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1 DISPONÍVEL 24H MELHOR CUSTO BENEFÍFIO 100% LEGALIZADO Sumário HISTÓRIA DA HIDROTERAPIA ............................................................................................ 4 PISCINA TERAPÊUTICA ........................................................................................................ 4 TEMPERATURA ...................................................................................................................... 5 AMBIENTE ............................................................................................................................... 6 VENTILAÇÃO .......................................................................................................................... 6 PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA ........................................................................................... 7 DENSIDADE ............................................................................................................................. 7 GRAVIDADE ............................................................................................................................ 7 PRESSÃO HIDROSTÁTICA .................................................................................................... 7 FLUTUAÇÃO ............................................................................................................................ 8 ESTEIRA, REDEMOINHOS E ARRASTO ............................................................................. 9 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO EM REPOUSO .................................................. 10 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO EM RESPOSTA AO EXERCÍCIO ................... 13 BENEFÍCIOS TERAPÊUTICOS DAS PROPRIEDADES FÍSICAS ..................................... 13 EQUILÍBRIO E O PORQUÊ DA ÁGUA ............................................................................... 14 OBJETIVO DOS EXERCÍCIOS REALIZADOS EM PISCINA TERAPÊUTICA ............... 16 OBJETIVOS DA HIDROTERAPIA ....................................................................................... 16 INDICAÇÕES DA HIDROTERAPIA .................................................................................... 17 CONTRAINDICAÇÕES DA HIDROTERAPIA .................................................................... 18 EQUIPAMENTOS E FACILITADORES PARA O TRATAMENTO EM PISCINA TERAPÊUTICA 20 AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA E HIDROTERAPÊUTICA ....................................... 24 REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTES CARDÍACOS, VASCULARES E PULMONARES ....................................................................................................................... 26 REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTES NA OSBSTETRÍCIA E PÓS- PARTO ..................................................................................................................................... 26 REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTES COM LESÃO MUSCULOESQUELÉTICO ................................................................................................... 30 REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTE ORTOPÉDICO ......................................... 34 REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTE IDOSO ...................................................... 36 MÉTODO HALLIWICK ......................................................................................................... 47 MÉTODO WATSU .................................................................................................................. 49 PROPOSTA INDIVIDUAL DE REABILITAÇÃO EM MEIO AQUÁTICO ........................ 53 DINÂMICA TERAPÊUTICA AQUÁTICA EM GRUPO ...................................................... 53 ATUALIDADES EM HIDROTERAPIA ................................................................................ 54 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 57 4 HISTÓRIA DA HIDROTERAPIA Em muitas culturas, o uso da água foi estreitamente ligado à adoração mística e religiosa da água e ao ser percebido o poder de cura. O início do uso de hidroterapia como uma modalidade terapêutica é desconhecido, porém registros que datam antes de 2400 a. C. indicam que a cultura protoindia construía instalações higiênicas. Os egípcios, assírios e mulçumanos usavam águas curativas pelas finalidades terapêuticas. Os hindus usavam a água para combater a febre em 1500 a.C. Já as civilizações japonesas e chinesas, há importante menção ao respeito e adoração à água corrente e banhos de imersão. Homero menciona o uso da água para tratar a fadiga, curar lesões e cobater a melancolia. Em Bath, na Inglaterra, 800 a.C., as águas da cidade eram usadas para finalidades curativas. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 3). Entre o início e meados dos anos de 1900, destacaram-se na Europa o desenvolvimento de duas técnicas de tratamento aquático: o métodos dos anéis de Bad Ragaz e o método Halliwick. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 9). A reabilitação aquática na Europa da década de 1960 até hoje, tem sido incluídas no currículo dos estudantes em preparação para o exame de membro da Chartered Society of Physiotherapy, na Inglaterra. Antes disso, a Chartered Society realizava treinamento pós-registro em hidroterapia para assegurar que os fisioterapeutas fossem apropriadamente treinados no uso da água como meio terapêutico. Essa formação tem sido incluída nos programas de fisioterapia do Reino Unido de forma rotineira, e o nível de treinamento parece bem além do que o do início da maioria dos currículos de fisioterapia dos Estados Unidos. Dada a forte ênfase, em muitos desses países, na prevenção, há também muitos programas de exercícios aquáticos dirigidos para prevenção, saúde e bem- estar geral. Dois exemplos dessas iniciativas de prevenção e manutenção são os programas de exercícios para a população geriátrica e nos programas para as mulheres durante a gravidez e no período pós-parto. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p.11). Mais tarde, na década de 80, Harold Dull, desenvolvia o método Watsu. Uma variação do shiatsu em piscina terapêutica aquecida, conhecida também como “poemas escritos na água”. (DULL, 1980, p.15) PISCINA TERAPÊUTICA 5 A Imersão ou hidroterapia é uma das formas mais antigas de prescrição médica. Seus efeitos benéficos são elogiados desde a Antiguidade. Na mitologia, a mágica das águas prometia rejuvenescer a pessoa que fosse imersa. A “mágica” deriva dos seus efeitos de imersão, que causa efeitos diuréticos, mostrando-se terapêutica. (ARTAL, WISWELL e DRINKWATER, 1999, p. 271). O chão em volta da piscina deve ser antiderrapante e de preferência antitérmico. A escada para a entrada dos pacientes à piscina devem conter degraus largos e barras de proteção dos dois lados. Já dentro da piscina, nas paredes, devem conter barras fixadas as mesmas. A piscina deve ser tratada com cloro e/ou salinização e ozônio. Os níveis de cloro devem ser 1,5-3,0 partes por milhão. Os níveis de PH devem ser de 7,2-7,8. O teste bacteriológico deve ser realizado regularmente. Todos os resultados devem ser registrados meticulosamente. A lavagem do fundo e das paredes da piscina deve ser realizada regularmente. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, p. 457). TEMPERATURA Os efeitos da temperatura da água são respostas diferentes dependendo da temperatura da água. A captação de oxigênio durante o exercício na água pode ser aumentada na água fria por causa do efeito do tremor. A magnitude do efeito é uma função do grau de adiposidade dos pacientes, da intensidade e da duração do exercício. Em repouso, o tremor ocorre quando a temperatura da água está abaixo de 28°C a 34°C dependendo da duração e do grau de adiposidade do corpo do indivíduo. Já em movimento, a execução dos exercícios de intensidadebaixa a moderamente alta, o volume de oxigênio (VO²) é aumentado quando a temperatura da água for inferior a 26°C, com o aumento da VO² proporcional a queda na temperatura central do corpo para menos de 37ºC. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 47). Em cada caso e tratamento, o efeito pode ser grande com a diferença da temperatura da água e é de suma importância para o êxito de cura do paciente. Mais a seguir aprenderemos técnicas e as suas temperaturas adequadas para serem executadas. O fisioterapeuta deve cuidar da temperatura da água da piscina e da temperatura 6 e da umidade do ar, pois o excesso ou queda acentuada de temperatura pode provocar desequilíbrios e até danos no organismo do paciente. (CAROMANO e NOWOTNY, 2002, p. 402). AMBIENTE É essencial que o ambiente seja limpo, claro, agradável e seguro. As barras de segurança devem estar de acordo com as normas para que acidentes sejam evitados. Sons ambientes e adaptados aos ritmos são bem-vindos e muito estimulantes. Deve haver lava-pés na entrada da piscina. A temperatura do ambiente deve ser 25° Celsius. O nível de umidade deve ser de 55%. Toda a equipe deve ser treinada e testada regularmente sobre os procedimentos de segurança de emergência e ressuscitação. As substâncias químicas devem ser armazenadas em lugar escuro, seguro, frio e seco. É necessário manusear o material químico com óculos protetores e luvas. É importante que tenha um espaço para guardar roupas, cadeiras de rodas, bengalas e muletas. Banheiros bem equipados com armários e vestiários, de modo a manter a privacidade dos pacientes. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, p. 457). VENTILAÇÃO A ventilação do ambiente é muito importante para que os pacientes não se superaqueçam e respirem com tranquilidade e eficiência. (ARGO, 2007, p. 3). O fisioterapeuta deve cuidar da temperatura da água da piscina e da temperatura e da umidade do ar, pois o excesso ou queda acentuada de temperatura pode provocar desequilíbrios e até danos no organismo do paciente. (CAROMANO e NOWOTNY, 2002, p. 402). 7 PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA Os efeitos terapêuticos e fisiológicos da água são muito amplos. Isso se dá a uma série de efeitos relacionados às forças físicas atuando sobre o organismo dentro da água. Esses princípios físicos, muito conhecidos desde o advento da ciência, afetam quase todos os sistemas fisiológicos do organismo humano. Vamos estudar um a um, juntos. DENSIDADE A densidade é definida como massa por unidade de volume e é designada pela letra grega p. Onde m é a massa e V é o volume. Caracterizada pela fórmula: p = m/V A densidade é uma variável dependente da temperatura, embora muito menos para os sólidos e líquidos do que para os gases. Como o corpo humano é constituído principalmente de água, a densidade do corpo é ligeiramente menor do que a da água. Sendo que os homens têm, em média, uma densidade mais alta do que as mulheres. Consequentemente, o corpo humano desloca um volume de água que pesa ligeiramente mais do que o corpo, forçando o corpo para cima por uma força igual ao volume de água deslocado. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 18). GRAVIDADE Além da densidade, as substâncias são definidas pela sua gravidade específica, a relação entre a densidade da substância e a densidade da água. A água tem uma gravidade específica igual a um (1) quando a 4º Celsius. Como esse número é uma proporção, ele não tem unidade. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 18). PRESSÃO HIDROSTÁTICA 8 A pressão é definida como força por unidade de área, em que força, por convenção é suposta, atuando perpendicularmente a área da superfície. Sendo constado experiencialmente que os líquidos exercem pressões em todas as direções. Segundo a Lei de Pascal. a pressão do líquido é exercida igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso em repouso, a uma determinada profundidade. Em uma posição pontual teórica imersa em um recipiente de água, a pressão exercida sobre esse ponto é igual a partir de todas as direções. A pressão de um líquido aumenta com a profundidade, e é diretamente relacionada à densidade do líquido. Quando o líquido é incompressível, como a água, a pressão exercida por ele sobre um corpo em profundidade pode ser utilizada como recurso terapêutico. Portanto, a pressão hidrostática é maior no fundo da piscina, por causa do peso da água suprajacente. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 18,19) FLUTUAÇÃO O princípio de Arquimedes estabelece que um corpo submerso experimente um impulso para cima igual ao peso do mesmo volume de líquido que desloca. Assim sendo, em vez de uma força descendente com da gravidade e do peso corporal, os indivíduos na piscina experimentam um força ascendente – flutuabilidade – relacionada com a profundidade da água e a gravidade específica – densidade. O fator de flutuação pode ser alterado terapeuticamente simplesmente por meio do ajuste da quantidade do corpo humano imersa. Caso o efeito desejado seja de retirada parcial da carga, a profundidade de imersão é reduzida: com imersão até o processo xifoide, é descarregado em torno de 75% do peso corporal, e com a imersão até a cicatriz umbilical, em torno de 50%. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 18,19). Os princípios físicos da água estão exemplificados abaixo na figura: FIGURA- PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ÁGUA 9 Pressão sobre um corpo flutuante com a cabeça fora da água e porcentagem de descarga de peso em corpo imerso até o pescoço. FONTE: Revista Fisioterapia Brasil – volume 3 – nº 6 – nov/dez – 2002. p. 398. ESTEIRA, REDEMOINHOS E ARRASTO Quando um objeto se move através da água, cria-se uma diferença de pressão à frente e na traseira do objeto, sendo que a pressão traseira torna-se menor que a dianteira. Como consequência, ocorre um deslocamento do fluxo de água para dentro da área de pressão reduzida, denominada esteira. Na região da esteira formam-se 10 redemoinhos, que tendem arrastar para trás o objeto, o arrasto. Quanto mais rápido o movimento, maior o arrasto. O coeficiente de arrasto está relacionado com a forma como o corpo está alinhado com a correnteza. O deslocamento de um corpo na água pode estar alinhado ou desalinhado com a correnteza. O corpo está alinhado com a correnteza quando ao mover-se pela água produz pouca separação das linhas de corrente e pequena perturbação da água. A sua largura é pequena. Quando o corpo está desalinhado com a corrente, produz-se grande separação das linhas de corrente e formam-se ondas ao seu redor. Sua largura é grande. Dessa forma, a resistência ao movimento depende da velocidade e da forma do objeto. (CAROMANO e NOWOTNY, 2002, p. 400). EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO EM REPOUSO Os efeitos combinados da densidade da água, incompressibilidade e da pressão hidrostática criam um compressão significativa sobre todos os tecidos do organismo em imersão. Assim sendo, a piscina pode constituir uma boa opção para os indivíduos com edema ou derrame articular das extremidades inferiores, que são os efeitos desejáveis. (HALL e BRODY, 2001, p. 289). Pois, todos os tecidos moles são comprimidos, de modo que os retornos venoso e linfático são aumentados. Por outro lado, efeitos indesejáveis também podem ocorrer, um exemplo disso é colocar um paciente com expansão torácica reduzida em uma imersão até a altura de seu pescoço. Portanto, escolher a profundidade apropriada da água com base no estudo da saúde específica do paciente, assim como dos objetivos fisioterapêuticos desse paciente. A pressão hidrostática produz também centralização do fluxo sanguíneo periférico, o que altera a dinâmica cardíaca. As alterações cardiovasculares à centralização do fluxo sanguíneo são progressivas e ocorrem com a simples imersão,mesmo antes de o indivíduo iniciar os exercícios. Essa pressão atua uniformemente sobre o espaço vascular, resultando em rápida expansão do volume plasmático. Entretanto, quanto maior a quantidade de fluido extravascular, mais é transferido para o intravascular. Forçando assim, uma expansão do volume sanguíneo central e uma 11 redistribuição do sangue para o segmento cefálico. O efluxo ocorre em segundos e, em indivíduos imersos até o pescoço, leva uma expansão de até 700 ml do intravascular. A pressão hidrostática também tem efeito significativo sobre o sistema pulmonar. A centralização do volume sanguíneo provoca ingurgitamento da vasculatura pulmonar, resultando em retenção de ar e em pequena redução na capacidade vital forçada (CVF). A CVF reduzida está relacionada a uma diminuição no volume de reserva expiratório. (ARTAL, WISWELL e DRINKWATER, 1999, p. 271). As alterações na função respiratória são desencadeadas pela ação da pressão hidrostática de duas maneiras diferentes, aumentando o volume central e comprimindo a caixa torácica e o abdômen. O volume residual, contudo, parece permanecer inalterado. Essas alterações na função pulmonar não impõem nenhuma limitação para indivíduos normais. A resposta renal à imersão inclui o débito urinário (diurese) com perda de volume plasmático, sódio (natriurese), perda de potássio (potassiurese) e supressão de vasopressina renina e aldosterona plasmática. A imersão em água fria potencializa essa resposta. O papel de diurese em imersão é usualmente explicado como um forte mecanismo compensador homeostático para contrabalançar a distensão sofrida pelos receptores pressóricos cardíacos. Esses mecanismos são amenizados com o tempo de imersão, mas em situação terapêutica, de aproximadamente uma hora de imersão, os efeitos persistem várias horas após a imersão. (CAROMANO, THEMUDO FILHO e CADELORO, 2003, p. 2,3) A temperatura também influencia diretamente na musculatura. Quando fria provoca espasmos e contrações musculares. Quando quente provoca hipotonia fisiológica, ou seja, o relaxamento da musculatura. Vários estudos identificaram uma queda na frequência cardíaca (FC) nos indivíduos que se exercitavam em água fria, enquanto que em água muito quente pode- se observar a elevação da FC. Foi sugerido que a temperatura termoneutra é aproximadamente de 34° Celsius, enquanto que a maioria das piscinas varia entre 27º Celsius e 35° Celsius. Conclui-se que convém conhecer a atual temperatura das piscinas e os efeitos potenciais sobre o paciente. O centro de equilíbrio do paciente, pelo simples fato de entrar na piscina é alterado no mesmo momento, por meio do trabalho postural conseguido pela água, em que o paciente para manter-se em pé, faz uma correção entre as forças atuantes 12 – propriedades físicas da água e o seu próprio centro de gravidade. (CARREGARO e TOLEDO, 2008, p. 24). Embora o centro de gravidade humano seja localizado em um ponto ligeiramente posterior ao plano mediossagital e ao nível do umbigo, o centro de flutuação humana e no meio do tórax. O fato de a força de flutuação ser uma força para cima tem consequências importantes no ambiente aquático terapêutico. Ajudando assim, o corpo humano flutuante na manutenção de uma postura de cabeça para fora ereta ou quando são usados aparelhos de flutuação, por meio do torque (momento de força), fazendo o indivíduo flutuar em decúbito dorsal ou ventral. A aplicação do conceito torque no ambiente aquático pode ser demonstrada pela interação entre a força de empuxo e o posicionamento do corpo na água. O que representa a capacidade de rotação de uma força, quando a mesma é aplicada sobre um sistema de alavanca. (CARREGARO e TOLEDO, 2008, p. 24). No caso das articulações, quando o corpo imerge, gradualmente, a água é deslocada, criando a força de flutuação. Isso retira a carga das articulações imersas progressivamente, e, com imersão até o pescoço, somente aproximadamente 7,5 Kg de força compressiva é exercida sobre a coluna, quadris e joelhos. Já para um corpo suspenso ou flutuante, os efeitos da gravidade para baixo são essencialmente contrabalanceados pela força de flutuação para cima. Um exemplo disso é um paciente com fratura de pelve, que o torna mecanicamente instável fora da água, mas que em imersão, as forças gravitacionais podem ser parcialmente ou completamente superadas, de modo que as forças de torque muscular estarão presentes no local da fratura, permitindo ao paciente atividade de amplitude de movimento e até o treino da marcha. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 20). Do ponto de vista fisiológico, são inúmeras as respostas desencadeadas pela ação de um corpo imerso na água. O reajuste dos sistemas circulatório, respiratório, renal e ativação dos mecanismos de termorregulação. Essas respostas podem se alterar pela realização de exercício físico na água. A seguir vamos ver essas respostas de imersão combinada à atividade física, o que para o tratamento hidroterapêutico tem suma importância e para cada paciente e patologia. (CAROMANO e NOWOTNY, 2002, p. 402). 13 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO EM RESPOSTA AO EXERCÍCIO Em virtude das propriedades físicas da água, os fatores que determinam o custo energético do exercício na água são diferentes do que aqueles em terra, pois a força de flutuação reduz o peso do corpo, reduzindo assim o gasto energético para elevar o corpo contra a força de gravidade. A maioria dos estudos demonstra que a frequência cardíaca (FC) é mais baixa e não se modifica em comparação com uma atividade cardiovascular semelhante realizada em terra firme. Durante o exercício dinâmico leve e moderado, usado em programas de exercício na água, a maior parte na energia usada para sustentar a atividade física é suprida por meio do metabolismo aeróbio. (HALL e BRODY, 2001, p. 293-6). Como já estudados anteriormente, a pressão hidrostática que centraliza o fluxo sanguíneo ainda ocorre, aumentando assim, o fluxo sanguíneo para os músculos ativos. A profundidade de imersão afeta os graus de alterações cardíacas, com um aumento na profundidade produz maiores modificações cardiovasculares. Chegamos à conclusão que a temperatura, a profundidade, a velocidade do movimento, a direção do movimento, o indivíduo são de suma importância para a realização de um bom programa de exercício em imersão. BENEFÍCIOS TERAPÊUTICOS DAS PROPRIEDADES FÍSICAS Todos os princípios físicos são clinicamente úteis, sem modificação adicional, embora possam ser ampliados para uma variedade de situações clínicas, mediante equipamentos adicionais, segundo Becker. De forma geral, a densidade pode ser alterada para facilitar ou resistir movimentos e auxiliar na sustentação e flutuação do corpo. A força de flutuação também pode auxiliar a atingir os objetivos acima, além de 14 poder auxiliar em técnicas de mudança de decúbito e auxiliar e facilitar o deslocamento de todo corpo, como por exemplo, durante a marcha. A pressão hidrostática auxilia a descarga de peso sobre os membros inferiores, auxilia na estabilização de articulações instáveis, na resolução de edemas e pode servir como exercício respiratório em algumas doenças respiratórias. Variações no ambiente aquático, como a produção de turbulência, cria um meio interessante para o trabalho de equilíbrio estático e dinâmico. O movimento em meio aquoso sendo dependente da forma do corpo ao se deslocar na água e da velocidade, pode ser modificado de inúmeras maneiras, criando as mais diversas situações terapêuticas. A força de arrasto pode ser utilizada para facilitar os movimentos, tanto do paciente quanto do terapeuta. Uma vez que o paciente posicionado atrás do terapeuta, o movimento de resistência é vencido pelo terapeuta e facilitado para o paciente. O inverso é verdadeiro. A utilidade datemperatura tépida da água depende da sua grande capacidade de reter e transferir calor. Para o organismo humano significa conforto, melhora da circulação periférica e alívio da dor. (CAROMANO e NOWOTNY, 2002, p. 402). EQUILÍBRIO E O PORQUÊ DA ÁGUA A reabilitação aquática é integrante de um vasto número de programas de terapia. Quer os usuários nadem em estilos tradicionais, quer fiquem em pé verticalmente na piscina de terapia, a sua lesão musculoesquelética ou neurológica pode ser tratada em meio aquoso. A reabilitação bem-sucedida é o resultado não somente de um terapeuta competente, mas também de uma instalação aquática cuidadosamente planejada e segura. A terapia aquática é usada para tratamentos de uma variedade de disfunções, incluindo dor com movimento, movimento limitado, força diminuída, amplitude movimento diminuído ou edema. Com um aumento na compreensão dos benefícios que podem ser obtidos de um programa de terapia aquática, muitos serviços individuais, hospitais e clínicas 15 consideraram a construção das suas próprias instalações aquáticas. (RUOTI, MORRIS e COLE, 20 00, p. 391). O somatório de determinados movimentos, correndo concomitante e sequencialmente, caracterizam algumas atividades que são importantes no processo de reeducação funcional: caminhada, corrida, salto, movimentos funcionais de membros superiores, inferiores e tronco. Manter o equilíbrio em imersão é o ponto de partida para um movimento controlado na água. Compreender os mecanismos do equilíbrio e as forças que agem neste momento são importantes para elaborar o início de um movimento suave e preciso. Apesar do potencial de desequilíbrio ser muito maior nesse meio, várias posturas oferecem equilíbrio no meio aquoso. (CAROMANO e IDE, 2003, p. 127). Promover a estabilidade do paciente dentro da água é crítico para o fisioterapeuta, pois a partir desse passo estabelece-se um vínculo de confiança. As posições mais utilizadas para os tratamentos são: • Bola: depende única e exclusivamente do terapeuta. O paciente é envolvido nos braços do terapeuta, de forma que o paciente se posiciona no colo do mesmo. O apoio do paciente está em dois pontos do terapeuta. O terapeuta envolve o braço direito ao redor do pescoço do paciente e o braço esquerdo na fossa poplítea (atrás do joelho). Essa posição é a inicial para prover segurança e preparar o paciente para as outras. • Cubo: o paciente submerge parte do corpo e assume uma postura sentada, com os braços estendidos à frente do corpo, logo abaixo do nível da água. No início do treinamento para essa postura é possível que o paciente seja mantido sentado sobre o joelho fletido do terapeuta. • Triângulo: o paciente fica em bipedestação, submerso, somente com a cabeça para fora da água e mantêm os membros inferiores afastados, o que confere 16 maior estabilidade aos desequilíbrios laterolaterais e, os membros superiores também afastados do tronco, de modo que permaneçam em imersão. • Bastão: o paciente fica em bipedestação, submerso, somente com a cabeça para fora da água e mantêm os membros inferiores os membros superiores em posição neutra. Essa posição permite desequilíbrio tanto laterolateral como anteropo sterior. As posições de cubo, triângulo e bastão, num nível mais avançado podem ser utilizadas em diferentes decúbitos, na tentativa de adquirir a livre flutuação, além de uma turbulência ao redor do paciente, para os níveis mais avançados de tratamento. A compreensão dos mecanismos de desequilíbrio capacita o terapeuta a compreender o movimento contrário a ser realizado, como objetivo de retornar a posição de equilíbrio, treinando assim a rotação/contrarrotação, que pode ser realizada em supino, decúbito ventral, decúbito lateral e bipedestação. (CAROMANO e IDE, 2003, p. 127-28). OBJETIVO DOS EXERCÍCIOS REALIZADOS EM PISCINA TERAPÊUTICA A terapia na piscina deve ser considerada para os pacientes com problemas que surgem de fraqueza muscular, perda de mobilidade articular, coordenação e equilíbrio ruim, dor ou falta de confiança. O valor específico da terapia na piscina sobre o tratamento a seco é derivado do fato de boiar, que contratua a gravidade, proporciona apoio e alivia a pressão de apoio com carga nas articulações, por exemplo, nas condições degenerativas. O aquecimento da água reduz a dor e pode relaxar o espasmo muscular. O meio possibilita a mobilidade para os pacientes em cadeiras de rodas ou em recuperação de imobilização prolongada. O importante é que ela proporciona lazer, recreação e risadas, que são todos os aspectos vitais da reabilitação. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, p. 455). OBJETIVOS DA HIDROTERAPIA 17 Os objetivos são inúmeros. Vale destacar: • Fortalecimento muscular: os músculos são fortalecidos por trabalho progressivo contra resistência graduada. • Mobilidade articular: o alívio da dor e do espasmo muscular pelo aquecimento da água e por apoio ao boiar pode restaurar o movimento livre das articulações. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, p. 456). Além da descarga de peso do corpo imerso na água, lembrando que se o indivíduo estiver em imersão quase que total, somente a cabeça para fora da água, essa descarga pode chegar até 90% menos do seu peso corporal. (CAROMANO e NOWOTNY, 2002, p. 396). • Alívio da dor: a liberdade geral de movimentos em uma piscina possibilita que esse líquido flua por meio dos planos teciduais, removendo metabólitos e melhorando a nutrição. Os pacientes relatam alívio da dor, que em geral está associada com espasmos musculares ou tensão em condições degenerativas ou lesão crônica. • Coordenação e equilíbrio: as técnicas de Bad Ragaz e os princípios do Halliwick ajudam o paciente a readquirir a coordenação. O valor especial do Halliwick é ensinar ao paciente o controle da respiração e o equilíbrio na água, possibilitando assim que tenha confiança ao meio líquido. • Confiança: reforçamento do moral do paciente pelas atividades recreacionais, proporcionando ao paciente confiança para alcançar máxima independência funcional. • Relaxamento muscular: a piscina morna estabelece um relaxamento muscular profundo, além da descarga de peso e hipotonia da musculatura. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, p. 456). INDICAÇÕES DA HIDROTERAPIA • Espondilite anquilosante; 18 • Osteoartrose; • Artrite reumatoide; • Poliartrite crônica juvenil; • Espondilose; • Capsulite; • Distúrbios mecânicos da coluna; • Polimialgia reumática; • Grandes fraturas, especialmente nos membros inferiores ou na coluna; • Cirurgia ortopédica; • Distúrbios neurológicos como hemiplegia, paraplegia, tetraplegia, polineuropatia; • Crianças são particularmente beneficiadas pela liberdade de movimento fornecida pela água. • A terapia na piscina também tem valor para manter a forma física e aliviar a dor lombar durante a gestação e após o nascimento. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, p. 455); • Gestantes que em resposta a imersão, reduziram a frequência cardíaca, a pressão sanguínea, o edema, hematócrito, proteína plasmática, capacidade vital forçada e volume de reserva expiratória. (ARTAL, WISWELL e DRINKWATER, 1999, p. 273). • Reabilitação física e cardiorrespiratória na Melhor Idade. (GONÇALVES, 2003, p. 35-6). CONTRAINDICAÇÕES DA HIDROTERAPIA Durante a avaliação fisioterapêutica e hidroterapêutica, alguns pacientes devem ser excluídos, do mesmo modo a garantir a sua própria segurança e eficiência do tratamento da hidroterapia. As contraindicações são: • Feridas infectadas; • Condições cutâneas agudas; 19 • Pirexia (a temperatura corporal do paciente deve estar normal por 24 horas antes da hidroterapia); • Incontinências (a menos que seja controlada); • Cardiopatia com angina de repouso;• Trombose venosa profunda; • Embolia pulmonar recente; • AVC recente (dentro de três semanas). • Distúrbios gastrointestinais; • Traqueostomia; • A consideração meticulosa é essencial para os pacientes com feridas abertas cobertas com curativo a prova d´agua, por exemplo, Opsite; • Hipotensão e hipertensão; • Epilepsia; com: •Vertigem; •Capacidade vital baixa (abaixo de 900 ml); •Nefropatia; •Diabetes; •Insuficiência tireoidiana; •Radioterapia nos três meses anteriores. Alguns cuidados devem ser tomados ao tratar, na hidroterapia, pacientes •Tinea pedis ou verrugas (a hidroterapia deve ser adiada até que essas condições se resolvam); •AIDS (os pacientes não devem ser tratados com essa síndrome quando há cortes na pele); •Hidrofobia (medo de água deve-se ser ensinado o controle respiratório); •Lentes de contato; •Aparelhos auditivos; •Alergia ao cloro; 20 •Hemofilia; •Retardo mental grave. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, p. 456-7). EQUIPAMENTOS E FACILITADORES PARA O TRATAMENTO EM PISCINA TERAPÊUTICA Além dos flutuadores utilizados no método, existem ainda outros materiais que podem ser utilizados, a fim de aumentar a resistência e o grau de dificuldade do exercício, nesse caso para grupos avançados e com melhores condicionamentos físico, muscular e cardiovascular. Como luvas de neoprene, caneleiras com e sem peso. MATERIAIS UTILIZADOS FIGURA-LUVAS DE NEOPRENE https://www.arican.com.br/luva-protec-o-quimica-neoprene-latex-xg-danny-224- ca-5774.html FIGURA - CANELEIRAS DE EVA 21 https://www.ispsaude.com.br/caneleira-tradicional-em-eva- FIGURA - COLETE PÉLVICO, TAMANHO GRANDE E MÉDIO PARA CADA TIPO DE COMPOSIÇÃO CORPORAL DE EVA FIGURA - TORNOZELEIRA TAMANHO GRANDE DE EVA. 22 FIGURA - PLATAFORMA DE DIMINUIÇÃO DE PROFUNDIDADE. FIGURA - ANÉIS ESTABILIZADORES DE MEMBROS INFERIORES DE EVA. 23 FIGURA - ANÉIS ESTABILIZADORES DE MEMBROS SUPERIORES DE EVA FIGURA - COLAR CERVICAL DE EVA. FIGURA - BASTÕES ESTABILIZADORES DE MEMBROS SUPERIORES GRANDE E MÉDIO DE EVA 24 AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA E HIDROTERAPÊUTICA Com o passar dos anos, a Fisioterapia Aquática em piscina aquecida – uma intervenção na água de origem milenar – difundiu-se acerca dos níveis de prevenção e recuperação cineticofuncional terapêutica, tornando-se uma área de atuação de extrema importância para os profissionais fisioterapeutas. É notável que a eficácia de uma terapia aquática inicie-se, em grande parte, em uma avaliação bem planejada e conduzida, abrangendo todas as informações necessárias. Um programa de Fisioterapia efetivo começa com uma coleta de informações sobre o paciente, de modo a poder avaliar com precisão a gravidade da disfunção apresentada e determinar se ele será beneficiado com o exercício aquático terapêutico. Uma avaliação ampla e minuciosa é essencial para a construção de um plano aquático de tratamento adequado para as necessidades e limitação de cada paciente. Assim, uma eficiente avaliação hidroterapêutica deve ser composta por duas partes: uma parte em solo e outra aquática (BARBOSA, CAMARGO, ARRUDA e ISRAEL, 2006. p.136-142). Uma avaliação completa do paciente evita o perigo de deixar passar alguns fatores de contribuição importante e permite a definição das limitações funcionais do paciente (KISNER e COLBY, 1992, p.3). Dentro da avaliação em solo são necessários alguns itens como: dados pessoais, história da moléstia atual, atividades aquáticas prévias, contraindicações relativas e absolutas em relação à terapia aquática, dados vitais, avaliação postural, avaliação funcional, exame físico geral e escala de graduação da dor. A avaliação deve fornecer detalhes que possam destacar os resultados 25 alcançados com o programa de intervenção, devendo conter: informações do paciente, histórico da patologia, sintomas, condição pós-cirúrgica, anormalidades posturais, habilidades nas atividades de vida diária ou capacidade funcional, amplitude articular do movimento ativa e passiva, testes de resistência muscular, aparência e nível da dor. A avaliação em solo é considerada uma fonte de informações adequadas para se basear o programa aquático. O fisioterapeuta deve examinar o paciente de modo completo e se certificar de que todas as contraindicações peculiares a fisioterapia aquática sejam excluídas. Essa verificação é necessária em uma avaliação inicial e antes da entrada na piscina, à procura do aparecimento de contraindicações após início do tratamento. Na avaliação aquática, é necessária a avaliação dos efeitos da flutuação e do calor sobre, por exemplo, a força muscular do paciente, amplitude de movimentação das articulações, equilíbrio e atividades funcionais. A avaliação dentro da água deve ser feita na primeira sessão na piscina e incluir no mínimo os seguintes critérios: habilidade do paciente em entrar na piscina, a flutuabilidade do paciente na água, habilidade do paciente em caminhar na água, a posição ou posições de conforto do paciente, a resposta do paciente a diferentes padrões de movimento, a habilidade do paciente de sair da piscina, habilidade de submergir o rosto (controle da respiração), habilidade de entrar em água profunda, habilidade de flutuar em supino ou prono e de ficarem em posição vertical a partir de ambas as posições, habilidades combinadas necessárias para executar braçadas de natação recreacional, conhecimento básicas de segurança na água (BARBOSA, CAMARGO, ARRUDA e ISRAEL, 2006. p.136-142). Se o paciente não tem habilidade no ambiente aquático, será importante que o fisioterapeuta entre na piscina com o paciente para que ele se adapte ao meio líquido, até quando for necessário. O desequilíbrio pode ser voluntariamente provocado, principalmente visando mudança de postura, tanto a partir a bipedestação quanto nos decúbitos. Provocar desequilíbrios e ensinar o autocontrole auxilia o paciente a obter maior controle sobre seu corpo no meio aquático (CAROMANO e IDE, 2003, p.127). Após a avaliação minuciosa do paciente, tanto em solo quanto aquático, será possível determinar a necessidade do paciente. O próximo passo é planejar o tratamento, o que envolve o estabelecimento de metas do mesmo (KISNER e COLBY, 1992, p.4). As metas ou objetivos do tratamento são baseados em problemas identificados 26 durante a avaliação. Condição psicológica do paciente. Reações e expectativas. Assistência em casa ou alternativa, como por exemplo, tratamento em grupo ou individual. Reação, cooperação e responsabilidades da família, bem como os planos e metas vocacionais do paciente (KISNER e COLBY, 1992, p. 8). REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTES CARDÍACOS, VASCULARES E PULMONARES A reabilitação aquática tem uma importante função para o tratamento de grupos especiais devido às propriedades de a água proporcionarem benefícios para o organismo tanto como os efeitos fisiológicos vascular, efeitos sobre as articulações, sistema renal, cardiorrespiratório, musculoesquelético, entre outros, trazendo melhoras na qualidade de vida. A resposta cardiorrespiratória durante a imersão, a água exerce pressão sobre o corpo. Um efeito importante desse aumento de pressão acontece no sistema de retorno venoso, que é sensível a diferenças de pressão externa. Proporciona o deslocamento do sangue em uma via de mão única, que “deságua” nos maiores vasos da cavidade abdominal e para o coração. O fluxo sanguíneo no pulmão também aumenta, devido ao aumento da pressão sanguínea. Tal resposta favorece uma maior troca gasosa, devido ao aumento de sangue na circulação pulmonar. Ocorre também um aumento no consumo energético, pois o coração deve aumentar a força de contração e aumentar o débito cardíaco, em resposta ao aumento de volumede sangue. Ainda, a imersão na altura do tórax afeta significativamente o ritmo respiratório e ocasiona aumento do trabalho respiratório, devido à compressão da caixa torácica. (SILVA e LIMA, 2011, p. 5,11). REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTES NA OSBSTETRÍCIA E PÓS- PARTO Na Obstetrícia sabe-se que, por meio de estudos realizados, que o exercício em meio líquido para a grávida são muito bem-vindos e o bebê também se beneficia. Os efeitos fisiológicos da imersão, conferindo atenção específica às vantagens para a gestante, são os mesmos estudados anteriormente, tanto na imersão em repouso, quanto 27 na imersão com exercício. A característica do programa de hidroterapia para as gestantes é atuar sobre as principais alterações físicas, por meio dos exercícios de aquecimento, alongamento, fortalecimento e postural que a hidroterapia oferece, com o objetivo de amenizar e evitar as queixas gestacionais, que possam vir a incomodar a gestante. Focando em uma gestação saudável e especial. (ARTAL, WISWELL e DRINKWATER, 1999, p. 271). Fisiologicamente a mulher grávida sofre alterações hormonais, cardiovasculares, respiratórias, nutricionais e de termorregulação. Os maiores efeitos hormonais sobre o sistema musculoesquelético são causados pelo hormônio relaxina. Por esse e por outros motivos que a gestante se encaixa em um grupo especial. Ao se estabelecerem recomendações para exercício apropriado em um ambiente aquático para a mulher grávida, a distribuição da massa corporal e o efeito global do peso sobre as articulações que sustentam peso durante as atividades funcionais devem ser consideradas. A pressão hidrostática é a propriedade física mais influente da água para a paciente grávida imersa na piscina. Lembrando que a Lei de Pascal afirma que a pressão líquida é exercida igualmente em qualquer nível e pressão horizontais. Centralizando assim o fluxo sanguíneo e favorecendo mamãe e bebê. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p.193-195). Durante a gestação a mulher passa por inúmeras alterações anatômicas, fisiológicas, hormonais e psicológicas que necessitam de um cuidado especial. Os efeitos terapêuticos que a água oferece atuam diretamente na: • Dor; • Edema; • Musculatura; • Articulação; • Equilíbrio e esquema corporal; • Reeducação da marcha. Nas grávidas, os grupos musculares que necessitam de uma atenção especial são: • Arcos plantares; • Pelve, dobradiça lombossacra e equilíbrio vertebral; 28 • Região Cervical; • Região do Períneo; • Peitoral; • Isquiotibiais; • Iliopsoas; • Glúteos; • Quadríceps; • Abdômen. Contraindicações relativas: • Hipertensão; • Ruptura prematura de membranas; • Trabalho de parto pré-termo; • Incompetência cervical; • Sangramento; • Gravidez gemelar; • Hipertensão arterial; • Anemia ou outros distúrbios sanguíneos; • Disfunção tireoidial; • Disritmia cardíaca; • Diabetes; • Obesidade excessiva; • Histórico anterior de vida excessivamente sedentária; • Falta de peso excessiva; • Apresentação pélvica durante o terceiro trimestre; • Placenta prévia. • Infecções generalizadas (garganta, ouvido, gastrointestinais) Contraindicações absolutas: • Diagnósticos de placenta prévia sem acompanhamento médico; • Doenças cardíacas graves e em evidência; • Trabalho de parto prematuro; • Histórico de três ou mais abortos espontâneos; 29 • Tromboflebite; • Hipertensão séria; • Ruptura de bolsa e/ou sangramentos; • Falta de controle pré-natal. Na paciente grávida, além das avaliações fisioterapêuticas e hidroterapêuticas, também se deve realizar a avaliação obstétrica. A hidroterapia está completamente liberada para as pacientes grávidas, com um único cuidado especial, com diástase dos retos abdominais. Quando a gestante for realizar uma atividade de recrutamento intenso dos retos abdominais é necessário que ela transpasse as mãos em cima dos retos. A mão direita mantém o reto do lado esquerdo e a mão esquerda mantém o reto do lado direito, fazendo uma pressão ao modo que os retos sejam unidos e que sejam evitados uma maior separação dos mesmos. Nesse caso, a paciente deve usar um colar cervical, pois os membros superiores estarão protegendo os retos abdominais. Nessa figura a paciente está com o colar cervical, mas é a fisioterapeuta que está mantendo e protegendo os retos abdominais da paciente. FIGURA -PACIENTE GRÁVIDA, COM COLAR CERVICAL E FLUTUADOR ESTABILIZADOR EM QUADRIL Segundo a Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, as alterações anatômicas que ocorrem no pós-parto são: • O útero involui para o seu tamanho pré-gestacional em seis semanas. 30 • A loqueação involui gradualmente de três e seis semanas. • A parede abdominal permanece flácida e solta durante semanas e apenas o treinamento gradual devolverá a sua forma pré-gestacional. • As alterações do trato urinário levam pelo menos oito semanas para reverter. • A episiotomia e as lacerações vaginais cicatrizam, entre uma e duas semanas. • O períneo parece completamente recuperado em seis semanas. A maior parte das alterações relacionadas à gravidez reverte para níveis de pré- gravidez em 30 dias. Embora as concentrações séricas de relaxina produzidas pelo corpo lúteo da gravidez diminuam para o normal entre três e sete dias pós- parto, seus efeitos anatômicos podem persistir até 12 semanas. (THOMSON, SKINNER e PIERCY, 1994, 400 p.). Portanto, as alterações físicas e hormonais da gestação provocam relaxamento dos tecidos de suporte pélvico. O parto vaginal estira esses tecidos ainda mais. Algumas mulheres se queixam de desconfortos ou até mesmo incontinência urinária de esforço e podem ficar preocupadas com o estado da vagina durante a relação sexual. O objetivo da hidroterapia no pós-parto é restabelecer a força muscular abdominal e perineal, tratar possível incontinência urinária, melhorar a postura e voltar à forma física anterior a gestação. A recuperação a partir de qualquer condição clínica é um processo gradual que varia de um indivíduo para outro. (KISNER e COLBY, 1992, p.559). REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTES COM LESÃO MUSCULOESQUELÉTICO A fibromialgia é uma dolorosa síndrome musculoesquelética crônica e degeneralizada, cuja etilogia é desconhecida. Sua incidência ocorre notadamente nas mulheres, caracterizando-se por sítios dolorosos específicos, associados especificamente a distúrbios do sono, fadiga, cefaleia crônica, distúrbios específicos psíquicos e 31 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% Avaliação Reavaliação 10% 0% intestinais funcionais. No artigo presente, teve-se o objetivo de verificar as etapas de melhoria na qualidade de vida dos pacientes portadores de fibromialgia, após serem submetidos a um tratamento por intermédio de técnicas de hidrocinesioterapia. No tratamento foi realizado um programa de atividades hidroterapêuticas, consistentes em alongamentos, exercícios de resistência, coordenação e relaxamento globalizado, associado à musicoterapia e exercícios respiratórios, analisando-se um grupo de 10 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 38 e 69 anos. Na conclusão e desenvolvimento desse artigo, verificou-se ser o programa de exercícios hidrocinesioterapêuticos um excelente recurso para o tratamento da fibromialgia, que a água aquecida apresenta efeitos benéficos na melhora do quadro álgico. Para cada paciente, foi realizado um questionário padronizado, visando avaliar a qualidade de vida dos pacientes. (DIAS et al, 2003, p. 320-25). Seguem os resultados da avaliação e reavaliação dos pacientes: GRÁFICO: SINTOMAS PSICOLÓGICOS FONTE: Revista Fisioterapia Brasil – volume 4 – nº 5 – set/out – 2003. p. 324. 32 Em outro estudo, também com a fibromialgia, que visava à melhora na qualidadede vida em paciente fibromiálgico resultante do tratamento por equipe multidisciplinar. O programa multidisciplinar consistiu em atendimento médico, atendimento nutricional, atendimento de hidrocinesioterapia e atendimento psicológico de apoio. Uma paciente foi avaliada e reavaliada. Área hidrocinesioterapêutica: foram realizadas quatro sessões de hidrocinesioterapia, objetivando: • atividades para aumentar ou manter a amplitude de movimentos e a flexibilidade; • atividades para aumentar a força e resistência musculares; • treinamento cardiovascular. • Benefícios da reabilitação aquática: • dor e rigidez; • fraqueza muscular; • compensações posturais; • resistência cardiovascular e fadiga; • complicações articulares; • dor e espasmo muscular; • edema; • fraqueza muscular. A hidrocinesioterapia, conforme estudo realizado teve êxito no atendimento a pacientes fibromiálgicos, melhorando o seu estado geral e refletindo positivamente na sua qualidade de vida. A hidrocinesioterapia é uma atividade que melhora a performance cardiorrespiratória, lenta e progressivamente, com o objetivo de promover a recuperação completa, inclusive o retorno a atividade laboral. As propriedades físicas da água e sua capacidade térmica desencadeiam efeitos terapêuticos, sensório-motores e psicológicos. Os efeitos terapêuticos facilitam a melhora de processos inflamatórios, reduzem 33 o espasmo muscular, promovem melhora da amplitude de movimento, reduzem tônus, fortalecem os músculos, previnem deformidades, diminuem o impacto e a descarga de peso sobre as articulações, evitando sobrecargas e movimentos lesivos às articulações, melhoram a performance cardiorrespiratória, os níveis de dor e rigidez, a fadiga, o funcionamento biomecânico, o edema e estimulam o relaxamento muscular, sobretudo nas fases críticas da dor. Os efeitos sensório-motores facilitam reações de endireitamento e equilíbrio. O paciente é obrigado a promover reações posturais, pois não existe apoio. Diminuem a descarga de peso, reduzindo os estímulos proprioceptivos na medida em que aumenta a profundidade da água. Os aspectos psicológicos melhoram a imagem corporal, proporcionam bem- estar físico e mental, descontraem, aliviam a tensão e o estresse, promovem autoconfiança, diminuem ansiedade, melhoram nos relatos de dor subjetivos em geral e melhoram a autoestima. Foi realizado um plano de atendimento hidrocinesioterapêutico bastante abrangente, envolvendo: • aquecimento: exercícios de amplitude geral de movimentos para os membros afetados e corpo; • alongamento: específico e geral; • fortalecimento: específico; • aeróbio: melhora do sistema cardiovascular; • atividade funcional: tentar, na água, uma atividade que o paciente não consegue realizar no solo; • resfriamento: exercícios de amplitude de movimento; • relaxamento: realizado pela própria paciente ou com a assistência da fisioterapeuta, devendo a paciente estar em posição completamente relaxada e imersa o máximo possível, para obter os benefícios do calor e da flutuabilidade da água. A flutuação em supino ou sentada inclinada são duas posições possíveis, com ou sem apoio. No início do tratamento, a paciente foi submetida a EVA – Escala Visual Analógica de Dor e informou suportar um grau 90 na EVA. EVA – Escala Visual Analógica de Dor que comporta graduação de 0 a 100: • O 0 (zero) corresponde a nenhuma dor sentida. 34 100 90 80 70 60 50 40 Avaliação da EVA Reavaliação da EVA 30 20 10 0 Escala Visual Analógica de Dor - Paciente J.M.C. • O 100 (cem) corresponde a uma dor insuportável. Ao findar o tratamento proposto no presente trabalho, a paciente informou estar sentindo uma dor equivalente ao grau 10 na EVA, ou seja, um quadro entre nenhuma dor e dor leve. A melhora foi muitíssimo sensível, chegando ao patamar de algo em torno de 90 por cento de alívio. Seguem os resultados da avaliação e reavaliação da paciente: GRÁFICO: ESCALA VISUAL ANALÓGICA DE DOR FONTE: Monografia Pós Graduação: Melhora na qualidade de vida em paciente fibromiálgico resultante do tratamento por equipe multidisciplinar – 2005. p. 2-10. REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTE ORTOPÉDICO Os fisioterapeutas e especialistas em exercícios aquáticos têm usado a água para tratar disfunções das extremidades há muitos anos. Entretanto, o uso rotineiro da 35 fisioterapia aquática na reabilitação após uma lesão de extremidades não foi difundido até o começo da década de 1970. O treinamento em piscina tonou-se um componente regular de muitas sessões práticas de equipes atléticas enquanto se recuperavam de uma lesão. Uma ampla variedade de pessoas pode se beneficiar com a fisioterapia aquática para lesões de extremidades, tanto com limitações quanto com restrições de sustentação de peso, pode usar progressivamente desde a imersão até as pequenas profundidades para avançar na sustentação do peso. Exercício resistido progressivo pode ser efetuado por toda amplitude de movimento disponível em membro inferior, com ou sem auxílio de materiais facilitadores ou até mesmo a turbulência oferecida pela água. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 67). São várias as patologias que podem ser tratadas na hidroterapia. Vamos nos aprofundar em um estudo de caso de um paciente, que teve a sua fase de reabilitação inicial, consistida quase que exclusivamente em exercícios na piscina. P.G. de 35 anos é um motorista de caminhão que escorregou enquanto trabalhava. Ele sofreu uma lesão de hiperextensão do joelho direito. A hiperextensão resultou em uma ruptura completa do ligamento cruzado anterior, corno posterior do menisco medial e uma grande lesão osteocondral no côndilo femoral medial. Ele foi submetido a uma meniscectomia parcial artrocóspica inicial e desbridamento. Não foi encaminhado a fisioterapia e desenvolveu uma artrofibrose secundária, que exigiu outro procedimento cirúrgico. Foi então encaminhado à fisioterapia para a normalização da amplitude de movimento. Os objetivos da fisioterapia foram: • Normalização da marcha. • Aumentar a mobilidade articular do joelho. • Aumentar a força em geral no membro inferior. • Aumentar a amplitude de movimento. O programa de reabilitação, na fase inicial, foi dentro da piscina. O programa foi composto de: • Alongamento passivo para aumentar a amplitude de movimento. • Exercícios de normalização da marcha incluíram andar em diferentes 36 comprimentos de passadas, em diferentes direções, a várias profundidades e a diferentes velocidades. • Facilitar a mecânica adequada do joelho, para tanto foram utilizadas as investidas (partidas de corrida), agachamentos bilaterais e andar no mesmo lugar. • Fortalecimentos dos membros inferiores em geral. • Minimizar a sustentação de peso com descargas de peso (somente a cabeça para fora da água, a fim de conseguir 90% de redução corporal) e exercícios de flutuação para o relaxamento e alívio da dor. • Controlar o edema por meio da pressão hidrostática. Atualmente o paciente alcançou total amplitude de movimento passiva, porém episódios de instabilidade, tanto ao sustentar o peso quanto ao caminhar. A adição de uma órtese funcional de joelho diminuiu o número de episódios de instabilidade, permitindo atividade aumentada com menos dor. Ele participa de um programa independente em piscina para a manutenção dos objetivos alcançados. E também está participando de um programa de manutenção com exercícios resistivos progressivos em uma academia e passa por retornos de acompanhamentos regulares para a reavaliação. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 93). REABILITAÇÃO AQUÁTICA EM PACIENTE IDOSO A expectativa de vida do brasileiro nos dias de hoje está se aproximando dos 65 anos. Em 1980, 6,1% da população tinha idade superior a 60 anos; em 1990 essa percentagemsubiu para 7,2%, chegando – pelo previsto – a 2,2% no ano de 2025, o que corresponde a 32 milhões de pessoas nessa faixa etária. O processo fisiológico do envelhecimento não pode ser considerado patológico ou incapacitante, porém boa parcela da população idosa desenvolve disfunções ou incapacidades. Essa condição não se dá somente pela perda dos sintomas orgânicos, mas também pelas múltiplas condições mórbidas. As três condições mais frequentes associadas com incapacidade em pessoas com mais de 65 anos são: artropatias, hipertensão arterial sistêmica sistólica e/ou diastólica e cardiopatias, que representam, respectivamente, prevalência de 47,2%, 41,4% e 30,4%. 37 A promoção e a atenção à saúde do idoso englobam medidas preventivas, restauradoras e reabilitativas, visando a preservar, manter, restaurar ou devolver função, quer sejam por distúrbios motores, sensoriais, cognitivos, psíquicos, sociais ou por variáveis múltiplas associadas, com o intuito de proporcionar qualidade de vida. (GONÇALVES, 2003, p. 1,2). Durante o proposto trabalho, no ambiente aquático, onde a piscina aquecida entre 33 a 35 graus Celsius, medindo 4 metros de comprimento por 2 metros de largura, o procedimento de avaliação foi o mesmo. A pesquisa utilizou-se de 13 voluntários, de ambos os sexos, sendo três do sexo masculino e 10 do sexo feminino, com idade entre 47 e 66 anos, com média de 56 anos. Durante os 30 minutos centrais, os indivíduos foram submetidos aos exercícios de aceleração e desaceleração, por meio de corridas na mesma direção e, num certo ponto, todos voltaram e a água fez seu papel, por meio da resistência, ou seja, alta densidade e baixa gravidade, graduando assim os exercícios. FIGURA Pacientes do Programa da Melhor Idade da UNIP-Campus-Bauru/SP, realizando alongamento de tronco em piscina terapêutica. FONTE: GONÇALVES, A. A. Exercícios de MMSS associados aos de MMII, com bastões, halteres, ou até mesmo em duplas, graduaram a intensidade, e, o último deu o biofeedback aos pacientes. Brincadeiras com bola, com o trabalho de imersão, autoturbilhonamentos fortaleceram os MMSS, porém o trabalho foi mais voltado para os MMII, por meio das 38 tríplices flexoextensões, abduções e aduções, com as corridas laterais e, finalmente, os metabólicos de tornozelo, realizando as circundações, dorsi e flexo extensão, em que a pressão hidrostática foi uma grande aliada na melhoria do retorno venoso. (GONÇALVES, 2003, p. 48-9). Conforme o constatado, 77% do universo do rol dos pesquisados e analisados alcançaram a expectativa de condicionamento físico desejado. (GONÇALVES, 2003, p. 57). Anexo nele pode-se ter acesso a Avaliação Fisioterapêutica Aquática. Fonte: Fisioterapia em Movimento. Curitiba. volume 19 – n° 2 – abr/jun – 2006. 39 40 41 42 43 MÉTODO BAD RAGAZ Nos anos 30, já havia um programa de exercícios ativos que estava sendo 44 praticado na cidade de Bad Ragaz, Suíça. Em outras palavras, exercícios em terra estavam sendo adaptados ao meio aquático. Porém, uma relevância clínica ainda não havia sido estabelecida. Além de que, não havia pesquisas suficientes para comprovar a utilização das técnicas de forma clínica. Adicionalmente, os princípios biofásicos que explicam esta propriedade ainda não estavam bem estabelecidos. Mais tarde, em 1957, um médico alemão estudou o protocolo de Bad Ragaz e desenvolveu esta prática mais a fundo. Ele adicionou um componente estabilizador por meio de que o paciente está mantido por três anéis: um no pescoço, outro na pélvis e outro nos tornozelos. A partir disso então ele revisou o programa já estabelecido de exercícios dentro de padrões estruturados que consiste de movimentos passivos, ativos ou ativos-resistidos. Daqui por diante, esses padrões evoluíram naquilo que hoje é conhecido como “The Bad Ragaz Ring Method”, ou seja, “O Método dos Anéis de Bad Ragaz”. Ao passar dos anos, outras técnicas mais avançadas tais como facilitação neuromuscular proprioceptiva foram incorporadas na teoria e prática que apoia esta prática inovadora de intervenção aquática. Este então provou mais sucesso em obter resultados, fazendo com que os padrões de exercícios originais se tornassem obsoleto. Desenvolvimento contínuo tem acontecido desde que tal prática clínica foi adaptada para preestabelecer objetivos e planos de tratamento particularmente para casos neurológicos e ortopédicos. Enquanto alguns dos conceitos originais ainda estão sendo implementados, os padrões agora utilizados no Método Bad Ragaz são mais estruturados e permitem um melhor controle e posicionamento da mão do terapeuta facilitando o movimento ou resposta desejada. O princípio dos três anéis continua ser a base para a estabilização, posicionamento do paciente e posicionamento das mãos do terapeuta. O equipamento utilizado em Bad Ragaz consiste em um flutuador cervical, cinto pélvico e anéis flutuadores dos tornozelos. O colar inflável ou colar cervical de EVA é altamente sugerido para um melhor alinhamento de cabeça e pescoço do paciente, permitindo assim que estes seguimentos corpóreos sejam mantidos acima do nível da água o tempo todo. Além disso, permite que o paciente possa ouvir e ver o terapeuta, facilitando a comunicação e interpretação dos comandos dados por vários padrões. Alguns terapeutas preferem não utilizar o flutuador no tornozelo para permitir um posicionamento de mão mais adequado nos tornozelos e pés. (VARGAS, 2004). 45 No entanto, no movimento de facilitação for à cabeça do paciente, seria mais interessante a utilização do flutuador de tornozelo para podermos manter um alinhamento dos membros inferiores. (VARGAS, 2004). Paciente grávida com estabilização adaptada para fossa poplítea para melhor posicionamento da lombar. Facilitação na cabeça do paciente. Adicionalmente, o tamanho e o peso do paciente é o que vai autorizar o suo desses flutuadores para manter o corpo inteiro flutuando na posição supino. O objetivo do flutuador pélvico é dar suporte ao redor do centro de gravidade. Consequentemente, o cinto não deveria ser ajustado no nível da cintura, mas sim na linha dos grandes trocânteres. O terapeuta precisa considerar que ele precisa ter o controle do paciente o tempo inteiro. Por isso, o nível da água do qual as atividades são executadas é um fator muito importante. O nível da água não pode ser acima do nível vertebral T8 a T11 do terapeuta. Níveis mais altos resultariam em uma perda de estabilidade para o terapeuta, o qual trabalhará dispendendo um maior esforço contra o efeito da flutuação. Para ótimos resultados, a profundidade da água deve variar entre 90 cm e 1,20 m. Bad Ragaz caracteriza-se por três séries de padrões: 1. Quadril ou Padrões de Membro Inferior; 2. Padrões de Tronco; 46 3. Padrões de Membro Superior. O mais popular é o Quadril ou Padrões de Membro Inferior e Padrões de Tronco. Nesses padrões, o paciente move-se livremente na água por meio da facilitação ou comando dado pelo terapeuta. O princípio aplicado do reflexo de estiramento permite a estimulação da contração de fibras musculares. Originalmente, estimular o paciente não é permitido. Porém se o nosso objetivo é facilitar a atividade motora, então tal princípio deveria ser considerado para o propósito de reeducação neuromuscular. Embora o tratamento tenha sido utilizado nas desordens ortopédicas em que os objetivos primários são aumentar a amplitude de movimento e a força muscular do tronco e dos membros inferiores, o uso do Método Bad Ragaz é contraindicado em condições de algias inflamatórias agudas. Neurologicamente,ele tem sido utilizado com sucesso na reabilitação de lesado medular e lesões de nervos periféricos, porém a literatura original contraindica o uso desta prática em alterações neuromotoras superiores por causa do risco de aumento do tônus. Durante as execuções de Padrões de Tronco, o terapeuta precisa estar consciente de qualquer problema proveniente de raiz nervosa que poderia ser exacerbado por meio do Bad Ragaz. O sistema integrado de associação aquática diagnóstica apoia o uso de Bad Ragaz na reabilitação aquática no caso da desordem neuromotora superior, na maneira que seja cuidadosamente executada, evitando a facilitação de hipertonicidade. Nos pacientes com AVC, precisamos tomar algumas cautelas ao utilizar as atividades de Bad Ragaz durante os estados de sinergia. No entanto, de acordo com o sistema integrado de associação aquática diagnóstica, o uso de Bad Ragaz não é contraindicado. Ao contrário, isso poderia beneficiar a reeducação do membro inferior inválido na preparação para as atividades de marcha. Outros princípios biomecânicos e neurofisiológicos ditam uma regra importante no tratamento por meio do Método Bad Ragaz incluindo: Aproximação: Envolve estimulação dos recaptores articulares, deste modo, proporcionando propriocepção e estimulando a estabilização do seguimento ósseo. Distração: Aumenta o movimento da articulação e mobilidade, assim como afeta no controle da dor. Adicionalmente, as três regras que o terapeuta precisa observar se desejar ótimos resultados: 1. Assegurar que o posicionamento das mãos esteja correto; 47 2. Proporcionar pequenos e precisos comandos; 3. Correto posicionamento dos equipamentos flutuadores. Os tipos de padrões utilizados em Bad Ragaz incluem: • Padrão isotônico; • Padrão isométrico; • Padrão isocinético; • Padrão passivo; • Padrão pré-transferência de peso; • Padrão pré-marcha. (VARGAS, 2004). MÉTODO HALLIWICK “The Halliwick Method”, ou seja, “O Método Halliwick” foi desenvolvido por James McMillan em 1949 na Halliwick, escola para meninas em Londres, Inglaterra. No início, o método tinha com enfoque na instrução e proficiência na técnica de natação. Mais tarde, foi aceito como uma prática clínica utilizada em tratamento em vários tipos de deficiência física. Com o seu desenvolvimento, esse método é apoiado em princípios científicos da hidrodinâmica e biomecânica. De qualquer forma, Halliwick também pode ser utilizado como uma atividade recreacional de grande valor no campo da fisioterapia. O princípio aplicado desta clínica é baseado na mesma propriedade geral, assim como qualquer outra prática da reabilitação aquática: a habilidade do paciente em executar uma atividade na água que ele não pode executar ou realizar de forma dificultada em terra. Assim como no Bad Ragaz, o Halliwick oferece aos pacientes a oportunidade de visualizar a si mesmo como independente novamente, para que ele possa colocar objetivos no sentido de retomar a sua alta confiança. O controle do equilíbrio e a subsequente correção da deficiência do equilíbrio torna-se o objetivo primário na aplicação da técnica de Halliwick no tratamento da reabilitação aquática. A filosofia básica desta prática gira em torno da teoria do controle do equilíbrio 48 e desenvolvimentos dos estágios de maturação do ser humano. Clinicamente falando, esta é a essência da teoria de Halliwick. O uso de flutuadores não é aconselhável na aplicação da técnica. Adicionalmente, com o contato correto com o paciente é outra consideração importante, pois ele permite a mobilidade e facilita o movimento esperado ou a resposta à atividade. (VARGAS, 2004). Como estabelecido originalmente, o Método Halliwick consiste em dez estágios ou atividades as quais estão agrupadas em quatro fases: Fase I: Ajustamento mental à água. Primeiro o paciente precisa, gradualmente, ajustar-se ao ambiente. Assim, quando ele estiver mais adaptado, ele será capaz de se mover mais livremente na água, evitando, dessa forma, o trabalho contra os efeitos da flutuação. A sequência do desenvolvimento – sentado, para gato, para joelho, para de pé – é revertida no Halliwick ou quando ensinamos alguém a nadar. Nessa fase, os exercícios são executados na posição vertical, antes que ele seja posicionado na posição horizontal ou de flutuação, que um passo para a realização de técnicas mais complexas. Fase II: Rotações. Isto oferece a troca de posição da vertical para a horizontal e de trás para supino. Essa é a rotação em que possibilita que o paciente assume a posição de supino antes de voltar a posição original que é em pé. As mãos do terapeuta são utilizadas somente para facilitar o equilíbrio se for o caso. Outra postura é a rotação vertical ao redor do eixo horizontal, envolvendo uma rotação completa de 360° do corpo. Essa técnica é contraindicada para pacientes com alteração vestibular. Fase III: Controle do movimento na água. O controle é baseado na manutenção da posição equilibrada – não necessariamente na horizontal – a qual permite a flutuação do corpo. Nessa posição mais desafios podem ser integrados à atividade, tais como “explorando botão da piscina” (pegando objetos no chão da piscina). Como esta atividade requer olhos abertos, é altamente recomendável à utilização de máscara ou óculos de natação. Tudo depende do controle respiratório do paciente, se o controle não estiver estabelecido, pode-se usar snorkel para essa atividade. Outra atividade da fase III é o deslizamento turbulento, em que o paciente se mantém em supino e passivo e o terapeuta cria uma turbulência na região da cabeça do paciente, induzindo ao equilíbrio na flutuação e enriquecendo o controle do movimento corpóreo na água. Fase IV: Movimento na água. O objetivo desta fase é permitir total independência e liberdade de movimentos na água. Atividades são realizadas como o “pulo do canguru” no qual o paciente de mãos dadas com o terapeuta pula para frente e 49 o paciente não pode apertar as mãos do terapeuta, para que não ocorra um aumento da tensão. Outra atividade é o “passeio de bicicleta” permite uma ação circulatória dos membros inferiores do paciente enquanto ele é apoiado pelo terapeuta. O terapeuta se posiciona atrás do paciente e eles se mantêm mãos com mãos. O “apoio horizontal” é muito utilizado, em que o terapeuta apoia as costas do paciente e ele se mantém flutuando. O paciente pode se manter imóvel ou ser instruído a movimentar tanto os membros inferiores como os superiores, ao mesmo tempo ou independentes, para cima e para baixo da água. “Desviando as pedras” a intenção é o relaxamento do paciente onde ele se mantém em supino, totalmente relaxado e o terapeuta move o paciente no nível da água fazendo curvas em formato de “S”. As “atividades em grupo” são muito populares na fase IV do Halliwick. Os pacientes podem formar círculos ou linhas retas segurando um no braço do outro, realizando marchas resistidas ou passos laterais em várias direções, utilizando a pressão hidrostática, assim que o fator fortalecimento for executado. Desde que Halliwick originalmente se desenvolveu como um programa de instrução ao nado, os mesmos objetivos ainda permanecem: • Melhorar a força muscular; • Melhorar a circulação sanguínea; • Melhorar os padrões respiratórios; • Melhorar o equilíbrio – um dos principais objetivos. Pacientes com AVC têm sido beneficiado com a reabilitação aquática, assim como pacientes com disfunção cerebelar, os quais refletem em ataxia e incoordenação. (VARGAS, 2004). MÉTODO WATSU O Watsu, também conhecido como "Water Shiatsu", “aquashiatsu” ou “hidroshiatsu”, foi criado por Harold Dull em 1980. 50 Tal técnica aplica os alongamentos e movimentos do shiatsu zen na água, incluindo alongamentos passivos, mobilização de articulações, bem como pressão sobre "tsubos"(acupontos) para equilibrar fluxos de energia por meio dos meridianos (caminhos de energia). (BIASOLI e MACHADO, 2006). Paciente grávida recebendo Watsu – Técnica Captura. Há dois tipos de posições no watsu: as posições simples e as complexas. As simples incluem os movimentos básicos e de livre flutuação. As posições complexas são chamadas berços. O fluxo de transição do watsu consiste em movimentos básicos e três sessões: 1. Berço de cabeça. 2. Embaixo da perna distante, ombro e quadril. 3. Berço da perna próxima. (BIASOLI e MACHADO, 2006). Na água, o movimento mais básico é a Dança da Respiração na Água, na qual o paciente flutua nos braços do terapeuta e, à medida que ambos expiram, eles afundam 51 um pouco e a seguir deixam a água devolvê-los para cima, à medida que inspiram simultaneamente. Repetido várias vezes ao começo de um Watsu, esse exercício cria uma conexão que pode ser levada para todos os alongamentos e movimentos que se seguem. A essa Dança da Respiração na Água e à sua imobilidade retornam ambos, ou “voltam para casa”, por meio de toda a sessão. (RUOTI, MORRIS e COLE, 2000, p. 368). Paciente grávida recebendo Watsu – Técnica Dança da Respiração na Água. Os efeitos do Watsu sobre os sistemas sensoriais primários são descritos por Lisa Dougherty, no livro de Dull. Os movimentos de alongamento e de rotação do tronco e dos membros, juntamente com os efeitos da água entrando e saindo dos ouvidos, das luzes brincando sobre as pálpebras conforme a cabeça passa de um lado para o outro e das mudanças de temperatura da pele ao passar da água aquecida para o ar mais frio que circula sobre ela, afetam os mesmos sistemas sensoriais primários (cinestésico, proprioceptivo, vestibular e tátil) usados em técnicas populares de fisioterapia como “Técnica de Desenvolvimento Neurológico” e “Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva”. Os sistemas sensoriais mencionados, afetados pelo Watsu e pelas técnicas de fisioterapia, são usadas para facilitar respostas motoras ativas/normais. E por causa dessa conexão similar, que o Watsu foi incorporado ao tratamento dos seus pacientes, clinicamente comprometidos neurologicamente. (DULL, 2001, p. 145). 52 FIGURA - PACIENTE GRÁVIDA RECEBENDO WATSU – TÉCNICA COM EFEITOS SENSÓRIOS PRIMÁRIOS Por meio da organização “Worldwide Aquatic Bobywork Association”, ou “Associação Mundial de Trabalho Corporal Aquático”, na Escola de Shiatsu e Massagem, localizado em Harbin Hot Springs, Middletown California-EUA, o autor da técnica, Harold Dull, ministra e orienta cursos de watsu e outras técnicas de trabalho corporal. (BIASOLI e MACHADO, 2006). Algumas precauções e considerações em relação ao Watsu estão listadas pelo diagnóstico, outras pela sintomatologia importante para evitar repetições excessivas. Além disso, devem-se considerar todas as precauções da terapia aquática. Osteoporose: O Watsu ajuda a diminuir a rigidez, espasmos musculares e dores, que muitas vezes acompanham a osteoporose. Vale destacar, alguns cuidados ao tratar pacientes com osteoporose: • Cuidado extra, especialmente com movimentos de coluna; • Usar movimentos mais suaves e leves; • Evitar os extremos da extensão, especialmente com a rotação da coluna; • Manter movimentos suaves, solavancos podem causar uma sobrecarga repentina nas articulações; • Ficar atento, pois outras articulações podem estar envolvidas, em 53 especial do quadril, além da coluna; Instabilidade aguda dos ligamentos (após um trauma): É importante ter cuidado extremo, dependendo onde for a instabilidade, o Watsu pode até ser contraindicado. Hipersensibilidade à estimulação do vestibular (tendência a mal-estar causado por movimento): • Isso pode ser um problema para muita gente, especialmente após traumatismo craniano; • Informar o paciente que o terapeuta deve saber, imediatamente, sobre qualquer sintoma de mal-estar. Ficar atento a qualquer sintoma de mal-estar por movimento, incluindo tontura, náusea, palidez, pele ruborizada, mudança repentina de respiração – normalmente pode acorrer um aumento do ritmo respiratório, mas pode ocorrer diminuição. (DULL, 2001, p. 158). PROPOSTA INDIVIDUAL DE REABILITAÇÃO EM MEIO AQUÁTICO Algumas técnicas requerem atendimento exclusivo, como vimos anteriormente com o Watsu. Por se tratar de uma forma passiva de trabalho corporal aquático dá suporte suave e move uma pessoa através da água morna em movimentos graciosos e fluidos. Watsu promove um profundo estado de relaxamento com mudanças dramáticas no sistema nervoso autônomo. Atuando no sistema simpático e reforçando o sistema nervoso parassimpático, Watsu tem profundos efeitos sobre o sistema neuromusculares. Essas mudanças beneficiam os pacientes, com uma grande variedade de necessidades especiais. (DULL, 2001, p. 157). DINÂMICA TERAPÊUTICA AQUÁTICA EM GRUPO A reabilitação aquática tem uma importante função para o tratamento de grupos especiais devido às propriedades de a água proporcionarem benefícios para o organismo tanto como os efeitos fisiológicos vascular, efeitos sobre as articulações, sistema renal, cardiorrespiratório, musculoesquelético, entre outros, trazendo melhoras na qualidade 54 de vida. Por fim pode-se afirmar que a reabilitação aquática pode proporcionar aos grupos especiais como: crianças, gestantes, idosos, pacientes com distúrbios neurológicos e musculoesqueléticos possíveis melhoras nos distúrbios patológicos em que esses indivíduos possuem, por meio dos seus inúmeros benefícios e facilidades proporcionadas pelo meio líquido. Recomenda-se que sejam feitas pesquisas de campo na área da reabilitação aquática para assim identificar e comprovar a eficácia de programas de exercícios aquáticos em grupos especiais. (SILVA e LIMA, 2011, p. 11). ATUALIDADES EM HIDROTERAPIA A fisioterapeuta Elizangela Serra Pereira, natural da cidade de Londrina no Paraná, atualmente ela vive na Bolívia e estuda medicina na cidade de Santa Cruz de La Sierra, desenvolveu um método de correção postural em piscina terapêutica – CPRAS. O método “Correção Postural por Respiração e Alongamento Submersivo” – CPRAS – é um método fisioterapêutico utilizado para o alívio da dor mecânica da coluna vertebral. Realizado por meio de correção postural em meio líquido onde se utiliza as propriedades físicas da água como possibilidade de trabalhar a respiração dando ênfase aos músculos abdominais e diafragma, por meio da respiração submersiva e alongamento do tronco e membros concomitantemente. O CPRAS busca um fortalecimento da musculatura do tronco associado a eliminações de sintomas de dor e desconforto, proporcionando um alinhamento completo da coluna e postura apropriada após a eliminação da dor e contratura, ocasionada por mecânica corporal inadequada, por meio de posturas de alongamento e manutenção, estabilização da coluna, manutenção e conscientização da posição neutra, alongamentos e respiração submersivos ao mesmo tempo, autocrescimento e estímulo proprioceptivo da coluna durante a submersão e o alongamento da dura-máter e da fáscia toracolombar – FTL. O método CPRAS é realizado em piscina terapêutica aquecida a 32°C. Os princípios do CPRAS são: 55 • Estabilização da coluna vertebral. • Treino de estabilização. • Posição neutra. • Classificação da posição neutra. • Treino para manutenção da posição neutra. • Controle da inclinação pélvica posterior contra a parede da piscina. O alongamento submersivo depende da capacidade respiratória, que varia de indivíduo para indivíduo. Normalmente, no início são realizados três movimentos sucessivos, em seis segundos de alongamento submersivo e após 3 segundos de repouso. Progressivamente, acrescenta-se mais uma série de três movimentos. Os objetivos da hidroterapia
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