, entendem que, diante da declaração judicial de ilegalidade de cláusula contratual, torna-se 
cabível a devolução ou compensação dos valores pagos a tal título, independentemente da 
comprovação de erro no pagamento. Diante de todas essas ponderações, conclui-se que, em se 
tratando de pretensão de nulidade de cláusula de reajuste prevista em contrato de plano ou seguro de 
assistência à saúde, com a consequente repetição do indébito, a ação ajuizada está fundada no 
enriquecimento sem causa e, por isso, o prazo prescricional aplicável é o trienal, previsto no art. 206, § 
3º, IV, do CC/2002.” REsp 1.361.182-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio 
Bellizze, Segunda Seção, julgado em 10/8/2016, DJe 19/9/2016, informativo 590. 
d) Correta. Art. 35, CDC: “Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, 
apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; 
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, 
monetariamente atualizada, e a perdas e danos.” 
 
24-Assinale a alternativa correta, conforme o STJ: 
a) É abusiva a cláusula que institui arbitragem em uma relação de consumo. 
 
b) Não há abusividade na cláusula contratual ou em ato da operadora de plano de saúde que importe 
em limitação/interrupção de tratamentopsicoterápico por esgotamento do número de sessões anuais 
asseguradas no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS, devendo as consultas excedentes ser 
custeadas em regime de coparticipação, segundo o STJ. 
c) É abusiva a exigência de indicação da CID (Classificação Internacional de Doenças), como condição de 
deferimento, nas requisições de exames e serviços oferecidos pelas prestadoras de plano de saúde, bem 
como para o pagamento de honorários médicos. 
d) É abusiva a cobrança pelo promitente-vendedor do serviço de assessoria técnico-imobiliária (SATI), ou 
atividade congênere, vinculado à celebração de promessa de compra e venda de imóvel. 
Gabarito: D 
a) Incorreta. Art. 51, CDC: “São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao 
fornecimento de produtos e serviços que: 
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem”. 
b) Incorreta. “Há abusividade na cláusula contratual ou em ato da operadora de plano de saúde que 
importe em limitação/interrupção de tratamento psicoterápico por esgotamento do número de sessões 
anuais asseguradas no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS, devendo as consultas 
excedentes ser custeadas em regime de coparticipação. Inicialmente, cumpre salientar que a Agência 
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixa periodicamente diretrizes de atenção à saúde bem como 
atualiza o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que constitui a referência básica para a cobertura 
assistencial mínima nos planos privados de assistência à saúde. Para os atendimentos realizados em 
consultório ou em ambulatório, o art. 21, inciso IV da Resolução Normativa (RN) n. 338/2013 da ANS, 
dispôs sobre a cobertura de psicoterapia, limitada, entretanto, ao número de sessões estabelecido em 
um de seus anexos. Por seu turno, o Anexo II da referida resolução estabeleceu diferentes quantidades 
de sessões ou de consultas obrigatórias mínimas a serem custeadas pelo plano de saúde conforme o 
grau de severidade do transtorno mental. Posteriormente, com a superveniência da RN n. 387/2015, 
algumas coberturas mínimas foram ampliadas, como as sessões de psicoterapia que passaram de 12 
(doze) por ano de contrato para 18 (dezoito). Ocorre que os tratamentos psicoterápicos são contínuos e 
de longa duração, de modo que um número tão exíguo de sessões anuais não é capaz de remediar a 
maioria dos distúrbios mentais. Dessa forma, a restrição severa de cobertura poderá provocar a 
interrupção da própria terapia, o que comprometerá o restabelecimento da higidez mental do usuário, a 
contrariar não só princípios consumeristas (art. 51, IV, da Lei n. 8.078/1990), mas também os de atenção 
integral à saúde na Saúde Suplementar (art. 3º da RN n. 338/2013, hoje art. 4º da RN n. 387/2015). 
 
Ademais, em conformidade com entendimento firmado por esta Corte Superior, é de rigor que o médico 
ou profissional habilitado – e não o plano de saúde – tenha autonomia para aferir o período de 
atendimento adequado segundo as necessidades de cada paciente, de forma que a operadora não pode 
limitar o número de sessões recomendadas para o tratamento integral de determinado transtorno 
mental. Assim, será abusiva qualquer cláusula contratual ou ato da operadora de plano de saúde que 
importe em interrupção de tratamento psicoterápico por esgotamento do número de sessões anuais 
asseguradas no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS. Logo, o número de 
consultas/sessões anuais de psicoterapia fixado pela ANS deve ser considerado apenas como cobertura 
obrigatória mínima a ser custeada plenamente pela operadora de plano de saúde; mas, para não haver 
o esvaziamento do tratamento da enfermidade mental, a quantidade que ultrapassar tais balizas deverá 
ser suportada tanto pela operadora quanto pelo usuário, em regime de coparticipação, aplicando-se, 
por analogia, o que ocorre nas hipóteses de internação em clínica psiquiátrica. A estipulação de 
coparticipação nessas situações se revela necessária, porquanto, por um lado, impede a concessão de 
consultas indiscriminadas ou o prolongamento em demasia de tratamentos e, por outro, restabelece o 
equilíbrio contratual (art. 51, § 2º, do CDC), visto que as sessões acima do limite mínimo estipulado pela 
ANS não foram consideradas no cálculo atuarial do fundo mútuo do plano, o que evita a onerosidade 
excessiva para ambas as partes.” REsp 1.679.190-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por 
unanimidade, julgado em 26/09/2017, DJe 02/10/2017, informativo 612. 
c) Incorreta. “Não é abusiva a exigência de indicação da CID (Classificação Internacional de Doenças), 
como condição de deferimento, nas requisições de exames e serviços oferecidos pelas prestadoras de 
plano de saúde, bem como para o pagamento de honorários médicos. A discussão devolvida ao 
conhecimento do STJ está inserta em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal para 
imposição de obrigações de fazer e não fazer em face da ANS e de 21 operadoras de planos de saúde, 
entre elas, o afastamento da condicionante de indicação da CID para o deferimento de exames e o 
pagamento de honorários médicos. De início, cumpre explicar que CID é a denominação comumente 
dada à Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, 
confeccionada pela Organização Mundial de Saúde, tendo a importante função de codificar a 
classificação de doenças e sintomas e sendo uma ferramenta de diagnósticos padrão para 
epidemiologia, gestão de saúde e propósitos clínicos, incluindo a análise da situação geral de saúde dos 
grupos populacionais. A Lei n. 9.656/98 estreita, sobremaneira, a relação entre a prestação dos serviços 
de saúde pelas operadoras à referida ferramenta de diagnósticos padrão, pois há de se trabalhar dentro 
de um espectro de previsibilidade, ou seja, deverá alcançar as enfermidades catalogadas na CID. É de se 
 
notar que a exigência de menção da CID nas requisições de exames e demais serviços de saúde decorre, 
razoavelmente, do fato de as operadoras de planos de saúde estarem obrigadas a prestar os serviços 
previstos no plano-referência, e, quiçá, outros que desbordem do atendimento mínimo previsto em lei e 
nos regulamentos da ANS, desde que tenham respaldo contratual. Com efeito, o regime de cooperação 
que deve ser estabelecido no curso de relações privadas, com base na boa-fé objetiva, que é via de mão 
dupla, milita em favor de que sejam prestadas, também pelo consumidor/paciente, as informações 
necessárias para uma hígida prestação dos serviços. Desta forma, assim como se exige do fornecedor a 
clara e destacada discriminação de procedimentos que não estejam cobertos pelo plano contratado, há 
de se exigir do consumidor, também, que, preste informações relevantes e necessárias para o 
cumprimento da obrigação. Nesse panorama, em face da possibilidade de as requisições de exames 
voltarem-se a tratamentos que desbordem o plano-referência e os termos do contrato, o 
condicionamento da informação da CID nas requisições de serviços de saúde não se revela abusivo, 
tampouco representa ofensa aos princípios fundamentais consumeristas. Conclui-se, por fim, que a 
exigência da CID pelas operadoras de planos de saúde não se mostra iníqua ou incompatível com a boa-
fé – pois a indicação da enfermidade objeto de tratamento constitui elemento intrínseco à relação 
estabelecida entre o paciente, o médico e a própria operadora.” REsp 1.509.055-RJ, Rel. Min. Paulo de 
Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 22/8/2017, DJe 25/8/2017, informativo 610. 
d) Correta. “É abusiva a cobrança pelo promitente-vendedor do serviço de assessoria técnico-
imobiliária (SATI), ou atividade congênere, vinculado à celebração de promessa de compra e venda de 
imóvel. O fornecedor tem o dever de prestar ao consumidor informações claras, adequadas e precisas 
acerca de seus produtos e serviços. Além do pagamento da comissão de corretagem,têm sido 
transferidos ao promitente-comprador os custos do serviço de assessoria técnico-imobiliária (SATI), 
consistente na prestação de esclarecimentos técnicos e jurídicos acerca das cláusulas do contrato e das 
condições do negócio. Na alienação de unidades autônomas em regime de incorporação imobiliária, 
essa atividade de assessoria prestada ao consumidor por técnicos vinculados à incorporadora constitui 
mera prestação de um serviço inerente à celebração do próprio contrato, inclusive no que tange ao 
dever de informação, não constituindo um serviço autônomo oferecido ao adquirente, como ocorre 
com a corretagem. Verifica-se, nesse caso, flagrante violação aos deveres de correção, lealdade e 
transparência, impostos pela boa-fé objetiva, tendo em vista a cobrança, a título de serviço de 
assessoria técnico-imobiliária (SATI), pelo cumprimento de deveres inerentes ao próprio contrato 
celebrado. A abusividade dessa cláusula contratual deflui do disposto no art. 51, IV, do CDC. 
Consideram-se, assim, nulas de pleno direito as cláusulas que obrigam o consumidor a pagar o serviço 
 
de assessoria técnico-imobiliária (SATI) ou congênere, ex vi do art. 51, IV, in fine, do CDC. Ademais, essa 
assessoria é um serviço que envolve o elemento confiança (intuitu personae). Assim, se o consumidor 
necessitar de alguma assessoria técnica ou jurídica para orientá-lo acerca do contrato ou de outros 
detalhes relativos à aquisição do imóvel, pode contratar diretamente um profissional ou advogado da 
sua confiança, e não alguém vinculado à incorporadora. O próprio Conselho Federal de Corretores de 
Imóveis (COFECI), mediante a Resolução n. 1.256/2012, estatuiu a seguinte norma proibitiva: "Art. 3º - É 
vedado aos inscritos no Regional cobrarem de seus clientes, para si ou para terceiros, qualquer taxa a 
título de assessoria administrativa jurídica ou outra, assim como devem denunciar ao Regional a 
cobrança de tais taxas quando feitas pelo incorporador, pelo construtor ou por seus prepostos." 
Manifesta, portanto, a abusividade de qualquer cláusula que estabeleça a cobrança desse serviço de 
assessoria técnico-imobiliária (SATI) ou atividade congênere.” REsp 1.599.511-SP, Rel. Min. Paulo de 
Tarso Sanseverino, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 24/8/2016, DJe 6/9/2016, informativo 
589. 
 
25- (2016/UFMT/DPE-MT/Defensor Público) O reconhecimento progressivo dos direitos difusos e 
coletivos fez com que estes passassem a ter definição expressa pela legislação com a aprovação da Lei 
nº 8.078/1990, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor e fez inclusões relacionadas na Lei nº 
7.347/1985, que disciplina a Ação Civil Pública. Sobre a definição desses direitos, assinale a afirmativa 
correta. 
a) Direitos difusos são equiparados aos direitos coletivos, por ocasião de sua natureza coletiva, 
diferenciando-se no que se refere a sua indivisibilidade, que se manifesta apenas nos primeiros. 
b) Direitos difusos não são em hipótese alguma considerados direitos coletivos, tendo por semelhança a 
transindividualidade e a titularidade de pessoas determinadas por uma relação jurídica base. 
c) Direitos individuais homogêneos são considerados espécie de direitos coletivos, diferenciados 
essencialmente pela possibilidade de os primeiros serem divisíveis na liquidação de sentença que trate 
de seu reconhecimento e a respectiva violação. 
d) Direitos coletivos são transindividuais, tal qual os direitos difusos, de natureza divisível, tendo por 
titulares pessoas determinadas ou indeterminadas, ligadas entre si por uma circunstância de fato. 
Gabarito: C 
Art. 81, CDC: “A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em 
juízo individualmente, ou a título coletivo. 
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de: 
 
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de 
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; 
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de 
natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a 
parte contrária por uma relação jurídica base; 
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.” 
a) Incorreto. Tanto os direitos difusos quanto os coletivos são indivisíveis, art. 81, I e II, CDC. 
b) Incorreto. Nos direitos difusos os titulares não são unidos por uma relação jurídica base, mas por uma 
circunstância de fato, art. 81, I, CDC. 
c) Correto. Art. 81, III, CDC. 
d) Incorreto. Os direitos coletivos são indivisíveis e os titulares são ligados por uma relação jurídica base, 
art. 81, II, CDC. 
 
 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
26- Assinale a alternativa incorreta, segundo o STJ: 
a) No caso de adoção unilateral, a irrevogabilidade do ato pode ser flexibilizada no melhor interesse do 
adotando. 
b) Admite-se excepcionalmente a adoção de neto por avós. 
c) A observância do cadastro de adotantes, ou seja, a preferência das pessoas cronologicamente 
cadastradas para adotar determinada criança, não é absoluta. A regra comporta exceções determinadas 
pelo princípio do melhor interesse da criança, base de todo o sistema de proteção. Tal hipótese 
configura-se, por exemplo, quando já formado forte vínculo afetivo entre a criança e o pretendente à 
adoção, ainda que no decorrer do processo judicial. 
d) Não se admite a adoção por dois irmãos. 
Gabarito: D 
a) Correta. “No caso de adoção unilateral, a irrevogabilidade prevista no art. 39, § 1º do Estatuto da 
Criança e do Adolescente pode ser flexibilizada no melhor interesse do adotando . Restringe-se a 
controvérsia, exclusivamente, a definir se é possível flexibilizar o preceito do art. 39, § 1º, da Lei n. 
8.069/1990, que atribui caráter irrevogável ao ato de adoção, em virtude do enfraquecimento do 
vínculo afetivo firmado entre adotado e adotante. Inicialmente, consigna-se que a adoção unilateral, ou 
 
adoção por cônjuge, é espécie do gênero adoção, que se distingue do caudal comum por possuir 
elementos que lhe são singulares, sendo o mais acentuado, a ausência de ruptura total entre o adotado 
e os pais biológicos, porquanto um deles permanece exercendo o poder familiar sobre o menor que 
será, após a adoção, compartilhado com o cônjuge adotante. Ela ocorre a partir do óbito de um dos 
ascendentes biológicos, após a destituição do poder familiar de um deles ou mesmo na ausência de pai 
registral. Tal adoção irá substituir, para todos os efeitos, a linha biológica originária do adotado e ocorre 
independentemente de consulta ao grupo familiar estendido, cabendo tão-só ao cônjuge supérstite 
decidir sobre a conveniência, ou não, da adoção do filho pelo seu novo cônjuge/companheiro. É de se 
salientar que hoje, procura-se prioritariamente colocar o menor como o foco central do processo de 
adoção, buscando-se, em prol dele, a melhor fórmula possível de superação da ausência parcial, ou total 
dos ascendentes biológicos. Essa opção é claramente expressa no artigo 43 do ECA (a adoção será 
deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.), que 
pela sua peremptoriedade e capacidade de se sobrepor aos outros ditames relativos à adoção, pode ser 
considerada verdadeira norma-princípio. Assim, os elementos balizadores e constitutivos da adoção 
unilateral, bem como as prerrogativas do cônjuge supérstite de autorizar a adoção unilateral de seu 
filho, e mesmo a própria declaração de vontade do adotando, podem ser superados ou moldados em 
nome da inexistência de reais vantagens para o adotando no processo de adoção. O princípio do 
interesse superior do menor, ou melhor interesse, tem assim, a possibilidade de retirar a 
peremptoriedadede qualquer texto legal atinente aos interesses da criança ou do adolescente, 
submetendo-o a um crivo objetivo de apreciação judicial da situação concreta onde se analisa. Em 
complemento a esse raciocínio, fixa-se que a razão de ser da vedação erigida, que proíbe a revogação da 
adoção é, indisfarçavelmente, a proteção do menor adotado, buscando colocá-lo a salvo de possíveis 
alternâncias comportamentais de seus adotantes, rupturas conjugais ou outras atitudes que 
recoloquem o menor adotado, novamente no limbo sócio emocional que vivia antes da adoção. Sob 
esse diapasão, observa-se que há espaço para, diante de situações singulares onde se constata que 
talvez a norma protetiva esteja, na verdade, vulnerando direitos do seu beneficiário, ser flexibilizada a 
restritiva regra fixada no art. 39 § 1º, do ECA.” REsp 1.545.959-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, 
Rel. para acórdão Min. Nancy Andrighi, por maioria, julgado em 6/6/2017, DJe 1/8/2017, informativo 
608. 
b) Correta. “Admitiu-se, excepcionalmente, a adoção de neto por avós, tendo em vista as seguintes 
particularidades do caso analisado: os avós haviam adotado a mãe biológica de seu neto aos oito anos 
de idade, a qual já estava grávida do adotado em razão de abuso sexual; os avós já exerciam, com 
 
exclusividade, as funções de pai e mãe do neto desde o seu nascimento; havia filiação socioafetiva 
entre neto e avós; o adotado, mesmo sabendo de sua origem biológica, reconhece os adotantes como 
pais e trata a sua mãe biológica como irmã mais velha; tanto adotado quanto sua mãe biológica 
concordaram expressamente com a adoção; não há perigo de confusão mental e emocional a ser 
gerada no adotando; e não havia predominância de interesse econômico na pretensão de adoção. De 
fato, a adoção de descendentes por ascendentes passou a ser censurada sob o fundamento de que, 
nessa modalidade, havia a predominância do interesse econômico, pois as referidas adoções visavam, 
principalmente, à possibilidade de se deixar uma pensão em caso de falecimento, até como ato de 
gratidão, quando se adotava quem havia prestado ajuda durante períodos difíceis. Ademais, 
fundamentou-se a inconveniência dessa modalidade de adoção no argumento de que haveria quebra da 
harmonia familiar e confusão entre os graus de parentesco, inobservando-se a ordem natural existente 
entre parentes. Atento a essas críticas, o legislador editou o § 1º do art. 42 do ECA, segundo o qual "Não 
podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando", visando evitar que o instituto fosse 
indevidamente utilizado com intuitos meramente patrimoniais ou assistenciais, bem como buscando 
proteger o adotando em relação a eventual confusão mental e patrimonial decorrente da transformação 
dos avós em pais e, ainda, com a justificativa de proteger, essencialmente, o interesse da criança e do 
adolescente, de modo que não fossem verificados apenas os fatores econômicos, mas principalmente o 
lado psicológico que tal modalidade geraria no adotado. No caso em análise, todavia, é inquestionável a 
possibilidade da mitigação do § 1º do art. 42 do ECA, haja vista que esse dispositivo visa atingir situação 
distinta da aqui analisada. Diante da leitura do art. 1º do ECA ("Esta Lei dispõe sobre a proteção integral 
à criança e ao adolescente") e do art. 6º desse mesmo diploma legal ("Na interpretação desta Lei levar-
se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres 
individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em 
desenvolvimento"), deve-se conferir prevalência aos princípios da proteção integral e da garantia do 
melhor interesse do menor. Ademais, o § 7º do art. 226 da CF deu ênfase à família, como forma de 
garantir a dignidade da pessoa humana, de modo que o direito das famílias está ligado ao princípio da 
dignidade da pessoa humana de forma molecular. É também com base em tal princípio que se deve 
solucionar o caso analisado, tendo em vista se tratar de supraprincípio constitucional. Nesse contexto, 
não se pode descuidar, no direito familiar, de que as estruturas familiares estão em mutação e, para se 
lidar com elas, não bastam somente as leis. É necessário buscar subsídios em diversas áreas, levando-se 
em conta aspectos individuais de cada situação e os direitos de 3ª Geração. Dessa maneira, não cabe 
mais ao Judiciário fechar os olhos à realidade e fazer da letra do § 1º do art. 42 do ECA tábula rasa à 
 
realidade, de modo a perpetuar interpretação restrita do referido dispositivo, aplicando-o, por 
consequência, de forma estrábica e, dessa forma, pactuando com a injustiça. No caso analisado, não se 
trata de mero caso de adoção de neto por avós, mas sim de regularização de filiação socioafetiva. Deixar 
de permitir a adoção em apreço implicaria inobservância aos interesses básicos do menor e ao princípio 
da dignidade da pessoa humana.” REsp 1.448.969-SC, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 21/10/2014, 
informativo 551. 
c) Correta. “RECURSO ESPECIAL - ADOÇÃO - CADASTRO DE ADOTANTES - RELATIVIDADE - PRINCÍPIO DA 
PREVALÊNCIA DO INTERESSE DO MENOR - VÍNCULO AFETIVO DA MENOR COM CASAL DE ADOTANTES 
DEVIDAMENTE CADASTRADOS - PERMANÊNCIA DA CRIANÇA POR APROXIMADAMENTE DOIS ANOS, NA 
SOMATÓRIA DO TEMPO ANTERIOR E DURANTE O PROCESSO - ALBERGAMENTO PROVISÓRIO A SER 
EVITADO - ARTIGO 197-E, § 1º, DO ECA - PRECEDENTES DESTA CORTE - RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 
1.- A observância do cadastro de adotantes, ou seja, a preferência das pessoas cronologicamente 
cadastradas para adotar determinada criança, não é absoluta. A regra comporta exceções 
determinadas pelo princípio do melhor interesse da criança, base de todo o sistema de proteção. Tal 
hipótese configura-se, por exemplo, quando já formado forte vínculo afetivo entre a criança e o 
pretendente à adoção, ainda que no decorrer do processo judicial. Precedente. 
2.- No caso dos autos, a criança hoje com 2 anos e 5 meses, convivia com os recorrentes há um ano 
quando da concessão da liminar (27.10.2011), permanecendo até os dias atuais. Esse convívio, sem 
dúvida, tem o condão de estabelecer o vínculo de afetividade da menor com os pais adotivos. 
3.- Os Recorrentes, conforme assinalado pelo Acórdão Recorrido, já estavam inscritos no CUIDA - 
Cadastro Único Informatizado de Adoção e Abrigo o que, nos termos do artigo 197-E, do ECA, permite 
concluir que eles estavam devidamente habilitados para a adoção. Além disso, o § 1º, do mesmo 
dispositivo legal afirma expressamente que "A ordem cronológica das habilitações somente poderá 
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 
50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do adotando". 
4.- Caso em que, ademais, a retirada do menor da companhia do casal com que se encontrava há meses 
devia ser seguida de permanência em instituição de acolhimento, para somente após, iniciar-se a busca 
de colocação com outra família, devendo, ao contrário, ser a todo o custo evitada a internação, mesmo 
que em caráter transitório. 
5.- A inobservância da preferência estabelecida no cadastro de adoção competente, portanto, não 
constitui obstáculo ao deferimento da adoção quando isso refletir no melhor interesse da criança. 
6.- alegações preliminar de nulidade rejeitadas. 
 
7.- Recurso Especial provido.” REsp 1347228/SC, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 06/11/2012, DJe 20/11/2012. 
d) Incorreta. “CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ADOÇÃO PÓSTUMA. VALIDADE. ADOÇÃO 
CONJUNTA. PRESSUPOSTOS. FAMILIA ANAPARENTAL. POSSIBILIDADE. 
Ação anulatória de adoção post mortem, ajuizada pela União, que tem por escopo principal sustar o 
pagamento de benefícios previdenciários ao adotado - maior interdito -, na qual aponta a inviabilidade 
da adoção post mortem sem a demonstração cabal de que o de cujus desejava adotar e, também,

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