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AO DOUTO JUÍZO DA 75ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO
Autos: XXXXXXXXXXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXX, já qualificada nos autos em epígrafe, em que contende com XXXXXXXXXXXe outros, também qualificado, vem a este juízo, por intermédio de seu advogado subscritor, com fundamento no art. 897, alínea b da CLT, vem por seu procurador, inconformado com a r. decisão interlocutória de fls., a qual DEIXOU de receber o Recurso interposto, por estar escrito Recurso Ordinário, aduzindo que incabível na fase de execução, bem como pela impossibilidade de aplicação do princípio da fungibilidade, vem interpor
AGRAVO DE INSTRUMENTO para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.
Para tanto, informar o(a) agravante que faz jus aos benefícios da gratuidade de justiça, por não tem como arcar com as custas do presente recurso, sem prejuízo de seu sustento e de sua família.
Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, bem como a retratação desde d. juízo. Caso não seja este o entendimento, requer a intimação da parte contrária para contraminuta ao agravo de instrumento e contrarrazões ao recurso ordinário, no prazo de 8 dias, conforme estabelece o art. 897, § 6º da CLT, e posterior remessa ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.
Nestes termos, 
pede deferimento.
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2020.
XXXXXXXXXXX
OABRJ XXXXXXXXXXX
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO
Processo Nº XXXXXXXXXXX
Agravante: XXXXXXXXXXX
Agravada: XXXXXXXXXXX
EGRÉGIO TRIBUNAL
NOBRES JULGADORES
COLENDA CÂMARA
No caso em tela, o Douto Magistrado com a devida vênia, não observou as novas regras do CPC, no que tange a Fungibilidade Recursal, senão vejamos:
A fungibilidade, para o direito civil, é qualidade de um bem que pode ser substituído por outro. No processo civil, é a possibilidade de substituição de uma medida processual por outra, aplicável aos recursos (fungibilidade recursal) e, mais recentemente, às tutelas de urgência (fungibilidade das tutelas de urgência). O princípio da fungibilidade mostra a necessidade de adaptação do direito a situações imprevistas e não padronizadas, permitindo a utilização de instrumentos processuais que respondam mais adequadamente às diversas variedades de situações fáticas, tudo em consonância com efetividade da prestação jurisdicional e à instrumentalidade processual. A necessidade da adaptação do direito às transformações sociais velozes e rápidas, aliado ao fato de que não há como a lei processual prever todas as situações possíveis, embasa o princípio da fungibilidade.
Assim, o princípio da fungibilidade recursal, denominado por Rui Portanova de princípio do recurso indiferente, da permutabilidade dos recursos e da conversibilidade dos recursos, permite que não haja prejuízo para a parte na interposição de um recurso por outro, desde que preenchidos alguns requisitos.
Em relação ao princípio da fungibilidade dos recursos, que Fredie Didier Jr. e Leonardo José Carneiro da Cunha entendem que "é aquele pelo qual se permite a conversão de um recurso em outro, no caso de equívoco da parte, desde que não houvesse erro grosseiro ou não tenha precluído prazo para a interposição. Trata-se de aplicação específica do princípio da instrumentalidade das formas".
Os doutrinadores citados acima enumeram os seguintes pressupostos ou requisitos para a aplicação do princípio da fungibilidade: a) dúvida objetiva; b) inexistência de erro grosseiro; c) observância de prazo.
Por sua vez, Araken de Assis, além de estabelecer casos de dúvida objetiva, cita precedente da 1ª Turma do STJ proclamando que "a adoção do princípio da fungibilidade exige sejam presentes: a) dúvida objetiva sobre qual o recurso a ser interposto; b) inexistência de erro grosseiro, que se dá quando se interpõe recurso errado quando o correto encontra-se expressamente indicado na lei e sobre o qual não se opõe nenhuma dúvida; c) que o recurso erroneamente interposto tenha sido agitado no prazo do que se pretende transformá-lo" (RMS 888-DF, Rel. Min. Gomes de Barros, 1ª T., DJ 25.03.96, p. 8.544).
Na mesma linha de pensamento, Teresa Arruda Alvim Wambier e José Miguel Garcia Medina corroboram a tese majoritária de que "a jurisprudência tem exigido, para a aplicação do princípio da fungibilidade, a presença dos seguintes requisitos: a) dúvida "objetiva" sobre qual o recurso a ser interposto; b) inexistência de erro grosseiro; c) que o recurso seja interposto no prazo para a interposição do recurso próprio".
Enfim, embora o legislador tentasse criar um sistema recursal perfeito que não admitisse dúvida acerca do recurso cabível em relação a cada pronunciamento judicial, em certos casos, persiste situação onde há discussão e dúvida sobre qual recurso é o mais cabível e adequado.
É complexa a admissibilidade do princípio da fungibilidade em sede recursal, à ausência de previsão legal para sua incidência, embora, no plano abstrato, a maioria das dúvidas fosse dissipada, reconhecendo-se, ainda, o esforço do legislador para evitar situações de dubiedade. Porém, nem sempre é possível estabelecer corretamente o recurso cabível em determinados casos concretos.
 Desta forma, o recurso cabível era o Agravo de Petição e não o Recurso Ordinário, ou seja, a parte se equivocou no momento de interposição do recurso.
O Direito Processual do Trabalho observa o Princípio da Fungibilidade, que admite o recebimento de um recurso por outro desde que observado os pressupostos de admissibilidade do recurso. Embora o recurso cabível, in casu, seja o agravo de petição, por força do artigo 897, alínea a, da CLT, admite-se a aplicação do princípio da fungibilidade recursal quando observados os requisitos de admissibilidade. 
E nesse sentido cabe aqui mencionar ementa da decisão do mencionado Tribunal a respeito do caso em tela:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. FASE DE EXECUÇÃO. RECEBIMENTO DE RECURSO ORDINÁRIO COMO AGRAVO DE PETIÇÃO. O Direito Processual do Trabalho observa o Princípio da Fungibilidade Recursal, que admite o recebimento de um recurso por outro desde que observado os pressupostos de admissibilidade do recurso. Desta forma, embora o recurso cabível das decisões em fase de execução seja o agravo de petição, aplica-se, in casu, o princípio da fungibilidade recursal devendo o recurso ordinário interposto ser recebido como agravo de petição. (TRT-1 - AIRO: 00109530820155010531 RJ, Relator: ANTONIO PAES ARAUJO, Data de Julgamento: 12/06/2019, Segunda Turma, Data de Publicação: 18/06/2019)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PARTE RECLAMANTE. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. FASE DE EXECUÇÃO. RECEBIMENTO DE RECURSO ORDINÁRIO COMO AGRAVO DE PETIÇÃO. O Direito Processual do Trabalho observa o Princípio da Fungibilidade Recursal, que aceita o recebimento de um recurso por outro desde que seja observado todos os seus pressupostos de admissibilidade. Deste modo, apesar de o recurso cabível das decisões em fase de execução seja o agravo de petição, aplica-se, o princípio da fungibilidade recursal devendo o recurso ordinário interposto ser recebido como agravo de petição.(TRT-1 - AIRO: 00110845020135010014 RJ, Relator: CLAUDIA REGINA VIANNA MARQUES BARROZO, Data de Julgamento: 15/10/2019, Sexta Turma, Data de Publicação: 18/10/2019) 
REQUERIMENTOS FINAIS
Pelo exposto, requer, o Agravante, o conhecimento e provimento do presente Agravo de Instrumento, para reformar a r. decisão a quo, dando provimento ao presente recurso, nomeando-o Recurso interposto como Agravo de Petição, tudo na forma de sua fundamentação, por ser de direito e merecida Justiça.
Requer ainda a intimação do gravado para querendo, apresentar resposta à presente.
Nestes termos, 
pede deferimento.
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2020.
XXXXXXXXXXX
OABRJ XXXXXXXXXXX

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