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HEMATOLOGIA VETERINÁRIA É a área que estuda os elementos figurados do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas. Estuda também a produção desses elementos, órgãos em que são produzidos, também conhecidos como órgãos hematopoiéticos (medula óssea, baço e linfonodos). Além do estado de normalidade destes, estuda também as doenças relacionadas O SANGUE Tecido em fase líquida A principal função do sangue é o transporte, seja esse de substâncias essenciais para a célula, como oxigênio, ou produtos do metabolismo que são indesejáveis ao organismo, temperatura e componentes do sistema imune Plasma: água (>90%), sólidos orgânicos (09%) e sólidos inorgânicos (1%) Elementos figurados: eritrócitos, leucócitos, plaquetas HEMATOPOIESE É o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos figurados do sangue, a partir de um precursor celular comum e indiferenciado, conhecido como célula hematopoiética pluripotente, célula tronco ou stem cell HEMATOPOIESE PRÉ NATAL Extra embrionária → saco vitelínico Intra embrionária → fígado, baço, linfonodos, MO TEORIA MONOCELULAR / MONOFILÁTICA Diz que todos os elementos sanguíneos derivam de uma única célula indiferenciada, que se diferencia nas linhages celulares a partir dos fatores de crescimento estimuladores de colônia A série eritrocitária, que dá origem aos eritrócitos através do estímulo da eritropoetina (EPO), produzida pelo rim. A série megacariocítica, origina as plaquetas a partir do estímulo da trombopoetina. A série mielomonocítica, que origina os leucócitos, depende do estímulo de fatores estimuladores de colônia granulocíticos (FEC-G) e mielomonocíticos (FEC-M) Órgão Função no processo de hematopoiese Baço Fase embrionária: diferenciação de eritrócitos Fase adulta: armazenamento de ferro / hemocaterese e potencial de realizar hematopoiese Fígado Fase embrionária: diferenciação de eritrócitos Fase adulta: armazenamento de vitamina B12, ferro, ácido fólico (folato), hemocaterese (e eliminação de seus produtos – bile), potencial de realizar hematopoiese, produz precursor da eritropoetina, potencial de hematopoiese Estômago Produção de ácido clorídrico para a liberação do ferro do complexo de moléculas orgânicas Produção de intrínseco para facilitar a absorção de vitamina B12 Rim Produzem eritropoetina e tromboetina Mucosa intestinal Absorção de vitamina B12, ferro e ácido fólico Linfonodo Produzem linfócitos que estão engajados ativamente na síntese de anticorpos Sistema monocítico- fagocitário Também conhecido como sistema retículo endotelial (sistema de fagocítico) Eliminação de células sanguíneas, reutilização da hemoglobina, armazenamento de ferro Composto por fígado, baço e medula óssea principalmente Medula óssea Produção de células sanguíneas Hemocaterese Armazenamento de ferro SISTEMA HEMATOPOIETICO LÍTICO Responsável pela produção e destruição de células e elementos sanguíneos, sempre em quantidades proporcionais a fim de evitar o desequilíbrio fisiológico, sendo que os principais órgãos desse sistema são a medula óssea (produção) e o baço (destruição) Em casos de esplenectomia, o fígado assume a função esplênica, pois retém seu potencial embrionário de participação no sistema hematopoiético lítico. ERITROPOIESE As hemácias são as unidades morfológicas da série vermelha São compostas 61% de água, 32% de proteína (hemoglobina), 7% de carboidratos e 0,4% de lipídios Nos mamíferos, as hemácias maduras são anucleadas, bicôncavas e não possuem organelas, logo não sintetizam nenhuma proteína Através d a hemoglobina, a principal função dessas células é transporte de oxigênio do pulmão para os tecidos e de maneira inversa, o gás carbônico dos tecidos para o pulmão PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS HEMÁCIAS a) Interleucinas b) Eritropoetina (EPO) c) Hormônio tireoideano d) Fatores de crescimento e) Hormônios andrógenos f) Hipóxia tecidual FATORES INIBIDORES DA FORMAÇÃO DE HEMÁCIAS a) Drogas mielotóxicas b) Estrógeno c) Doenças infecciosas d) Doenças endócrinas e) Neoplasias HEMOGRAMA Eritrograma: contagem e avaliação morfológica dos eritrócitos; dosagem da hemoglobina e medição do hematócrito Leucograma: contagem total de leucócitos; diferencial leucocitário e avaliação morfológica Plaquetograma: contagem e avaliação morfológica das plaquetas ERITROGRAMA Parte do hemograma, composta por contagem dos eritrócitos, dosagem de hemoglobina, avaliação do hematócrito e determinação dos índices hematimétricos Dosagem de hemoglobina: corresponde a concentração total de hemoglobina no sangue. Pode ser automatizada ou por espectofotometria. O hematócrito dividido por 3 tem-se o valor da hemoglobina do paciente Lipemia pode causar alteração na dosagem AVALIAÇÃO DO HEMATÓCRITO O hematócrito fornece a porcentagem de eritrócitos circulantes em relação aos demais componentes do sangue Fatores como hemodiluição da amostra ou presença de coágulos podem alterar o resultado do hematócrito Aumentados: policitemia / eritrocitose Diminuídos: anemia ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS Volume corpuscular médio (VCM) e a concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) classificam as anemias: VCM: tamanho das hemácias VCM = hematócrito x 107 / número de eritrócitos CHCM: quantidade de hemoglobina nas hemácias CHCM = hemoglobina x 100 / hematócrito VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM) VCM normal: normocítica – regeneração VCM baixo: microcítica – regeneração VCM alto: macrocítica – células jovens CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA CHCM normal: normocrômica – (células adultas) CHCM baixo: hipocrômica - (células jovens) CHCM alto: hipercrômica A hipercromia é um conceito teórico e não prático. Um eritrócito é capaz de transportar em seu citoplasma uma quantidade X de hemoglobina, e não existe, fisiologicamente, a possibilidade dessa célula transportar mais que seu limite Hipercromia: hemólise ou esferocitose (concentra mais hemoglobina dentro dele) DISTÚRBIOS DE CONCENTRAÇÃO DOS ERITRÓCITOS ANEMIA Contagem total de eritrócitos Hematócrito Concentração de hemoglobina Se qualquer um desses indices estiverem abaixo do valor de referência, já considera-se anemia, pois o impacto fisiológico é o mesmo – hipóxia tecidual, pela diminuição do aporte de oxigênio A anemia pode ser considerada verdadeira (absoluta) ou falsa (relativa) ANEMIA RELATIVA Ocorre hemodiluição causada pelo aumento do volume plasmático, resultando em uma falsa redução dos índices hematológicos. Pode ocorrer tal anemia em animais em fluidoterapia, ou ainda em animais gestantes e lactantes ANEMIA ABSOLUTA Distúrbio secundário Apresenta três classes de sinais clínicos Classificação Sinais clínicos Hipovolemia Mucosas hipocoradas Hipóxia Cianose Intolerância a exercícios Apatia Disfunção orgânica Mecanismos de compensação orgânica Aceleração do pulso Taquicardia taquipnéia CLASSIFICAÇÃO DA ANEMIA Grau de regeneração medular: leva em consideração a resposta da medula óssea sobre a diminuição de eritrócitos circulantes Anemia Regenerativa: a eritropoiese se mantém normal a aumentada para suprir a falta celular no sangue periférico. Nestas situações a diminuição de eritrócitos no sangue leva a hipóxia tecidual, sendo que os rins são os primeiros órgãos a sentir tal deficiência. Como consequência, há um aumento na produção e liberação de EPO que estimula a diferenciação da célula tronco na linhagem eritróide. Os principais tipos de anemia que estão relacionadasa regeneração são as anemias hemoíticas e hemorrágicas Não regenerativa: a medula óssea não consegue manter / aumentar a produção de eritrócitos devido à consequências a lesões medulares ou então carência de substâncias e hormônios essenciais para a eritropoiese. Fator Raças Policitemia (cães de pequeno porte e animais de corrida) Macrocitose (Poodle) Akitas (microcíticos) Metarrubrócitos (Schnauzer) Prática de exercícios Logo após exercício intenso (policitemia) Estado fisiológico Gestantes e lactantes (anemia relativa) – retém líquido Idade Animais jovens Policitemia relativa (atividade medular hematopoiética intensa) Macrocitose (VCM elevado) e hipocromia (CHCM diminuído) Sexo Machos: policitemia (hormônios andrógenos X estrógenos) Altitude Altitudes elevadas: policitemia (menor tensão de oxigênio) INDÍCIOS DE REGENERAÇÃO MEDULAR Anisocitose (RDW) Macrocitose (VCM) Metarrubrocitose Policromasia (CHCM) Corpúsculo de Howell-Jolly (resquício de organelas, indica eritropoiese acelerada) MORFOLOGIA CELULAR INTERPRETAÇÃO Normocítica/ normocrômica Indício de falta de regeneração medular, sendo comum em doenças crônicas (DRC), endócrinas (hipotireoidismo), doenças infecciosas e em casos de carência nutricional Macrocítica/ hipocrômica Sugestivo de aumento da eritropoiese e denotam o aumento de reticulócitos no sangue periférico. Os reticulócitos contribuem para o aumento do VCM, pois são células maiores e do CHCM, pois possuem aproximadamente 20% de hemoglobina a menos do que uma célula madura Microcítica/ Hipocrômica Anemias não regenerativas. Relacionadas a carência de ferro e vitamina B6. Característico de perdas de sangue crônicas Macrocítica/ Normocrômica Relacionada a deficiência de vitamina B12 e ácido fólico que são estimuladores de divisão celular na eritropoiese. As principais causas são doenças mieloproliferativas, hepatopatias, distúrbios nutricionais e o uso de drogas inibidoras do folato Microcítica/ Normocrômica Observada no início da deficiência de ferro CONTAGEM DE RETICULÓCITOS PADRÃO OURO (regeneração) → 72 horas Reticulócitos são eritrócitos imaturos (maiores e com menor concentração de hemoglobina) Reticulócitos corrigidos: cão (>1%), gatos (>0,4%) CLASSIFICAÇÃO DA ANEMIA – MECANISMO FISIOLÓGICO Anemia hemorrágica Anemia hemolítica Anemia por deficiência de ferro Anemia por doenças inflamatórias Anemia por doença renal crônica ANEMIA HEMORRÁGICA Perda (aguda ou crônica) de sangue Perda excessiva em procedimentos Defeitos de coagulação Intoxicação Traumas Lesões gastrointestinais Doenças parasitárias As anemias hemorrágicas são de caráter regenerativo ANEMIA HEMOLÍTICA Aceleração da destruição das hemácias Intravascular: ação direta no eritrócito circulante (doenças infecciosas – babesiose; microangiopatias) Extravascular: autoimune X imunomediadas (doenças autoimunes, intoxicação por agendes oxidantes, uso de medicamentos, incompatibilidade sanguínea) ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO O ferro é um limitante para a eritropoiese. Na sua ausência, a hemoglobina não pode ser produzida Reservas (filhotes e desnutridos) ANEMIA DE DOENÇAS INFLAMATÓRIAS Estímulo por citocinas inflamatórias como IL-1, IL-6, IFN-Y, FNT-alfa Diminuição do ferro sérico e medular Redução da meia vida das hemácias Redução da produção de EPO ANEMIA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA Decorrente da diminuição da produção de eritropoietina pelos rins POLICITEMIA Principais sinais clínicos: mucosas congestas e secas, cianose, intolerância a exercício, apatia, sinais neurológicos em casos mais graves Policitemia relativa: Relativa: desidratação Fisiológica: altitude, exercícios, estresse POLICITEMIA ABSOLUTA Ocorre um aumento verdadeiro na eritropoiese, mediado ou não pela EPO e pode ser classificada em primária ou secundária Primária: é uma condição rara em animais, podendo ser uma condição genética ou relacionada a neoplasia medular. A eritrocitose primária neoplásica é chamada de policitemia vera que é uma desordem mieloproliferativa crônica (leucemia eritróide crônica). Este distúrbio pode acontecer independente da presença de EPO Secundária: ocorre pela hipóxia (eritropoietina aumentada), doenças cardiovasculares, doenças respoiratórias, neoplasias produtoras de EPO, obesidade POIQUILOCITOSE E INCLUSÕES ERITROCITÁRIAS Poiquilocitose: é a alteração da morfologia dos eritrócitos Acantócitos: relacionados com alterações de colesterol e fosfolipídios da membrana; hemangiossarcomas viscerais; hepatopatias Codócitos: aumento da membrana citoplasmática; hepatopatias; excesso de EDTA Esferócitos: perda parcial da membrana celular; anemia hemolítica imunomediada; se formam quando macrófagos eliminam parcialmente anticorpos que se ligam a membrana Esquisócitos: fragmentos de eritrócitos que surgem devido à destruição mecânica na circulação; CID; hemangiossarcoma; doença cardiovascular Equinócitos: armazenamento longo da amostra ou alterações da relação sangue:EDTA; aumento do pH; pode ser pelo uso de drogas como furosemida e doxorrubicina; distúrbio eletrolítico INCLUSÕES ERITROCITÁRIAS Corpúsculo de Heinz: refere-se a oxidação da hemoglobina por agentes (alimentos, medicamentos, compostos químicos); a presença de grande quantidade provoca aumento na rigidez da membrana levando a fragmentação e aprisionamento no baço onde são fagocitadas (geralmente está presente em anemias hemolíticas) Corpúsculo de Howell-Jolly: restos de fragmentos nucleares que não foram totalmente eliminados na maturação celular. Comuns em pacientes esplenectomizados, com anemias e atrofia esplênica Corpúsculo de Lentz: corresponde ao efeito citopático do vírus da cinomose sobre as células, gerando uam inclusão eosinofílica que pode ser observada no citoplasma de hemácias e leucócitos. A presença desse corpúsculo é patognomônica da cinomose Rouleaux eritrocitário: as hemácias apresentam carga elétrica negativa, determinada principalmente pelo ácido siálico presente em algumas glicoproteínas de membrana. Dessa forma, as hemácias sofrem um fenômeno de repulsão denominado potencial zeta, fazendo com que elas permaneçam separadas umas das outras. Em algumas situações, como processos inflamatórios e infecciosos, o aumento das proteínas plasmáticas faz com que esse potencial zeta seja perdido e as hemácias se acumulem umas sobres as outras, formando uma “pilha de moedas” LEUCOGRAMA Avaliação da quantidade, proporção e morfologia dos leucócitos Pool medular: maturação e armazenamento Pool sanguíneo: circulante e marginal Pool tecidual NEUTRÓFILOS São os mais abundantes em todas as espécies de mamíferos. Os fatores que estimulam a produção dessas células são: fatores quimiotáxicos produzidos no local da inflamação ou infeccção, interleucinas, UFC granulocítica, linfocinas, citocinas inflamatórias. Os fatores estimulantes de colônia atuam diretamente nas células hematopoiéticas, aumentando a produção, proliferação, diferenciação e função celular. Uma vez que os neutrófilos saem do sangue para os tecidos não há retorno dessas células e são destruídas no tecido ou eliminadas através de secreções e excreções A medula óssea libera os neutrófilos maduros no sangue periférico, os quais migram através do endotélio vascular para os tecidos, e participam da resposta inflamatória aguda, sendo a primeira linha dedefesa do organismo contra agentes bacterianos. Eles realizam fagocitose e apresentam ação bactericida, mas também agem contra fungos, vírus e protozoários. São considerados os leucócitos mais abundantes em cães e gatos No neutrófilo maduro, o núcleo se divide em segmentos, sendo que pode haver 3 a 5 segmentos por núcleo em uma célula adulta MONÓCITOS Os monócitos se originam de uma célula tronco mieloide que após se dividir em UFC-monocítica, dá origem a um monoblasto. As outras células dessa linhagem são: pró monócitos e monócitos Os monócitos sanguíneos ao migrarem para os tecidos passam a se chamar macrófagos que incluem diversos tipos celulares como as células de kupffer, macrófagos alveolares, macrófagos do baço, medula óssea e linfonodo Juntamente com os neutrófilos, colaboram na fagocitose e eliminação de tecidos mortos ou lesados, debris celulares, células canecrígenas e contribuem para a regulação da imunidade do organismo. A medula óssea libera os monócitos no sangue periférico na ausência de inflamação ou em resposta a inflamação e, após sua distribuição nos tecidos os macrófagos são raramente encontrados no sangue, mas podem ser vistos no esfregaço sanguìneo de animais com erlichiose, histoplasmose e leishmaniose São os maiores leucócitos, apresentam citoplasma basofílico com presença de finos grânulos, e núcleo de formato irregular. Os monócitos são bem variados em sua forma LINFÓCITOS Oriundos de órgãos linfóides (timo, baço, linfonodos) Uma célula tronco pluripotente se diferencia em célula tronco linfoide e em seguida em linfoblasto Os demais tipos celulares são pró linfócito e linfócitos maduros A diferenciação entre linfócitos B e T não pode ser realizada a partir de suas características morfológicas e no esfregaço de sangue, para diferenciar esses dois tipos celulares é necessário utilizar anticorpos monoclonais que reconhecem os marcadores celulares expressos na membrana plasmática. A produção dos linfócitos depende do grau e tipo de estimulação antigênica Alguns antígenos estimulam os linfócitos B a se transformar em plasmócitos, que são produtores de imunoglobulinas, outros antígenos estimulam os linfócitos T para que produzam linfocinas e participem da resposta imune celular São os leucócitos mais abundantes de ruminantes e desempenham um papel importante na defesa orgânica Os linfócitos T são responsáveis pela imunidade celular e atuam estimulando ou atenuando a produção de anticorpos pelos linfócitos B (imunidade humoral) Os tamanhos são bem variados, mas são divididos em pequenos, intermediários e grandes EOSINÓFILOS Também conhecidos como acidófilos, apresentam função e origem semelhantes às dos neutrófilos Possuem ação fagocítica e bactericida, porém são menos eficazes no processo Apresentam importante ação contra parasitas celulares e participam das reações alérgicas e anafiláticas. Correspondem a aproximadamente de 3% a 5% dos leucócitos circulantes Possuem núcleo polimórfico com grande quantidade de grânulos citoplasmáticos que se coram de maneira eosinofílica BASÓFILOS São raros em muitos animais e sua produção ocorre em paralelo com os neutrófilos e eosinófilos, sendo que o estoque desse tipo celular, na medula óssea, é mínimo. Várias citocinas estão envolvidas na proliferação e maturação dos basófilos, incluindo a IL-5 Estão presentes no sangue periférico em pequena quantidade (raro) As funções desse tipo celular ainda não estão totalmente elucidadas, porém especula-se que participa juntamente com os eosinófilos em processos alérgicos Apresentam tamanho compatível com os neutrófilos, com citoplasma ligeiramente arredondado e presença de grânulos citoplasmáticos basofílicos DESVIO DE CONCENTRAÇÃO LEUCOCITÁRIA LEUCOCITOSE Aumenta o número de leucócitos circulantes por volume de sangue. É mais comum que aconteça uma leucocitose devido a uma linfocitose (aumento de linfócitos) ou neutrofilia (aumento de neutrófilos) Pode ser patológica ou fisiológica Em situações de estresse, agudo ou crônico, pode ocorrer leucocitose devido a ação da adrenalina e do corticoide LEUCOPENIA É a redução do número de leucócitos no sangue e normalmente ocorre por neutropenia ou linfopenia. É uma alteração hematológica frequente, e indica que as defesas orgânicas estão diminuídas ou que a medula óssea pode estar com a sua atividade suprimida As leucopenias podem ter várias causas: agentes químicos/físicos, agentes infecciosos, doenças imunomediadas NEUTROFILIA É o aumento de neutrófilos no sangue periférico Ocorre devido ao aumento da produção ou liberação da medula óssea em decorrência ao estresse, inflamação ou infecção moderada a grave São causas de neutrofilia: medo, exercício, excitação, gestação, processos inflamatórios, intoxicação (chumbo, mercúrio, adrenalina e veneno) DESVIO À ESQUERDA É o aumento de neutrofilos em bastão (bastonetes) no sangue periférico Esse termo foi criado por Vitor Schiling, que estabeleceu um diagrama de maturação dos neutrófilos onde as células imaturas ficam à esquerda O desvio à esquerda reacional ao processo inflamatório ou infeccioso é escalonado, ou seja, a proporção de células madurasé maior que células jovens na circulação, refletindo a hierarquia normal que ocorre na produção dos neutrófilos O desvio à esquerda regenerativo é caracterizado pela presença de bastonetes e outras células do sangue periférico sem perder a relação de produção, ou seja, o aumento de neutrófilos vem acompanhado de estímulo e liberação de células O número de neutrófilos em bastão encontra-se abaixo do número de neutrófilos segmentados indicando uma boa resposta do organismo e também que a medula tem tempo suficiente (3 a 5 dias) para responder a demanda e necessidade tecidual O desvio à esquerda degenerativo é caracterizado quando o número de células jovens supera o número de segmentados ou quando ocorre perda da proporção maturativa, indicando que a medula óssea está esgotada na sua reserva de neutrófilos maduros liberando assim células imaturas DESVIO À DIREITA É caracterizada pela observação de neutrófilos hipersegmentados (mais de cinco lóbulos) em quantidade alta no sangue periférico Esse proceso indica que a diapedese dos neutrófilos pode estar diminuída e essas células estão envelhecendo na corrente sanguínea Pode ser observado um aumento de neutrófilos hipersegmentados em pacientes medicados com corticoide ou com síndrome de Cushing, além disso, a deficiência de vitamina B12 pode levar a hipersegmentação NEUTROPENIA É caracterizada pela diminuição de neutrófilos no sangue, podendo ser resultado de uma grave infecção em animais de companhia São causas de neutropenia: septicemia, infecções graves, doenças autoimunes, uso de quimioterápicos, intoxicação por estrógeno, hematopoiese cíclica canina e erlichiose MONOCITOSE É o aumento de monócitos no sangue São causas de monocitose: fase de recuperação de infecções, efeito esteroidal no cão, inflamação crônica inespecífica, leucemia monocítica, necrose tecidual, protozooses e infecções em geral MONOCITOPENIA A monocitopenia é a diminuição dos monócitos no sangue periférico, podendo chegar a zero Não apresenta significância clínica LINFOCITOSE É o aumento absoluto de linfócitos no sangue As principais causas são descritas como fisiológicas, em que se observa a resposta à epinefrina, principalmente em gatos, cavalos e animais mais jovens, resultando assim em uma linfocitose transitória Ocorre também: após vacinação, doenças infecciosas de natureza crônica, fase crônicada inflamação, infecção por protozoários, fase de convalescença, linfoma e leucemia linfocítica crônica Os animais jovens com menos de 6 meses podem ter a contagem de linfócitos maior do que os animais mais velhos devido a produção mais intensa de anticorpos. Apesar de ser rara, qualquer estímulo antigênico pode resultar em linfocitose, commo em casos de agentes infecciosos e inflamação crônica (erlichiose e FeLV) LINFOPENIA É a diminuição de linfócitos São causas de linfopenia: administração de corticosteroides, fase aguda de infecções virais, processos infecciosos graves, drogas imunossupressoras, radiação, perda de linfa O leucograma de estresse ocorre devido aos corticóides exógenos e endógenos, sendo a causa mais comum de linfopenia A infecção aguda pode ser mediada por corticosteroides ou em consequência a uma infecção, levando a diminuição na produção, aumento da marginalização e migração tecidual dessas células EOSINOFILIA É o aumento do número absoluto de eosinófilos no sangue periférico São causas de eosinofilia: parasitas e reações de hipersensibilidade, granuloma eosinofílico felino, gastroenterite eosinofílica, mastocitomas, linfomas EOSINOPENIA É a diminuição da contagem absoluta de eosinófilos no sangue São causas de eosinopenia: resposta ao uso de glicocorticoides que promovem a marginalização ou sequestro tecidual de eosinófilos, além de inibição da produção e liberação da medula óssea BASOFILIA É o aumento do número absoluto de basófilos, sendo um achado RARO, normalmente associado a eosinofilia Os basófilos não associados aos eosinófilos podem ser observados na doença mieloproliferativa crônica BASOPENIA A basopenia, que é a diminuição dos basófilos no sangue, não apresenta relevância clínica ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS LEUCOCITÁRIAS LINFÓCITOS REATIVOS Geralmente estão associados a uma resposta imunológica do organismo e podem ser observadas em qualquer animal, principalmente em animais jovens e recém vacinados ou em convalescênça de doenças virais Apresentam tamanhos variados e citoplasma basofílico podendo apresentar alguns vacúolos, núcleo pleomófico e agregado de cromatina Apresenta uma área esbranquiçada perinuclear que corresponde ao Complexo de Golgi LINFÓCITOS GRANULARES Apresentam pequenos grânulos vermelhos em uma área de seu citoplasma São provavelmente as células T citotóxicas ou células Natural Killer (NK) e se encontram em pequenas quantidades O aumento na quantidade de linfócitos granulares pode ser observado em condições reativas como infecções NEUTRÓFILOS HIPERSEGMENTADOS Quando os neutrófilos apresentam mais de cinco segmentos nucleares São as células que estão em circulação a mais tempo que o normal e uma causa é a ação de glicocorticoides que prejudicam a diapedese Quando associados a leucocitose, indica aumento na produção de corticoide endogeno (síndrome de Cushing) ou estresse crômio Administração de corticoides também pode ser responsável pela sua observação NEUTRÓFILOS TÓXICOS São sugestivos do aumento da produção e ativação de neutrófilos Nas células normais, há presença de granulação secundária que não se cora. As granulações tóxicas indicam granulopoiese muito ativa, e que estão sendo enviadas para circulação sanguínea os neutrófilos ainda com granulação primária Outra explicação é que os grânulos são anormais, sendo um resultado da fagocitose de agentes tóxicos como bactérias MONÓCITOS ATIVADOS Indicador de atividades fagocitárias PLAQUETAS São avaliadas pela sua contagem total e morfologia Nos mamíferos as plaquetas (ou trombócitos) são fragmentos citoplasmáticos derivados de uma célula encontrada na medula óssea chamada megacariócito Apresenta função de prevenir hemorragias e auxiliar na reparação tecidual Animais não mamíferos apresentam plaquetas com núcleos (célula propriamente dita) com função de fagocitose, apresentação de antígeno e resposta tecidual à lesão Nos mamíferos as plaquetas são originadas na medula óssea a partir de uma célula tronco que se diferencia em um precursor mieloide multipotente. A célula multipotente se diferencia em uma unidade formadora de exposição megacarocítica e seguidamente em um megacarioblasto imaturo (primeiro precursor plaquetário) O núcleo do megacariócito se divide, sem dividir o citoplasma, formando o promegacariócito que apresenta quatro núcleos. Em seguida há uma fase de amadurecimento e formação do megacariócito O citoplasma do megacariócito se multiplica formando as pró plaquetas que dão origem as plaquetas Cada megacariócito origina 8000 plaquetas Fatores estimulantes da produção: fatores estimulantes de colônia megacarocítica, fator estimulante da trombocitose trombopoetina e interleucina TROMBOCITOPENIA Redução na produção (afecções medulares) A erlichiose crônica diminui a produção de plaquetas, leucócitos e eritrócitos. A redução de plaquetas na erlichiose ocorre anteriormente as outras fases devido o tempo de meia vida das plaquetas reduzido, comparado a leucócitos e eritrócitos Aumento da destruição (imunomediada) Aumento do consumo (CID – coagulação intravascular disseminada) Sequestro ou perda (baço) TROMBOCITOSE Aumento na produção (aumento do estímulo por citocinas) Diminuição da destrição (cortisol, esplenectomia) Fisiológica (adrenalina / esplenocontração)
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