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1 2 3 Ricardo Barroso Castelo Branco CONTABILIDADE DE CUSTOS 4 5 SUMÁRIO Palavra do Professor Sobre o autor Ambientação à disciplina Trocando ideias com os autores Problematizando 1. Unidade de Estudo: Visão Sistêmica Teoria geral dos sistemas Tipos de sistemas Quanto a Constituição Quanto a Natureza O que é visão sistêmica Visão clássica x Visão sistêmica A empresa e seus subsistemas A importância da visão sistêmica em uma empresa 2. Unidade de Estudo: Introdução a contabilidade de custos Introdução Origem e evolução da contabilidade de custos Contabilidade financeira, de custos e gerencial Finalidades da contabilidade de custos Termos utilizados na contabilidade de custos 6 3. Unidade de Estudo: Classificação e nomenclatura de custos Custos diretos Custos indiretos Custos fixos Custos variáveis 4. Unidade de Estudo: Métodos de custeio Conceito de Métodos de Custeio Custeio por absorção Custeio variável Custeio ABC (Activity based costing) Custeio RKW (Reichskuratorium Fur Wirtschaftlichkeit) Custeio padrão 5. Unidade de Estudo: Formação de preço de venda Introdução Importância dos preços de venda Formação dos preços de venda Relação custo x volume x lucro 6. Unidade de Estudo: Balanced scorecard (BSC) Conceito Componentes do BSC Perspectivas do BSC Benefícios da implantação do BSC 7 7. Unidade de Estudo: Teoria das restrições Introdução Os cinco passos para o gerenciamento das restrições Processos de raciocínio da TOC Explicando melhor com a pesquisa Leitura Obrigatória Saiba mais Pesquisando com a Internet Vendo com os olhos de ver Revisando Autoavaliação Bibliografia Bibliografia Web Vídeos 8 Palavra do Professor Caros Alunos, É com imensa satisfação que convido você a dar início a essa disciplina sobre Contabilidade de Custos. Disponibilizamos a você vários materiais didáticos a fim de apoiá-lo nessa caminhada de aprendizado e absorção de novos conhecimentos. Queremos que esta experiência seja prazerosa e traga bons frutos. Nos dias atuais os custos empresariais estão sendo bem mais observados. A precificação dos produtos, a margem de lucro e a forma com que as empresas buscam esses fatores é muito importante, pois estes são pontos que tornam, ou não, as empresas mais competitivas no mercado. Entendendo e sabendo lidar com os custos a empresa ganha em perspectiva futura e traz mais tranquilidade aos acionistas, colaboradores e a sociedade. Bom Estudo! 9 Sobre o autor Ricardo Barroso Castelo Branco Possui graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA (2004), especialização em EAD pela Universidade Norte do Paraná-UNOPAR (2011), especialização em Gestão Financeira pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA (2011) e especialização em MBA - Gestão em Serviços de Saúde pelo Instituto Superior de Teologia Aplicada-INTA (2007). Atualmente atua como pregoeiro da Prefeitura Municipal de Sobral, já tendo atuado na Controladoria do Município como Coordenador da Ouvidoria Geral. Atua também como tutor de sala nas áreas de contabilidade, administração, recursos humanos e finanças. É professor convidado das faculdades INTA nas áreas de gestão da saúde, planejamento estratégico, gestão e recursos humanos. Já atuou como tutor/facilitador da especialização em Economia da Saúde na Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará - ESP/Ce. Atuou também em diversas empresas privadas nas áreas administrativas, sendo gerente geral do Plano PAS (São Camilo) e comprador na Votorantim Cimentos. 10 Ambientação Muitos empresários acreditam que a análise de custo não traz benefícios para a organização, sendo somente uma ferramenta geradora de custos desnecessários para a empresa. Por outro lado, eles se preocupam em aumentar a produtividade com o intuito de gerar crescimento nos lucros, deixando de utilizar de forma correta o planejamento e o controle de custos, desconhecendo a importância da utilização dessa ferramenta gerencial. Assim, se o empresário conhece e aplica a gestão de custos, ele pode utilizá-la como um meio de avaliar a empresa e também ter controle sobre os custos relacionados à produção. Nesse contexto a gestão de custos cria um antagonismo e é uma ferramenta muito importante nos dias de hoje. Com a crise financeira e o desemprego as empresas estão buscando cada vez mais aprimorar seus controles para poder dar ao cliente um produto de qualidade com o menor custo possível de produção. Os custos que os empresários acreditam não trazer benefícios leva a empresa a um nível bem mais evoluído e enxuto quando se trata de lucratividade. Lucratividade é o que todos os empresários buscam, contudo muito do seu lucra vai pelo ralo pela falta de controles internos na empresa. A contabilidade de custos vem, justamente, entrar nesse buraco negro que é o desperdício e a falta de controle, trazendo clareza nas tomadas de decisão e ajudando o empresário e a empresa a ter um gerenciamento melhor, maior e efetivo. 11 Trocando ideias com os autores Agora é o momento em que você vai trocar ideias com os autores das obras indicadas. A contabilidade gerencial é instrumento essencial para a análise das necessidades internas de qualquer organização; por meio dela, obtemos as informações necessárias para os planos de ação, as atividades de controle e as tomadas de decisão. Esta 14ª edição de Contabilidade Gerencial mostra como coletar e interpretar as informações contábeis e apresenta novas ferramentas didáticas para auxiliar o estudo, como resolução de exercícios com o uso de fórmulas no Excel, textos para análise com base em casos reais de grandes empresas e outros recursos aplicados à sua realidade. Razões para comprar: - Garrison é consagrado no ensino da contabilidade gerencial em todo o mundo. - Novo recurso pedagógico no ensino da contabilidade com o uso do Excel. - Conteúdo integrado aos temas atuais: economia com base em serviços, normas internacionais de contabilidade e comportamento ético. GARRISON, Ray H. NOREEN, Eric W. Contabilidade Gerencial. LTC, 2001. Ajustado às mais recentes evoluções conceituais e às novas tendências de utilização da Contabilidade de Custos para fins decisórios e gerenciais, este texto reúne uma série de características que o diferenciam positivamente da bibliografia disponível. A primeira entre as caraterísticas é torná-lo particularmente apropriado para a realidade brasileira, uma vez que está voltado para as situações típicas observadas no país, para seus institutos legais, para as condições organizacionais 12 prevalecentes no meio empresarial. Assim, ao tratar dos critérios técnicos e legais relacionados, por exemplo, à contabilização dos custos da mão-de-obra e dos impostos, o texto refere-se explicitamente às condições brasileiras, destacando os principais aspectos relacionados aos encargos sociais existentes no país e os dois principais tributos indiretos, o ICMS e o IPI. Ademais, foram também consideradas pelo autor as regras implícitas na Lei das Sociedades por Ações relacionadas à operacionalização contábil dos custos. Uma segunda característica do texto é a análise dedicada ao uso da Contabilidade de Custos como instrumento para fins gerenciais. Outra característica a destacar é o enfoque dado à utilização da Contabilidade de Custos para as funções de planejamento e controle, relacionadas ao estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão, com vista no subsequente acompanhamento e análise das variações observadas.MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. (Livro Texto) São Paulo: Atlas, 2003. Contabilidade Básica visa apresentar a contabilidade de forma didática, objetiva e acessível para quem está começando a conhecer essa ciência, além de ser uma obra de referência constante para os já iniciados no assunto. Seu autor, enfocou em “Contabilidade Básica” as principais dificuldades que alunos de graduação e mesmo de cursos profissionalizantes enfrentam para entender os princípios contábeis. Para tanto, foi empregada uma linguagem clara, direta e acessível, além de trazer exercícios práticos que visam fixar conceitos. GOUVEIA, Nelson. Contabilidade básica. 2 ed. São Paulo: Harbra, 2001. GUIA DE ESTUDO Analise os três livros e faça uma síntese fazendo um paralelo com as obras lidas, e relacione os assuntos com o tema abordado nessa disciplina. 13 Problematizando Os irmãos Paulo Andrade e Pedro Andrade idealizaram a constituição de uma sociedade cujo ramo destina-se a industrialização de doces. Após todos os procedimentos legais de constituição da indústria, a mesma deu início à sua principal atividade: fabricar bombons. Durante o mês de janeiro de 2014, a indústria registrou alguns fatos iniciais: Dia 02/01 - Aquisição de matéria-prima a prazo para estoque - R$ 8.000,00. Dia 04/01 - Aquisição à vista de máquinas e equipamentos direcionados ao processo produtivo – R$ 2.500,00. Dia 07/01 - Aquisição à vista de materiais de escritório para o setor administrativo – R$ 200,00. Dia 13/01 – Pagamento da compra a prazo de matérias-primas realizadas no dia 02. Dia 14/01 – Aquisição a prazo de materiais de embalagens para utilização imediata no processo produtivo – R$ 900,00. Dia 17/01 – Frete a prazo para entregar produtos vendidos – R$ 300,00. Dia 23/01 – Aquisição à vista, em cheque, de móveis de escritório para o setor administrativo – R$ 600,00. Dia 31/01 – a) Provisão dos salários do mês relativos aos funcionários do processo produtivo – R$ 3.000,00. Dia 31/01 – b) Depreciação das máquinas e equipamentos do processo produtivo no mês – R$ 250,00. Dia 31/01 – c) Provisão dos salários do mês relativos aos funcionários da administração da indústria – R$ 600,00. 14 Dia 31/01 – d) Depreciação dos móveis do setor administrativo – R$ 60,00. GUIA DE ESTUDO Baseados nas informações acima, desenvolva as questões propostas: 1) Qual o valor total dos DESEMBOLSOS da indústria durante o mês de janeiro/2014? R: R$ 2) Qual o valor total dos CUSTOS de produção da indústria durante o mês de janeiro/2014? 3) Qual o valor total das DESPESAS da indústria durante o mês de janeiro/2014? 15 16 VISÃO SISTÊMICA 1 Conhecimento Compreender os tipos de sistemas. Habilidades Identificar os tipos de sistemas existentes dentro de uma empresa. Atitudes Desenvolver critérios para interagir com o uso de sistemas em uma empresa. 17 18 TEORIA GERAL DOS SISTEMAS A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) iniciou com o biólogo húngaro Ludwig Von Bertalanffy, no final dos anos 30. Os seus primeiros escritos são do ano de 1925 e são amplamente reconhecidos na administração da década de 60. Sua difusão se deu a uma necessidade de síntese e integração das teorias precedentes. De forma concomitante, possibilitou a operacionalização e a aplicação de conceitos da Teoria dos Sistemas à administração. Esta teoria nos dá a possibilidade de uma visão maior, onde todos os sistemas do conhecimento podem interagir entre si. A ideia central é o desenvolvimento de uma teoria de caráter geral capaz de ser aplicada a fenômenos bastante semelhantes que ocorrem em uma diversidade de campos específicos de conhecimento, ou seja, se várias disciplinas desenvolvessem em conjunto seus esforços de pesquisa, seriam capazes de apontar leis e princípios que poderiam ser aplicados com vantagem em diversos sistemas. DEFINIÇÃO DE SISTEMA Sistema é um organismo ou entidade, formado por partes individuais e que consegue ter uma organização própria, uma interação, tendo que conviver com as mudanças que ocorrem dentro e fora de seu sistema. Outra definição para sistema, sendo este uma entidade que tem a competência de manter um determinado grau de organização em face de mudanças internas ou externas, composto de um conjunto de elementos, em interação, segundo determinadas leis, para atingir um determinado objetivo. 19 TIPOS DE SISTEMAS Para entender um pouco mais sobre os sistemas vamos falar um pouco sobre os parâmetros dos sistemas. Os parâmetros são variáveis existentes nos sistemas que nos ajudam a entender um pouco mais sua dinâmica. Entradas (Inputs): Elementos físicos ou abstratos de que o sistema é feito e que podem influenciá-lo. Eles podem ser: o Dados; o Recursos Financeiros; o Recursos Materiais; o Recursos Humanos. Processamento: O sistema é dinâmico e formado por vários processos ou sistemas que são usados pela empresa para transformar insumos em produtos. Podemos citar o Planejamento, Comunicação, Transporte, Tomada de decisão e Distribuição como tipos de processamento. Saída (Outputs): As saídas são os resultados ou produtos que são gerados pelo processamento dos insumos. Podemos considerar como saída o lucro da empresa, o aumento da qualificação dos membros da empresa, a redução dos níveis de poluição emitidos pela empresa e muitos outros. Retroalimentação (Feedback): Feedback significa retorno. Logo, quando existe um processo e deste processo se tem um produto, seja ele qual for, é importante saber se este produto saiu conforme ou não. Isso vai nos dizer se o sistema (processamento) está sendo eficiente. O feedback pode ser positivo ou negativo. No negativo significa que o 20 processo não está sendo eficiente em algum momento. Já o positivo vem dizer que o processo está satisfatório. Ambiente: O ambiente é o meio onde ocorre todo o processamento dos Inputs em Outputs. Baseado no que vimos agora vamos ver quais tipos de sistemas podemos encontrar. Os sistemas podem ser classificados quanto ao gênero. E desse podemos ter duas condições: Os sistemas naturais e os sistemas sintéticos. Sistemas naturais são os relativos à natureza. Já os sistemas sintéticos são os sistemas relativos ao homem. QUANTO A CONSTITUIÇÃO Quanto a sua constituição os sistemas podem ser físicos ou abstratos. Sistemas físicos (concretos): São aqueles formados por coisas concretas e que podem ser passivos de mensuração, são elas: máquinas e equipamentos. Ambiente Entradas (Inputs) Processamento Saída (Outputs) Retroalimentação (Feedback) 21 Sistemas abstratos (Conceituais): São aqueles compostos apenas por conceitos: planos, ideias e hipóteses. QUANTO A NATUREZA Como observado na figura anterior, os sistemas se relacionam diretamente com o ambiente no qual estão inseridos. Este relacionamento pode ser de natureza aberta ou fechada. Sistema fechado: O sistema fechado tem poucas entradas e poucas saídas, ou seja, este sistema interage muito pouco com o ambiente no qual está inserido. As entradas e saídas já são conhecidas e tem uma relação entre si. Por conta disso o sistema fechado também pode ser chamado de sistema mecânico ou determinístico. Nesse caso, como exemplo, podemos citar o motor de um veículo. Existe uma entrada, onde podem existir alguns poucos tipos de insumos. E a saída, via de regra é a mesma. Sistema aberto: O sistema aberto tem uma grande variedade de entradas e saídas, além dese relacionar muito com o ambiente onde está inserido. Por conta dessa troca frequente com o ambiente, o sistema aberto é também chamado de sistema orgânico. O melhor exemplo para esse tipo de sistema são as organizações de um modo geral. As organizações estão inseridas nos sistemas e são efetuadas muitas trocas com o ambiente. O QUE É VISÃO SISTÊMICA A visão sistêmica teve sua origem baseada na teoria dos sistemas da biologia e depois colocada como visão das ciências sociais. Iniciou-se a colocar o enfoque sistêmico dentro das organizações. Observou-se que as 22 organizações são organismos vivos e que dentro delas existe vários outros micro organismos coexistindo. Ao compreender a organização como um sistema, se inicia a análise do ambiente, ou seja, o conjunto de forças que possam ter alguma influência sobre o funcionamento desse sistema. O conhecimento mais profundo da dinâmica dos sistemas e da interação entre as variadas forças atuantes permite que as organizações proponham ações mais eficazes, não só de curto prazo, mas também e principalmente de médio e longo prazo. A visão sistêmica é vista na importância que deve ser dada a rede de comunicações que existe dentro das organizações e nas trocas feitas delas com o ambiente ao seu redor. Esta troca é essencialmente necessária para que a organização alcance seus objetivos com eficiência. No contexto de Bio (1985), para o enfoque sistêmico afirma que “os conceitos de sistema proporcionam uma série de raciocínios que levam à compreensão da complexidade da empresa moderna como um todo”. Lopes (2012) entende a visão sistêmica como sendo a capacidade do profissional em compreender a empresa como um todo e não apenas como partes isoladas dentro de um sistema. Entender os elos que existem e a interação entre os processos para que aja um produto bem entregue ao seu cliente, ou seja, visão sistêmica consiste na habilidade em compreender os sistemas de acordo com a abordagem da Teoria Geral dos Sistemas, tendo o conhecimento do todo, de modo a permitir a análise ou a interferência no mesmo. VISÃO CLÁSSICA X VISÃO SISTÊMICA A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol. Na Teoria Clássica de Fayol e seus seguidores a ênfase é posta na estrutura da organização. O objetivo é buscar a maior produtividade, conhecimentos, práticas do trabalho, maior eficiência do trabalhador e da empresa. A Teoria 23 Clássica da Administração partiu de uma abordagem sintética, global e universal da empresa, com uma visão estrutural, de objetivos e responsabilidades específicas, para tratar da segurança da informação de uma forma adequada na Administração. A experiência administrativa é demonstrar métodos organizacionais, para o seu sucessor no trabalho, funções técnicas, relacionadas com a produção de bens e serviços da empresa. A Teoria Clássica concebe a organização em termos de estrutura, forma e disposição das partes que a constituem. Assim, a estrutura e a forma de organização marcam a essência da Teoria Clássica, como concebida por Fayol. Tal teoria sofreu severas críticas voltadas principalmente à gestão de empresas - mais especificamente nas indústrias – sendo observado por ser eminentemente mecanicistas, no sentido da exploração do trabalhador, como se fora uma máquina. Principalmente a partir da contribuição de psicólogos e sociólogos, iniciada com Elton Mayo e Mary Parker Follet, surgem outras escolas de Administração, a começar pela Escola de Relações Humanas. A partir daí, a Teoria Clássica é vista como distorcida, do ponto de vista do trabalhador, considerado uma simples peça no processo de produção e submetido a uma supervisão policialesca. Por outro lado, não corresponde à verdade o conceito genérico de que o trabalhador não tem outros interesses e motivações senão os representados pela recompensa financeira. Também sofreu críticas na manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade. Os princípios básicos da Teoria Clássica de Fayol são: a) Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção aumentando a produtividade. 24 b) Autoridade - Autoridade é o direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade. c) Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização. d) Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens. e) Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos. f) Subordinação dos interesses individuais (ao interesse geral) - Os interesses gerais da organização devem prevalecer sobre os interesses individuais. g) Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização. h) Centralização (ou Descentralização) - As atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas. i) Linha de Comando (Hierarquia) - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa. j) Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu lugar. k) Equidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. Direitos iguais. l) Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem conseqüências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários. m) Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo. 25 n) Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos. Desta forma, as principais diferenças entre as visões clássica e sistêmica podem ser entendidas como: Abordagem clássica Visão sistêmica Reducionismo; Expansionismo; Pensamento analítico; Pensamento sintético; Mecanicismo. Teleologia. A EMPRESA E SEUS SUBSISTEMAS A compreensão do todo (visão global) sem perder o foco em suas interações que ocorrem entre as partes e a eficácia do objetivo do sistema, espera-se juntar às partes do todo para entender o objetivo comum do sistema. Um sistema aberto é caracterizado pela constante interação com seu ambiente, cuja execução de atividades ou um conjunto de atividades tem como objetivo comum atingir o fim proposto pelo sistema. Mosimann e Fisch (1999, p. 21) afirmam que “os sistemas abertos absorvem “inputs”, os quais são introduzidos no sistema, e, depois de transformados, traduzem-se por “outputs”“. Conforme se observa os “inputs” se referem aos recursos econômicos (materiais, humanos, tecnológicos, informação) que após processados resultam nos produtos e serviços que são destinados ao mercado consumidor. Partindo deste pressuposto e à luz da teoria de sistemas, a empresa pode ser dividida em subsistemas, que segundo Peleias (2002, p. 7), pode ser considerado sob duas categorias: “(I) divisão em função da especialização e (II) divisão em função da dinâmica ambiental”. 26 Segundo Peleias (2002, p. 7), são seis subsistemas que formam o sistema-empresa. Assim definidos: “(I) Subsistema Institucional, (II) Subsistema de Gestão (III) Subsistema de Organização, (IV) Subsistema Psicossociopolítico-Cultural, (V) Subsistema de Produção, Físico-Operacional ou Físico e (VI) Subsistema de Informação”, conforme ilustramos a seguir: VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESAFONTE: Adaptado de: Catelli (2001) Subsistema institucional: este subsistema é composto por um conjunto de crenças e valores que foram incorporadas pelos proprietários da empresa, servindo de princípios para orientar os demais subsistemas. As crenças e valores direcionam ao alcance dos objetivos propostos, ou seja, cumprir sua missão. Para isto deve formalizar a forma de administração tais como: (I) nível 27 de participação das pessoas, (II) grau de independência dos gestores, (III) filosofia gerencial, (IV) avaliação e desempenho etc. Subsistema de Gestão: Tal subsistema define como a empresa deve ser administrada, baseada na definição do modelo de gestão que está alinhada com o subsistema institucional, e do subsistema de produção é que as decisões são tomadas. Caracteriza a orientação ao processo de gestão (planejamento, execução e controle). Peleias (2002) ensina que o subsistema de gestão, como forma de conduzir a empresa a uma situação desejada futura, define o modelo de processo de gestão organizacional quanto ao planejamento das atividades, técnicas e métodos de execução e os mecanismos de controle. Subsistema organizacional ou formal: O foco desse subsistema é evidenciar a estrutura organizacional com suas atividades orientadas para consecução do cumprimento da missão, sendo um importante subsistema que define toda a estrutura de funcionamento da empresa quanto ao aspecto funcional e unidade organizacional e a forma de autonomia das pessoas que executam as atividades relativas a estas funções e a essas unidades organizacionais. Subsistema psicossociopolítico-cultural: subsistema responsável por orientar o comportamento das pessoas na organização baseado no subsistema institucional e modelo de gestão, definindo as competências humanas e técnicas necessárias ao cumprimento dos objetivos organizacionais. Este subsistema é fortemente impactado pelo subsistema institucional e está interligado aos demais subsistemas através da sinergia criada (clima organizacional) que orienta padrões de comportamento na execução das atividades na busca no cumprimento dos objetivos organizacionais. Subsistema de produção, físico-operacional ou físico: Neste subsistema, um conjunto de elementos físicos é utilizado pelas pessoas na execução de suas atividades com o objetivo de transformar os elementos físicos em 28 produtos ou serviços, ou seja, evidencia a capacidade de materializar o planejado, tornando-o aquilo que era abstrato em algo real. Neste subsistema, apenas, os elementos físicos fazem parte excluindo-se as pessoas. Subsistema de informação: Este subsistema tem como função subsidiar os demais sistemas, coletando e processando dados que deverão gerar informações para atender a todos os usuários em nível gerencial e operacional. A inter-relação deste sistema implica que uma informação de uma área pode ser um dado para outra. Por exemplo, a matéria-prima gerou informação para o setor de controle de estoque e essa informação gerou um dado no setor de compras para processar a necessidade de comprar esta matéria-prima. A IMPORTÂNCIA DA VISÃO SISTÊMICA EM UMA EMPRESA Entende-se por visão sistêmica a capacidade que um profissional tem de "enxergar" a empresa como um todo, bem como, entender o funcionamento e a integração de seus processos de obtenção, transformação e entrega de seus serviços, produtos e informações, ao mercado e aos seus clientes. Entender como se integram os processos internos e como eles se relacionam com o ambiente externo, como circulam as informações veiculadas através destes processos internos, desde seus pontos de origem, nos quais são geradas, até seus destinos, nos quais são utilizadas é uma característica de quem possui a competência visão sistêmica. Possuir visão sistêmica é importante para todos os profissionais de uma organização, pois, estes poderão se posicionar na estrutura organizacional e compreenderem seu papel como membros de uma equipe na execução de suas tarefas inerentes aos seus cargos dentro das áreas organizacionais em que atuam. Aos gestores, possuir visão sistêmica é requisito obrigatório para o exercício das funções dos cargos que ocupam, seja nas relações internas com seus superiores, pares ou subordinados, seja nas relações externas, quando representam a organização em seus diversos relacionamentos profissionais; 29 pois, escolhas de alternativas, definições de ações e tomadas de decisão exigem de quem se utiliza destes instrumentos de administração, capacidade de analisar, ponderar e avaliar os reflexos de suas ordens em todo o contexto organizacional, enxergando a organização como um todo e como esta irá reagir frente às suas decisões. A visão sistêmica pode e deve ser desenvolvida gradativamente pelas pessoas, em diferentes momentos e níveis organizacionais, mormente por aquelas que aspiram cargos de gestores. Planejar as ações para o desenvolvimento desta competência, organizar e coordenar o processo de ensino e aprendizagem e incentivar as pessoas para que pratiquem a nova competência adquirida é um desafio que deve fazer parte do arsenal de projetos estratégicos que a área de gestão de pessoas se propõe a executar na organização. 30 INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE DE CUSTOS 2 Conhecimento Entender os Custos de uma empresa. Habilidades Identificar os termos da contabilidade geral em uma empresa. Atitudes Desenvolver maneiras de ajudar na contabilidade geral. Saber desenvolver estratégias de melhoria utilizando os tipos de custos existentes em uma empresa. 31 32 INTRODUÇÃO A Contabilidade de Custos é um dos segmentos da Contabilidade, sendo de uso comum nas empresas industriais, no entanto, as demais modalidades de empresas (prestadoras de serviços e comerciais) a utilização devido a orientação trazida por suas informações no processo de tomada de decisão. Vale salientar que a Contabilidade de Custos centra sua atenção no estudo da composição e no cálculo dos custos, além de observar o resultado dos centros ou dos agentes do processo produtivos, tendo como característica ser de caráter interno. A Contabilidade de Custos não surgiu completa, todavia, no decorrer do seu processo evolutivo observado até os dias de hoje, vem demonstrando sua utilidade como instrumento gerencial do planejamento e do controle. Pode-se asseverar então que a Contabilidade de Custos mensura e retrata informações financeiras e não financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos de uma entidade. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos nasceu no século XVIII, a partir da Revolução Industrial, onde, até então a Contabilidade da época mostrava-se suficiente às necessidades dos empresários, ao passo que a determinação do custo de uma mercadoria era facilmente detectada. Desta forma, o comerciante ao comprar uma determinada mercadoria por $50,00, esse seria o custo, desta forma, venderia tal mercadoria pelo mesmo valor, para não incorrer em prejuízo. Observa-se que a determinação do quanto custou uma mercadoria era de fácil mensuração. Os comerciantes para apurar o resultado do exercício somavam as receitas e subtraíam delas o custo da mercadoria vendida, gerando o lucro 33 bruto. Do lucro bruto eram deduzidas as demais despesas e, assim, encontravam o lucro ou prejuízo do período (esse sistema de apuração ainda hoje é utilizado pela contabilidade). Exemplo: Vendas (-) custo das mercadorias vendidas (=) lucro bruto (-) despesas administrativas (-) despesas comerciais (-) despesas financeiras (=) lucro/prejuízo Para se proceder ao levantamento da apuração do resultado de cada período, fazia-se a contagem do estoqueem termos físicos, onde, o cálculo era feito por diferença apurando o quanto se possuía de estoque inicial adicionando as compras do período e comparando com o que ainda restava. Desta forma apurava-se o valor de aquisição das mercadorias vendidas, representadas pela seguinte fórmula: Estoques Iniciais (+) Compras (-) Estoques Finais = Custo das Mercadorias Vendidas Com o surgimento da Revolução Industrial, a Contabilidade de Custos apresentou grande valia, devido à necessidade da avaliação dos estoques (insumos, produto final, dentre outros), ou seja, os processos de produção passaram a ser mecanizados, produzindo em grandes quantidades produtos padronizados, utilizando grandes estruturas industriais, além de máquinas e equipamentos que aceleravam a produção. 34 Diante dos fatos, as indústrias se depararam com uma nova necessidade contábil, capaz de determinar o custo de cada unidade produzida, visto que tal custo já não era tão facilmente obtido, como em momentos anteriores a Revolução Industrial. A Contabilidade de Custos não é uma “ciência” estática, desta forma, com o passar dos tempos, houve uma evolução considerável em seu campo de atuação, passando a gerar informações, não só para controle, mas também para o planejamento e tomada de decisão. No tocante ao seu processo evolutivo, a Contabilidade de Custos aparece nos Estados Unidos como técnica independente e sistemática, envolvendo a produção industrial, sobretudo estudando os problemas de mão- de-obra e repercussões no custo industrial, vindo a se preocupar de modo menos empírico com os custos de material consumido (direto) nas operações, buscando a visão global do processo produtivo, momento em que são discutidos os maiores entraves da Contabilidade de Custos, os chamados Custos Indiretos de Fabricação (CIF). Denominados também de despesas indiretas de fabricação, estes vem historicamente sendo os grandes vilões da Contabilidade de Custos, por serem de difícil alocação. Na Contabilidade de Custos nos dias atuais, existem critérios e técnicas que solucionam de modo bastante adequado os problemas relacionados a esse aspecto. O sistema de custos busca mensurar os gastos com a produção (custos totais), para que com base nestas informações possam ser realizadas classificações, análises, avaliações, controles e planejamentos, consequentemente, transforma-se num importante instrumento de gestão. 35 CONTABILIDADE FINANCEIRA, DE CUSTOS E GERENCIAL A Contabilidade Financeira (No Brasil, fortemente influenciada pela Legislação Societária) tem por objetivo fornecer informações aos acionistas, credores, fornecedores e outros usuários externos à empresa, enfatizando o preparo de relatórios para tais usuários. Este segmento da Ciência Contábil é limitado pelos princípios contábeis, devendo se ater: Regras de reconhecimento da receita e mensuração de custo. Tipos de itens que são classificados como ativo, passivo e patrimônio líquido no balanço patrimonial. A Contabilidade Gerencial estuda informações a serem fornecidas aos tomadores de decisão, ou seja, às pessoas internas à organização, responsáveis pela direção e controle das operações. Desta forma, enfatizando na formatação de relatórios gerenciais para seus usuários internos, não estando restrita aos princípios contábeis. Da mesma forma que a Contabilidade Geral, a Contabilidade de Custos não surgiu completa, todavia, seu processo evolutivo de aperfeiçoamento é verificado até os dias atuais. A Contabilidade de Custos, em todas as atividades empresariais, reflete sua utilidade como instrumento gerencial do planejamento e do controle, e principalmente, na tomada de decisão. Pode-se assegurar que a Contabilidade de Custos mensura e relata informações financeiras e não financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos pela organização. A avaliação dos estoques e a apuração do resultado econômico, por meio do controle de custos, trazem condições para o acompanhamento do desempenho empresarial, vinculando a aplicação do ciclo da contabilidade de custos aos resultados preestabelecidos. 36 FINALIDADES DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Dentre as principais finalidades da Contabilidade de Custo, destacam- se: a) Determinar os custos para determinado período; b) Controlar as quantidades físicas produzidas, através do custo médio; c) Estabelecer sistemas de controle de custo que permitam análises, comparações, redução ou melhoramentos do custo; d) Fornecer dados de custo com relação a determinadas alternativas, a fim de que a administração possa tomar decisões quanto à escolha; e) Subsidiar as informações tanto a Contabilidade Gerencial quanto a Contabilidade Financeira. TERMOS UTILIZADOS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS Como as demais ciências e técnicas, a Contabilidade de Custos apresenta um rol de termos utilizados na sua execução. Destacam-se: Gasto - é a renúncia de um ativo feita pela empresa (dinheiro ou promessa de entrega de bens e direitos), para obtenção de um bem ou serviço - seja para uso, troca, transformação ou consumo. Podem ser classificados em: Investimentos; Custo; Despesa; Perda 37 Investimentos – são gastos destinados à obtenção de bens, direitos ou serviços que serão ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis à períodos futuros. Custo - são gastos que a entidade realiza com o objetivo de por o seu produto pronto para ser comercializado, fabricando-o ou apenas revendendo-o, ou o de cumprir com o seu serviço contratado. É todo dispêndio efetuado (ou ainda devido) pela empresa, que esteja diretamente relacionado ao processo de industrialização, comercialização ou de prestação de serviços. Em uma indústria, o preço pago ou a pagar pela matéria prima, pelos salários dos empregados da fábrica, pela energia elétrica da fábrica, pelo aluguel da fábrica etc., representam custos porque estão “ligados” ao processo de produção de outros bens e serviços. Despesas – são gastos efetuados para obtenção de bens ou serviços aplicados nas áreas administrativa, comercial ou financeira, visando a obtenção de receitas. Desembolso – é o pagamento resultante da aquisição de bens ou serviços e pode ocorrer antes, durante ou depois da entrega dos bens ou serviços comprados, portanto, pode haver ou não defasagem em relação ao momento do gasto Diferença entre Custo e Despesa - vai para o Resultado, não é recuperada nas vendas, provoca redução do Ativo (adquiridas à vista) ou aumento do Passivo (adquiridas a prazo). Custo – Vai para o produto, é recuperado diretamente nas vendas, vai para o estoque e aumenta o Ativo. Perda – gasto não intencional, ocorrido no processo de fabricação, no transporte ou manuseio de produtos, podendo ser: 38 Decorrente de fatores externos/fortuitos: Considera-se despesa e vai para o Resultado do Exercício. Decorrente da atividade produtiva da empresa: Integra o custo do produto. Apropriar e Alocar – Identificar gastos, ou “distribuir recursos” a um determinado produto ou fim específico. Pode também significar agregar, ou somar, quando estiver relacionado à acumulação de gastos em um centro de custo. Objeto de custeio – é qualquer item, como produtos, clientes, departamentos, processos, atividades, e assim por diante, para o qual os custos são medidos e atribuídos. Custeio – é a técnica ou procedimento de se obter o custo de um objeto de custo qualquer (um produto, um serviço, um cliente etc.). 39 40 CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DE CUSTOS 3 Conhecimento Compreender os custos existentes em uma empresa. Habilidades Identificar os tipos decustos dentro de uma empresa. Atitudes Desenvolver estratégias de combater os custos desnecessários em uma empresa. 41 42 CUSTOS DIRETOS É o custo que pode ser identificado e diretamente apropriado a cada tipo de bem ou objeto a ser custeado no momento de sua ocorrência, ou seja, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. É aquele que pode ser atribuído (ou identificado) direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Não necessita de rateios para ser atribuído ao objeto custeado, ou ainda, são aqueles diretamente vinculados no cálculo dos produtos, sendo: os materiais diretos usados na fabricação do produto e a mão-de-obra direta. Os custos diretos têm a propriedade de ser perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Os custos são qualificados aos portadores finais (produtos), individualmente considerados. Por exemplo: a madeira para fabricar móveis, os salários de todos os operários que trabalham diretamente no produto. Desta forma, pode-se afirmar que os custos diretos são aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando apenas que se tenha uma unidade de medida de consumo, como Kg de matéria-prima por produto, unidades de embalagem utilizada no produto, horas de mão-de-obra gastas no produto, etc. A matéria-prima é um custo direto por ser possível alocar eficientemente seus gastos em cada produto, ou seja, pode-se avaliar o quanto de matéria- prima foi utilizada em cada unidade de produto. 43 CUSTOS INDIRETOS É o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência, ou seja, são aqueles apropriados aos portadores finais mediante o emprego de técnicas que só obedecem parcialmente o princípio da causação. Desta forma, atribui-se parcelas de custos a cada tipo de bem ou função por meio de critérios de rateio. É um custo comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrência. Ou ainda, pode ser entendido, como aquele custo que não pode ser atribuído (ou identificado) diretamente a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Faz-se necessário critério de rateio ou parâmetros para atribuição ao objeto custeado. São aqueles que apenas mediante aproximação podem ser atribuídos aos produtos por algum critério de rateio. São os materiais (como cola e verniz consumidos na fabricação de móveis) a mão de obra indireta (chefia, supervisão, operários que cuidam da manutenção de equipamentos) e os demais custos de fabricação (seguros, impostos, aluguel da fábrica). Como exemplo de custos indiretos, tem-se: mão-de-obra indireta, representada pelo trabalho nos departamentos auxiliares nas indústrias ou prestadores de serviços e que não são mensuráveis em nenhum produto ou serviço executado; materiais indiretos, que são materiais empregados nas atividades auxiliares de produção, ou cujo relacionamento com o produto é irrelevante (graxas e lubrificantes); outros custos indiretos, sendo os custos que dizem respeito à existência do setor fabril, (depreciação, seguros, transporte e refeições da mão-de-obra). Vale ressaltar que os custos diretos são atribuídos diretamente aos produtos, e os custos indiretos devem antes ser alocados setorialmente, para, só então, posteriormente, serem transferidos aos produtos, onde, denomina-se rateio de custos indiretos, o processo de transferência sucessiva dos custos 44 indiretamente, primeiro sobre os setores da empresa e, após, sobre os produtos. CUSTOS FIXOS São os custos que mantém um dimensionamento constante, sem depender do volume de produção, ou ainda, os custos de estrutura que permanecem por vários períodos sem variações, não ocorrendo em consequência de variação no volume de atividade em períodos iguais. São os custos que permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada, independente do volume de produção, ou seja, uma alteração no volume de produção para mais ou para menos não altera o valor total do custo, onde, tem-se como exemplo o salário da diretoria, aluguel, seguros, dentre outros. O principal exemplo é o aluguel de imóvel ocupado por indústria, cujo valor mensal é o mesmo em cada período, independentemente do volume produzido. Mesmo quando o valor do aluguel é reajustado, o custo continua fixo porque houve apenas uma atualização do valor contratado, em função da desvalorização do poder aquisitivo da moeda. Outro exemplo é a depreciação calculada pelo método das cotas constantes, em que o valor de cada período é sempre o mesmo independentemente do volume produzido pelo equipamento que está sofrendo depreciação. Segundo Ludícibus (1987), os custos fixos, por sua vez, são fixos, mas nas intenções dos que assim os classificam do que na realidade. Muitas vezes, embora fixos quanto à intensidade do esforço ou dos serviços envolvido, sofrem variações devidas apenas à inflação ou acréscimo de preços. Somente algumas despesas, tais como ordenados do pessoal administrativo, são fixas, ou pelo menos previsíveis para o período orçamentário, desde que os reajustes sejam previsíveis. 45 Dentre as principais características dos custos fixos, tem-se: O valor total permanece constante dentro de determinada faixa da produção; O valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção, por tratar de um valor fixo diluído por uma quantidade maior; Sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita na maioria das vezes, de critérios de rateios determinados pelo contador de custos; As variações dos valores totais podem ocorrer em função de desvalorização da moeda ou por aumento/redução significativa do volume de produção. CUSTOS VARIÁVEIS São os custos que variam de acordo com o objeto de custeio ou ainda, em alguns casos que se modificam em função da variação do volume/atividades das operações, ou seja, da variação na quantidade produzida no período. Quanto maior o volume de produção, no período, maior será o custo variável. Em uso geral, a palavra “variável” significa simplesmente “mutável”, porém em contabilidade, variável tem um significado mais restrito. Refere-se, não as mudanças que ocorrem no tempo, ou a estações, mas somente as mudanças associadas com o nível de atividades, isto é, com o volume. Se o custo aumenta à medida que cresce o volume, é um custo variável. Segundo Anthony, “os custo variáveis variam direta e proporcionalmente com o volume”. Na realidade são os custos que mantêm relação direta com o volume de produção ou serviço. Dessa maneira, o total dos custos variáveis cresce à medida que o volume de atividades da empresa aumenta. 46 Características dos custos variáveis: Seu valor total varia na proporção direta do volume de produção; O valor é constante por unidade, independentemente da quantidade produzida; A alocação aos produtos ou centros de custos é, normalmente, feita de forma direta, sem a necessidade de utilização de critérios de rateios. O quadro abaixo ilustra a classificação dos custos e despesas: 47 48 MÉTODOS DE CUSTEIO 4 Conhecimento Compreender que existem vários métodos de custeio em cima de um produto. Habilidades Identificar os tipos de custeio e adequá-los na melhor maneira no produto. Atitudes Desenvolver métodos e critérios para avaliar um produto e assim poder colocar um dos tipos de custeio no objeto para sua venda. 49 50 CONCEITO DE MÉTODOSDE CUSTEIO Entende-se por método de custeio, a forma como as empresas agregam ao preço de venda seus custos de fabricação, tendo como principal objetivo fazer a distinção de custos variáveis e custos fixos e definir qual seu peso dentro do preço de venda do produto. Dentre os métodos de custeio, destacam-se: custeio variável; custeio por absorção; custeio ABC (Activity Based Costing); Custeio RKW (Reichskuratorium fur Wirtschaftlichkeit); custeio padrão. CUSTEIO POR ABSORÇÃO Este método de custeio considera todos os custos diretos e indiretos incorridos na produção para apurar o seu custo final. Segundo FLORENTINO (1983) no custeamento por absorção procura-se descarregar ao máximo toda a gama de custos existentes na empresa, mas, assim mesmo, em certos casos, os gastos de caráter tipicamente de administração geral poderão ficar fora da absorção e ser levado ao resultado. Para MARTINS (2000) custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de Contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. No método de custeio por absorção os princípios contábeis são respeitados, sendo esta uma das razões que o torna o mais utilizado dos métodos, sendo este o método obrigatório e é o único aceito pela legislação brasileira. 51 Suas vantagens são: Está de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos e com a legislação fiscal, fato que não interfere na contabilidade gerencial, que não está adstrita ao arcabouço legal; Os custos fixos de produção assumem grande relevância; Tem melhor aceitação, por ser de fácil implementação já que todos os custos inerentes à produção são absorvidos pelo custo unitário; É interessante para empresas que tem giro próprio de seus produtos; O custo fixo é levado a estoque e só transforma-se em resultado no momento da venda; Cria dentro da empresa um sistema de taxa que fornece aos seus gestores um indicativo de prioridade no consumo dos recursos. Dentre as desvantagens deste método de custeio, tem-se: Incorpora ao valor dos estoques os custos fixos indiretos, o que gera uma superavaliação de estoques, pois, custos indiretos fixos deveriam ser registrados como despesa do período a que se refere; Promove distorções nas decisões devido à arbitrariedade dos rateios e de incentivar a superprodução; Destaca-se o seu uso apenas para relatórios contábeis externos; Leva a decisões econômicas inadequadas, incentivando a redução dos custos unitários; Contêm quase sempre uma arbitrariedade, pois, as alocações são feitas sem vincular o custo a cada produto; 52 O custo unitário sempre é mascarado por incorporar o custo fixo indireto. CUSTEIO VARIÁVEL No custeio variável ou direto, somente os custos que forem conseqüência da produção farão parte do cálculo do custo unitário do produto. Nesse sistema deve-se classificar os custos do produto e os custos fixos e variáveis, onde os custos variáveis serão apropriados ao custo do produto e os custos fixos serão diretamente lançados ao resultado do período em que ocorreram. Conforme FLORENTINO (1983) a técnica do custeio direto segue o princípio de não ratear e não distribuir, aos custos dos produtos, as parcelas de custos fixos. Na técnica do custeio direto todos os custos diretos variáveis são imputados aos custos dos produtos ou serviços mediante sistemas de apuração e medição. Por tal definição observa-se que a diferença entre o custeio por absorção se dá quando se faz o levantamento dos custos de mercadorias e ou serviços vendidos. No primeiro, todos os custos relativos aos produtos aplicados no período são considerados para se fazer o resultado, já nesse, apenas os custos de produtos vendidos no período são considerados, e os custos fixos não entram nesse cálculo, que são levados ao resultado como despesas fixas e não como custo de produção. Martins (2000) entende que no custeio direto, só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado, para os estoques só vão, como consequência, custos variáveis. Pode-se concluir que o custeio variável não se preocupa com a obtenção do custo unitário ao contrário do custeio por absorção. 53 O custeio direto ou variável não é aceito pelo fisco, pelos auditores independentes nem por contadores, embora do ponto de vista gerencial é o que melhor mostra as variações, por tratar os custos fixos como despesa, deixando os custos variáveis mais visíveis aos olhos dos gestores. Este método fere os princípios contábeis, pois apropria os custos fixos de produção como despesas dentro do período independente de sua venda ou não, pois o princípio da competência prevê que se devem apropriar as receitas e delas deduzir todos os sacrifícios envolvidos na sua obtenção. Então, fabrica-se hoje, incorre-se o custo de fabricação hoje, porém a receita pode não ser de todos os produtos fabricados, pode-se vender boa parte da produção em outro período, daí, a não aceitação deste método pelo fisco, pois, não seria correto lançar todo custo fixo contra as vendas de hoje se parte da produção ficou em estoque. Do ponto de vista da gestão, a empresa pode fazer a apropriação pelo custeio direto, e ao encerrar o exercício, fazem-se os ajustes necessários no resultado para o levantamento do Balanço e DRE do período. As principais vantagens deste método são: O impacto dos custos fixos nos resultados é salientado porque o total desses custos aparece no demonstrativo de resultados; Os custos de manufatura e os demonstrativos de resultado pelo sistema de custeio direto refletem uma melhor apresentação do que pelo custeio por absorção, por essa razão a gerência entende mais facilmente os relatórios mostrados na forma do custeio direto. O custeio direto adapta-se melhor aos instrumentos de controle da organização, tais como o custo-orçado e os orçamentos. O custo dos produtos é medido objetivamente, pois, não sofrerá processos arbitrários ou subjetivos de distribuição dos custos comuns; 54 O lucro líquido não é afetado por mudanças de aumento ou diminuição de inventários; Os dados necessários para a análise das relações custo-volume- lucro são rapidamente obtidos no sistema de informação contábil; É mais fácil para os gerentes industriais entenderem o custeamento dos produtos sob o custeio direto; O custeamento direto é totalmente integrado com o custo-padrão e com o orçamento flexível, possibilitando o correto controle de custos. Dentre as desvantagens deste método observam-se: As dificuldades encontradas na separação entre custos fixos e custos variáveis são uma constante. Os erros ou inconsistências na classificação dos custos e ainda as mudanças dos custos variáveis torna este custeio limitado. A exclusão dos custos fixos indiretos para valoração dos estoques causa a sua subavaliação, fere os princípios contábeis e altera o resultado do período; Na prática, a separação dos custos fixos e variáveis não é tão clara como parece; O custeamento direto é um conceito de custeamento e análise de custos para decisões de curto prazo. CUSTEIO ABC (ACTIVITY BASED COSTING) Esse método de custeio procura amenizar as distorções ocasionadas pelos rateios dos custos indiretos, abordadas nos métodos tradicionais de custeio como a absorção e o direto. Essa abordagem divide a empresa em atividades, ou seja, cada atividade descreve o que é feito, quanto tempo é 55 gasto, que tipo de recursos são utilizados para cada atividade. Essemétodo de custeio faz o rastreamento dos custos, enquanto que os métodos mais usados (absorção e direto) fazem rateio de custos. O Activity Based Costing-ABC, surgiu no fim dos anos 80 e está se aprimorando até os dias atuais. Seu desenvolvimento deu-se devido a grande concorrência, pois, nestes tempos não mais a mão de obra e as máquinas eram os diferenciais competitivos, assim os gestores passaram a necessitar de informações gerenciais além dos relatórios financeiros. Passa-se a partir daí a necessitar de informações mais precisas dos processos produtivos. Outro fator que contribuiu para o desenvolvimento do ABC é que até o início dos anos oitenta, os custos indiretos de fabricação não representavam tanto no contexto da produção, porém com o desenvolvimento da tecnologia, os custos indiretos (CIF) passaram a representar níveis acima de 30% dos custos dos produtos, e os critérios de rateio ficaram cada vez mais subjetivos, provocando grandes distorções muito grandes na composição do preço dos produtos. Este método não é muito utilizado devido a sua complexidade no que tange ao mapeamento das tarefas e/ou processos produtivos. É necessário conhecer a fundo o chão de fábrica para que o modelo de custeamento seja correto. O CAM I (1991) – The Consortium for Advanced Manufacturing International – definiu o custeio baseado em atividades como um método que reconhece o relacionamento causal dos direcionadores de custos para custear as atividades, através da mensuração dos custos e do desempenho do processo relativo às atividades e aos objetos dos custos. Provocando distorções muito grandes na composição do preço dos produtos. 56 Dentre as vantagens deste método, tem-se: Identifica os custos no processo produtivo e não por volume produzido, o que facilita localizar as tarefas dispendiosas com maior precisão; Considera cada tarefa da empresa para ratear custos indiretos de produção; Deixa claros os desperdícios existentes nas despesas indiretas ao contrário do que acontece no sistema tradicional onde a ênfase está na redução de custos diretos; Facilita a determinação de custos relevantes; Avalia a eficiência e a eficácia da atividade; Determina as metas de curto e longo prazo da empresa; Identifica as atividades da empresa; Faz um rastreamento de custos ao invés de rateio de custos. Já as desvantagens do custeio ABC são observadas: Devido ao seu minucioso detalhamento, o mesmo pode tornar-se inviável por exigir um número excessivo de informações; Custo – benefício da implantação nem sempre é positivo. CUSTEIO RKW (REICHSKURATORIUM FUR WIRTSCHAFTLICHKEIT) Esta metodologia também conhecida como custeio pleno, surgiu na Alemanha e consiste no método em que todas as despesas tanto de produção como despesa da administração da empresa são rateadas. A técnica utilizada 57 para esse rateio é similar às dos custeios tradicionais, onde cada departamento da organização recebe sua cota de custos de maneira que no final, o rateio será sobre os produtos da empresa. Através deste rateio, encontra-se ao valor unitário do produto. Segundo NASCIMENTO & VARTANIAM (1999), o método de custeio pleno é aquele em que todos os custos e despesas de uma entidade são levados aos objetos de custeio, normalmente unidades de produtos e/ou ordens de serviços. A vantagem deste método é o fato de levar em consideração todos os gastos de uma organização sem qualquer exceção. Dentre suas desvantagens, se observa que tal método não distingue entre custos fixos e variáveis, o que pode levar a empresa a não vender determinado produto por não cobrir o custo do produto, porém o custo estaria distorcido visto que uma parcela dos custos fixos totais já está embutida ao produto e o custo unitário do produto não é real. CUSTEIO PADRÃO Também conhecido como custo pré-determinado pode ser conceituado como o custo que a empresa determina como meta a ser alcançada para um determinado período para um produto ou serviço específico. Segundo PADOVEZE (1994) o custo padrão é uma das técnicas para avaliar e substituir a utilização do custo real. O conceito de custo padrão mais aceito é o denominado padrão corrente, sendo calculado para um determinado período, considerando-se as deficiências que existem na empresa como desperdícios, matéria-prima de baixa qualidade, equipamentos e máquinas sucateadas, dentre outras, o que difere do custo padrão ideal, onde este não leva em consideração tais detalhes da empresa, visto que, surgiu da tentativa de se criar um custo em laboratório, um custo pronto, no entanto, pouco foi utilizado. O padrão corrente por sua vez é o mais utilizado, ao passo que se aproxima da realidade da empresa. Segundo MARTINS (2000) o custo padrão 58 corrente é o mais científico, no sentido de que faz a união entre aspectos teóricos e práticos da produção, enquanto o custo estimado só levaria em conta os práticos, podendo por isso nunca apontar defeitos ou ineficiências que seriam sanados com aquele. O principal objetivo do custo-padrão é fixar um padrão de comportamento para os custos, isto é, encontrar qual o montante máximo para determinado produto ou serviço e ao final do período se apuram esses custos, fazendo-se a comparação com os incorridos na realidade. Segundo BORNIA (2002:89) o método do custo padrão consiste em: a) Fixar um custo padrão, que servirá de referência para a análise dos custos; b) Determinar o custo realmente incorrido; c) Levantar a variação (desvio) ocorrida entre o padrão e o real; d) Analisar a variação, a fim de auxiliar na procura das causas (motivos) que levaram aos desvios. Dentre as principais vantagens deste método, se observa: Controlar e reduzir os custos: com a comparação padrão-real torna-se possível identificar os pontos de maior custo; Promover e medir a eficiência: pode-se verificar se os departamentos estão aptos para os padrões; Disponibilidade antecipada de dados: com os padrões é possível prever quais custos irão incorrer, ou pelo menos se ter uma idéia; Facilita as projeções: por ter os dados já “orçados” podem-se projetar os custos mais facilmente; 59 As principais desvantagens do método de custeio padrão são: Os próprios padrões: por ter um padrão, às vezes a gerência se vê bitolada a este e não procuram alterar propósitos mudando um ou outro detalhe; Motivação x Desmotivação: quando os padrões são fixados como inatingíveis as pessoas envolvidas acabam desanimando, o que pode colocar a metodologia em franco declínio na organização; Longo período de maturação: para que os padrões sejam coerentes devem sempre ser alterados, pois quando da sua implantação, irá ocorrer uma série de imperfeições e com o passar do tempo deverão ser aperfeiçoados, porém tais mudanças podem levar ao descrédito. 60 FORMAÇÃO DE PREÇO DE VENDA 5 Conhecimento Entender como calcular um preço de um produto. Habilidades Avaliar os preços adequados a ser estipulado em um produto. Atitudes Desenvolver análises de custos. 61 62 INTRODUÇÃO A apuração dos custos dentro de uma empresa deve não só se prestar para o seu registro contábil, mas também para auxiliar os seus dirigentes na tarefa de decidir sobre: Quando é melhor comprar ou produzir? Quando parar a fabricação de um produto ou aumentar a de outro? Como calcular o preço de venda? É crucial para indústria ou comércio calcular o preço de venda das mercadorias, onde, a etapa inicial para esse processo é obter o custo do produto. Após levantar tal informação, faz-se necessário identificar os percentuais das despesas que incidem na empresa, como impostos, comissão,inadimplência, dentre outros. IMPORTÂNCIA DOS PREÇOS DE VENDA Toda empresa, seja industrial, comercial ou de serviços, precisa determinar, com precisão, seus preços de venda, sob pena de perder mercados (por praticar preços acima da concorrência) ou sofrer prejuízos pela venda de seus produtos, mercadorias e serviços abaixo do custo. Basicamente, a formação do preço de venda pode ser simplificada pela equação Custo + Lucro + Despesas Variáveis = Preço de Venda. A apuração dos custos se faz pelos próprios elementos da contabilidade, com auxílio de informações extra-contábeis, como controles de estoques, rateios de custos indiretos, horas de produção, etc. Desta forma, a contabilidade de custos pode ser definida como um conjunto de registros específicos, baseados em escrituração regular (contábil) e apoiada por elementos de suporte (planilhas, rateios, cálculos, controles) utilizados para identificar, mensurar e informar os custos das vendas de produtos, mercadorias e serviços. 63 As despesas administrativas, apesar de não serem registradas, habitualmente, como custos contábeis, precisam ser mensuradas e acrescentadas à planilha de custos, para a correta formação do preço, pois se tratam de encargos necessários e que devem ser remunerados pelas vendas. Quanto ao lucro, convém ressaltar que este pode ser fixado por produto, por hora de serviço ou atividade, ou ainda em termos de percentual sobre as vendas. As despesas variáveis compreendem, entre outras: fretes sobre vendas, comissões, encargos financeiros para suporte do prazo de recebimento das faturas e tributos sobre vendas. Somados todos os itens se determinará o preço. Este precisa ser avaliado, comparado, analisado, equalizado com os preços da concorrência. Se estiver mais alto que esta, uma avaliação precisa ser feita, questionando-se: Há excesso de custos industriais, mercadológicos ou de outras ordens, que estão sobrecarregando o preço? A formação do preço de venda está correta, em todas as etapas? Os tributos estão aplicados de forma correta na planilha? A margem de lucro é compatível com a linha de produtos e o risco empresarial? Em outra situação, a apuração de preços muito abaixo da concorrência leva à necessidade do administrador a indagar: Foram somados todos os custos reais, efetivos, dos processos, matérias primas, embalagens e outros itens na formação do preço? Os custos aplicados são os de reposição? A margem de lucro remunera adequadamente o capital empregado? 64 Foram incluídos os custos financeiros para financiamento ao cliente na venda a prazo? Todos os tributos, comissões e outras despesas variáveis foram incluídos na planilha? O cálculo das despesas e os custos do produto demonstra a noção de qual será a margem de lucro a ser aplicada. A empresa somente conseguirá prosperar se praticar preços justos aos seus custos, despesas e sempre analisar a concorrência para obter um preço final melhor. Assim, satisfaz e conquista a clientela. FORMAÇÃO DOS PREÇOS DE VENDA A definição do preço adequado de venda de um produto/serviço junto ao mercado depende do equilíbrio entre o preço de mercado e o valor calculado, em função dos seus custos e despesas. O valor deve cobrir o custo direto da mercadoria/produto/serviço, somado as despesas variáveis e fixas proporcionais. Além disso, deve gerar lucro líquido. Para definir o preço de venda de um produto e/ou serviço, o empresário deve considerar dois aspectos: o mercadológico (externo) e o financeiro (interno). Pelo aspecto mercadológico, o preço de venda deverá estar próximo do praticado pelos concorrentes diretos da mesma categoria de produto e qualidade. Fatores como conhecimento da marca, tempo de mercado, volume de vendas já conquistado e agressividade da concorrência também exercem influência direta sobre o valor do produto. No caso do aspecto financeiro, o preço de venda deverá cobrir o custo direto da mercadoria/produto/serviço vendido, as despesas variáveis (por exemplo, comissões de vendedores), as despesas fixas (como aluguel, água, luz, telefone, salários, pró-labore). O saldo restante será o lucro líquido. 65 Se o preço ditado pelo mercado for menor que o encontrado a partir dos custos internos da empresa, o empresário deve refazer os cálculos financeiros para avaliar a viabilidade da sua prática. Em outras palavras, para equilibrar o preço de venda, a empresa deve diminuir custos diretos, despesas fixas ou ainda aceitar um lucro líquido menor. Para calcular a previsão de vendas de produtos/serviços, a empresa deve seguir algumas alternativas: Com base nas informações internas, analisar o comportamento das vendas realizadas em um determinado período e projetá-la para o mesmo período seguinte. Alguns aspectos podem interferir nessa projeção, como concorrentes, novos produtos, novos hábitos dos consumidores e eventos especiais, tais como festas, Olimpíadas, eleições, Copa do Mundo etc.; Por meio de pesquisas de mercado, realizar um estudo da demanda de mercadorias/produtos/serviços que poderia ser atendida pela empresa. Variáveis externas, como população, atividade econômica, situação política, nível de renda e emprego, concorrência, novos produtos etc., devem ser consideradas. RELAÇÃO CUSTO X VOLUME X LUCRO A análise custo x volume x lucro é uma ferramenta importante para o planejamento do curto prazo a diferença entre o planejamento de longo ou curto prazo é o tipo de planejamento a ser feito. O planejamento de curto prazo é elaborado quando queremos realizar uma adaptação ás mudanças e o planejamento de longo prazo é elaborado quando se quer fazer mudanças. Esse tipo de análise envolve quatro variáveis: custo, receita, volume de saídas e lucro. 66 Essa análise é baseada em alguns fatores: a) O preço de venda do produto, ou do serviço prestado, não se altera em função da quantidade que foi vendida; b) A análise é baseada como se a empresa trabalhasse com um único produto; c) Para tal análise, é necessário que os custos sejam divididos em custos fixos e custos variáveis; d) É preciso que a quantidade vendida seja sempre igual à quantidade produzida, ou seja, não são considerados os possíveis estoques. Dentro desse contexto, o item de mais destaque é o chamado ponto de equilíbrio, ou breakeven, que corresponde ao valor quantitativo que a empresa necessita produzir e vender para conseguir cobrir todos os custos, tanto os custos fixos, como os custos variáveis. No ponto de equilíbrio, a empresa não produz nem lucro, nem prejuízos. O planejamento do lucro se faz através desta análise, pois permite relacionar o custo e o volume de saídas para o estabelecimento da estratégia de preços, seleção de um melhor mix de vendas, quando uma empresa produz vários produtos, aceitação de encomendas especiais e estratégias de como penetrar em um mercado novo. A análise do custo permite que se tome uma decisão certa e para isso é preciso que haja uma separação entre custos fixos e variáveis. Quando aumentamos o volume de produção diminuímos o valor unitário dos custos fixos e assim aumentamos a lucratividade. Outro conceito importante a ser analisado é da margem de contribuição que aumenta cada vez que aumenta o nível de produção. Outro ponto importante é o conceito de ponto de equilíbrio ou ponto de ruptura "BREAK-EVEN-POINT" em inglês, ou seja, é o ponto em que o lucro da empresa é zero e a partir deste ponto a empresa entra na área da lucratividade tem como premissas: 67 a) Determinação dos custos e receitas; b) Classificação dos custos em fixos e variáveis; c) Permanência de todos os outros fatores (preço, métodos de produção, e eficiência da produtividade) envolvidos na análise permaneça constante. A análise do Ponto deEquilíbrio é fundamental nas decisões referente a investimentos, nos planejamentos de controle do lucro, no lançamento ou corte de produtos e para análise das alterações do preço de venda conforme o comportamento do mercado. Para o cálculo do ponto de equilíbrio existem três métodos que auxiliam a análise são eles: o método da equação, método da margem de contribuição e o método gráfico. Devemos ter em mente que a análise do ponto de equilíbrio é apenas um guia para o planejamento das operações da empresa devendo ser calculado sempre que precisamos tomar uma decisão que envolva a busca da competitividade quando o assunto é definição de preço. 68 BALANCED SCORECARD (BSC) 6 Conhecimento Compreender o que é e como funciona o Balanced Scorecard. Habilidades Identificar as perspectivas do Balanced Scorecard e fornecer uma visão de desempenho englobando os quatro indicadores. Atitudes Desenvolver uma gestão estratégica que une a estratégia, planejamento e orçamento. 69 70 CONCEITO Inicialmente o Balanced Scorecard surgiu através de um estudo realizado entre diversas empresas, denominado como: "Measuring Performance in the Organization of the Future", e que foi patrocinado pelo instituto Nolan e Norton, em 1990. Esse estudo foi motivado pela crença de que grande parte dos métodos existentes de medição de desempenho empresarial naquela época estavam se tornando insuficientes. A ferramenta BSC foi apresentada pelos professores da Harvard Business School, Robert S. Kaplan e David P. Norton, em 1992, como um modelo inovador de avaliação e performance empresarial, que atua como um sistema de suporte à decisão e à gestão estratégica. O Balanced Scorecard não é uma ferramenta destinada a contadores, pois muitos têm essa ideia, que está ligada a contabilidade da organização, o BSC deve ser utilizado pelos executivos que precisam tomar uma série de decisões: a respeito de suas operações, de seus processos de produção, de seus objetivos, produtos e clientes, ou seja, visando o atingimento do Planejamento Estratégico da organização. O BSC é um método que auxilia os gestores a desenvolver bem uma estratégia do princípio ao fim e depois fazer com que cada um na organização esteja envolvido a implementá-la (Kaplan e Norton, 2001). O mesmo autor afirma que os indicadores devem traduzir a estratégia da empresa e devem ser utilizadas para auxiliar qualquer um na organização e tentar atingir as prioridades estratégicas. Somente assim as empresas serão capazes de não apenas criar estratégia, mas também implementá-las. Devido ao seu grande sucesso, o Balanced Scorecard se tornou uma metodologia de gestão estratégica e desde então vem sendo aplicada com êxito no mundo inteiro em centenas de organizações do setor privado, público e não governamental. 71 O BSC, traduzido em sua forma literal, significa algo como "indicadores balanceados de desempenho", que possuem a capacidade de reunir elementos importantes para facilitar e acompanhar o andamento da estratégia. O Balanced Scorecard também leva à criação de uma rede de desempenho que atinge todos os níveis organizacionais, tornando-se assim uma ferramenta para comunicar e promover o comprometimento geral com a estratégia da corporação. Segundo Kaplan e Norton (2001) por contemplar medidas não financeiras, o BSC pode auxiliar as empresas frente às mudanças do meio ambiente onde os ativos intangíveis da organização ganharam maior importância como fonte de vantagem competitiva no final do século XX. COMPONENTES DO BSC Os componentes do BSC são: Mapas estratégicos – são os objetivos, ou seja, a tradução quantitativa e qualitativa da estratégia da organização, tomando como referência as quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos, aprendizagem e crescimento. Os objetivos estão organizados em mapas estratégicos estabelecendo entre si relações de causa e efeito. Estes mapas auxiliam todos os indivíduos da organização a entenderem a estratégia, e em como transformar ativos intangíveis em resultados tangíveis. Indicador - é a chave de desempenho. Que informam como é medido e acompanhado o sucesso de cada objetivo. Um bom balanceamento dos indicadores de desempenho deve ser uma combinação adequada de resultados (indicadores de ocorrências) com impulsionadores do desempenho (indicadores de tendências) ajustados à estratégia da organização. Os indicadores de ocorrência mostram o 72 desempenho de ações passadas, enquanto os indicadores de tendência indicam os prováveis resultados futuros. Qualquer indicador deve cumprir os seguintes requisitos: Ser claro, transmitir informação clara e confiável sobre o evento a analisar; Fácil de obter, mediante o acesso intuitivo a uma aplicação informática; Coerente com os fins estabelecidos, com a Visão e Missão da organização, medindo e controlando os resultados alcançados; Adequado e oportuno, estando disponível para a tomada de decisão; “Ter a sua unidade de medida corretamente identificada: números absolutos, porcentagens, dias, horas...”; Ter um responsável designado capaz de atuar sobre os indicadores. Metas - Trata-se do nível de desempenho esperado ou a taxa de melhoria requerida para cada indicador. As metas podem ser alteradas ao longo do tempo, permitindo uma evolução do desempenho ligado aos objetivos estratégicos, sem alterá-los. Ou seja, é o nível de desempenho ou taxa de melhoria necessária; Plano de Ações a desenvolver - São planos de ação e projetos associados às metas fixadas ao longo do tempo, que devem ser implementados com o fim de viabilizá-las. São “ações de intervenção” para garantir que as metas sejam alcançadas. 73 Cada um desses componentes existe de maneira ao mesmo tempo independente e interligada, sendo que devem ser muito bem estabelecidos para que o BSC possa ser aplicado de maneira eficiente. PERSPECTIVAS DO BSC O BSC vai além de medidas de curto prazo, revelando os principais vetores que uma organização necessita para possuir um desempenho financeiro competitivo e de longo prazo. Sua estrutura é formada por quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos e perspectiva de aprendizado e crescimento. Através de suas perspectivas, podemos perceber que a ideia principal do Balanced Scorecard é fornecer uma visão de desempenho integrada, englobando seus quatro indicadores, como mostra a imagem acima. Vale ressaltar que, a perspectiva financeira pode divergir dependendo de cada fase do ciclo de vida da empresa. Com isso em vista, Kaplan e Norton definiram os ciclos em apenas três fases, que são: o crescimento, a sustentação e a colheita: > Perspectiva dos Clientes: Essa perspectiva está intimamente ligada à visão da empresa e ao negócio como um todo. Ela pressupõe definições sobre o mercado e segmento nos quais a organização deseja competir. Sua proposta é monitorar a maneira pela qual a empresa entrega valor ao cliente, definindo indicadores de satisfação e trabalhando em cima dos resultados relacionados ao mesmo. O enquadramento dos desejos dos clientes tendem a ser feitos em quatro categorias: prazo, qualidade, desempenho e serviços, e custo. > Perspectiva dos Processos Internos: Nesta perspectiva as organizações identificam os processos críticos para a realização dos objetivos das duas perspectivas anteriores. Os processos devem criar condições para que a 74 organização forneça propostas de valor ao cliente e que seja capaz de atraí-lo e retê-lo nos seus segmentos de atuação, e ao mesmo tempo, criar valor para os stakeholders. Essa perspectiva do BSC cria uma visão de processo através de uma análise sequencial,
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