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Planejamento Urbano WEBCONFERÊNCIA III Gestão Urbana e seus Instrumentos Professor Dr. Demétrius Ferreira ▪ Lei máxima do Brasil – é o conjunto de normas que regem o país; ▪ Marco da democracia brasileira A Constituição Cidadã – Constituição Federal de 1988 A Constituição Cidadã – Constituição Federal de 1988 ▪ Estabelece direitos e deveres; ▪ Define atribuições dos entes federados; ▪ Define atribuições dos 3 poderes; ▪ Impõem limites para os agentes públicos. A Constituição Cidadã – Constituição Federal de 1988 No Art. 5 estão listados e assegurados os direitos básicos: ▪ Todos são iguais perante a lei; ▪ É livre a manifestação de pensamento, de expressão e religião; ▪ A vida privada é inviolável; ▪ É assegurado a todos o acesso à informação; ▪ É livre a locomoção no território nacional; ▪ É livre o direito de manifestação; ▪ É garantido o direito de propriedade. Nenhuma outra lei pode contradizer as leis da Constituição Federal. Se uma lei a confronta, é declarada inconstitucional. Cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) esse controle. Artigos de destaque para a legislação urbana ▪ Art. 5 – Assegura os direitos individuais e coletivos dos cidadãos. Garante o direito de ir e vir. Assegura o direito à propriedade, ressaltando a importância da função social da propriedade. ▪ Art. 6 – Assegura que a moradia é um direito, sob responsabilidade dos entes federados (municípios, estados e União). ▪ Art. 23 – Abrange vários segmentos referentes à qualidade de vida: abastecimento de água, esgotamento sanitário, energia, etc. Artigos de destaque para a legislação urbana ▪ Art. 29 e Art. 30 – asseguram a autonomia municipal na gestão e no planejamento local. ▪ Art. 30 – também trata sobre a lei de uso e ocupação do solo urbano (lei municipal). ▪ Art. 156 – Aborda a competência municipal em cobrar impostos. Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e outros. ▪ Art. 182 – Orienta os municípios no tema de política de desenvolvimento urbano. Ex. obrigatoriedade do plano diretor, função social da propriedade, edificação compulsória, etc. Artigos de destaque para a legislação urbana ▪ Art. 183 – Apresenta instrumentos para fazer política urbana (ex. Usucapião urbano especial) ▪ Art. 196 – Aborda temas de saúde pública como um direito, envolvendo o papel do estado como promotor de políticas sociais e econômicas. ▪ Art. 225 – Assegura o direito ao meio ambiente, amparado em leis de uso e ocupação do solo. ▪ Art. 227 – garante a todos os cidadãos, com necessidades especiais ou não, acesso a logradouros e edifícios de uso público, além de também garantir o acesso ao transporte coletivo. Cidades formais e informais ▪ Urbanização rápida e Industrialização tardia; Contextualizando – realidade das cidades brasileiras Processo de Urbanização no Brasil (IBGE) Ano Total Urbana (%) 1940 41 236 315 31,2 1950 51 944 397 36,2 1960 70 992 343 44,7 1970 93 139 037 56,1 1980 119 002 706 67,6 1991 146 825 475 75,6 2000 169 799 170 81,2 2010 190 732 694 84,3 Fevereiro de 2019 (estimativa) 209 527 000 - • Foi marcado pela formação de algumas grandes cidades, que concentram parcela expressiva das riquezas e também da população brasileira; • Ocorreu com expressivo crescimento de atividades terciárias, incluindo as do setor formal e do setor informal da economia; • Ocorreu em ritmo acelerado, principalmente entre as décadas de 1950 a 1990, e, geralmente, de forma não planejada; • Apresenta padrão periférico de crescimento, com a formação de amplas manchas urbanas e a população de baixa renda sendo empurrada para as áreas distantes do centro. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL Desafios urbanos Desafios urbanos Desafios urbanos Desafios urbanos Estatuto da Cidade (Lei Federal n.º10.257/01) Regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988. Pontos centrais: Acesso à terra urbanizada (ZEIS, IPTU progressivo, edificação compulsória, outorga onerosa, direito de preempção, etc); Direito à cidade e à moradia; Combate à especulação imobiliária; Justa distribuição dos benefícios decorrentes do processo de urbanização; Gestão democrática, por meio da participação popular. O contexto da Lei 6.766/79 – Parcelamento do Solo Urbano • Federalismo Cooperativo na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 – Art. 1º O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta Lei. Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta Lei às peculiaridades regionais e locais. Lei de Uso e Ocupação do Solo • Parcelamento do solo para fins urbanos: loteamento ou desmembramento (arts. 1º a 2º) • Art. 2º. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. • § 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. • § 2º- considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. • § 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) • § 4o Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) • § 5o EXCLUIDO • § 5o A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). • § 6o A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) • I - vias de circulação; (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) • II - escoamento das águas pluviais; (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) • III - rede para o abastecimento de água potável; e (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) • IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. (Incluído pela Lei nº 9.785, de 1999) Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas ou de expansão urbana, assim definidas por lei municipal. Parágrafo único. Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. Lei de Uso e Ocupação do Solo Lei de Uso e Ocupação do Solo A Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) – se relaciona com um conjunto de legislações: No âmbito federal – Art. 30 Lei 10.257 (Estatuto da Cidade) No âmbito municipal – Plano Diretor Código de Obras (quando houver) Legislações ambientais Lei de Uso e Ocupação do Solo • O Plano Diretor, assim como a LUOS, é uma lei destinada à organização territorial urbana. Portanto, precisam estar alinhados erevisados em conjunto. • O Plano Diretor é uma lei geral para o ordenamento territorial. A LUOS é direcionada para o controle em cada setor da cidade. • O Plano Diretor trata do desenvolvimento urbano. A LUOS define como ocupar os terrenos, considerando o solo, cursos hídricos, mobilidade urbana, meio ambiente, etc. Lei de Uso e Ocupação do Solo • Define como a cidade vai crescer. • Define como ocupar cada zona da cidade. Zoneamento em Campina Grande/PB O que é Zoneamento Urbano? O zoneamento urbano é um plano que divide um determinado espaço (cidade) em zonas territoriais e determina, para cada uma delas, as regulamentações pertinentes quanto ao uso e ocupação do solo. Essa divisão da cidade em zonas leva em consideração diferentes fatores. Zoneamento Porto de SUAPE/PE Legislação Ambiental • Lei n°9.795/1999 – estabelece a política nacional de educação ambiental; • Lei n°9.433/1997 – aborda a política nacional de recursos hídricos; • Lei n°4.471/1965, alterada pela Medida Provisória n°1956-50/2000 – Código Florestal; • Lei n°9.985/2000 – Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC); • Portaria Normativa n°348/1990 – sobre qualidade do ar • Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) – n°01/1986 e n°237/1997, sobre o licenciamento de obras. Legislação Ambiental Legislação Ambiental Instrumento de gestão urbana e ambiental • Licenciamento ambiental • Procedimento administrativo de licenciamento de uma empresa, indústria ou loteamento a ser instalado numa localização específica. • Estudo de impacto ambiental • Zoneamento Código de Obras • O Código de Obras é o instrumento que permite à Administração Municipal exercer o controle e a fiscalização do espaço edificado e seu entorno, garantindo a segurança e a salubridade das edificações (IBAM). • O Código de Obras é um instrumento básico que permite à Administração Municipal exercer adequadamente o controle e a fiscalização do espaço construído (Colégio de Arquitetos). Plano Diretor Taxa de Ocupação Coeficiente de aproveitamento Código de Obras Objetivos: Coordenar o crescimento urbano; Regular o uso do solo; Controlar a densidade do ambiente edificado; Proteger o meio ambiente; Garantir espaços abertos destinados a preservar a ventilação e a iluminação naturais adequadas a todos os edifícios; Eliminar barreiras arquitetônicas que prejudiquem a possibilidade de deslocamento de pessoas portadoras de deficiência ou com dificuldade de locomoção. Código de Obras Contém conceitos básicos: Tipo de ocupação permitido para um determinado lote (residencial, comercial, industrial ou de uso misto); Projeção máxima do edifício sobre o terreno (taxa de ocupação) Área máxima permitida para a construção (coeficiente de utilização ou índice de aproveitamento) Recuos a serem observados com relação às divisas e a testada do lote, de acordo com o zoneamento e seu uso; Dimensões mínimas e detalhes construtivos (ex: corredores, escadas e rampas). Código de Obras Código de Obras Dispositivos e ferramentas disponíveis em Códigos de Obras: • Estrutura; • Parede e piso; • Iluminação e ventilação • Acessos e circulação; • Vão de portas e passagens; • Escadas e rampas; • Instalações prediais; • Estacionamento; guarde de veículos. • Passeios e vedações; • Terreno e fundações; • Coberturas; • Fachadas; • Compartimentos; • Circulações e corredores; • Elevadores e escadas rolantes. Conceitos básicos para a elaboração de projetos que contemplem: Conforto ambiental, segurança, eficiência energética, salubridade e acessibilidade – áreas urbanas e rurais. Código de Obras Código de Obras Código de Obras Código de Obras Código de Obras Código de Obras Direitos e Responsabilidades: Executivo municipal: responsável por aprovar os projetos e licenciar as obras, conforme a legislação urbanística municipal, código de obras (quando houver), legislação ambiental e legislações estadual e federal (quando aplicável). Fiscalizar e fazer cumprir as disposições previstas no Código de Obras e Edificações (quando houver), impondo sansões pelo não cumprimento. Titular de licença: as licenças de obras e habite-se serão emitidas somente ao titular do direito de construir, conforme Código Civil. Responsável técnico: somente profissionais e empresas legalmente habilitadas e com situação regular perante ao Conselho Regional. Código de Obras Licenciamento: Licença de Obras – ato administrativo municipal de controle pelo qual a autoridade municipal expressa admissão quanto a localização e execução de obras e construções. Requisitos para aprovação de projeto e expedição de licença: todas as pranchas identificadas, carimbadas e assinadas pelo proprietário; planta da situação, em escala mínima de 1:200 com orientação do norte magnético; planta de localização, em escala mínima de 1:500; planta baixa de cada pavimento, em escala mínima de 1:50; cortes transversais e longitudinais, em escala mínima de 1:50; planta de cobertura com indicação do sentido dos escoamentos de água, entre outros, em escala mínima de 1:200; elevação das fachadas, em escala mínima de 1:50; distinção dos elementos a construir e demolir nas plantas; Anotação de Responsabilidade Técnica (ATR) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) da obra junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Código de Obras Fiscalização e sanções: Cabe ao município por meio intermédio de servidor devidamente autorizado (fiscal). Motivos que podem caracterizar infrações: Existência de irregularidades em relação as normas municipais, estaduais e federais aplicáveis; Perigo iminente que coloque em risco a integridade física de pessoas e bens; Atividade de risco ao meio ambiente ou ao patrimônio público Possíveis sanções: multa; Cassação da licença; Interdição de edificação ou dependência Demolição da edificação NBRs Normas da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) referentes ao edifício NBR 9050/2015 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos; NBR 15.575/2013 – Desempenho em edificações NBR 16.280/2014 – Reforma em edificações (sistema de gestão de reformas) NBR 9050/2015 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos • Estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto a projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural e de edificações às condições de acessibilidade. NBR 9050/2015 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos NBR 16.280/2014 – Norma de Reforma A NBR 16.280/2014 se aplica exclusivamente às reformas de edificações. Estabelece as etapas de obras de reforma e lista os requisitos para antes, durante e após uma reforma; OBRIGADO(A)