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Preparatório Prof. Me. Carlos Alberto Mestre em saúde do adulto (PPGSAD-UFMA) Doutorando (RENORBIO-UFMA) 1 BIOÉTICA: histórico e princípios BIOÉTICA: pesquisa envolvendo seres humanos e animais. 2 Contexto Histórico • Segunda Guerra Mundial: Resistência humana, fertilidade, medicina do campo de batalha, técnicas cirúrgicas e uso de medicamentos • 1 – Estudos em hipotermia Prisioneiros eram colocados (alguns nus e outros vestidos com os uniformes dos pilotos alemães) em água gelada durante períodos que variavam entre 2 e 5 horas para simular as condições do Mar. 3 Contexto Histórico • 2 – Resistência à pressão: Pendurar os prisioneiros em equipamentos de paraquedismo e os fechavam no interior de câmaras isobáricas. Todos foram executados no final do estudo. • 3 – Desidratação: Envolveu a participação de 90 ciganos — que foram isolados em uma área restrita e proibidos de beber água potável. O objetivo era descobrir quantos dias um marinheiro nazista poderia sobreviver em alto-mar consumindo apenas água salgada. 4 Contexto Histórico • 4 – Eficiência de medicamentos Sulfonamidas - cortes nos corpos dos prisioneiros e esfregavam pó de serra, vidro moído ou qualquer material contaminado nas feridas abertas. • 5 – Fertilidade Remoção de úteros e ovários, vasectomias e castrações — tudo sem anestesia — ou os expunham a altas doses de radiação para torná- los estéreis 5 Contexto Histórico AUSÊNCIA DE ÉTICA E MÉTODO CIENTÍFICO! 6 Contexto Histórico • Código de Nuremberg (1947) - conjunto de princípios éticos que regem a pesquisa com seres humanos. 7 Contexto Histórico • Código de Nuremberg (1947) - conjunto de princípios éticos que regem a pesquisa com seres humanos. 8 Contexto Histórico • Código de Nuremberg (1947) - conjunto de princípios éticos que regem a pesquisa com seres humanos. 9 Contexto Histórico • Código de Nuremberg (1947) - conjunto de princípios éticos que regem a pesquisa com seres humanos. 10 Princípios da Bioética • Beneficência/não maleficência “Fazer o bem” e “evitar o mal” • Autonomia “Liberdade de decisão” sobre sua vida • Justiça Dar a cada pessoa o que lhe é devido segundo suas necessidades 11 Estudo da Sífilis Não-Tratada de Tuskegee • 1932 e 1972 - 74 pacientes ainda estavam vivos; outros 25 tinham morrido diretamente de sífilis; 100 morreram de complicações relacionadas com a doença. 40 das esposas das cobaias humanas haviam sido infectadas pela doença, e 19 de suas crianças haviam nascido com sífilis congênita. 12 13 Leis orgânicas no. 8080/90 e no. 8142/90 Resolução CNS Nº466/2012. Artigo 7º. Lei 8.080/90 em tópicos – Aspectos gerais 1. A Lei 8.080 foi votada em 19 de setembro de 1990. -Essa lei aborda as condições para promover, proteger e recuperar a saúde, além da organização e o funcionamento dos serviços também relacionados à saúde. 2. A Lei regula em todo âmbito nacional -Agregando todas as ações e serviços de saúde, inclusive os que são prestados pela iniciativa privada. 3. Por meio desta lei, as ações de saúde passaram a ser regulamentadas em todo território nacional. 14 4. A participação da iniciativa privada no SUS é aceita em caráter complementar com prioridade das entidades filantrópicas sobre as privadas lucrativas. 5. A descentralização político-administrativa é reforçada na forma da municipalização dos serviços e das ações de saúde, com redistribuição de atribuições e recursos em direção aos municípios. 15 Artigo 7º. Lei 8.080/90 em tópicos – Aspectos gerais 6. A partir desta lei, observamos que algumas das atribuições do SUS são: Assistência terapêutica integral; Assistência farmacêutica; Controle e fiscalização de alimentos, água e bebidas para o consumo humano; Formação de Recursos humanos para área da saúde; 16 Artigo 7º. Lei 8.080/90 em tópicos – Aspectos gerais 7. Execução das ações de: saúde do trabalhador, vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e vigilância nutricional. 8. Trata da gestão dos recursos financeiros, condicionando a existência de conta específica para os recursos da saúde e a fiscalização da movimentação bancária pelo Conselho Municipal de Saúde. 9. Define os critérios para a transferência de recursos: perfil demográfico e epidemiológico, características quantitativas e qualitativas da rede, desempenho técnico e econômico- financeiro no período anterior e nível de participação orçamentária para a saúde, além de definir que o Plano Municipal de Saúde é a base das atividades e da programação de cada nível de direção do SUS. Para concluir, um tema fundamental tratado nesta lei é a garantia da gratuidade das ações e dos serviços nos atendimentos públicos e privados contratados e conveniados. 17 Artigo 7º. Lei 8.080/90 em tópicos – Aspectos gerais 10. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 11. Regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. 18 Artigo 7º. Lei 8.080/90 em tópicos – Aspectos gerais Principais pontos cobrados em prova! 1. A Lei regula em todo território nacional e traz todo o contexto de organização do SUS. 2. A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 3. O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 19 4. O artigo segundo regulamenta o artigo 196 da CF/88. Observe que há mudanças na escrita, mas o contexto é o mesmo: responsabilização do estado perante as ações e serviços de saúde, necessidade de uma política social e econômica com o objetivo de reduzir risco de doenças e agravos, com o tipo de acesso para todos (universal e igualitário) para as ações já mencionadas e descritas na aula anterior. 5. Para gravar o art. 196 da CF/88 e o Art. 2ª da LOS, basta fazer as seguintes perguntas, exemplo: 20 Principais pontos cobrados em prova! • A saúde é um direito de quem? - DE TODOS! • Dever de quem? - DO ESTADO! • Para que seja implementada o que deve ser feito? - UMA POLÍTICA ECONÔMICA E SOCIAL. 21 DESTA FORMA... • Com que objetivo? -REDUZIR O RISCO DE DOENÇAS E DE OUTROS AGRAVOS! • Com que tipo de acesso? -UNIVERSAL E IGUALITÁRIO! • Para que tipo de ações? -PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO! 6. O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. 7. Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013). 22 Principais pontos cobrados em prova! O conceito ampliado de saúde, que foi uma das solicitações da VIII CNS. Observem que a saúde deixa de ser um conceito estanque – ausência de doenças, e passa a agregar fatores determinantes e condicionantes. Observem que, em sua maioria, estão ligados a outros setores do poder público. Logo, para que haja condições adequadas de saúde, existe a necessidade de fomentar ações intersetoriais. Este conceito também é conhecido como: conceito social, conceito subjetivo e qualidade de vida. 8. Dizem respeito também à saúde as ações que se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. 9. Constitui o Sistema Único de Saúde – SUS: O conjunto de ações e serviços desaúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público. 10. Estão incluídas nas ações e serviços do SUS, as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para a saúde. 23 Principais pontos cobrados em prova! Observe que o sistema de saúde é o conjunto de ações prestadas por todas as esferas de governo! Incluindo a administração direta e a indireta. 11. A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde - SUS, em caráter complementar. 24 Principais pontos cobrados em prova! A iniciativa privada pode participar do SUS, em caráter complementar, tendo prioridade as instituições filantrópicas e sem fins lucrativos. Mas existe um pré-requisito para a contratação ou convênio com a rede privada: Haver insuficiência de recursos da rede pública. 12. A LOS 8.080/90 traz 3 objetivos do SUS. Mas, muitas vezes, as bancas “transformam” estes objetivos em vários. Para lembrar quais são: • Objetivo 1: através desta lei o conceito de saúde é ampliado e passa a ser um conjunto de fatores determinantes e condicionantes – logo, o primeiro objetivo do SUS é? - Identificar e divulgar estes fatores determinantes! • Objetivo 2: vimos que para o estado prover as ações e serviços de saúde há necessidade de? - Formular uma política econômica e social! • Objetivo 3: o art. 196 da CF/88 e o art. 2º desta lei definem que as ações e serviços de saúde devem ser de promoção, proteção e recuperação- logo, o terceiro objetivo? - Assistir as pessoas por meio de ações de promoção, proteção e recuperação. Sempre lembrando que deve existir o somatório das ações preventivas e curativas, mas a prioridade: ações preventivas. 25 Principais pontos cobrados em prova! 13. Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde-SUS: A execução de ações: a. De vigilância sanitária; b. De vigilância epidemiológica; c. De saúde do trabalhador; e d. De assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica. 26 Principais pontos cobrados em prova! A participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico; A ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; A vigilância nutricional e orientação alimentar; A colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; A formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção; O controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; A fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas, para consumo humano; 27 Principais pontos cobrados em prova! Participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; O incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; A formulação e execução da política de sangue e seus derivados • Os verbos: participar e colaborar ESTÃO RELACIONADOS ÀS AÇÕES INTERSETORIAIS. Observem as ações de SANEAMENTO BÁSICO, por exemplo: não é uma ação direta da saúde, mas a ausência das suas ações causa um grande impacto na saúde, por isso é uma ação intersetorial; 28 Principais pontos cobrados em prova! Dos Princípios e Diretrizes: 14. As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; Integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; 29 Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário; Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; Participação da comunidade; Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a. Ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; b. Regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; 30 Dos Princípios e Diretrizes: Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população; Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos. Organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017). 31 Dos Princípios e Diretrizes: Os princípios do SUS são muito cobrados em prova. Muitos certames utilizam em questões a divisão teórica dos princípios: a. Doutrinários (universalidade, integralidade e equidade*); b. Organizativos: todos os outros que constam no art. 7º desta lei. Se a pergunta não solicitar a divisão, respondam utilizando o conteúdo do artigo citado. No total são 14 princípios. 32 Dos Princípios e Diretrizes: 15. Universalidade: acesso para todos os cidadãos 16. Integralidade: um dos mais cobrados em prova. Notem que este princípio está relacionado: ao indivíduo como um ser social, à oferta das ações de acordo com a real necessidade, dentro dos níveis de complexidade do sistema, de forma contínua e articulada; 17.Igualdade: todos são iguais perante a lei. Importante destacar que este conceito é diferente de equidade. 33 Dos Princípios e Diretrizes: Equidade: A palavra equidade deriva da palavra “equivalente”. Ela é muito usada no direito, existem vários sinônimos para representá-la ou igualá-la ao mesmo significado. É a maneira mais comum de se expressar quando queremos que duas coisas, objetos, pessoas e etc. possam ser equivalente uma com as outras. Usualmente vemos a expressão de se um sistema social é ou não equitativo. Aí tem uma representação clara do termo equidade. A equidade adapta a regra para um determinado caso específico, a fim de deixá-la mais justa. 18. Participação da Comunidade: uma diretriz e um princípio. Regulamentado pela LOS 8.142/90; 19. Descentralização Político-administrativa: através da municipalização, de forma regionalizada e hierarquizada. 20. Capacidade de resolução: resolutividade – cada nível de complexidade deve executar todas as ações pertinentes ao mesmo. 34 Dos Princípios e Diretrizes: A importância do controle social e a Lei 8.142/90 Vamos falar de Controle Social? 35 • O controle social é um processo no qual a população participa, por meio de representantes, na definição, execução e acompanhamento de políticas públicas, as políticas de governo. • A saúde tem sido referida como o bem mais precioso de uma nação, sendo responsabilidade de todos – estado e sociedade. 36 37 O Sistema Único de Saúde é um exemplo desse processo, tendo sido criado em 1988, com á atual Carta Magna, que até os dias atuais nãofoi ainda implementado em sua magnitude. Contudo, estabeleceu o controle social sobre as políticas de saúde, e que somente será possível efetivamente com a organização popular. • O controle social pode ser entendido como a fiscalização direta da sociedade civil nos processos de gestão da coisa pública, a apropriação pela sociedade organizada, dos meios e instrumentos de planejamento, fiscalização e análise das ações e serviços de saúde (CORREIA, 2000). 38 • O controle social traz a possibilidade de a sociedade civil interagir com o governo para estabelecer prioridades e definir políticas de saúde que atendam às necessidades da população. • Tendo como estratégia para sua viabilização os canais de participação institucional, tais como os conselhos de saúde e as conferências de saúde. 39 • Obs.: conclusivas • A Lei n. º 8.142/90, resultado da luta pela democratização dos serviços de saúde, representa uma vitória significativa. A partir deste marco legal, foram criados os Conselhos e as Conferências de Saúde como espaços vitais para o exercício do controle social do Sistema Único de Saúde (SUS). 40 41 Quando conquistamos esses espaços de atuação da sociedade na lei, começou a luta para garanti-los na prática. Os Conselhos de Saúde foram constituídos para formular, fiscalizar e deliberar sobre as políticas de saúde. Deliberar acerca das políticas de saúde é uma grande conquista da sociedade. 42 • É de responsabilidade do CNS elaborar, em conjunto com o Ministério da Saúde, a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social do SUS. • O reconhecimento da rica diversidade regional do País, com suas especificidades locais, estabelece e incentiva que os Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde também elaborem suas políticas e planos de ação, apoiados pelos gestores municipais e estaduais (BRASIL,2006). 43 • O Controle Social é uma diretriz e princípio do SUS e sua regulamentação se dá através da Lei Orgânica da Saúde - 8.142/90. De acordo com a lei em questão, o SUS tem duas instâncias colegiadas: os conselhos de saúde – em caráter permanente, e as Conferências de Saúde – que, de forma ordinária, devem acontecer a cada 4 anos em todas as esferas de governo. (SOUZA,2016). As conferências de saúde são espaços de discussão das políticas. A mais importante, para a construção e consolidação de um sistema único com participação popular, foi a VIII CNS que aconteceu em 1986, momento de consolidação da reforma sanitária e criação dos ideais do SUS. 44 Resolução CNS Nº466/2012 e nº 510/2016 45 46 47 48 49 50 51 52 53 Quando a pesquisa é encaminhada à CONEP? • Quando o projeto for de área temática especial (ex.: reprodução e genética humana, fármacos ou produtos não registrados, população indígena ou pesquisa s com participação estrangeira – Indústria s multinacionais; • Quando o projeto não for de área temática especial, mas o CEP gostaria que a CONEP apreciasse o projeto; • Quando o projeto tiver como instituição proponente o ministério da saúde, o projeto irá direto para o CONEP; 54 55 Quando o projeto não tiver instituição Proponente, irá para a CONEP para que ela indique um CEP para avaliar a pesquisa ( geralmente é usado critério regional para essa escolha); Quando o projeto tiver uma instituição proponente que não esteja vinculada a nenhum CEP, nem as instituições a que esteja vinculada a instituição proponente ( instituições “mães” da instituição proponente) estejam vinculadas a um CEP. • Assim, todo pesquisador que deseje realizar estudos envolvendo a participação de seres humanos precisa submeter previamente seus projetos de pesquisas à análise de um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), órgão vinculado à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). • O projeto deve apresentar o formato da pesquisa a ser desenvolvida respeitando as normas e os regulamentos éticos aplicáveis. 56 CONEP 57 Plataforma Brasil 58 Bioética e Atenção Hospitalar: Relação profissional e usuário, confidencialidade e privacidade. 59 Privacidade Ética Justificativa Respeito à Pessoa Moral Normas Código de ética Declaração Universal dos Direitos do Homem Declaração de Genebra WMA Legal Legislação Constituição Código Penal Códigos de Ética DEFINIÇÕES... Declaração Universal dos Direitos do Homem - 1948 Artigo XII - Ninguém será sujeito a interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Todo homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Declaração de Genebra - 1948 - 1994 Eu respeitarei os segredos que a mim forem confiados, mesmo após a morte do paciente. Privacidade - Aspectos Morais Juramento do Nutricionista – Resolução CFN nº 382, de 27 de abril de 2006 “Prometo que, ao exercer a profissão de nutricionista, o farei com dignidade e eficiência, valendo- me da ciência da nutrição, em benefício da saúde da pessoa, sem discriminação de qualquer natureza. Prometo, ainda, que serei fiel aos princípios da moral e da ética. Ao cumprir este juramento com dedicação, desejo ser merecedor dos louros que a profissão proporciona”. Código Penal Brasileiro - 1941 Violação do Segredo Profissional Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa Constituição Federal - 1988 Art. 5o - Todos são iguais perante a lei (...) X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. Privacidade - Aspectos Legais 63 Código de Ética do Nutricionista Capítulo IV Meios de Comunicação e Informação O uso de estratégias para comunicação e informação ao público e para divulgação das atividades profissionais do nutricionista, utilizando quaisquer meios, tais como televisão, rádio, jornais, revistas, panfletos virtuais ou impressos, embalagens, mídias e redes sociais, aplicativos, palestras, eventos, dentre outros para os mesmos fins, obedecerá ao que segue: Art. 53 É direito do nutricionista utilizar os meios de comunicação e informação, pautado nos princípios fundamentais, nos valores essenciais e nos artigos previstos neste Código, assumindo integral responsabilidade pelas informações emitidas. Art. 54 É direito do nutricionista divulgar sua qualificação profissional, técnicas, métodos, protocolos, diretrizes, benefícios de uma alimentação para indivíduos ou coletividades saudáveis ou em situações de agravos à saúde, bem como dados de pesquisa fruto do seu trabalho, desde que autorizado por escrito pelos pesquisados, respeitando o pudor, a privacidade e a intimidade própria e de terceiros 64 Código de Ética do Nutricionista Capítulo IV Meios de Comunicação e Informação Art. 55 É dever do nutricionista, ao compartilhar informações sobre alimentação e nutrição nos diversos meios de comunicação e informação, ter como objetivo principal a promoção da saúde e a educação alimentar e nutricional, de forma crítica e contextualizada e com respaldo técnico- científico. Parágrafo único. Ao divulgar orientações e procedi- mentos específicos para determinados indivíduos ou coletividades, o nutricionista deve informar que os resultados podem não ocorrer da mesma forma para todos. Art. 56 É vedado ao nutricionista, na divulgação de informações ao público, utilizar estratégias que possam gerar concorrência desleal ou prejuízos à população, tais como promover suas atividades profissionais com mensagens enganosas ou sensacionalistas e alegar exclusividade ou garantia dos resultados de produtos, serviços ou métodos terapêuticos. Art. 57 É vedado ao nutricionista utilizar o valor de seus honorários, promoções e sorteios de procedimentos ou serviços como forma de publicidade e propagandapara si ou para seu local de trabalho. 65 Código de Ética do Nutricionista Capítulo IV Meios de Comunicação e Informação Art. 58 É vedado ao nutricionista, mesmo com autorização concedida por escrito, divulgar imagem corporal de si ou de terceiros, atribuindo resultados a produtos, equipamentos, técnicas, protocolos, pois podem não apresentar o mesmo resultado para todos e oferecer risco à saúde. § 1º. A divulgação em eventos científicos ou em publicações técnico-científicas é permitida, desde que autorizada previamente pelos indivíduos ou coletividades. § 2º. No caso de divulgação de pesquisa científica o disposto no artigo 58 não se aplica. Privacidade - Tipos de Informações Públicas Privadas Íntimas Segredos Privacidade - Aspectos Éticos Tipo de Informação Públicas Privadas Íntimas Segredos Acesso Provável Todos Alguns Poucos Ninguém Característica Associada Publicidade Privacidade Intimidade Sigilo Dever Associado Confidencialidade Confidencialidade Confidencialidade Não Revelação Privacidade - Aspectos Éticos Privacidade É a limitação do acesso às informações de uma dada pessoa, ao acesso à própria pessoa, à sua intimidade, anonimato, sigilo, afastamento ou solidão. É a liberdade de não ser observado sem autorização. Confidencialidade É a garantia da preservação das informações dadas em confiança e a proteção contra a sua revelação não autorizada A preservação das informações do paciente é um dever prima facie de todo profissional que atua na área da saúde. Exceções à Confidencialidade Legalmente Justificadas •Comunicação de doença de informação compulsória •Comunicação de abuso em crianças, adolescentes e idosos. Código de Ética e Conduta do Nutricionista Capítulo I •Art. 20 É dever do nutricionista manter o sigilo e respeitar a confidencialidade de informações no exercício da profissão, salvo em caso de exigência legal, considerando ainda as seguintes situações: Privacidade - Aspectos Éticos Código de Ética e Conduta do Nutricionista Capítulo I I – Impedir o manuseio de quaisquer documentos sujeitos ao sigilo profissional por pessoas não obrigadas ao mesmo compromisso. Caso considere pertinente, o nutricionista poderá fornecer as informações, mediante assinatura de termo de sigilo ou confidencialidade pelo solicitante. II – Respeitar o direito à individualidade e intimida- de da criança e do adolescente, nos termos da legislação vigente, em especial do Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo imperativa a comunicação ao seu responsável de situação de risco à saúde ou à vida. Privacidade - Aspectos Éticos Exceções à Confidencialidade Moralmente Justificadas (todas as 4 condições devem ser preenchidas) 1. Alta probabilidade de que um sério dano físico a uma pessoa identificável e específica venha a ocorrer; 2. Um benefício real resultará da quebra de confidencialidade; 3. Último recurso após ter sido utilizada persuasão ou outras abordagens; 4. É um procedimento generalizável, que pode ser novamente utilizado em situações com as mesmas características. Junkerman e Schidermaier, 1993 Privacidade - Aspectos Éticos Imprudência, Negligência e Imperícia. 72 Código de Ética e de Conduta do Nutricionista (Glossário). Negligência: o profissional de saúde não atua da forma exigida pela situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando as devidas precauções. Fonte: http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/Cirurgiaplastica/not04.htm Imprudência: o profissional atua sem cautela ou de forma precipitada, tomando atitude diferente da recomendada para aquela situação ou usando técnica proibida. Fonte: http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/Cirurgiaplastica/not04.htm Imperícia: o profissional age com inaptidão ou ignorância porque não tem qualificação técnica ou conhecimentos básicos da profissão. Fonte: http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/Cirurgiaplastica/not04.htm 73 CONCEITOS... http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/Cirurgiaplastica/not04.htm http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/Cirurgiaplastica/not04.htm http://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/Cirurgiaplastica/not04.htm Código de Ética e de Conduta do Nutricionista Capítulo I • Responsabilidades Profissionais Responsabilidade técnica, social, ética e política com a saúde, a qualidade de vida e o bem- estar das pessoas. Art. 19. É dever do nutricionista manter indivíduo e coletividade sob sua responsabilidade profissional, ou o respectivo representante legal, informados quanto aos objetivos, procedimentos, benefícios e riscos, quando houver, de suas condutas profissionais. Art. 23. É vedado ao nutricionista praticar atos danosos a indivíduos ou coletividades sob sua responsabilidade profissional que possam ser caracterizados como imperícia, imprudência ou negligência. 74 Aspectos Éticos Responsabilidade Civil: é o dever de dar conta de alguma coisa que se fez ou mandou fazer por ordem pública ou particular. Reparação Civil: é a denominação que se atribui a indenização ou ressarcimento do dano. Fica obrigado a reparar o dano aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência , violar direito ou causar prejuízo a outrem (Código civil 2002 – art. 186). Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 75 Aspectos Legais 76 TANATOLOGIA: estudo sobre a morte e o morrer. 77 Conceito... A Tanatologia é uma ciência interdisciplinar nascida nos Estados Unidos que tem como foco o estudo da morte e do morrer. O conhecimento e uma prática holística são as bases do cuidado interdisciplinar desta área. 78 Histórico... Na década de 1960 houve grandes mudanças na área da Tanatologia, a partir dos trabalhos de Kübler-Ross e Saunders que revolucionaram o trabalho com pacientes em estágio terminal da doença e trouxeram o tema da morte para discussão pública, desafiando a mentalidade da morte como tema interdito. O grande desenvolvimento da Tanatologia ocorreu após as guerras mundiais, com os estudos de Hermann Feifel que escreveu o clássico The meaning of death (Feifel, 1959). • Kastenbaum e Aisenberg escreveram o livro Psychology of Death em 1976, traduzido para o português com o título Psicologia da Morte (Kastenbaum & Aisenberg, 1983), que constitui texto de referência na área. Kastenbaum é responsável pela primeira sistematização da bibliografia sobre o tema e na década de 1970 criou o periódico Omega: Journal of Death and Dying, referência para os estudiosos do tema. 79 80 Histórico... Uma obra de grande impacto na história da Tanatologia é Sobre a morte e o morrer (Kübler-Ross,1987), que fala sobre o cuidado a pacientes gravemente enfermos, destacando a importância da escuta de suas necessidades e seu sofrimento. Em 1995, foi realizado o estudo Study to understand prognosis and preferences for outcomes and risk of treatment (SUPPORT), citado por Lynn (1997), com o objetivo principal de colher informações sobre pacientes em estágio de terminalidade e seus familiares. Esta pesquisa durou quatro anos, envolveu 9000 pacientes de cinco hospitais de ensino nos Estados Unidos, procurando verificar a causa do sofrimento na situação da morte. Hierarquização e Aplicação dos Princípios da Bioética na Evolução de uma Doença 81 Bioética e Terminalidade • BENEFICÊNCIA - Evitar submeter o paciente a intervenções cujo sofrimento resultante seja muito maior do que o benefício eventualmente conseguido. • NÃO-MALEFICÊNCIA - Evitar intervenções que determinem desrespeito à dignidade do paciente como pessoa. AUTONOMIA - O exercício do princípio da autonomia na situação do pacienteterminal, em razão da dificuldade e abrangência de tal decisão, mesmo para aqueles que não estejam emocionalmente envolvidos, deve ocorrer de uma maneira evolutiva e com a velocidade adequada a cada caso. Em nenhum momento, essa decisão deve ser unilateral, muito pelo contrário, ela deve ser consensual da equipe e da família. 82 Bioética e Terminalidade • JUSTIÇA DISTRIBUITIVA - Se o paciente está na fase de morte inevitável e são oferecidos cuidados desproporcionais (Obstinação Terapêutica), está sendo utilizado inadequadamente os recursos existentes, que poderiam ser aplicados a outros pacientes. - O princípio da justiça deve ser levado em conta nas decisões clínicas, mas não deve prevalecer sobre os princípios da beneficência, da não-maleficência e da autonomia.. 83 • Se há um consenso de que um paciente, mesmo em estado crítico, será beneficiado com um determinado tipo de medicação e procedimento, a despeito de que o produto esteja escasso, preservam-se os princípios da beneficência e da autonomia sobre os da justiça. 84 Cuidado Paliativo não é abandono terapêutico! Bioética e Terminalidade • Segundo Kübler-Ross (1992) um paciente em estágio terminal e seus familiares podem passar por cinco fases no processo do morrer: 1- Negação: ajuda a aliviar o impacto da notícia, servindo como uma defesa necessária a seu equilíbrio. Geralmente em pacientes informados abruptamente e prematuramente. O paciente desconfia de troca de exames ou competência da equipe de saúde. Geralmente o pensamento que traduz essa defesa é: "não, eu não, não é verdade". O médico deve respeitar, porém ter o cuidado de não estimular, compactuar ou reforçar a negação. 85 Bioética e Terminalidade 2- Raiva: o paciente já assimilou seu diagnóstico e prognóstico, mas se revolta por ter sido escolhido. Surgem sentimentos de ira, revolta, e ressentimento e tenta arranjar um culpado por sua condenação. Geralmente se mostra muito queixoso e exigente, procurando ter certeza de não estar sendo esquecido, reclamando atenção, talvez como último brado: Não esqueçam que ainda estou vivo! Nesta fase deve-se tentar compreender o momento emocional do paciente, dando espaço para que ele expresse seus sentimentos, não tomando as explosões de humor como agressões pessoais. 3- Negociação: tentativa de negociar o prazo de sua morte, através de promessas e orações. A pessoa já aceita o fato, mas tenta adiá-lo. Deve- se respeitar e ajudar o paciente. 86 Bioética e Terminalidade 4- Depressão: aceita o fim próximo, fazendo uma revisão da vida, mostrando-se quieto e pensativo. É um instrumento na preparação da perda iminente, facilitando o estado de aceitação. Neste momento, as pessoas que o acompanham devem procurar ficar próximas e em silêncio. Cabe ressaltar que o termo "depressão" não está sendo utilizado aqui para designar a doença depressiva, mas sim um estado de espírito. 5- Aceitação: a pessoa espera a evolução natural de sua doença. Poderá ter alguma esperança de sobreviver, mas não há angústia e sim paz e tranquilidade. Procura terminar o que deixou pela metade, fazer suas despedidas e se preparar para morrer. 87 O Luto • Para elaborar este processo ocorre o estado de luto, que consiste em uma elaboração da consciência da perda, ou seja, num processo de absorção da experiência e a reestruturação de sua vida (processo que leva o enlutado a uma ação, em outras palavras, a se adaptar a nova realidade a ser vivida). 88 O luto é uma reação natural e saudável à perda. Na maioria dos casos, este é descomplicado, com sinais, manifestações ou expressões de luto saudáveis. Porém, quando este é extensamente prolongado por anos a fio, diz-se que seja um luto patológico, uma vez que a pessoa não se torna capaz de concluir este processo (RANGEL, 2008). As reações consideradas normais no luto são: • Sensações físicas: sensação de vazio no estômago; aperto no peito; nó na garganta; extrema sensibilidade ao barulho; sentimento de irrealidade e despersonalização; respiração curta; falta de ar; fraqueza muscular; baixa energia e secura na boca; • Cognições ou padrões diferentes de pensamento: descrença (reação inicial numa função protetora), confusão, preocupação, sensação de presença e alucinações (ex: ouvir a voz do falecido ou achar ter visto sua imagem); • Comportamentos associados: distúrbios do sono, do apetite, comportamento aéreo, tendência a esquecer das coisas, isolamento social, sonhos com a pessoa que faleceu, evitar coisas que lembrem o morto, procurar e chamar pela pessoa, suspiros, hiperatividade, choro, dentre outros; • Sentimentos: frustração, dor, sofrimento, revolta, etc. 89 O Luto A insensibilidade pode manifestar-se como um período de indiferença que não deve persistir por mais de duas semanas. Intelectualmente, há uma conformidade com o que aconteceu, mas sem estar acompanhado de sentimento. A sensação para a pessoa é de um sonho, pois se sente perdida e irreal. 90 O Luto Por estas considerações, entende-se que o entendimento sobre o processo da morte ou do morrer é necessário, não apenas, para a visão do profissional da área da saúde, mas também para sua própria vivência pessoal. Eutanásia, Distanásia e Mistanásia. Responsabilidade ética, civil e penal. 91 Eutanásia A Eutanásia - originalmente definida como a boa morte; no grego eu - bom e thanatos - morte. Nos dias de hoje, a isto acrescentou-se mais um sentido: o da indução, ou seja, um apressamento do processo de morrer. Só se pode falar em eutanásia se houver um pedido voluntário e explícito do paciente – se este não ocorrer, trata-se de assassinato, mesmo que tenha abrandamento pelo seu caráter piedoso. E é só neste sentido que difere de um homicídio, que ocorre à revelia de qualquer pedido da pessoa. 92 Distanásia Distanásia: é a manutenção dos tratamentos invasivos em pacientes sem possibilidade de recuperação, obrigando as pessoas a processos de morte lenta, ansiosa e sofrida; é morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento. Trata-se de um neologismo composto do prefixo grego dys, que significa ato defeituoso, e thanatos, morte. Trata-se de morte defeituosa, com aumento de sofrimento e agonia. É conhecida também como obstinação terapêutica e futilidade médica. A distanásia é sempre o resultado de uma determinada ação ou intervenção médica que, ao negar a dimensão da mortalidade humana, acaba absolutizando a dimensão biológica do ser humano. 93 Distanásia “Distanásia significa prolongamento exagerado da morte de um paciente. O termo também pode ser empregado como sinônimo de tratamento inútil. Trata-se da atitude médica que, visando “salvar a vida” do paciente terminal, submete-o a grande sofrimento. Nesta conduta não se prolonga a vida propriamente dita, mas o processo de morrer. No mundo europeu fala-se de "obstinação terapêutica", nos Estados Unidos de "futilidade médica" (medical futility). Em termos mais populares a questão seria colocada da seguinte forma: até que ponto se deve prolongar o processo do morrer quando não há mais esperança de reverter o quadro?” 94 "Morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento" Ortotanásia Seguindo a sequência da aplicação dos princípios éticos, tão logo seja definido que o paciente não é mais salvável, nossos esforços devem ser dirigidos no sentido de promover e priorizar o seu conforto, diminuir o seu sofrimento, e evitar o prolongamento de sua vida "a qualquer custo". Essa postura está muito distante da promoção do óbito, como proposto pela eutanásia que, à luz dos conhecimentos atuais, não se enquadra nem no princípio da beneficência nem no da não maleficência. 95 Ortotanásia A Ortotanásia, entendida como possibilidade de suspensão de meios artificiais para manutenção da vida quando esta não é mais possível (desligamento de aparelhos quando o tratamento é fútil, não promovendo recuperação e causando sofrimento adicional), não é um ato ilícito. Ou seja, a conduta de desligar equipamentos será lícita se não significar encurtamento da vida, obedecendoao princípio de não maleficência. 96 Mistanásia MISTANÁSIA: morte como um fato “sócio-político”: pobreza, violência e exclusão. “E somos Severinos iguais em tudo na vida, morreremos de morte igual, da mesma morte Severina. Que é a morte de que se morre de velhice antes do trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia. De fraqueza e de doença é que a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida”. (“MORTE E VIDA SEVERINA” – João Cabral de Mello Netto) 97 • RESOLVE: Art. 1º - É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal. § 1º - O médico tem a obrigação de esclarecer ao doente ou a seu representante legal as modalidades terapêuticas adequadas para cada situação. § 2º - A decisão referida no caput deve ser fundamentada e registrada no prontuário. § 3º - É assegurado ao doente ou a seu representante legal o direito de solicitar uma segunda opinião médica. 98 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.805/2006 (Publicada no D.O.U., 28 nov. 2006, Seção I, pg. 169) RESOLUÇÃO CFM Nº 1.805/2006 (Publicada no D.O.U., 28 nov. 2006, Seção I, pg. 169) • Art. 2º O doente continuará a receber todos os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, assegurada a assistência integral, o conforto físico, psíquico, social e espiritual, inclusive assegurando-lhe o direito da alta hospitalar. • Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário. 99 Terminalidade da Vida Testamento Vital Testamento Vital é um documento, redigido por uma pessoa no pleno gozo de suas faculdades mentais, com o objetivo de dispor acerca dos tratamentos e não tratamentos a que deseja ser submetida quando estiver diante de um diagnóstico de doença terminal e impossibilitado de manifestar sua vontade. A ortotanásia e o testamento vital estão relacionados à amplitude do art. 15 do CC, que consagra os direitos do paciente (princípios da beneficência e da não maleficência). CÓDIGO CIVIL (CAPÍTULO II) - DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Aspectos Legais Responsabilidade Civil: é o dever de dar conta de alguma coisa que se fez ou mandou fazer por ordem pública ou particular. Reparação Civil: é a denominação que se atribui a indenização ou ressarcimento do dano. Fica obrigado a reparar o dano aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência , violar direito ou causar prejuízo a outrem (Código civil 2002 – art. 186). Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 101 Aspectos Legais No Brasil, o ordenamento jurídico manifesta-se flagrantemente contrário à prática da eutanásia, considerando-a crime pela legislação penal, que afirma que, se o autor do crime agiu por compaixão, a pedido da vítima, para lhe abreviar o sofrimento físico insuportável, em razão de doença grave: pena-reclusão, de três a seis anos. Porém, averígua-se que há vários projetos tramitando no Congresso Nacional nesse sentido, principalmente respaldando-se na autonomia do paciente. 102 Aspectos Legais Em vista disso, torna-se legítima a indagação acerca do alcance do princípio de autonomia da pessoa nas controvérsias morais em relação à eutanásia. Assinala-se que o princípio de respeito à autonomia tem sustentado cogentes argumentos bioéticos em defesa da eutanásia. Nesse âmbito, é mister que seja respeitada a liberdade de escolha do homem que padece, isto é, sua competência em decidir, autonomamente, aquilo que pondera importante para viver sua vida. Nessa vivência, abrange o processo de morrer, com base em seus valores, interesses legítimos e na compaixão para com o ser humano. 103 Programas de cuidados paliativos - opção à eutanásia, ao suicídio assistido e à distanásia Seriam os cuidados paliativos um caminho entre a eutanásia, o suicídio assistido e a distanásia? Uma possibilidade de operacionalização da ortotanásia? A morte na hora certa? Pacientes gravemente enfermos que frequentam programas de cuidados paliativos têm grande possibilidade de terem aliviados seus sintomas incapacitantes e sua dor e há grande preocupação da equipe em relação à qualidade de vida. Assim, pode-se dizer que o movimento de cuidados paliativos traz um grande progresso no que concerne aos cuidados no fim da vida, restituindo o bem estar global e a dignidade ao paciente gravemente enfermo, favorecendo a possibilidade de viver sua própria morte, um respeito por sua autonomia e não o abandonando à própria sorte. 104 Diretrizes para a Elaboração de um Protocolo de Pesquisa. 105 Elaboração do Projeto de Pesquisa • A Pesquisa é um conjunto de atividades, que tem como finalidade solucionar e esclarecer dúvidas e problemas; comprovar hipóteses. • Utiliza procedimentos próprios, racionais, sistemáticos que possibilitam o confronto entre o conhecimento teórico acumulado sobre o assunto e dados e informações coletados sobre ele, ou seja, o confronto entre teoria e prática. 106 Projeto • Projetar quer dizer avançar. Um projeto é um instrumento para avançar até um objetivo, até um resultado. Projetar envolve definir dois pontos: o de partida (onde estamos?) e o de chegada (aonde queremos chegar?). 107 Projeto de pesquisa Elaborado para responder questões bem definidas Propõe um conjunto de atividades programadas, com começo meio e fim e que são executadas no tempo definido Não corresponde às atividades de rotina 108 FASES DE UM PROJETO Iniciação • Identificação e estruturação do problema • Objetivos do projeto Planejamento • Identificação das estratégias de ação • Detalhamento de recursos, custos, cronograma e equipe 109 Execução • Realização do planejado Controle • Acompanha a execução, propõe mudanças e adequações Finalização • Avaliação do executado e dos resultados, prestação de contas e relatórios de atividades 110 Tema objetivo de estudo Conhecimento Disponível Qual é o problema ? O que se sabe sobre o problema? O que não se sabe sobre o problema? O que é controverso sobre o problema? Qual a hipótese para o problema? Qual o objetivo do projeto de pesquisa? Quais os resultados esperados? 111 Elementos de um projeto de Pesquisa • Tema – definição do problema • Sumário • Introdução – (Revisão) • (justificativa) • Hipótese • Objetivos • Métodos • Cotação de material • Cronograma de execução • Bibliografia 112 • OBS.: • Para a apresentação de projetos para as agências de fomento é necessário, além da elaboração do projeto propriamente dito, preencher os formulários de apresentação de propostas. 113 114 Fontelles, Mauro José, et al. "Metodologia da pesquisa científica: diretrizes para a elaboração de um protocolo de pesquisa." Revista paraense de medicina 23.3 (2009): 1-8. Elaboração do projeto • Tema: • Definir a área em que o projeto vai se situar • Título: • O título é como uma capa de um livro, que quando bem elaborado chama a atenção do leitor. EX.: MODULAÇÃO AUTONÔMICA E O POLIMORFISMO DO GENE DA ECA EM ADOLESCENTES COM HISTÓRICO FAMILIAR DE HIPERTENSÃO 115 Elaboração do projeto • Sumário • Indica a distribuição do conteúdo dentro do material escrito 116 Elaboração do projeto • Introdução 1. Tem uma função didática 2. Deve ter uma proposta clara do trabalho 3. Explorar pontos importantes (com fundamentação da literatura): • Importância do assunto ou do tópico • Que se sabe sobre o assunto • Que não se sabesobre o assunto • As áreas de controvérsia • A natureza e a extensão da contribuição pretendida 117 Elaboração do projeto • Justificativa • Porquê? • ( porque é relevante desenvolver o projeto, quais perguntas serão respondidas). 1: Delimitar o problema 2: Formular hipóteses 118 Elaboração do projeto •Hipótese • H0 = Hipótese negativa • H1 = Hipótese positiva 119 Elaboração do projeto •Objetivo • É a ação que se pretende realizar A AÇÃO: Definida por um verbo no infinito - implantar, criar, desenvolver, definir , analisar, aliar... EX.: Avaliar a modulação autonômica e o polimorfismo do gene da eca em adolescentes com histórico familiar de hipertensão 120 Elaboração do projeto • Objetivos Específicos • Analisar a relação do histórico familiar de pais hipertensos e a modulação autonômica • Avaliar a modulação autonômica através da variabilidade da frequência cardíaca no domínio do tempo e da frequência em adolescentes com histórico familiar de hipertensos • Correlacionar a modulação autonômica com a presença do polimorfismo do gene da ECA em adolescentes com e sem o histórico familiar de hipertensão 121 Elaboração do projeto 122 MÉTODOS Tipo de estudo e amostra 123 Fontelles, Mauro José, et al. "Metodologia da pesquisa científica: diretrizes para a elaboração de um protocolo de pesquisa." Revista paraense de medicina 23.3 (2009): 1-8. Tipos de pesquisa conforme a sua classificação. Classificação Tipos de pesquisa Quanto à finalidade • Pesquisa básica ou fundamental • Pesquisa aplicada ou tecnológica Quanto à natureza • Pesquisa observacional • Pesquisa experimental Quanto à forma de abordagem • Pesquisa qualitativa • Pesquisa quantitativa – Descritiva – Analítica Quanto aos objetivos • Pesquisa exploratória • Pesquisa explicativa Quanto aos procedimentos técnicos • Pesquisa bibliográfica • Pesquisa documental • Pesquisa de laboratório • Pesquisa de campo Quanto ao desenvolvimento no tempo • Pesquisa transversal • Pesquisa longitudinal • Pesquisa prospectiva • Pesquisa retrospectiva Critérios de inclusão e exclusão Coleta de sangue Coleta de células orais Avaliação antropométrica e composição corporal 124 Elaboração do projeto Medida da Pressão Arterial Questionário - IPAQ (Questionário do nível de atividade física). Qualidade do sono Maturação Sexual Genotipagem Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) Procedimentos após a realização da pesquisa Equipe executora Análise estatística 125 • Cotação de material e financiamento • Cronograma • Experiência do candidato na temática do projeto 126 Referência • Artigo • JURASCHEK, S. P., E. R. MILLER III, C. M. WEAVER AND L. J. APPEL (2017). "Effects of sodium reduction and the DASH diet in relation to baseline blood pressure." Journal of the American College of Cardiology 70(23): 2841-2848. 127 Referência • Site • autor ou nome da organização; • título da página ou matéria; • local de publicação (se houver); • dia, mês e ano de publicação (se houver); • endereço eletrônico (entre os sinais <>), depois de “Disponível em:”; • data de acesso ao site, depois de “Acesso em:”. 128 Referência • Ex.: • I.B.G.E. (2015).Censo demográfico, 2010, “disponível em:” <https://www.ibge.gov.br/busca.html?searchword=polula%C3%A7%C 3%A3o+de+pinheiro>, “Acesso em:”13 junho de 2018. 129 https://www.ibge.gov.br/busca.html?searchword=polula%C3%A7%C3%A3o+de+pinheiro Referencial teórico Pode ser designado como revisão da literatura • Resumo do conhecimento atual sobre o problema • Citar os principais autores que produziram evidencias científicas sobre o problema • Descrever os métodos utilizados pelos autores • Citar as controvérsias na literatura sobre o problema • Analisar as causas das controvérsias • Descrever os fundamentos teóricos dos principais indicadores de resultados que serão utilizados no projeto 130 131 132 133 134 135 136 137 Referência • Fontelles, Mauro José, et al. "Metodologia da pesquisa científica: diretrizes para a elaboração de um protocolo de pesquisa." Revista paraense de medicina 23.3 (2009): 1-8. • BARROSO, L. R. A dignidade da pessoa humana no direito constitucional contemporâneo: natureza jurídica, conteúdos mínimos e critérios de aplicação. Versão provisória para debate público, dez. 2010. (Mimeo.). Miolo_Debate_bioetico_e_juridico_(GRAFICA).indd 140 31/12/2015 15:07:59 O DEBATE BIOÉTICO E JURÍDICO SOBRE AS DIRETIVAS ANTECIPADAS DA VONTADE. • UDELSMANN, Artur. Responsabilidade civil, penal e ética dos médicos. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 48, n. 2, p. 172-182, 2002. • RIBEIRO, VANESSA RODRIGUES. "EUTANÁSIA, DISTANASIA E ORTOTANASIA: O DIREITO AO FIM DE UMA EXISTENCIA COM DIGNIDADE." Direito-Florianópolis (2019). • Rippel JA , Medeiros CA , Maluf F . Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos e Resolução CNS 466/2012: análise comparativa . Rev. bioét. (Impr.) [Acesso 25 out 2020] • Palácios, Marisa. "Bioética, saúde e sociedade." Bioética, saúde e sociedade. 2019. 210-210. 138 Preparatório Prof. Me. Carlos Alberto Mestre em saúde do adulto (PPGSAD-UFMA) Doutorando (RENORBIO-UFMA) 139 Me_diasfilho 140 carlosaadias@hotmail.com
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