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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ UNIDADE TV MORENA ATIVIDADE DE PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR CURSO: TEOLOGIA (Bacharelado) DISCIPLINA: Aspectos Antropológicos e Sociológicos da Educação PROFESSOR (A) TUTOR (A): Marcelo de Almeida TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA: Observação e Análise Sociológica Reflexiva das Relações entre Sociedade e o Meio Ambiente ALUNO (A) AUTOR (A) DA ATIVIDADE: Cristina Alves Costa Cassani Matrícula:202001160051 LOCAL E DATA: Campo Grande – MS, em 22 de abril de 2020 INTRODUÇÃO A presente pesquisa tem como foco principal analisar a relação entre sociedade e meio ambiente, visando discutir sobre a importância da educação para o equilíbrio da sociedade na preservação do meio ambiente e a contribuição da disciplina de Aspectos Antropológicos e Sociológicos para a elaboração das políticas ambientais. Além de ser essencial para o desenvolvimento intelectual dos alunos a partir da reflexão sobre a importância da natureza. O trabalho será apresentado por meio de relatos de moradores, por análises de documentários e matérias de jornais locais e pesquisa e entrevista realizada ao Coordenador e instrutor de Educação Ambiental educacional do Projeto Florestinha da Polícia Militar Ambiental de Campo Grande – MS, Sargento Eder Dias Cassani da Silva bem como apresentação do Projeto Florestinha, além do registros de fotos. O local observado do trabalho será Campo Grande Capital de Mato Grosso do Sul e os fatos serão a falta de saneamento básico, a ausência de água encanada e tratada, as ocupações em áreas irregulares e de risco e o descarte irregular de lixos e também a importância da educação ambiental. Portanto, terá a articulação entre a teoria e a prática, que consistirá na observação e identificação dos problemas sociais que afetam a qualidade de vida da população, e como passa despercebido pela sociedade o descaso com o ambiente natural. Ademais, considerar de que como ocorre a relação entre a comunidade e o meio ambiente ,e todas essas observações será sob uma perspectiva sociológica. DESENVOLVIMENTO A contradição nas relações Homem-Natureza consiste principalmente nos problemas dos processos industriais criados pelo Homem. Esse processo é visto como gerador de desenvolvimento, empregos, conhecimento e maior expectativa de vida. Porém, o homem se afastou do mundo natural, como se não fizesse parte dele. Com todo esse processo industrial e com a era tecnológica, a humanidade conseguiu contaminar o próprio ar que respira, a água que bebe, o solo que provém os alimentos, os rios, destruir florestas e os habitats animais. Todas essas destruições colocam em risco a sobrevivência da Terra e dos próprios seres humanos. Desde a constituição das primeiras sociedades e o surgimento das primeiras civilizações, observa-se a existência de uma intensa e nem sempre equilibrada relação entre sociedade e natureza. Essa relação diz respeito às formas pelas quais as ações humanas transformam o meio natural e utilizam-se deste para o seu desenvolvimento. Além do mais, diz respeito também à forma pela qual as composições naturais – seres vivos, relevo, clima e recursos naturais – interferem nas dinâmicas sociais. Por esse motivo, é importante entender a complexidade com que se estabelece a interação entre natureza e ação humana, pois, mesmo com a evolução dos diferentes instrumentos tecnológicos e das formas de construção da sociedade, a utilização e transformação dos elementos naturais continuam sendo de fundamental relevância. Originalmente, os primeiros agrupamentos humanos, que eram nômades, utilizavam-se da natureza como habitat e também para a extração de alimentos. Com o passar do tempo, a constituição da agricultura no período neolítico possibilitou a instalação fixa das primeiras sociedades e, por extensão, o desenvolvimento de diferentes civilizações. Isso foi possível graças à evolução ocorrida nas técnicas e nos instrumentos técnicos, que permitiram o cultivo e a administração dos elementos naturais. Com o tempo, as sociedades tornaram-se cada vez mais desenvolvidas e, consequentemente, produziram transformações cada vez mais avançadas em seus sistemas de técnicas, gerando um maior poder de construção e transformação do espaço geográfico e os consequentes impactos sobre a natureza. Portanto, a influência da ação humana sobre a dinâmica natural tornou-se gradativamente mais complexa. Essa influência acontece de muitas formas e perspectivas, como é o caso das consequências geradas pelo desmatamento, retirada dos recursos do solo, alteração das formas de relevo para o cultivo (como as técnicas de terraceamento desenvolvidas pelos astecas), etc. Após o século XVIII, com o desenvolvimento da Revolução Industrial, podemos dizer que os impactos da sociedade sobre o meio natural intensificaram-se de maneira jamais vista, propiciando uma união de fatores que levou ao aceleramento da geração de impactos ambientais. Mas é preciso considerar que a natureza também gera impactos sobre a sociedade. Essa perspectiva é de necessária compreensão para que não se considere o espaço natural como um meio estático, passivo, sem ação. Um exemplo mais evidente disso envolve os desastres naturais, como a passagem de um forte ciclone sobre uma cidade ou a ocorrência de um intenso terremoto. Essas são apenas algumas das muitas formas com que a natureza pode gerar mudanças no espaço geográfico e na constituição das ações humanas. Em muitas abordagens, considera-se que há uma interação muitas vezes caótica e até reativa entre a natureza e a sociedade. Nesse ponto de vista, entende-se que os impactos gerados sobre a natureza reverberam, cedo ou tarde, em impactos gerados da natureza sobre a sociedade. Um exemplo seria o Aquecimento Global, fruto da poluição e da degradação ambiental (embora, no meio científico, essa teoria não seja um consenso). Portanto, é preciso considerar que, independente da forma com que se estabelece essa complexa relação entre natureza e sociedade, é preciso entender que os seres humanos precisam conservar o espaço natural, sobretudo no sentido de garantir a existência dos recursos e dos meios inerentes a eles para as sociedades futuras. A evolução das técnicas, nesse ínterim, precisa acontecer no sentido de garantir essa dinâmica. Papel da Educação na relação sociedade e meio ambiente Quando falamos em educação vem sempre à ideia de que o único lugar para se educar é a escola. Sabe-se que a educação se faz também em casa e no convívio social. Ou seja, a educação pode acontecer em espaços formais ou informais. Em tempos atuais há urgência na conscientização da população quanto aos danos sofridos pela natureza. Toda estrutura de uma sociedade depende da natureza e o homem moderno tem consciência disso, apesar das suas ações não condizerem com seus conhecimentos. Para que essa conscientização ocorra é preciso uma melhor integração sociedade-natureza e a escola é um dos espaços mais propícios para que essa integração aconteça. Não sendo é claro o único local responsável por essa conscientização. Ao inserir em todas as disciplinas um pouco mais de conscientização ambiental, sobre os males que causam os atos impensados dos desmatamentos, poluição de mananciais e tantos outros atos cometidos, as escolas estariam dando início a uma teia que faria a ligação educação- sociedade, através dos aprendizes e toda a comunidade escolar. A partir da ampliação das informações, também se ampliará a possibilidade de um futuro semtantas ocorrências por desconhecimento das causas geradoras aos males ao meio ambiente. Temo na atualidade, todos os meios de comunicação sendo usados para retratar tragédias provocadas por consequência da ação do homem na natureza. A educação ambiental deve estar centrada no estudo de problemáticas ambientais, com seus componentes sociais e biofísicos, visando identificação de uma situação-problema, pesquisa desta situação, diagnósticos, busca de soluções e para desenvolver essas habilidades deve-se iniciar o ensino na infância, e através desse ensino a Educação Ambiental se expandirá através de toda a sociedade, esta ampliação de informação possibilitará um futuro com menor índice de agressões ao meio ambiente. Para uma boa educação ambiental se faz necessário antes de tudo desenvolver uma consciência ecológica, inserindo no âmbito social que esta consciência se faz necessária. Nossas escolas são o meio mais abrangente de informação por isso conseguindo adaptar Educação Ambiental teremos oportunidade de visualizar por vários ângulos a questão preocupante que se tornou o meio ambiente. Na atualidade todos estamos propensos a buscar justificativa para todas as falhas cometidas. O problema ecológico não é somente um problema técnico, mas é também um problema ético. Uma vasta literatura no campo da Ética ambiental tem identificado o antropocentrismo como um dos elementos responsáveis pela devastação ambiental. Em seu trabalho, Ética e Educação Ambiental Grun (2002, p. 46) salienta que “toda a estrutura conceitual do currículo e, mais especificamente, o livro-texto, inocentemente continuam a sugerir que seres humanos são a referência única e exclusiva para tudo que existe no mundo”. A dimensão ambiental configura-se crescentemente, como uma questão que envolve um conjunto de atores do universo educativo, potencializando o engajamento dos diversos sistemas de conhecimento. Nesse sentido, a produção de conhecimento deve necessariamente contemplar as inter- relações do meio natural com o social, incluindo a análise dos determinantes do processo, o papel dos diversos atores envolvidos e as formas de organização social, a começar pela escola, que aumentam o poder das ações alternativas de um novo desenvolvimento. Em uma perspectiva que priorize novo perfil de desenvolvimento, com ênfase na sustentabilidade socioambiental. Deve-se criar meios para promover o crescimento da consciência ambiental, dando a possibilidade da população participar em um nível mais alto no processo decisório, como uma forma de fortalecer sua co - responsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes de degradação ambiental. A falta de iniciativa do governo na implementação de políticas ditadas em prol da sustentabilidade e do desenvolvimento num contexto de crescente dificuldade na promoção da inclusão social. As escolas são os meios de maior eficácia para levar o conhecimento a famílias que não tem grande poder aquisitivos, e estão propensas a aceitar todas as imposições dadas como única verdade. Diante de tantas catástrofes da natureza, cada vez mais se faz necessário reeducar-nos para tentar estabelecer certo equilíbrio entre o homem e a natureza. O crescimento da degradação ambiental o Brasil, está ligada ao crescimento demográfico e as industrializações. A cultura ocidental construiu, ao longo do século XX, uma falsa e imensa distância entre a sociedade humana e o meio ambiente. A relação homem/natureza se tornou desequilibrada a partir da Revolução Industrial, do Imperialismo, juntamente com o desenvolvimento do capitalismo moderno e do consumismo que ocorreu no final do século XIX e início do XX. A partir do século XIX, a ciência e a técnica começam a adquirir um significado central na sociedade. O Imperialismo foi uma “política de dominação territorial posta em prática pelas potências industriais, no século XIX e primeira metade do século XX” (Magnoli, 2004, p. 83). O Imperialismo é marcado pelo investimento de capital externo e pela propriedade econômica monopolista. Um país imperialista era aquele que dominava economicamente outro. Durante o período do Imperialismo, a destruição ambiental foi muito intensificada, devido à ampliação da produção e à corrida por zonas de influência. O Imperialismo é um dos exemplos mais claros da relação entre o capitalismo e a crise sócio-ambiental, uma vez que os países imperialistas, buscando domínio no cenário internacional, exploraram ao máximo os elementos naturais dos países sobre os quais exerciam influência, destruindo florestas, poluindo rios, levando espécies à extinção, etc. O Meio Ambiente como questão sociológica As pesquisas iniciais datam de aproximadamente 40 anos. Quando sociólogos precisaram recorrer a teória para interpretar um período de emergente preocupação com o planeta que se deu nos Estados Unidos dos anos 1970, não encontraram estudos relacionados. Por conta disso, uma série de críticas foi feita ao legado antropocêntrico dos autores clássicos: Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim teriam distanciado a variável ambiental dos demais temas que a sociologia contemplava e, como consequência, teriam propagado uma lacuna naquele campo. O conjunto de bibliografias que efetivamente deram início a uma abordagem sociológica do meio ambiente de forma interligada chamou-se de sociologia ambiental. Por forte influência dos movimentos ambientalista e ecologista, logo se tornou uma premissa para esse campo que a expansão da economia implicaria numa tendência ao desequilíbrio na relação sociedade- natureza. As novas formulações passaram pela releitura de Marx, Weber e Durkheim na qual se defendeu, por exemplo, a contradição entre expansão econômica e equilíbrio ecológico (o “marxismo ambiental”), e pela análise dos problemas ambientais a partir de estratégias convencionais da sociologia como exemplo, a “sociedade de risco.’’ Em meio a esse conjunto de discussões, ganharam força abordagens alinhadas ao construtivismo social: o foco da sociologia ambiental seria a percepção e construção coletiva do ambiente e seus significados comuns, visão que foi bastante utilizada em análises brasileiras sobre conflitos ambientais. Um dos desdobramentos mais influentes dessa corrente foi de que os problemas ambientais, como resultados de construção social, não existiriam por si mesmos processo semelhante ao de problemas sociais em geral. Entretanto, ponderam os autores, essas conclusões foram também criticadas, uma vez que continuavam a considerar uma primazia do social na análise. Mas seria realmente possível que fosse diferente? Uma das abordagens mais ousadas nesse sentido foi a de Bruno Latour, que procurou, a partir dos anos 1980, demonstrar que a divisão sociedade-natureza foi uma criação ocidental em busca pela distinção na modernidade. Partindo dessa ideia, Latour demonstrou, não sem receber críticas, que tanto os objetos naturais quanto os sociais poderiam ser considerados atores associados (a Teoria Ator-Rede), que funcionam ora como agentes, ora como mediadores. Assim, o cientista social francês buscou romper com as ideias de sociedades modernas e não modernas, natureza como depósito externo de ações do homem e natureza como periferia distante, considerando que todos compõem um cosmos comum. Isso acabou por abrir espaço a novas abordagens que não pressupunham a separação sociedade-natureza. Na América Latina, as relações entre sociologia e ambiente assumem contornos diferentes das discussões provenientes de Europa, Estados Unidos e Canadá. No foco daspesquisas estão as disputas pela biodiversidade das florestas tropicais, e já é possível perceber a centralização do ambiente na sociologia por meio dos debates sobre expropriação material, violência, lutas culturais e relações de poder entre grupos, consequência dos processos de desenvolvimento e do papel das comunidades. Já no Brasil, a discussão ambiental em sociologia parece ter sido orientada pela sustentabilidade e, gradativamente, pela análise de conflitos. A sociologia ambiental, como disciplina, vem percorrendo um longo trajeto em busca de alicerces práticos e teóricos. Como um tema de extrema relevância para a sociedade o meio ambiente tem sido cada vez mais inserido às ciências humanas. OBSERVAÇÃO PRÁTICA DA CAPITAL CAMPO GRANDE RELATOS : Pessoas reclamam do acúmulo de lixo nas ruas de Campo Grande e população diz que material é jogado pelos próprios vizinhos. A limpeza depende de cronograma da Prefeitura da capital, esse lixo fotografado situa-se na Vila Almeida e Vila Anahi, bairros da cidade. 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Outro relato estarrecedor é o dos Moradores do bairro Isabel Garden, região norte de Campo Grande, reclamam da grande quantidade de lixo que se formou na rua Pedro Batistote. Segundo eles, o problema começou após o surgimento da favela Morro do Mandela, que está no local há pouco mais de dois anos. Na espécie de lixão que se formou na via, é possível encontrar vazo sanitário, caixa d'água e até peças de carros. De acordo com as pessoas que vivem nas proximidades, até animal morto é deixado nesta rua. Moradores reclamam de lixo em rua do bairro Isabel Garden — Foto: Flávio Dias Moradores relataram que a situação está crítica, pois, até pessoas de outras regiões da cidade tem aproveitado da situação para descartar lixo no local. *Informações importantes sobre descarte de resíduos De acordo com a prefeitura de Campo Grande, a responsabilidade do correto descarte dos resíduos é do seu gerador. O órgão diz que tem atuado no sentido de coibir tais praticas realizando diariamente fiscalizações em todas as regiões urbanas. Ainda segundo a prefeitura, este tipo de prática configura crime ambiental, portanto, deve ser denunciada. Destacamos que nos casos onde o cidadão presenciar ou notar o descarte irregular de resíduos em terrenos baldios ou margens de córregos, as denúncias devem ser direcionadas à Patrulha Ambiental da Guarda Civil Municipal, no telefone 153 e nos casos em que configurar a má conservação dos terrenos baldios, as denúncias devem ser direcionadas à Secretária Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), pelo telefone do Disque Denúncia 156. *Penalidade O cidadão que for flagrado realizando o descarte irregular de resíduos pela Polícia ou pela Guarda Civil Municipal responderá por crime ambiental e caso flagrado por um agente fiscal de meio ambiente da Semadur, será autuado por meio de processo administrativo por poluição ambiental. De acordo com o Código de Polícia Administrativa, Lei 2909/92, do município de Campo Grande. As multas podem variar entre R$ 2.243,00 e R$ 8.972,00. Situação dos moradores Bairro Jardim Noroeste Já os moradores da Rua Nazaré e Martin de Sá, no Jardim Noroeste, em Campo Grande, reclamam do lixo que para em frente às residências. Conforme os moradores, o entulho é carregado pela água que vaza das mangueiras de distribuição improvisadas na favela do Linhão. De acordo com os vizinhos, a ligação clandestina de água e o esgoto a céu aberto na favela, são reclamações antigas de quem mora no Jardim Noroeste e paga pelo serviço. Os moradores alegam que, como não há encanamento, a ‘gambiarra’ que a comunidade faz para ter água termina em mangueiras espalhadas pela rua. Os carros que conseguem passar por ali quebram essas mangueiras, e parte da água acaba descendo para outras ruas carregando tudo o que estiver no caminho e a situação fica ainda pior quando chove. Ocupações em áreas irregulares e de risco Vivendo em área de risco, moradores do Bairro Itamaracá tentam evitar despejo Por Bruno Chaves | 29/09/2019 (Foto: Marcos Ermínio) Há três anos Rosilene aguarda casa da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários). Amedrontados com o fantasma do despejo, moradores do Jardim Itamaracá, região sudeste de Campo Grande, convivem diariamente com a insegurança de não saberem até quando viverão em suas casas. As famílias ocupam há anos áreas de comodato da prefeitura, que foram consideradas locais de risco por estarem próximo ao Córrego Bálsamo. Segundo o líder comunitário Wagner Pereira, a região do grande Itamaracá possui 28 áreas verdes. Dessas, 20 foram ocupadas há muito tempo por cerca de 200 famílias. “A prefeitura começou a fazer a regularização. Mas por causa do Ministério Público Estadual parou. Como se trata de áreas verdes, área pública, elas não podem ser regularizadas”, diz. Pereira conta que três ações do MPE pedem para que a prefeitura cesse os termos de permissão de uso das áreas por serem consideradas de risco. Por causa desses documentos, as pessoas temem o despejo, além do risco de serem taxadas como invasoras e não poderem participar de programas habitacionais da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários). “Eles acham que a qualquer momento podem sair. Como tem lei que diz que invasores não tem direito a casa, eles ficam mais preocupados. Gera uma instabilidade. Estão Vivendo em incerteza porque moram há muito tempo na área e já criaram um vinculo”, opina. Por causa dessa situação, Pereira diz que, como um dos líderes da comunidade, pretende fazer um diagnóstico habitacional da região e encaminhar à Prefeitura de Campo Grande e à Promotoria de Meio Ambiente do MPE. Para ele, a prefeitura foi omissa em relação aos moradores da região. “Se você é dono de uma fazenda e espera cinco anos para tomar providência sobre uma ocupação, é sinal de que não está preocupado. O município foi inerte e permitiu com que os moradores fossem parar lá. Agora, as famílias já têm uma vivencia na área e estão acostumadas com o local”, revela. Os moradores ainda afirmam que não se opõem a pagar pelo terreno. Pelo contrário, afirma o líder, “eles aguardam a regularização há anos”. - CREDITO: JORNAL CAMPO GRANDE NEWS Fotos a seguir do Bairro Itamaracá extraídas da internet DOCUMENTÁRIOS E MATÉRIAS DE JORNAIS LOCAIS Jornal Campo Grande News Morador usa Facebook para reclamar de esgoto a céu aberto em bairro da Capitalde Campo Grande – MS. Por Bruno Chaves Na Rua Catiguá, o problema também é frequente (Foto: Reprodução/Facebook) O autônomo Luiz Araújo Sobrinho, de 34 anos, criou página no Facebook para denunciar a situação de insalubridade em que os moradores do Conjunto Habitacional Paulo Coelho Machado vivem: esgoto a céu aberto e vazando dentro de casa. Segundo Luiz, o problema é antigo e já chegou até o conhecimento do MPE/MS (Ministério Público Estadual). Há 10 anos morando na Rua Odilon de Souza Nogueira, Luiz conta que o problema sempre existiu. No entanto, há cerca de três anos, com a instalação do residencial da construtora Homex, tudo piorou. “O bairro inteiro sofre, quando o esgoto não estoura em uma rua, estoura na outra ou dentro de casa. Quando isso acontece, fica um rio de esgoto”, afirma. Para que o problema fosse sanado, no início de 2011, o morador fez um abaixo assinado e protocolou reclamação no MPE e na concessionária de água do município. Pouco tempo depois, no dia 15 de março de 2011, as duas instituições deram um prazo de até 30 dias para que a rede coletora fosse contornada. “Eles vieram, colocaram válvula de contenção para o esgoto não escorrer para dentro de casa. Mas em vez de entrar, ficou vazando na rua”, explica. Luiz citou a falta de planejamento na região como causa do problema enfrentado. Ele contou que o lençol freático do bairro é superficial. “Se perfurar alguns centímetros já encontra água. Quando a prefeitura mandou instalar o esgoto não fizeram rede de captação de água e nem asfalto”, reclama. Com as chuvas, areia e pedra entram na rede e agravam a situação, de acordo com o morador. Diversas tentativas de conserto na rede coletora foram frustradas. Depois de saber da situação dos moradores, o vereador Eduardo Romero (PT do B) protocolou ofício no MPE/MS para que as causas do vazamento do esgoto sejam apuradas. Enquanto o problema não é resolvido, Luiz promete fazer novo abaixo assinado para pressionar as autoridades competentes a resolverem a situação do Residencial Paulo Coelho Machado, que fica na região sul da cidade. Na página do Facebook, o morador publica fotos e informações sobre a falta de saneamento básico que a população local é obrigada a suportar. A empresa Águas Guariroba, concessionária de saneamento, disse que ainda não foi citada pelo MPE para se pronunciar. No entanto, a empresa garantiu que a rede pública de esgoto está funcionando normalmente. Ao MPE, a concessionária informou que as “causas do problema advêm do mau uso das referidas redes pelos próprios usuários, que nelas lançam resíduos sólidos e fazem conexões indevidas das tubulações de águas pluviais, sobrecarregando-as”. Multa à Homex - A denúncia de que a empresa mexicana Homex implantou condomínios sem rede de esgoto no bairro Paulo Coelho Machado, inclusive com lançamento dos detritos nas ruas, a céu aberto, acabou provocando atuação de fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), multando-a em R$ 4.516,00. Na notificação, em razão dos esgotos domésticos dos condomínios que fazem parte do loteamento Varandas do Campo, a Semadur descreveu a seguinte irregularidade: “Iniciar ou prosseguir em operação empreendimento ou atividade sem licença ambiental” e com “potencial poluidor” classificado como “médio”. A rede de esgoto dos condomínios não está ligada na rede pública coletora. CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS Matéria do portal G1/MS: Da vida na imundice a água de excelente qualidade: a sobrevivência dos córregos de Campo Grande – MS. Famílias, aves e outras espécies convivem em água poluída. Já em outros pontos da cidade, é possível ver córregos preservados e que garantem água de excelente qualidade. O simples gesto de abrir a torneira, algo tão comum para grande parte da população, ainda é um sonho para Silmara Belarmino Soares, de 23 anos, e tantas outras famílias carentes de Campo Grande. Tão perto do esgoto, animais que ali sobrevivem e inversa a condição hídrica saudável, a jovem mal sabe de projeções, que condenam parte da humanidade a passar sede, antes de 2025. É do alto da "sua sacada" que Silmara, diariamente, enxerga o vai e vem de águas poluídas, logo após o encontro dos córregos Prosa e Segredo, na região sul de Campo Grande. Embaixo da ponte e acompanhada de 4 famílias, está a sua moradia. Jovem convive com água poluída e diz que ponte em córrego é a sua sacada — Foto: Graziela Rezende/G1 MS “A gente pega os peixes aqui e come. O gosto é normal. Recentemente, andando aqui no meio do lixo, meu marido achou um cano, escondido entre as pedras, em que a água sai mais limpa. É ela que nós bebemos e tomamos banho por aqui. Do outro lado da ponte, também tem uma mulher que mora ali e aguarda uma casa, há 12 anos ela me disse", afirmou. Aos finais de semana, o local ainda recebe crianças, que desafiam os danosos efeitos da contaminação e vão brincar na "água marrom". "Eles sabem que é poluído e, mesmo assim, tomam banho. Moro na região há 30 anos e já ouvi vários vizinhos falarem sobre doenças de pele. Idosos também estão ali pescando, direto eu vejo", comentou a diarista Luzia Viana, de 53 anos. A autônoma Maria Luiza, de 56 anos, também mora nas proximidades há 3 décadas e concorda: "Esses dias até um senhor queria vender peixe, mas, eu não quis de jeito nenhum. Ele pescava na vara e oferecia para quem passava. Eu sei que até lixo de hospital é despejado no córrego. É muita poluição e eu não dou conta de comer não", lamentou. Vendedora autônoma fala que presencia crianças brincando e idosos pescando em córrego de MS Foto: Graziela Rezende/G1 MS Os seres vivos, no entanto, não se resumem aos peixes, crianças e pescadores. Diversidade de aves, capivaras e cágados também são encontrados no Prosa e Segredo. Eles convivem, em sua maioria, na parte espremida pelo concreto e também em meio a ligações clandestinas de esgoto, com resíduos sólidos jogados pela população e trechos sem mata ciliar. São ao todo quase 20 bairros, na região norte da cidade, que compreendem a microbacia do Segredo, que tem ainda os córregos Seminário, Cascudo, Furtuoso e Maracaju. Com a intenção de monitorar a qualidade destas águas superficiais, que cortam o perímetro urbano da cidade, foi inaugurado o Programa Córrego Limpo, no ano de 2009. Para entendimento público, foi adotado o Índice de Qualidade das Águas, adaptado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – IQACETESB, o qual integra os resultados de diversas variáveis em um único indicador, fornecendo uma visão geral da qualidade da água superficial. Várias espécies de animais são encontradas em meio à poluição de córrego em MS — Foto: Luis Alberto Louveira/Arquivo Pessoal No ano seguinte, houve a intensificação das ações de fiscalização, principalmente em pontos passíveis de poluição direta ou indireta e também em imóveis não conectados na rede pública, locais com possíveis lançamentos na galeria de águas pluviais e na desativação de fossas. De 67 pontos, o número saltou atualmente para 81 pontos de amostragem, distribuídos em 9 das 11 microbacias da cidade. Sujeira no casco de tartarugas mostra um pouco da poluição em córrego de MS — Foto: Luis Alberto Louveira/Arquivo Pessoal Os córregos monitorados trimestralmente são: Segredo, Cascudo, Imbirussu, Bálsamo, Cabaça, Bandeira, Lageado, Lagoa, Buriti, Sóter, Vendas, Prosa, Botas, Pedregulho, Coqueiro e Formiga, além do Rio Anhanduí. A exceção é para microbacia do Gameleira e do Ribeirão Botas não apresenta curso d’água em área urbana, por isso não possuem pontos de monitoramento. O número total é de 22 córregos dos 33 que cortam a área urbana do município. Córrego passa por programa de monitoramento, com relatórios trimestrais sobre qualidade da água em MS — Foto: Luis Alberto Louveira/Arquivo Pessoal "Essetipo de monitoramento em Campo Grande é muito importante e deve ser constante, pois no córrego em questão ocorrem muitos casos de esgoto clandestino. Nós percebemos pelas bocas de lobo, bueiros, então é necessário conter estes lançamentos de afluentes de forma irregular, lixo industrial ou até mesmo comercial. E, mais importante do que detectar variações na qualidade da água, rastrear o ponto de poluição, aplicar a multa e punir, é fazer a regularização no local", avaliou o biólogo e doutor em ecologia e conservação, José Milton Longo. Em diversos pontos do córrego, Milton também fala que é possível encontrar contrastes, como água aparentemente pura e espécies como carpa e tilápia, por exemplo. "Com o tempo, a modernização e os projetos no entorno, podemos dizer que mataram uma nascente. O prejuízo a longo prazo, se não ocorressem medidas como estas, é que a poluição continua sistematicamente e muitas espécies vão acabar morrendo, após abandonarem de um local para outro e tentarem ficar se ajustando ao ambiente", disse. Várias espécies de animais são encontradas em meio à poluição de córrego em MS — Foto: Luis Alberto Louveira/Arquivo Pessoal No caso de flagrantes, durante as fiscalizações diárias da Águas Guariroba e Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), é verificado primeiro se o bairro possui rede coletora, com o imóvel conectado. Se a vistoria constatar ilegalidade, será expedida uma notificação em desacordo com artigo 61 da Lei Municipal 2909/1992, “por não execução da ligação da rede interna à rede coletora de esgoto sanitário”. Neste caso, o responsável possui 15 dias úteis para regularização. Se não fizer a conexão à rede, o mesmo será autuado em valores que variam entre R$ 448,60 a 2.243,00. Monitoramento constante Mas a água, um bem tão abundante e, paradoxalmente, tão raro, também é motivo de preocupação de organizações mundiais, estudiosos da contaminação e seus efeitos, além daqueles que projetam um estoque hídrico de água potável. E a cada dia, estudos apontam que a deterioração dos recursos hídricos tem aumentado. Nos meios rurais, já não temos mais tantos locais privilegiados, com água usada para consumo e, ao mesmo tempo, para agricultura. Umas das explicações para o problema é a substituição da agricultura familiar pela alta tecnologia em sistema agrícolas. Agricultura familiar está sendo, aos poucos, substituída por alta tecnologia em sistemas agrícolas — Foto: Graziela Rezende/G1 MS Só que na cidade, tem muito campo-grandense que garante a qualidade da água. E a resposta está no laboratório de monitoramento da cidade, localizado na BR-262, saída para Três Lagoas. Todos os meses, há quase uma década, é calculado o índice de potabilidade na cidade, sempre acima de 99%, conforme explicou ao G1 a química Karina Goulart Cunha. "Eu atuo aqui há 6 anos e o índice é sempre acima de 99%, variando geralmente de 99.3 a 99.8. O cálculo é feito com base nas amostras, dentro de padrões e considerando o trabalho diário das equipes de coletores. Cada um faz a sua parte e temos um setor que fiscaliza a própria empresa [Águas Guariroba], no caso de algum parâmetro fora. Tem também o setor de recoleta, com laboratório creditado pelo Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia] e com validade internacional", explicou a química. Além da agilidade dos técnicos, existe ainda a preservação dos córregos Guariroba e Lageado, que dão origem a "água nossa de todos os dias". "São feitas análises de pesticidas, resíduos de remédio e até cafeína, que são indicadores de contaminação. A qualidade sempre é muito boa e temos ainda o laboratório de esgoto, que é uma parceria com a Semadur, na qual é feito um projeto de meio ambiente, com recuperação, plantação e mudas e preservação da mata ciliar, impedindo, principalmente, a entrada rápida de poluição no meio ambiente", finalizou. Química explica motivos de excelente qualidade da água em Campo Grande — Foto: Graziela Rezende/G1 MS Apresentação do Projeto de cidadania e educação ambiental da Polícia Militar Ambiental de Campo Grande - PROJETO FLORESTINHA, e entrevista ao coordenador e instrutor Sargento PM Eder Dias Cassani da Silva. História do Projeto Com o objetivo inicial de minimizar problemas de invasões por crianças e adolescentes para caçar animais com estilingues em uma reserva florestal, no Jardim Presidente, foi criado no dia 23 de novembro de 1992, o Projeto Florestinha. Da ideia inicial de minimizar os problemas ambientais surgiu a possibilidade de socializar as atividades, retirando e não permitindo que crianças e adolescentes carentes dos bairros circunvizinhos à Unidade de Conservação fossem às ruas, enquanto seus pais precisavam trabalhar para retirar o sustento. Com o passar do tempo, a visão de cidadania, disciplina e Educação Ambiental dominaram o Projeto. Por lá, passaram crianças e adolescentes que hoje servem à sociedade como jornalistas, engenheiros, advogados, empresários, administradores e diversas outras profissões. Atualmente, as crianças e adolescentes do Projeto realizam a Educação Ambiental da Polícia Militar Ambiental (PMA), orientados pelos policiais militares ambientais. Atualmente o projeto Florestinha da Capital, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) atende a 120 crianças e adolescentes carentes entre 8 e 16 anos de idade. Os trabalhos de Educação Ambiental são realizados em forma de “Oficinas”, sendo as seguintes: 1. Reciclagem de papel – com palestra sobre os problemas relacionados aos resíduos sólidos. 2. Visitação ao museu de animais e peixes taxidermizados (empalhados) – com palestra sobre fauna, pesca, atropelamentos de animais silvestres. 3. Casa da Energia – trata-se de uma maquete de uma residência com todos os locais de consumo de energia (lâmpadas, chuveiros, ar condicionado, geladeira, micro-ondas etc.). Com esta oficina é realizada a discussão e informação sobre os tipos de energia e a importância ambiental de se economizar este recurso. 4. Apresentação do teatro de fantoches – com peças sobre as questões ambientais, como: desmatamentos, incêndios florestais e resíduos sólidos. 5. Ciclo da água – com palestras sobre o uso sustentável, poluição e escassez dos recursos hídricos 6. Plantio de mudas – com palestra sobre desmatamento, erosões e importância da flora. Ao final dos trabalhos são entregues aos professores, folhetos com os temas discutidos nas oficinas, para que eles deem continuidade às informações, por meio da Educação Ambiental formal. A ideia é que os alunos entendam que o ambiente é um sistema complexo e interativo, em que qualquer ente afetado, prejudica outros em cadeira, gerando desequilíbrios que vão interferir diretamente na qualidade de vida do ser humano. Com esse formato, além de as crianças não estarem na rua, ainda realizam trabalho preventivo fundamental para a minimização dos problemas ambientais que é a Educação Ambiental. Até o momento, o Projeto atendeu em Mato Grosso do Sul mais de 120 mil alunos em atividades de Educação ambiental, conforme tabela. Atendimentos de Educação Ambiental Florestinha entre o ano de 2009 a 2017. 2009 3.750 2010 11.436 2011 14.525 2012 6.844 2013 11.917 2014 7.870 2015 11.862 2016 21.705 2017 30.149 TOTAL 120.058 Todos esses atendimentos de educação ambiental executada através dos garotos do Projeto Florestinha em escolas, eventos, congressos, blitz educativas, exposições, teatro de fantoches e reciclagem, plantio de mudas e oficinas de Educação Ambiental. Objetivos e trabalhos desenvolvidos Apesar de ter surgido como ideia de proteção ambiental, a função inicial e principal do projeto Florestinha da Polícia Militar Ambiental (PMA) de Mato Grosso do Sul era social. Um policial militar ambiental responsávelpela fiscalização de uma reserva florestal de 180 hectares na periferia denominada Matas do Segredo, no bairro Jardim Presidente, em Campo Grande, vivenciava muitos problemas com crianças e adolescentes, quase todos carentes, em que os pais precisavam trabalhar e eles iam às ruas e adentravam à reserva. Dentro da reserva caçavam animais com estilingues, às vezes, provocavam incêndios, lançavam lixo, trazendo grandes transtornos para o ambiente e para a fiscalização. Então, o policial procurou o Comando e propôs criar um projeto no sentido de trazer as crianças e adolescentes para cuidar da reserva. Ao ser aceito o projeto, pensou-se primeiramente na proteção social, chamando em parceria o órgão de assistência social do Estado à época (Promossul). Junto com a comunidade foram construídas instalações e o projeto iniciou-se em 23 de novembro de 1992, na reserva, denominada Matas do Segredo, trabalhando com 50 crianças e adolescentes carentes de 7 a 16 anos, tirando-lhes das ruas, ou não permitindo que eles caíssem nelas, dando-lhes a chance de ter uma profissão e ensinando-lhes a serem cidadãos com sensibilidade ambiental. As crianças que, inicialmente, causavam problemas ambientais à reserva e à fiscalização, podendo, inclusive, entrar na criminalidade ao serem aliciadas por traficantes, colocam farda militar e passam a ajudar a cuidar do ambiente. No início, o Projeto recebeu a denominação de Guarda Florestal Mirim, que em convênio com a Promossul foi possível melhorar o atendimento das crianças. Além das aulas de Educação Ambiental, reforço escolar e treinamentos que eram ministrados por policiais, passaram a receber acompanhamento psicológico, odontológico, reforço alimentar, vale transporte e orientação profissional, que era feita por profissionais do órgão social, sempre em conjunto com os policiais ambientais. Desde o ano de 2001, as crianças e adolescentes do Projeto da Capital desenvolvem nas escolas públicas e privadas atividades de Educação Ambiental, por meio do teatro de fantoches, com peças sobre vários temas ambientais, além de se apresentarem nos mais diversos locais do Estado de Mato Grosso do Sul. Iniciam, portanto, a fazer Educação Ambiental. O Projeto Florestinha de Campo Grande assume as funções de Educação Ambiental da PMA Em 2015, as crianças e adolescentes do Florestinha assumem as funções do Núcleo de Educação Ambiental (Neam). Foram treinadas quatro equipes de cada um dos projetos de Campo Grande para atuarem com todas as oficinas temáticas, as quais os policiais do núcleo executavam em todo o Estado. Isso ocorreu, como forma de racionalização de recursos públicos, visto que faltava efetivo para cuidar do Projeto instalado no Parque Nascentes do Segredo, então, os policiais que realizavam Educação Ambiental passam a cuidar das crianças e adolescentes, os treinam em todos os temas e eles passam, efetivamente, a fazer o papel que era desenvolvido pelos técnicos da PMA. Implantam-se então, mais os seguintes temas: ciclo da água, com palestras sobre o uso sustentável, poluição e escassez dos recursos hídricos e a casa da energia, que se trata de uma maquete de uma residência com todos os locais de consumo de energia (lâmpadas, chuveiros, ar condicionado, geladeira, micro-ondas etc.) Em suma, as crianças e adolescentes do Projeto assumem todos os temas que eram executados pelo Núcleo, na Capital e interior. O que se tem percebido, mesmo quando não eram realizadas todas as oficinas, é que a Educação Ambiental realizada pelo Projeto atinge melhor os objetivos, tendo em vista, abertura e segurança que os alunos das escolas sentem com relação à discussão dos temas com os Florestinhas. Com os policiais militares ambientais, algumas vezes, esses alunos tinham receio de perguntar e discutir os temas. Ou seja, havia um distanciamento, que passou a não mais existir com os temas e teatro desenvolvidos pelos seus pares do Projeto, que são crianças e adolescentes como eles. Em suma, são crianças e adolescentes discutindo e planejando o ambiente, para as futuras gerações. (Texto cedido pelo Sargento PM Eder Dias Cassani da Silva, instrutor e coordenador de Educação Ambiental do Projeto Florestinha de Campo Grande – MS) ENTREVISTA Entrevistado : Sargento da Polícia Militar Eder Dias Cassani da Silva que é também instrutor-coordenador de Educação Ambiental do Projeto Florestinha da Polícia Militar Ambiental de Campo Grande – MS, formado em Ciências Biológicas e Engenharia Ambiental pela Universidade Católica Dom Bosco. 1)O senhor realmente acredita nos bons efeitos da educação ambiental ? Claro, Educação Ambiental tem poder de mudar o mundo, e começando por atos tão básico dentro de casa mesmo ensinado pelos pais, e nas escolas e projetos a partir do fornecimento de informações sérias sobre a questão ambiental e adoção de procedimentos pedagógicos adequados, nos processos escolares, as crianças e jovens poderão vir a transformar essas informações em conhecimentos consistentes, mudança de conhecimentos prévios arraigados e de atitudes em seu cotidiano além de que a Educação Ambiental representa um instrumento essencial para superar os atuais impasses da nossa sociedade, deve ser vista como um processo de permanente aprendizagem que valoriza as diversas formas de conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária. 2) O senhor pode citar coisas básicas sobre Educação Ambiental que são ensinadas pelos alunos o projeto as outras crianças? Sim, basicamente eles ensinam como preservar árvores e florestas e fauna, consumo de forma consciente, redução da produção de resíduos, destino que tem que ser dado ao lixo eletrônico – pilhas, baterias e equipamentos quebrados, coleta seletiva, como separar corretamente o lixo, reciclagem, preservação dos nossos recursos hídricos, vai muito além, mas basicamente é isso. 3) O Senhor poderia falar um pouco sobre o Projeto Florestinha? Sim, os alunos, em sua maioria, são de origem muito humilde e em situação de vulnerabilidade social, se candidatam voluntariamente ou são indicados pelas escolas para integrar o projeto, por enquanto disponibilizado só para meninos, é situado no Parque Estadual das Matas do Segredo, unidade de conservação ambiental estadual localizada na área urbana de Campo Grande. A rotina disciplinar tem também como enquadramento básico cívico-militar sendo assim ao chegarem à sede, os “soldados” entram em formação, hasteiam a bandeira nacional e almoçam. Em seguida, têm aulas de acompanhamento escolar com três professores da Rede Estadual de Ensino. Depois fazem um lanche e seguem para aulas práticas de educação ambiental com instrutores, além de aulas de teatro voltado ao meio ambiente, entre as peças se destacam as de fantoches. Como disse eles passam por um regime disciplinar militar básico, aprendendo os valores morais e éticos da sociedade e, de acordo com o comportamento, adquirem patentes militares tal como nas corporações militares. As aulas de educação ambiental são as preferidas dos garotos. Eles entram em formação de fila indiana e têm as normas na ponta da língua: ao adentrar na mata, o silêncio deve predominar, por respeito ao habitat dos animais e para os avistamentos da fauna, que não são raros, muitas vezes de ofídios, mamíferos e aves. A flora do cerrado também é velha conhecida dos garotos, que sabem muito bem a localização de jequitibás, aroeiras, jatobás e copaíbas, além de revelarem conhecimento sobre ervas medicinais. Nos 180 hectares do parque, existem 33 vertentes que formam a nascente do córrego Segredo – um dos principais que cortam a capital sul-mato-grossense – e que não são visitadas sempre, por serem trechos de conservação permanente. Temos para os “florestinhas” atendimento psicólogico e de assistentência social , além de reuniões periódicas com os pais. Existe também umcontato direto com as escolas onde eles estudam, de forma que o boletim escolar com notas boas é fundamental para a permanência dos meninos no projeto. Ao atingirem 16 anos, os rapazes são encaminhados ao mercado de trabalho através de outros projetos de integração social do governo e das prefeituras, além de parcerias com empresas privadas um grande parceiro é o programa Jovem Aprendiz. No decorrer do ano os alunos participam de atividades de divulgação das noções de preservação ambiental, realizando panfletagem, participando de blitze educativas e apresentando teatro de fantoches, além de educação ambiental nas escolas. Nos meses alusivos a datas ambientais, como o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho) e o Dia da Árvore (21 de setembro), dia da Água (22 de março) os jovens difundem o aprendizado para alunos de outras escolas, projetos, bairros, eventos, através de plantios de mudas nativas e palestras. Algumas fotos dos nossos “Florestinhas” Conclusões da Atividade de Práticas como Componente Curricular Conclui-se através deste trabalho que a Educação Ambiental ganha cada vez mais espaço nas escolas, e assim, a semente da consciência ecológica deve ser plantada já nos primeiros anos de vida escolar e deve ser trabalhada nas escolas como processo educacional em todas as áreas de formação e disciplinas do currículo, provocando uma revolução educacional onde a escola deve sempre desenvolver um trabalho conjunto de conscientização, enfocando as dificuldades e problemas enfrentados a partir de projetos que envolvam professores, alunos e a comunidade em geral, podendo até ser realizada passeata na busca de melhor qualidade de vida. Mobilizações conscientes no sentido de uma reestruturação na aquisição de novos hábitos, costumes, valores e atitudes dos alunos e da sociedade em relação ao consumo, conscientizando-os a reutilizar, reciclar resíduos resultantes desta sociedade capitalista de produção. Conclui-se ainda que o extraordinário da educação não é ensinar o máximo, mas acima de tudo orientar para que os alunos aprendam a aprender, aprendam a se desenvolver e aprendam a continuar se desenvolvendo mesmo após deixar a escola. Desta forma, para que essas mudanças aconteçam é desejável que a comunidade escolar reflita conjuntamente sobre o trabalho referente à Educação Ambiental, sobre os objetivos que se pretende atingir e sobre as formas de se conseguir isso, esclarecendo o papel de cada um nessa tarefa, pois o convívio escolar é decisivo na aprendizagem de valores sociais. Uma vez que, soluções duradouras não nascem da conclusão de idéias momentâneas, mas sim de projetos de médio e longo prazo envolvendo toda a comunidade indo além da escola, atingindo todas as esferas sociais. O Brasil tem uma tarefa mundial a cumprir em relação ao futuro ambiental, porém precisa ser curado das próprias mazelas, seja social ou econômico- administrativo, tomarem frente aos problemas sócio-econômico-político- ambiental. A cura da sociedade do futuro está na educação dos jovens do presente, a coragem de representar a verdade vivida pelo país hoje será recompensada na conquista do amanhã. O trabalho de Educação Ambiental deve ser desenvolvido a fim de ajudar os alunos a construírem uma consciência global das questões relativas ao meio para que possam assumir posições afinadas com os valores referentes à sua proteção e melhoria. Para isso é importante que possam atribuir significado àquilo que aprendem sobre a questão ambiental, onde todos devem estar engajados num único objetivo de preservar e ao mesmo tempo reconstruir o meio em que vivem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALIEIRO Fernando de figueiredo. Aspectos antropológicos e sociológicos da educação. Rio de Janeiro: SESES, 2014 COUTINHO, Francisco Ângelo - VIANA, Gabriel Menezes . TEORIA ATOR – REDE E EDUCAÇÃO. São Paulo: Appris, 2019 BARSANO ,Paulo Roberto e BARBOSA, Rildo Pereira. Meio ambiente: Guia prático e didático (Português) BARIERI, José Carlos. Desenvolvimento e Meio Ambiente – As estratégias de mudança da Agenda 21. São Paulo: Vozes, 1997. BRANCO, Samuel Murgel. O Meio Ambiente em Debate. 16ª. edição. São Paulo: Moderna, 1988. BRASIL ORIENTAÇÕES EDUCACIONAIS COMPLEMENTARES AOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Ciências Humanas e suas tecnologias. Brasília: MEC/Semtec, 2002. FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. 3ª. edição. São Paulo: Cortez, 1999. FREIRE, Paulo. Conscientização. São Paulo: Moraes, 1980. ZUBEN, Fernando Von. Meio Ambiente, Cidadania e Educação. São Paulo: Kromos, 1988 LEFEBVRE, H. A revolução urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. LÖWITH, K. Max Weber and Karl Marx. Londres e Nova York: Routledge, 1993. ARRUDA, M. A. do N. Cultura brasileira e identidade nacional (comentário crítico). In: Miceli, S. O que ler na ciência social brasileira. São Paulo: ANPOCS, Editora Sumaré; Brasília, DF: CAPES, 2002. AVELINO FILHO, G. Cordialidade e civilidade em Raízes do Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 12, v. 5, jan. 1990. SILVA, M. M. P.; LEITE, V. D. Estratégias para realização de Educação Ambiental em escolas do Ensino Fundamental. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 20, jan/jun. 2008. J. V. Quando Educação Ambiental faz a diferença, vidas são transformadas. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. v. 28, jun. 2012. 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