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Estudos Clínico-Laboratoriais das ISTs

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Maria Gabrielle de Lima Rocha
Disciplina Estudos Clínico-Laboratoriais das Doenças Humanas
Infecções Sexualmente 
Transmissíveis (ISTs)
ISTs
 As ISTs são reconhecidas por meio de secreções e lesões – achados
clínicos.
 A anamnese também ajuda na definição das hipóteses diagnósticas.
 Por sua vez, os exames laboratoriais confirmam o diagnóstico
clínico.
 Entretanto, alguns sintomas e sinais podem não ser tão claros, neste
momento, os exames laboratoriais ganham muita importância,
esclarecem as dúvidas e definindo o diagnóstico.
Vaginite
Cervicite
Endocervicite
Vulvovaginite
DIP
Cistite
Uretrite
Prostatite
Epididimite
Balanite
Balanopostite
Você reconhece essa 
secreção?
Ela é transparente, elástica, 
incolor, inodora e 
relativamente abundante.
Ela é normal? Sim ou não?
É associada a uma IST?
Quando ela surge e por quê? 
Você reconhece essa 
secreção?
Ela é opaca, leitosa, branca, 
inodora e abundante.
Ela é normal? Sim ou não?
É associada a uma IST?
Quando ela surge e por 
quê? 
↑Citólise = ↑ PMN = leucorréia
Você reconhece essa secreção?
Ela é opaca, leitosa, acinzentada, abundante e de odor fétido.
Ela é normal? Sim ou não?
É associada a uma IST?
Quando ela surge e por quê? 
Acomete igualmente ambos os sexos?
Por que tratar?
 Odor desagradável, particularmente após o coito e a 
menstruação (que alcalinizam o conteúdo vaginal), o que 
constitui a queixa principal da paciente.
 Aumenta o risco de aquisição de IST (incluindo o HIV)
 Pode trazer complicações às cirurgias ginecológicas e a gravidez 
(estando associada com ruptura prematura de membranas, 
corioamnionite, prematuridade e endometrite pós-cesarea).
 Quando presente nos procedimentos invasivos, como curetagem 
uterina, biopsia de endométrio e inserção de dispositivo 
intrauterino (DIU), aumenta o risco de doença inflamatoria
pélvica (DIP).
Vaginose Bacteriana
Gardnerella vaginalis – 90% dos casos
Tratamento com Metronidazol
Diagnóstico: 
pelo menos três criterios de Amsel (AMSEL et al., 1983):
Falha Terapêutica
A recorrência de Vaginose Bacteriana após o tratamento e comum: 15% a 30% das mulheres
apresentam VB sintomática, 30 a 90 dias após a terapia com antibióticos, enquanto
70% das pacientes experimentam uma recorrência em nove meses 
(BRADSHAW et al., 2006; LARSSON, 1992; SOBEL et al., 1993).
Mobilluncus
- Mulieris - gram negativa
sensível ao metronidazol
- Curtisii - gram positiva
resistente ao metronidazol
Atopobium vaginae
Como saber??
A solução está laboratório!!! 
Gram de secreção
Mobilluncus curtisii e Atopobium vaginae
identificado
Tratamento: clindamicina
Homem assintomático
Diagnóstico de Vaginose Bacteriana por exame de 
Papanicolaou
Você reconhece essa secreção?
Ela é opaca, aspecto qualhado, branca, abundante, sem cheiro.
Ela é normal? Sim ou não?
É associada a uma IST?
Quando ela surge e por quê? 
Acomete igualmente ambos os sexos?
Candidíase
Diagnóstico Clínico
Prurido Intenso
Vulvovaginite
Escoriações e ardência ao urinar
Prurido Intenso
Uretrite
Balanite
Balanopostite
Candidíase assintomática
Diagnostico diferencial de Cervicite
Citolítica
Como saber??
A solução está laboratório!!! 
Microscopia
Gram de secreção
Exame a fresco
Papanicolaou
Você reconhece essa secreção?
Ela transparente, escassa e matinal.
Ela é normal? Sim ou não?
É associada a uma IST?
Conhece as glândulas de Tyson e sua secreção?
Fale um pouco sobre elas.
Você reconhece essa secreção?
Ela é opaca, leitosa, amarelada, 
abundante e de odor 
desagradável.
Ela é normal? Sim ou não?
É associada a uma IST?
Acomete igualmente ambos os 
sexos? 
Gonorréia
Neisseria gonorrhoeae
Uretrite Gonocócica
Périodo de incubação de 2 a 4 dias
70% das mulheres são assintomáticas
 Prevenção
▪ Uso de camisinha e higiene íntima
 Tratamento:
 Projeto SenGono, constatou alta resistencia desse patogeno a penicilina, a 
tetraciclina e ao ciprofloxacino; emergência de resistencia a azitromicina; e total 
sensibilidade (de acordo com os criterios do Clinical and Laboratory Standards Institute
- CLSI) as cefalosporinas de terceira geração (ceftriaxona, cefixima) (BAZZO, 2018).
 Diagnóstico
▪ Clínico – se tiver laboratório
▪ Gram de secreção - homens
▪ Cultivo + testes bioquímicos - mulheres
▪ Biologia molecular - PCR
DIP
Doença inflamatória pélvica
Prostatite
Epididimite
Infertilidade em ambos os sexos
Complicações
Conjuntivite
Julho de 2017
Sexo oral
Você reconhece essa secreção?
Ela é opaca, ligeiramente 
leitosa, escassa e inodora.
Ela é normal? Sim ou não?
É associada a uma IST?
Acomete igualmente ambos os 
sexos? 
Clamídia
Chlamydia trachomatis
Uretrite não gonocócica
Período de Incubação: 1- 3 semanas
Mucorréia
Opaca, leitosa, branca, inodora, abundante e 
brilhanteEndocervicite
75% das mulheres e 50% dos homens não apresentam sintomas
A transmissao ocorre pelo contato sexual (risco de 20% por ato)
Diagnóstico Clínico extremamente difícil
 Prevenção
▪ Uso de camisinha e higiene 
íntima
▪ Transmissão 
exclusivamente sexual
 Tratamento:
 Diagnóstico
▪ Cultivo
▪ Imunofluorescência
▪ Biologia molecular
 Cultura
 técnica é complicada
 não está disponível em qualquer laboratório
Diagnóstico 
Cultura: Células McCoy (fibroblastos de um tumor de camundongo)
 Imunofluorescência
 anticorpos monoclonais corados com isotiocianato de fluoresceína.
 Sensibilidade: 77,7 - 96,3%
 Especificidade: 87,8 - 99,5%
Diagnóstico 
 Biologia molecular
 Nested - PCR
 Urina
 Células cervicais
Diagnóstico
Nested PCR
DNA
PCR
NEGATIVA
PCR 
POSITIVA
Vírus
Bactéria
Fungos
Parasitas
1a PCR
250 
pb
2a PCR
200 
pb
PCR 
POSITIVA
DIP
Doença inflamatória pélvica
Prostatite
Epididimite
Infertilidade em ambos os sexos
Complicações
Tracoma
Síndrome de 
Reiter
http://www.healthofchildren.com/images/gech_0001_0004_0_img0276.jpg
Você reconhece essa 
secreção?
Ela é opaca, leitosa, amarelo-
esverdeada, espumosa, 
abundante e de odor 
desagradável.
Ela é normal? Sim ou não?
É associada a uma IST?
Acomete igualmente ambos 
os sexos? 
Tricomoníase
Trichomonas sp.
Uretrite não gonocócica
Período de Incubação: 10 a 30 dias
Diagnóstico Clinico Extremamente Difícil
Sintomas
 Na mulher
 Desde a apresentação assintomática até um estado de severa inflamação 
(vaginite).
 Das mulheres infectadas, entre 25% e 50% são assintomáticas, têm pH 
vaginal normal de 3,8 a 4,2 e flora vaginal normal.
 Um terço das pacientes assintomáticas torna-se sintomático dentro de 
seis meses. 
 O sintoma clássico de corrimento amarelo, abundante, espumoso e 
mucopurulento ocorre em somente 20% dos casos. Há também odor 
vaginal anormal e prurido vulvar. A vagina e a cérvice podem ser 
edematosas e eritematosas, com erosão e pontos hemorrágicos na 
parede cervical conhecidos como colo em morango (2% a 5%). 
Sintomas
 No homem
 Somente infecção autolimitada.
 Classificada em três grupos: 
 estado assintomático; 
 estado agudo, caracterizado por uretrite purulenta abundante; 
 doença assintomática leve, clinicamente indistinguível de outras 
causas de uretrite.
Leve prurido
Secreção característica
Vulvovaginite
Cervicite
Colo em morango
Uretrite
Leve prurido
 Prevenção
▪ Uso de camisinha e higiene íntima
 Tratamento:
▪ Metronidazol
 Diagnóstico
▪ Clínico – Difícil
▪ Homem: Urina à fresco ou gram de gota
▪ Mulher: Urina à fresco ou gram de gota
Gram de secreção
▪ Cultivo
▪ Papanicolaou
▪ Biologia molecular
Exame a fresco
Gram
Papanicolaou
Método: Cultura em meio seletivo para tricomonas
(Kupferberg, Roiron e/ou Diamond).
Você reconhece essa 
ferida?
Esta associada a qual IST?
Quais são as 
características dessa ferida 
que lhe permitiu identificá-
la? 
Sífilis
Cancro Duro
Treponema pallidum
Fase Primária
Período de Incubação 10 a 90 diasapós o contágio
Fase Secundária
Período de Incubação 1 a 6 meses após o 
desaparecimento da fase primária
Fase Latente
Fase Terciária
Período de Incubação 1 a 10 anos após o contágio
Sífilis
• Cancro duro
• Única
• Bordas enrijecidas
• Limpa
• Desaparece geralmente em 4 
semanas
• Altamente contagiosa
• Linfadenopatia bilateral
Sífilis Secundária
Contagiosa
• Disseminação pela corrente sanguínea
• Lesões mucocutâneas generalizadas
• Cerca de metade dos pacientes apresenta edema dos linfonodos
• 25% dos pacientes continuam a ter cancro duro.
Sífilis Terciária
• Goma sifilítica
• Neurossífilis
• Aortite
• Deformações articulares
• 15 a 25% das infecções não 
tratadas
 Prevenção
▪ Uso de camisinha e higiene íntima
 Tratamento:
▪ benzilpenicilina benzatina
 Diagnóstico
▪ Testes não treponêmicos
▪ Testes treponêmicos
 VDRL – hemoaglutinação –TESTE NÃO TREPONÊMICO
Diagnóstico – Sífilis
IgG e IgM
(soro) 
+ 
cardiolipina
Os testes não treponêmicos tornam-se reagentes cerca de 1 a 3 semanas após 
o surgimento do cancro duro, por isso nessa fase os testes sorológicos são 
não-reagentes. 
Se a infecção for detectada nas fases tardias da doença, são esperados títulos 
baixos (<1:4) nesses testes. Pessoas com títulos baixos em testes não 
treponêmicos, sem registro de tratamento e sem data de infecção conhecida, são 
consideradas como portadoras de sífilis latente tardia, devendo ser tratadas.
Diagnóstico – Sífilis
 Os testes rapidos (TR) - TESTE TREPONÊMICO
 utilizam principalmente a metodologia de imunocromatografia de 
fluxo lateral ou de plataforma de duplo percurso (DPP). 
 São distribuídos pelo Ministério da Saúde para estados e Distrito 
Federal, sendo os mais indicados para inicio de diagnostico.
 Imunofluorescência indireta – TESTE TREPONÊMICO
 FTA-abs
 Teste confirmatório (+ precoce que o VDRL)
 Sensibilidade:
 em torno de 80-90% em sífilis primária,
 >95% em sífilis secundária 
 90-95% em sífilis tardia
Diagnóstico – Sífilis
O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré-natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto 
(independentemente de exames anteriores).
Você reconhece essa 
ferida?
Esta associada a qual IST?
Quais são as 
características dessa ferida 
que lhe permitiu identificá-
la? 
Cancro Mole
Haemophilus ducreyi
Período de Incubação 2 a 5 
dias após o contágio
Múltiplas lesões
Dolorosa e irregular
Autoinoculante
Hiperemiada
 Prevenção
▪ Uso de camisinha e higiene íntima
 Tratamento:
 1 comprimido de Azitromicina 1 g em 1 dose;
 1 injeção de Ceftriaxona 250 mg;
 1 comprimido de Eritromicina , 3 vezes por dia, durante 7 dias;
 1 comprimido de Ciprofloxacino, 2 vezes por dia, durante 3 dias.
 Diagnóstico
▪ Microbiologia
▪ Biologia Molecular
Diagnóstico
•Microscopia: Cocobacilo Gram negativo
•Formação em cardume
Haemophilus ducreyi
Diagnóstico
•Satelitismo:
O crescimento, em uma cultura, de bactérias de uma espécie, ao redor de colônias 
de outra, que lhe fornece os micronutrientes.
Teste fatores V (NAD), X (hemina) e V + X
Tratamento
▪ Azitromicina, 1g 
▪ VO, dose única; 
▪ Sulfametoxazol, 800mg + trimetoprim, 160mg 
▪ VO, de 12/12 horas, por 10 dias ou até a cura 
clínica;
▪ Tiafenicol, 5g
▪ VO, em dose única ou 500mg de 8/8 horas;
▪ Estereato de eritromicina, 500mg
▪ VO, de 6/6 horas, por, no mínimo, 10 dias ou até a 
cura clínica;
▪ Tetraciclina, 500mg
▪ VO, de 6/6 horas, por, no mínimo, 10 dias.
Você reconhece essa 
ferida?
Esta associada a qual IST?
Quais são as 
características dessa ferida 
que lhe permitiu identificá-
la? 
Donovanose
Klebsiella granulomatis
Período de Incubação 3 dias a 6 
meses após o contágio
Múltiplas lesões - autoinoculante
Grande e indolor
Pápula → Lesão → úlcera
De difícil cicatrização: 4 semanas ou 
mais
Muito prevalente no Norte do país
 Prevenção
 Uso de preservativo e higiene intima
 Diagnostico
 Microscopia - biópsia
▪ Corpúsculo de Donovan
 Tratamento
 Tetraciclina (500 mg por via oral, 4 vezes ao dia),
 Doxiciclina (100 mg, por via oral, quatro vezes ao dia)
 Eritromicina (500 mg, por via oral, 4 vezes ao dia), por, pelo menos, 2
a 3 semanas, até que haja a regressão completa das lesões.
 É comum a recidiva da doença após o tratamento, sendo necessário sua
realização a longo prazo
 Diagnostico
 Microscopia - biópsia
▪ Corpúsculo de Donovan
▪ Bacilos gram negativos dentro de 
macrófagos
Você reconhece 
esse sinal?
Esta associada a 
qual IST?
Quais são as 
características 
dessa ferida que lhe 
permitiu identificá-
la? 
Linfogranuloma venéreo
É uma complicação da 
infecção por Chlamydia
trachomatis
Período de incubação 2 a 6 
semanas após o contágio
• Bubão
• Pápula→ bubão → rompimento → fístula 
Estreitamento de reto
Gigantismo escroto
Diagnóstico
• Clínico
• Cultura
• Biologia molecular
Tratamento:
•Sistêmico, através de antibióticos
•não revertem sequelas, tais como o estreitamento do reto e a elefantíase dos
órgãos sexuais.
•Aspiração do bubão inguinal
•Tratamento das fístulas.
Prevenção:
•Camisinha
•Higienização após o coito.
Linfogranuloma Venéreo 
Você reconhece essa 
ferida?
Esta associada a qual IST?
Quais são as 
características dessa ferida 
que lhe permitiu identificá-
la? 
Herpes
Não tem período de incubação
• Vesículas
• Vai e volta
• Fica incubado nos 
gânglios nervosos
 Herpes simplex 2
 Prevenção
 Uso de preservativo (não funciona 100%)
 Diagnostico
 Clínico
 Papanicolaou
 Cultura
 Biologia molecular - PCR
 Tratamento
 Aciclovir (segura na gravidez)
 Famciclovir
 Valaciclovir
 Microscopia – cultura - é lento e trabalhoso
Diagnóstico
Em casos mais complexos ou menos evidentes o vírus é recolhido de pústulas e
cultivado em meios com células “vero” (rim de macaco). A observação pelo
microscópio destas culturas revela inclusões virais típicas nas células.
 Microscopia – Papanicolaou
Diagnóstico
Protocolo de 
Abordagem 
Sindrômica 
Ministério da Saúde
Você reconhece essa 
lesão?
Esta associada a qual 
IST?
Quais são as 
características dessa 
ferida que lhe permitiu 
identificá-la? 
HPV
Crista de galo
Condiloma acuminado

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