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MATERIAS DE PORTUGUES (1)

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Apresentação em Público
Funcionamento da Comunicação
		Partiremos do princípio segundo o qual a comunicação subtende um emissor que lança a mensagem e um receptor que a capta, além do código para efetuá-la de acordo com um contexto específico, conforme verificamos no gráfico abaixo:
 EMISSOR
CONTEXTO ▼ CÓDIGO
 RECEPTOR
Como nos alerta Roman Jakobson: “Os interlocutores pertencentes à mesma comunidade lingüística podem ser definidos como os usuários efetivos de um único e mesmo código lingüístico (...), que fundamenta e possibilita efetivamente a troca de mensagens” (JAKOBSON, 1974, p. 77-78). Caso não haja entendimento entre as partes envolvidas não ocorrerá comunicação, um falará e outro não compreenderá. A tal ocorrência dá-se o nome de ruído na comunicação. Não podemos esquecer que na relação com o público alvo existe a persuasão, “o imperativo do consumo da mercadoria apresentada” (CHALHUB, 2004, p. 25), afinal a intenção é seduzir.
A persuasão faz-se, segundo o orador latino Cícero (106 a. C. – 43 a. C.), por duas formas. O convencimento é uma delas, quando se mobilizam argumentos mais ou menos racionais para levar a aceitar uma tese. A outra é a comoção, quando a persuasão é feita insuflando o estado de espírito do destinatário, suas paixões seus preconceitos, etc. os argumentos são os raciocínios que se destinam a persuadir, isto é, a convencer ou a comover – modos igualmente válidos de levar à aceitação de uma determinada tese. (FIORIN, 2008, p. 18)
Quando o mecanismo de persuasão falha, a estratégia precisa ser revista.
Preparação
	Antes de a apresentação ocorrer é preciso estabelecer algumas diretrizes:
• Sobre qual tema tratará?
• Que ideias serão desenvolvidas?
• Em qual ordem estas ideias serão apresentadas?
• Quais recursos e materiais de apoio serão utilizados?
• Será adotado o tom formal ou informal?
Atributos de uma boa apresentação
No desenrolar de uma palestra ou de uma exposição de produtos a um público de compradores ou ainda numa reunião de trabalho, quando utilizamos a fala aliada à escrita, seja por meio do PowerPoint, da transparência, da ata de reunião, do requerimento, do memorando, da ordem de compras, a linguagem deve ser a mais próxima da norma padrão da língua portuguesa. Da mesma forma também precisará ajustar-se ao ouvinte. Como é do conhecimento geral um produtor rural, um advogado e um médico comunicam-se de formas distintas, pois cada grupo social apresenta uma bagagem cultural, um vocabulário específico e capta as informações diferentemente. 
Quando falamos (ou escrevemos), tendemos a nos adequar à situação de uso da língua em que nos encontramos: se é uma situação formal, tentaremos usar uma linguagem formal; se é uma situação descontraída, uma linguagem descontraída e assim por diante. Essa nossa tentativa de adequação se baseia naquilo que consideramos ser o grau de aceitabilidade do que estamos dizendo por parte de nosso interlocutor ou interlocutores. (BAGNO, 2007, p. 129-130)
Mesmo na exposição oral deve-se evitar o excesso de coloquialismo, caso contrário não haverá interação entre as partes. Vícios de linguagem como tá?, né?, OK?, certo?, entendeu?, percebe?, É isso aí, tipo assim, acho que, só irritam o ouvinte e portanto devem ser banidos. Pela mesma razão as ideias devem ser claras e bem encadeadas, os textos utilizados não podem ser extremamente curtos nem exageradamente longos, correndo o risco de nada informarem ou serem maçantes. O tipo de letra, assim como o plano de fundo, devem facilitar a leitura por parte dos espectadores. 
Imagens, gráficos, efeitos sonoros e tabelas igualmente devem ser empregados com cautela, afinal o intuito é tornar a apresentação mais dinâmica, informativa e não redundante. “A imagem, além de seus atrativos, atinge o espectador mais rápido, fica retida na memória mais facilmente e age como reforço à mensagem pretendida, pois ela ‘fala’ por si mesma. Uma comprovação disso são os logotipos e logomarcas” (QUEIROZ, 2002, p. 11). Por esta razão as imagens precisam ser nítidas e condizentes com o texto que o acompanham numa apresentação em PowerPoint, afinal a função delas é informar e não simplesmente enfeitar o slide. 
Paralelamente não podemos nos esquecer da importância da postura corporal, da expressão facial, da vestimenta utilizada, da entonação de voz adequada na eficiência do processo comunicativo, pois “nem só de mensagens verbais vive o ser humano” (CHALHUB, 2004, p. 6). Não devemos dar as costas para o público durante muito tempo, nem olhar para o teto ou para o chão, o ideal é direcionar nossa atenção visual a todos os presentes. Alguns manuais aconselham barba e cabelo bem aparados, cinto e sapatos da mesma cor, para os homens, maquiagem leve, jóias e bijuterias discretas, saia três dedos acima do joelho, para as mulheres. São cuidados excessivos, quando sabemos que o mais importante é a eficiência na transmissão da mensagem, mas não devem ser totalmente desconsiderados numa sociedade onde o aspecto visual é bastante valorizado. 
Trabalhando em conjunto com todos os demais atributos temos a flexibilidade, a capacidade de acrescentar ou subtrair informações quando necessário, assim como estar aberto às intervenções dos ouvintes. 
A constante metamorfose
Encerramos com as palavras de Antônio Suárez Abreu: “Podemos dizer que um texto, uma vez pronto, é algo estático, e que o discurso, ao contrário, é sempre dinâmico e pode ser repetido infinitamente, sempre de formas diferentes, dependendo dos repertórios de seus leitores” (ABREU, 2006, p. 12). Cabe ao emissor reinventar seu discurso, adaptá-lo às condições culturais do público que o assiste, ser criativo para superar os eventuais empecilhos.
Propaganda ou publicidade?
No Brasil e em alguns outros países de língua latina, as palavras propaganda e publicidade são geralmente usadas com o mesmo sentido, e esta tendência parece ser definitiva, independentemente das tentativas de definição que possamos elaborar em dicionários ou em livros acadêmicos.
O conceito de propaganda esteve essencialmente ligado a um sentido eclesiástico até o séc. XIX, quando adquiriu também significado político (continuando a designar o ato de disseminar ideologias, de incutir uma idéia, uma crença na mente alheia). Já a palavra publicidade, calcada no fr. publicité é proveniente do lat. publicus, “público”, foi registrada pela primeira vez em línguas modernas (pelo dicionário da Academia Francesa) com sentido jurídico (publicidade de debates). Designando a princípio o “ato de divulgar, de tornar público”, a publicidade adquiriu, no século XIX, também um significado comercial: qualquer forma de divulgação de produtos ou serviços, através de anúncios geralmente pagos e veiculados sob a responsabilidade de um anunciante identificado, com objetivos de interesse comercial. (RABAÇA, BARBOSA, 2001, p. 598)
O desenvolvimento econômico permitiu um grande crescimento urbano, bens materiais chegavam às lojas constantemente e era preciso vendê-los. Para incentivar a nova classe assalariada a gastar e vencer a concorrência, os donos das empresas perceberam que tinham de divulgar seus produtos. Para suprir tal necessidade foi criada a propaganda/ publicidade.
Reclame
Propaganda comercial. A palavra é mais nobre do que parece: ela veio do latim reclamare, “dar um aviso público”, e se tornou sinônimo de “mensagem comercial” através do francês reclame, no século XIX. O primeiro “reclamista” brasileiro foi o carioca José Lyra, propagandista da firma comercial Daudt & Lagunilha. A ele se deve, em 1908, a introdução da poesia cômica na publicidade. Consta que o poeta Olavo Bilac teria recebido a fortuna de cem mil réis por esta quadrinha: “Aviso a quem é fumante/ Tanto Príncipe de Gales/ Como doutor Campos Sales/ Usam fósforos Brilhante”. Mas é de Manuel Bastos Tigre (1882-1957), pernambucano do Recife, a autoria dos mais famosos versos comerciais: “Veja ilustre passageiro/ Que belo tipo faceiro/ O senhor tem a seu lado/ Mas, no entanto, acredite/ Quase morreu de bronquite/Salvou-o o Rhum Creosotado”. Bastos Tigre é também o autor de um dos slogans mais antigos e conhecidos do Brasil: “Se é Bayer, é bom”. Na época em que a propaganda ainda chamava reclame e publicidade ainda chamava anúncio, surgiu a primeira agência publicitária brasileira: a Eclética, de São Paulo, fundada em 1914 pelo jornalista João Castaldi. (GEHRINGER, 2002, p. 168) 
Canais de divulgação
Se a princípio os anúncios limitavam-se apenas aos jornais e aos cartazes afixados nos muros, posteriormente ganharam cores, ilustrações, atingiram as revistas, os outdoors, o rádio, a televisão e a internet. Até as roupas, se pensarmos nos uniformes das equipes esportivas, além do vidro traseiro dos ônibus; o céu, por meio das faixas tremulantes presas aos pequenos aviões; as laterais dos prédios e os pretensos brindes como canecas, bonés, chaveiros, calendários, canetas, blocos de notas. A lista é enorme. Enfim tudo ou quase tudo funciona como suporte para divulgação de produtos, de serviços e de falsas promessas políticas.
Características
• concisão visando à transmissão rápida e eficaz
• linguagem original e criativa
• uso de mensagens subliminares, aproveitando-se do fato da linguagem visual causar impacto e fazer associações que por vezes escapam à percepção dos consumidores
• eventual aproximação da linguagem informal praticada pelo público alvo
• intenção persuasiva, seja ela racional, baseada em dados informativos, ou emocional, apelando para as emoções
• ênfase nas qualidades do produto através da comparação com os similares, utilizando o grau comparativo de superioridade e o superlativo, além de hipérboles 
• interação entre a escrita e os recursos visuais
Mecanismo de associação
 	Na propaganda “a associação pode acontecer por contigüidade: pássaro-ninho-árvore-flor-vaso; por sucessão: viagem-carro-estrada-cidade; por semelhança: lago-piscina, cristal-diamante, pássaro-avião; ou por contraste: casebre-palácio, felicidade-tristeza, etc” (QUEIROZ, 2002, p. 20). Por meio destes mecanismos o consumidor é instigado a fazer escolhas, a adquirir produtos.
Duiú ispíque?
Dá para perceber se um produto está há muito ou há pouco tempo no mercado brasileiro simplesmente pela maneira como pronunciamos seu nome. Os mais antigos estão aportuguesados: Quaker, Palmolive (quáquer e palmolíve e não qüêiquer e palmóliv, como no idioma original). Os mais recentes – introduzidos nos últimos trinta anos – já chegam com a pronúncia correta: MTV, HBO, Nike. Olhando pelo lado positivo, isso é um elogio: nos primeiros anos do século XX, as empresas estrangeiras consideravam os brasileiros incapazes de assimilar a fonética correta e já divulgavam os nomes de seus produtos da maneira como eles supunham que os brasileiros o pronunciavam. Entre 1940 e 1970, uma famosa graxa de sapato chamava-se Nugget (nuguét). A geração big mac já aprendeu que isso, na verdade, é nâguets. Iés, nóis ispíque. (GHERINGER, 2002, p. 60)
Mundo digital
No terreno digital a propaganda não se restringe aos banners, ela está disfarçada em jogos, animações e vídeos presentes em sites de relacionamento, assim como invade os celulares.
Preparação que antecede a veiculação
• Qual é o público alvo
• O que se deseja vender
• Os meios a serem utilizados
• Qual a motivação do consumidor para adquirir o produto
• A forma como o produto será apresentado
• O momento mais conveniente para o lançamento da campanha
Para reflexão
	“Na era da comunicação visual é mais forte a forma que o conteúdo, o signo que o significado. Prefere-se a imagem ao original: é o mundo das aparências, aceito e aplicado sem conotar socialmente uma possível falta de ética” (QUEIROZ, 2002, p. 35).
Escrita, tipografia e tecnologia
Registro e processamento da informação
A intenção desta aula é mostrar o grande avanço representado pela invenção da escrita, pela criação da tipografia e pelo advento da informática e da tecnologia. Sabe-se que “o desenvolvimento da atividade humana exigiu sempre que o homem criasse dispositivos de registro e processamento da informação, como forma de interferir no, adaptar-se ao e controlar o meio em que vive” (YOUSSEF; FERNANDEZ, 2003, p. 11). A escrita permitiu o registro histórico, a tipografia, a existência de várias cópias de um único texto, a informática e a tecnologia, a circulação cada vez mais veloz e irrestrita do conhecimento.
Pinturas rupestres
Desde os tempos primitivos o homem preocupa-se com a ampliação de sua capacidade de trabalho mental. Um fato que evidencia essa preocupação encontra-se no ato de registrar informações em paredes de cavernas e placas de pedra. Atividades como a caça, a agricultura, o comércio e rituais passam a ser transmitidas através desses registros, pelo uso de símbolos iconográficos que darão origem aos primeiros alfabetos e representações de algarismos. (YOUSSEF; FERNANDEZ, 2003, p. 10-11)
Surgimento da escrita
A escrita foi uma das principais idéias que possibilitaram o desenvolvimento das civilizações. Sem ela, seria impossível transmitir o conhecimento no espaço e no tempo. A tentativa de representar o mundo tem origem nos homens pré-históricos e seus desenhos nas cavernas. Desse ato surgiram a arte, a religião e a escrita. O que difere a escrita das duas primeiras é a associação com a linguagem da fala (uma das principais capacidades que separam os homens dos outros animais), pois a escrita é fundamentalmente uma maneira de representar os sons.
Datam de 6000 a.C. as primeiras formas de escrita. Não surpreendentemente, foram desenvolvidas de maneira independente em várias civilizações antigas, como a egípcia (com os hieróglifos), a mesopotâmica (escrita cuneiforme) e a chinesa (com os ideogramas), entre os séculos 9 a.C. e 4 a.C.
O progresso da escrita está ligado à transformação das sociedades nômades e baseadas na caça em sedentárias e agrárias, quando passou a ser necessário medir a colheita e os animais. Os sinais pictóricos (símbolos que se assemelham a desenhos) foram substituídos por conjuntos de letras entre 1700 e 1500 a.C., com o alfabeto hebraico. Por volta de 400 a.C. surgiu o alfabeto grego, o primeiro escrito da esquerda para a direita. (LOPES; SALLUM, 2006, p. 12)
Suportes da escrita
Materiais como pedra, argila cozida, caco de cerâmica, osso de camelo, casco de tartaruga, vidro, metais, folha de palmeira, tabuleta de cera, seda, madeira, casca de bétula e lâmina de bambu serviram como suporte da escrita, porém o papiro, o pergaminho e o papel foram usados com mais frequência. O papiro era feito a partir de uma planta que cresce no vale do rio Nilo, o clima seco local favoreceu a conservação de documentos datados do Egito antigo. O pergaminho, couro de cabra ou outro animal tratado com cal, raspado e polido, foi muito usado na Idade Média. Uma folha grande consumia a pele de um animal inteiro, tornando-o um produto de custo bastante elevado, entretanto podia ser reutilizado, bastava raspar os registros antigos e escrever novamente. O papel, de origem chinesa, foi trazido para o mundo ocidental pelos árabes, no século XI. 
Livro
O livro como conhecemos só surgiu depois da escrita, para resolver um problema prático na cultura do Egito antigo: guiar as almas durante sua viagem à região dos mortos. Esses textos eram inscritos nas paredes das pirâmides, e depois nos sarcófagos da aristocracia. Para que as instruções estivessem em formato mais simples, surgiu o Livro dos Mortos, cerca de 2.000 a.C., o primeiro livro egípcio em papiro. Milênios antes, sábios chineses haviam começado a reunir informações para o que se tornaria o I Ching (O Livro das Mutações), que demorou uns 3 mil anos para ser finalizado. Foi por volta do século 2 a.C. que os rolos de papiro começaram dar lugar ao livro moderno, com o uso do pergaminho (feito de pele de animais), que era mais durável. Na Idade Média, o papel já havia sido inventado na China, mas só se popularizou no Ocidente após a invenção da Imprensa de Gutemberg, no século 15. Acredita-se que por volta de 1500 já havia cerca de 13 milhões de livros na Europa. (LOPES; SALLUM,2006, p. 12)
Tipografia
No século XV ocorreu um dos mais decisivos avanços na transmissão e democratização da informação, com a criação da tipografia pelo alemão Johannes Gutenberg (1397-1468). Embora a impressão já fosse conhecida na China desde o século XI, a invenção de Gutenberg trouxe algumas inovações, como os caracteres móveis, as matrizes de metal para moldar os tipos e uma prensa parecida com a usada na produção vinícola. Temos um retrato do período anterior à tipografia no filme O nome da rosa, baseado no livro homônimo de Umberto Eco. Nele religiosos gastam uma vida inteira para produzir manualmente um único livro, que além da escrita rebuscada e consequentemente trabalhosa, ainda era ilustrado.
Ampliação do processamento através das máquinas
Na tentativa de alcançar uma ampliação de sua capacidade de trabalho mental, o ser humano procura, através de dispositivos e máquinas, reproduzir a estrutura básica que ele utiliza para processar informação. Isso pode ser constatado observando-se um homem que recebe o impacto de uma informação qualquer proveniente do meio. Cada uma das três etapas apresentadas podem se identificadas nessa situação: a entrada é realizada pelos órgãos dos sentidos, o processamento e controle executados pelo cérebro e, finalmente, a saída da informação concretiza-se através de dispositivos como a fala, os gestos e expressões em geral. (YOUSSEF; FERNANDEZ, 2003, p. 17)
Computador
	A gênese do computador está associada à capacidade de calcular, como na antiguidade, quando os homens faziam uso do ábaco, quadro com peças móveis, para contabilizar a produção agrícola. No século XVII, o matemático francês Blaise Pascal inventou a calculadora, depois o também matemático Charles Babbage teorizou o computador, entretanto faltava implantar um dígito decimal em componentes elétricos. O impasse foi solucionado por outro inglês, George Boole, no século XIX, ao criar o código binário, reduzindo os valores a 0 e 1, que servem de base para toda a computação. A seguir Hermann Hollerith inventou máquinas de perfurar, classificar e ordenar cartões, para tabular os dados do censo dos Estados Unidos. Na época da Segunda Guerra Mundial, no século XX, foi desenvolvido o ENIAC (Eletronic Numeric Integrator and Calculator), com o objetivo de acelerar os cálculos no aprimoramento da pontaria dos soldados. Tal equipamento se assemelhava mais a uma calculadora eletrônica gigantesca do que a um computador, pois somente conseguia executar operações simples, pesava 30 toneladas, ocupava um recinto de 150 metros quadrados e consumia 150 KW por hora, o equivalente a um prédio de 10 andares. Com o tempo o computador começou a se miniaturizar, diminuindo drasticamente de tamanho. O matemático húngaro John Von Neumann foi responsável pelo armazenamento das informações numa memória e não mais em cartões. Entre 1960 e 1970 foram criados o chip e o microprocessador, base de muitos tipos de hardware, como o PC e o iPod. Atualmente o computador faz parte do cotidiano de grande parcela da população mundial, seja em agências bancárias, em caixas de supermercado ou nas recepções de hotéis. Qual será o próximo avanço?
Advento da informática
A partir da segunda metade do século XX, com o uso e o aprimoramento dos computadores, intensifica-se o tratamento da informação através das máquinas. Esse processamento racional de informação por meios automáticos, especialmente computadores, caracteriza o surgimento na década de 60 de uma nova ciência denominada Informática. O termo informática foi criado pela junção dos vocábulos informação e automática. 
O intenso desenvolvimento dessa nova tecnologia chamada computador, que dá origem à Informática, vai acentuar o progresso da ciência, principalmente por permitir ao homem uma ampliação de sua capacidade de processar, manipular e tirar conclusões de volumes cada vez maiores de informação. (YOUSSEF; FERNANDEZ, 2003, p. 25-26)
A não-linearidade proporcionada pelo hipertexto
A primeira referência à estrutura hipertextual foi feita pelo matemático e físico americano Vannevar Bush, em um artigo de 1945 chamado “As we may think”. Neste artigo, Bush questionava a artificialidade dos métodos de organização de informação utilizados na comunidade científica, baseados em uma ordem puramente hierárquica. Segundo o autor deveria ser buscado um método inspirado na maneira como a mente humana funciona, ou seja, através de associações, pulando de uma informação a outra através de referências não-lineares. (...) Embora tenha sido antevisto por Vannevar Bush em 1945, o termo hipertexto só foi cunhado em 1963, pelo americano Ted Nelson, para se referir à consulta de documentos de forma não-linear em um sistema informatizado. (BARBOSA; RABAÇA, 2003, p. 364)
Revolução na divulgação
Na nova ordem social, o computador desempenha um papel tão relevante quanto o da máquina a vapor no surgimento da Sociedade Industrial. As conseqüências sócio-econômicas, políticas e culturais da utilização do computador e da Informática serão análogas àquelas verificadas na Revolução Industrial, exigindo, portanto, uma reflexão profunda do homem, na análise de suas tendências, pois se a manipulação da informação não objetivar o bem-estar social, tornando-se privilégio de pequenos grupos, ocorrerá a concentração de poder nas mãos de minorias, semelhante ao processo de concentração de capital da Revolução Industrial. (YOUSSEF; FERNANDEZ, 2003, p. 30)
A grande rede
A internet surgiu nos Estados Unidos, na década de 60, quando o Pentágono precisava de um mecanismo para preservar informações na hipótese de um ataque nuclear, então várias máquinas foram interligadas numa rede descentralizada, batizada de Arpanet. Na década de 1980 esse tipo de comunicação se popularizou, tornando-se a maior rede de conexão que já houve na história da humanidade. 
Velocidade e escala 
A Internet não traz nada de intrinsecamente novo: praticamente tudo o que podemos fazer através dela podemos fazer de outra forma, sem o auxílio do computador. O que ela modifica é a velocidade e a escala em que as trocas de informações ocorrem. Um e-mail não leva mais do que um piscar de olhos para chegar ao destinatário; qualquer computador ligado à Internet pode ser alcançado em segundos, de qualquer lugar. Pela Internet, podemos mandar uma carta para 1 milhão de pessoas, percorrer cerca de 800 milhões de páginas simultaneamente através de programas de busca e vender livros para um público potencial de mais de cem países, por exemplo. (ERCILIA, 2001, p. 10-11)
Comunicação virtual
Numa situação como o envio de um e-mail, por exemplo, todo esse conjunto de elementos aparece da seguinte maneira: o sujeito comunicador é o autor do e-mail, a mensagem é o e-mail, o destinatário é a pessoa para quem o e-mail se destina, o suporte é a rede internacional de computadores (internet) e as interferências vão da alfabetização dos envolvidos no envio e no recebimento do e-mail até o fato que levou o sujeito comunicador a escrever o e-mail. (VILALBA, 2006, p. 14)
O símbolo arroba
O símbolo gráfico @, espécie de um a dentro de um d, já era empregado desde o Império Romano para representar a palavra ad, como indicação de lugar. No Brasil é uma medida de peso animal equivalente a quinze quilos, derivado do árabe ar-rubá, onde já possuía o significado de peso. Em 1972, o engenheiro americano Ray Tomlinson estabeleceu os padrões daquilo que futuramente seria o correio eletrônico e apropriou-se deste símbolo, então em desuso, para indicar o provedor de acesso à rede. 
Ações possíveis
	Por meio da internet podemos efetuar operações bancárias; “teclar” com desconhecidos em salas de bate-papo; comprar e vender os mais variados produtos; entregar a declaração de imposto de renda; buscar informações; enviar cartões animados no aniversário dos amigos; copiar música, vídeo, livro; criar um site para divulgação pessoal ou de uma empresa; acessar as notícias mais recentes; jogar; descobrir qual o melhor percurso entre nossa cidade e a praia escolhida para a temporada de férias; ouvir30 segundos da faixa de um CD a ser comprado; reencontrar os amigos de infância em sites de relacionamento; conhecer virtualmente o acervo de museus do outro lado do oceano e assistir apresentações musicais em tempo real. 
Digitalização de livros e documentos
	Os defensores da digitalização de livros indicam como pontos positivos do processo o fato de assim os textos tornarem-se portáteis, da busca poder ser efetuada de forma rápida, de ser ecologicamente correto por dispensar o uso de papel para impressão e de apresentar uma opção frente à precária distribuição de livros no Brasil. Existem alguns acervos digitais em funcionamento como: a Biblioteca Digital Mundial (www.wdl.org), a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (www.loc.gov), a Biblioteca do Senado Federal Brasileiro (www2.senado.gov.br), a Biblioteca Brasiliana USP (www.brasiliana.usp.br) e o Portal Domínio Público (www.dominiopublico.gov.br).
Propriedade intelectual na era digital
O que adquirimos quando compramos um livro ou outro bem cultural por vias eletrônicas? Tornamo-nos proprietários dos bits que o compõem ou obtemos apenas o direito de desfrutar da obra?
No mundo pré-informático, a resposta era simples. Éramos donos do produto e poderíamos fazer com ele o que bem entendêssemos. Ninguém poderia me censurar por picotar de um livro de minha propriedade as páginas de que não gosto, mesmo que isso, ao fim do processo, resulte numa deturpação do pensamento do autor.
Agora que as possibilidades de reproduzir obras e intervir sobre elas ficaram quase ilimitadas, a questão se torna mais complexa. Até que ponto é preciso respeitar direitos do autor e a própria integridade da obra? (SCHWARTSMAN, 2009, p. 8)
Direitos?
	Também apavora saber que o provedor tem acesso aos nossos e-mails; a empresa de telefonia às mensagens de voz armazenadas em nossa secretária eletrônica; a livraria aos produtos consultados em sua loja virtual; o supermercado aos alimentos mais consumidos, graças ao cartão de fidelidade.
Isso não é um problema tecnológico, é um problema jurídico. Os tribunais precisam reconhecer que, na era da informação, privacidade virtual e privacidade física não têm as mesmas fronteiras.
Nós deveríamos ser capazes de controlar nossos próprios dados, independentemente de onde eles estivessem armazenados. Deveríamos ser capazes de tomar decisões sobre a segurança e a privacidade de nossos dados e ter respaldo legal no caso de as empresas falharem em honrar essas promessas. (SCHNEIER, 2009, p. 5) 
O perigoso controle
Os homens que, nos séculos XIX e XX, contribuíram para o advento do computador, não suspeitavam que, assim, estavam dando forma a um instrumento que, como nenhum outro, ia revolucionar as condições sociais em todo o mundo, dando lugar à concentração da informação em mãos de uma minoria e provocando a submissão da imensa maioria. (YOUSSEF; FERNANDEZ, 2003, p. 51)
	Do registro de acontecimentos em materiais provisórios como a pedra, a madeira, a argila cozida, a escrita ganhou o papel dos livros, produzidos em larga escala graças à invenção de Gutenberg, para encontrar seu meio mais veloz e abrangente na internet. Dentre os perigos originados por esta tecnologia temos o exemplo de 1984, ficção visionária, publicada pelo inglês George Orwell em 1949. O livro descreve a figura do big brother, que a tudo observa e controla, em meio a uma sociedade desumanizada. Ironicamente tal concepção e tal nome são utilizados atualmente em programas televisivos classificados como shows de realidade, mas criados na intenção de saciar a curiosidade e o desejo de manipular tão característicos do ser humano. 
Curriculum vitae
	Texto datilografado ou digitado, que tem como características a concisão, a rapidez, a exclusão de qualquer atitude exibicionista, evitando, consequentemente, o risco de ser enfadonho. Por estas razões não pode ultrapassar duas páginas. Seu significado vem
Do latim currere, termo que era usado para as antigas corridas de bigas no Circo Máximo romano. A burocracia encampou a palavra, transformando-a em uma lista de detalhes básicos (a “folha corrida” policial, que contém a relação das acusações e condenações de uma pessoa, é uma herança dessa época). O termo cuuriculum vitae, a “vida corrida” de um profissional, apareceu no século XX. (GEHRINGER, 2002, p. 47)
A linguagem deve ser formal, sem erros, gírias e abreviações. Siglas, sem uma explicação prévia sobre seu significado, também comprometem o futuro do candidato ao emprego. Deve-se usar a terceira pessoa e não a primeira, evite escrever “Eu desenvolvi tal projeto” opte por “Responsável pelo desenvolvimento de tal projeto”. 
O curriculum vitae ideal contém dados pessoais como nome e endereço completos, e-mail e telefone; formação acadêmica, como graduação, cursos de extensão e pós-graduação, além do eventual conhecimento de idiomas; experiência profissional em ordem cronológica inversa, do mais recente para o mais antigo, informando o início e término das atividades e o interesse relacionado com o trabalho solicitado. Todas as informações precisam ser comprovadas por meio de documentos, por esta razão não podemos criar fatos. A última etapa da sua confecção é a revisão, que deve ser requisitada a uma pessoa confiável, evitando assim erros tolos. Devemos ter em mente que somos o produto vendido, erros gramaticais e internetês desclassificam-nos. O documento mal elaborado não garante a entrevista com o selecionador do departamento de recursos humanos. 
Outrora eram impressos, atualmente são enviados pelo correio eletrônico ou no formato videocurrículo, uma prática perigosa, afinal nem todos possuem a espontaneidade necessária frente às câmeras. Existe também a Plataforma Lattes, no site www.cnpq.br que agrupa a versão digitalizada dos currículos de pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação.
Modelo de curriculum vitae
CARLOS MEDINA BRANDÃO
Avenida Dr. Américo Pereira Lima, 311 – Jardim Lavínia – Mococa/SP – 13736.260 – cm.brandao@bol.com.br – (19) 3656 5959
Formação acadêmica
●2011/2013 – Mestre em Ciências da Computação, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.
●2009/2010 - Pós-graduado em Administração de Empresas, Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto.
●2005/2007 - Graduado em Tecnologia em Informática para Gestão de Negócios, Faculdade de Tecnologia de Mococa, Mococa.
●2002/2003 - Técnico em Informática, ETEC Francisco Garcia, Mococa.
Cursos extracurriculares: 
●2008 – Full Time Business English Program, Archer College Language School Toronto, Canadá.
●2004 – Capacitação Profissional em Rotinas Administrativas, Microlins, Mococa.
Experiência profissional
●2009/2011 – Professor de Ciências da Computação, Universidade Paulista, Ribeirão Preto.
●2008/2009 – Assistente Administrativo, Gigabyte Informática, Mococa.
 Outras informações
●2008 - Aprovado no Test of English as a Foreign Language (TOEFL).
●Interesse em trabalhar como assistente administrativo ou professor de ensino superior, na área de Ciências da computação.
●34 anos, casado, 1 filho, residente em Mococa, disponibilidade para mudança de estado.

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